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soluções de controvérsias

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SOLUÇÕES DE CONTROVÉRSIAS INTERNACIONAIS
- A temática a respeito da solução dos litígios internacionais tem sido uma das mais tradicionais do Direito Internacional, desde a emergência de seus estudos sistemáticos, e aquela que, na atualidade, mais tem sofrido, com alguma intensidade as notáveis inovações introduzidas pelas mutações das relações internacionais.
UTILIZAÇÃO DO TERMO “CONTROVÉRSIAS”: Poder-se-ia, em algum momento, utilizar termos próximos, como Litígio ou Conflito, para explicitar esse desacordo sobre certo ponto de direito ou de fato, pois, à medida que dois ou mais estados abordam o mesmo problema sob óticas diversas, instaura-se uma divergência. Os termos citados, apesar de tidos como sinônimos perfeitos, para o efeito do Direito Internacional, trazem consigo o inconveniente de concepções formadas pela sua utilização na Língua Portuguesa. Desse modo, o termo Litígio tende a indicar desacordos deduzidos ante a uma jurisdição; e, Conflito expressa a ideia de um desacordo sério e carregado de tensões; tais termos tendem a remeter a oposição somente a uma situação crítica e parecem abandonar a ideia que o fato pode ser apenas uma oposição de teses jurídicas ou de interesses entre Estados. Parte da doutrina, baseada no capítulo VI da Carta das Nações Unidas (Solução Pacífica de Controvérsias), utiliza a expressão Controvérsia Internacional para definir conflitos de interesses de qualquer natureza entre dois ou mais Estados; podendo tratar-se tanto de diferenças de interpretação de normas internacionais vigentes, quanto de situações factuais, onde, por inexistir uma norma internacional que as regule, emerge a necessidade de estabelecer-se uma regulamentação, assim como, de conflitos graves, onde se faz necessária à presença de meios Políticos, Jurisdicionais ou Coercitivos para a resolução de tal lide. Sendo assim, o direito internacional geral não distingue os termos: conflitos, litígios, disputas, controvérsias, situações; buscando-se na doutrina e na semântica a melhor expressão diante de um caso concreto. Em virtude de uma ideia de abrangência geral e dos conflitos sem remeter a este ou aquele, preferiu-se utilizar a expressão Controvérsia Internacional para o estudo de seus meios de resolução pacíficos e coercitivos.
- A Sociedade Internacional ainda não se acha juridicamente organizada de forma análoga, acima dos Estados não há um órgão superior ao qual efetivamente obedeçam. Para dirimir controvérsias entre eles e fazer respeitar os direitos de cada um, não há uma entidade supranacional controladora.
- A prática do Direito Internacional Público e a Carta das Nações remetem a variadas formas de resolução das demandas, sem que haja uma hierarquia ou obrigatoriedade de utilização desta ou daquela. 
- A possibilidade da solução judiciária, propriamente dita, vem através da Corte Internacional de Justiça, órgão da Organização das Nações Unidas, e para tanto, se torna necessária adesão ao referido tribunal, assim, somente após tal feito os estados parte estariam a ela sujeitos e compromissados, tendo em caso de descumprimento da sentença originado um ilícito internacional.
FONTES DAS REGRAS DE SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS: Depois da segunda metade da década de 1940, com o fim da Segunda Guerra Mundial, e com a criação da ONU, as principais fontes de regras sobre soluções de controvérsias no Direito Internacional Público foram arroladas no artigo 38, do Estatuto da Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal órgão judiciário daquela organização, o qual transcreve-se, juntamente com o artigo 59:
Artigo 38
1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita como sendo o direito;
c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
d) sob ressalva do art. 59, as decisões judiciárias e a doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isto concordarem.
Artigo. 59
A decisão da Corte só será obrigatória para as partes litigantes e a respeito do caso em questão.
Também no artigo 33 da Carta da ONU, estão expostos os principais meios pacíficos de soluções de litígios, resumindo normas escritas esparsas em outros diplomas internacionais, numa tentativa de escrever usos e costumes há muito vigentes entre os Estados, transcreve-se:
Artigo 33
1. As partes em uma controvérsia, que possa vir a constituir uma ameaça à paz e à segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem, solução judicial, recurso a entidades ou acordos regionais, ou a qualquer outro meio pacífico à sua escolha.
2. O Conselho de Segurança convidará, quando julgar necessário, as referidas partes a resolver, por tais meios, suas controvérsias.
- Podemos enumerar os meios de solução de controvérsias internacionais da seguinte forma:
							Negociações diplomáticas
- MEIOS PACÍFICOS:	 I) Meios diplomáticos 	Bons ofícios
							Mediação
							Inquérito
							Conciliação
							Sistema de consultas
			
 II) Meios Políticos 
						 Arbitragem
		 III) Meios Jurisdicionais 	
 Solução Judicial
		 		
Retorsão
				Represália
- MEIOS COERCITIVOS	Embargos	
Bloqueio pacífico
				Boicotagem 
				Rompimento de relações diplomáticas
MEIOS PACÍFICOS
- Não existe uma gradação ou hierarquia a ser seguida, pois todos os meios são de soluções pacíficas e cabem as partes escolhê-los, segundo os seus critérios de avaliação e a situação de fato e de direito envolvida, sendo possível, inclusive, a incidentalidade de meios, a fim de dar brevidade à resolução do conflito.
1) MEIOS DIPLOMÁTICOS: Os Meios Diplomáticos compreendem tratativas políticas internacionais não jurisdicionalizadas e não sujeitas a organismos regionais; muitas vezes, de modo breve, e um tanto informal, vêm a determinar o fim de lides leves ou potencialmente danosas.
1.1. NEGOCIAÇÕES DIPLOMÁTICAS: O meio potencialmente mais simples de solução pacífica de controvérsias entre Estados são as negociações internacionais, procedimentos que se encontram regidos por usos e costumes internacionais. Caracterizam-se por sua informalidade e podem intervir durante quaisquer fases de outras formas de solução de Controvérsias. Na realidade, elas constituem o requisito para que as outras formas possam instaurar-se, em especial as arbitragens e as soluções judiciárias.
1.2. BONS OFÍCIOS: Os Bons Ofícios, que não aparecem no rol das soluções de controvérsias entre Estados, no mencionado art. 33 da Carta da ONU, constituem, no entanto, forma bastante antiga e há muito reconhecida como tal pelo DIP, inclusive, constantes nos artigos 8 e 9 do Pacto de Bogotá, de maio de 1948, transcreve-se:
Artigo 9 – O processo dos bons ofícios consiste na gestão por parte de um ou mais Governos americanos ou de um ou mais cidadãos eminentes de qualquer Estado Americano, alheios à controvérsia, no sentido de aproximar as partes, proporcionando-lhes a possibilidade de encontrarem, diretamente, uma solução adequada.
Artigo 10 – Uma vez que se tiver conseguido a aproximação das partes e que estas tiverem entrado novamente em negociações diretas, dar-se-á por terminada a ação do Estado ou do cidadão que tenha oferecido seus Bons Ofícios ou aceitado o convite para interpô-los; no entanto, por acordo das partes, aqueles poderão estar presentes às negociações.
São procedimentos de resoluções de litígios através de entendimento direto entre os contendores, entretanto com interferênciade terceiros, que podem ser estados, organizações internacionais, ou um chefe de Estado ou ministro, individualizado e indicado para esse fim, e chamado de prestador de bons ofícios.
EXEMPLOS: I) Brasil já prestou bons ofícios, assim como também já foi beneficiado pela prestação de bons ofícios de terceiros, diversas vezes. Em 1864, Brasil e Grã-Bretanha estavam de relações cortadas, devido o caso Christie, Portugal foi prestador de bons ofícios, o que fez com que os Estados que estavam se desentendendo, voltassem a ter relações amistosas. II) A ação dos Estados Unidos, com o governo Carter para promover a aproximação entre Egito e Israel. A série de negociações que se seguiram culminaram posteriormente com a celebração do acordo de Camp David. III) A França, que em 1968, aproximou os Estados Unidos e o Vietnã – em plena guerra no sudeste asiático – oferecendo-lhes como campo neutro a cidade de Paris, onde negociaram até a conclusão, em 1973, dos acordos que conduziram o fim da guerra. IV) Como exemplo da não-obrigatoriedade da aceitação dos bons ofícios, cita-se a reunião de 23 de outubro de 1991, em Cozumel, onde os presidentes do México, da Colômbia e da Venezuela resolveram oferecer seus bons ofícios conjuntos aos governos de Cuba e dos Estados Unidos para facilitar-lhes o diálogo. Oferta que imediatamente foi negada por Fidel Castro e George Bush.
1.3. MEDIAÇÃO: A mediação é um instituto que se aproxima bastante dos bons ofícios já que ela também importa o envolvimento de terceiro na lide. Este, por sua vez, não possui uma atuação meramente instrumental aproximando as partes; ele, originalmente, toma conhecimento da demanda e das razões de cada um dos litigantes, para lhes propor uma solução, não se restringindo a simplesmente propor uma base de negociações, mas antes a propor a base de um acordo.
 Não sendo a proposta do mediador obrigatória, basta que uma das partes não concorde com o proposto pelo mediador para que essa via de solução pacífica fracasse.
EXEMPLO: O Brasil, conjuntamente com a Argentina, o Chile, já foram mediadores num conflito entre os Estados Unidos e o México, em 1914, resolvido com a celebração de um tratado bilateral. As mesmas três repúblicas, dessa vez somadas aos Estados Unidos, foram mediadoras ao longo da Guerra do Chaco entre Bolívia e Paraguai, entre 1935 e 1938.
1.4. INQUÉRITO: Também conhecido como investigação ou determinação de fatos, o Inquérito tem servido como procedimento preliminar de instância diplomática, política ou jurisdicional, sendo o próprio um meio diplomático de se estabelecer antecipadamente à materialidade dos fatos. Os inquéritos normalmente se fazem presentes quando uma situação de fato reclama esclarecimento, bem como geralmente são conduzidos por comissões semelhantes às de conciliação. Tais comissões, portanto, têm por fim apurar fatos ainda ilíquidos, de modo que se prepare adequadamente o ingresso numa das vias de efetiva solução do conflito.
EXEMPLOS: As averiguações do cumprimento pelos Estados das obrigações internacionais relativas a padrões mínimos assegurados aos trabalhadores no âmbito da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ao regime de proteção dos direitos humanos, a controles relativos a desarmamento e da verificação dos materiais nucleares que são transacionados em nível internacional sob a égide da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
1.5. CONCILIAÇÃO: Nessa modalidade de solução pacífica de controvérsias internacionais constitui-se uma comissão composta por um número ímpar de pessoas, formada pelos representantes dos Estados em conflito e também por elementos neutros, a fim de dar um resultado imparcial à demanda, com base de informações de ambos litigantes. É uma variante da mediação, cominada com elementos do sistema de inquérito, caracterizada por maior aparato formal, relativamente recente no Direito Internacional e consagrada por sua previsão em um bom número de tratados importantes.
A conciliação tem algo de semelhante com a mediação, no que concerne a ser um procedimento de intervenção de terceiros, a pedido dos Estados-parte numa controvérsia; contudo sua fundamental heterogeneidade se encontra nas formalidades de instituição das comissões de conciliação - em geral compostas de três a cinco pessoas – com representantes dos Estados litigantes e de terceiros Estados
1.6. SISTEMAS DE CONSULTA: A consulta, como método pacífico de solução de litígios, pode ser conceituada como um meio de entendimento previamente programado, realizado de forma direta entre as partes. Uma variante das Negociações Diplomáticas. Essas consultam-se mutuamente sobre seus desacordos através de forma previamente ajustada, geralmente por tratados, em encontros periódicos em que discutirão soluções às suas pendências, acumuladas durante este período de intervalo entre as consultas. 
 Foi no continente americano, que o sistema de consultas se desenvolveu e adquiriu caráter preciso de meio de solução de controvérsias, bem como de meio de cooperação pacifista internacional.
Antes mesmo da fundação da Organização dos Estados Americanos (OEA), as reuniões de consulta já permitiam aos países do continente, através de seus Ministros das Relações Exteriores, entendimento sobre os conflitos existentes e alternativas de para solucioná-los. Desde 1951, ano em que entrou em vigência a OEA, existe, constante em seu Capítulo X, A Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores, onde estes, segundo os artigos 61, 62 e 53 - b, do diploma, se reúnem encarregados de examinar os problemas de caráter urgente e de interesse comum para os Estados americanos.
Art. 61: “A reunião de Consultas dos Ministros das Relações deverá ser convocada a fim de considerar problemas de natureza urgente e de interesse comum para os Estados americanos, e para servir de órgão de Consulta”.
Art. 62. “Qualquer Estado membro pode solicitar a convocação de uma Reunião de Consulta. A solicitação deve ser dirigida ao Conselho Permanente da Organização, o qual decidirá, por maioria absoluta de votos, se é oportuna a reunião”.
Art. 53. “A Organização dos Estados Americanos realiza os seus fins por intermédio: b) Da Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores
2. MEIOS POLÍTICOS: Os meios Políticos de resolução de controvérsias internacionais são aqueles que utilizam instituição intergovernamental das nações em litígio para resolver a demanda. Pela sua maior abrangência, notoriamente, através do Conselho de Segurança, da Assembleia Geral e do Secretário Geral, a ONU é a entidade que apresenta um renovado foro de negociações, pois coloca frente a frente todos os Estados (mesmo aqueles que não mantém relações diplomáticas entre eles, ou que estão rompidas), contudo, organizações de alcance regional e vocação política, como a Liga dos Estados Árabes (1945) e a Organização do Estados Americanos (1951), também dispõem de mecanismos essencialmente análogos aos das Nações Unidas para a solução pacífica de litígios entre os seus integrantes. 
Quando existe conflito de certa gravidade, desconforto no cenário internacional, que se encontra na eminência de uma guerra entre os Estados envolvidos, ou de um forte desacordo diplomático, os órgãos políticos ou organizações intergovernamentais tomam para si a solução do conflito. Eles podem agir mesmo à controvérsia de uma das partes, quando a outra manifesta interesse, ou mesmo à controvérsia de ambas as partes, quando o secretário geral da organização ou terceiro Estado integrante da organização se manifeste, trazendo a existência do conflito para debate entre os membros desta.
3. MEIOS JURISDICIONAIS:  A doutrina costuma classificar a arbitragem - mecanismo jurisdicional, mas não judiciário, pela ausência de permanência e profissionalidade – e a solução judiciária - oriunda de tribunais internacionais, a exemplo do tribunal internacional de Haia - como meios jurisdicionais de solução de controvérsias internacionais.
3.1. ARBITRAGEM: Um dos mais antigos meiosde solução de controvérsias. Esta se caracteriza por ser um procedimento através do qual os litigantes escolhem um árbitro ou um tribunal composto de várias pessoas, normalmente escolhidas pela sua especialidade na matéria, bem como pela neutralidade e imparcialidade, para dirimir um litígio mais ou menos delimitado pelos litigantes, segundo procedimentos igualmente estabelecidos diretamente por eles, ou fixados pelo árbitro, por delegação dos Estados instituidores da arbitragem.
A arbitragem se distinguiria em dois tipos: voluntária ou facultativa e permanente ou obrigatória. A primeira surgiria do compromisso entre as partes para a solução de uma controvérsia que já surgiu. Assim, não há um acordo anterior entre as partes, pois o litígio não foi previsto. A arbitragem permanente ou obrigatória decorre de um acordo prévio entre as partes, as quais preveem que caso haja uma divergência entre elas, será submetida à uma solução arbitral. Esse compromisso prévio pode ser tanto um tratado geral de arbitragem quanto uma cláusula arbitral inserida em um tratado.
3.2. SOLUÇÃO JUDICIAL: A possibilidade da solução judiciária, propriamente dita, vem através da Corte Internacional de Justiça, órgão da Organização das Nações Unidas, e para tanto, se torna necessária adesão ao referido tribunal, assim, somente após tal feito os estados parte estariam a ela sujeitos e compromissados, tendo em caso de descumprimento da sentença originado um ilícito internacional.
A Corte Internacional de Justiça é composta por quinze juízes eleitos, em voto separado, pela Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. O mandato dos juízes é de nove anos, sendo permitida a reeleição, e procedendo-se à renovação pelo terço a cada três anos.
MEIOS COERCITIVOS
- Findos os meios pacíficos de resolução de controvérsias internacionais e, entendendo o Estado soberano, ou a OI, que as demais soluções fracassaram, seja pelo desinteresse da parte adversa em resolver a obrigação, ou pela falta de executividade da solução apresentada, através de determinadas demonstrações de poder e influência as nações em litígios buscam o convencimento através da força.  Não se trata de um estado de guerra, embora tenha muitos componentes para que esta aconteça.
- Esses métodos são verdadeiras sanções, soluções impositivas da força, admitidas na prática internacional.
1. RETORSÃO: É o ato pelo qual um Estado ofendido aplica, dentro do Direito Internacional, sem violar tal direito, ao Estado ofensor as mesmas medidas ou os mesmos processos que este empregou ou emprega contra ele, à busca do status quo ante. Consiste então, numa espécie da aplicação da lei de Talião.
EXEMPLOS: fechamento do acesso de portos de um Estado aos navios de outro Estado; a concessão de certos privilégios ou vantagens aos nacionais de um Estado, simultaneamente, com a recusa dos mesmos favores aos nacionais de outro Estado - aumento de tarifas de um determinado produto alfandegário.
2. REPRESÁLIAS: As represálias são medidas coercitivas, derrogatórias das regras ordinárias do direito das gentes, tomadas por um Estado em consequência de atos ilícitos praticados, em seu prejuízo, por outro Estado e destinadas a impor a este, por meio de um dano, o respeito do direito. 
As represálias são consideradas negativas quando o Estado se nega a cumprir determinada obrigação, decorrente de um pacto, ou executa atos que lhe são proibidos.  As positivas quando um Estado, por meios militares, pratica atos contra pessoas e bens do Estado com quem está em litígio. Podendo, também, ser classificadas em armadas ou não armadas.
EXEMPLOS: Sequestro de bens e de valores pertencentes ao Estado, ou a seus nacionais; a interrupção das relações comerciais; a expulsão de nacionais do estado que transgrediu as normas internacionais, ou a sua prisão como reféns; a recusa de executar os tratados vigentes ou sua denúncia, a retirada dos privilégios e favores concedidos aos cidadãos do estado; a ocupação do território, como medida coercitiva.
As represálias, por serem uma reação contra um delito no plano internacional, são um dos meios mais violentos de solução de controvérsias, e também, um dos menos eficazes, pois, em tempos de paz aproximam os Estados litigantes de um conflito armado, devido ao seu caráter violento, e quando utilizadas em tempo de guerra servem apenas para agravar ainda mais o conflito, tornando ainda menos amistosa a relação entre os Estados beligerantes. 
2.1. EMBARGO: É uma forma especial de represália que consiste, no sequestro, em tempo de paz, de navios e cargas de nacionais de um Estado estrangeiro, ancorado nos portos ou em águas territoriais do Estado que pratica essa ação.
Não se confunde, em nenhum momento, com o “direito de angária”, onde um Estado solicita os navios mercantes estrangeiros para o transporte de soldados e munições em troca de pagamento. Nem com o chamado “embargo do príncipe”, onde fica proibida a saída de navio do porto do estado ou de suas águas territoriais por problemas sanitários ou por questões judiciárias ou policiais. Pois nenhum desses representa medida coercitiva.
EXEMPLOS: Nas duas Grandes Guerras, até mesmo o Brasil utilizou o embargo quando sequestrou embarcações, cargas e bens alemães, italianos e japoneses. Contudo, esse meio coercitivo foi abandonado pela prática internacional e condenado pela doutrina, pois, muitas vezes, atinge apenas simples particulares sem colaborar para o fim dos conflitos.
2.2. BLOQUEIO PACÍFICO: O Bloqueio Pacífico constitui outra forma de represália. Consiste em impedir, por meio de força armada, as comunicações de um país com os demais membros da sociedade internacional, objetivando obrigar a nação coagida a proceder de determinado modo. Trata-se de um dos meios de que o Conselho de Segurança das Nações Unidas pode recorrer para obrigar determinado Estado a proceder de acordo com a Carta.
É um meio muito pouco utilizado atualmente, sendo, também muito criticado pela doutrina, tendo muitos Estados se mostrado desfavoráveis ao seu emprego, alicerçados na pouca eficácia do instituto.
2.3. BOICOTAGEM: É também uma forma de represália, definida em prol da interferência nas relações comerciais, econômicas ou financeiras com um Estado considerado ofensor dos nacionais ou dos interesses do Estado que aplica a medida.
Consiste, especificamente, na proibição de que sejam mantidas relações comerciais com os nacionais de Estado que violou as regras de Direito Internacional. Também pode compreender a interrupção de eventual assistência financeira e das relações comerciais.
3. ROMPIMENTO DE RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS

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