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MOTORES ELÉTRICOS MOTOR ELÉTRICO É A MÁQUINA DESTINADA A TRANSFORMAR ENERGIA ELÉTRICA EM ENERGIA MECÂNICA. É O MAIS USADO DE TODOS OS TIPOS DE MOTORES, POIS COMBINA AS VANTAGENS DA UTILIZAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA - BAIXO CUSTO E COMANDO SIMPLES- COM SUA CONSTRUÇÃO SIMPLES, GRANDE VERSATILIDADE DE ADAPTAÇÃO ÀS CARGAS DOS MAIS DIVERSOS TIPOS E MELHORES RENDIMENTOS. A FIGURA ABAIXO APRESENTA UM QUADRO RESUMO DOS TIPOS MAIS USADOS DE MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA E DE CORRENTE CONTÍNUA. P R O F . L U I Z C A R L O S 1 FASE DIVIDIDA CAPACITOR DE PARTIDA PÓLOS SOMBREADOS CAPACITOR PERMANENTE CAPACITOR DE DOIS VALORES GAIOLA DE ESQUILO REPULSÃO ROTOR BOBINADO HISTERESE RELUTÂNCIA MOTOR CA EXCITAÇÃO COMPOSTA EXCITAÇÃO INDEPENDENTE DE ANÉIS DE GAIOLA PÓLOS SALIENTES ÍMÃ PERMANENTE PÓLOS LISOS ASSÍNCRONO SÍNCRONO ASSÍNCRONO SÍNCRONO MONOFÁSICO TRIFÁSICO UNIVERSAL EXCITAÇÃO SÉRIE MOTOR CC ÍMÃ PERMANENTE P R O F . L U I Z C A R L O S 2 a) Motores de Corrente Contínua São motores de custo mais elevado e precisam de uma fonte de corrente contínua, ou de um dispositivo que converta a corrente alternada em corrente contínua. Podem funcionar com velocidade ajustável e se prestam a controles de grande flexibilidade e precisão. b) Motores de Corrente Alternada São os mais utilizados porque a distribuição de energia elétrica é feita normalmente em corrente alternada. Os principais tipos são: -Motor Síncrono: Funciona com velocidade fixa, utilizado somente para grandes potências ou quando se necessita de velocidade invariável. -Motor Assíncrono (de indução): Funciona normalmente com uma velocidade constante, que varia ligeiramente com a carga mecânica aplicada ao eixo. Devido a sua grande simplicidade, robustez e baixo custo, é o motor mais utilizado de todos, sendo adequado para quase todos os tipos de máquinas acionadas, encontradas na prática. P R O F . L U I Z C A R L O S 3 O motor CC serve ao ajuste de velocidade muito mais facilmente que o motor CA, de maneira que o desenvolvimento inicial de sistemas de controle de velocidade utilizando dispositivos semicondutores concentrou-se nas máquinas CC. Há muitas desvantagens associadas ao uso de motores CC, como por exemplo: 1) para a mesma potência, os motores CC são maiores e mais caros. 2) a exceção dos motores pequenos, há necessidade de se tomarem algumas precauções na partida de motores CC para evitar que a corrente aumente excessivamente. 3) os motores CC requerem maior manutenção, devido ao desgaste das escovas. 4) a existência de faiscamento nas escovas impede o uso de motores CC em aplicações onde a presença de gases combustíveis requer o uso de motores à prova de explosão. P R O F . L U I Z C A R L O S 4 Entre as vantagens podemos citar: 1) o elevado conjugado de partida, ideal para fins de tração elétrica. 2) o controle preciso e contínuo da velocidade, para uma ampla faixa de variação. 3) maior simplicidade e menor custo dos sistemas de controle dos motores CC. Apesar de aparentemente as desvantagens suplantarem as vantagens, o uso de motores CC será sempre uma alternativa preferível quando houver necessidade de acionamento em velocidade variável, com grande precisão de controle, por uma faixa ampla. O aprimoramento e barateamento das técnicas de controle faz com que a utilização de motores CA (motores de indução) seja cada vez mais atrativa. P R O F . L U I Z C A R L O S 5 Entre as vantagens de um acionamento CA podemos citar: 1) a grande variedade dos motores padrões disponíveis. 2) a baixa inércia dos motores de indução, o que permite uma resposta dinâmica melhor. 3) a faixa de velocidades permitidas. 4) a regulação de velocidade é boa. 5) mesmo o controle a malha aberta proporciona excelente regulação de velocidade. 6) a facilidade de sincronizar o acionamento de múltiplos motores etc. P R O F . L U I Z C A R L O S 6 MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA OS MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA SÃO OS MAIS UTILIZADOS. ELES SÃO DIVIDIDOS EM MOTORES MONOFÁSICOS E TRIFÁSICOS, SÍNCRONOS OU ASSÍNCRONOS (DE INDUÇÃO). 1- MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS OS MOTORES ASSÍNCRONOS OU DE INDUÇÃO SÃO OS MOTORES DE MAIS EXTENSO USO DENTRE OS MOTORES DE CORRENTE ALTERNADA, DEVIDO A SUA ROBUSTEZ, SIMPLICIDADE, FACILIDADE DE MANUTENÇÃO E CUSTO. DOIS TIPOS DE MOTORES DE INDUÇÃO SE DESTACAM: OS COM ROTOR TIPO GAIOLA OU DE CURTO-CIRCUITO, OS COM ROTOR BOBINADO. P R O F . L U I Z C A R L O S 7 DESENHO EXPANDIDO DO MOTOR CA ASSÍNCRONO P R O F . L U I Z C A R L O S 8 I) ROTOR: 3-Núcleo formado de chapas laminadas; 12- Anéis interligagos por ranhuras inclinadas em relação ao eixo e isoladas do núcleo; 11-Rolamentos; 7- Eixo ; 5-Ventilador para aumentar a refrigeração. II) ESTATOR: 4- Carcaça com tampas laterais; 2-Núcleo laminado; 8-Enrolamentos; 1- Suporte de fixação; 10-Terminais de entrada de energia elétrica. P R O F . L U I Z C A R L O S 9 Principais Partes Construtivas de um Motor de Indução Trifásico É composto fundamentalmente de duas partes: estator e rotor. O estator é a parte estacionária do motor e é formado por: Carcaça- É a estrutura suporte do conjunto, de construção robusta em ferro fundido, aço ou alumínio injetado, resistente à corrosão e com aletas. Núcleo de Chapas- As chapas são de aço magnético, tratadas termicamente para reduzir ao mínimo as perdas no ferro. Enrolamento Trifásico- Três conjuntos iguais de bobinas, um para cada fase, formando um sistema trifásico ligado à rede trifásica de alimentação. O rotor ou induzido é o elemento girante do motor e é formado por: Eixo- É o elemento que transmite a potência mecânica desenvolvida pelo motor. É tratado termicamente para evitar problemas como empenamento e fadiga. P R O F . L U I Z C A R L O S 10 Núcleo de Chapas- As chapas possuem as mesmas características das chapas do estator. Enrolamentos- É introduzido em ranhuras longitudinais em torno da circunferência do núcleo rotórico. De acordo com o sistema de construção do rotor, os motores trifásicos de indução subdividem-se em: (a) Motores com rotor em curto circuito (gaiola de esquilo)- O rotor é constituído de um conjunto de barras não isoladas e interligadas por anéis de curto circuito. (b) Motores com rotor bobinado (de anéis) – Apresenta a mesma característica construtiva do motor de indução em gaiola com relação ao estator, mas o seu rotor é bobinado com um enrolamento trifásico, acessível através de três anéis com escovas coletoras no eixo. A característica conjugadoxrotação pode ser ajustada em função do aumento da resistência rotórica pela inclusão de resistores externos. P R O F . L U I Z C A R L O S 11 No motor de indução só o estator é ligado à rede de alimentação. O rotor não é alimentado externamente e as correntes que circulam no rotor são induzidas eletromagneticamente pelo estator, donde o seu nome de motor de indução. Princípio de Funcionamento O funcionamento de uma máquina assíncrona baseia-se no princípio da interação eletromagnética do campo girante estatórico e das correntes induzidas no enrolamento rotórico quando os condutores deste último são cortados pelo campo girante ou, de outra forma, pela interação entre os dois campos, estatórico e rotórico. Criação do campo magnético girante: Suponhamos o estator de um motor de indução trifásico.Os enrolamentos das 3 fases se acham deslocados de 120 e ligados a uma alimentação trifásica. Os enrolamentos começam em P1, P2 e P3 e terminam em F1, F2 e F3. P R O F . L U I Z C A R L O S 12 Convenção: Correntes positivas entram em P1, P2 ou P3. Correntes negativas entram em F1, F2 ou F3. I1, I2, I3 corrente de alimentação do enrolamento 1, 2 e 3, respectivamente. As tensões aplicadas se acham defasadas de 120 elétricos e nas três fases resultam correntes iguais, defasadas entre si de 120 elétricos, as quais geram campos magnéticos alternados, que se combinam dando um campo resultante de valor constante. Este campo gira com uma velocidade constante a qual depende da frequência da tensão de alimentação e do número de pólos para os quais o estator foi enrolado. Para ver o campo girante é necessário aplicar a regra da mão direita para condutor isolado. P R O F . L U I Z C A R L O S 13 Verificamos que, na máquina assíncrona existe um conjunto de bobinas no estator alimentadas por uma rede trifásica e que produzem um campo magnético girante. Imerso neste campo está o rotor, que é constituído por um enrolamento em curto-circuito. O movimento de rotação do fluxo induz sobre os condutores do enrolamento do rotor uma tensão. Como o enrolamento está fechado, haverá portanto, um fluxo de corrente. Devido a indutância natural do enrolamento, essa corrente induzida está atrasada da tensão. A interação da corrente do rotor e do fluxo do estator resulta em um torque no motor, na mesma direção do campo girante. P R O F . L U I Z C A R L O S 14 t I I1 I2 I3 A B C D P1 F3 F2 N S P2 P3 F1 corrente entrando corrente saindo Norte Sul Ponto A P1 S F3 F2 P2 P3 N F1 P1 S F3 F2 P2 P3 N F1 P1 F3 F2 S N P2 P3 F1 Ponto B Ponto C Ponto D P R O F . L U I Z C A R L O S 15 Velocidade A velocidade do campo magnético girante é chamada de velocidade síncrona do motor ou velocidade do campo girante. onde: NS velocidade de rotação do campo girante (rpm) f freqüência (Hz) p número total de pólos p 120f NS P R O F . L U I Z C A R L O S 16 Escorregamento Um motor de indução não pode funcionar com a velocidade síncrona, pois neste caso o rotor estaria estacionário com relação ao campo magnético girante e não seria induzida nenhuma corrente no rotor. A diferença entre a velocidade do rotor e a velocidade do campo magnético girante (velocidade síncrona) é chamado de escorregamento. onde: S escorregamento Ns velocidade síncrona (rpm) Nr velocidade do rotor (rpm) %100.% sN rNsNS P R O F . L U I Z C A R L O S 17 Se o motor gira a uma velocidade diferente da velocidade síncrona (rotação do campo girante), o enrolamento do rotor corta as linhas de força magnética do campo girante e circularão nele correntes induzidas. Quanto maior a carga, maior terá de ser o conjugado necessário para acioná-la. Para obter um maior conjugado, proporcionalmente terá de ser maior a diferença de velocidade entre o rotor e o campo girante no estator para que as correntes induzidas e os campos produzidos sejam maiores. Portanto, a medida que a carga aumenta, cai a rotação do motor, ou seja, aumenta o escorregamento. O aumento da corrente induzida no rotor reflete-se num aumento da corrente primária no estator (componente esta que produz potência). Uma corrente maior será produzida no estator tendendo a produzir mais potência mecânica e solicitar mais potência da linha. A plena carga o motor de indução irá girar a um escorregamento que promove o equilíbrio entre o torque desenvolvido pelo motor e o torque resistente da carga. Quando a carga for zero (motor a vazio) o rotor irá girar praticamente a rotação síncrona, sendo que a corrente no rotor é reduzida, apenas suficiente para produzir o torque necessário a vazio. P R O F . L U I Z C A R L O S 18 Conjugado ou Torque O conjugado ou torque de um motor de indução depende da intensidade da interação dos campos do rotor e do estator e das relaçoes de fases entre eles. onde: C – conjugado ou torque (Nm) k- constante - fluxo do campo magnético girante do estator (linhas de fluxo) IR – corrente do rotor (A) cosR – fator de potência do rotor Em toda a faixa de operação k, e cosR são praticamente constantes e o conjugado varia diretamente proporcional a corrente do rotor IR, que varia com o escorregamento. RRIkC cos P R O F . L U I Z C A R L O S 19 A relação entre o conjugado e a potência pode ser dada por: onde: P – potência em CV – 1CV=736W Ns – velocidade síncrona (rpm) sN P C 716 P R O F . L U I Z C A R L O S 20 A medida que o rotor acelera o conjugado aumenta até seu valor máximo e a seguir diminui até um valor necessário para carregar a carga do motor a uma velocidade constante. Se formos aumentando a carga, a rotação do motor vai diminuindo gradativamente, até um ponto onde o conjugado atinge o valor máximo que o motor é capaz de desenvolver em rotação normal. Se o conjugado da carga aumentar mais, a rotação do motor cai bruscamente, podendo chegar a travar o rotor. O motor de indução tem conjugado igual a zero na velocidade síncrona. A figura abaixo apresenta a curva de conjugado versus a velocidade para motores de indução com rotor em gaiola. P R O F . L U I Z C A R L O S 21 P R O F . L U I Z C A R L O S 22 Distribuição de Potências e Perdas Potência Nominal - No acoplamento com redução de velocidade: conjugado requerido pela carga deve ser referido ao eixo do motor: 310....2 nM CnP cn n c ac CE C n n C 1 P R O F . L U I Z C A R L O S 23 Tipo de acoplamento Faixa de rendimento (%) direto 100 embreagem eletromagnética 87-98 polia com correia plana 95-98 polia com correia em V 97-99 engrenagem 96-99 roda dentada (correia) 97-98 acoplamento hidráulico 100 P R O F . L U I Z C A R L O S 24 Conjugado Resistente de Carga Conjugado constante: tetanconsKCC cocmed , ccoc n.KCP Conjugado linear: ccocmed n.KCC , 2 cccoc n.Kn.CP Conjugado quadrático: 2 ccocmed n.KCC , 3 cccoc n.Kn.CP Conjugado hiperbólico: 0 occcmed CenKC , tetanconsKP cc Conjugados não definidos. P R O F . L U I Z C A R L O S 25 (1) conjugado constante (2) conjugado linear (3) conjugado quadrático (4) conjugado hiperbólico (5) conjugado não definido P R O F . L U I Z C A R L O S 26 Categorias de Partida: Categoria N, Categoria H, Categoria D.P R O F . L U I Z C A R L O S 27 Momento de Inércia da Carga: 2 M c CCE n n .JJ A inércia total vista pelo motor será: CEmt JJJ P R O F . L U I Z C A R L O S 28 O conjugado do motor deve ser sempre maior que o conjugado da carga. P R O F . L U I Z C A R L O S 29 Vida Útil dos Motores de Corrente Alternada Sendo o motor de indução, uma máquina robusta e de construção simples, a sua vida útil depende quase exclusivamente da vida útil da isolação dos enrolamentos. Esta é afetada por muitos fatores, como umidade, vibrações, ambientes corrosivos e outros. Dentre todos os fatores, o mais importante é, sem dúvida a temperatura de trabalho dos materiais isolantes empregados. Um aumento de 8 a 10 graus na temperatura da isolação reduz sua vida útil pela metade. A experiência mostra que a isolação tem uma duração praticamente ilimitada, se a sua temperatura for mantida abaixo de um certo limite. Acima deste valor, a vida útil da isolação vai se tornando cada vez mais curta, à medida que a temperatura de trabalho é mais alta. Este limite de temperatura é muito mais baixo que a temperatura de “queima” do isolante e depende do tipo de material empregado. Esta limitação de temperatura se refere ao ponto mais quente da isolação e não necessariamente ao enrolamento todo. Evidentemente, basta um ponto fraco no interior da bobina para que o enrolamento fique inutilizado. P R O F . L U I Z C A R L O S 30 Graus de Proteção Os invólucros dos equipamentos elétricos, conforme as características do local em que serão instalados e de sua acessibilidade, devem oferecer um determinado grau de proteção. Assim, por exemplo, um equipamento a ser instalado num lugar sujeito a jatos de água deve possuir um invólucro capaz de suportar tais jatos, sob determinados valores de pressão e ângulo de incidência, sem que exista penetração de água. Código de Identificação - A norma NBR-6146 define os graus de proteção dos equipamentos elétricos por meio das letras características IP, seguidas por dois algarismos. P R O F . L U I Z C A R L O S 31 Tabela 1- 1 o algarismo: Indica o grau de proteção contra penetração de corpos sólidos estranhos e contato acidental. 1 o ALGARISMO 0 1 2 3 4 5 6 Sem proteção Corpos estranhos de dimensões acima de 50mm Corpos estranhos de dimensões acima de 12mm Corpos estranhos de dimensões acima de 2,5mm Corpos estranhos de dimensões acima de 1mm Proteção contra acúmulo de poeiras prejudiciais ao motor Totalmente protegido contra poeira P R O F . L U I Z C A R L O S 32 Tabela 2- 2 o algarismo: Indica o grau de proteção contra penetração de água no interior do motor. 2 o ALGARISMO 0 1 2 3 4 5 6 7 8 Sem proteção Pingos de água na vertical Pingos de água até a inclinação de 15 o com a vertical Água de chuva até a inclinação de 60 o com a vertical Respingos de todas as direções Jatos de água de todas as direções Água de vagalhões Imersão temporária Imersão permanente P R O F . L U I Z C A R L O S 33 Existem ainda letras adicionais que complementam a proteção e são as seguintes: R- máquina cuja ventilação é por dutos. W- proteção contra intempéries. S- para máquinas cuja proteção contra água é ensaiada parada. M- para máquinas cuja proteção contra água é ensaiada em movimento. As combinações entre os dois algarismos, isto é, entre os dois critérios de proteção, estão resumidos na Tabela 3. Embora os algarismos indicativos do grau de proteção possam ser combinados de muitas maneiras, somente alguns tipos de proteçao são empregados nos casos normais. São eles: IP21, IP22, IP23 e IP44. Para aplicações especiais mais rigorosas, são comuns também os graus de proteção IP54 (ambientes muito empoeirados) e IP55 (casos em que os equipamentos são lavados periodicamente com mangueiras, como em fábricas de papel). P R O F . L U I Z C A R L O S 34 Critérios de Proteção para Motores Elétricos 1o algarismo 2o algarismo Motor Classe de proteção Proteção contra contato Proteção contra corpos estranhos Proteção contra água IP00 IP02 não tem não tem não tem pingos de água até a inclinação de 15o com a vertical A B E R T IP11 IP12 IP13 toque acidental com a mão corpos estranhos sólidos de dimensões acima de 50mm pingos de água na vertical pingos de água até a inclinação de 15o com a vertical água de chuva até a inclinação de 60o com a vertical O S IP21 IP22 IP23 toque com os dedos corpos estranhos sólidos de dimensões acima de 12mm pingos de água na vertical pingos de água até a inclinação de 15o com a vertical água de chuva até a inclinação de 60o com a vertical P R O F . L U I Z C A R L O S 35 F E C H IP44 toque com ferramentas corpos estranhos sólidos acima de dimensões acima de 1mm respingos de todas as direções A D O IP54 IP55 proteção completa contra toque proteçõa contra acúmulo de poeiras nocivas respingos de todas as direções jatos de água de todas as direções S IPW55 proteção completa contra toque proteçõa contra acúmulo de poeiras nocivas chuva maresia P R O F . L U I Z C A R L O S 36 Classes de Isolamento As classes de isolamentos são definidas pela maior temperatura que o material pode suportar continuamente sem que seja afetada sua vida útil normal. As classes de isolamento utilizadas em máquinas elétricas e os respectivos limites de temperatura, conforme NBR 5116, são os seguintes: Classe A (105oC), Classe E (120oC), Classe B (130oC), Classe F (155oC), Classe H (180oC). P R O F . L U I Z C A R L O S 37 Fator de Serviço (FS) Chama-se fator de serviço o fator que, aplicado a potência nominal, indica a sobrecarga permissível que pode ser aplicada continuamente ao motor, sob condições especificadas. Se trata de uma capacidade de sobrecarga contínua, ou seja, uma reserva de potência que dá ao motor uma capacidade de ainda suportar o funcionamento em condições desfavoráveis. Exemplo: FS=1,15 – neste caso o motor suporta continuamente 15% de sobrecarga acima de sua potência nominal. P R O F . L U I Z C A R L O S 38 Especificação do Motor a) Características da rede de alimentação: tensão de alimentação, freqüência, método de partida; b) Características do ambiente: altitude, temperatura ambiente, atmosfera ambiente; c) Características construtivas: forma construtiva, potência, corrente, número de pólos, velocidade, fator de serviço, sentido de rotação, carcaça, classe de isolamento, rendimento, grau de proteção, ponta de eixo, rolamentos, categoria de partida, regime de serviço; d) Características da carga: momento de inércia, velocidade desejada, curva de conjugado resistente, dados de transmissão, regime de funcionamento da carga (número de partidas/hora, tempo de aceleração e frenagem), sobrecargas, redução (acoplamento entre máquina e motor). P R O F . L U I Z C A R L O S 39 Sistemas de variação de velocidade A velocidade de um motor de induçãoé fixa e está relacionada com a característica elétrica construtiva do motor e a freqüência da rede a qual ele está ligado. Existem vários sistemas de variação de velocidade e que classificaremos em: variadores mecânicos (polias fixas, polias cônicas, polias variadoras, moto-redutores, variadores PIV); variadores hidráulicos (motor hidráulico, variador hidrodinâmico); variadores eletromagnéticos (embreagens eletromagnéticas), variadores eletroeletrônicos (acionamento com motor CC, acionamento com motor comutador CA, acionamento com motor assíncrono de anéis, acionamento com motor assíncrono de rotor gaiola). A tabela abaixo apresenta um resumo das vantagens e desvantagens dos principais sistemas de variação de velocidade: P R O F . L U I Z C A R L O S 40 Tipo Vantagens Desvantagens Variadores mecânicos - baixo custo de aquisição - controle manual e local - peças sujeitas a desgastes e quebras - fator de potência menor que 1 - utilização em baixas potências Variadores hidráulicos - alto conjugado em baixas rotações - baixo rendimento - pequena faixa de variação - manutenção Variador eletromag- nético - baixo custo de aquisição - operação automática - permite sincronismo - baixo rendimento - dimensões e pesos elevados - fator e potência menor que 1 - lubrificação frequente - difícil manutenção - velocidade máxima = velocidade do motor Motores de anéis - alto conjugado de partida - controle simples - baixo rendimento - perdas proporcionais ao escorregamento - fator de potência menor que 0,8 - existência de anéis e escovas - pequena faixa de variação P R O F . L U I Z C A R L O S 41 Tipo Vantagens Desvantagens Variadores de tensão - utilização de motores de indução padrão - sistema eletrônico simples - baixo rendimento - maior escorregamento - fator de potência variável e menor que 0,8 - pequena faixa de variação Conversore s CA/CC - alta precisão de velocidade 0,01% digital e 0,1% analógico - sincronismo com alta precisão - conjugado controlável - ampla faixa de variação de velocidade - frenagem regenerativa - limitação de velocidade devido a comutação (4000 rpm) - preço e manutenção do motor - dimensões e peso do motor - não podem operar em áreas de risco - fator de potência variável com a rotação Conversore s de freqüência - utilização de motores de indução padrão - peso e dimensões reduzidas - ampla faixa de variação de velocidade - operação em áreas de risco - fator de potência próximo de 1 - preço elevado para aplicações que requerem sincronismo de alta precisão - frenagem regenerativa com alto custo P R O F . L U I Z C A R L O S 42 - Motor de Indução Monofásico Quando se aplica uma fem monofásica ao estator de um motor monofásico, origina-se um a corrente magnetizante que gera um campo magnético alternado na direção do eixo de enrolamento. Este campo não é girante e portanto não há momento de arranque para fazer o rotor girar automaticamente. É necessário portanto fazer o rotor girar por meio de algum meio auxiliar e este continuará a girar desenvolvendo um conjugado próprio, ajudado pela inércia do próprio rotor. P R O F . L U I Z C A R L O S 43 1) Motor monofásico de Fase Auxiliar ou Fase Dividida Se dois enrolamentos do estator de impedância diferentes estiverem separados de 90 mas ligados em paralelo a uma fonte monofásica, o campo produzido parece girar. Este é o princípio da divisão de fase. O enrolamento da partida ou auxiliar tem uma resistência mais alta e uma reatância mais baixa que o enrolamento principal. Quando a mesma tensão vt é aplicada aos dois rolamentos, a corrente do enrolamento principal Im segue atrás da corrente no enrolamento de partida IS. O ângulo entre os enrolamentos principal e da partida constitui uma diferença de fase suficiente para fornecer um campo magnético rotativo fraco que dá para produzir torque de partida. Quando o rotor atinge uma velocidade pré-determinada, geralmente 70 a 80% da velocidade de sincronismo, uma chave centrífuga montada sobre o eixo do motor se abre, desligando assim o enrolamento da partida. Este motor apresenta baixo conjugado de partida, sendo usado para cargas com partida relativamente fácil, maiores que 1/3HP, como por exemplo, máquinas de lavar e ferramentas de marcenaria. P R O F . L U I Z C A R L O S 44 I Im (principal) IS (de partida) t A B C P1 - principal N F2 P2 S F1 Ponto A Ponto B Ponto C P1 - principal N F2 P2 S F1 P1 - principal F2 S N P2 F1 P R O F . L U I Z C A R L O S 45 2) Motor com Capacitor de Partida É composto além do enrolamento auxiliar e do interruptor automático, de um capacitor cuja finalidade é produzir um alto torque de partida através da defasagem ca corrente de partida do motor. A corrente do enrolamento da partida segue adiante da tensão. A defasagem entre a corrente principal e a corrente do enrolamento de partida pode ser aproximadamente 90o e o conjugado de partida será mais alto. Este motor também utiliza uma chave centrífuga para desligar o enrolamento de partida, portanto o capacitor fica no circuito somente durante o período de partida. P R O F . L U I Z C A R L O S 46 - Defeitos Comuns em Motores de Corrente Alternada DEFEITOS CAUSAS PROVÁVEIS PROVIDÊNCIAS Motor não consegue partir Sem tensão de alimentação Baixa tensão de alimentação Ligações de comandos erradas Conexão frouxa em algum borne Carga excessiva Verificar as ligações de alimentação ao sistema de comando e desta para o motor. Verificar a tensão de alimentação e determinar que a tensão permaneça entre 10% da tensão nominal constante da placa de identificação do motor Conferir as ligações com o esquema de ligação que está na placa de identificação Apertar todas as conexões Verificar se o motor parte quando desconectado da carga. Caso afirmativo o motor pode ter sobrecarga ou mecanismo de acionamento bloqueado P R O F . L U I Z C A R L O S 47 Aquecimento dos rolamentos Graxa em demasia Excessivo esforço axial ou radial da correia Eixo torto Rugosidade na superfície do rolamento Tampas laterais do motor frouxas ou mal colocadas Falta de graxa Graxa endurecida travando as esferas Retirar o bujão de escapamento da graxa e deixar o motor funcionando até que se verifique a saída do excesso de graxa Diminuir o esforço da correia Mandar indireitar o eixo e verificar o balanceamento do rotor Substituir os mancais antes destes danificarem o eixo Verificar se as tampas laterais do motor se adaptam em toda a circunferência e se estão suficientemente apertadas Adicionar graxa no rolamento. Substituir os rolamentos Sobreaqueci- mento do motor Obstrução do sistema de ventilação Sobrecarga Tensões e frequênciaincorretas Freqüentes reversões Rotor arrastando no estator Carga elétrica desequilibrada (fusível queimado, comando errado) Os motores devem estar limpos e secos. Inspecionar periodicamente as passagens de ar e os enrolamentos Verificar a aplicação, medindo a tensão e a corrente em condições normais de funcionamento Conferir os valores marcados na placa do motor com os de fornecimento de energia. Verificar também a tensão nos terminais do motor a plena carga. Substituir o motor por outro adequado para esta aplicação Verificar o desgaste dos rolamentos e a curvatura do eixo Verificar se há desequilíbrio das tensões ou funcionamento com uma única fase. P R O F . L U I Z C A R L O S 48 Motores de Corrente Contínua Principais Partes Construtivas de um Motor de Corrente Contínua O MCC é composto fundamentalmente de duas partes: estator e rotor. O estator é formado por: Carcaça- É a estrutura suporte do conjunto e tem a finalidade de conduzir o fluxo magnético. Pólos de Excitação- Tem a finalidade de gerar o fluxo magnético. São constituídos de condutores enrolados sobre núcleos de chapas de aço laminadas cujas extremidades possuem um formato que se ajusta a armadura e são chamadas de sapatas polares. Pólos de comutação- São colocados na região interpolar e são percorridos pela corrente de armadura. Compensam o efeito da reação da armadura na região de comutação, evitando o deslocamento da linha neutra em carga, reduzindo a possibilidade de centelhamento. P R O F . L U I Z C A R L O S 49 Enrolamento de Compensação- É um enrolamento distribuído na periferia da sapata polar e percorrido pela corrente de armadura. Sua finalidade é também compensar a reação da armadura, mas agora em toda a periferia do rotor, e não somente na região transversal. Evita o aparecimento de faíscas provocadas por uma diferença de potencial entre espiras devido a distribuição não uniforme da indução no entreferro. Conjunto Porta Escovas e Escovas- O porta escovas permite alojar as escovas e está montado de tal modo que possa ser girado para o ajuste da zona neutra. As escovas são compostas de material condutor e deslizam sobre o comutador quando este gira, pressionadas por uma mola, proporcionando a ligação elétrica entre a armadura e o exterior. P R O F . L U I Z C A R L O S 50 O rotor é formado por: Rotor com Enrolamento- Centrado no interior da carcaça, é constituído por um pacote de chapas de aço silício laminadas, com ranhuras axiais na periferia para o enrolamento da armadura. Este enrolamento está em contato elétrico com as lâminas do comutador. Comutador- É o conversor mecânico que transfere a energia ao enrolamento do rotor. O comutador é constituído de lâminas de cobre isoladas por meio de lâminas de mica. Eixo- É o elemento que transmite a potência mecânica desenvolvida pelo motor. P R O F . L U I Z C A R L O S 51 Características dos Motores CC A máquina de corrente contínua (MCC) consiste em um enrolamento de campo (no estator), que estabelece o fluxo magnético , e um enrolamento de armadura (no rotor). O funcionamento de um motor de corrente contínua está baseado nas forças produzidas da interação entre o campo magnético e a corrente de armadura no rotor, que tendem a mover o condutor num sentido que depende do sentido do campo e da corrente na armadura. O comutador é o conversor mecânico que transfere a energia ao enrolamento do rotor, possibilitando a circulação de corrente alternada no rotor através de uma fonte de corrente contínua. As escovas são compostas de material condutor e deslizam sobre o comutador quando este gira, pressionadas por uma mola, proporcionando a ligação elétrica entre a armadura e o exterior. P R O F . L U I Z C A R L O S 52 Com o deslocamento dos condutores da armadura no campo, surgem tensões induzidas internas (força contra-eletromotriz - f.c.e.m) E atuando no sentido contrário ao da tensão aplicada. A tensão terminal da armadura V diferirá de E pela queda de tensão interna (RaIa). O diagrama do circuito de um motor CC com excitação independente é mostrado abaixo. V Ia E armadura escova If campo eixo velocidade N torque T P R O F . L U I Z C A R L O S 53 As equações básicas são: *Tensão Terminal (na armadura do motor) – V= E +Ra.Ia *Força Contra-eletromotriz - Durante a operação de um motor de corrente contínua ocorre simultaneamente a ação geradora, pois com o deslocamento dos condutores da armadura no campo surgem tensões induzidas (força contra-eletromotriz - fcem), atuando no sentido contrário ao da tensão aplicada força contra-eletromotriz E = k1.N. fluxo magnético N velocidade da armadura em rpm k constante P R O F . L U I Z C A R L O S 54 *Conjugado ou Torque - Conjugado é a medida do esforço necessário para girar o eixo T = k2.Ia. T torque em N.m. kt e ke constantes. fluxo magnético produzido pela excitação. Ia corrente da armadura em A. Ie corrente de excitação ou de campo em A. *Fluxo Magnético (produzido pela excitação) - = k3.If *Potência Mecânica - T.N = E.Ia onde Ia é a corrente da armadura, If é a corrente do campo, Ra é a resistência da armadura, N é a velocidade e k1, k2 e k3 são constantes de proporcionalidade. P R O F . L U I Z C A R L O S 55 A figura abaixo é um motor CC elementar. Ela mostra o sentido das forças que agem sobre uma espira, quando aplicamos uma fonte de tensão CC. Sob a ação da força a espira irá se movimentar no sentido horário até atingir o ponto em que a força resultante é nula (ponto em que o ângulo é igual a 0o ou 180o), não dando continuidade ao movimento. Torna-se, então, necessária a inversão da corrente na espira para que tenhamos um movimento contínuo. Este problema é resolvido utilizando um comutador de corrente. Este comutador possibilita a circulação de corrente alternada no rotor através de uma fonte CC. Para se obter um conjugado constante durante todo um giro da armadura do motor utilizamos várias espiras defasadas no espaço montadas sobre um tambor e conectadas ao comutador. P R O F . L U I Z C A R L O S 56 P R O F . L U I Z C A R L O S 57 Para motores de baixa potência o circuito magnético está saturado. Resolvendo as equações para explicitar a velocidade, temos: Observando a equação acima, verificamos que a velocidade pode ser variada através da variação do valor médio da tensão aplicada à armadura (V), pelo controle da excitação () ou pela resistência da armadura (Ra). Quando o controle é feito através da variação da tensão da armadura, o campo magnético pode ser mantido constante (=constante) e no seu valor máximo. Desta forma, o máximo torque pode ser desenvolvido. O enfraquecimento do campo (diminuindo ) é normalmente utilizado para obter velocidades acima da nominal. Portanto, como pode ser observado na figura 6.2, o controle da tensão de armadura é feito a torque constante enquanto o controle através do enfraquecimento do campo é feito à potência constante. 1 2 1 k kRTV N k IRV N aaa P R O F . L U I Z C A R L O S 58 Motor com Excitação Independente A figura abaixo apresenta o diagrama elétrico de uma máquina CC com excitação independente. A rotação do motor pode ser alterada mantendo o fluxo() constante e variando a tensão de armadura (controle de armadura), ou mantendo a tensão de armadura fixa e alterando o fluxo (controlepelo campo). Alterar o fluxo magnético significa modificar a corrente de campo. Vt Ia E armadura escova Ie campo eixo velocidade N torque T + Vt - + VE - IA RA + IARA - + - E IE onde: Vt é a tensão de armadura, IA é a corrente de armadura, VE é a tensão de campo, IE é a corrente de campo, RA é a resistência do circuito da armadura e E é a força contraeletromotriz P R O F . L U I Z C A R L O S 59 A velocidade N em rpm k kTRV k IRV k E N tAtAAt .. Observando a equação anterior, verificamos que a velocidade pode ser variada através da variação do valor médio da tensão aplicada à armadura, pelo controle da excitação ou pela resistência de armadura. Quando o controle é feito através da variação da tensão da armadura, o campo magnético pode ser mantido constante (=constante) e no seu valor máximo. Desta forma, o máximo torque pode ser desenvolvido. O enfraquecimento do campo (diminuindo ) é normalmente utilizado para obter velocidades acima da nominal. Portanto, como pode ser observado na figura abaixo, o controle da tensão de armadura é feito a torque constante enquanto o controle através do enfraquecimento do campo é feito à potência constante. P R O F . L U I Z C A R L O S 60 T P T P TN PN nN nM rotação (rotação nominal) (rotação máxima) Quebra de comutação controle pela controle pelo armadura campo P R O F . L U I Z C A R L O S 61 A figura mostra um motor CC com excitação independente. Como o torque é proporcional ao produto da corrente de armadura pelo fluxo, é aconselhável manter o fluxo em seu nível de projeto, de maneira a minimizar a corrente de armadura. Para a partida, R2 é zero e R1 é um valor tal que mantenha a corrente da armadura dentro de valores seguros. À medida que a armadura acelera, a força contra-eletromotriz aumenta de zero a um valor proporcional à velocidade. V Ia E If fonte de tensão contínua fixa fonte de tensão contínua fixa R1 R2 Velocidade R2 ajustável R1=0, tensão constante na armadura R2=0 corrente constante de campo R1 ajustável com torque constante Resistência aumentando Variação de velocidade por uso de resistores (a) Circuito (b) Variação a um torque fixo P R O F . L U I Z C A R L O S 62 Os resistores da figura acima podem ser utilizados para que se obtenha o ajuste da velocidade. A presença de R1 causará uma redução na tensão da armadura e, portanto, uma redução na velocidade. Com uma corrente de campo fixa, a tensão de armadura será aproximadamente proporcional à velocidade. Um enfraquecimento da corrente de campo pela inclusão de R2 reduzirá o fluxo e, portanto, aumentará a velocidade. Motor com excitação série V Ia + E - campo Ia=If P R O F . L U I Z C A R L O S 63 O enrolamento de campo deste tipo de motor é ligado em série com o enrolamento de armadura, sendo que só haverá fluxo no entreferro da máquina quando a corrente de armadura for diferente de zero (máquina carregada). A velocidade varia de um valor muito alto com uma carga pequena até um valor bem baixo com a carga máxima. Portanto, o motor série pode trabalhar em regimes de sobrecarga, sendo o aumento do consumo de corrente relativamente moderado. Esta propriedade é essencialmente valiosa para a tração elétrica, acionamentos de guindastes etc. Deve-se observar que no caso da redução de carga, a velocidade do motor se torna tão grande que as forças centrífugas podem destruir o seu induzido. Por isso, quando a tensão é nominal, não se deve colocar em funcionamento o motor com uma carga muito reduzida. Os grandes motores em série são geralmente ligados diretamente à carga e não através de correias ou polias. P R O F . L U I Z C A R L O S 64 Considerando as relações para o motor CC, a velocidade será: 1k IRV R k k Tk V N aaa s r s onde ks e kr são constantes de proporcionalidade. Existem duas maneiras de se controlar a velocidade de um motor CC série: através da variação do valor médio da tensão da armadura e pelo aumento da resistência da armadura. A figura mostra um conjunto de características torque- velocidade, desprezando Ra. O motor CC série se caracteriza por apresentar um torque de partida elevado. P R O F . L U I Z C A R L O S 65 Pode-se verificar que nos motores série o torque é proporcional ao quadrado da corrente 2.. AAt ITIkT nN CN conjugado rotação P R O F . L U I Z C A R L O S 66 torque T velocidade N V1 V2 V3 V1 < V2 < V3 P R O F . L U I Z C A R L O S 67 Motor com Excitação Shunt ou em Derivação É o tipo mais comum de motor CC. Sua curva característica de torque x carga mostra que o torque aumenta linearmente com o aumento na corrente de armadura. A curva velocidade x carga mostra que a velocidade cai ligeiramente a medida que a corrente na armadura aumenta. A velocidade básica é a velocidade com carga máxima, o seu ajuste é feito inserindo-se uma resistência no campo através de um reostato. Não se pode abrir o circuito de campo de um motor em derivação que está rodando sem carga, porque a velocidade do motor aumenta descontroladamente até o motor queimar. P R O F . L U I Z C A R L O S 68 Motor com Excitação Composta Este tipo associa as características dos motores em derivação e dos motores em série. O motor composto funciona com segurança sem carga. A medida que se adicionam novas cargas, a sua velocidade diminui, e o torque é maior se comparado com o do motor em derivação. A seguir mostramos o circuito equivalente do motor composto em derivação longa. Este tipo de excitação é ideal para acionamentos com variações bruscas de carga (por exemplo, prensas), e para se obter um comportamento mais estável da máquina. P R O F . L U I Z C A R L O S 69 + UA - + UE - IA RA + IARA - + - E IE princ. aux. nN CN conjugado rotação P R O F . L U I Z C A R L O S 70 Potência Nominal - É a potência que o motor pode fornecer dentro de suas características nominais, em regime contínuo. O conceito de potência nominal, ou seja, a potência que o motor pode fornecer, está intimamente ligado a elevação de temperatura do enrolamento. Sabemos que o motor pode acionar cargas de potência bem acima de sua potência nominal. O que acontece, porém, é que, se esta sobrecarga for excessiva, isto é, for exigida do motor uma potência muito acima daquela para a qual for projetado, o aquecimento normal será ultrapassado e a vida do motor será diminuída, podendo ele, até mesmo, queimar-se rapidamente. Aquecimento do Enrolamento - A potência útil fornecida pelo motor na ponta do eixo é menor que a potência que o motor absorve da linha de alimentação, isto é, o rendimento é sempre inferior a 100%. A diferença entre as duas potência representa as perdas que são transformadas em calor, o qual aquece o enrolamento e deve ser dissipado para fora do motor, para evitar que a elevação de temperatura seja excessiva P R O F . L U I Z C A R L O S 71 Vida útil de uma máquina de corrente contínua Se não considerarmos as peças que se desgastam devido ao uso, como escovas e rolamentos, avida útil de uma máquina CC é determinada pelo material isolante. Este é afetado por muitos fatores, como umidade, vibrações, ambientes corrosivos e outros. Dentre todos estes fatores o mais importante é a temperatura de trabalho dos materiais isolantes. A vida útil da máquina é reduzida pela metade a cada 8oC de operação acima da temperatura nominal da classe. Quando falamos em diminuição da vida útil do motor não nos referimos apenas às temperaturas elevadas, quando o isolante se queima e o enrolamento é destruído de repente. Vida útil da isolação em termos de temperatura de trabalho, bem abaixo daquela em que o material se queima, refere-se ao envelhecimento gradual do isolante, que vai se tornando ressecado perdendo o poder isolante, até que não suporte mais a tensão aplicada e produza o curto-circuito. P R O F . L U I Z C A R L O S 72 Sentido de Rotação As máquinas podem funcionar em ambos os sentidos de rotação, horário e anti-horário. Para inverter o sentido de rotação do motor, deve-se inverter a polaridade da ligação da armadura ou do campo. A inversão de ambos não trará resultado. Normalmente considera-se o sentido horário, visto pelo lado acionado (lado do eixo). P R O F . L U I Z C A R L O S 73 Regime de Serviço - É o grau de regularidade da carga a que o motor é submetido. Os motores normais são projetados para regime contínuo, em que a carga é constante por tempo indefinido e igual a potência nominal do motor. Os regimes padronizados são: -Regime contínuo (S1)- Funcionamento a carga constante de duração suficiente para que se alcance o equilíbrio térmico. -Regime de tempo limitado (S2)- Funcionamento a carga constante, durante um certo tempo, inferior ao necessário para atingir o equilíbrio térmico, seguido de um período de repouso de duração suficiente para restabelecer a igualdade de temperatura com o meio refrigerante. -Regime intermitente periódico (S3)- Sequência de ciclos idênticos, cada qual incluindo um período de funcionamento a carga constante e um período de repouso. Neste regime o tempo entre uma partida e outra deve ser suficientemente grande para que o calor gerado na partida não afete o ciclo seguinte. P R O F . L U I Z C A R L O S 74 -Regime intermitente periódico com partidas (S4)- Sequência de ciclos de regime idênticos, cada qual consistindo de um período de partida, um período de funcionamento a carga constante e um período de repouso. O calor gerado na partida é suficientemente grande para afetar o ciclo seguinte. -Regime intermitente periódico com frenagens elétricas (S5)- Sequência de ciclos de regime idênticos, cada qual consistindo de um período de partida, um período de funcionamento a carga constante, um período de frenagem elétrica e um período de repouso. -Regime de funcionamento contínuo com carga intermitente (S6)- Sequência de ciclos de regime idênticos, cada qual consistindo de um período de funcionamento a carga constante e um período de funcionamento em vazio, não existindo o período de repouso. -Regime de funcionamento contínuo com frenagem elétrica (S7)- Sequência de ciclos de regime idênticos, cada qual consistindo de um período de partida, um período de funcionamento a carga constante e um período de frenagem elétrica, não existindo o período de repouso. P R O F . L U I Z C A R L O S 75 -Regime de funcionamento contínuo com mudança periódica na relação carga/velocidade de rotação (S8)- Sequência de ciclos de regime idênticos, cada qual consistindo de um período de partida e um período de funcionamento a carga constante, correspondente a uma velocidade de rotação pré-determinada, seguidos de um ou mais períodos de funcionamento a outras cargas constantes, correspondentes a diferentes velocidades de rotação. Não existe o período de repouso. -Regimes especiais- Quando a carga pode variar durante os períodos de funcionamento, a escolha de um motor adequado deve ser feita mediante consulta à fábrica. P R O F . L U I Z C A R L O S 76 Especificação de um Motor CC Para a correta especificação do motor, são necessárias as seguintes informações: potência nominal (kW), regime de serviço ou descrição do ciclo de trabalho, velocidade nominal (rpm), velocidade máxima com enfraquecimento de campo (rpm), velocidade mínima de trabalho (rpm), tensão de armadura (VCC), tensão de campo (VCC), fonte (CC pura com gerador ou baterias, conversor trifásico ou monofásico), tensão da rede CA, frequência da rede, grau de proteção da máquina ou especificação da atmosfera ambiente, temperatura ambiente, altitude, proteção térmica, sentido de rotação, sobrecargas ocasionais e momento de inércia da carga. P R O F . L U I Z C A R L O S 77 Anormalidades em Serviço Anomalia Causas Prováveis Providências Motor não arranca em vazio - Circuito de armadura interrompido. - Bobinas de comutação ou armadura em curto. - Sistema de acionamento defeituoso. - Porta-escovas fora da zona neutra. - Circuito de campo interrompido. - Examinar condutores de entrada e bornes. - Identificar o curto circuito e recuperar. - Verificar se há interrupção ou defeito no sistema de acionamento. - Ajustar a zona neutra. - Eliminar a interrupção. Não se consegue dar partida ao motor - Tensão diferente da tensão de placa. - Mancal sem lubrificação ou preso. - Sobrecarga. - Execesso de atrito. - Conferir a tensão e providenciar para que a tensão de alimentação seja igual a tensão nominal. - Recondicionar o eixo, substituir revestimento do mancal, lubrificando-o adequadamente. - Verificar correntes dos enrolamentos e diminuir a carga do motor. - Examinar a lubrificação dos mancais. O motor tenta partir mas o relé de sobrecarga atua, desligando-o - A partida foi dada com campo fraco ou nulo. - O momento da torção do motor é insuficiente para arrancar com carga. - Tensão da linha baixa. - Escovas deslocadas da posição neutra. - Sobrecarga. - Verificar se o reostato está ajustado corretamente. Verificar se há algum enrolamento aberto na bobina de campo. Verificar se as conexões estão bem apertadas. - Verificar a tensão com a indicada na placa. Instalar um motor adequado a carga exigida. - Verificar e retirar qualquer excesso de resistência da linha de alimentação, ligações ou circuitos de comando. - Acertar as escovas na posição neutra. - Verificar se a carga aplicada não excede a carga admissível para o motor. P R O F . L U I Z C A R L O S 78 Anomalia Causas Prováveis Providências Aquecimento anormal em serviço - Sobrecarga. - Volume de ar refrigerante não é suficiente. - Curto circuito nos enrolamentos de armadura e campo. - Tampa de inspeção do lado do ventilador aberta. - Testar tensão e corrente. Eliminar a sobrecarga. - Verificar o sentido de rotação da ventilação. Limpar dutos de ar e/ou filtros. Substituir os filtros se necessário. - Verificar os enrolamentos e os pontos de solda. Reparar as bobinas. - Fechá-la. Aquecimento anormal dos rolamentos - Excesso de graxa. - Graxa em mau estado ou incorreta. - Rolamento em mau estado. - Velocidade ou carga excessiva. - Retirar o excesso. - Relubrificar com graxa correta. - Substituir rolamento. - Diminuir velocidade ou retirar graxa excessiva. Faiscamentonas escovas quando o motor enfrenta carga - Comutador ovalizado. - Superfície do comutador muito suja. - Formação de estrias sobre a superfície do comutador. - Isolação entre lâminas saliente (mica). - Mau contato entre o terminal da escova e porta-escova. - Escovas desgastadas. - Tipo de escovas inadequadas. - Arestas da escova quebrada. - Escovas mal assentadas. - Escovas presas nos alojamentos. - Escovas fora da zona neutra. - Curto-circuito entre lâminas do comutador. - Pressão nas escovas insuficiente - Usinar, rebaixar a mica e quebrar os cantos das lamelas. - Limpar o comutador. - Adequar as escovas em função da carga. - Rebaixar a mica e quebrar os cantos das lamelas. - Verificar, caso necessário, consultar a fábrica. - Substituir por outra de mesmo tipo. - Verificar que sejam usadas apenas escovas do tipo especificado em função da carga. - Substituir escovas. - Lixar as escovas e amoldá-las inteiramente à curvatura do comutador. - Verificar a tolerância dimensional das escovas. - Ajustá-las obedecendo a marcação. - Identificar o curto-circuito e eliminá-lo. - Ajustar corretamente a pressão da mola, certificando-se que as escovas se movam livremente no interior do porta-escovas. P R O F . L U I Z C A R L O S 79 Anomalia Causas Prováveis Providências Faiscamento em todas as escovas e em um ou outro braço do porta- escovas - Erro na distribuição das escovas. - Distribuição desigual da corrente. - Contato deficientes. - Verificar a quadratura dos porta-escovas. - Verificar uniformidade do entreferro dos pólos de comutação. - Reapertar os parafusos. Projeção de faíscas - Partículas de impurezas se desprendem das escovas ou lâminas e se inflamam. - Limpar o comutador e todos os porta-escovas. Se necessário adequar o tipo das escovas, em função da carga. Faiscamento das escovas quando aumenta a carga - Sobrecarga - Ajustar os valores de sobrecarga admissíveis. Faiscamento das escovas quando a rotação aumenta muito - Rotação excessiva. - Ajustar corretamente a velocidade de rotação. P R O F . L U I Z C A R L O S 80
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