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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ RELATÓRIO 03: DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DO ÍNDICE POLITRÓPICO EM UM PROCESSO DE COMPRESSÃO AMANDA DOS SANTOS LIMA - 2016015160 DEIBER MAGALÃES PRUDENTE - 33701 GABRIEL LAIRA - 2018002831 SAMUEL MONTEIRO PANDOLPHO - 2016015133 LEONARDO DEL BUSSO ZAMPIERI - 2016002850 THIAGO FURTADO - 33996 THIAGO CAIXETA FERNANDES - 25135 ITAJUBÁ 2018 1. OBJETIVO O experimento teve como objetivo estudar, analisar e descrever a transformação politrópica ocorrida num dispositivo de funcionamento semelhante ao de um Motor Stirling desenvolvido pelo professor Helcio, quando o equipamento sofre variações em suas propriedades físicas, em especial a temperatura e pressão. Por meio do auxílio da base teórica, também tem-se como objetivo calcular, para os diferentes estágios da experiência, o valor de “n” médio para ar atmosférico, assim como os calores médios – por meio das medições realizadas em laboratório da pressão e temperatura. 2. TEORIA Os compressores podem ser definidos como estruturas mecânicas industriais destinadas, essencialmente, a elevar a energia utilizável de gases, pelo aumento de sua pressão. A compressão de um gás pode ser feita adiabaticamente (sem transferência de calor) ou com transferência de calor, dependendo da finalidade para a qual o gás está sendo comprimido; se o mesmo vai ser usado em um motor ou em um processo de combustão, a compressão adiabática é desejável a fim de se obter a maior energia disponível no gás após o processo de compressão. A equação de Clapeyron relaciona as três variáveis de estado (pressão, volume e temperatura) com a quantidade de partículas (número de mols) que compõe um gás. Essa equação representa o estado de um gás perfeito (ideal ou semi-perfeito) e, se dá pela Equação 1: pV = nRT (1) No diagrama de Clapeyron (que relaciona pressão e temperatura), o estado de um gás é dado por um ponto e as transformações podem ser por linhas, representadas na Figura 1. Figura 1 – Diagrama de compressão de uma gás. Quando há alguma mudança no sistema quanto ao volume, pressão e/ou temperatura, pode-se então definir uma constante politrópica do sistema, ou seja, uma relação dada pela a pressão e volume em uma transformação termodinâmica. Sua relação matemática é dada pela Equação 2: PVn = constante ou Pvn = constante (2) O índice “n” é conhecido como índice politrópico e, determina o comportamento da transformação termodinâmica, ou seja, indica qual variável é constante e quais são variáveis. Como vemos pela figura 2, n é um índice que pode variar entre 0 e ±∞. Figura 2 – Transformação de estado de gases De acordo com o gráfico, observa-se que, quando o índice politrópico é igual a 1, a transformação será isotérmica (temperatura constante). Quando esse índice é igual a zero, a transformação será isobárica (pressão constante). Se o índice tender a infinito, a transformação tenderá a ser isocórica (volume constante). Podemos observar a aplicação prática, por exemplo, no Motor Stirling, uma máquina térmica que possui ciclo fechado. Ele consiste basicamente em duas câmaras com diferentes temperaturas que aquecem e resfriam um gás de forma alternada, provocando expansão e contração cíclicas, fazendo com que dois êmbolos ligados a um eixo se movimentem. Teoricamente, o motor Stirling é a máquina térmica mais eficiente possível. 3. PROCEDIMENTO DE TESTE Para a montagem do experimento foram utilizados os seguintes materiais: • 1 tubo de ensaio; • 5 bolas de vidro; • 1 rolha plástica com um furo em seu centro; • 1 mangueira (tubo plástico); • 1 seringa/êmbolo; • 1 Fogareiro; • 1 suporte metálico; • 1 transferidor; • 1 apoio para o transferidor; • Um recipiente metálico para queima de combustível; • Álcool em gel. Todos os materiais citados acima, exceto o transferidor e seu apoio, foram utilizados na construção do Motor Stirling, descrita a seguir. O apoio e o transferidor foram utilizados para a obtenção dos dados durante o experimento. Para a construção do protótipo do Motor Stirling, inseriu-se as bolas de vidro no interior do tubo de ensaio, o qual deve sua extremidade fechada com a rolha. Foi então inserido em seu ofício uma mangueira (tubo plástico), o qual estava também ligado à seringa previamente lubrificada. Feito isso, utilizando elásticos e o suporte metálico, prendeu-se o sistema como mostrado na Figura abaixo. A extremidade fechada do tubo é então posicionada acima do fogareiro que continha o álcool em ignição. O objetivo foi analisar a transformação politrópica que ocorre na parte interna do tubo de ensaio (local onde as bolinhas estavam inseridas). A Figura abaixo mostra a ferramenta montada: Figura 3: experimento montado. Essa chama fornece calor suficiente para que o ar interno expanda, criando assim um desequilíbrio físico, o qual é responsável por alterar as forças sofridas pelo tubo de ensaio. Por isso tem-se que há um aumento do volume interno do sistema. Essas alterações são as responsáveis por criar o movimento característico da ferramenta. Ao ocorrer tal movimentação. Essa aproximação aumenta ainda mais a temperatura dos gases internos, o que gera mais força no sentido de afastar essa extremidade da chama. Os gases quentes então se deslocam para o interior da seringa, onde esfriam e voltam ao seu volume inicial. Simultaneamente há o aquecimento do ar na outra extremidade do tubo, o que reinicia o ciclo de movimentação. Conforme o tempo passou, a intensidade da movimentação aumentou, tendo semelhanças a uma ‘’Gangorra’’ 4. MEDIDAS E CÁLCULOS Através de um vídeo gravado durante o experimento, foi calculado a distância do centro de cada bola até o eixo de rotação do equipamento (tubo de ensaio), uma vez que o transferidor tem uma escala de 0,5cm. Também foi retirado a medida do volume da seringa, para a medida do índice politrópico. Do vídeo foi retirado 5 quadros para os cálculos. Os valores obtidos podem ser observados na Tabela 1: Tabela 1: Distâncias e volumes em cada quadro do experimento. Quadro D1(cm) D2(cm) D3(cm) D4(cm) D5(cm) L(cm) V(cm3) 1 6,8 4,7 3,5 2,1 0,9 7,9 0,078539816 2 6,5 3,9 3,4 2 -0,6 7,9 0,274889357 3 5,3 3,3 2,2 1 -0,5 7,9 0,785398163 4 4,1 2,6 1 0 -1,8 7,9 1,49225651 5 3,5 2 0,6 -0,9 -2,3 7,9 2,199114858 A partir dos dados obtidos, foi possível calcular a pressão em cada um dos quadros analisados, por meio da Equações: (𝑝𝑖 ∗ 𝜋 4 𝑑𝑒 2) 𝑙 = ∑𝑃𝑏 × 𝐷𝑖 (3) 𝑝𝑖 = 𝑚𝑔 𝜋 4 𝑑𝑒 2 ∙ { 𝐷1 𝑙 + 𝐷2 𝑙 + 𝐷3 𝑙 + 𝐷4 𝑙 + 𝐷5 𝑙 } (4) Na terceira equação, pi é a pressao interna da seringa, ou êmbolo; m é a massa das bolas, cujo valor é 5,0667 g; de é o diametro do êmbolo, 10mm; g é a gravidade de valor 9,81 m/s2; l é o valor da distância do eixo até o êmbolo cujo valor é 7,9 cm O valor de Di pode ser positivo ou negativo dependendo se a bola está a esquerda ou à direita do eixo do tubo de ensaio, respectivamente. Assim, a partir da equação (4) calculamosa pressão interna de cada quadro. Os valores das pressões podem ser observados na Tabela 2. Tabela 2: Valores da pressão interna em cada quadro. p1 1441,948 Pa p2 1217,645 Pa p3 905,2232 Pa p4 472,6387 Pa p5 232,3139 Pa A partir dos valores de pi calculados, um gráfico de Pressão x Volume pode ser plotado, como mostra a Figura 4. Figura 4: gráfico Pressão x Volume. Após o ajuste exponencial da curva do gráfico, obtemos a próxima equação: 𝑝 = 529,81 ∗ 𝑉−0,495 Através dessa equação obtemos o valor de n que é o índice politrópico, sendo nesse caso: n= 0,495 p = 529,81V-0,495 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 0 0,5 1 1,5 2 2,5 P re ss ão ( P a) Volume (m3) Pressão x Volume 5. CONCLUSÃO Por meio do experimento, o fenômeno de transformação politrópica, citada nos objetivos foi observado e houve uma coleta de dados. Posteriormente, foram executados os cálculos implicados no experimento e, com a análise desses dados foi possível analisar e observar o desempenho da simulação do motor Stirling. O principal objetivo do relatório, de se analisar e caracterizar o desempenho do motor Stirling pode ser então concluído. Pode-se notar as sucessivas expansões
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