Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Lucas Magalhães de Oliveira Faculdade Governador Ozanam Coelho RESUMO DE CIRURGIA – P2 – FAGOC 2018/1 Lucas Magalhães de Oliveira Ø Complicações Cirúrgicas Febre no Pós Operatório Elevações de até 1˚C na temperatura são comuns, devido a resposta endócrino metabólica ao trauma. Febre nas primeiras 6 horas de pós-operatório estão relacionadas ao próprio procedimento. Casos em que o aumento da temperatura exceda 1˚C ou febre persistente e refratária a antipiréticos devem ser investigados. CADU: Temos que lembrar que há uma resposta metabólica ao trauma, sendo assim, o paciente tem outras intervenções de medicamentos, ele fica mais desidratado, as vezes ele vai estar fazendo uso de alguma substancia que leve a geração de febre, mas isso não vai estar diretamente relacionado ao procedimento cirúrgico. O que não posso esquecer? Que nem sempre febre no pós-operatório indica infecção. Possíveis causas da febre no pós-operatório: Resposta endócrina ao estresse; Liberação de citocinas; Substâncias pirogênicas; Medicamentos; e Desidratação. Febre no Pós-Operatório (Cronologia) Febre nas primeiras 24-48h indica atelectasia, que é o colapso total ou parcial do pulmão ou de parte do parênquima pulmonar, sem ventilação nesse local, e ocorre pela não execução adequada dos movimentos ventilatórios durante o procedimento cirúrgico (devido ao uso do respirador) Febre “do terceiro dia” indica tromboflebite, que é um processo inflamatório/infeccioso causado por irritação das paredes dos vasos usados na infusão de medicamentos. Febre após o quinto dia indica infecções do sítio cirúrgico ou infecções sistêmicas, assim, só se deve pensar em complicações específicas do procedimento cirúrgico após o quinto dia. Caso ocorra, deve ser feita investigação criteriosa (procura do foco infeccioso – Trato respiratório; Trato genito-urinário; Ferida operatória). Febre no Pós-Operatório (Investigação) Protocolo Seis “W” Wind Complicações Respiratórias Wound Ferida Operatória Water Flebite Endovenosa Walk Trombose Venosa Profunda Whiz Infecções do Trato Urinário Wonder Drugs Febre Induzida por Medicações Exames a serem solicitados (usados de acordo com a suspeita): Hemograma; Hemocultura; EAS; Urinocultura; RX de Tórax; TC de abdome; Outros. Febre no Pós-Operatório (Outras Considerações) Colite Pseudomembranosa Febre + Diarreia + Antibióticos C. dificille (Solicitar toxinas A e B nas fezes) TVP e TEP São causas de febre no pós-operatório Infecção Urinária Causa de febre após terceiro dia Pacientes imunossuprimidos e em uso de corticoides podem não apresentar febre em vigência de infecção Hipertermia Maligna Elevação persistente da temperatura durante ou após até 3 horas do ato anestésico, tendo relação não com infecção, mas com o ato anestésico em si. Podendo ser causada por afecção hereditária e latente (herança autossômica dominante), principalmente por resposta hipermetabólica aos anestésicos voláteis. Quadro Clínico: Rigidez muscular, aumento do consumo de oxigênio e produção de CO2, acidemia (respiratória e metabólica), taquicardia, taquipneia, hipercalemia, rabdomiólise e mioglobinúria (insuficiência renal). Complicações: Hipertensão arterial (fase inicial), colapso circulatório (choque), arritmias cardíacas, distúrbios da hemostasia (coagulação intravascular disseminada), insuficiência renal aguda. Tratamento: Interrupção do anestésico, inalação de O2 a 100%, Dantrolene, Bicarbonato de Sódio, hidratação, resfriamento corporal, tratamento das arritmias e hipocalemia. CADU: Dantrolene - Principal a ser utilizado, o mais importante no tratamento. Prevenção: Identificação de precedentes familiares e dosagem do nível de CK em repouso. Hipotermia Diminuição persistente da temperatura corporal, causada por infusão de líquidos não aquecidos, infusão rápida de volume, uso de anestésicos, ambiente cirúrgico com temperatura baixa e duração de procedimento cirúrgico prolongada. CADU: Temos que saber da “Tríade de déficit de coagulação, hipotermia e acidose”, que leva à uma má perfusão tecidual e aos distúrbios eletrolíticos. Hipotermia (Tratamento e Prevenção) Aquecimento do paciente com cobertores, controle da temperatura da sala cirúrgica, aquecimento de fluidos a serem infundidos, umidificação e aquecimento dos gases inalatórios. Complicações da Ferida Operatória As quatro principais são: Seroma; Hematoma; Deiscência; e Infecção. 1. Seroma São coleções fluidas de material seroso (ausência de sangue), tendo como a principal causa o Espaço Morto e procedimentos como Grande Dissecção no Subcutâneo, Lipólise, e Lesão de Estruturas Linfáticas. Sinais: Edema tecidual adjacente; Endurecimento; Abaulamento; Dor; Sensação de movimentação líquida na pele (flutuação); e Assimetrias. Tratamento: 1 – Conservador (Expectante ou Drenagem Linfática); 2 – Intervencionista (Punção ou Drenagem Cirúrgica). Déficits de Coagulação - Sangramento Acidose - Choque Má perfusão tecidual – Má cicatrização Distúrbios Hidroeletrolíticos - Arritmias Hipotermia Lucas Magalhães de Oliveira Faculdade Governador Ozanam Coelho Prevenção: Evitar grandes dissecções; Utilização de drenos sentinelas; Suturas de adesão; Drenagem linfática. Obs.: Seromas estão associados à maior incidência de infecção. CADU: Em nosso corpo não existe espaço sem preenchimento. Espaços sem preenchimento em nosso corpo acumula líquidos, levando a colonização e depois infecção. Se eu evito a existência de espaço morto no corpo, eu evito a formação de seroma. O tratamento conservador pode ser utilizado desde que o seroma seja pequeno e que com o decorrer da cicatrização esse espaço (seroma) vá diminuindo. 2. Hematoma Formação de coleções fluidas de sangue (sangramento persistente), que tem como principal causa a hemostasia insuficiente. Aparece geralmente nas primeiras 24 horas, tendo relação com o uso de anticoagulantes e anti- agregantes plaquetários. Sinais: Tumoração de crescimento rápido (por conta da pressão); Edema; Dor no local; Pele amarelada/arroxeada (infiltração no tecido subcutâneo); Assimetria importante. Tratamento: Drenagem; Tratamento específico para a discrasia sanguínea; Suspensão de anticoagulantes. Prevenção: Suspensão de anticoagulantes; Tratamento das coagulopatias existentes; Hemostasia sistemática; Drenagem sentinela. Obs.: Hematomas estão associados à maior incidência de infecção. CADU: A suspensão dos anticoagulantes é feita se possível, avaliando o risco-benefício para cada paciente. “Se tem uma coisa que dá infecção, é hematoma”. 3. Defeitos de Fechamento Deiscência: Ruptura parcial ou total de uma ou mais camadas da incisão cirúrgica (incidência de 1-3%). Evisceração: Ruptura total de sutura de laparotomia (mortalidade de 10%). Hérnias Incisionais: Ruptura da aponeurose, sem rompimento da pele. Fatores Causais: 1 – Locais (Técnica inadequada; Cicatrização ineficiente; e Aumento da pressão abdominal); 2 – Sistêmicos (Existência de fatores que inibem a cicatrização, como desnutrição, obesidade, imunossupressão, diabetes, uso de corticoides). Tratamento Deiscência Evisceração Hérnia Incisional Cicatrização por segunda intenção Cirurgia de urgência Cirurgia eletiva (não eviscerada) Limpeza ou desbridamento com sutura por terceira intenção Reforço da parede abdominal Uso de cinta elástica 4. Infecção de Sítio Cirúrgico Tem como agente etiológico mais comum o S. aureus, ocorre nos tipos Incisionais (superficiais ou profundas) e em órgãos e cavidades. Tipos de Infecções do Sítio Cirúrgico Incisionais Superficiais ProfundasDentro de 30 dias após a cirurgia. Dentro de 30 dias após a cirurgia. Drenagem purulenta de origem superficial; Isolamento de MO em cultura tecidual; Presença de coleção superficial com sinais inflamatórios. Drenagem purulenta de origem profunda; Deiscência de ferida operatória com exposição dos órgãos internos; Presença de coleção profunda com comprometimento sistêmico. Órgãos e Cavidades Dentro de 30 dias pós-cirurgia Drenagem purulenta por drenos posicionados internamente; Isolamento de MO em cultura de líquido de cavidade; Abcesso documentado por exame de imagem ou direto. Obs.: As Infecções de Sítio Cirúrgico podem ser: Limpas ou Potencialmente Contaminadas: São precoces (menos de 24 horas), principalmente por C. perfrigens e Etreptococo ß-hemolítico. Contaminadas: São infecções graves. Sujas: Infecções ocorrem habitualmente após entre o quarto e o sétimo dia pós-operatório. Tratamento: Dirigido ao patógeno (cultura do material), com biopsia tecidual sendo mais fidedigna que a cultura de secreção; ou Geral, com cefalosporina de primeira geração, que é eficaz contra bactérias gram-positivas (maior incidência). Fasceíte Necrosante Infecção espalha-se por contiguidade na fáscia. Ocorre trombose dos vasos perfurantes com isquemia. Dor súbita em extremidade. É grave, pode ser fatal. Causas: Estreptococos, Estafilococos, gram-negativos e anaeróbios. Tratamento: Drenagem e desbridamento amplos, Antibioticoterapia (Penicilina + aminoglicosídeos + clindamicina; ou Cefepime) e Câmara hiperbárica. Complicações Gastrointestinais Dividida em Deiscência de Anastomose, Fístulas Gastrointestinais e Obstrução Intestinal (funcional e mecânica) 1. Deiscência de Anastomose Uma das mais importantes. Podem ter causas intrínsecas, relacionadas ao próprio paciente, e as extrínsecas, relacionadas à técnica. É Caracterizada pelo rompimento da sutura de duas bordas do tubo digestivo. Intrínsecos - Choque - Baixa tensão de O2 – isquemia - Anastomose colorretal baixa - Idade (inversamente proporcional à cicatrização) Extrínsecos - Infecção local, flora intestinal - Exclusão da submucosa - Tensão na linha de sutura (não apertar muito) - Falhas técnicas Lucas Magalhães de Oliveira Faculdade Governador Ozanam Coelho Sinais: Mais observada do 5º ao 9º dia pós-operatório. É previsto que haja extravasamento importante de conteúdo. Ocorre reaparecimento de dor abdominal, febre (até o terceiro dia pode ser da resposta ao procedimento), leucocitose e outros sinais infecciosos após os primeiros momentos cirúrgicos. Sinais mais específicos são peritonite local ou generalizada e saída de conteúdo fecal pela ferida operatória. CADU: Tempo de deiscência vai depender do tecido, suprimento sanguíneo, demanda funcional, dentre outros. Deve-se deixar uma folga pequena na sutura porque a mucosa fica edemaciada. Caso haja suspeita de complicação da sutura, pode ser pedido PCR para confirmar. Ruptura de alça é igual à infecção. Propedêutica: Exames Laboratoriais (Buscar sinais de infecção, identificar complicações); Azul de metileno via enteral (vai sair no local da deiscência); Imagem (fistulografia fluoroscópica, ultrassonografia, tomografia computadorizada) – Tomografia é a mais utilizada, pois é a melhor. Tratamento: Obrigatório fazer a cirurgia novamente, pois não cicatriza sozinho. Deve ser feito o tratamento das complicações (sepse e desnutrição), e antibioticoterapia (gram-negativos e anaeróbios). Prevenção: Condições do Tecido (Intestino sadio, suprimento vascular adequado, preparo intestinal mecânico, anastomose sem tensão) e Condições Associadas (Antibiótico adequado, drenos longe da anastomose, evitar hipotensão, preparo nutricional adequado). A hipotensão pode levar à produção de radicais livres (Isquemia/reperfusão). 2. Fístulas Gastrointestinais Comunicação anormal entre o epitélio intestinal e a pele (fístula externa) ou em outro epitélio (fístula interna). CADU: É uma comunicação que o corpo forma para eliminar algo. O corpo epiteliza o canal e fica difícil resolver. Representam 75-85% das fístulas. Riscos: Radioterapia prévia (fator de má cicatrização); Desnutrição; Infecção ou sepse; Operação de emergência (hipotensão, hipotermia, anemia). Nesses quadros de risco o paciente se encontra em uma situação pior do que em uma cirurgia eletiva, que é feita na melhor condição possível do paciente. Avaliação: Conteúdo da Fístula (Líquido gástrico tem menor potencial de fechamento); Débito (Alto débito – Maior que 500mL/dia); Local de Drenagem (Pele, cavidade ou outro órgão). CADU: Quanto maior o débito, menor a chance de fechar sozinho. Lembrar que há perda de íons pela fístula. Etapas da Correção da Fístula Estabilização Reposição volêmica hidroeletrolítica e nutricional. Controle da infecção (drenagem, ATB). Investigação Fistulograma (ingeta contraste e olha onde será o local de saída, quantidade que sai é proporcional ao tamanho da fístula). Tomografia contrastada. Terapia Definitiva Cirurgia. Tratamento conservador (diferente da deiscência, a fístula pode fechar sozinha). Fechamento Espontâneo da Fístula Fatores Favoráveis Desfavoráveis Órgão de Origem Esôfago, cólon Estômago, duodeno e íleo Débito < 500mL/dia > 500mL/dia Tamanho da Fístula < 1cm > 2cm Sepse e Desnutrição Ausente Presente CADU: Importante saber os fatores para saber a chance de fechar sozinho. O estômago é muito pior. Tem que saber se vai operar ou não. 3. Obstrução Intestinal Na cirurgia abdominal há formação de íleo adinâmico, devido mobilização de alça, isso é normal nos primeiros dias pós-operatório. Apresentações: Obstrução Funcional (Íleo adinâmico, dilatação gástrica aguda) ou Obstrução Mecânica (Aderências, Estenose cicatricial, fecaloma). Sintomas: Distensão abdominal e dor, ruídos hidroaéreos diminuídos ou aumentados, vômitos e parada de eliminação das fezes. Paciente para de comer. CADU: Para afirmar que não há ruído hidroaéreo, tem que colocar o esteto na barriga por 5 minutos seguidos. Apresentações FU NC IO NA L Íleo Adinâmico · Perda da peristalse coordenada - Manipulação de alças - Imobilização e desidratação · Peristalse costuma retornar em 24h · Tratamento: Hidratação e reposição eletrolítica, mobilização, uso de prócinéticos · Obs.: Flatulência é o melhor parâmetro para saber se a peristalse voltou. Até 24h é normal não conseguir escutar nenhuma peristalse. Paciente deve andar o mais precoce possível. Cuidado com repouso absoluto. Dilatação Gástrica Aguda · Náuseas, vômitos e paresia gástrica com dilatação. · Causada por inibição do reflexo motor do estômago pelas vias vagais e por distúrbios eletrolíticos · Tratamento: Sondagem gástrica e reposição hidroeletrolítica. M EC ÂN IC O Aderências · Consequência quase que inevitável de procedimentos cirúrgicos abdominais. · Mudança do ângulo das alças e fechamento do lúmen (Tem chance de fazer fístula ou rotura durante a cirurgia) · Tratamento pode ser conservador (consiste em melhorar a consistência das fezes) ou cirúrgico (evitado). · CADU: Tratamento cirúrgico funciona, mas com o tempo ocorre outra aderência (piora). Estenose Cicatricial · Anastomoses tendem a edemaciar após a cirurgia. · A invaginação excessiva de tecidos pode causar obstrução do lúmen. · Tratamento quase sempre cirúrgico e, em alguns casos, conservador – para evitar aderência (amolecer as fezes para melhorar a passagem). Fecaloma · Comum em pacientes cirúrgicos (imobilização, dieta sem fibras, hidratação inadequada) · Tratamento(dieta laxatica, óleo mineral, mobilização, hidratação, Clister, remoção manual. Lucas Magalhães de Oliveira Faculdade Governador Ozanam Coelho CADU: Pacientes imobilizados não tem reflexo de evacuar, assim, fazem fecaloma constante. Não adianta fazer clister para estimular o intestino, pois o bloqueio é forte. Tem que fazer a retirada manual. Clister é um líquido (500mL) que é injetado pelo anus e estimula o intestino, é mais concentrado que o supositório. Complicações Respiratórias Principal causa de morbidade e a 2ª maior causa de morte acima dos 60 anos. Os pacientes mais propensos a desenvolver complicações respiratórias são os tabagistas (mais de 20 cigarros por dia) e pacientes com bronquite crônica ou enfisema pulmonar. São divididas em Atelectasia, Pneumonia, Broncoaspiração, Edema Agudo de Pulmão, Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), Tromboembolismo Pulmonar (TEP) e Embolia Gordurosa, Derrame Pleural e Pneumotórax. CADU: Atelectasia acontece por hipoventilação do paciente que sente dor no pós-operatório, provoca parada de líquido e pneumonia. Tem que fazer fisioterapia precoce após cirurgia no tórax e andar superior do abdome, pois o paciente vai sentir dor e não vai conseguir respirar. Complicações Respiratórias Atelectasia · Complicação pulmonar mais frequente (25% dos pacientes em cirurgia abdominal). · De 24-48h no pós-operatório · Geralmente autolimitada (pode evoluir com IRpA ou pneumotórax). · Tratamento consiste em fisioterapia respiratória e mobilização precoce. Pneumonia · Incidência de 4%, pode ser grave. · Fatores de risco: Portadores de DPOC e tabagistas, idosos (acima de 60 anos), imunossupressão, cirurgia em andar superior do abdome (importante). · Tratamento com antibiótico (empírico até cultura). · CADU: Sempre que falar de pneumonia aspirativa, tem que usar droga para anaeróbio, diferente da pneumonia comunitária, a menos que o paciente não tenha dente. Broncoaspiração · Pós-anestésico imediato ou extubação (reflexos de tosse reduzidos). · Conteúdo oral ou gástrico. · Alta mortalidade (50% em maciças). · Fatores de risco (grávidas – pressão abdominal elevada, crianças – pela forma do corpo, jejum inadequado, cirurgia torácica ou abdominal alta). · Visível no exame de imagem a partir do terceiro dia apenas. Se suspeitar de broncoaspiração não esperar três dias para agir. · Síndrome de Mendelson (pneumonite química, inflamação e edema local, pH <2,5) · Tratamento: ATB, aspiração oral, broncoscopia, hidrocortisona pode ser útil. · CADU: Existe pneumonia por aspiração (bactéria) e pneumonite química (substancia química – grave). Edema Agudo de Pulmão · Relacionado à incapacidade de bombeamento dos líquidos durante o procedimento cirúrgico. · Causas relacionadas incluem insuficiência cardíaca, crise hipertensiva (EAP hipertensivo), IAM, infusão excessiva de líquidos e insuficiência renal aguda. · Padrão radiológico congestivo, com opacidade difusa e aumento da trama alveolar (principal sinal). · Tratamento com restrição líquida, diuréticos, hemodiálise, tratamento da causa. SDRA · Processo inflamatório agudo dentro do pulmão, por extravasamento de líquido para o terceiro espaço, devido a uma resposta endócrino- metabólica ao trauma. Também é chamada de SARA. · Principais fatores associados são: choque, politraumatismo, grandes queimados, traumas severos (esmagamento). · Cursa com ocupação do parênquima pulmonar por líquido. · Critérios: IRpA, edema pulmonar não cardiogênico, hipoxemia, consolidações difusas no parênquima pulmonar. · Tem que ser BILATERAL, unilateral é pneumonia/pneumonite... · Mortalidade de 30-40%. · Tratamento consiste em manter a PEEP elevada, através da ventilação com pressão positiva. · CADU: Não adianta só fazer o paciente urinar. É um processo inflamatório, não se desfaz rapidamente, é MUITO GRAVE. TEP e Infarto Pulmonar · Presença de êmbolo causado por TVP (imobilidade e outros fatores de risco), que levam a migração do êmbolo até os capilares pulmonares, levando ao infarto de uma área pulmonar por ausência de suprimento arterial. Leva à má oxigenação. · Maior risco do 7º ao 10º dia pós-operatório. · CADU: Tratar com anticoagulante por 7-10 dias. Anticoagulação apenas previne NOVO trombo. · Sempre deve ser feita a prevenção (profilaxia medicamentosa, compressão intermitente – meias elásticas, mobilização precoce, evitar hipotermia. · Tratamento: Anticoagulação (risco-beneficio), fibrinolíticos. · CADU: Caso haja infarto do pulmão, proceder com lobectomia. Embolia Gasosa · Injeção de ar na circulação (20-30mL pode levar a óbito). · Condições: Pneumoperitôneo, Infusões venosas e grandes esvaziamentos linfonodais. · Manejo: Decúbito dorsal esquerdo com cabeça inclinada para baixo, aspiração do conteúdo por cateter venoso. Embolia Gordurosa · Êmbolos gordurosos na corrente sanguínea, com impactação na circulação periférica. · Fatores de Risco: Cirurgia ortopédica, lipoaspiração. · Petéquias axilares ou subconjuntivais · Tratamento: Suporte ventilatório e corticoides venosos. Derrame Pleural · Presença de líquido em cavidade pleural. · Causas: punção inadvertida, insuficiência cardíaca, lesão pulmonar, abscesso intra- abdominal. · Tratamento: Drenagem/Punção. Pneumotórax · Presença de ar na cavidade pleural. · Causas: Pneumoperitôneo, punção inadvertida, lesão pulmonar, excesso de pressão no respirador. · Tratamento: Drenagem/punção de emergência · CADU: Em pneumotórax hipertensivo deve ser feita uma punção. Em pneumotórax simples, deve ser feita uma drenagem. A punção de um pneumotórax hipertensivo, o transforma em um pneumotórax simples, sendo assim, tem que drenar. Lucas Magalhães de Oliveira Faculdade Governador Ozanam Coelho Complicações Cardiovasculares Divididas em Infarto e Arritmias Complicações Cardiovasculares Infarto · Incidência de 01,-0,7% no pós-operatório (37% nos pacientes com infarto há menos de 3 meses, assim, melhor esperar pelo menos 3 meses para fazer uma cirurgia eletiva nesses pacientes). · Patogenia (Má perfusão durante a cirurgia), com presença de insuficiência coronariana levando a um estresse cirúrgico pela demanda por oxigênio. · Sintomas podem estar mascarados pela anestesia e por uso de analgésicos – dispneia é o mais frequente. · Propedêutica inclui realização de ECG e exames laboratoriais. · Tratamento é a angioplastia. · CADU: Paciente que entra em quadro de insuficiência cardíaca congestiva, faz edema agudo de pulmão, o ar que entra disputa com o líquido extravasado levando a um quadro de dispneia, que como o paciente esta intubado, acaba sendo mascarado. Assim, você não percebe a dispneia, porém a saturação cai, levando a hipóxia. Deve aumentar o parâmetro do respirador pois o pulmão está enchendo de líquido. Arritmias · Taquicardia supraventricular (10%) – Arritmia mais comum. · Quase metade dos pacientes cirúrgicos apresentam arritmias durante o procedimento. · Estresse cirúrgico causa variações no tecido, que modificam o nível e tipo de estímulo à contração cardíaca. · Fatores predisponentes: Hipóxia, distúrbio hidroeletrolítico, infecção, sangramento/hipotensão, isquemia cardíaca. · Tratamento: Específico para cada arritmia. · CADU: Lesões teciduais extensas jogam potássio para a corrente sanguínea. Complicações Genito-Urinárias Incluem retenção urinária, infecção do trato urinário e insuficiência renal aguda. Complicações Genito-Urinárias Retenção Urinária · Manipulação do trato genito-urinário e anestesia do neuro-eixo levam à retenção urinária. · Cirurgia nas proximidadesdo trato urinário (Próstata, proctológicas e períneo) · Anestesia espinhal (raquianestesia e anestesia peridural). · CADU: Após o término do efeito da anestesia, o estímulo volta, a bexiga que está muito relaxada não consegue librar a urina, assim, o paciente começa a sentir dor. Tem que sondar. · Exame Físico: Bexigoma (globo vesical) · Tratamento: Cateterismo vesical de alívio, prostigmina (estimula a bexiga na ATONIA VESICAL). · Prevenção: Sondagem vesical de alívio em cirurgias abdominais/pélvicas, uso criterioso de opióides em anestesia espinhal e tratamento prévio de doenças prostáticas. · CADU: Quanto maior a quantidade de opióides utilizado, maior a chance de retenção urinária. Pode passar sonda de demora, caso julgue necessário no pré-operatório. Infecção do Trato Urinário · Está mais relacionada à mulher, geralmente após o terceiro dia pós-operatório (mais importante após o quinto dia). · 30% das bacteremias em pacientes internados. · Relacionadas ao uso prolongado de sondas de demora (relacionadas à invasão). · CADU: Na retenção urinária aguda, passo a sonda de alívio, paciente volta a contrair a bexiga depois. A de demora deve ser mantida um tempo no paciente que não vai voltar a urinar a curto prazo. · Fatores de Risco: Pacientes neurológicos, alterações anatômicas do trato urinário. · Tratamento: Usual (ciprofloxacino, sulfa+timetropim, nitrofurantoína, outros) e sondagem de alivio intermitente. · CADU: Em paciente crônico é melhor ficar sondando e tirando várias vezes do que manter uma sonda o tempo todo sem tirar, isso diminui o risco de infecção urinária. A sonda de demora utilizo raramente. Insuficiência Renal Aguda · Paciente já é oligúrico no pós-operatório (resposta endócrino-metabólica > ADH e Aldosternona). Há alterações de perfusão renal durante a cirurgia, devido a variações de pressão. · Fatores de Risco: Uso de AINEs, medicamentos, anestésicos, mudanças de volemia (hipovolemia principalmente), rabdomiólise (lesão muscular na cirurgia). · CADU: Se tiver muito risco de fazer insuficiência renal, não utiliza AINE. Se não tiver risco, usa AINE, com hidratação boa do paciente. · Outras Causas: Contraste, ligadura do ureter, obstrução ureteral. · Tratamento: Hidratação, tratamento cirúrgico da causa específica (ureter e uretra), hemodiálise. Ø Princípios de Anestesia Anestésicos Locais A ideia dos anestésicos locais não é perder todo estímulo nervoso, mas sim o estímulo doloroso. Não há perda motora, ocorrendo inibição reversível das fibras sensitivas. Com a utilização de anestesia local, o objetivo é a suspensão temporária de todos os tipos de sensibilidade de uma determinada área, sem alteração no nível de consciência. Os anestésicos locais são substâncias capazes de impedir, de modo reversível, a gênese e a condução de impulsos em fibras sensitivas. Estrutura dos Anestésicos Locais Os anestésicos locais apresentam um grupo aromático (propriedades lipofílicas), uma cadeia intermediária (separação espacial entre as duas extremidades, ésteres ou amidas), e uma extremidade aminoterminal (hidrossolubilidade). Anestésicos são bases fracas que agem com efeito mais importante na forma ionizada. Assim, ionizam menos em meio ácido. No pus o meio está acido, o que neutraliza a base (anestésico), tirando as formas ionizadas, removendo o efeito do anestésico. Os anestésicos locais são divididos em ésteres (procaína, benzocaína, tetracaína) e amidas (lidocaína, bupivacaína, prilocaína, mepivacaína). O mecanismo de ação consiste na ligação dos anestésicos aos canais de sódio em seu estado de inativação, evitando assim, enorme influxo transitório associado a despolarização da membrana. Penetram na membrana, causando expansão da mesma e distorção dos canais iônicos (teoria lipídica). A ação local depende da espessura da bainha mielínica, quanto maior a bainha mielínica, mais difícil é de anestesiar. Dependendo da temperatura, pode haver sensibilidade aumentada. Sensibilidade do tato, pressão, motricidade e propriocepção não são alteradas. Ação Principal: PERDA DA SENSIBILIDADE Lucas Magalhães de Oliveira Faculdade Governador Ozanam Coelho Fármacos Prilocaína · Anestesia tópica e injetável · Toxicidade média · Metabolismo hepático e excreção renal · Inicio de ação 2-4 minutos · CADU: Anestesia total com 30-40 minutos, por conta da absorção. Lidocaína Injetável · Apresentação 1 ou 2% · Potência intermediária (4x maior que bupivacaína) · Inicio de ação rápido (1-2 min) · Duração moderada – Dura pouco, paciente sente dor 1-2 horas depois · Baixa toxicidade · Dose máxima: 7-10mg/kg · Obs.: 1% equivale a 1g/100mL Tópica · Spray (via aérea – apenas mucosas) ou creme, demora 1-2 horas para agir · Não pode passar só o creme para fazer procedimento no paciente. É utilizado em procedimentos que normalmente não precisariam de anestesia · Inicio de efeito: 1-2 horas (creme) e menos de 1 minuto (mucosa) · Nível de anestesia baixo Gel · Apenas em mucosas. Ótima para hemorroidas, em conjunto com outras terapias. · Anestesia associada a lubrificação · Efeito inicial prolongado · Utilizado no tratamento sintomático de afecções mucosas (hemorroidas e fissura anal) Bupivacaína · Pode ser utilizada em conjunto com bupivacaína, inicio de ação rápido, com duração prolongada, mas não em todo o local · Apresentação em 0,25 ou 0,5% · Potencia alta · Inicio de ação entre 5-10 min · Duração de até 12 horas. Isso é bom, paciente demora mais para sentir dor, antes de completar as 12 horas, iniciar o uso do analgésico, para evitar a dor após o término das 12 horas · Tem toxicidade cardiológica e neurológica · Dose máxima: 2-3mg/Kg Efeitos Sistêmicos Só acontecem quando o anestésico atinge a corrente sanguínea. Para evitar, sempre injetar por retro-injeção, sabendo por onde passou e perfurou, volta a agulha injetando com segurança. Sempre puxar o êmbolo da seringa antes de injetar. SNC – Sedação, sonolência, opressão torácica, distúrbios auditivos, parestesias, disartria, quadro de convulsões. Sistema Cardiovascular – Bradicardia (depressão da excitabilidade e condutividade) e Arritmias. Metabolismo: Hidrólise hepática e plasmática (estéres). CADU - Considerações Adicionais Uso de vasoconstrictores (adrenalina) – Com o uso, ocorre menor sangramento, reduz a absorção do anestésico, aumenta a ação, reduz a toxicidade (por conta da menor absorção). Se usar adrenalina em extremidades, a chance de acontecer necrose é grande, lembrar que o líquido acaba aumentando a pressão do local. Para operar hemorroidas, usa lidocaína com vasoconstrictor se tiver sangrando, se não estiver sangrando usa sem o vasoconstrictor. Lembrar que na ausência de O2, a alça poderá romper. Na presença de pH mais ácido, ocorre inativação dos anestésicos. Porém, para drenar o abcesso, tem que anestesiar. Assim, deve-se utilizar mais anestésico ou fazer anestesia em volta do campo a fim de bloquear a sensibilidade no local (bloqueio de campo). Técnicas Anestésicas 1. Anestesia Local Realizada apenas no local a ser operado. Técnica asséptica – É errado fazer anestesia com a luva de procedimento e depois passar para a luva estéril. Anestesia é um procedimento invasivo e deve ser feito com técnica asséptica. Ocorre perda da sensibilidade dolorosa rápida, com manutenção dos outros tipos de sensibilidade. Uso de pequena quantidade de anestésico. 2. Bloqueio de Campo Bloqueio “circular” da sensibilidade em volta do que será operado. Não é infiltrado anestésico no local que será incisado, assim não ocorre distorção da área a ser operada. É muito útil em casos de abcesso, infecção.Pequeno “botão” anestésico, seguido de anestesia circunferencial. 3. Bloqueio Regional Anestesia diretamente o nervo que dá sensibilidade à região (à distância). Não “espeta” diretamente o nervo, mas a região em torno dele. Não usa vasoconstrictor quando utilizado para bloquear sensibilidade em extremidades, uma vez que pode levar à isquemia da região. É de uso preferencial em casos de grandes lesões, extremidades. Se utiliza menos quantidade de anestésico. Risco de lesão nervosa irreversível e lesão motora associada. 4. Bloqueios do Neuro-Eixo (Medula Espinhal) Técnica que pressupõe aplicação de anestésico por via espinhal, com bloqueio do neuro-eixo, inviabilizando transitoriamente a transmissão do impulso nervoso a partir desse local. Pode pegar a parte motora. Pode ser de dois tipos: Raquianestesia (LCR – espaço subaracnóideo ou intratecal) ou Anestesia Peridural (Expaço extra-dural) Tipos de Bloqueios da Medula Espinhal Raquianestesia · Bloqueia as raízes nervosas quando passam através do espaço subaracnóideo, quase “in situ”. Se difunde no líquido, coloca paciente inclinado para descer o anestésico. · Espaço se estende desde o forame magno até S2 (S3 em crianças). · Deve ser realizada abaixo de L1 (L3 em crianças) devido a extensão da medula espinhal até este nível. · CADU: Faz abaixo da L1 para não “espetar” a medula, que termina nesse local. · Quanto mais grossa a agulha, maior a chance de ter cefaleia pós-raqui, e maior a chance de injetar o anestésico. · A cefaleia pós-raqui acontece devido à perda de LCR e colabamento das meninges. Usa agulha fina para que não ocorra perda de muito líquido. Lucas Magalhães de Oliveira Faculdade Governador Ozanam Coelho · Pode-se fazer o implante de cateteres espinhais após raqui, para analgesia contínua (com opióides), um das melhores formas de analgesia para pacientes com alto risco para dor. · Efeitos Fisiológicos: Intenso bloqueio sensitivo e motor. Bloqueio simpático variável, com efeitos cardiovasculares (bradicardia e hipotensão). Efeito depende da droga, dose, forma de infusão, nível de bloqueio, e do próprio paciente. · Complicações: Cefaleia (perda de líquido pelo espaço de punção, agulhas calibrosas e punção inadvertida, auto-limitada, hidratação e repouso), radiculite e infecção de sítio de punção. · CADU: Pede para que o paciente fique deitado para que ocorra um melhor retorno do liquor para o cérebro. Anestesia Peridural · Oferece um gama de aplicações mais ampla que a raquianestesia. Tende a ser seletiva para apenas uma região. · Pode ser realizada na região lombar, torácica ou cervical. Muito utilizada para controle de dor pós- operatório e dor crônica/oncológica, além da analgesia do parto. · Muito boa, porém depende da técnica do cirurgião · Difere da raquianestesia em vários aspectos, pode ser utilizada como o “single shot” ou comumente através do cateter peridural. · Pode ter bloqueio motor total ou nenhum, as fibras nervosas sensitivas (mais finas) são bloqueadas antes das motoras. · Tempo de instalação entre 15-20min · Utiliza agulhas mais grossas e com volume maior de anestésico – CADU: Se pegar a subaracnóidea vai dar muita merda. · Segmentação do bloqueio pode ocorrer por migração do cateter para o forame de uma raiz ou por septação do espaço peridural. ·Efeitos Fisiológicos: Bloqueio simpático, térmico, doloroso, tátil, motor (respectivamente). · Bloqueio simpático menos intenso. · Pode ser feita em vários níveis, com efeitos diversos: - Lombar (mais comum/seguro/fácil) - Torácico (mais difícil/maior risco) - Cervical (manuseio da dor/pouco usado) · Complicações: Cefaleia (agulhas calibrosas, lesão subdural), absorção massiça e toxicidade do anestésico infundido. Raqui total, quando atinge a subdural sem querer, bloqueio simpático excessivo, parada respiratória, bradicardia, hipotensão. 5. Anestesia Geral Alteração reversível da transmissão sináptica do ponto de vista geral. Efeito “em etapas”, induzido por drogas. Fases da Anestesia Geral Indução Paciente está acordado, mas sem sentir nada, inconsciente. · Pode ser venosa (hipnóticos), inalatória (sob máscara), outros (retal, intramuscular, nasal). · CADU: A venosa é a mais usada, a ideia é fazer uma confusão/conforto e depois irá para inalatória, que irá deprimir o paciente. Manutenção (4 min) Onde a anestesia está acontecendo. Varia de procedimento para procedimento. · Venosa total – pode ser usada em paciente que faz hipertermia maligna associada à anestésico inalatório. · Inalatória – Usa via inalatória normalmente. É melhor que a venosa, no geral, pois passa o efeito muito rápido, pulmão depura rápido. · CADU: A venosa é mais titulável que a inalatória, normalmente combina as duas. Despertar Acordar · Interrupção da manutenção. · Uso de antagonistas (anticolinesterásicos – neostigmina e piridostigmina). · Associar uso de atropina (prevenção dos efeitos muscarínicos). Anestésicos Voláteis Óxido Nítrico – Gasoso, vômitos, pobre efeito anestésico e hipnótico. Halotano – Anestésico inalatório potente, não tem efeito analgésico bom e é muito hepatotóxico, não usa muito. Isoflurano – Indução e recuperação rápidas, pouca toxicidade, escolha em neurocirurgia, dilatador coronariano. Sevoflurano – Melhor de todos, sem alterações cardiovasculares. Escolha para cardiopatas. Usado em crianças (indução muito rápida), melhor halogenado, custo elevado. Analgesia Opióides (fentanil – o mais usado. Analgésico, mas pouco hipnótico – 2-150mcg/kg). Hipnose Barbitúricos (Tiopental – quase não se usa mais, anticonvulsionante, ação rápida, depressão respiratória, broncoespasmo). Benzodiazepínicos – mais usados (mildazolam – sedativo, ansiolítico e causa amnésia retrograda, diminui FC, PA, curta duração; Diazepam – quase não usa, meia vida muito longa, longa duração). Etomidato – Ação depressora na substância reticular, grande estabilidade cardiovascular, náuseas e vômitos. Propofol – Mais usado, importante em anestesia venosa total. Também é analgésico, porém, menor que o fentanil. Cetamina – Analgesia, amnésia e sedação superficial. Alucinação e delírio. Pode ser usada em risco de hipertermia maligna. (Pessoa fala o que não deve). Relaxamento Muscular Usados para fazer intubação, trabalho em cavidade... Despolarizantes – Succinilcolina (usado em emergência, faz uma despolarização, com contração brusca – fasciculação – e dessenbiliza os receptores sinápticos. Dura 1-2 minutos). Proteção de Reflexos CADU: Ao final da cirurgia, no processo de despertar do paciente, a neostigmina (anticolinesterásico) é utilizada para desfazer o bloqueio muscular promovido durante a anestesia. Porém, a neostigmina atua tanto em receptores nicotínicos quanto em receptores muscarínicos, levando a alguns efeitos indesejados com o seu uso. A atuação da neostigmina, que é interessante nessa fase, ocorre nos receptores nicotínicos, assim, um antagonista muscarínico (atropina) é administrado junto à neostigmina, para bloquear os seus efeitos muscarínicos, reduzindo a incidência de náuseas e vômitos.
Compartilhar