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SISTEMAS AGROINDUSTRIAIS Características da Produção Agropecuária • Sazonalidade da produção • Fatores biológicos: pragas e doenças • Perecibilidade Sazonalidade Sazonalidade são variações dos preços ao longo dos meses do ano Associadas às estações do ano : características sazonais da demanda (ex: sorvete no verão, peixe na Semana Santa) características sazonais oferta agrícola (fatores biológicos de plantas e animais) Índice sazonal do preço do leite no Brasil Índice sazonal da produção de leite no Brasil Índice sazonal 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 88.0 92.0 96.0 100.0 104.0 108.0 112.0 116.0 120.0 Índice estacional do preço do milho no Brasil Variação estacional do preço do álcool hidratado ao produtor Pode-se considerar que as séries temporais incluem três componentes: 1) a componente tendencial 2) a componente sazonal ou estacional 3) a componente irregular Componentes de Dados de Séries de Tempo Instrumento para Determinar a Componente Estacional Modelo aditivo tendênciasazonalcomponentePreço Preço – tendência = componente sazonal Instrumento para determinar a componente tendêncial A seguinte fórmula pode ser utilizada para se construir a média aritmética móvel de 12 meses (supondo que estejamos trabalhando com preços mensais): 12 5,05,0 654321123456 tttttttttttttt ppppppppppppp M na qual p é o preço do produto. Preço, média aritmética móvel e termos estacionais de preço do leite (modelo aditivo). Mês Preço (R$) Média Móvel (R$) Preço – Média Móvel (R$) abr/01 0,370 - - mai/01 0,380 - - jun/01 0,390 - - jul/01 0,350 - - ago/01 0,330 - - set/01 0,320 - - out/01 0,300 0,336 -0,036 nov/01 0,290 0,339 -0,049 dez/01 0,300 0,341 -0,041 jan/02 0,300 0,345 -0,045 fev/02 0,330 0,350 -0,020 mar/02 0,360 0,357 0,003 abr/02 0,400 0,367 0,033 mai/02 0,410 0,380 0,030 jun/02 0,420 0,394 0,026 jul/02 0,410 0,408 0,002 ago/02 0,400 0,421 -0,021 set/02 0,410 0,432 -0,022 out/02 0,440 0,440 0,000 nov/02 0,460 0,448 0,013 dez/02 0,470 0,454 0,016 jan/03 0,470 0,460 0,010 fev/03 0,470 0,467 0,003 mar/03 0,480 0,472 0,008 abr/03 0,490 0,474 0,016 mai/03 0,490 0,473 0,017 jun/03 0,490 0,469 0,021 jul/03 0,490 0,463 0,027 ago/03 0,480 0,459 0,021 set/03 0,450 0,455 -0,005 out/03 0,450 - - nov/03 0,430 - - dez/03 0,400 - - jan/04 0,410 - - fev/04 0,420 - - mar/04 0,450 - - 0,000 0,100 0,200 0,300 0,400 0,500 0,600 out/01 dez/01 fev/02 abr/02 jun/02 ago/02 out/02 dez/02 fev/03 abr/03 jun/03 ago/03 preço do leite média aritmética móvel do preço do leite Evolução do preço do leite e da média aritmética móvel do preço do leite. Preço, média aritmética móvel e termos estacionais de preço do leite (modelo aditivo). Mês Preço (R$) Média Móvel (R$) Preço – Média Móvel (R$) abr/01 0,370 - - mai/01 0,380 - - jun/01 0,390 - - jul/01 0,350 - - ago/01 0,330 - - set/01 0,320 - - out/01 0,300 0,336 -0,036 nov/01 0,290 0,339 -0,049 dez/01 0,300 0,341 -0,041 jan/02 0,300 0,345 -0,045 fev/02 0,330 0,350 -0,020 mar/02 0,360 0,357 0,003 abr/02 0,400 0,367 0,033 mai/02 0,410 0,380 0,030 jun/02 0,420 0,394 0,026 jul/02 0,410 0,408 0,002 ago/02 0,400 0,421 -0,021 set/02 0,410 0,432 -0,022 out/02 0,440 0,440 0,000 nov/02 0,460 0,448 0,013 dez/02 0,470 0,454 0,016 jan/03 0,470 0,460 0,010 fev/03 0,470 0,467 0,003 mar/03 0,480 0,472 0,008 abr/03 0,490 0,474 0,016 mai/03 0,490 0,473 0,017 jun/03 0,490 0,469 0,021 jul/03 0,490 0,463 0,027 ago/03 0,480 0,459 0,021 set/03 0,450 0,455 -0,005 out/03 0,450 - - nov/03 0,430 - - dez/03 0,400 - - jan/04 0,410 - - fev/04 0,420 - - mar/04 0,450 - - Termos estacionais médios mensais do preço do leite (modelo aditivo). Meses Termos Estacionais Outubro -0,018 Novembro -0,018 Dezembro -0,013 Janeiro -0,018 Fevereiro -0,009 Março 0,006 Abril 0,025 Maio 0,024 Junho 0,024 Julho 0,014 Agosto 0,000 Setembro -0,014 Média aritmética dos valores – para cada mês dos anos considerados na amostra. -0,025 -0,020 -0,015 -0,010 -0,005 0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030 ou tub ro no ve mb ro de ze mb ro jan eir o fev ere iro ma rço ab ril ma io jun ho julh o ag os to se tem bro R$ /l Variação estacional do preço do leite – modelo aditivo Taxa geométrica de crescimento Vt = Vo(1+r) t ln Vt = ln Vo+ t ln (1+r) ln Vt = a + t b ln Vt = a + bt a = ln Vo e b = ln (1+r) exp b = (1+r) r = exp b - 1 Exercício • Escolha uma série mensal de preços agropecuários (janeiro de 2000 a dezembro de 2016). Calcule o índice estacional dessa série. Monte um gráfico e explique os seus resultados. • Fontes: – CEPEA: www.cepea.esalq.usp.br – IPEA: www.ipeadata.gov.br – FAEG: www.sistemafaeg.com.br Doenças e Pragas • Em praticamente todo o tempo da produção agropecuária, os produtos estão sujeitos ao ataque de pragas e doenças; • Isso diminui a quantidade produzida e a qualidade dos produtos; • Pode até mesmo a levar a “quebra” da safra ou diminuição do rebanho; Combate • Uso de insumos: inseticidas, fungicidas e outros) – Elevação dos custos de produção; – Riscos aos operadores e ao meio ambiente; – Contaminação dos consumidores; • Importância do desenvolvimento de pesquisas específicas; • Desenvolvimento e produção de produtos para controlá- las ou combatê-las e de máquinas, equipamentos e implementos apropriados; • Serviços especializados. Perecibilidade dos Produtos • Após colhido os produtos agropecuários continuam sua atividade biológica. Devem ser adequadamente acondicionados e rapidamente transportados. Esses produtos, mesmo após colhido, podem durar poucas horas (hortaliças), dias (frutas) e ou poucas semanas (legumes). • Há produtos que, quando armazenados adequadamente, têm sua durabilidade extendida: café, grãos, carnes, etc. Visão Sistêmica do Agronegócio • Essencial compreender o agronegócio com todos os seus componentes e suas inter-relações. Isso auxiliará na tomada de decisões, formulação de políticas públicas e estratégias. • Visão Sistêmica: – “antes da porteira” – “dentro ou durante a porteira” – “após a porteira” – Ou da Montante à Jusante da produção agropecuária Visão Sistêmica: funções do agronegócio • Suprimento à produção agropecuária • Produção agropecuária propriamente dita • Beneficiamento, processamento, transformação • Acondicionamento e armazenamento • Distribuição • Consumo • Serviços Complementares (publicidade, bolsas de mercadorias, políticas públicas, etc) Sistema Agroindustrial Agroalimentar • “é o conjunto das atividades que concorrem à formação e à distribuição dos produtos alimentares e, em consequência, o cumprimento da função de alimentação” Sistema Agroindustrial Não Agroalimentar • “é o conjunto das atividades que concorrem à obtenção de produtos oriundos da agropecuária, florestas e pesca, não destinadas à alimentação mas aos sistemas energético, madeireiro, fumo, couro e calçados, papel, papelão e têxtil”. Visão Sistêmica: vantagens • Maior entendimento da atividade agropecuária;• Rápida operacionalização de estratégias corporativas; • Melhores previsões; • Aumento da participação do agronegócio e perda da atividade agrícola; Cadeia Produtiva e de Valor Filière: conceito da escola francesa (1960) aplicado ao agronegócio; “uma sequência de operações que conduzem à produção de bens, cuja articulação é amplamente influenciada pelas possibilidades tecnológicas e definida pelas estratégias dos agentes. Estes possuem relações, interdependentes e complementares, determinados pelas forças hierárquicas” (MORVAN, 1985) OU “são sucessões de atividades ligadas verticalmente, necessárias à produção de um ou mais produtos relacionados” (MONTIGAUD, 1991) FILIÉRE Mais voltada para os processos industriais. Sua análise permite: • Descrever toda a cadeia; • Compreender o papel da tecnologia; • Organizar estudos de integração; • Analise de políticas voltadas ao agronegócio; • Conhecer a matriz Insumo-Produto para cada produto agropecuário; • Analisar as estratégias de firmas. Cadeia de Valor Devido a grande possibilidade do termo cadeia produtiva, não incluir em sua concepção e análise, as inter- relações de todos os segmentos econômicos envolvidos após a produção, então, há a necessidade de um conceito mais amplo: cadeia de valor; Cadeia de Valor é um termo mais abrangente, onde esses segmentos e suas inter-relações após a produção, são inseridos na análise. Clusters Segundo a FIEMG, 2008: “[...] um cluster pode ser definido como um conjunto de empresas e entidades que interagem, gerando e capturando sinergias, com potencial de atingir crescimento competitivo contínuo superior ao de uma simples aglomeração econômica e as empresas estão geograficamente próximas e pertencem à cadeia de valor de um setor industrial”. Cluster: exemplos Grãos: Sudoeste de Goiás; Frutas: Petrolina-Juazeiro; Cacau: Sul da Bahia; Suinos: Oeste de Santa-Catarina; Clusters: vantagens • Integração com outros sistemas; • Sinergismo entre diversas atividades; • Aproveitamento de produtos, subprodutos e resíduos de um sistema para outro; • Utilização de estruturas físicas para múltiplos sistemas; • Economias de escala; • Informações; • Menor dependência de segmentos externos; e • Redução de custos. Arranjos Produtivos Locais (APL) • Os APLs significam a maneira como todos os agentes de determinadas cadeias produtivas de organizam e se inter-relacionam, inclusive com outras cadeias produtivas, em determinado espaço e território. Desse modo, todas as variáveis são incluídas e também são considerados os sistemas correlacionados. • O resultado final é uma rede de inter-relações, envolvendo todos os segmentos direta ou indiretamente relacionados a determinado produto. Características de um APL 1. Ter um número significativo de empreendimentos no território e de indivíduos que atuam em torno de uma atividade produtiva predominante; 2. Que compartilhem formas percebidas de cooperação e algum mecanismo de governança. Pode incluir pequenas, médias e grandes empresas. Fases do Desenvolvimento de um APL • Embrionária: não há ainda uma atração de firmas correlatas e a cooperação ainda é baseada, principalmente, em relações familiares; • Crescimento do Mercado: iniciam-se inovações para consolidar economias de escala e há a preocupação maior com a qualidade, com a competição se concentrando nos preços; Fases do Desenvolvimento de um APL • Maturidade: a competição acirra-se em torno de qualidade, flexibilidade, design ou marca e a cooperação aparece entre os diversos segmentos da cadeia de valor, tanto a jusante como entre as firmas em um mesmo nível, e as economias de escala não têm mais o papel de destaque; • Pós-Maturidade: a proximidade geográfica não é a condicionante principal, e o arranjo pode ter outro direcionamento para algum setor correlato.
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