Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tecnologia em Design de Interiores Disciplina: Oficina de Tecnologias II Aula – Esgotos sanitários Profª: Engª Civil Marlisia Rocha Lima 1- Considerações Gerais As instalações prediais de esgotos sanitários destinam-se a coletar, conduzir e afastar da edificação todos os despejos provenientes do uso adequado dos aparelhos sanitários, dando-lhes um rumo apropriado, normalmente indicado pelo poder público competente. As condições técnicas para projeto e execução das instalações de esgotos sanitários, são fixadas pela NBR 8160/99. De acordo com a norma , o sistema de esgoto sanitário deve ser projetado de modo a: • Evitar a contaminação da água, de forma a garantir sua qualidade de consumo, tanto no interior dos equipamentos sanitários, como nos ambientes receptores; • Permitir o rápido escoamento da água utilizada e dos despejos introduzidos, evitando a ocorrência de vazamentos e a formação de depósitos no interior das tubulações; • Impedir que os gazes provenientes do interior do sistema de esgoto sanitário atinjam áreas de utilização. • Impossibilitar o acesso de corpos estranhos ao interior desse sistema; • Permitir que seus componentes sejam facilmente inspecionáveis; • Permitir a fixação dos aparelhos sanitários somente por dispositivos de fácil remoção para possíveis manutenções. O destino final dos esgotos sanitários pode ser a rede pública coletora de esgotos ou um sistema particular de recebimento e pré- tratamento em regiões (locais) que não dispõem de sistema de coleta e transporte de esgotos. 2- Sistemas de Coleta e Escoamento dos Esgotos Sanitários 2.1- Sistemas Individuais Nos sistemas individuais de esgoto, cada edificação, possui seu próprio sistema de coleta, escoamento e tratamento, como, por exemplo, o conjunto de fossa séptica e sumidouro. Todo sistema particular de tratamento, quando não houver rede pública de coleta de esgoto, deverá ser concebido de acordo com a normalização brasileira pertinente. • Nas fossas sépticas as águas servidas sofrem a ação de bactérias anaeróbias (micro-organismos que só atuam onde não circula o ar). •Sob a ação destas bactérias uma parte da matéria orgânica sólida é convertida em gases, os quais são expelidos pelas tubulações de ventilação. Durante o processo depositam-se no fundo da fossa partículas minerais sólidas, formando o lodo. Forma-se também na superfície , uma camada de escuma ou crosta, que contribui para evitar a circulação do ar, facilitando a ação das bactérias. a) Fossas Sépticas b) Poço Absorvente ou Sumidouro • Muito difundido no Brasil, o sumidouro consiste em um buraco aberto no solo, cujas dimensões variam de acordo com a quantidade de líquido contribuinte e com o tipo de solo. • O fundo do poço deverá estar a uma profundidade de 1,5 metros acima do lençol de água, para evitar a contaminação do mesmo. • O destino final do líquido efluente do sumidouro se dá por infiltração no terreno através das paredes do poço. 2.2- Sistemas Coletivos • Nos sistemas coletivos, existem redes coletoras assentadas nas ruas da cidade, que encaminham os esgotos até um determinado local, para tratamento e posterior lançamento a um curso de água. 3- Instalação Primária e Secundária de Esgotos a) Instalação primária de esgotos é o conjunto de tubulações e dispositivos que contém gases provenientes do coletor público ou da fossa séptica. b)Instalação secundária de esgotos é o conjunto de tubulações e dispositivos onde não têm acesso os gases referidos anteriormente. Nesse caso a passagem dos gases é bloqueada pelos fechos hídricos dos sifões e desconectores. 4- Partes Constituintes de um Sistema de Esgoto sanitário 4.1- Ramal de Descarga É a tubulação que recebe diretamente os efluentes dos aparelhos sanitários (lavatório, bidê, vaso sanitário, etc). •O ramal do vaso sanitário deve ser ligado diretamente à caixa de inspeção (edificação térrea) ou no tubo de queda de esgoto(pavimentos superiores). • Os ramais do lavatório, do bidê, da banheira, do ralo e do tanque devem ser ligados à caixa sifonada. • Os ramais com efluentes de gordura (pias de cozinha) devem ser ligados à caixa de gordura (edificação térrea) ou tubos de queda específicos nos pavimentos superiores. Para o dimensionamento de ramais de descarga , utiliza-se tabelas próprias. Lavatório bidê banheira ralo pia vaso 4.2- Desconector (Sifão) É um dispositivo dotado de fecho hídrico, destinado a vedar a passagem de gases no sentido oposto ao deslocamento do esgoto. Nas instalações prediais de esgoto existem dois tipos de desconector: a caixa sifonada e o sifão. Os desconectores podem atender a um aparelho somente ou a um conjunto de aparelhos de uma mesma unidade(caixa sifonada) Caixa Sifonada A lâmina d'água (selo hídrico) presente nesses aparelhos impede a entrada dos gases do esgoto e consequentemente o mau cheiro. Sifão 4.3- Ralos Existem dois tipos de ralo:seco(sem proteção hídrica) e sifonado(com proteção hídrica). Normalmente são utilizados para receber águas provenientes do chuveiro, pisos, áreas externas, etc. Não devem receber efluentes de ramais de descarga. 4.4 - Ramal de Esgoto Recebe os efluentes dos ramais de descarga. Suas ligações ao coletor predial devem ser feitas por caixa de inspeção (térreo) ou tubos de queda em pavimentos sobrepostos. Caixa de inspeção 4.5- Tubo de Queda É a tubulação vertical, existente nas edificações de dois ou mais pavimentos, e que recebem os efluentes dos ramais de esgoto e dos ramais de descarga. 4.6- Exemplo de escoamento de esgoto em um banheiro • Na figura anterior os ramais de descarga do esgoto, do ralo (RS), do chuveiro e do lavatório passam pela caixa sifonada (CS) e são direcionados para uma tubulação primária onde se juntam com o esgoto da bacia sanitária. O ramal de esgoto então é direcionado para fora do ambiente. Para que o desconector não seja rompido, existe uma tubulação de ventilação próxima da saída da caixa sifonada. • As linhas contínuas representam uma tubulação primária, as linhas tracejadas são as tubulações secundárias e as linhas pontilhadas são da tubulação de ventilação. 5- Subcoletor É a tubulação horizontal que recebe os efluentes de um ou mais tubos de queda ou ramais de esgoto. Devem ser construídos, sempre que possível, na parte não edificada do terreno. No caso de edifícios com vários pavimentos, normalmente, são fixados sob a laje de cobertura do subsolo, por meio de braçadeiras Nesses casos devem ser protegidos e de fácil inspeção. 6- Caixa de Inspeção É a caixa destinada a permitir a inspeção, limpeza e desobstrução das tubulações de esgoto. É instalada em mudança de direção e de declividade ou quando o comprimento da tubulação de esgoto (subcoletor ou coletor predial) ultrapassa 12 m. Pode ser de concreto , alvenaria ou retangular. Quanto à forma, pode ser prismática, de base quadrada ou retangular, de lado interno mínimo de 60 cm, ou cilíndrica, com diâmetro mínimo de 60 cm. • A profundidade máxima dessa caixa deve ser de 1 m. A tampa deve ficar visível e nivelada ao piso e ter vedação perfeita, impedida a saída de gases e insetos de deu interior. • Em lugares como garagens, a caixa deve ser localizada de forma a não ser afetada pelo peso dos veículos. • Emprédios com vários pavimentos, as caixas de inspeção não devem ser instaladas a menos de 2 m de distância dos tubos de queda que contribuem para ela. A caixa de inspeção deve ser prevista quando ocorrer: • Mudança de direção; • Mudança de diâmetro, quando de eventual conexão; • Mudança de declividade dos subcoletores ou do coletor predial; • Interligação de subcoletores. 7- Caixa de Gordura • É a caixa destinada a reter, em sua parte superior, as gorduras, graxas e óleos contidos no esgoto, formando camadas que devem ser removidas periodicamente, evitando dessa maneira, que esses componentes escoem livremente pela rede de esgoto e gerem obstrução. • As caixas de gordura pré-fabricadas ou pré- moldadas podem ser construídas em concreto armado, argamassa armada , plástico ABS, fibra de vidro, cerâmica, placas de PVC, polietileno, polipropileno ou outro material comprovadamente resistente à corrosão provocada pelos esgotos. 8- Caixa Múltipla É uma caixa de plástico desenvolvida pela Tigre, que pode ser utilizada como caixa de gordura, de inspeção e de águas pluviais. De acordo com o fabricante, o produto consiste de kits com componentes intercambiáveis, que, em função da necessidade da instalação, podem ser montados para uso de qualquer uma das três versões.
Compartilhar