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Aula: TM - Introdução Universidade Federal do Rio Grande do Sul Departamento de Engenharia Química Disciplina: ENG07020 TRANSFERÊNCIA DE CALOR E MASSA I O que estuda a Transferência de Massa? O objetivo principal do estudo da Transferência de Massa é determinar as taxas (velocidades) com que a massa é transferida através de processos a nível molecular e as concentrações envolvidas em um sistema. Onde aparece a Transferência de Massa? Agar Divisória Cores Gases O que é Transferência de Massa? Transferência de Massa é a movimentação de moléculas devido a uma diferença de concentração no espaço de uma espécie em uma mistura. A Transferência de Massa SEMPRE ocorre no sentido da maior concentração para a menor! Alguns Conceitos Importantes Quantidade Significado Símbolo Unidades Concentração molar Mols da espécie A por volume CA kgmol/m 3 Concentração mássica Massa da espécie A por volume A kg/m 3 Concentração total Mols ou massa total por volume C, kgmol/m3 kg/m3 Fração molar Razão entre a concentração molar de A e a concentração molar total xA, yA Fração mássica Razão entre a concentração mássica de A e a concentração mássica total mA Massa molecular Massa de 1 mol de moléculas A MA kg/kgmol Pressão parcial Produto da pressão total P e a fração molar de A pA Pa, atm, mmHg Alguns Conceitos Importantes Quantidade Significado Símbolo Unidades Taxa Moléculas de uma espécie A transferidas por unidade de tempo WA, wA mol/s, kg/s Fluxo difusivo Taxa de transferência de massa puramente por difusão por área perpendicular à direção do transporte JA, jA mol/(m2.s), kg/(m2.s) Fluxo convectivo Taxa de transferência de massa puramente por convecção por área perpendicular à direção do transporte JCA, j C A mol/(m2.s), kg/(m2.s) Fluxo combinado Taxa de transferência de massa por difusão e convecção por área perpendicular à direção do transporte NA, nA mol/(m2.s), kg/(m2.s) Difusão mássica • Considere uma parede permeável com a concentração da espécie A em um lado igual a CA1 e a CA2 no outro. • Como CA1 > CA2, moléculas de A calor são transferidas do lado 1 para o lado 2. • Se WAx é a taxa de massa transferido, qual deve ser a sua relação com as concentrações CA1 e CA2, com a espessura L da parede e com a área transversal A da parede? A Difusão mássica • Inicialmente, temos a relação entre a taxa de transferência de massa WAx e o fluxo de transferência de massa JAx, considerando a área transversal A. • É razoável esperar que quanto maior a diferença de concentração, maior o fluxo de massa. AxAx JAW 21 AAAx CCJ A Difusão mássica • Já com relação à espessura L, esperamos que quanto maior a espessura, menor será o fluxo de massa. • Logo o fluxo de massa deve ser inversamente propor- cional à espessura: • Observe que se dividirmos a parede ao meio, o T/(L/2) será constante para o perfil linear, mas não para o perfil não-linear. L CC J AAAx 21 A L/2 L/2 A L/2 L/2 Difusão mássica • Assim, devemos considerar uma espessura infinitesimal, isto é uma parede com L = x tendendo a zero. Ou seja: • O fluxo passa a ser escrito como: • Inserindo uma constante de proporcionalidade: dx dC x CC AAA x 21 0lim dx dC J AAx dx dC DJ AABAx Difusão mássica • Esta equação é a Equação de Fick e é a Equação Fundamental da Difusão de Massa. • O sinal negativo é uma consequência da massa ser transferido no sentido da concentração decrescente. • Em termos de concentração mássica: • Esta equação descreve a transferência molecular de massa e é análoga à equação de Fourier para a transferência de calor. dx dC DJ AABAx dx d Dj AABAx Difusividade Mássica • A constante DAB é uma propriedade de transporte conhecida como difusividade mássica ou coeficiente de difusão binária e é uma característica de cada par A e B. • A unidade da difusividade mássica no SI é m2/s. • Geralmente: • O valor de DAB depende do par A-B, da temperatura, pressão e da presença de outras espécies (solventes, por exemplo). • Para gases existe uma grande quantidade de dados tabelados e de equações para determinação do valor da difusividade mássica. • Já para líquidos e sólidos, devido à dificuldade experimental e complexidade das interações entre as moléculas, a disponibilidade desses valores é bastante restrita. sólidos)(líquidos)(gases)( ABABAB DDD Difusividade Mássica: Gases OBS: Para gases ideais: DAB T3/2. p-1 Difusividade Mássica: Líquidos Difusividade Mássica: Sólidos Difusividade Mássica: Sólidos Porosos Velocidades de escoamento • Considere um meio em movimento. • As diferentes moléculas deste meio não se movimentam necessariamente na mesma velocidade. • Podemos definir velocidades médias: • Velocidade Molar Média: • Velocidade Mássica Média • é a velocidade da espécie i em relação um eixo fixo no espaço. C vC V ii iiv v iv Velocidades de escoamento • A diferença é a velocidade relativa da espécie i em relação ao meio. • Assim, o movimento total de uma espécie A tem uma contribuição convectiva. Em termos de concentração molar: • A contribuição difusiva está ligada à velocidade relativa da espécie A em relação às suas redondezas e é provocado por forças a nível molecular, isto é, pode ser representada pela lei de Fick. Vvi combinado fluxo convectiva ãocontribuiç difusiva ãocontribuiç A C A A AAA C AAAAA N J J VCVvCJJvCN AABA CDJ Fluxo combinado • Assim, o fluxo combinado pode ser escrito como: • Ainda, para uma mistura binária, A-B, a velocidade molar média pode ser escrita como: • E o fluxo combinado passa a ser: • Em termos de fração molar (concentração total constante): • Em termos de concentração e fração mássica VCCDN AAABA C NN C vCvC V BABBAA BAAAABA NN C C CDN BAAAABA NNyyCDN BAAAABA BAAABAAAABA nnwwDn nnDnvDn A Fluxo combinado • Considerando difusão unidimensional (direção z), as equações ficam: • Em termos de concentração e fração mássica: BzAzA A ABAz BzAz AA ABAz zA A ABAz NNy dz dy CDN NN C C dz dC DN VC dz dC DN BzAzA A ABAz BzAz A ABAz zA A ABAz nnw dz dw Dn nn dz d Dn v dz d Dn A Fluxo combinado • Quando a movimentação global do meio é causada por algum agente externo, como uma bomba, ventilador, compressor, etc., a velocidade global do meio pode ser determinada e é interessante usar a seguinte forma da equação do fluxo combinado: • Mas quando a movimentação global do meio é causada pela movimentação molecular, é mais interessante usar a equação na seguinte forma: • Além disso, quando a difusão ocorre em um meio sólido (ou mesmo um líquido estagnado), o termo convectivo é desprezado: zA A ABAz VC dz dC DN BzAzA A ABBzAz AA ABAz NNy dz dy CDNN C C dz dC DN dz dC DN AABAz A Equação da Continuidade • Equação da Continuidade Balanço de Massa • Consiste em um balanço de massa (molar) de uma espécie A em um volume de controle. • A taxa de geração de mols de A está relacionada à ocorrência de uma reação química no interior do volume de controle. É escrita como a geração (consumo) de mols de A por tempo e por volume. • Já as taxas de entrada e saída de mols de A estão diretamente ligadas ao processo de transferência de massa. controle de volumeno A de mols de geração de taxa controle de volumedo A de mols de saída de taxa controle de volumeno A de mols de entrada de taxa controle de volumeno A de mols de acúmulo de taxa A Equação da Continuidade • Inicialmente considerando um fluxo unidirecional no volume de controle abaixo • Assim, o balanço de massa fica: • Dividindo a equação por V e escrevendo este como x.Ax: AxxxAxxxAx A RVANAN t C V A xx xxAx x A R x AN At C 1 Ax Ax+x x V NAx NAx+x A Equação da Continuidade • Fazendo o limite de x tendendo a zero: • Se a área Ax é constante: • Para problemas em estado estacionário: • E para um problema sem reação química no meio de difusão: A xAx x A R x AN At C 1 A AxA R x N t C 0 A Ax R x N 0 x NAx A Equação da Continuidade • Considerando um caso mais abrangente, com variação nas três coordenadas espaciais, temos: • Coordenadas Cartesianas: • Coordenadas cilíndricas: • Coordenadas esféricas: A AzAyAxA R z N y N x N t C A AzAArA R z NN rr rN rt C sin 11 A AAArA R N r N rr Nr rt C sin1 sin sin 11 2 2 A Equação da Continuidade • Estas equações podem ser escritas em uma forma mais condensada e elegante: • Onde é o divergente do vetor NA. • Usando a definição do fluxo como: • A Equação da Continuidade fica: • Se temperatura, pressão e DAB são constantes: AA A RN t C VCCDN AAABA AAAABA RVCCD t C AAAABA RCVCD t C 2 Condições inicial e de contorno • A condição inicial consiste em definir o perfil (ou distribuição) de concentração ao longo da ou das variáveis espaciais no instante inicial, isto é, momento a partir do qual o sistema é avaliado. Geralmente define-se um valor inicial constante em todo o volume de interesse. • As condições de contorno de primeira espécie consistem em especificar o valor da concentração em uma superfície (ou fronteira) “s” do sistema: gases paramolar fração sólidosou líquidos paramolar fração mássica fração molar ãoconcentraç mássica ãoconcentraç AsA AsA AsA AsA AsA yy xx ww CC Condições inicial e de contorno • A fração molar para uma fase gasosa ideal está relacionada com a sua pressão parcial segundo a lei de Dalton: • No caso de uma fronteira gás-líquido, a condição de equilíbrio nesta fronteira, para uma solução ideal, advém da lei de Raoult: • Considerando um líquido puro, a fração molar na fase gasosa é: • O valor da pressão de vapor de uma espécie é geralmente obtida através da equação de Antoine: vap AAsAs PxP PyP AsAs P P y vap A As TC C CPvapA 3 2 1ln Condições inicial e de contorno • Por outro lado, considerando uma solução diluída, a Lei de Raoult é retomada na forma da lei de Henry. • Na condição de equilíbrio termodinâmico, pode-se igualar as relações da Lei de Dalton e da Lei de Henry: • Sendo • Estas relações são muito usadas em processos de absorção. HxP AsAs AsAsAsAs CmPmxy ou CHmPHm e Condições inicial e de contorno • Esta descontinuidade na concentração ou fração molar é exemplificada nas figuras abaixo: Condições inicial e de contorno • Quando o soluto A está distribuído e diluído nas fases sólido- líquido, a relação é escrita em termos do coeficiente de partição KP. • Esta relação é muito útil quando precisamos determinar a concentração na fase 1 correspondente à concentração na fase 2 em uma posição longe da interface. 2 * 1 APA CKC sAPsA CKC 21 Condições inicial e de contorno • As condições de contorno de segunda espécie, são aquelas em que o fluxo é especificado (igual a uma constante) em uma superfície. • A primeira opção de fluxo especificado é um definir fluxo nulo, o que ocorre em: • Superfícies impermeáveis • Superfícies onde existe a condição de simetria • Em ambos os casos a condição consiste em escrever: • Para os casos onde o fluxo é puramente difusivo: 0 sxAx N 00 sx A sx A ABsxAx dx dC dx dC DN Condições inicial e de contorno • As condições de contorno de terceira espécie, são aquelas em que o fluxo em uma superfície é relacionado com o valor da concentração nesta superfície. • Em uma interface sólido-fluido, esta condição consiste em igualar o fluxo puramente difusivo na interface pelo lado do sólido com o fluxo de convecção mássica na fase fluida. • Def é a difusividade efetiva na fase sólida, km2 é o coeficiente de convecção mássica na fase 2. 222 1 AsAm sz A efszAz CCk dz dC DN Condições inicial e de contorno • Observe que a convecção é dada em termos de CA2 e a difusão em termos de CA1. Assim, para escrevermos a equação somente em termos de CA1 usamos a relação do coeficiente de partição: • Assim a condição de contorno fica: *1121 AsA P m sz A ef CC K k dz dC D sAPsA CKC 21 2 * 1 APA CKC Condições inicial e de contorno • Outra opção de condição de terceira espécie é quando o fluxo é igualado com a taxa de reação (por área) que ocorre na superfície que limita o sistema. • Onde R”A é a taxa de reação por área (pode ser de primeira ordem, de ordem zero ou qualquer outra forma, depende da reação). • Um exemplo onde ocorre este tipo de condição é a difusão de uma molécula de reagente até a superfície de um catalisador. • Quando a taxa de reação é muito maior que a taxa de transferência de massa, a concentração da espécie que reage pode ser considerada aproximadamente nula na superfície, pois toda molécula que chega na superfície é rapidamente convertida. • Neste caso, temos uma condição de contorno de primeira espécie: " AszAz RN 0AsC Conclusões parciais • Transferência de massa a nível molecular é um fenômeno causado por uma força motriz, diferença de concentração, que leva à movimentação da moléculas. • A equação que descreve o fluxo difusivo de massa é a Lei de Fick, idêntica à equação de Fourier na condução de calor. • Apesar desta analogia, a movimentação das moléculas, mesmo em um sistema estagnado, causa a movimentação do meio e deve ser considerada no equacionamento. • O balanço de massa leva a uma equação diferencial parcial • Para a resolução desta equação são necessárias 2 condições de contorno e uma condição inicial. • A convecção mássica, análoga à convecção de calor, aparece, mas deve se ter cuidado com a descontinuidade na definição da concentração em cada fase (coeficiente de partição).
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