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MENORIDADE PENAL NO BRASIL
Lizete Andreis, 23 de abril de 2013
http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/o-debate-sobre-a-reducao-da-menoridade-penal/70266/
No que tange à imputabilidade, ou seja, o conjunto de condições pessoais que nos concede a capacidade de ser juridicamente culpados pela prática de um fato punível, o Código Penal Brasileiro (Decreto-lei 2.848/40) adotou o critério puramente biológico, estabelecendo que o menor de 18 anos é plenamente inimputável. Vale dizer, considera-o sem condições de compreender o caráter ilícito do ato que pratica e sem maturidade mental e emocional completa.
A própria Constituição Federal de 1988, elaborada por representantes do povo brasileiro reunidos em Assembleia Nacional Constituinte, expressamente, estabeleceu que são plenamente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial.
Apesar da tendência mundial na redução da maioridade penal, o Brasil mantém essa fronteira fixada nos 18 anos, sendo que qualquer alteração, nesse particular, importa em alteração de texto constitucional, com observância dos procedimentos formais pertinentes.
O alto índice de criminalidade, especialmente o aumento incontrolável da criminalidade juvenil – crimes cometidos por adolescentes e crianças - após a ocorrência de um evento de grande repercussão, envolvendo menores de idade, como agentes, ante a sensação de impunidade que paira, o tema da redução da idade do inimputável volta a ser destaque.
Há bases sólidas para ambos os posicionamentos, não pretendendo, neste artigo, esgotá-los ou debatê-los, mas relacioná-los, exemplificadamente: a)- a favor da redução (adolescente de 16 anos já tem condições de identificar o certo do errado, sendo pessoas muito bem informadas, pela agilidade das trocas, inclusive pelas redes sociais; se tem condições de escolher seu representante, pelo voto, porque não pode responder criminalmente por seus atos); b)- contrários a redução (não haverá redução da violência/criminalidade, já que o debate está focado nos efeitos e não nas causas - desigualdade social, exclusão social, impunidade, falhas na educação familiar/escolar, em especial no que tange aos valores e comportamento ético; agravamento do caótico sistema penitenciário).
Importa salientar que os menores infratores, quando praticarem um ato descrito como crime ou contravenção penal, estão sujeitos às medidas sócio-educativas e aos procedimentos definidos no ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, não ficando sem punição por seus atos.
Na cidade de São Paulo, consoante pesquisa da Datafolha, realizada em abril-2013, 93% dos entrevistados, de um total de 600 perquiridos, concorda com a redução da menoridade penal para 16 anos. A afirmação pela redução da idade diz respeito a qualquer tipo de crime, conforme resposta de 72% dos questionados. Segundo a mesma pesquisa, só 52% acreditam que a redução da maioridade penal implicaria na melhoria dos índices de criminalidade.
Embasada nessa pesquisa realizada na capital paulistana, questiono o seguinte: se quase 100 % (93%) aprovam a redução da menoridade penal para 16 anos, por que somente a metade desses (52%) acredita que essa prática reduziria os índices de criminalidade? A resposta é que, de fato, a redução da idade penal não seria a solução para a melhora nos índices de criminalidade que, sob a minha ótica, estaria centrada no olhar atento à saúde, à educação, às estruturas básicas estatais, como exemplos.
OUTRA FONTE
EDITORIAL 26/03/2014
http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2014/03/26/noticiasjornalopiniao,3226156/reducao-da-menoridade-penal-fuga-a-responsabilidade-social.shtml
A abertura do debate em torno da redução da maioridade penal, no esforço de entender o avanço da violência, acaba de ser defendida pelo governador Cid Gomes. Em sentido contrário, posicionou-se, nesta terça feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio de Mello. A divisão de opiniões estende-se à sociedade brasileira, envolvendo, no seu bojo, tanto criminalistas, como cientistas sociais e políticos.
 
Não é um problema fácil de ser resolvido, pois diz respeito a causas profundas geradoras da criminalidade juvenil, cuja solução definitiva exigiria um modelo de sociedade calcado em referenciais econômicos, sociais e culturais mais compatíveis com o objetivo visado: a extirpação das raízes geradoras da violência perpetrada por menores, e da produzida contra eles.
A dificuldade está no fato de a sociedade não suportar mais o agravamento a que chegou essa anomalia social, cuja tradução é o desassossego, a insegurança e a exposição a todo tipo de barbaridade criminosa. Frente a isso, é fácil compreender que seja levada a defender soluções simplistas que, longe de conter o problema, produziriam um retorno ainda mais violento.
Aceitemos - para argumentar - a redução da maioridade penal para 16 anos: inevitavelmente, o crime organizado lançaria mão de meninos de 14, 12 ou oito anos de idade. E isso já é uma realidade. Ademais, se forem levados para as prisões, através de penas privativas de liberdade, voltarão ainda piores, pois os atuais presídios são escolas de crime. Eles não poderão ficar presos ad aeternum (para sempre). Terão de sair de lá um dia. E, aí, teremos um criminoso ainda mais brutalizado e violento. Será a prova de que a sociedade terá desistido de recuperar esses jovens e aos bons frutos que poderiam produzir.
Os centros socioeducativos destinados à aplicação das penas restritivas de liberdade determinadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) aos menores infratores pouco diferem dos presídios convencionais: aperfeiçoa-os na via do crime e os brutaliza, sendo a demonstração clara da insensibilidade de uma sociedade que se recusa a pagar o preço exigido para salvar esses jovens: maior distribuição da riqueza, por meio de reformas sociais que obriguem alguns segmentos a abrir mão de ganhar demais, para que todos saiam ganhando.
OUTRA FONTE
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=2412
A redução da menoridade penal é um caminho a ser seguido hoje?
Carlos Frederico Manica Rizzi Cattani
Publicado em 02/2014. Elaborado em 02/2014.
http://jus.com.br/artigos/26791/a-reducao-da-menoridade-penal-e-um-caminho-a-ser-seguido-hoje
O debate da menoridade não tem saído dos meios de discussão (sejam eles jurídicos ou incentivados pela mídia). Entretanto, a verdadeira questão não é diminuir ou aumentar a idade penal, neste momento histórico, e sim como reestruturar uma sociedade que vai perdendo os seus jovens.  Esta questão é muito mais complexa de responder, e talvez não se queira que seja ela realmente tratada com seriedade, pois denunciaria a omissão e a inatividade do Estado, ou quem sabe uma co-culpabilidade das políticas públicas atuais. Ora, antes de buscar exemplos normativos de países estrangeiros, é evidentemente necessário deflagrar que o Brasil está longe, e muito longe, de uma sociedade estruturada, o que, por si só, inviabiliza pretender usar exemplos importados de outras legislações de condições sociais diversas. Em outras palavras, o Brasil vive um cenário político e social próprio, e, assim, necessita pensar e refletir sua legislação deste ponto real.
Por outro lado, colocar um fazer objetivo (diminuir a idade penal) – que pode ser empreendido de forma ágil e imediata – é muito mais atraente que colocações genéricas e amplas do “esse não é o caminho”. E, aqui, reside o problema da crítica penal frente aos movimentos simbólicos. Não bastam somente bandeiras de educação e saúde, a complexidade vivida atualmente exige muito mais e para um prazo muito longo, e atitudes de “lei e ordem” soam como necessárias neste cenário (fabricado pela corrupção e interesses privados).
Realmente, existe uma violência gerada por menores, e sempre existiu, assim como existe uma violência gerada por maiores de idade. Em ambos os casos, não existe uma solução jurídica viável integralmente. Ou seja,reduzir a menor idade somente desloca o menor infrator para a condição de adulto infrator, sem que nada efetivamente esteja sendo resolvido: o fato criminoso ainda existe, e a solução a ser dada ao criminoso, em ambos os casos, está falindo no Brasil. Sendo que para um adulto o peso do Estado deveria ser um, e para o menor deveria ser adequado proporcionalmente a sua condição e idade.
Mas qual é a solução? Algumas sugestões estão sendo diuturnamente defendidas, entre elas: retirar do direito penal o dever maior de resolver e combater a criminalidade; uma denúncia massiva do descaso e da corrupção públicas, com concretas punições e afastamento de cargos públicos; um real controle do uso do dinheiro e das vagas de serviços públicos; uma política de restrição à desigualdade social e abuso econômico, que retiram do cidadão seu poder de decisão e o obrigam a viver pela sobrevivência; construir condições e estruturas para o desenvolvimento do homem em nível superior ao da simples sobrevivência e cesta básica; controlar os descaso do sistema penal e a arcaica condição do judiciário, por exemplo, sua morosidade abusiva; uma estruturação das polícias estaduais, como as que têm sido evidenciadas em níveis federais; enfim, alguns exemplos.
Em pormenores, o simples debate da redução da idade penal possui mais interesse de cunho simbólico do que concreto. Em verdade, o Brasil vem se profissionalizando no uso do direito penal e da legislação em geral como forma de se dissuadir das obrigações constitucionais: 'Já fizemos a Lei, o que mais querem?'. Antes de alterar a Constituição Federal sobre a idade penal, o ideal seria atentar para muitas outras cláusulas dirigentes e estruturantes da sociedade e, daí sim, vencida as etapas fundamentais, colocar em discussão qual a menoridade penal para o Brasil.
Trata-se de um assunto que vem sendo estudado em muitos países, conforme se visualiza abaixo.
"O discurso do sistema de controle e dos órgãos de mass-media justifica a privação de liberdade do adolescente porque o considera responsável por parte relevante da grande criminalidade; entretanto, pesquisas internacionais não autorizam esse ponto de vista: quantitativamente, registros criminais anuais indicam que menores de 14-18 anos responderiam somente por 4,5% da criminalidade (para menores de 6 a 21 anos, a taxa cairia para 3,5%); qualitativamente, a criminalidade atribuída a menores é ainda menos dramática: 2/3 das infrações penais de menores é constituída de delitos de bagatela (furto simples, dano, lesão leve, etc.), restando somente 1/3 para delitos violentos, como homicídio, lesão grave e roubo." (JUAREZ CIRINO DOS SANTOS no texto “O adolescente infrator e os direitos humanos”, do Instituto de Criminologia e Política Criminal).
Defende-se, porém, que o Brasil discuta suas próprias políticas, baseadas em dados especificamente brasileiros.
Partindo da Constituição Federal do Brasil, de 1988, esta faz constar em seu artigo 228 que são penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, mesmo que sujeitos às normas da legislação especial (Estatuto da Criança e do Adolescente). Assim, mesmo que não possam cometer crime, estes agentes podem ser responsabilizados pelos atos infracionais que praticarem (leia-se crime e contravenção penal). No entanto, ao invés de penas como a prisão, sofrem medidas de proteção genéricas (art. 98 do ECA) e específicas (art. 101 do ECA), e, para adolescentes, medidas socioeducativas (art. 112 do ECA).
O que isto quer dizer? Algo muito mais complexo do que vem sendo debatido. Em poucas palavras, o menor de 18 anos não caminha impune e à margem da lei. Sofre o menor de idade medidas de castigo e ressocialização, em um dizer mais simples, inclusive de recolhimento cautelar, com prazos de até três anos. Somente para ilustrar, alguém que seja maior de idade, condenado (após todo o processo penal) pelo crime de homicídio a uma pena de 6 (seis) anos, talvez não fique tanto tempo recolhido a um presídio, quanto um menor internado cautelarmente (antes de um processo) nos termos do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Figueiredo Dias apresenta que os fundamentos da inimputabilidade em razão da idade é decorrência objetiva de um agente que não atingiu, em virtude da idade, sua maturidade psíquica e espiritual. Adverte o autor que “[...] todas as concepções esbarrarão com grande dificuldade em compreender inteiramente este fundamento a partir do pensamento da culpa [...]”[1], no entanto, conclui que a colocação desta barreira etária (12, 14, 16, 18 anos, etc.) instransponível pelo julgador, corresponde a “[...] um princípio de humanidade que deve caracterizar todo o direito penal de um Estado de direito material.”[2]
A imputabilidade é a plena capacidade (estado ou condição) de culpabilidade, ou seja, é a capacidade de entender e querer o resultado previsto como crime em lei. Assim, aqueles que conseguem entender e controlar seus atos para um agir ou não agir típico e ilícito são, também, culpáveis/imputáveis. O agente compreende a ilicitude do fato e atua conforme esta compreensão.
"A imputabilidade é a condição pessoal de maturidade e sanidade mental que confere ao agente a capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar segundo esse entendimento. Em suma, é a capacidade genérica de entender e querer, ou seja, de entendimento da antijuridicidade de seu comportamento e de autogoverno, que tem o maior de 18 anos."[3]
O artigo 27 do Código Penal prevê que os menores de 18 (dezoito) anos são penalmente inimputáveis, estando em conformidade com a norma constitucional. Condição imutável até atingir a referida maioridade, e que, assim, difere da vida civil, na qual o menor tem a possibilidade de alcançar sua emancipação (art. 5, §único, do Código Civil) antes de ver completos os dezoitos anos.
"Alardeia-se pela mídia, sem dados, a criminalidade do menor de dezoito anos, dentro de uma visão tacanha da 'lei e da ordem', que de má ou boa-fé crê resolver a questão da criminalidade com repressão penal, como se por um passe de mágica a imputabilidade aos dezesseis anos viesse a reduzir comodamente, sem políticas sociais, a criminalidade."[4]
Por fim, a decisão da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, ao rejeitar a proposta das mudanças de regras sobre a idade penal mínima (PEC 33/2012), mesmo que tenha sido com votos por sua viabilidade, assegurou um marco material previsto na Constituição Federal, em que pese não trazer à discussão os verdadeiros discursos que devem ser debatidos (quais são eles?). Saliento, não é a questão de defender uma impunidade, mas de buscar vias reais – e não simbólicas – para a redução da criminalidade e estruturação de uma sociedade que está ‘sendo perdida’ para o descaso e interesses não Constitucionais.
THOMAS BACELLAR
20/04/13 AS 21:37
http://atarde.uol.com.br/opiniao/materias/1498311-a-reducao-da-menoridade-penal
A "delinquência" juvenil não pode ser considerada independentemente da estrutura social.
Sempre que se supõe existir aumento no curso da delinquência infanto-juvenil, há propostas de reduzir a idade para a responsabilidade penal, exagerando-se, por vezes, a importância do delicado problema, sem atentar para a relação que guarda com o crescimento populacional, e também que a sua prevenção deve estar, menos na letra da lei penal, que na eliminação de suas raízes ou fatores, sempre complexos.
Os "crimes" dos menores logram, em geral, maior divulgação, sensacionalista; os adultos se defendem melhor das malhas da Lei.
É, entretanto, solução ingênua para um problema social e humano extremamente sério e grave.
Não há dúvida de que existem menores carecedores de disciplina severa em seu próprio benefício; mas severidade não quer dizer "castigo" (vingança social contra o "crime"), que suprime lar, escola, convivência educativa e exemplos salvadores.
O remédio para a precocidade dos "delinquentes" e a elevação do índice geral de criminalidade, fonte inesgotável de reincidência (hoje, cerca de 73%), há de buscar-seem outra parte, e não na alteração da lei penal.
Os limites de idade tem variado nos países, entre 14, 16,18 e 20 anos. Excepcionalmente, descem desses marcos.
No Brasil, O Código Criminal do Império, de 1830, e o republicano, de 1890, chegaram a ficar em 9,14 e 17 anos, fazendo, por vezes, depender a fixação da responsabilidade do inseguro e incerto exame de discernimento.
Nosso atual Código Penal, com as modificações que lhe seguiram, evitou os radicalismos, e fixou a maioridade em 18 anos, para o que se observou a média das opiniões, consideradas científicas, a respeito do momento em que se verifica a maturidade das pessoas.
Usou, assim, de critério biológico razoável, tendo em vista o desenvolvimento psíquico das pessoas, sobretudo em um país, como o nosso, de a contudo  desnível entra a população citadina e rural, conforme ressaltado já por nosso penalista maior, o professor e Senador, Aloysio de Carvalho Filho.
A maioria dos países tem assinalado dois limites de idade, um inferior e outro superior.
O inferior está, em regra, em 14 anos, o limite superior, em 18 anos. Nos EUA, encontramos um quadro muito singular e heterogêneo, porquanto cada Estado dispõe de lei própria e de seus próprios limites de idade, que, às vezes, são diferentes para jovens, homens e mulheres; e mais ainda variam de "county a county" (de distrito a distrito).
Dentro da limitação de idade para os jovens em geral, há em alguns estados, preceitos jurídicos, determinando ao juiz examinar especialmente a responsabilidade naquilo que é considerado "essencial", ou seja, seu discernimento.
Diminuir-se a idade, como exigência prática, para a repressão dos crimes, é não levar em conta as imprecisões da Psicologia, sobre a adolescência, e também o poder com que atuam na má conduta infantil determinados fatores mesológicos (abandono material e moral) dos quais o menor de idade e totalmente alheio ou inculpado e que costuma coincidir com certa precocidade intelectual, aguçada, precisamente, pela necessidade vital do menor, abandonado à sua própria sorte.
Substituir a pedagogia corretiva pelo cárcere ou presídio não resolve o complexo problema. Seria um quadro desolador vermos menores abandonados integrando a população carcerária e penitenciária, corrompendo-se ainda mais com ela.
Parece-nos oportuno invocar os avisos feitos por PELÉ, na ocasião do seu milésimo gol (1969). Em lágrimas copiosas e com a argúcia e humildade de sempre, disse publicamente: "cuidem das nossas crianças...". Anos depois, com o recrudescimento da criminalidade, exclamou: "Se tivessem me ouvido, o Brasil não estaria assim"!...
Em vez de aumentar a faixa etária da punição, o que se deve é assegurar aos menores até os 18 anos, medidas de proteção e amparo, cumprindo-se o principio de matriz constitucional que está  no art. 175 na Constituição Geral da República e no ECA, que são disposições normativas de índole democrática inseridas nos parâmetros de um Estado de direito.
Evita-se, assim, a pena- castigo de prisão- reação criminal por excelência- que, ainda em relação aos de maior idade, representa consenso entre os especialistas que só deve lograr aplicação quando todas as restantes medidas se revelarem inadequadas, face às necessidades de repressão e defesa social.
O mais recente e avançado Código Penal da América, o da Colômbia, promulgado no ano 2000 (Leyes 599 e 600) estabelece, no art. 33, que os menores de 18 anos estarão submetidos ao Sistema de Responsabilidades Penal Juvenil.
Também o Código da Espanha, o mais novo da Europa, estabelece no art. 19, que "os menores de 18 anos não serão responsáveis criminalmente" ficando submetidos ao disposto na lei que regula a responsabilidade do menor.
A violência é um problema de profundas raízes no corpo social, que não se pode examiná-la superficialmente e à margem do contexto social em que surgiu.
Embora integre o sistema de controle social, a lei penal não encerra todo o controle social; é, simplesmente, uma parte dele, nem sequer, como adverte o jurista espanhol, Francismo Munõz Conde, sua parte mais importante, senão, apenas, a superfície visível de um "iceberg" em que o que não se vê é, talvez, o lado que realmente mais importa.
Em resumo: as legislações fixam o limite da responsabilidade criminal de forma não-harmônica, variando a idade. 
Entendemos que deve ser mantido o princípio que nossa Lei Maior ostenta no seu mastro (CF-88, art. 228, CP, art.27).
As crianças (até 12 anos incompletos) e os adolescentes (entre 12 e 18 anos) ficam sujeitos às medidas preventivas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA- Lei nº 8.069/90).
Verifica-se a maioridade, a partir do primeiro minuto do dia em que a pessoa completa 18 anos, independentemente da hora do seu nascimento.
O Horário de Verão é uma antecipação artificial do termo legal, sendo inaplicável para o reconhecimento da maioridade penal (real).
No Brasil de hoje, os menores de 18 anos saíram para sempre do Direito Penal e assim deve permancer.

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