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Complicações Cirúrgicas e Principio de Anestesia

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Lucas Magalhães de Oliveira 
Faculdade Governador Ozanam Coelho 
RESUMO DE CIRURGIA – P2 – FAGOC 2018/1 
Lucas Magalhães de Oliveira 
Ø Complicações Cirúrgicas 
Febre no Pós Operatório 
Elevações de até 1˚C na temperatura são comuns, 
devido a resposta endócrino metabólica ao trauma. Febre 
nas primeiras 6 horas de pós-operatório estão relacionadas 
ao próprio procedimento. 
Casos em que o aumento da temperatura exceda 1˚C ou 
febre persistente e refratária a antipiréticos devem ser 
investigados. 
CADU: Temos que lembrar que há uma resposta 
metabólica ao trauma, sendo assim, o paciente tem outras 
intervenções de medicamentos, ele fica mais desidratado, 
as vezes ele vai estar fazendo uso de alguma substancia que 
leve a geração de febre, mas isso não vai estar diretamente 
relacionado ao procedimento cirúrgico. O que não posso 
esquecer? Que nem sempre febre no pós-operatório indica 
infecção. 
Possíveis causas da febre no pós-operatório: Resposta 
endócrina ao estresse; Liberação de citocinas; Substâncias 
pirogênicas; Medicamentos; e Desidratação. 
 
Febre no Pós-Operatório (Cronologia) 
Febre nas primeiras 24-48h indica atelectasia, que é o 
colapso total ou parcial do pulmão ou de parte do 
parênquima pulmonar, sem ventilação nesse local, e ocorre 
pela não execução adequada dos movimentos ventilatórios 
durante o procedimento cirúrgico (devido ao uso do 
respirador) 
Febre “do terceiro dia” indica tromboflebite, que é um 
processo inflamatório/infeccioso causado por irritação das 
paredes dos vasos usados na infusão de medicamentos. 
Febre após o quinto dia indica infecções do sítio 
cirúrgico ou infecções sistêmicas, assim, só se deve pensar 
em complicações específicas do procedimento cirúrgico 
após o quinto dia. Caso ocorra, deve ser feita investigação 
criteriosa (procura do foco infeccioso – Trato respiratório; 
Trato genito-urinário; Ferida operatória). 
 
Febre no Pós-Operatório (Investigação) 
Protocolo Seis “W” 
Wind Complicações Respiratórias 
Wound Ferida Operatória 
Water Flebite Endovenosa 
Walk Trombose Venosa Profunda 
Whiz Infecções do Trato Urinário 
Wonder Drugs Febre Induzida por Medicações 
 
Exames a serem solicitados (usados de acordo com a 
suspeita): Hemograma; Hemocultura; EAS; Urinocultura; RX 
de Tórax; TC de abdome; Outros. 
 
Febre no Pós-Operatório (Outras Considerações) 
Colite 
Pseudomembranosa 
Febre + Diarreia + Antibióticos 
C. dificille (Solicitar toxinas A e B nas fezes) 
TVP e TEP São causas de febre no pós-operatório 
Infecção Urinária Causa de febre após terceiro dia 
Pacientes imunossuprimidos e em uso de corticoides podem 
não apresentar febre em vigência de infecção 
 
Hipertermia Maligna 
Elevação persistente da temperatura durante ou após 
até 3 horas do ato anestésico, tendo relação não com 
infecção, mas com o ato anestésico em si. Podendo ser 
causada por afecção hereditária e latente (herança 
autossômica dominante), principalmente por resposta 
hipermetabólica aos anestésicos voláteis. 
Quadro Clínico: Rigidez muscular, aumento do consumo 
de oxigênio e produção de CO2, acidemia (respiratória e 
metabólica), taquicardia, taquipneia, hipercalemia, 
rabdomiólise e mioglobinúria (insuficiência renal). 
Complicações: Hipertensão arterial (fase inicial), colapso 
circulatório (choque), arritmias cardíacas, distúrbios da 
hemostasia (coagulação intravascular disseminada), 
insuficiência renal aguda. 
Tratamento: Interrupção do anestésico, inalação de O2 a 
100%, Dantrolene, Bicarbonato de Sódio, hidratação, 
resfriamento corporal, tratamento das arritmias e 
hipocalemia. 
CADU: Dantrolene - Principal a ser utilizado, o mais 
importante no tratamento. 
Prevenção: Identificação de precedentes familiares e 
dosagem do nível de CK em repouso. 
 
Hipotermia 
Diminuição persistente da temperatura corporal, 
causada por infusão de líquidos não aquecidos, infusão 
rápida de volume, uso de anestésicos, ambiente cirúrgico 
com temperatura baixa e duração de procedimento 
cirúrgico prolongada. 
 
 
 
CADU: Temos que saber da “Tríade de déficit de 
coagulação, hipotermia e acidose”, que leva à uma má 
perfusão tecidual e aos distúrbios eletrolíticos. 
 
Hipotermia (Tratamento e Prevenção) 
Aquecimento do paciente com cobertores, controle da 
temperatura da sala cirúrgica, aquecimento de fluidos a 
serem infundidos, umidificação e aquecimento dos gases 
inalatórios. 
 
Complicações da Ferida Operatória 
As quatro principais são: Seroma; Hematoma; 
Deiscência; e Infecção. 
 
1. Seroma 
São coleções fluidas de material seroso (ausência de 
sangue), tendo como a principal causa o Espaço Morto e 
procedimentos como Grande Dissecção no Subcutâneo, 
Lipólise, e Lesão de Estruturas Linfáticas. 
Sinais: Edema tecidual adjacente; Endurecimento; 
Abaulamento; Dor; Sensação de movimentação líquida na 
pele (flutuação); e Assimetrias. 
Tratamento: 1 – Conservador (Expectante ou Drenagem 
Linfática); 2 – Intervencionista (Punção ou Drenagem 
Cirúrgica). 
Déficits de Coagulação - Sangramento Acidose - Choque
Má perfusão tecidual – Má cicatrização Distúrbios Hidroeletrolíticos - Arritmias
Hipotermia
Lucas Magalhães de Oliveira 
Faculdade Governador Ozanam Coelho 
Prevenção: Evitar grandes dissecções; Utilização de 
drenos sentinelas; Suturas de adesão; Drenagem linfática. 
Obs.: Seromas estão associados à maior incidência de 
infecção. 
CADU: Em nosso corpo não existe espaço sem 
preenchimento. Espaços sem preenchimento em nosso 
corpo acumula líquidos, levando a colonização e depois 
infecção. Se eu evito a existência de espaço morto no corpo, 
eu evito a formação de seroma. O tratamento conservador 
pode ser utilizado desde que o seroma seja pequeno e que 
com o decorrer da cicatrização esse espaço (seroma) vá 
diminuindo. 
 
2. Hematoma 
Formação de coleções fluidas de sangue (sangramento 
persistente), que tem como principal causa a hemostasia 
insuficiente. Aparece geralmente nas primeiras 24 horas, 
tendo relação com o uso de anticoagulantes e anti-
agregantes plaquetários. 
Sinais: Tumoração de crescimento rápido (por conta da 
pressão); Edema; Dor no local; Pele amarelada/arroxeada 
(infiltração no tecido subcutâneo); Assimetria importante. 
Tratamento: Drenagem; Tratamento específico para a 
discrasia sanguínea; Suspensão de anticoagulantes. 
Prevenção: Suspensão de anticoagulantes; Tratamento 
das coagulopatias existentes; Hemostasia sistemática; 
Drenagem sentinela. 
Obs.: Hematomas estão associados à maior incidência 
de infecção. 
CADU: A suspensão dos anticoagulantes é feita se 
possível, avaliando o risco-benefício para cada paciente. “Se 
tem uma coisa que dá infecção, é hematoma”. 
 
3. Defeitos de Fechamento 
Deiscência: Ruptura parcial ou total de uma ou mais 
camadas da incisão cirúrgica (incidência de 1-3%). 
Evisceração: Ruptura total de sutura de laparotomia 
(mortalidade de 10%). 
Hérnias Incisionais: Ruptura da aponeurose, sem 
rompimento da pele. 
Fatores Causais: 1 – Locais (Técnica inadequada; 
Cicatrização ineficiente; e Aumento da pressão abdominal); 
2 – Sistêmicos (Existência de fatores que inibem a 
cicatrização, como desnutrição, obesidade, 
imunossupressão, diabetes, uso de corticoides). 
 
Tratamento 
Deiscência Evisceração Hérnia Incisional 
Cicatrização por 
segunda intenção 
Cirurgia de 
urgência 
Cirurgia eletiva 
(não eviscerada) 
Limpeza ou 
desbridamento 
com sutura por 
terceira intenção 
Reforço da parede abdominal 
Uso de cinta elástica 
 
4. Infecção de Sítio Cirúrgico 
Tem como agente etiológico mais comum o S. aureus, 
ocorre nos tipos Incisionais (superficiais ou profundas) e em 
órgãos e cavidades. 
 
 
 
 
Tipos de Infecções do Sítio Cirúrgico 
Incisionais 
Superficiais ProfundasDentro de 30 dias após a 
cirurgia. 
Dentro de 30 dias após a 
cirurgia. 
Drenagem purulenta de 
origem superficial; 
Isolamento de MO em 
cultura tecidual; 
Presença de coleção 
superficial com sinais 
inflamatórios. 
Drenagem purulenta de 
origem profunda; 
Deiscência de ferida 
operatória com exposição dos 
órgãos internos; 
Presença de coleção 
profunda com 
comprometimento sistêmico. 
Órgãos e Cavidades 
Dentro de 30 dias pós-cirurgia 
Drenagem purulenta por drenos posicionados internamente; 
Isolamento de MO em cultura de líquido de cavidade; 
Abcesso documentado por exame de imagem ou direto. 
 
Obs.: As Infecções de Sítio Cirúrgico podem ser: 
Limpas ou Potencialmente Contaminadas: São precoces 
(menos de 24 horas), principalmente por C. perfrigens e 
Etreptococo ß-hemolítico. 
Contaminadas: São infecções graves. 
Sujas: Infecções ocorrem habitualmente após entre o quarto 
e o sétimo dia pós-operatório. 
 
Tratamento: Dirigido ao patógeno (cultura do material), 
com biopsia tecidual sendo mais fidedigna que a cultura de 
secreção; ou Geral, com cefalosporina de primeira geração, 
que é eficaz contra bactérias gram-positivas (maior 
incidência). 
 
Fasceíte Necrosante 
Infecção espalha-se por contiguidade na fáscia. Ocorre 
trombose dos vasos perfurantes com isquemia. Dor súbita 
em extremidade. É grave, pode ser fatal. 
Causas: Estreptococos, Estafilococos, gram-negativos e 
anaeróbios. 
Tratamento: Drenagem e desbridamento amplos, 
Antibioticoterapia (Penicilina + aminoglicosídeos + 
clindamicina; ou Cefepime) e Câmara hiperbárica. 
 
Complicações Gastrointestinais 
Dividida em Deiscência de Anastomose, Fístulas 
Gastrointestinais e Obstrução Intestinal (funcional e 
mecânica) 
 
1. Deiscência de Anastomose 
Uma das mais importantes. Podem ter causas 
intrínsecas, relacionadas ao próprio paciente, e as 
extrínsecas, relacionadas à técnica. É Caracterizada pelo 
rompimento da sutura de duas bordas do tubo digestivo. 
 
Intrínsecos 
- Choque 
- Baixa tensão de O2 – isquemia 
- Anastomose colorretal baixa 
- Idade (inversamente proporcional à cicatrização) 
Extrínsecos 
- Infecção local, flora intestinal 
- Exclusão da submucosa 
- Tensão na linha de sutura (não apertar muito) 
- Falhas técnicas 
 
Lucas Magalhães de Oliveira 
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Sinais: Mais observada do 5º ao 9º dia pós-operatório. É 
previsto que haja extravasamento importante de conteúdo. 
Ocorre reaparecimento de dor abdominal, febre (até o 
terceiro dia pode ser da resposta ao procedimento), 
leucocitose e outros sinais infecciosos após os primeiros 
momentos cirúrgicos. Sinais mais específicos são peritonite 
local ou generalizada e saída de conteúdo fecal pela ferida 
operatória. 
CADU: Tempo de deiscência vai depender do tecido, 
suprimento sanguíneo, demanda funcional, dentre outros. 
Deve-se deixar uma folga pequena na sutura porque a 
mucosa fica edemaciada. Caso haja suspeita de complicação 
da sutura, pode ser pedido PCR para confirmar. Ruptura de 
alça é igual à infecção. 
Propedêutica: Exames Laboratoriais (Buscar sinais de 
infecção, identificar complicações); Azul de metileno via 
enteral (vai sair no local da deiscência); Imagem 
(fistulografia fluoroscópica, ultrassonografia, tomografia 
computadorizada) – Tomografia é a mais utilizada, pois é a 
melhor. 
Tratamento: Obrigatório fazer a cirurgia novamente, 
pois não cicatriza sozinho. Deve ser feito o tratamento das 
complicações (sepse e desnutrição), e antibioticoterapia 
(gram-negativos e anaeróbios). 
Prevenção: Condições do Tecido (Intestino sadio, 
suprimento vascular adequado, preparo intestinal 
mecânico, anastomose sem tensão) e Condições Associadas 
(Antibiótico adequado, drenos longe da anastomose, evitar 
hipotensão, preparo nutricional adequado). A hipotensão 
pode levar à produção de radicais livres 
(Isquemia/reperfusão). 
 
2. Fístulas Gastrointestinais 
Comunicação anormal entre o epitélio intestinal e a pele 
(fístula externa) ou em outro epitélio (fístula interna). 
CADU: É uma comunicação que o corpo forma para 
eliminar algo. O corpo epiteliza o canal e fica difícil resolver. 
Representam 75-85% das fístulas. 
Riscos: Radioterapia prévia (fator de má cicatrização); 
Desnutrição; Infecção ou sepse; Operação de emergência 
(hipotensão, hipotermia, anemia). Nesses quadros de risco 
o paciente se encontra em uma situação pior do que em 
uma cirurgia eletiva, que é feita na melhor condição possível 
do paciente. 
Avaliação: Conteúdo da Fístula (Líquido gástrico tem 
menor potencial de fechamento); Débito (Alto débito – 
Maior que 500mL/dia); Local de Drenagem (Pele, cavidade 
ou outro órgão). 
CADU: Quanto maior o débito, menor a chance de 
fechar sozinho. Lembrar que há perda de íons pela fístula. 
 
Etapas da Correção da Fístula 
Estabilização 
Reposição volêmica hidroeletrolítica e 
nutricional. 
Controle da infecção (drenagem, ATB). 
Investigação 
Fistulograma (ingeta contraste e olha onde 
será o local de saída, quantidade que sai é 
proporcional ao tamanho da fístula). 
Tomografia contrastada. 
Terapia 
Definitiva 
Cirurgia. 
Tratamento conservador (diferente da 
deiscência, a fístula pode fechar sozinha). 
 
 
Fechamento Espontâneo da Fístula 
Fatores Favoráveis Desfavoráveis 
Órgão de 
Origem Esôfago, cólon Estômago, duodeno e íleo 
Débito < 500mL/dia > 500mL/dia 
Tamanho da 
Fístula < 1cm > 2cm 
Sepse e 
Desnutrição Ausente Presente 
 
CADU: Importante saber os fatores para saber a chance 
de fechar sozinho. O estômago é muito pior. Tem que saber 
se vai operar ou não. 
 
3. Obstrução Intestinal 
Na cirurgia abdominal há formação de íleo adinâmico, 
devido mobilização de alça, isso é normal nos primeiros dias 
pós-operatório. 
Apresentações: Obstrução Funcional (Íleo adinâmico, 
dilatação gástrica aguda) ou Obstrução Mecânica 
(Aderências, Estenose cicatricial, fecaloma). 
Sintomas: Distensão abdominal e dor, ruídos 
hidroaéreos diminuídos ou aumentados, vômitos e parada 
de eliminação das fezes. Paciente para de comer. 
CADU: Para afirmar que não há ruído hidroaéreo, tem 
que colocar o esteto na barriga por 5 minutos seguidos. 
 
Apresentações 
FU
NC
IO
NA
L 
Íleo 
Adinâmico 
· Perda da peristalse coordenada 
- Manipulação de alças 
- Imobilização e desidratação 
· Peristalse costuma retornar em 24h 
· Tratamento: Hidratação e reposição eletrolítica, 
mobilização, uso de prócinéticos 
· Obs.: Flatulência é o melhor parâmetro para 
saber se a peristalse voltou. Até 24h é normal não 
conseguir escutar nenhuma peristalse. Paciente 
deve andar o mais precoce possível. Cuidado com 
repouso absoluto. 
Dilatação 
Gástrica 
Aguda 
· Náuseas, vômitos e paresia gástrica com 
dilatação. 
· Causada por inibição do reflexo motor do 
estômago pelas vias vagais e por distúrbios 
eletrolíticos 
· Tratamento: Sondagem gástrica e reposição 
hidroeletrolítica. 
M
EC
ÂN
IC
O 
Aderências 
· Consequência quase que inevitável de 
procedimentos cirúrgicos abdominais. 
· Mudança do ângulo das alças e fechamento do 
lúmen (Tem chance de fazer fístula ou rotura 
durante a cirurgia) 
· Tratamento pode ser conservador (consiste em 
melhorar a consistência das fezes) ou cirúrgico 
(evitado). 
· CADU: Tratamento cirúrgico funciona, mas com 
o tempo ocorre outra aderência (piora). 
Estenose 
Cicatricial 
· Anastomoses tendem a edemaciar após a 
cirurgia. 
· A invaginação excessiva de tecidos pode causar 
obstrução do lúmen. 
· Tratamento quase sempre cirúrgico e, em 
alguns casos, conservador – para evitar aderência 
(amolecer as fezes para melhorar a passagem). 
Fecaloma 
· Comum em pacientes cirúrgicos (imobilização, 
dieta sem fibras, hidratação inadequada) 
· Tratamento(dieta laxatica, óleo mineral, 
mobilização, hidratação, Clister, remoção 
manual. 
 
Lucas Magalhães de Oliveira 
Faculdade Governador Ozanam Coelho 
CADU: Pacientes imobilizados não tem reflexo de 
evacuar, assim, fazem fecaloma constante. Não adianta 
fazer clister para estimular o intestino, pois o bloqueio é 
forte. Tem que fazer a retirada manual. 
Clister é um líquido (500mL) que é injetado pelo anus e 
estimula o intestino, é mais concentrado que o supositório. 
 
Complicações Respiratórias 
Principal causa de morbidade e a 2ª maior causa de 
morte acima dos 60 anos. Os pacientes mais propensos a 
desenvolver complicações respiratórias são os tabagistas 
(mais de 20 cigarros por dia) e pacientes com bronquite 
crônica ou enfisema pulmonar. 
São divididas em Atelectasia, Pneumonia, 
Broncoaspiração, Edema Agudo de Pulmão, Síndrome do 
Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), Tromboembolismo 
Pulmonar (TEP) e Embolia Gordurosa, Derrame Pleural e 
Pneumotórax. 
CADU: Atelectasia acontece por hipoventilação do 
paciente que sente dor no pós-operatório, provoca parada 
de líquido e pneumonia. Tem que fazer fisioterapia precoce 
após cirurgia no tórax e andar superior do abdome, pois o 
paciente vai sentir dor e não vai conseguir respirar. 
 
Complicações Respiratórias 
Atelectasia 
· Complicação pulmonar mais frequente (25% dos 
pacientes em cirurgia abdominal). 
· De 24-48h no pós-operatório 
· Geralmente autolimitada (pode evoluir com 
IRpA ou pneumotórax). 
· Tratamento consiste em fisioterapia respiratória 
e mobilização precoce. 
Pneumonia 
· Incidência de 4%, pode ser grave. 
· Fatores de risco: Portadores de DPOC e 
tabagistas, idosos (acima de 60 anos), 
imunossupressão, cirurgia em andar superior do 
abdome (importante). 
· Tratamento com antibiótico (empírico até 
cultura). 
· CADU: Sempre que falar de pneumonia 
aspirativa, tem que usar droga para anaeróbio, 
diferente da pneumonia comunitária, a menos 
que o paciente não tenha dente. 
Broncoaspiração 
· Pós-anestésico imediato ou extubação (reflexos 
de tosse reduzidos). 
· Conteúdo oral ou gástrico. 
· Alta mortalidade (50% em maciças). 
· Fatores de risco (grávidas – pressão abdominal 
elevada, crianças – pela forma do corpo, jejum 
inadequado, cirurgia torácica ou abdominal alta). 
· Visível no exame de imagem a partir do terceiro 
dia apenas. Se suspeitar de broncoaspiração não 
esperar três dias para agir. 
· Síndrome de Mendelson (pneumonite química, 
inflamação e edema local, pH <2,5) 
· Tratamento: ATB, aspiração oral, broncoscopia, 
hidrocortisona pode ser útil. 
· CADU: Existe pneumonia por aspiração 
(bactéria) e pneumonite química (substancia 
química – grave). 
Edema Agudo 
de Pulmão 
· Relacionado à incapacidade de bombeamento 
dos líquidos durante o procedimento cirúrgico. 
· Causas relacionadas incluem insuficiência 
cardíaca, crise hipertensiva (EAP hipertensivo), 
IAM, infusão excessiva de líquidos e insuficiência 
renal aguda. 
· Padrão radiológico congestivo, com opacidade 
difusa e aumento da trama alveolar (principal 
sinal). 
· Tratamento com restrição líquida, diuréticos, 
hemodiálise, tratamento da causa. 
SDRA 
· Processo inflamatório agudo dentro do pulmão, 
por extravasamento de líquido para o terceiro 
espaço, devido a uma resposta endócrino-
metabólica ao trauma. Também é chamada de 
SARA. 
· Principais fatores associados são: choque, 
politraumatismo, grandes queimados, traumas 
severos (esmagamento). 
· Cursa com ocupação do parênquima pulmonar 
por líquido. 
· Critérios: IRpA, edema pulmonar não 
cardiogênico, hipoxemia, consolidações difusas 
no parênquima pulmonar. 
· Tem que ser BILATERAL, unilateral é 
pneumonia/pneumonite... 
· Mortalidade de 30-40%. 
· Tratamento consiste em manter a PEEP elevada, 
através da ventilação com pressão positiva. 
· CADU: Não adianta só fazer o paciente urinar. É 
um processo inflamatório, não se desfaz 
rapidamente, é MUITO GRAVE. 
TEP e Infarto 
Pulmonar 
· Presença de êmbolo causado por TVP 
(imobilidade e outros fatores de risco), que levam 
a migração do êmbolo até os capilares 
pulmonares, levando ao infarto de uma área 
pulmonar por ausência de suprimento arterial. 
Leva à má oxigenação. 
· Maior risco do 7º ao 10º dia pós-operatório. 
· CADU: Tratar com anticoagulante por 7-10 dias. 
Anticoagulação apenas previne NOVO trombo. 
· Sempre deve ser feita a prevenção (profilaxia 
medicamentosa, compressão intermitente – 
meias elásticas, mobilização precoce, evitar 
hipotermia. 
· Tratamento: Anticoagulação (risco-beneficio), 
fibrinolíticos. 
· CADU: Caso haja infarto do pulmão, proceder 
com lobectomia. 
Embolia Gasosa 
· Injeção de ar na circulação (20-30mL pode levar 
a óbito). 
· Condições: Pneumoperitôneo, Infusões venosas 
e grandes esvaziamentos linfonodais. 
· Manejo: Decúbito dorsal esquerdo com cabeça 
inclinada para baixo, aspiração do conteúdo por 
cateter venoso. 
Embolia 
Gordurosa 
· Êmbolos gordurosos na corrente sanguínea, 
com impactação na circulação periférica. 
· Fatores de Risco: Cirurgia ortopédica, 
lipoaspiração. 
· Petéquias axilares ou subconjuntivais 
· Tratamento: Suporte ventilatório e corticoides 
venosos. 
Derrame Pleural 
· Presença de líquido em cavidade pleural. 
· Causas: punção inadvertida, insuficiência 
cardíaca, lesão pulmonar, abscesso intra-
abdominal. 
· Tratamento: Drenagem/Punção. 
Pneumotórax 
· Presença de ar na cavidade pleural. 
· Causas: Pneumoperitôneo, punção inadvertida, 
lesão pulmonar, excesso de pressão no 
respirador. 
· Tratamento: Drenagem/punção de emergência 
· CADU: Em pneumotórax hipertensivo deve ser 
feita uma punção. Em pneumotórax simples, 
deve ser feita uma drenagem. A punção de um 
pneumotórax hipertensivo, o transforma em um 
pneumotórax simples, sendo assim, tem que 
drenar. 
 
 
 
 
 
 
 
Lucas Magalhães de Oliveira 
Faculdade Governador Ozanam Coelho 
Complicações Cardiovasculares 
Divididas em Infarto e Arritmias 
 
Complicações Cardiovasculares 
Infarto 
· Incidência de 01,-0,7% no pós-operatório (37% nos 
pacientes com infarto há menos de 3 meses, assim, 
melhor esperar pelo menos 3 meses para fazer uma 
cirurgia eletiva nesses pacientes). 
· Patogenia (Má perfusão durante a cirurgia), com 
presença de insuficiência coronariana levando a um 
estresse cirúrgico pela demanda por oxigênio. 
· Sintomas podem estar mascarados pela anestesia e 
por uso de analgésicos – dispneia é o mais frequente. 
· Propedêutica inclui realização de ECG e exames 
laboratoriais. 
· Tratamento é a angioplastia. 
· CADU: Paciente que entra em quadro de insuficiência 
cardíaca congestiva, faz edema agudo de pulmão, o ar 
que entra disputa com o líquido extravasado levando a 
um quadro de dispneia, que como o paciente esta 
intubado, acaba sendo mascarado. Assim, você não 
percebe a dispneia, porém a saturação cai, levando a 
hipóxia. Deve aumentar o parâmetro do respirador pois 
o pulmão está enchendo de líquido. 
Arritmias 
· Taquicardia supraventricular (10%) – Arritmia mais 
comum. 
· Quase metade dos pacientes cirúrgicos apresentam 
arritmias durante o procedimento. 
· Estresse cirúrgico causa variações no tecido, que 
modificam o nível e tipo de estímulo à contração 
cardíaca. 
· Fatores predisponentes: Hipóxia, distúrbio 
hidroeletrolítico, infecção, sangramento/hipotensão, 
isquemia cardíaca. 
· Tratamento: Específico para cada arritmia. 
· CADU: Lesões teciduais extensas jogam potássio para 
a corrente sanguínea. 
 
Complicações Genito-Urinárias 
Incluem retenção urinária, infecção do trato urinário e 
insuficiência renal aguda. 
 
Complicações Genito-Urinárias 
Retenção 
Urinária 
· Manipulação do trato genito-urinário e anestesia 
do neuro-eixo levam à retenção urinária. 
· Cirurgia nas proximidadesdo trato urinário 
(Próstata, proctológicas e períneo) 
· Anestesia espinhal (raquianestesia e anestesia 
peridural). 
· CADU: Após o término do efeito da anestesia, o 
estímulo volta, a bexiga que está muito relaxada 
não consegue librar a urina, assim, o paciente 
começa a sentir dor. Tem que sondar. 
· Exame Físico: Bexigoma (globo vesical) 
· Tratamento: Cateterismo vesical de alívio, 
prostigmina (estimula a bexiga na ATONIA 
VESICAL). 
· Prevenção: Sondagem vesical de alívio em 
cirurgias abdominais/pélvicas, uso criterioso de 
opióides em anestesia espinhal e tratamento prévio 
de doenças prostáticas. 
· CADU: Quanto maior a quantidade de opióides 
utilizado, maior a chance de retenção urinária. Pode 
passar sonda de demora, caso julgue necessário no 
pré-operatório. 
Infecção do 
Trato Urinário 
· Está mais relacionada à mulher, geralmente após 
o terceiro dia pós-operatório (mais importante após 
o quinto dia). 
· 30% das bacteremias em pacientes internados. 
· Relacionadas ao uso prolongado de sondas de 
demora (relacionadas à invasão). 
· CADU: Na retenção urinária aguda, passo a sonda 
de alívio, paciente volta a contrair a bexiga depois. 
A de demora deve ser mantida um tempo no 
paciente que não vai voltar a urinar a curto prazo. 
· Fatores de Risco: Pacientes neurológicos, 
alterações anatômicas do trato urinário. 
· Tratamento: Usual (ciprofloxacino, 
sulfa+timetropim, nitrofurantoína, outros) e 
sondagem de alivio intermitente. 
· CADU: Em paciente crônico é melhor ficar 
sondando e tirando várias vezes do que manter 
uma sonda o tempo todo sem tirar, isso diminui o 
risco de infecção urinária. A sonda de demora utilizo 
raramente. 
Insuficiência 
Renal Aguda 
· Paciente já é oligúrico no pós-operatório (resposta 
endócrino-metabólica > ADH e Aldosternona). Há 
alterações de perfusão renal durante a cirurgia, 
devido a variações de pressão. 
· Fatores de Risco: Uso de AINEs, medicamentos, 
anestésicos, mudanças de volemia (hipovolemia 
principalmente), rabdomiólise (lesão muscular na 
cirurgia). 
· CADU: Se tiver muito risco de fazer insuficiência 
renal, não utiliza AINE. Se não tiver risco, usa AINE, 
com hidratação boa do paciente. 
· Outras Causas: Contraste, ligadura do ureter, 
obstrução ureteral. 
· Tratamento: Hidratação, tratamento cirúrgico da 
causa específica (ureter e uretra), hemodiálise. 
 
Ø Princípios de Anestesia 
Anestésicos Locais 
A ideia dos anestésicos locais não é perder todo 
estímulo nervoso, mas sim o estímulo doloroso. Não há 
perda motora, ocorrendo inibição reversível das fibras 
sensitivas. 
Com a utilização de anestesia local, o objetivo é a 
suspensão temporária de todos os tipos de sensibilidade de 
uma determinada área, sem alteração no nível de 
consciência. Os anestésicos locais são substâncias capazes 
de impedir, de modo reversível, a gênese e a condução de 
impulsos em fibras sensitivas. 
 
Estrutura dos Anestésicos Locais 
Os anestésicos locais apresentam um grupo aromático 
(propriedades lipofílicas), uma cadeia intermediária 
(separação espacial entre as duas extremidades, ésteres ou 
amidas), e uma extremidade aminoterminal 
(hidrossolubilidade). 
Anestésicos são bases fracas que agem com efeito mais 
importante na forma ionizada. Assim, ionizam menos em 
meio ácido. No pus o meio está acido, o que neutraliza a 
base (anestésico), tirando as formas ionizadas, removendo 
o efeito do anestésico. 
Os anestésicos locais são divididos em ésteres (procaína, 
benzocaína, tetracaína) e amidas (lidocaína, bupivacaína, 
prilocaína, mepivacaína). 
O mecanismo de ação consiste na ligação dos 
anestésicos aos canais de sódio em seu estado de inativação, 
evitando assim, enorme influxo transitório associado a 
despolarização da membrana. Penetram na membrana, 
causando expansão da mesma e distorção dos canais iônicos 
(teoria lipídica). 
A ação local depende da espessura da bainha mielínica, 
quanto maior a bainha mielínica, mais difícil é de anestesiar. 
Dependendo da temperatura, pode haver sensibilidade 
aumentada. Sensibilidade do tato, pressão, motricidade e 
propriocepção não são alteradas. 
Ação Principal: PERDA DA SENSIBILIDADE 
 
 
Lucas Magalhães de Oliveira 
Faculdade Governador Ozanam Coelho 
 
Fármacos 
Prilocaína 
· Anestesia tópica e injetável 
· Toxicidade média 
· Metabolismo hepático e excreção renal 
· Inicio de ação 2-4 minutos 
· CADU: Anestesia total com 30-40 minutos, por conta 
da absorção. 
Lidocaína 
Injetável 
· Apresentação 1 ou 2% 
· Potência intermediária (4x maior que bupivacaína) 
· Inicio de ação rápido (1-2 min) 
· Duração moderada – Dura pouco, paciente sente dor 
1-2 horas depois 
· Baixa toxicidade 
· Dose máxima: 7-10mg/kg 
· Obs.: 1% equivale a 1g/100mL 
Tópica 
· Spray (via aérea – apenas mucosas) ou creme, 
demora 1-2 horas para agir 
· Não pode passar só o creme para fazer 
procedimento no paciente. É utilizado em 
procedimentos que normalmente não precisariam de 
anestesia 
· Inicio de efeito: 1-2 horas (creme) e menos de 1 
minuto (mucosa) 
· Nível de anestesia baixo 
Gel 
· Apenas em mucosas. Ótima para hemorroidas, em 
conjunto com outras terapias. 
· Anestesia associada a lubrificação 
· Efeito inicial prolongado 
· Utilizado no tratamento sintomático de afecções 
mucosas (hemorroidas e fissura anal) 
Bupivacaína 
· Pode ser utilizada em conjunto com bupivacaína, 
inicio de ação rápido, com duração prolongada, mas 
não em todo o local 
· Apresentação em 0,25 ou 0,5% 
· Potencia alta 
· Inicio de ação entre 5-10 min 
· Duração de até 12 horas. Isso é bom, paciente 
demora mais para sentir dor, antes de completar as 
12 horas, iniciar o uso do analgésico, para evitar a dor 
após o término das 12 horas 
· Tem toxicidade cardiológica e neurológica 
· Dose máxima: 2-3mg/Kg 
 
Efeitos Sistêmicos 
Só acontecem quando o anestésico atinge a corrente 
sanguínea. Para evitar, sempre injetar por retro-injeção, 
sabendo por onde passou e perfurou, volta a agulha 
injetando com segurança. Sempre puxar o êmbolo da 
seringa antes de injetar. 
SNC – Sedação, sonolência, opressão torácica, distúrbios 
auditivos, parestesias, disartria, quadro de convulsões. 
Sistema Cardiovascular – Bradicardia (depressão da 
excitabilidade e condutividade) e Arritmias. 
Metabolismo: Hidrólise hepática e plasmática (estéres). 
 
CADU - Considerações Adicionais 
Uso de vasoconstrictores (adrenalina) – Com o uso, 
ocorre menor sangramento, reduz a absorção do anestésico, 
aumenta a ação, reduz a toxicidade (por conta da menor 
absorção). Se usar adrenalina em extremidades, a chance de 
acontecer necrose é grande, lembrar que o líquido acaba 
aumentando a pressão do local. 
Para operar hemorroidas, usa lidocaína com 
vasoconstrictor se tiver sangrando, se não estiver sangrando 
usa sem o vasoconstrictor. Lembrar que na ausência de O2, 
a alça poderá romper. 
Na presença de pH mais ácido, ocorre inativação dos 
anestésicos. Porém, para drenar o abcesso, tem que 
anestesiar. Assim, deve-se utilizar mais anestésico ou fazer 
anestesia em volta do campo a fim de bloquear a 
sensibilidade no local (bloqueio de campo). 
 
Técnicas Anestésicas 
1. Anestesia Local 
Realizada apenas no local a ser operado. Técnica 
asséptica – É errado fazer anestesia com a luva de 
procedimento e depois passar para a luva estéril. Anestesia 
é um procedimento invasivo e deve ser feito com técnica 
asséptica. 
Ocorre perda da sensibilidade dolorosa rápida, com 
manutenção dos outros tipos de sensibilidade. Uso de 
pequena quantidade de anestésico. 
 
2. Bloqueio de Campo 
Bloqueio “circular” da sensibilidade em volta do que 
será operado. Não é infiltrado anestésico no local que será 
incisado, assim não ocorre distorção da área a ser operada. 
É muito útil em casos de abcesso, infecção.Pequeno “botão” anestésico, seguido de anestesia 
circunferencial. 
 
3. Bloqueio Regional 
Anestesia diretamente o nervo que dá sensibilidade à 
região (à distância). Não “espeta” diretamente o nervo, mas 
a região em torno dele. Não usa vasoconstrictor quando 
utilizado para bloquear sensibilidade em extremidades, uma 
vez que pode levar à isquemia da região. 
É de uso preferencial em casos de grandes lesões, 
extremidades. 
Se utiliza menos quantidade de anestésico. 
Risco de lesão nervosa irreversível e lesão motora 
associada. 
 
4. Bloqueios do Neuro-Eixo (Medula Espinhal) 
Técnica que pressupõe aplicação de anestésico por via 
espinhal, com bloqueio do neuro-eixo, inviabilizando 
transitoriamente a transmissão do impulso nervoso a partir 
desse local. Pode pegar a parte motora. 
Pode ser de dois tipos: Raquianestesia (LCR – espaço 
subaracnóideo ou intratecal) ou Anestesia Peridural (Expaço 
extra-dural) 
 
Tipos de Bloqueios da Medula Espinhal 
Raquianestesia 
· Bloqueia as raízes nervosas quando passam 
através do espaço subaracnóideo, quase “in situ”. 
Se difunde no líquido, coloca paciente inclinado 
para descer o anestésico. 
· Espaço se estende desde o forame magno até S2 
(S3 em crianças). 
· Deve ser realizada abaixo de L1 (L3 em crianças) 
devido a extensão da medula espinhal até este 
nível. 
· CADU: Faz abaixo da L1 para não “espetar” a 
medula, que termina nesse local. 
· Quanto mais grossa a agulha, maior a chance de 
ter cefaleia pós-raqui, e maior a chance de injetar 
o anestésico. 
· A cefaleia pós-raqui acontece devido à perda de 
LCR e colabamento das meninges. Usa agulha fina 
para que não ocorra perda de muito líquido. 
Lucas Magalhães de Oliveira 
Faculdade Governador Ozanam Coelho 
· Pode-se fazer o implante de cateteres espinhais 
após raqui, para analgesia contínua (com 
opióides), um das melhores formas de analgesia 
para pacientes com alto risco para dor. 
· Efeitos Fisiológicos: Intenso bloqueio sensitivo e 
motor. Bloqueio simpático variável, com efeitos 
cardiovasculares (bradicardia e hipotensão). 
Efeito depende da droga, dose, forma de infusão, 
nível de bloqueio, e do próprio paciente. 
· Complicações: Cefaleia (perda de líquido pelo 
espaço de punção, agulhas calibrosas e punção 
inadvertida, auto-limitada, hidratação e 
repouso), radiculite e infecção de sítio de punção. 
· CADU: Pede para que o paciente fique deitado 
para que ocorra um melhor retorno do liquor 
para o cérebro. 
Anestesia 
Peridural 
· Oferece um gama de aplicações mais ampla que 
a raquianestesia. Tende a ser seletiva para 
apenas uma região. 
· Pode ser realizada na região lombar, torácica ou 
cervical. Muito utilizada para controle de dor pós-
operatório e dor crônica/oncológica, além da 
analgesia do parto. 
· Muito boa, porém depende da técnica do 
cirurgião 
· Difere da raquianestesia em vários aspectos, 
pode ser utilizada como o “single shot” ou 
comumente através do cateter peridural. 
· Pode ter bloqueio motor total ou nenhum, as 
fibras nervosas sensitivas (mais finas) são 
bloqueadas antes das motoras. 
· Tempo de instalação entre 15-20min 
· Utiliza agulhas mais grossas e com volume maior 
de anestésico – CADU: Se pegar a subaracnóidea 
vai dar muita merda. 
· Segmentação do bloqueio pode ocorrer por 
migração do cateter para o forame de uma raiz 
ou por septação do espaço peridural. 
·Efeitos Fisiológicos: Bloqueio simpático, térmico, 
doloroso, tátil, motor (respectivamente). 
· Bloqueio simpático menos intenso. 
· Pode ser feita em vários níveis, com efeitos 
diversos: 
- Lombar (mais comum/seguro/fácil) 
- Torácico (mais difícil/maior risco) 
- Cervical (manuseio da dor/pouco usado) 
· Complicações: Cefaleia (agulhas calibrosas, 
lesão subdural), absorção massiça e toxicidade do 
anestésico infundido. Raqui total, quando atinge 
a subdural sem querer, bloqueio simpático 
excessivo, parada respiratória, bradicardia, 
hipotensão. 
 
5. Anestesia Geral 
Alteração reversível da transmissão sináptica do ponto 
de vista geral. Efeito “em etapas”, induzido por drogas. 
 
Fases da Anestesia Geral 
Indução 
Paciente está acordado, mas sem sentir nada, 
inconsciente. 
· Pode ser venosa (hipnóticos), inalatória (sob 
máscara), outros (retal, intramuscular, nasal). 
· CADU: A venosa é a mais usada, a ideia é fazer uma 
confusão/conforto e depois irá para inalatória, que irá 
deprimir o paciente. 
Manutenção 
(4 min) 
Onde a anestesia está acontecendo. Varia de 
procedimento para procedimento. 
· Venosa total – pode ser usada em paciente que faz 
hipertermia maligna associada à anestésico 
inalatório. 
· Inalatória – Usa via inalatória normalmente. É 
melhor que a venosa, no geral, pois passa o efeito 
muito rápido, pulmão depura rápido. 
· CADU: A venosa é mais titulável que a inalatória, 
normalmente combina as duas. 
Despertar 
Acordar 
· Interrupção da manutenção. 
· Uso de antagonistas (anticolinesterásicos – 
neostigmina e piridostigmina). 
· Associar uso de atropina (prevenção dos efeitos 
muscarínicos). 
 
Anestésicos Voláteis 
Óxido Nítrico – Gasoso, vômitos, pobre efeito anestésico 
e hipnótico. 
Halotano – Anestésico inalatório potente, não tem 
efeito analgésico bom e é muito hepatotóxico, não usa 
muito. 
Isoflurano – Indução e recuperação rápidas, pouca 
toxicidade, escolha em neurocirurgia, dilatador 
coronariano. 
Sevoflurano – Melhor de todos, sem alterações 
cardiovasculares. Escolha para cardiopatas. Usado em 
crianças (indução muito rápida), melhor halogenado, custo 
elevado. 
 
Analgesia 
Opióides (fentanil – o mais usado. Analgésico, mas 
pouco hipnótico – 2-150mcg/kg). 
 
Hipnose 
Barbitúricos (Tiopental – quase não se usa mais, 
anticonvulsionante, ação rápida, depressão respiratória, 
broncoespasmo). 
Benzodiazepínicos – mais usados (mildazolam – 
sedativo, ansiolítico e causa amnésia retrograda, diminui FC, 
PA, curta duração; Diazepam – quase não usa, meia vida 
muito longa, longa duração). 
Etomidato – Ação depressora na substância reticular, 
grande estabilidade cardiovascular, náuseas e vômitos. 
Propofol – Mais usado, importante em anestesia venosa 
total. Também é analgésico, porém, menor que o fentanil. 
Cetamina – Analgesia, amnésia e sedação superficial. 
Alucinação e delírio. Pode ser usada em risco de hipertermia 
maligna. (Pessoa fala o que não deve). 
 
Relaxamento Muscular 
Usados para fazer intubação, trabalho em cavidade... 
Despolarizantes – Succinilcolina (usado em emergência, 
faz uma despolarização, com contração brusca – 
fasciculação – e dessenbiliza os receptores sinápticos. Dura 
1-2 minutos). 
 
Proteção de Reflexos 
CADU: Ao final da cirurgia, no processo de despertar do 
paciente, a neostigmina (anticolinesterásico) é utilizada para 
desfazer o bloqueio muscular promovido durante a 
anestesia. Porém, a neostigmina atua tanto em receptores 
nicotínicos quanto em receptores muscarínicos, levando a 
alguns efeitos indesejados com o seu uso. 
A atuação da neostigmina, que é interessante nessa 
fase, ocorre nos receptores nicotínicos, assim, um 
antagonista muscarínico (atropina) é administrado junto à 
neostigmina, para bloquear os seus efeitos muscarínicos, 
reduzindo a incidência de náuseas e vômitos.

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