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2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPTO. DE BIOQUÍMICA E BIOLOGIA MOLECULAR LIPÍDEOS • Definição: constituem um grupo quimicamente diverso de compostos, que apresentam como característica definidora a insolubilidade em água. • As funções biológicas dos lipídeos são tão diversas quanto à sua química: Estoque energético Elementos estruturais de membrana Cofatores enzimáticos transportadores de elétrons Pigmentos de absorção de luz Auxílio no dobramento de certas proteínas Agentes emulsificantes Hormônios Mensageiros intracelulares LIPÍDEOS 1) Lipídeos de estocagem • Gorduras e óleos são usados quase que universalmente pelos organismos vivos como formas de estoque energético. • Gorduras e óleos são derivados de ácidos graxos, que são ácidos carboxílicos com cadeias hidrocarbônicas contendo de 4 a 36 carbonos. Cadeia hidrocarbônica Grupo carboxila Ácido graxo saturado Ácido graxo insaturado 1) Lipídeos de estocagem • Nomenclatura dos ácidos graxos • Uma nomenclatura simplificada especifica o comprimento da cadeia, o número de insaturações e a posição de tais insaturações. Nº de carbonos Nº de insaturações Posição da insaturação 1) Lipídeos de estocagem • Nomenclatura dos ácidos graxos • Para ácidos graxos poliinsaturados, uma outra convenção pode também ser adotada, considerando o carbono da extremidade metila como C1 Extremidade –CH3 C3 é o que contém a primeira insaturação, contando a partir da extremidade –CH3 1) Lipídeos de estocagem • Nomenclatura dos ácidos graxos 1) Lipídeos de estocagem • Nomenclatura dos ácidos graxos 1) Lipídeos de estocagem • As propriedades físicas dos ácidos graxos e dos compostos que os contem são fortemente determinadas pelo comprimento da cadeia hidrocarbônica e pelo grau de insaturação A temperatura ambiente, ácidos graxos saturados apresentam consistência cerosa/solidificada, enquanto que ácidos graxos insaturados com o mesmo comprimento de cadeia apresentam consistência líquida. Essa diferença se dá por conta dos diferentes graus de empacotamento entre ác. graxos saturados e insaturados 1) Lipídeos de estocagem • Quanto maior o comprimento da cadeia e quanto menor o grau de insaturação, maior a hifrofobicidade do ácido graxo 1) Lipídeos de estocagem • Quanto maior o comprimento da cadeia e quanto menor o grau de insaturação, maior a hifrofobicidade do ácido graxo 1) Lipídeos de estocagem • Triacilgliceróis: ésteres de ácidos graxos e glicerol São compostos de três ácidos graxos, cada um em ligação éster com uma única molécula de glicerol. São compostos essencialmente insolúveis em água Triacilgliceróis simples: contém os mesmos tipos de ác. graxos nas três posições Triacilgliceróis mistos: contém 2 ou três ácidos graxos diferentes (maior ocorrência) 1) Lipídeos de estocagem • Triacilgliceróis: ésteres de ácidos graxos e glicerol Na maioria das células eucarióticas, os triacilgliceróis formam uma fase separada no citosol aquoso, na forma de glóbulos de gordura, que servem como depósitos de combustível metabólico Vertebrados: células especializadas (adipócitos) armazenam grandes quantidades desses glóbulos Plantas: triacilgliceróis estocados na forma de óleos (sementes) – energia e compostos biossintéticos durante a germinação 1) Lipídeos de estocagem • Triacilgliceróis: ésteres de ácidos graxos e glicerol Células adiposas e sementes contém lipases que, sob estímulo hormonal adequado, mobilizam as reserva de triacilgliceróis, liberando ácidos graxos livres para oxidação mitocondrial. Existem 2 vantagens para se estocar triacilgliceróis ao invés de polissacarídeos como combustível: 1) Carbonos dos ácidos graxos são mais reduzidos (liberam mais energia quando oxidados) 2) Acidos graxos não carreiam o peso extra da água de solvatação 1) Lipídeos de estocagem • Triacilgliceróis: ésteres de ácidos graxos e glicerol As gorduras e óleos dos alimentos consistem de misturas de triacilgliceróis que diferem na composição em ácidos graxos. 1) Lipídeos de estocagem • Triacilgliceróis: ésteres de ácidos graxos e glicerol Quando os lipídeos dos alimentos são expostos por muito tempo ao ar, tornam-se passíveis de sofrerem clivagem oxidativa (ranço), liberando aldeídos e ácidos carboxílicos de cadeia curta e voláteis (principalmente ácidos graxos insaturados) Para conferir maior estabilidade aos óleos vegetais, as indústrias de alimentos submetem tais óleos à hidrogenação parcial, convertendo algumas duplas ligações cis em ligações simples Efeito indesejável da hidrogenação: algumas ligações cis são convertidas em ligações de configuração trans 1) Lipídeos de estocagem • Triacilgliceróis: ésteres de ácidos graxos e glicerol Ingestão dietética de ácidoa graxos trans está associada a um aumento do risco cardiovascular ↑ LDL-colesterol ↓ HDL-colesterol 1) Lipídeos de estocagem • Ceras: ésteres de ácidos graxos e álcoois de cadeia longa Ceras apresentam ácidos graxos de cadeias hidrocarbônicas maiores do que os triacilgliceróis (maior ponto de fusão: 60 - 100 ºC). Principal forma de combustível metabólico do plancton aquático Pássaros marinhos secretam ceras de suas glândulas do bico, mantendo as penas repelentes à água Superfícies de folhas apresentam uma camada de cera, evitando evaporação excessiva e protegendo a planta contra ataque de patógenos 2) Lipídeos estruturais em membranas • A arquitetura básica das membranas biológicas consiste de lipídeos e proteínas estruturais, que se organizam para manter a fluidez, elasticidade e capacidade seletiva de transporte de moléculas. Fosfolipídeos Glicolipídeos Esteróis 2) Lipídeos estruturais em membranas 2) Lipídeos estruturais em membranas • Fosfoacilgliceróis Lipídeos de membrana em que dois ácidos graxos estão unidos ao primeiro e ao segundo carbono do glicerol, em um radical polar (grupo cabeça polar) está ligado ao terceiro carbono por uma ligação fosfodiéster. 2) Lipídeos estruturais em membranas • Fosfoacilgliceróis 2) Lipídeos estruturais em membranas • Alguns fosfoacilgliceróis possuem ácidos graxos unidos por ligação éter • Tecido cardíaco de vertebrados, bactérias halófilas, protistas e certos invertebrados contem membranas com grandes proporções de éteres de lipídeos 2) Lipídeos estruturais em membranas • Esfingolipídeos Segunda maior classe de lipídeos de membrana; compostos de um aminoálcool de cadeia longa (esfingosina), uma molécula de ácido graxo e um grupo cabeça polar, unido por ligação glicosídica ou fosfodiéster. 2) Lipídeos estruturais em membranas • Esfingolipídeos 2) Lipídeos estruturais em membranas • Esfingolipídeos 2) Lipídeos estruturais em membranas • Esfingolipídeos As enfingomielinas estão presentes nas membranas plasmáticas de células animais e são especialmente importantes na formação da bainha de mielina, uma lâmina membranosa que envolve e isola os axônios em alguns neurônios 2) Lipídeos estruturais em membranas • Esfingolipídeos - glicoesfingolipídeos Grupos cabeça com um ou mais açúcares, unidos por ligação glicosídica Cerebrosídeos: um único açúcar ligado (galactose ou glicose) Gangliosídeos: oligossacarídeos como grupo cabeça) 2) Lipídeos estruturais em membranas Glicoesfingolipídeoscomo determinantes dos grupos sanguíneos 2) Lipídeos estruturais em membranas • Os gangliosídeos são metabolizados por enzimas lisossomais •Defeitos genéticos com relação à metabolização de gangliosídeos resultam em algumas distúrbios metabólicos Gangliosidose Doença de Tay-Sachs Doença de Fabry Doença de Gaucher Doença de Sandhoff Retardo mental Paralisia Cegueira Morte prematura 2) Lipídeos estruturais em membranas • Fosfolipídeos e gangliosídeos são degradados nos lisossomos 2) Lipídeos estruturais em membranas • Galactolipídeos Um ou dois resíduos de galactose são ligados ao C3 de um 1,2- diacilglicerol Localizam-se nas membranas dos tilacóides de cloroplastos, perfazendo de 70 a 80% dos lipídeos de membrana de plantas vasculares Sulfolipídeos: resíduo de glucose sulfatado unido ao diacilglicerol 2) Lipídeos estruturais em membranas • Galactolipídeos e sulfolipídeos 2) Lipídeos estruturais em membranas • Esteróis Lipídeos estruturais presentes na maioria das células eucarióticas Apresentam um núcleo esteróide característico Colesterol: esteróide mais importante de tecidos animais 2) Lipídeos estruturais em membranas • Esteróis Hormônios esteróides derivados do colesterol 2) Lipídeos estruturais em membranas • Esteróis Colesterol: precursor de ácidos biliares 3) Outras funções dos lipídeos; sinalização celular, cofatores e pigmentos • Fosfolipídeos como sinalizadores intracelulares 3) Outras funções dos lipídeos; sinalização celular, cofatores e pigmentos •Eicosanóides: regulação parácrina do metabolismo Derivados de ácidos graxos, envolvidos em diversos aspectos fisiológicos: reprodução, febre, dor, inflamação, secreção gástricas e outros. Existem três classes de eicosanóides, todas derivadas do ácido araquidônico: Prostaglandinas Leucotrienos Tromboxanos 3) Outras funções dos lipídeos; sinalização celular, cofatores e pigmentos •Eicosanóides: regulação parácrina do metabolismo 3) Outras funções dos lipídeos; sinalização celular, cofatores e pigmentos •Vitamina A e D: precursores hormonais 3) Outras funções dos lipídeos; sinalização celular, cofatores e pigmentos •Vitamina A e D: precursores hormonais 3) Outras funções dos lipídeos; sinalização celular, cofatores e pigmentos •Quinonas: cofatores e transportadores de elétrons Trabalhando com lipídeos
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