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Aleitamento materno

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Aleitamento materno
INTRODUÇÃO
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional, e em sua saúde no longo prazo, além de ter implicações na saúde física e psíquica da mãe. Apesar de todas as evidências científicas provando a superioridade da amamentação sobre outras formas de alimentar a criança pequena, e apesar dos esforços de diversos organismos nacionais e internacionais, as prevalências de aleitamento materno no Brasil, em especial as de amamentação exclusiva, estão bastante aquém das recomendadas, e o profissional de saúde tem papel fundamental na reversão desse quadro. Mas para isso ele precisa estar preparado, pois, por mais competente que ele seja nos aspectos técnicos relacionados à lactação, o seu trabalho de promoção e apoio ao aleitamento materno não será bem sucedido se ele não tiver um olhar atento, abrangente, sempre levando em consideração os aspectos emocionais, a cultura familiar, a rede social de apoio à mulher, entre outros. Esse olhar necessariamente deve reconhecer a mulher como protagonista do seu processo de amamentar, valorizando-a, escutando-a e empoderando-a. Portanto, cabe ao profissional de saúde identificar e compreender o aleitamento materno no contexto sociocultural e familiar e, a partir dessa compreensão, cuidar tanto da dupla mãe/bebê como de sua família. É necessário que busque formas de interagir com a população para informa- la sobre a importância de adotar práticas saudáveis de aleitamento materno. O profissional precisa estar preparado para prestar assistência eficaz, solidária, integral e contextualizada, que respeite o saber e a história de vida de cada mulher, e que a ajude a superar medos, dificuldades e inseguranças (CASTRO; ARAÚJO, 2006). Apesar de a maioria dos profissionais de saúde considerar-se favorável ao aleitamento materno, muitas mulheres se mostram insatisfeitas com o tipo de apoio recebido. Isso pode ser devido às discrepâncias entre percepções do que é apoio na amamentação. As mães que estão amamentando querem suporte ativo (inclusive emocional), bem como informações precisas, para se sentirem confiantes, mas o suporte oferecido pelos profissionais costuma ser mais passivo e reativo. Se o profissional de saúde realmente quer apoiar o aleitamento materno, ele precisa entender que tipo de apoio, informação e interação as mães desejam, precisam ou esperam dele.
Tipos de Aleitamento Materno
É muito importante conhecer e utilizar as definições de aleitamento materno adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e reconhecidas no mundo inteiro (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2007). Assim, o aleitamento materno costuma ser classificado em:
 • Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos. 
• Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e fluidos rituais1. 
• Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros alimentos. 
• Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. 
• Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite.
Embora a OMS não reconheça os fluidos rituais (poções, líquidos ou misturas utilizadas em ritos místicos ou religiosos) como exceção possível inserida na definição de aleitamento materno exclusivo, o Ministério da Saúde, considerando a possibilidade do uso de fluidos rituais com finalidade de cura dentro de um contexto intercultural e valorizando as diversas práticas integrativas e complementares, apoia a inclusão de fluidos rituais na definição de aleitamento materno exclusivo, desde que utilizados em volumes reduzidos, de forma a não concorrer com o leite materno.
IMPORTANCIA DO ALEITAMENTO
Já está devidamente comprovada, por estudos científicos, a superioridade do leite materno sobre os leites de outras espécies. São vários os argumentos em favor do aleitamento materno. 
4.1 Evita mortes infantis Graças aos inúmeros fatores existentes no leite materno que protegem contra infecções, ocorrem menos mortes entre as crianças amamentadas. Estima-se que o aleitamento materno poderia evitar 13% das mortes em crianças menores de 5 anos em todo o mundo, por causas preveníveis (JONES, 2003). Segundo estudo de avaliação de risco, no mundo em desenvolvimento poderiam ser salvas 1,47 milhões de vidas por ano se a recomendação de aleitamento materno exclusivo por seis meses e complementado por dois anos ou mais fosse cumprida. Atribui-se ao aleitamento subótimo, conforme classificação da OMS (Tabela 1), 55% das mortes por doença diarreica e 53% das causadas por infecção do trato respiratório inferior em crianças dos 0 aos 6 meses, 20% e 18% dos 7 aos 12 meses, respectivamente, e 20% de todas as causas de morte no segundo ano de vida (LAUER, 2006). Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças menores de 5 anos. No Brasil, em 14 municípios da Grande São Paulo, a estimativa média de impacto da amamentação sobre o Coeficiente de Mortalidade Infantil foi de 9,3%, com variações entre os municípios de 3,6% a 13% (ESCUDER; VENÂNCIO; PEREIRA, 2003). A proteção do leite materno contra mortes infantis é maior quanto menor é a criança. Assim, a mortalidade por doenças infecciosas é seis vezes maior em crianças menores de 2 meses não amamentadas, diminuindo à medida que a criança cresce, porém ainda é o dobro no segundo ano de vida (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000). É importante ressaltar que, enquanto a proteção contra mortes por diarréia diminui com a idade, a proteção contra mortes por infecções Importância do aleitamento materno 18 Ministério da Saúde | Secretaria de Atenção à Saúde | Departamento de Atenção Básica respiratórias se mantém constante nos primeiros dois anos de vida. Em Pelotas (RS), as crianças menores de 2 meses que não recebiam leite materno tiveram uma chance quase 25 vezes maior de morrer por diarreia e 3,3 vezes maior de morrer por doença respiratória, quando comparadas com as crianças em aleitamento materno que não recebiam outro tipo de leite. Esses riscos foram menores, mas ainda significativos (3,5 e 2 vezes, respectivamente) para as crianças entre 2 e 12 meses (VICTORIA, 1987). A amamentação previne mais mortes entre as crianças de menor nível socioeconômico. Enquanto para os bebês de mães com maior escolaridade o risco de morrerem no primeiro ano de vida era 3,5 vezes maior em crianças não amamentadas, quando comparadas com as amamentadas, para as crianças de mães com menor escolaridade, esse risco era 7,6 vezes maior (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000). Mas mesmo nos países mais desenvolvidos o aleitamento materno previne mortes infantis. Nos Estados Unidos, por exemplo, calcula-se que o aleitamento materno poderia evitar, a cada ano, 720 mortes de crianças menores de um ano (CHEN; ROGAN, 2004). Estudos demonstram que a amamentação na primeira hora de vida pode ser um fator de proteção contra mortes neonatais (MULLANY, 2007; EDMOND, 2006; BOCCOLINI, 2013).
4.2 Evita diarreia Há fortes evidências de que o leite materno protege contra diarreia, principalmente em crianças mais pobres. É importante destacar que essa proteção pode diminuir quando o aleitamento materno deixa de ser exclusivo. Oferecer à criança amamentada água ou chás, prática considerada inofensiva até pouco tempo atrás, pode dobrar o risco dediarreia nos primeiros seis meses (BROWN, 1989; POPKIN, 1990). Além de evitar a diarreia, a amamentação também exerce influência na gravidade dessa doença. Crianças não amamentadas têm um risco três vezes maior de desidratarem e de morrerem por diarreia quando comparadas com as amamentadas (VICTORIA, 1992). Um estudo utilizando dados da pesquisa nacional sobre prevalência em aleitamento materno no Brasil observou correlação entre aumento das prevalências de amamentação exclusiva entre 1999 e 2008 e diminuição das taxas de internação hospitalar por diarreia no mesmo período (BOCCOLINI, 2012).
 4.3 Evita infecção respiratória A proteção do leite materno contra infecções respiratórias foi demonstrada em vários estudos realizados em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil. Assim como ocorre com a diarreia, a proteção é maior quando a amamentação é exclusiva nos primeiros seis meses. Além disso, a amamentação diminui a gravidade dos episódios de infecção respiratória. Em Pelotas (RS), a chance de uma criança não amamentada internar por pneumonia nos primeiros três meses foi 61 vezes maior do que em crianças amamentadas exclusivamente (CESAR, 1999). Já o risco de hospitalização por bronquiolite foi sete vezes maior em crianças amamentadas por menos de um mês (ALBERNAZ; MENEZES; CESAR, 2003). O aleitamento materno também previne otites. Estima-se redução de 50% de episódios de otite média aguda em crianças amamentadas exclusivamente por 3 ou 6 meses quando comparadas com crianças alimentadas unicamente com leite de outra espécie (IP et al., 2009). 
4.4 Diminui o risco de alergias Estudos mostram que a amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite atópica e de outros tipos de alergias, incluindo asma e sibilos recorrentes (VAN ODIJK, 2003). 20 Ministério da Saúde | Secretaria de Atenção à Saúde | Departamento de Atenção Básica A exposição a pequenas doses de leite de vaca nos primeiros dias de vida parece aumentar o risco de alergia ao leite de vaca. Por isso é importante evitar o uso desnecessário de formulas infantis. 
4.5 Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes Há evidências sugerindo que o aleitamento materno apresenta benefícios em longo prazo. A OMS publicou importante revisão sobre evidências desse efeito (HORTA, 2007). Essa revisão concluiu que os indivíduos amamentados apresentaram pressões sistólica e diastólica mais baixas (-1,2mmHg e -0,5mmHg, respectivamente), níveis menores de colesterol total (-0,18mmol/L) e risco 37% menor de apresentar diabetes tipo 2. Não só o indivíduo que é amamentado adquire proteção contra diabetes, mas também a mulher que amamenta. Foi descrita uma redução de 15% na incidência de diabetes tipo 2 para cada ano de lactação (STUEBE, 2005). Atribui-se essa proteção a uma melhor homeostase da glicose em mulheres que amamentam. A exposição precoce ao leite de vaca (antes dos quatro meses) é considerada um importante determinante do Diabetes mellitus Tipo I, podendo aumentar o risco de seu aparecimento em 50%. Estima-se que 30% dos casos poderiam ser prevenidos se 90% das crianças até três meses não recebessem leite de vaca (GERSTEIN, 1994).
 4.6 Reduz a chance de obesidade A maioria dos estudos que avaliaram a relação entre obesidade em crianças maiores de 3 anos e tipo de alimentação no início da vida constatou menor frequência de sobrepeso/obesidade em crianças que haviam sido amamentadas. Na revisão da OMS sobre evidências do efeito do aleitamento materno em longo prazo, os indivíduos amamentados tiveram uma chance 22% menor de vir a apresentar sobrepeso/obesidade (DEWEY, 2003). É possível também que haja uma relação dose/resposta com a duração do aleitamento materno, ou seja, quanto maior o tempo em que o indivíduo foi amamentado, menor será a chance de ele vir a apresentar sobrepeso/ obesidade. Entre os possíveis mecanismos implicados a essa proteção, encontram-se um melhor desenvolvimento da auto-regelação de ingestão de alimentos das crianças amamentadas e a composição única do leite materno participando no processo de “programação metabólica”, alterando, por exemplo, o número e/ou tamanho das células gordurosas ou induzindo o fenômeno de diferenciação metabólica. Foi constatado que o leite de vaca altera a taxa metabólica durante o sono de crianças amamentadas, podendo esse fato estar associado com a “programação metabólica” e o desenvolvimento de obesidade (HAISMA, 2005). 21 Saúde da Criança – Aleitamento Materno e Alimentação Complementar 
4.7 Melhor nutrição Por ser da mesma espécie, o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança pequena, além de ser mais bem digerido, quando comparado com leites de outras espécies. O leite materno é capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança nos primeiros seis meses, e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo ano de vida, especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas. Figura 1 – Ilustração da etnia Guarani/Kaiowá, localizada no Mato Grosso do Sul Fonte: BRASIL (2009b). 
4.8 Efeito positivo na inteligência Há evidências de que o aleitamento materno contribui para um melhor desenvolvimento cognitivo (HORTA, 2007). A maioria dos estudos conclui que as crianças amamentadas apresentam vantagem nesse aspecto quando comparadas com as não amamentadas, principalmente as com baixo peso de nascimento. Essa vantagem foi observada em diferentes idades, (ANDERSON; JOHNSTONE; REMLEY, 1999) inclusive em adultos (MORTENSEN, 2002). Os mecanismos envolvidos na possível associação entre aleitamento materno e melhor desenvolvimento cognitivo ainda não são totalmente conhecidos. Alguns defendem a presença de substâncias no leite materno que 22 Ministério da Saúde | Secretaria de Atenção à Saúde | Departamento de Atenção Básica otimizam o desenvolvimento cerebral; outros acreditam que fatores comportamentais ligados ao ato de amamentar e à escolha do modo como alimentar a criança são os responsáveis. 
4.9 Melhor desenvolvimento da cavidade bucal O exercício que a criança faz para retirar o leite da mama é muito importante para o desenvolvimento adequado de sua cavidade oral, propiciando uma melhor conformação do palato duro, o que é fundamental para o alinhamento correto dos dentes e uma boa oclusão dentária. Quando o palato é empurrado para cima, o que ocorre com o uso de chupetas e mamadeiras, o assoalho da cavidade nasal se eleva, com diminuição do tamanho do espaço reservado para a passagem do ar, prejudicando a respiração nasal. Assim, o desmame precoce pode levar à ruptura do desenvolvimento motor-oral adequado, podendo prejudicar as funções de mastigação, deglutição, respiração e articulação dos sons da fala, ocasionar má-oclusão dentária, respiração bucal e alteração motora- oral. 
4.10 Proteção contra câncer de mama Já está bem estabelecida a associação entre aleitamento materno e redução na prevalência de câncer de mama. Estima-se que o risco de contrair a doença diminua 4,3% a cada 12 meses de duração de amamentação (COLLABORATIVE GROUP ON HORMONAL FACTORS IN BREAST CANCER, 2002). Essa proteção independe de idade, etnia, paridade e presença ou não de menopausa. 
4.11 Evita nova gravidez A amamentação é um excelente método anticoncepcional nos primeiros seis meses após o parto (98% de eficácia), desde que a mãe esteja amamentando exclusiva ou predominantemente e ainda não tenha menstruado (GRAY, 1990). Estudos comprovam que a ovulação nos primeiros seis meses após o parto está relacionada com o número de mamadas; assim, as mulheres que ovulam antes do sexto mês após o parto em geral amamentam menos vezes por dia que as demais
4.12 Outras possíveis vantagens para as mulheres Além da proteção contra câncer de mama e diabete tipo 2, tem sido atribuído ao aleitamento materno proteção contra as seguintes doenças na mulher que amamenta: câncer de ovário, câncer 23 Saúde da Criança – Aleitamento Materno e Alimentação Complementarde útero; hipercolesterolemia, hipertensão e doença coronariana; obesidade; doença metabólica; osteoporose e fratura de quadril; artrite reumatoide; depressão pós-parto; e diminuição do risco de recaída de esclerose múltipla pós-parto (IP et al., 2009; ROSENBLATT; THOMAS, 1995; SCHWARTZ, 2009; KULIE, 2011; GUNDERSON et al., 2010; DURSEN et al., 2006; PIKWER et al., 2009; HENDERSON et al., 2004; LANGER-GOULD et al., 2009). 
4.13 Menores custos financeiros Não amamentar pode significar sacrifícios para uma família com pouca renda. Dependendo do tipo de fórmula infantil consumida pela criança, o gasto pode representar uma parte considerável dos rendimentos da família. A esse gasto devem-se acrescentar custos com mamadeiras, bicos e gás de cozinha, além de eventuais gastos decorrentes de doenças, que são mais comuns em crianças não amamentadas. 
4.14 Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho Acredita-se que a amamentação traga benefícios psicológicos para a criança e para a mãe. Uma amamentação prazerosa, os olhos nos olhos e o contato contínuo entre mãe e filho certamente fortalecem os laços afetivos entre eles, oportunizando intimidade, troca de afeto e sentimentos de segurança e de proteção na criança e de autoconfiança e de realização na mulher. Amamentação é uma forma muito especial de comunicação entre a mãe e o bebê e uma oportunidade de a criança aprender muito cedo a se comunicar com afeto e confiança. 
4.15 Melhor qualidade de vida O aleitamento materno pode melhorar a qualidade de vida das famílias, uma vez que as crianças amamentadas adoecem menos, necessitam de menos atendimento médico, hospitalizações e medicamentos, o que pode implicar menos faltas ao trabalho dos pais, bem como menos gastos e situações estressantes. Além disso, quando a amamentação é bem sucedida, mães e crianças podem estar mais felizes, com repercussão nas relações familiares e, consequentemente, na qualidade de vida dessas famílias.
DURAÇÃO DA AMAMENTAÇÃO
Vários estudos sugerem que a duração da amamentação na espécie humana seja, em média, de dois a três anos, idade em que costuma ocorrer o desmame naturalmente (KENNEDY, 2005). A OMS, endossada pelo Ministério da Saúde do Brasil, recomenda aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses. Não há vantagens em se iniciar os alimentos complementares antes dos seis meses, podendo, inclusive, haver prejuízos à saúde da criança, pois a introdução precoce de outros alimentos está associada a: • Maior número de episódios de diarréia;
 • Maior número de hospitalizações por doença respiratória;
 • Risco de desnutrição se os alimentos introduzidos forem nutricionalmente inferiores ao leite materno, como, por exemplo, quando os alimentos são muito diluídos;
 • Menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, como o ferro e o zinco; 
• Menor eficácia da amamentação como método anticoncepcional;
 • Menor duração do aleitamento materno. 
No segundo ano de vida, o leite materno continua sendo importante fonte de nutrientes. Estima-se que dois copos (500 mL) de leite materno no segundo ano de vida fornecem 95% das necessidades de vitamina C, 45% das de vitamina A, 38% das de proteína e 31% do total de energia. Além disso, o leite materno continua protegendo contra doenças infecciosas. Uma análise de estudos realizados em três continentes concluiu que quando as crianças não eram amamentadas no segundo ano de vida elas tinham uma chance quase duas vezes maior de morrer por doença infecciosa quando comparadas com crianças amamentadas (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2000).
Retirada e Armazenamento do Leite Materno
Como retirar o leite do peito A mãe deve: 
Prender os cabelos e usar uma touca de banho ou pano 
amarrado; Proteger a boca e o nariz com pano ou fralda; 
Escolher um lugar limpo e tranquilo; Preparar uma vasilha 
(de preferência um frasco com tampa plástica) fervida por 
15 minutos; 
Massagear o peito com a ponta de dois dedos iniciando na região mais próxima da aréola indo até a mais distante do peito, apoiando o peito com a outra mão; Massagear por mais tempo as áreas mais doloridas; Apoiar a ponta dos dedos (polegar e indicador) acima e abaixo da aréola, comprimindo o peito contra o tórax ; Comprimir com movimentos rítmicos, como se tentasse aproximar as pontas dos dedos, sem deslizar na pele; Desprezar os primeiros jatos e guardar o restante no recipiente.
O leite pode ser coletado em vasilha limpa de vidro, fervida durante 
15 minutos e colocado em local fresco. Para evitar a diarreia, 
esse leite só deve ser usado até seis horas após a coleta. Na geladeira
 o leite pode ser armazenado por até 12 horas ou congelado por até 
15 dias. 
Antes de alimentar o bebê com o leite guardado, aqueça em banho-maria. Ofereça o leite ao bebê com colher, copo ou xícara e lembre sempre de jogar fora o que sobrou.
Quando a mãe deseja doar o seu leite
Para ser usado por crianças que, por algum motivo, não estão mamando no peito de sua mãe. Para que a criança tome leite de outra mãe é obrigatório pasteurizar previamente num banco de leite humano. 
O leite pasteurizado em banco de leite humano pode ser usado com segurança porque a pasteurização inibe bactérias e vírus que possam causar doenças, como a AIDS. Não dar leite materno sem ser pasteurizado para outras crianças e não aceitar o leite de outra mãe para o seu bebê (amamentação cruzada).
Nenhum bebê deve mamar no peito de outra mãe que não seja a sua. O motivo disso é que algumas mulheres podem ser portadoras de doenças como a AIDS, que podem passar através do leite do peito. Mulheres HIV positivo não podem amamentar seus filhos. No Brasil existem programas de apoio às mulheres HIV positivo que garantem a oferta do leite adequado em substituição ao leite materno. 
Produção do Leite Materno - Fisiologia da amamentação
 Durante a gravidez e nos primeiros dias do pós-parto, a produção de colostro e de leite acontece através de estímulos hormonais, e não está relacionado à demanda de leite pelo recém-nascido. Isso é chamado de sistema de controle endócrino. Quando o sistema hormonal está adequado, a mulher começa a produzir colostro no fim do segundo trimestre de gestação, algumas vezes até no terceiro trimestre. Essa fase é chamada de Lactogênese I.
O leite aparece em maior volume cerca de 36 a 72 horas após o parto normal. Essa fase é a Lactogênese II.
Se a cesariana for feita sem que a mulher tenha entrado em trabalho de parto, pode ser que  a apojadura (“descida” do leite) demore um pouco mais para acontecer, já que o corpo não produziu a cascata de hormônios envolvidos no trabalho de parto e lactogênese.
Quando os seios começam a produzir colostro durante a gestação, o alto nível de progesterona inibe a prolactina, responsável pela produção e secreção de grandes quantidades de leite. Após o parto a saída da placenta provoca a queda brusca nos níveis de progesterona, estrogênio e HPL (hormônio lactogênico placentário). A queda da progesterona na presença de níveis elevados de prolactina induz o início da Lactogênese II (produção de leite em abundância). Hormônios como insulina, tiroxina e cortisol também estão envolvidos na produção de leite, entretanto seus papéis ainda não foram bem estabelecidos. O fato de o cortisol estar presente levanta um possível motivo para que altos níveis de estresse na mãe possam influenciar na produção de leite, já que o cortisol é um dos hormônios relacionados a situações estressantes.
Após a Lactogênese II, há uma mudança para o sistema de controle da produção, de endócrino para autócrino (ou local). Este estágio de manutenção da produção de leite também é chamado de Lactogênese III. Nesta fase a produção do leite é controlada quase que completamente pelo esvaziamento da mama. A remoção do leite é impulsionada pelo apetite do bebê. Embora os problemas hormonais ainda possam interferir no fornecimento de leite, eles desempenham um papel muito menor na lactação estabelecida. Em circunstâncias normais, os seios continuarãoa produzir indefinidamente enquanto a remoção de leite continuar.
Ao entender como o controle local da produção de leite funciona, podemos estabelecer formas tanto para aumentar a produção quanto para diminuí-la.
Produção de leite autócrina (ou local) Lactogênese III
Evidências científicas atuais nos mostram que o leite contém uma proteína de soro de leite chamada Inibidor de Feedback de Lactação (IFL) – que aparentemente retarda a síntese de leite quando a mama está cheia. Assim, a produção de leite diminui quando a mama está cheia (e mais IFL está presente) e acelera quando a mama está mais vazia (e menos IFL está presente).
Nas paredes dos lactócitos (células produtoras de leite dos alvéolos, que ficam nos lóbulos) estão os receptores locais de prolactina que permitem que a prolactina migre da corrente sanguínea para os lactócitos, estimulando a síntese de componentes do leite materno. Quando o alvéolo está cheio de leite, as paredes expandem / esticam e alteram a forma dos receptores de prolactina, assim ela não consegue encaixar nesses receptores locais e a produção de leite diminui. À medida que o leite sai do alvéolo deixando-o vazio, os receptores de prolactina volta à sua forma normal e permitem que a prolactina se encaixe, aumentando a produção de leite. A teoria dos receptores de prolactina sugere que a remoção frequente de leite nas primeiras semanas irá aumentar o número de receptores locais, o que possibilita a passagem de maior quantidade de prolactina para os lactócitos, aumentando a capacidade de produção de leite.
Características e funções do leite materno
Apesar de a alimentação variar enormemente entre as pessoas, o leite materno, surpreendentemente, apresenta composição semelhante para todas as mulheres que amamentam do mundo. Apenas as com desnutrição grave podem ter o seu leite afetado na sua qualidade e quantidade. Nos primeiros dias, o leite materno é chamado colostro, que contém mais proteínas e menos gorduras do que o leite maduro, ou seja, o leite secretado a partir do sétimo ao décimo dia pós-parto. O leite de mães de recém-nascidos prematuros é diferente do de mães de bebês a termo. Veja na Tabela 2 as diferenças entre colostro e leite maduro, entre o leite de mães de prematuros e de bebês a termo e entre o leite materno e o leite de vaca. Esse tem muito mais proteínas que o leite humano e essas proteínas são diferentes das do leite materno. A principal proteína do leite materno é a lactoalbumina e a do leite de vaca é a caseína, de difícil digestão para a espécie humana.
A concentração de gordura no leite aumenta no decorrer de uma mamada. Assim, o leite do final da mamada (chamado leite posterior) é mais rico em energia (calorias) e sacia melhor a criança, daí a importância de a criança esvaziar bem a mama. O leite humano possui numerosos fatores imunológicos que protegem a criança contra infecções. A IgA secretória é o principal anticorpo, atuando contra microrganismos presentes nas superfícies mucosas. Os anticorpos IgA no leite humano são um reflexo dos antígenos entéricos e respiratórios da mãe, ou seja, ela produz anticorpos contra agentes infecciosos com os quais já teve contato, proporcionando, dessa maneira, proteção à criança contra os germens prevalentes no meio em que a mãe vive. A concentração de IgA no leite materno diminui ao longo do primeiro mês, permanecendo relativamente constante a partir de então. Além da IgA, o leite materno contém outros fatores de proteção, tais como anticorpos IgM e IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, lactoferrina, lisosima e fator bífido. Esse favorece o crescimento do Lactobacilus bifidus, uma bactéria não patogênica que acidifica as fezes, dificultando a instalação de bactérias que causam diarreia, tais como Shigella, Salmonella e Escherichia coli. Alguns dos fatores de proteção do leite materno são total ou parcialmente destruídos pelo calor, razão pela qual o leite humano pasteurizado (submetido a uma temperatura de 62,5o C por 30 minutos) não tem o mesmo valor biológico que o leite cru.
Posições para amamentar o seu bebê
Variar a posição da criança durante a amamentação previne fissuras nos mamilos e garante que todo o leite produzido na mama seja liberado para o bebê. Conheça quatro maneiras de amamentar o seu pequeno.
Cavalinho
Nesta posição o bebê fica na vertical e sentado em uma das pernas da mãe. Com um dos braços, a mulher apoia a cabeça do bebê e, com o outro, posiciona a mama para ele.
Na cama
Mãe e bebê deitam frente a frente. Com a cabeça apoiada no travesseiro, ela oferece o peito do lado que está deitada. O bebê pode ficar com a cabeça apoiada no antebraço da mãe, todo envolvido por ela, ou deitado na cama ou com as costas apoiadas por ela, na hora da pega. Nessa posição, a mulher precisa estar acompanhada para não correr o risco de dormir. "Isso porque ela pode se virar ou o bebê fazer algum movimento perigoso", explica Lívia Teixeira.
Invertida 
Essa posição é bastante indicada em caso de cesarianas, quando os seios estão fissurados ou o bebê não consegue abocanhar toda aréola. O corpo dele é encaixado sob o braço da mãe, que permanece sentada. "A criança pode fazer uma boa pega porque fica de frente para o peito", explica a consultora em amamentação Lívia Teixeira, do Consultório de Aleitamento Materno, em Salvador. Assim, é possível drenar melhor o leite que fica no quadrante da mama localizado próximo às axilas.
4.Clássica 
A mãe fica sentada e apoia a cabeça do bebê sobre a dobra do cotovelo. É dessa maneira que a maioria das mulheres prefere amamentar. Uma dica é colocar um travesseiro ou uma almofada sob o corpo da criança, mantendo-a ainda apoiada no braço. Desse modo, mãe e filho ficam mais confortáveis.
Depois de achar a melhor posição, o primeiro passo é colocar o seio na boca do bebê. Ao tocar o mamilo no lábio inferior do bebê ele abrirá a boca. Nessa hora a mãe deve enfiar o máximo da auréola na sua boquinha, puxando firmemente sua cabeça para a mama.
Independentemente da posição que a mãe escolher para amamentar o bebê, é importante que ela esteja relaxada, confortável e bem apoiada, sem se curvar para frente ou para trás. O bebê, da mesma forma, tem que estar posicionado corretamente, com o corpo junto ao da mãe, na altura da mama, os quadris seguros e o pescoço levemente esticado.
Para ter uma boa pega, a boca do bebê deve ser levada em direção ao mamilo, e não o contrário. A mãe deve posicionar o polegar acima da auréola e o indicador abaixo, formando um ‘C’. Ao mamar, a boca do bebê deve estar bem aberta, com os lábios para fora, abocanhando quase toda a auréola e não somente o bico do peito, e as mamadas serão grandes e espaçadas. 
Quando for tirar a criança do peito, é bom usar a técnica conhecida popularmente como "técnica do dedo mínimo", onde a mãe coloca o dedo mínimo na boca da criança para enganá-la. Ela aceita trocar o bico do peito pelo dedinho e, assim, não puxa o mamilo da mãe com força. Quando o bebê largar a mama, os mamilos devem estar levemente alongados e redondos.
Amamentação com posicionamento e pega corretos não dói, e é um momento bastante agradável para a mãe e para o bebê.
Problemas relacionados à amamentação
Existem alguns problemas enfrentados pelas nutrizes durante o aleitamento materno, que se não forem identificados e tratados, podem causar a interrupção da amamentação precocemente. O enfermeiro tem importante papel nesse processo.
Bebê não suga ou tem sucção fraca
Alguns bebês resistem às tentativas de serem amamentados e na maioria das vezes não se sabe da resistência inicial. Pode estar associada ao uso de bicos artificiais ou chupetas, presença de dor quando o bebê é posicionado para mamar ou pressão na cabeça do mesmo ao ser apoiado. Ainda existem os que não conseguem pegar a aréola adequadamente ou não conseguem manter a pega. Isso pode acontecer porque não está bem posicionado, não abre a boca suficientemente, ou não consegue abocanhar a mama adequadamente por estarem tensas, ingurgitadas,mamilos invertidos ou muito planos. O manejo vai depender do problema detectado.
Se a mãe deseja amamentar seu bebê, deve ser orientada a estimular a sua mama (no mínimo 5x/dia) por meio de ordenha manual ou por bomba de sucção. Isso garantirá a produção de leite.
Demora na “descida do leite”
Há mulheres que a “descida do leite” ou apojatura só ocorre alguns dias após o parto. Nesse caso, o profissional de saúde deve passar segurança para a mãe e orientá-la a fazer estimulação da mama, com sucção frequente do bebê e ordenha manual.
Um método muito útil é o uso de um sistema de nutrição suplementar (translactação), que consiste em colocar um recipiente com leite ( de preferência humano pasteurizado) entre as mamas da mãe conectado ao mamilo por meio de uma sonda. O bebê ao sugar o mamilo recebe o suplemento, continua a estimular a mama e sente-se saciado e gratificado ao sugar a mama da mãe.
Mamilos planos ou invertidos
Mamilos planos ou invertidos podem dificultar o início da amamentação, mas não necessariamente a impedem porque o bebê faz o “bico” com a aréola. Para identificar os mamilos invertidos , pressiona-se a aréola entre o polegar e o dedo indicador : se o mamilo for invertido , se retrai; caso contrário não é mamilo invertido. Uma mãe que possua mamilos invertidos ou planos precisa receber ajuda logo após o nascimento do bebê, que consiste nas seguintes medidas :
Promover segurança e encorajar a mãe – transmitindo a ela que com paciência e perseverança o problema será solucionado e com a sucção do bebê os mamilos se tornarão mais propícios à amamentação.
Ajudar a mãe a favorecer a pega do bebê; é muito importante que a aréola esteja macia.
Tentar diferentes posições para ver em qual delas o bebê e a mãe se adaptam-se melhor
Mostrar a mãe manobras que podem ajudar aumentar o mamilo antes das mamadas, como estímulo (toque) do mamilo, compressas frias nos mamilos e sucção com bomba manual ou seringa de 10ml ou 20ml adaptada. Esta última, recomenda-se antes das mamadas e nos intervalos se a mãe o desejar. O mamilo deve ser mantido em sucção por 30 a 60 segundos se não houver desconforto. A sucção não deve ser muito vigorosa para não machucar os mamilos nem causar dor.
Orientar as mães a ordenhar o seu leite enquanto o bebê não sugar efetivamente. O leite ordenhado deve ser ofertado ao bebê em copinho.
Ingurgitamento mamário
Há três componentes básicos para o ingurgitamento mamário: 1- congestão/ aumento da vascularização da mama; 2- retenção de leite nos alvéolos; 3- edema decorrente da congestão e obstrução da drenagem do sistema linfático. Existem dois tipos de ingurgitamento: fisiológico que é normal (representa um sinal que o leite está “descendo”) e o patológico o qual a mama fica excessivamente distendida, causando febre e mal estar. Os mamilos ficam achatados , algumas áreas da mama avermelhadas, edemaciadas e brilhantes. Ocorre com mais frequência nas primíparas , nos três a cinco dias após o parto. Medidas a serem tomadas se o ingurgitamento patológico não puder ser evitado :
Ordenha manual da aréola, se estiver tensa, antes da mamada.
Mamadas frequentes, sem horários pré-estabelecidos. 
Massagens das mamas, com movimentos circulares.
Uso de analgésicos sistêmicos/anti-inflamatórios (Ibuprofeno é o mais eficaz, auxilia na redução da inflamação e edema). Paracetamol ou Novalgina como alternativas .
Suporte para as mamas , como uso ininterrupto de sutiã com alças largas e firmes, para aliviar a dor e manter os ductos em posição anatômica.
Crioterapia (aplicação de gelo ou gel gelado) em intervalos regulares após ou nos intervalos das mamadas. Em maiores gravidades, as compressas frias podem ser aplicadas de 2/2h não devendo ultrapassar 20 minutos devido ao efeito rebote
Se o bebê não sugar, a mama deve ser ordenhada manualmente ou com bomba de sucção.
Dor nos mamilos/mamilos machucados
	
Dor nos mamilos/mamilos machucados
As lesões no mamilo ocorrem quando o posicionamento e a pega do bebê estão erradas. Outras causas incluem mamilos curtos, planos ou invertidos, disfunções orais do bebê, freio de língua muito curto, uso impróprio de bombas de sucção, uso de cremes e óleos que causam reações alérgicas, interrupção inadequada da sucção da criança, uso de protetores de mamilo, exposição prolongada a forros úmidos. Algumas medidas devem ser tomadas para evitar tais lesões como :
Amamentação com técnica adequada.
Manter os mamilos secos, expondo-os ao ar livre ou à luz solar, trocar os forros sempre que houver vazamentos.
Não usar produtos que retirem a proteção natural do mamilo, como sabões, álcool ou qualquer produto secante.
Amamentação em livre demanda.
Evitar ingurgitamento mamário.
Ordenha manual da aréola antes da mamada
Introdução do dedo indicador ou mínimo pela comissura labial da boca do bebê , se for preciso interromper a mamada.
No caso de lesões já existentes, faz-se necessário intervir para avaliar a dor e promover a cicatrização o mais breve possível. Pode-se sugerir as seguintes medidas de conforto:
Início da mamada pela mama menos afetada.
Ordenhar um pouco de leite antes da mamada, suficiente para desencadear o reflexo da ejeção de leite.
Usar diferentes posições para amamentar, reduzindo a pressão nos pontos doloridos ou machucados.
Uso de conchas protetoras.
Analgésicos por via oral se houver dor importante
Compressa de água morna.
Tratamento a seco (banho de luz, banho de sol, secador de cabelo) bastante usados nas últimas décadas.
Instrução sobre o posicionamento adequado e pega correta é a melhor intervenção para dor nos mamilos
 Candidose (candidíase, monilíase)
A infecção por Candida sp manifesta-se por coceira, sensação de queimadura e dor em agulhadas nos mamilos, que persistem após as mamadas. A pele do mamilo e da aréola pode apresentar-se avermelhada, brilhante ou apenas irritada ou com fina descamação. Raramente aparecem placas esbranquiçadas. No bebê é comum encontrar crostas brancas orais (saber diferenciar das crostas de leite). O fungo cresce em meio úmido, quente e escuro. Deve-se manter os mamilos secos , arejados e expô-los à luz por alguns minutos ao dia como medida de prevenção.
O tratamento deve ser simultâneo entre mãe e bebê (mesmo que a criança não apresente os sinais da candidíase) com Nistatina, Clotrimazol, Miconazol ou Cetoconazol tópicos por 2 semanas. Algumas espécies de cândida são resistentes à Nistatina. Nesse caso, pode ser usado Violeta de genciana de 0,5% a 1,0% nos mamilos/aréolas e boca do bebê 1x/dia por 3 a 5 dias. Não desaparecendo os sintomas, recomenda-se Cetoconazol (VO) 200mg/dia por 10 a 20 dias.
Fenômeno de Raynaud
É uma isquemia intermitente causada por vasoespasmos, muito comum nos dedos dos pés e das mãos, mas também pode acometer os mamilos. Ocorre em resposta ao frio, compressão anormal do mamilo na boca da criança ou trauma mamilar importante. Manifesta-se inicialmente por palidez dos mamilos (falta de irrigação sanguínea) e dor antes, durante e depois das mamadas. A palidez é seguida de cianose e finalmente o mamilo se torna avermelhado. Muitas mulheres relatam dor em “fisgadas” ou sensação de queimação quando o mamilo está pálido e por isso, as vezes é confundida com candidose.
Deve-se identificar e tratar a causa que contribui para isquemia mamilar e melhorar a técnica de amamentação (pega).
Compressas mornas ajudam a amenizar a dor na maioria das vezes
Analgésicos e anti-inflamatórios (Ibuprofeno) podem ser prescritos se necessário
Quando não houver melhora com as medidas citadas, deve-se utilizar Nifedipina 5mg, 3x/dia por 1 ou 2 semanas ou 30-60 mg 1x/dia.
As mulheres nessa condição devem evitar uso de drogas vasoconstritoras, como cafeína e nicotina.
Algumas medicações como Fluconazol e contraceptivos orais podem agravar os vasoespasmos.
Bloqueio de ductos lactíferos
Ocorre quando o leite produzido em uma determinada área da mama não é drenado. Isso acontece quando a mama não está sendo esvaziadaadequadamente, por pressão em uma área ou pelo uso de cremes nos mamilos obstruindo os poros de saída do leite. A mulher com essa complicação apresenta nódulos localizados sensíveis e dolorosos, vermelhidão, calor na área envolvida. Em geral a febre não faz parte do quadro clínico. Pode estar associado a um pequeno ponto branco na ponta do mamilo que causa muita dor durante as mamadas. O tratamento deve ser precoce e enérgico para que não evolua para uma mastite. São necessárias as seguintes medidas :
Mamadas frequentes;
Utilizar distintas posições para amamentar, oferecer primeiro a mama afetada, com o queixo do bebê direcionado para a área afetada (facilita a retirada do leite local);
Compressas mornas e massagens na região atingida, na direção do mamilo, antes e durante as mamadas; 
Ordenha manual da mama ou com bomba de sucção de leite se a criança não conseguir esvaziá-la
Remoção do ponto branco na ponta do mamilo se estiver presente, esfregando uma toalha ou utilizando uma agulha esterilizada. 
Mastite
É um processo inflamatório da mama que pode progredir ou não para uma infecção bacteriana. É comum entre a segunda e terceira semana do parto, mas pode ocorrer em qualquer período da amamentação. Não é fácil identificar a mastite infecciosa da não-infecciosa apenas pelos sinais e sintomas. Em ambas, a parte afetada da mama encontra-se, dolorosa, edemaciada, vermelha e quente. Quando há infecção, costuma haver febre alta (acima de 38 graus) e mal-estar importante. O sabor do leite costuma alterar-se devido ao aumento dos níveis de sódio e diminuição da lactose. A produção do leite pode ser afetada na mama comprometida, com diminuição do volume secretado durante o quadro clínico, bem como nos dias subsequentes. As medidas de prevenção da mastite são as mesmas do ingurgitamento mamário, do bloqueio de ductos lactíferos e das fissuras, bem como manejo precoce desses problemas.
O tratamento deve ser o mais precoce possível para não evoluir para um abcesso mamário. O tratamento inclui as seguintes medidas :
Identificação e tratamento da causa que causou a estagnação do leite;
Esvaziamento adequado da mama (preferencialmente pelo lactente, mesmo o leite havendo bactérias não oferece risco ao recém nascido);
Antibioticoterapia: indicada quando houver sintomas graves desde o início do quadro, fissura mamilar e ausência de melhora dos sintomas após 12-24 horas da remoção efetiva do leite acumulado. As opções são: Cefalexina 500 mg (VO) 6/6 horas; Amoxilina 500 mg ou Amoxilina associada ao Ácido clavulânico (500 mg/125 mg) por via oral de 8/8 horas . Na presença de cepas de S. aureus meticilina- resistentes, Vancomicina. Mulheres alérgicas aos antibióticos betalactâmicos (penicilinas e cefalosporinas), está indicada a Eritromicina. Os antibióticos devem ser utilizados no mínimo 10 dias devido a alta incidência de recorrência.
Suporte emocional é muito importante para a lactante
Repouso da mãe no leito; analgésicos ou anti-inflamatórios não-esteroides, como Ibuprofeno; líquidos abundantes; iniciar a amamentação na mama não afetada; usar sutiã firme
Abcesso mamário
O abcesso mamário é causado por mastite não tratada ou com tratamento tardio ineficaz. O diagnóstico é feito pelo quadro clínico: dor intensa, febre, mal-estar, calafrios, presença de áreas de flutuação à palpação no local. A ultrassonografia pode confirmar o abcesso mamário, além de indicar o melhor local para incisão ou aspiração. No diagnóstico diferencial do abcesso, devem-se considerar galactocele, fibroadenoma e carcinoma da mama. Todo esforço deve ser feito par prevenir o aparecimento do abcesso mamário, essa condição pode comprometer futuras lactações em aproximadamente 10%. O abcesso mamário requer intervenção rápida e compreende nas seguintes medidas:
Drenagem cirúrgica, com coleta de secreção purulenta para cultura e teste de sensibilidade a antibióticos;
Antibioticoterapia e esvaziamento da mama afetada;
Manutenção da amamentação. A mãe pode continuar a amamentar a criança na mama afetada desde que não cause desconforto ;
Um abcesso mamário mal tratado pode evoluir para drenagem espontânea, necrose e perda do tecido mamário. Abcessos muito grandes podem necessitar de ressecções extensas, resultando em deformidades da mama , bem como, o comprometimento funcional.
Galactocele
Galactocele é uma formação cística nos ductos mamários contendo líquido leitoso, no início é fluido, posteriormente adquire um aspecto viscoso, que pode ser exteriorizado por meio do mamilo. Ela pode ser palpada como uma massa lisa e redonda, mas o diagnóstico é feito por aspiração ou ultrassonografia.
O tratamento é feito com aspiração. No entanto, a formação cística deve ser extraída cirurgicamente porque o cisto volta a encher após a aspiração.
Reflexo anormal de ejeção do leite
Algumas mulheres têm o reflexo de ejeção exacerbado, o que pode provocar engasgos no bebê. 
Ordenhar um pouco de leite antes de cada mamada até que o fluxo diminua é geralmente o suficiente no manejo do problema.
Pouco leite
As mulheres na sua maioria, têm condições biológicas para amamentar e atender a demanda de seu filho. A “descida do leite” que costuma ocorrer até o terceiro ou quarto dia após o parto, a produção de leite se dá por ação de hormônios e ocorre mesmo que a criança não esteja sugando. A partir daí, a produção do leite depende basicamente do esvaziamento da mama, ou seja, é o número de vezes que a criança mama ao dia que vai determinar o quanto de leite materno é produzido. Para aumentar a produção de leite, as seguintes medidas são úteis:
Melhorar o posicionamento e a pega do bebê , quando não adequados;
Aumentar a frequência das mamadas;
Oferecer as duas mamas em cada mamada; Massagear a mama durante as mamadas ou ordenha;
Dar tempo para o bebê esvaziar bem as mamas;
Trocar de mama várias vezes numa mamada se a criança estiver sonolenta ou se não sugar vigorosamente; 
Após a mamada, ordenhar o leite residual. 
Apesar de haver controvérsias quanto ao uso de drogas para ajudar na lactação , em alguns casos quando as medidas citadas acima não produz efeito, se faz necessário o profissional de saúde indicar alguma medicação. Os mais usados são: Domperidona (30 mg 3x/dia) e Metoclopramida (10 mg 3x/dia por aproximadamente 1 ou 2 semanas) A Domperidona tem a vantagem de não atravessar a barreira hemato-encefálica, isso produz menos efeitos colaterais ,podendo ser utilizada por tempo indeterminado.
Bibliografia:
MINISTÉRIO DA SAÚDE; Cadernos de Atenção Básica 2ª edição número 23- Saúde da criança, Aleitamento Materno e Alimentação Complementar; Brasília- DF- 2015 ; Pag. 53-65 
Papel da Enfermagem:
O enfermeiro é o profissional que mais está próximo à mulher no período de gestação, e tem grande importância nos programas de educação em saúde, durante o pré-natal.
 O enfermeiro deve aconselhar a gestante para a promoção do aleitamento materno, de forma que no pós parto a adaptação da puérpera ao aleitamento materno seja facilitada, evitando as dúvidas as dificuldades e complicações. 
O papel do enfermeiro é de grande importância na introdução do aleitamento materno. O profissional deve educar a gestante sobre a importância da amamentação já nos primeiros meses de gestação. O aleitamento materno é um assunto de saúde pública sendo indispensável a função do enfermeiro em desempenhar a proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno, com o objetivo de diminuir o desmame precoce e aumentar o tempo de duração da amamentação (CRUZ et al., 2009). Cabe aos profissionais da área da saúde oferecer ajuda às gestantes quanto às suas dificuldades; informá-las que se deve iniciar o aleitamento o mais rápido possível, incentivando o aleitamento materno exclusivo, alertando-as sobre os riscos de fórmulas industrializadas, chupetas, mamadeiras; falar sobre a relação entre a amamentação e a contracepção e sobre a correta técnica de posição, pega e ordenha (OLIVEIRA; CAMACHO, 2002). BARROS (2006), afirmaque é imprescindível que os profissionais da saúde estejam preparados para oferecer à mulher, à criança e à família, o apoio necessário para que o processo de amamentação transcorra o mais natural possível. Mesmo porque, o ato de amamentar é um ato natural, milenar, sem custo, essencial para a vida dos seres humanos e, especialmente para o recém-nascido nos primeiros seis meses de vida.
A primeira meia hora de vida apresenta-se excelente para iniciar a amamentação, pois o recém-nascido encontra-se no estado alerta, com reflexos de sucção e deglutição habitualmente vigorosos e a mãe geralmente ansiosa por estabelecer contacto físico com o seu filho 
A maioria dos bebés mama segundo as suas próprias exigências. Habitualmente, consomem pequenas quantidades de leite nos primeiros dias de vida, aumentando a sua ingestão progressivamente, coincidindo com o aumento de produção de leite.
A ajuda à mãe e recém-nascido no início da amamentação inclui o ensino sobre a pega e a posição para a amamentação, os sinais de alimentação adequada, e o ensino de medidas de autocuidado para prevenção de complicações como o ingurgitamento da mama. 
Outros modos pelos quais o profissional de saúde pode auxiliar a nutriz incluem: (1) a ênfase ao conceito de que toda mulher pode amamentar e que seu leite é o alimento ideal para a criança (quantitativa e qualitativamente); (2) o elogio acerca dos cuidados dela com o bebê, quando estes estão corretos; (3) a reiteração de que as dúvidas — quando, por exemplo, não se souber que atitude tomar — poderão ser compartilhadas em um diálogo franco e (4) a disponibilidade à ajuda quando ocorrerem problemas, encorajando a nutriz a insistir na prática
https://www.researchgate.net/publication/240767251_A_influencia_da_rede_social_da_nutriz_no_aleitamento_materno_o_papel_estrategico_dos_familiares_e_dos_profissionais_de_saude
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/7178/2/Tese.pdf
file:///C:/Users/aluno/Documents/14-TCC%20ALEITAMENTO%20MATERNO-ATUACAO%20DO%20ENFERMEIRO.pdf
https://bebe.abril.com.br/amamentacao/posicoes-para-amamentar-o-seu-bebe/le:///C:/Users/aluno/Documents/14-TCC%20ALEITAMENTO%20MATERNO-ATUACAO%20DO%20ENFERMEIRO.pdf
file:///C:/Users/aluno/Documents/14-TCC%20ALEITAMENTO%20MATERNO-
Estatísticas :
Estudo aponta Brasil como referência em aleitamento materno
Estudo publicado hoje (2) na revista inglesaThe Lancet, especializada em assuntos da área de saúde, destaca avanços brasileiros em políticas de estímulo à amamentação e cita o país como referência mundial no aleitamento materno. O levantamento analisou dados de 153 nações, sendo que o Brasil aparece em posição de destaque em relação a países como a China, os Estados Unidos e o Reino Unido.
O pediatra e coordenador do estudo, César Victora, explicou que, na década de 70, as crianças brasileiras eram amamentadas por um período de dois meses e meio, em média. Em 2006, o número subiu para 14 meses. O levantamento mostra também que, na década de 80, apenas 2% das crianças brasileiras até 6 meses de idade recebiam exclusivamente leite materno. Em 2006, o índice passou para 39%.
Ainda de acordo com o estudo, as brasileiras amamentam mais do que as britânicas, as americanas e as chinesas. A taxa de aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de vida do bebê, no Brasil, é o dobro da registrada nos Estados Unidos, no Reino Unido e na China. “Não fizemos um ranking, mas o Brasil, com certeza, estaria entre os cinco primeiros”, reforçou o pesquisador.
Outros dados que constam no artigo e que têm como base informações do Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef) revelam que 68% das crianças brasileiras são amamentadas na primeira hora de vida, 50% continuam sendo amamentadas até completar 1 ano de idade e 25% são amamentadas até os 2 anos.
Tendência e determinantes do aleitamento materno exclusivo
em crianças menores de 6 meses
OBJETIVO: Estimar a prevalência do aleitamento materno e do aleitamento exclusivo para as capitais brasileiras, para as grandes regiões e para o Brasil, nas idades de 30, 120 e 180 dias, preconizadas por consenso entre especialistas para unificar as estatísticas. MÉTODOS: Procedeu-se a reanálise dos dados do inquérito populacional de aleitamento materno realizado em 25 capitais e no Distrito Federal, em 16 de outubro de 1999, Dia Nacional de Vacinação Infantil. A amostra probabilística do presente estudo refere-se a 10.778 crianças distribuídas nas idades mencionadas. As prevalências por ponto e por intervalo (intervalo de confiança de 95 por cento) foram determinadas para as capitais e então extrapoladas para as regiões brasileiras e para o Brasil. Utilizou-se a análise de regressão com o programa estatístico SAS
RESULTADOS: As prevalências estimadas de aleitamento materno para o Brasil foram aos 30, 120 e 180 dias, respectivamente, 87,3 por cento (86,8 - 87,7), 77,5 por cento (77,1 - 78,0) e 68,6 por cento (68,2 - 69,1) e, do aleitamento materno exclusivo, nas mesmas idades, 47,5 por cento (46,4 - 48,5), 17,7 por cento (17,2 - 18,3) e 7,7 por cento (7,2 - 8,2). Nas capitais, a variação da freqüência do aleitamento materno exclusivo aos 30 dias foi ampla, oscilando entre 73,4 por cento (Fortaleza) e 25,2 por cento (Cuiabá). Aos 180 dias de vida, as taxas alternaram de 16,9 por cento, em Belém a 2,8 por cento, em Cuiabá.
 CONCLUSÃO: No primeiro semestre de vida houve redução moderada da prevalência do aleitamento materno e queda acentuada da prevalência do aleitamento materno exclusivo. Foram observadas diferenças importantes na freqüência do aleitamento materno exclusivo entre as capitais pesquisadas
Tendência e determinantes do aleitamento materno exclusivo
em crianças menores de 6 meses
Objetivo:
Estudar a tendência e os determinantes do aleitamento
materno exclusivo no município de Bauru (SP).
Métodos:
Foram comparados três inquéritos transversais, meto-
dologicamente equivalentes, que integram projeto de monitoramento
de indicadores de aleitamento materno no estado de São Paulo. Foram
estudadas crianças de 0 a 6 meses de idade que compareceram a uma
das duas etapas da campanha de multivacinação nos anos de 1999, 2003
e 2006, com respectivamente 496, 674 e 509 crianças. Apresentam-se
estatísticas descritivas comparando a prevalência de aleitamento materno
exclusivo segundo idade (em meses) e conjunto de crianças menores de 6
meses. As diferenças de prevalência foram expressas em termos de pontos
percentuais e submetidas a teste estatístico (qui-quadrado de Pearson
e tendência), adotando-se p < 0,05 como nível crítico. Também foram
pesquisados fatores associados à interrupção do aleitamento materno
exclusivo em 2006, mediante análise uni e multivariada.
Resultados:
Detectou-se aumento da prevalência de aleitamento
materno exclusivo em menores de 6 meses: no período 1999-2003,
acréscimo de 9,1 pontos percentuais; no período 2003-2006, aumento
de 6,6 pontos percentuais, alcançando taxa de crescimento anual de 2,3
pontos percentuais no primeiro período e de 2,2 pontos percentuais no
segundo. Observou-se associação inversa signiFcativa entre aleitamen
-
to materno exclusivo e uso de chupeta (razão de prevalência = 2,03;
intervalo de conFança de 95% 1,44-2,84).
Conclusão:
A prevalência de aleitamento materno exclusivo em
menores de 6 meses no município de Bauru quase triplicou no período
estudado, passando de 8,5% em 1999 para 24,2% em 2006, aumento
de 184,7%. O uso de chupeta foi o único fator associado com maior
chance de interrupção do aleitamento materno exclusivo
Fatores associados com a duração do aleitamento materno 
OBJETIVOS: Determinar os índices de aleitamento materno exclusivo e complementado e identificar variáveis que interferem na prática da amamentação no município de Itaúna (MG). MÉTODOS: Estudo longitudinal realizado com 246 mulheres assistidas na maternidade do Hospital Manoel Gonçalves, no município de Itaúna (MG). O acompanhamento das mães e recém-nascidos foi realizado mensalmente nos primeiros 12 meses apóso parto ou até a interrupção da amamentação. A análise da duração do aleitamento materno exclusivo e complementado foi realizada utilizando procedimentos de análise de sobrevivência. O efeito das co-variáveis sobre o tempo de aleitamento foi avaliado através do modelo de regressão de Cox. RESULTADOS: A prevalência de aleitamento materno exclusivo no sexto mês foi de 5,3 por cento, e de aleitamento materno aos 12 meses, 33,7 por cento. A mediana de aleitamento materno exclusivo foi de 40 dias, e a mediana de aleitamento materno, 237 dias. A análise multivariada mostrou associação negativa (p < 0,05) entre o tempo de aleitamento materno exclusivo e as variáveis: intenção de amamentar (< 12 meses), peso do recém-nascido (< 2.500 g) e uso de chupeta. O menor tempo de aleitamento materno foi associado (p < 0,05) com idade materna (< 20 anos), número de consultas de pré-natal (< 5 e > 9 consultas), uso de álcool ou tabaco, tempo da primeira mamada (> 6 horas) e uso de chupeta. CONCLUSÕES: Os índices de aleitamento materno no município de Itaúna (MG) estão muito abaixo daqueles preconizados pela Organização Mundial da Saúde. As principais variáveis relacionadas negativamente ao tempo de aleitamento materno exclusivo e complementado estão associadas à assistência materno-infantil, sendo, portanto, passíveis de intervenção.
Bibliografia
http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=454881&indexSearch=ID
http://www.redalyc.org/html/3997/399738170004/
http://bases.bireme.br/cgi-bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=454881&indexSearch=ID
http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-03/estudo-aponta-brasil-como-referencia-em-aleitamento-materno

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