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Relatório EMCS 2

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Porto, 12 de dezembro de 2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Licenciatura em Sociologia 
 
 
 
Relatório Temático Individual - Glossário das Ciências Sociais 
 
 
 
 
Discente: Mafalda Sofia da Silva Ferreira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ano letivo 2016/2017 
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Faculdade de Letras da Universidade do Porto 
Licenciatura em Sociologia 
Ano letivo 2016/2017 
 
 
 
 
 
Relatório Temático Individual - Glossário das Ciências Sociais 
 
 
 
 
Discente: Mafalda Sofia da Silva Ferreira 
 
 
 
Relatório no âmbito da unidade curricular de Epistemologia e Metodologia das Ciências 
Sociais, lecionada pela Prof. Natália Azevedo e pelo Prof. João Teixeira Lopes 
 
 
 
 
 
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Porto, 12 de dezembro de 2016 
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Sumário 
 
 
I. Introdução ……………..…………………………………...…………………….…..… 4 
 
II. Glossário das Ciências Sociais…………...……………….…….……………….……... 5 
 II.I. Contexto de surgimento…………………..……………………………….….... 5 
 II.II. Conceitos Gerais………………………………………………….…..……...... 7 
 
III. Conclusão ………………………………………...………..…………………...….…. 11 
 
IV. Referências bibliográficas……………………………….…………………………..... 12 
 IV.I. Monografia………………………………………………………………….….12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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I. Introdução 
 
 
No presente relatório individual, elaborado no âmbito da unidade curricular de 
Epistemologia e Metodologia das Ciências Sociais, lecionada pelos docentes Natália Azevedo 
e João Teixeira Lopes, propus-me a realizar um glossário cujo tema serão as Ciências Socias, 
referindo, deste modo, conceitos gerais e comuns à maioria destas. 
Numa tentativa de contextualização do meu trabalho, inicialmente, irei referenciar 
conceitos que estão relacionados com o surgimento das Ciências Sociais, que apareceram como 
uma resposta às necessidades da sociedade, que havia sido abalada pela guerra. No entanto, as 
Ciências Socias, de modo a se legitimarem cientificamente, tiveram ainda passar por um 
processo que incluía a sua aproximação às Ciências exatas. 
Seguidamente, irei referenciar e explicitar conceitos mais pormenorizados e 
significativos que precedem ao conceito de Ciências Socias na sua totalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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II. Glossário das Ciências Sociais 
II.I. Contexto de Surgimento 
 
Revolução industrial – transformações a nível económico e social que tiveram início 
em Inglaterra no séc. XVIII e que se espalharam gradualmente pela Europa. Etapa histórica que 
se caracterizou pela mecanização dos processos de produção e, consequentemente, a produção 
em massa. Esta fase também foi marcada pela mudança de mentalidade, constituindo assim 
uma situação favorável ao surgimento das Ciências Sociais. 
 
Revolução francesa – demarca o início da idade contemporânea. Revolução inspirada 
pelos ideais iluministas, cujo principal objetivo era abolir a monarquia absoluta e acabar com 
os privilégios da nobreza e do clero. Período de intensa agitação política e social que teve 
repercussões em toda a Europa. 
 
Filosofia Política – campo da filosofia que tem como objeto de estudo o Direito. 
 
Filosofia Histórica – campo da filosofia que estuda a dimensão temporal da 
humanidade. 
 
Teoria biológica da evolução – teoria da autoria de Charles Robert Darwin que surgiu 
em contraposição à teoria da criação, considerada absoluta e inegável na época em questão 
devido à forte ligação da população aos dogmas religiosos. Propõe uma explicação biológica 
para a evolução e mutação das espécies. 
 
Movimento para a reforma social e política – a Revolução Industrial deu origem a 
uma nova classe denominada proletariado. A excessiva concentração demográfica e miséria em 
que se encontravam, deram origem a uma tentativa de reformas e movimentos de modo a acabar 
com as desigualdades existentes. Surgiram então novas teorias, entre elas as de Karl Marx e 
Friedrich Engels que formaram a proposta socialista. 
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Sociedade de ordem laica - perda da relação direta com o pensamento religioso; o 
surgimento das Ciências Sociais no séc. XIX marcam uma mudança de mentalidade e 
pensamento e observa-se a racionalização do mundo moderno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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II.II. Conceitos Gerais 
 
Agentes sociais – são aqueles que participam no processo de socialização. “Os 
indivíduos concebem e assumem papéis sociais, no decurso de um processo de interacção 
social.” (Giddens, 2008, p.45) 
 
Ciência Social – conjunto de conhecimentos, seguido de resultados que foram 
determinados a partir de certos métodos e técnicas que quando validados formam teorias. O 
objeto de estudo das Ciências Sociais é o real social, objeto bastante complexo na medida em 
que estas têm de se ajustar às sociedades, ação que se pode revelar bastante difícil. 
 
Etnocentrismo – obstáculo epistemológico; “uma desconfiança em relação a estranhos 
combinada com uma tendência para avaliar as outras culturas em termos da nossa própria 
cultura” (Giddens, 2008, p.272) Segundo Giddens, devido à enorme quantidade de culturas 
existentes no mundo, é previsível que se estranhe e, pelo menos inicialmente, não se aceite as 
ideias e costumes de outras culturas, pois tendemos a julgar todas as outras culturas, do ponto 
de vista da nossa. 
 
Factos sociais – “formas de agir, pensar ou sentir que são externas aos indivíduos, tendo 
uma realidade própria exterior à vida e perceções das pessoas individualmente. Outra 
característica dos factos sociais é exercerem um poder coercivo sobre os indivíduos. No entanto, 
a natureza constrangedora dos factos sociais raramente é reconhecida pelas pessoas como algo 
coercivo, pois de uma forma geral actuam de livre vontade de acordo com os factos sociais, 
acreditando que estão a agir segundo as suas opções. (Giddens, 2008, p.25). 
 
Familiaridade do social – obstáculo epistemológico; quanto maior a proximidade com 
o social, mais familiarizados ele nos parece. O investigador, ao achar que o social é próximo, 
consequentemente considera-o também transparente pois é o meio em que vive. Portanto, o 
investigador necessita de se distanciar da sua vivência para observar e estudar de forma correta 
os fenómenos. 
 
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Fenómeno social total – “fenómenos que – seja na sua estrutura própria seja nas suas 
relações e determinações – têm implicações simultaneamente em vários níveis e em diferentes 
dimensões do real-social, sendo, portanto, susceptíveis, pelo menos potencialmente, de 
interessar a várias, quando não a todas as ciências sociais.” (Nunes, 2005, p.206) 
 
Identidade social – “Características atribuídas a um indivíduo por outros.” (Giddens, 
2008, p.712) 
 
Individualismo – obstáculo epistemológico; é a explicação de fenómenos sociais como 
resultado somente de características ou decisões individuais. 
 
Interação disciplinar – complementaridade e interdependência entre as ciências; 
abertura das várias disciplinas que leva a uma melhor compreensão dos fenómenos sociais 
totais; transversalidade de conhecimentos entre as disciplinas do social. 
 
Interdisciplinar – forma de interação disciplinar; é o segundo nível de interacção 
disciplinar, e é uma tentativa de construir uma abordagem teórica mais global e mais comum 
sem abdicar dos vários contributos de modo a que a sua integração torne a investigação que se 
irá realizar, mais coerente.Intradisciplinar – forma de interação disciplinar; acontece quando dentro de uma 
determinada ciência social há especializações disciplinares concretas que são capazes de dar 
respostas mais eficazes em casos específicos do ramo. Estas estão em constante ligação com a 
disciplina máxima. 
 
Investigação empírica – “Investigação factual levada a cabo em qualquer área da 
pesquisa (…)” (Giddens, 2008, p.713) 
 
Mudança social – “Alterações nas estruturas básicas de um grupo social ou sociedade. 
A mudança social é um fenómeno constante da vida social, mas tomou-se muito mais intenso 
na era moderna. As origens da sociologia moderna remontam às tentativas de perceber as 
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mudanças dramáticas que destroem o mundo tradicional e impulsionam novas formas de ordem 
social.” (Giddens, 2008, p.715) 
 
Métodos – meio de trabalho da prática científica; base de diferenciação entre as ciências 
sociais. 
 
Naturalismo – obstáculo epistemológico; pressuposto que defende que os fenómenos 
decorrem de fatores de origem biológica e fisiológica, ou seja, natural. 
 
Obstáculos epistemológicos - algo que pode constituir um entrave ao processo de 
ciência social; no confronto entre senso comum e ciência social há uma descontinuidade 
epistemológica entre ambos e, por esse motivo existe em ambos a necessidade de rutura. 
 
Pluridisciplinar – é o menos exigente e complexo dos níveis de interação disciplinar; 
é a relação entre diferentes ciências com o objetivo de alcançar trocas de informações 
recíprocas. 
 
Real social – conjuntos de fenómenos sociais; objeto de estudo das Ciências Sociais. 
 
Senso comum – obstáculo epistemológico na medida em que é uma explicação para o 
real que necessita de ser limitada no processo de conhecimento; comum a todos os autores 
sociais apesar de se diferenciar entre estes. 
 
Sociedade – “Uma sociedade é um sistema estruturado de relações sociais que liga as 
pessoas de acordo com uma cultura partilhada. Algumas sociedades, como as dos caça-dores-
recolectores, são muito pequenas, não tendo mais do que algumas dezenas de pessoas, enquanto 
outras são enormes, com muitos milhões de pessoas - a sociedade chinesa moderna, por 
exemplo, tem uma população de mais de um bilião de indivíduos.” (Giddens, 2008, p.720); é 
entendida então como grupo de pessoas com consciência de identidade própria que vive num 
território específico e está sujeito a normas comuns. 
 
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Transdisciplinar – forma de interação disciplinar; apenas se distingue da 
interdisciplinaridade pela maior fluidez e facilidade com que se aborda de forma global um 
fenómeno social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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III. Conclusão 
 
Em virtude do que foi abordado neste trabalho e ressalvando a pluralidade e diversidade 
dos conceitos utilizados, podemos concluir que todos estes conceitos possuem um elo de ligação 
sendo este as Ciências Sociais. 
Todos os conceitos abordados são importantes no desenvolver e na prática destas 
ciências. 
 As ciências sociais, ao contrário das ciências exatas, são ciências subjetivas e não 
objetivas. O seu objetivo é compreender os fenómenos sociais focando-se no real social e, 
posteriormente no sentido que os agentes sociais conferem às suas ações. É então necessário 
utilizar métodos de investigação e critérios epistemológicos que diferem dos utilizados nas 
ciências exatas. 
Escolhi como marco de referência o autor Anthony Giddens e o seu livro “Sociologia”, 
pois, apesar de ser tratar de uma Ciência Social específica, os conceitos que escolhi estão bem 
explícitos e explicados. 
A realização deste relatório foi enriquecedora na medida em que esclareceu algumas 
dúvidas ainda existentes em relação a determinados conceitos e me permitiu um vasto 
conhecimento de fontes de informação que, até agora, nunca tinha utilizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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IV. Referências bibliográficas 
IV.I. Monografia 
 
 
 GIDDENS, Anthony (D.L 273409/08) [2008] - Sociologia. 6ª ed. Lisboa: 
Fundação Calouste Gulbenkian. ISBN 978-972-31-1075-3. 
 
 NUNES, A. S. (2005) - Questões Preliminares Sobre as Ciências Sociais. 13ª 
ed. Lisboa: Editorial Presença. 
 
 SANTOS, Boaventura de Sousa (2008) - Um discurso sobre as ciências. 5ªed. 
São Paulo: Cortez. ISBN 978-85-249-0952-8.

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