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Anotações pro seminário

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Quando os colonos europeus chegaram ao Brasil, eles se viram “obrigados” a se ajustar ao tipo de economia alimentar. Mas essa adaptação aos costumes alimentares da colônia não impediu que os portugueses procurassem introduzir produtos do além-mar, como por exemplo a criação de gado.
O costume de comer carne de gado começou com a vinda dos rebanhos para o continente americano no século XVI. Assim, sarapatel, panelada, buchada, entre outros, não foram técnicas africanas, mas processos europeus. O sarapatel, o português aprendeu na Índia. A panelada e a buchada, preparadas com vísceras assadas em grelha ou chapa do fogão, têm origem castelhana e entraram no país por influência da vizinhança e contato espanhol. Na verdade, os indígenas nem conheciam o consumo de carne bovina e os africanos nunca tiveram tal costume.
Analisando que a difusão do uso de diferentes tipos de alimentos entre os continentes se deve muito ao comércio e à introdução de plantas e animais domésticos em novas áreas, e como durante os séculos XV e XVI, Portugal, Espanha e Veneza competiram no financiamento de viagens marítimas visando descobrir centros produtores de especiarias e apoderar-se deles, conclui-se que essas viagens foram de grande importância para a descoberta de novos alimentos e especiarias, além de expressar o domínio econômico dos países que a realizavam.
Além dos produtos próprios deste solo, havia também a caça e o pescado abundante; além da caça e do pescado contava-se também com o desenvolvimento bastante satisfatório de considerável parte das culturas e criações trazidas da Europa e de outras regiões tropicais do império português: as bananas, os citros (”frutas de espinho”), o coco, o gengibre, as videiras e figueiras, as couves, pepinos, cebolas, alfaces e outros tantos tubérculos, legumes e verduras. Portanto, o primeiro século de exploração no Brasil, pelo menos no ramo culinário, foi caracterizado pela incorporação, pelos colonizadores portugueses, da biodiversidade local, tanto nas plantas de cultivo como no uso de recursos da flora e fauna silvestres. Com o tempo, as mãos portuguesas juntaram sua própria tradição culinária àquela que aprendiam dos indígenas, e criaram com os recursos da terra produtos até então desconhecidos tanto em Portugal como no Brasil.
O português por aqui recriou o seu ambiente familiar trazendo bovinos, suínos, caprinos, galináceos, patos e gansos, conjuntamente à implantação das festas tradicionais como seus cantos e danças, comidas típicas, entrudo, quaresma, Natal e festas juninas onde se pulavam fogueiras e pedidos aos reis eram feitos.
A partir do exposto, notamos que se comia carne no Brasil antes da colonização portuguesa. Considerando que a novidade trazida pelos europeus foi a criação de gado, com destaque para a vaca para o consumo alimentício, entendemos que esta prática, quanto sua transformação em carne-seca foi uma iniciativa dos colonizadores. Assim a cozinha metropolitana, que era fundada na tríade carne, pão e vinho, na colônia foi adaptada para a realidade local em carne (seca), feijão e mandioca.5 Identificamos a criação de gado no Brasil a partir do século XVIII, quando os primeiros colonizadores portugueses adentraram o sertão nordestino. No contexto do século XIX, o príncipe Maximiliano Von Wied-Neuwied, naturalista e etnólogo que veio ao Brasil conhecer a natureza e a população indígena, chamou a atenção para a alimentação no sertão brasileiro: A sua alimentação é substancial e consta leite, usado para consumo tanto dos homens e dos animais como para a fabricação de queijos, que não costumam vender de farinha de mandioca e de carne-seca [...] os habitantes dessas [regiões longínquas] consomem, invariavelmente, farinha, feijão-preto e carne de boi4 .
História do Sarapatel
O sarapatel é um prato típico muito popular na região nordeste, principalmente nos estados de Pernambuco e Ceará.
Do porco, é possível aproveitar várias partes tais como, lombo, costela, pernil, pé, barriga, joelho, filé, pá, dentre outras. O presunto, por exemplo, é feito com o pernil do animal. Além disso, com o sangue, as tripas e o fígado, em Portugal pode-se fazer uma receita chamada de Sarrabulho, trazida da Índia pelos português com adaptações, (na época, haviam colônias portuguesas na Índia). No prato asiático ocorre o acréscimo de temperos e não de sangue.
A receita também pode ser feita com as miudezas de cabrito, carne de borrego e de outros animais. Foi desse prato que surgiu o sarapatel.
De acordo com o estado ou país em que é produzido, existem várias receitas dessa comida típica tais como sarapatel baiano, sarapatel de boi, sarapatel de bode, sarapatel de frango, sarapatel de carneiro, sarapatel cuiabano, etc.
Origem da Panelada e da Buchada

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