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REDAÇÃO INSTRUMENTAL REVISÃO AV2/AV3

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REVISÃO para Av2 e Av3
REDAÇÃO INSTRUMENTAL
NARRATIVA JURÍDICA
Que utilização fazemos da narrativa jurídica?
Argumentação
 fundamentar, argumentar, justificar, convencer.
 construir argumentos e manejá-los com habilidade.
 Abbagnano (1998, p.79), em seu “Dicionário de Filosofia”,
afirma que argumento: “[...] é qualquer razão, prova,
demonstração, indício, motivo capaz de captar o
assentimento e de induzir à persuasão ou à convicção.”
Argumentação
 Persuadir mediante a apresentação de razões, de
provas e de um raciocínio coerente.
 Consistência do raciocínio e a evidência das provas.
Argumentação
 art. 93, inciso IX (CF/88): “[...] todos os julgamentos dos órgãos do
Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade, [...]”.
 Persuasão busca atingir o interlocutor por meio dos sentimentos,
da vontade, por meio de argumentos plausíveis ou verossímeis,
estando, portanto, vinculado à emoção, ao agir; enquanto
convencer é estritamente ligado à razão, por meio de provas
objetivas e claras, ao crer, ligado, pois, à lógica.
Conceito 
 “objeto da argumentação jurídica é visar à
sustentação de uma tese, de tal modo que cada
tese é passível de uma antítese, o que
determina que as escolhas dos argumentos
aspiram a superar ou a minimizar as fragilidades
dos sentidos da linguagem e a reforçar os
procedimentos de sustentação da tese, já que a
verdade dos argumentos é sempre parcial, pois
não há verdade absoluta. (PERELMAN, 2000, p.
11).
Argumentação
Certo ou errado? F
Relevante ou irrelevante? V
 Fraco ou forte? V
NARRAÇÃO ARGUMENTAÇÃO
OBJETIVO
Expor os fatos relevantes do
caso concreto a ser solucionado
no Judiciário.
Defender uma tese compatível 
com o interesse da parte que o 
advogado representa para
sustentação do pedido que
se pretende ter acolhido pelo 
judiciário.
IMPORTÂNCIA
DO FATO
Cada fato representa uma 
informação
que compõe a situação
fática a ser conhecida pelo
judiciário.
O fato (informação) narrado é
interpretado à luz do 
ordenamento jurídico e 
transformado em elemento de 
persuasão que é o raciocínio; 
para sustentação da defesa tese 
pretendida (Descritivo-
Valorativo-Normativo).
PESSOA
DO
DISCURSO
Utiliza-se a 3ª pessoa do 
singular, por marcar a 
imparcialidade do advogado, 
passando, assim, maior 
veracidade aos fatos
narrados.
Utiliza-se a 3ª pessoa do 
singular em busca de maior 
persuasão e veracidade 
para os argumentos 
formulados.
ORGANIZAÇÃO
Os fatos são narrados e
descritos em ordem 
cronológica,
isto é, na mesma ordem em 
que aconteceram no mundo 
natural (=Relógio/calendário).
Os argumentos são 
organizados
em uma linha de raciocínio
lógica, coerente e coesa em
busca da persuasão do 
auditório.
É de grande relevância a
consistência do raciocínio e a
evidência das provas.
ELEMENTOS
CONSTITUTIVOS
DA NARRATIVA
 O quê? (fato gerador do conflito/ pedido); 
 quem? (partes processuais);
 onde? (local do fato);
 quando? (momento do fato-dia. Mês, ano); 
 como? (modo como os fatos ocorreram);
 por quê? (nexo e causalidade/razão/motivo).
ESTRUTURA
DA ARGUMENTAÇÃO
 O fato gerador do conflito (nexo 
causal);
 Apresentação explícita da tese a 
ser defendida, construção de 
argumentos fortes ou 
consistentes, a partir dos fatos
relevantes selecionados, para
sustentação da tese a ser 
apresentada;
 seleção dos tipos de argumentos 
para sustentação da tese de forma 
persuasiva.
NATUREZA DO
TEXTO
A narrativa possui função
informativa, mas é também
entendida como um 
excelente recurso 
persuasivo a serviço da
argumentação.
A argumentação tem 
função persuasiva por 
excelência.
 Clareza -
é a habilidade de transpor com exatidão uma ideia 
ou pensamento. É importante usar vocabulário 
acessível, redigir orações na ordem direta, utilizar 
períodos curtos e eliminar o emprego excessivo de 
adjetivos.
 Concisão –
consiste em informar o máximo em um mínimo de 
palavras.
A concisão colabora para a correção do texto, pois 
as chances de erro aumentam na mesma proporção 
que a quantidade de palavras.
TESE
- A tese é o posicionamento diante do caso concreto.
- pretensão que será feita ao juiz.
- é o que precisa ser provado na argumentação jurídica, 
objetivando persuadir o julgador ou tribunal de júri acerca 
da verossimilhança...
- a tese deve estar bem fundamentada ou justificada.
Analise agora esta situação fática:
 “O cliente de um determinado hotel fica ferido porque,
enquanto ele dormia, se soltou do teto um pedaço de
gesso. Surge, então, a questão de – se a administração
do hotel se comportou negligentemente e deve, por
isso, indenizar o cliente.”
 Cada uma das partes (o advogado do hotel e o do
cliente) deve formular uma tese e desenvolver uma
argumentação, que poderia ser assim sintetizada: O
laboratório de sismologia informa que no dia D à hora H
se registrou um terremoto de baixa intensidade.
Tese A: A queda do gesso
foi causada pelo terremoto
e não por negligência.
 Argumento 1: Um terremoto dessa intensidade pode ter
causado a queda do gesso.
 Argumento 2: O doutor Y, sismógrafo de fama nacional, está
disposto a dar o seu parecer sobre essa possibilidade.
 Argumento 3: O edifício do hotel foi tão afetado pelo
terremoto quanto as outras construções, mas só com relação ao
hotel havia informação da existência de condições de
insegurança.
Tese B
A queda do gesso foi
causada por negligência do
hotel, não pelo terremoto.
Argumento 1: No dia D, inspetores de edifícios da cidade indicaram que 
o hotel X reunia condições de insegurança e fizeram referência à queda 
de gesso.
Argumento 2: Dois dias antes da data indicada, chamou-se um 
profissional para reparar o gesso dos tetos. O serviço foi marcado para 
dois dias depois da data do acidente.
Argumento 3: Não há notícia de outros danos causados pelo terremoto.
Argumentação
Argumento significa convencimento,
persuasão, refutação, afirmação,
declaração.
O argumento tem a finalidade de defender
a(s) tese(s) proposta(s) e a construir provas
ou destruí-las.
TESE X PEDIDO
A tese é o ponto de vista jurídico que o advogado da parte 
irá apresentar em juízo, em sua argumentação, para 
sustentar o pedido...
Portanto, a tese está sempre relacionada ao pedido, mas não é o pedido.
PEDIDO: materialização de sua pretensão, é o que ele
pretende que lhe seja outorgado, reconhecido ou ainda
constituído em uma sentença judicial.
PARAGRÁFOS
 1º PARÁGRAFO / Introdução /: Apresenta-se a tese e
trabalha- se com os fatos que a sustentam em
raciocínios argumentativos.
 2º PARÁGRAFO E DEMAIS / Desenvolvimento / As
provas e os argumentos que darão sustentação à
tese.
 ÚLTIMO PARÁGRAFO / Conclusão / O resultado e o
pedido que se faz diante da tese.
O parágrafo se inicia por uma expressão
modalizadora – “É fato provado e
incontroverso[...]”.
As expressões modalizadoras são elementos
linguísticos que funcionam como indicadores
de intenções, sentimentos e atitudes do
relator em relação ao seu discurso.
EXPRESSÕES MODALIZADORAS
É certo...
É fato...
É preciso...
É necessário...
É provável...
É obrigatório...
No primeiro parágrafo que serve de
introdução à fundamentação, ou à
argumentação, o advogado ou jurista já
descreve as partes envolvidas (autor e réu),
nexo causal (causa e a consequência ou
conduta e resultado) e tese a ser defendida,
marcando de forma acentuada o lugar da
fundamentação ou argumentação.
“TEMER ASSINOU DECRETO QUE AUTORIZA O 
USO DAS FORÇAS ARMADAS EM TODO PAÍS, DIZ 
MINISTRO”
Decreto de Garantia da Lei e da Ordem vale até dia 4. Governo afirma 
que 45% dos pontos deinterdição foram liberados.
Fonte: G1
TIPOS DE ARGUMENTAÇÃO
ESTRUTURA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA
1º PARÁGRAFO Introdução Apresenta-se a tese e 
trabalha- se com os 
fatos que
a sustentam em 
raciocínios
argumentativos.
2º PARÁGRAFO E 
DEMAIS
Desenvolvimento As provas e os 
argumentos que
darão sustentação à 
tese.
ÚLTIMO 
PARÁGRAFO
Conclusão O resultado e o pedido 
que se
faz diante da tese.
Vínculo Causal ou argumento de Causa e 
Consequência
 contém as partes processuais envolvidas (autor e réu)
 nexo causal (conduta e resultado ou obrigação/dever e 
descumprimento da obrigação/inadimplência, por exemplo).
EXEMPLO : “O fornecimento da água não pode ser interrompido
por inadimplência do autor, porque, por se tratar de serviço
público fundamental, é essencial e vital ao ser humano, não
podendo, assim, ser suspenso pelo atraso no pagamento das
respectivas tarifas, uma vez que o Poder Público dispõe dos
meios cabíveis para a cobrança dos débitos dos usuários.
(Doc.fls.6)
Argumento de Concessão
 aceitação de um argumento do adversário, que não se refuta, mas que se 
faz seguir de um argumento em sentido inverso, a partir do qual se 
conclui.
 usar a contra argumentação.
 EXEMPLO: “Embora haja quem argumente ser impossível pensar a 
afetividade como valor jurídico, pois não existe lei que obrigue alguém a 
ser pai, nem garanta reaproximações indesejadas, a Justiça pode, sim, 
fazer valer o direito de um filho em relação aos cuidados paternais, 
por meio de uma reparação afetiva.” 
Argumento de Autoridade
 trazer ao discurso a opinião de pessoa reconhecida em 
determinada área do saber, para que suas palavras funcionem 
como reforço à veracidade da tese que se apresenta.
 Por seu alto valor, o argumento de autoridade é um dos mais 
utilizados nos textos jurídicos.
 EXEMPLO: “Como esclareceu o Doutor Procurador, Paulo 
Cezar Pinheiro Carneiro, ‘é preciso deixar claro que, na 
separação consensual, a sociedade conjugal é dissolvida’ ”.
Argumento de Prova
 transformar a prova (fatos) em argumentos persuasivos.
 apresentar o fato e suas consequências jurídicas.
 EXEMPLO : “O próprio médico que prestou depoimento às
21h informou que, quando alguma criança nasce com
problema, nas 24 horas seguintes ao nascimento, a clínica
transfere o recém-nascido para a UTI Neonatal para receber
o tratamento devido; mas isso não foi feito com o menor, o
que torna a ré responsável por sua morte em decorrência da
sua conduta negligente, pois tinha o dever de cuidar do
paciente e não o fez.”
Argumento por Analogia
 Pelo argumento de analogia, o advogado defende a sua tese, usando 
o mesmo resultado, no caso semelhante, ao utilizado pela 
Jurisprudência. Baseia-se no princípio de que a justiça deve tratar 
de maneira semelhante situações idênticas.
 EXEMPLO: “Se o dono de um estabelecimento comercial é obrigado 
a pagar tributos para ter o direito de vender sua mercadoria, da 
mesma forma, um camelô também deveria pagar tributos sobre a 
mercadoria comercializada.”
Argumento por Senso Comum
É o argumento que traz declarações aceitas pela 
maioria, sendo difícil combatê-las.
EXEMPLO: “Sabe-se que quem tem o nome incluído 
no SPC passa por uma situação constrangedora. 
Sendo assim, aquele cujo nome foi inserido 
indevidamente nesse cadastro tem direito à 
indenização por danos morais.”
CASO CONCRETO: PRESO ACUSADO DE ESTUPRO
Dizendo-se apaixonado, ele deixou celular com a vítima. Polícia rastreou os números.
A paixão colocou o mecânico Luís Carlos da Conceição atrás das grades. Ele é acusado de estuprar a
promotora de vendas Alessandra, 28, na rua Cel. Moreira César, Morro do Chapadão. Dizendo-se arrependido e
apaixonado, levou a vítima até o ponto de ônibus e deixou seu celular com ela. A polícia conseguiu prendê-lo
rastreando as ligações. Adriana Belém, titular da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam – Centro)
disse que Luís Carlos é suspeito de participar do estupro de quatro mães na fila da matrícula de uma escola na
Pavuna, em janeiro.
Segundo a polícia, por volta das 5 h. de sábado, o mecânico levou Alessandra ao ponto onde ela pegaria o
ônibus para ir ao trabalho. Lá, entregou seu próprio celular e pediu que ligasse para ele. Depois, voltou ao
lugar do estupro e tentou violentar outra moça, de 24 anos. Armado e agressivo, deu um soco no nariz de
Josely, que começou a sangrar muito. Ela conseguiu se livrar do bandido se abaixando e alegando estar grávida
de dois meses. Luís Carlos se assustou e fugiu, levando o relógio e os vales-transporte de Josely.
Enquanto isso, ao chegar à Barra da Tijuca, onde trabalha, Alessandra foi ao Hospital Lourenço Jorge para
ser medicada. De lá, foi encaminhada para prestar queixa. A delegada Adriana Belém rastreou o número do
aparelho que Luís Carlos dera à vítima. “Procurei os números que estavam na memória e consegui falar com o
cunhado dele. Disse que o celular tinha sido extraviado e que o dono deveria ir à delegacia buscá-lo”, afirma a
delegada. Quando Luís Carlos chegou à Deam para reaver o aparelho, foi preso.
“Ele tem características físicas compatíveis com um dos estupradores da escola e mora no local, mas
precisamos que alguma testemunha o reconheça”, diz Adriana. Ontem, Alessandra e Josely reconheceram o
mecânico, mas ele nega os crimes. A promotora de vendas fez exame de corpo de delito, ficou bastante
emocionada e chegou a passar mal ao reconhecer o estuprador. A arma ainda não foi encontrada.
Argumentação
Em nossa sociedade, pode-se ver de tudo. A cada dia, o cidadão de bem se depara com mais uma situação
inusitada. Agora, o que nos chega é o caso de um notório estuprador, sem o menor escrúpulo, que não deve ser
poupado de forma alguma da punição exemplar, se declara arrependido e apaixonado por sua vítima. A sociedade
não se pode enganar com isso, UMA VEZ QUE Luís Carlos da Conceição agiu com nítida violência, contra duas
jovens no mesmo dia, no Chapadão, E TAMBÉM foi reconhecido como responsável por crime similar na Pavuna,
não demonstrando o menor respeito e discernimento, atacando mulheres que estavam na fila de matrícula de uma
escola. ALÉM DISSO, ainda procurou confundir a polícia, ao se declarar arrependido e apaixonado por uma de
suas vítimas.
O reconhecimento pleno da mulher como cidadã é uma realidade relativamente nova no contexto da cultura
ocidental. Por isso, não é de hoje que a violência generalizada encontra nas mulheres suas maiores vítimas, tendo
como uma de suas modalidades mais frequentes o estupro, que consiste em constranger alguém a manter relações
sexuais contra a vontade, muitas vezes com o emprego da força física.
Uma vez que tais situações vêm se tornando cada vez mais recorrentes, é de se esperar que novas delegacias da
mulher sejam instaladas, em todos os bairros da cidade, a fim de garantir melhor atendimento à população, que paga
seus impostos, cumpre a lei e não aguenta mais tanto descaso, manifestando o legítimo direito de viver em paz .
A DESPEITO DE um possível distúrbio mental, o mecânico não pode continuar livre, pois ele, como
qualquer outro que demonstre conduta semelhante, representa uma grave ameaça ao direito de ir e vir de
todos nós, cidadãos, em particular das mulheres cariocas. EMBORA tenha deixado um aparelho de celular
com a vítima, não deve ficar isento de punição, pois pode ter sido uma iniciativa premeditada, para
justamente tentar se livrar da cadeia.
Não se pode mais sair com tranquilidade para desfrutar de momentos de lazer noturno, ou mesmo, sair para
trabalhar. Note-se que a promotora de vendas Alessandra foi atacada no momento em que se dirigia ao ponto
do ônibus que a levaria para o trabalho. Tal situação não pode continuar.
Diante do exposto, a sociedade clama por uma resposta rápida das autoridades judiciárias. Pelo bem de
nossas filhas,não podemos permitir que um elemento como este continue impune. Luís Carlos da Conceição
deve receber a pena máxima, prevista para crimes como este.
Em vermelho, a tese e a conclusão;
em azul, o argumento pró tese;
em roxo, o argumento de causa e efeito;
em vinho, o argumento de oposição
	 REVISÃO para Av2 e Av3
	NARRATIVA JURÍDICA
	Argumentação
	Argumentação
	Argumentação
	Conceito 
	Argumentação
	Número do slide 8
	Número do slide 9
	Número do slide 10
	Número do slide 11
	Número do slide 12
	Número do slide 13
	Número do slide 14
	Número do slide 15
	Número do slide 16
	TESE
	Analise agora esta situação fática:
	Tese A: A queda do gesso�foi causada pelo terremoto�e não por negligência.
	Tese B�A queda do gesso foi�causada por negligência do�hotel, não pelo terremoto.
	Argumentação
	TESE X PEDIDO
	PARAGRÁFOS
	Número do slide 24
	Número do slide 25
	Número do slide 26
	Número do slide 27
	TIPOS DE ARGUMENTAÇÃO
	Vínculo Causal ou argumento de Causa e Consequência�
	Argumento de Concessão
	Argumento de Autoridade
	Argumento de Prova
	Argumento por Analogia
	Argumento por Senso Comum
	Número do slide 35
	Número do slide 36
	Número do slide 37

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