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Microbiologia - Parte 1

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ANÁLISES CLINICAS 
ANALISES CLINICAS 
 
 
MICROBIOLOGIA – PARTE 1 
 
 
SUMÁRIO 
 
ASSUNTO PÁGINA 
1- ISOLAMENTO E CULTIVO DE MICRORGANISMO 2 
2 - TÉCNICAS DE SEMEADURA E ISOLAMENTO DE 
MICRORGANISMOS 
2 
3- ISOLAMENTO EM CULTIVO SÓLIDO 5 
4- ISOLAMENTO EM CULTIVO LÍQUIDO 8 
5- CULTURAS PURAS DE BACTÉRIAS 9 
6- MEIO SELETIVO E MEIO DIFERENCIAL 11 
7- FUNÇÕES DOS MEIOS DE CULTURA 12 
8- EXEMPLOS MEIOS DE CULTURA SELETIVO E 
DIFERENCIAL 
14 
9- CULTURA DE EXSUDATO DO APARELHO DA VISÃO 16 
10- PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS 18 
11- CULTURA DA PELE 19 
12- DERMATOSES INFECCIOSAS AGUDAS 19 
13- ESPERMOCULTURA - ESPERMOGRAMA 25 
14- AVALIAÇÃO INICIAL 26 
15- ESPERMOCULTURA 27 
16- SECREÇÕES URETRAIS E VAGINAIS 28 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 2 
 
1- ISOLAMENTO E CULTIVO DE MICRORGANISMO 
 
O estudo dos microrganismos está muitas vezes dependente da possibilidade de 
cultivar e manter microrganismos viáveis no laboratório, sob a forma de culturas puras. 
As necessidades nutricionais específicas dos microrganismos variam de espécie para 
espécie, sendo possível distinguir vários grupos nutricionais de microrganismos. 
Com o conhecimento dos nutrientes necessários ao crescimento dos microrganismos, 
é possível a formulação de meios de cultura que promovam o crescimento de um 
determinado microrganismos no laboratório. 
O isolamento de um determinado microrganismo em cultura pura a partir de uma 
população mista (por exemplo, presente numa amostra de solo, na água de um rio, 
num esgoto, num alimento ou tecido contaminado, etc.) envolve, em geral, o uso 
de meios de cultura sólidos e o recurso a técnicas de isolamento de colónias, como 
seja pelo método de espalhamento em placa . 
 
 
2 - TÉCNICAS DE SEMEADURA E ISOLAMENTO DE 
MICRORGANISMOS 
 
 O isolamento consiste na obtenção de uma cultura pura ( colônias isoladas de um 
único microrganismo, separando-o de outros que se encontram no mesmo material). 
 
Métodos de Inoculação 
Estrias Múltiplas para o Isolamento: Consiste em espalhar o material com o auxílio de 
um a alça bacteriológica ,fazendo estrias sucessivas até o esgotamento do material, de 
modo a obter-se um perfeito isolamento das bactérias existentes na amostra. Quando 
o material é muito denso, a alça deverá ser flambada. 
 
Métodos de Inoculação 
Estrias Múltiplas para o Isolamento: Consiste em espalhar o material com o auxílio de 
um a alça bacteriológica ,fazendo estrias sucessivas até o esgotamento do material, de 
modo a obter-se um perfeito isolamento das bactérias existentes na amostra. Quando 
o material é muito denso, a alça deverá ser flambada. 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 3 
 
 
 
 
 
 
 
Alternativamente, para se obter um tapete uniforme de crescimento microbiano ,ou 
colônias isoladas (após diluição) utiliza-se o método de “espalhamento” em placa. 
Consiste em espalhar o material (suspensão bacteriana na maioria das vezes) como 
auxílio de um swab (para obtenção de tapete uniforme) ou alça de Drigalski (para 
obtenção de colônias isoladas após diluição),fazendo a semeadura por toda a 
superfície da placa de Petri a ser utilizada nesta técnica . 
Deve-se ter o cuidado para que toda a superfície da placa seja semeada, evitando 
regiões sem semeadura. Recomenda-se que faça o procedimento de semeadura com 
o swab em três direções distintas, com a alça em toda a superfície rodando a placa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 4 
Cerca de 90% a 99% do número total de microrganismos que existem no Ambiente 
não são cultiváveis em meios de cultura e outras condições laboratoriais conhecidos. 
Este fato tem limitado a possibilidade de serem isolados, a partir do Ambiente, 
microrganismos com potencial interesse para aplicações biotecnológicas. 
Em conseqüência do grande desenvolvimento das técnicas da Biologia Molecular nas 
últimas décadas, o microbiologista pode identificar e estudar os microrganismos com 
base na análise direta das suas macromoléculas, sem que seja necessário isolá-los em 
meios de cultura laboratoriais. 
As colônias de microrganismos se originam somente de uma célula ou esporo de 
microrganismo. Essas colônias apresentam características morfológicas diferentes, as 
quais permitem a distinção entre os microrganismos. No entanto, para conseguir uma 
visualização das colônias independentes no meio sólido, é necessário a distribuição 
uniforme das bactérias sobre a placa de Petri. (TORTORA et al., 2006) 
Uma cultura livre de outros microrganismos contaminantes onde o microrganismo de 
interesse está presente de forma homogênea é denominada cultura axênica. 
Um cultivo desse tipo dá oportunidade de investigação de características fisiológicas e 
genéticas sem a interferência de outros microrganismos e em uma densidade 
populacional muito maior do que a encontrada em amostras de meio ambiente. 
No entanto alguns fatores podem ser alterados justamente por esse motivo, pois no 
meio ambiente ocorre uma interação entre diversas espécies e nutrientes, podendo, 
por exemplo, modificar o formato, a textura e a coloração de colônias (OGUNSEITAN, 
2005). 
O isolamento, assim como todo o processo que irá se desenvolver , deve ser o mais 
econômico possível, levando-se em consideração a produtividade que será obtida pelo 
microrganismo e os gastos necessários para isolamento de tal microrganismo 
Fatores importantes na escolha de um microrganismo são as suas características 
nutricionais, pois se almeja obter microrganismos que utilizem substratos baratos, que 
podem ser obtidos através da formulação adequada do meio de isolamento; a 
temperatura ótima, pois organismos com temperatura ótima de 40ºC para cima 
facilitam o isolamento e reduz os custos de resfriamento do fermentador; ser 
compatível com o fermentador utilizado e com o processo de cultivo desejado; e deve 
ser geneticamente estável, ou quando se deseja a manipulação genética devem ser 
conhecidos os melhores mecanismos (STANBURY, WHITAKER E HALL, 1995). 
 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 5 
Os microrganismos isolados podem ser obtidos a partir de ambientes naturais ou a 
partir de bancos de cepas. Esses centros de cepas, podem fornecer microrganismos 
de características já conhecidas, mas nem sempre estão presentes os melhores 
caracteres desejados, enquanto o ambiente possui uma infinidade de variações. 
Os bancos de culturas têm como função o armazenamento, a prevenção de eventuais 
mudanças nas suas características, o ensino e a pesquisa sobre manutenção e 
caracterização de cepas (ROITMAM, TRAVASSOS e AZEVEDO, 1988). 
Pode ser mais barato comprar uma cultura do que isolá-la da natureza, mas também 
pode ser que se encontre um organismo muito melhor depois de uma procura extensa 
no meio ambiente. Mas geralmente é necessário utilizar uma cepa dos bancos como 
uma referência para comparação com novos microrganismos descobertos através do 
isolamento da natureza (STANBURY, WHITAKER E HALL, 1995). 
O isolamento inicia com a escolha da fonte mais provável de conter o microrganismo 
desejado, podendo variar desde solo até águas, ar, lodo, alimentos ou órgãos. 
Características que um determinado organismo possui para se desenvolver em certo 
ambiente são usadas como fatores seletivos no processo de isolamento. 
Pressão seletiva é muitas vezes utilizada no isolamento de microrganismos que se 
desenvolvem preferencialmente em determinado substrato, na presença de certos 
compostos ou no cultivo sobcondições que são adversas a outros microrganismos que 
não são de interesse. 
Quando não é possível fazer uso da pressão seletiva, utilizam-se características 
detectáveis como morfologia (tipo e forma da colônia) ou produção de compostos 
característicos de determinada espécie (como, por exemplo, a produção de antibióticos 
por estreptomicetos) (STANBURY, WHITAKER E HALL, 1995). 
 
 
3- ISOLAMENTO EM CULTIVO SÓLIDO 
Esse método é usado para o isolamento de certos produtores de enzimas, usando 
meios seletivos contendo o substrato que podem ser degradados pelas enzimas 
produzidas pelos microrganismos desejados 
Os estudos iniciais feitos pelo bacteriologista alemão Robert Koch foram muito 
importantes para a obtenção de culturas puras. Antigamente, as tentativas de 
isolamento eram feitas somente através de meios líquidos, sendo assim muito difícil 
isolar microrganismos como bactérias. 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 6 
Em 1881, Koch fez uma tentativa de cultivo sólido em superfície de batata. Por volta do 
mesmo tempo, um associado de Koch, Frederick Loeffler, desenvolveu o extrato de 
carne peptonado para o cultivo de bactérias patogênicas, e Koch tentou solidificar esse 
meio (PRESCOTT, HARLEY e KLEIN, 2002). 
Ele conseguiu através da mistura do meio com gelatina em um suporte sólido que 
permitia a sua solidificação, mas tinha a desvantagem de se liquefazer à temperatura 
superiores a 28ºC e ser degradada por várias espécies microbianas que possuem 
gelatinase (LECLERC et al., 
 
Técnica de semeadura por estrias 
Esse método também é chamado de esgotamento de alça. Através de uma alça de 
platina, de um fio de platina ou até mesmo um swab, coleta-se uma pequena parcela 
do meio de inóculo e o espalha sobre uma placa de Petri com ágar fazendo 
movimentos em zigue-zague, formando um caminho na forma de estrias. Existem 
várias possibilidades de fazer essas estrias, sendo ela descontínua ou contínua 
(DROVAL, LIMA e HABU, 2001). 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 7 
Técnica de semeadura por derramamento 
O método de semeadura por derramamento, ou também denominado de pour plate é 
muito utilizado para bactérias e fungos. A amostra original é diluída de forma que 
quando é feita a placa consegue-se colônias bem separadas. Um pequeno volume da 
melhor diluição é então derramado em uma placa de Petri sem ágar. Em seguida, 
derrama-se ágar fundido na temperatura de 45ºC e mistura-se os dois com uma 
agitação leve da placa e deixa-se o meio solidificar. 
 
 
 
Esse método permite o crescimento de colônias na superfície e dentro do ágar, pois 
algumas células foram misturadas no ágar durante a sua solidificação, onde há a 
comparação do crescimento após a semeadura por pour plate e por espalhamento 
(PRESCOTT, HARLEY e KLEIN, 2002). 
A maioria dos fungos e bactérias não é morta pela breve exposição ao ágar quente, 
mas microrganismos sensíveis ao calor certamente podem ser danificados pelo ágar 
fundido e ficarem impossibilitados de formarem colônias. 
Além disso, quando se deseja identificar microrganismos através da morfologia da 
colônia, esse método não é muito indicado, pois as colônias presentes dentro do ágar 
não fornecerão dados corretos. (TORTORA et al., 2006) 
 
 
 
 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 8 
Técnica de semeadura em profundidade 
Faz-se a utilização da agulha de platina e semea-se o material contido nela picando 
um ágar sólido contido num tubo. Com isso haverá o crescimento de microrganismos 
em anaeróbio-se no fundo e aerobiose perto da superfície do ágar. 
Figura - Semeadura em profundidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
4- ISOLAMENTO EM CULTIVO LÍQUIDO 
Os meios de enriquecimento que propiciam um grande aumento de determinada 
população microbiana são geralmente líquidos. Após o crescimento avantajado então 
ocorre o isolamento de determinadas células. Isso pode ser feito como mostrado nas 
técnicas em estado sólido ou através de uma série de diluições em meio líquido. 
Fazendo uma diluição em novo meio estéril, espera-se que em certo momento se 
obterá culturas provenientes de somente uma única célula. É dessa forma que é feita o 
isolamento e a contagem de células de Escherichia coli em águas ou alimentos 
 
Figura - Série de diluição para isolamento de um microrganismo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5- CULTURAS PURAS DE BACTÉRIAS 
Ao fazer o isolamento das culturas, não só de bactérias, mas também de outros 
microrganismos, deve-se fazer uma coleta de material ambiental com instrumentos 
estéreis. 
Bactérias existem em grande variedade na natureza, e cada tipo necessita de um meio 
de isolamento diferente. Algumas necessitam ágar suplementado com extratos na 
concentração de 10 a 50% do volume total, outras necessitam de infusões feitas do 
material da onde foram coletadas (solo, lama, folhas, pedras, troncos, detritos). 
 
Podem ser usados também alguns meios seletivos como ágar sangue, verde bile 
brilhante, MRS . (DEMAIN and DAVIES, 1999) 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 10 
Culturas puras de actinomicetos 
Actinomicetos são bactérias filamentosas que fazem parte da maioria dos substratos 
naturais. Não é difícil isolar actinomicetos de amostras que também contém fungos 
devido às suas propriedades fisiológicas distintas. O uso de antibióticos e antifúngicos 
também auxilia no isolamento . 
Os actinomicetos geralmente crescem lentamente, e demoram de 4 a 20 dias para 
formarem colônias definidas quando incubadas à temperatura de 65-80ºC. 
 O crescimento desses microrganismos também é favorecido quando há no meio de 
cultivo algum dos componentes . 
 
Culturas puras de fungos 
Fungos podem ser isolados de diversos materiais. Devido à sua preferência por 
substratos que também forneçam suporte para o seu crescimento, eles são 
freqüentemente encontrados em matéria em decomposição, plantas, rochas e solo. Em 
uma planta, por exemplo, dependendo do tecido que for coletado, pode-se encontrar 
diferentes tipos de fungos. 
Esses microrganismos também são bastante variados, e a mudança de somente um 
dos constituintes de um meio de cultivo pode resultar no isolamento de um fungo 
diferente. Para a seleção de um meio, deve-se considerar as condições físicas do meio 
de origem e o tipo de fungo que se deseja. A luminosidade também é um fator 
importante às vezes, pois alguns fungos necessitam de luz para frutificarem . 
 
Culturas puras de algas 
Para isolar eficientemente algas, é necessário simular em parte o ambiente onde a 
amostra foi coletada, como pH, temperatura, salinidade, luminosidade. Métodos de 
diluição são bastante indicados nesse caso, uma vez que algas e microalgas são 
normalmente encontradas em meio líquido. A filtragem de amostras e posterior 
inoculação do filtro em novo meio estéril também é um método utilizado. 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 11 
6- MEIO SELETIVO E MEIO DIFERENCIAL 
 
Meios de Cultura 
Meios quimicamente definidos são utilizados para determinar as necessidades 
nutricionais. Até 1880 os microrganismos eram cultivados em meios líquidos. 
Robert Koch introduziu os meios de cultura sólidos, os quais permitiram o estudo de 
espécies isoladas (culturas puras). Meio de cultura solidificado com 1,5 % de ágar. 
Controle é um meio mínimo com apenas glicose e sais. 3 isolados bacterianos sendo 
testados quanto a necessidade de suplementosorgânicos. 
Consistem da associação qualitativa e quantitativa de substâncias que fornecem os 
nutrientes necessários ao desenvolvimento (cultivo) de microrganismos fora do seu 
meio natural. 
Tendo em vista a ampla diversidade metabólica dos microrganismos, existem vários 
tipos de meios de cultura para satisfazerem as variadas exigências nutricionais. 
Além dos nutrientes é preciso fornecer condições ambientais favoráveis ao 
desenvolvimento dos microrganismos, tais como pH, umidade, temperatura, atmosfera 
(aeróbia, micro aeróbia ou anaeróbia), dentre outras. 
Embora não existam meios específicos para todos os microrganismos, existem 
centenas de formulações para inúmeras finalidades. 
Alguns são meios gerais: permitem o crescimento de muitas espécies . 
Outros são meios específicos: servem para identificação de espécies, por ex. 
Escherichia coli e Shigella sonnei em meio MacConkey 
Se a bactéria prefere os nutrientes encontrados no sangue, então o sangue é 
adicionado no meio de cultura. 
 
Meios de cultura para fungos 
Geralmente são utilizados meios ricos contendo grande variedade de compostos 
orgânicos providos pela peptona e extratos de carne ou soja. Também são utilizadas 
maiores concentrações de açúcares (4%) e pH menor (3,8 a 5,6) do que os meios para 
bactérias. Essa combinação permite inibir o crescimento de bactérias. 
Os meios de cultura são classificados quanto ao estado físico em sólidos, quando 
contém agentes solidificantes, principalmente ágar (cerca de 1 a 2,0 %); 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 12 
semi-sólidos, quando a quantidade de ágar e ou gelatina é de 0,075 a 0,5 %, dando 
uma consistência intermediária, de modo a permitir o crescimento de microrganismos 
em tensões variadas de oxigênio ou a verificação da mobilidade e também para 
conservação de culturas; 
líquidos, sem agentes solidificantes, apresentando-se como um caldo, utilizados para 
ativação das culturas de microrganismos, provas bioquímicas, dentre outros. 
 
 
7- FUNÇÕES DOS MEIOS DE CULTURA 
Meio Seletivos 
São os que contém substâncias que inibem o desenvolvimento de determinados 
grupos de microrganismos, permitindo o crescimento de outros. A maioria deles é 
também diferencial, permitindo diferenciar as colónias (sólidos) dos microrganismos. 
Certas substâncias adicionadas ao meio selecionam um grupo, impedindo o 
crescimento de outro. 
Ex: O cristal violeta Impede o crescimento das bactérias Gram-positivas, enquanto a 
Escherichia coli (Gram-negativa) é sensível a uma concentração 10 x maior. 
Ex: Sendo a maltose a única fonte de carbono no meio. 
A ausência de outras fontes de carbono irá selecionar aqueles microrganismos que 
utilizam a maltose como fonte de energia. 
 
Meio Diferenciais 
Contém substâncias que permitem estabelecer diferenças entre microrganismos muito 
parecidos, tais como meio de Azul de Metileno (diferencial para coliformes), 
Ágar MacConkey para a diferenciação de enterobactérias, 
Ágar sangue para isolamento e diferenciação de cocos Gram positivos (sólidos). 
Permite estabelecer diferenças entre microorganismos parecidos, facilita a 
identificação da bactéria quando existem outras bactérias crescendo no mesmo meio. 
Ex.: Ágar Sangue, que contém células vermelhas do sangue, é muito utilizado pelos 
microbiologistas para identificação de espécies bacterianas capazes de destruir células 
sanguíneas. 
 
 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 13 
 
Servem para diferenciar tipos específicos de microrganismos; as substâncias 
incorporadas ao meio, resultam num tipo de crescimento ou modificação do meio. 
Ex: Inoculando-se uma mistura de bactérias no meio de ágar-sangue verifica-se: 
Zonas claras ao redor da colônia – Bactérias hemolíticas (causam hemólise). 
Pode-se diferenciar bactérias hemolíticas das não-hemolíticas. 
OBS.: Ágar-sangue serve como meio enriquecido e diferencial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fotografia de placa com meio diferencial YEPD-azul de metileno, tamponado com 
tampão citrato, pH 4,3-4,5 e inoculado com uma linhagem sensível para verificação de 
atividade killer de leveduras selecionadas. As colônias de leveduras que apresentam 
halo de inibição e zona azul ao redor do halo (primeira e segunda, primeira linha, da 
esquerda para a direita; e a primeira, última fila, da esquerda para direita) são 
consideradas killer enquanto as outras não apresentam atividade killer . 
A toxina killer é uma proteína de baixo peso molecular que é tóxica para algumas 
leveduras. A fotografia foi retirada da dissertação de mestrado de Christiann D. Tosta. 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 14 
8- EXEMPLOS MEIOS DE CULTURA SELETIVO E 
DIFERENCIAL 
 
Agar sangue (AS) – meio rico e não seletivo, diferencial para a hemólise,nele crescem 
a maioria dos Gram negativo e Gram positivo, além de fungos filamentosos (bolores) e 
leveduras, exceto algumas espécies. 
Ágar Thayer Martin Modificado (TMM) – meio seletivo pela adição de colistina, 
vancomicina e nistatina. Inibe crescimento de enterobactérias, Gram positivos, fungos 
e algumas espécies de Neisserias saprófitas. 
Enriquecido com a adição de complementos para a recuperação de N.meningitidis e N. 
gonorrhoeae. 
 
 
Agar chocolate (AC) –meio rico e não seletivo, permite o crescimento da grande 
maioria das bactérias aeróbias e facultativas. Quando incubado em CO2 dá suporte 
também ao crescimento dos microaerófilos. Pode-se observar halos esverdeados com 
colônias alfa-hemolíticas. À base do meio, é adicionado sangue de cavalo, carneiro ou 
coelho em temperatura alta, o que faz com que as hemácias lisem, liberando hemina e 
hematina, compostos fundamentais para o crescimento dos microrganismos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 15 
 
Agar MacConkey(MC ) 
meio seletivo para Gram negativo e diferencial para a utilização de lactose. O cristal 
violeta inibe o crescimento de microrganismos Gram positivos especialmente 
enterococos e estafilococos. 
•Lactose positiva–coloração avermelhada 
•Lactose negativa–coloração inalterada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ágar Salmonela- Shigella (SS)–Meio seletivo para Salmonela e Shigella e diferencial 
para a utilização de lactose(coloração rósea) e produção de H2S(coloração negra); 
possue componentes(sais de bile,verde brilhante e citrato de sódio) que inibem 
microrganismos Gram positivos. 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 16 
 
9- CULTURA DE EXSUDATO DO APARELHO DA VISÃO 
 
 
 
O uso do laboratório na avaliação das infecções oculares pode trazer informações 
valiosas sobre o agente etiológico que, juntamente com achados clínicos, dão maior 
segurança para o oftalmologista com relação à melhor conduta terapêutica a ser 
tomada. 
 Raramente, técnicas laboratoriais sofisticadas são utilizadas para diagnóstico das 
infecções oculares; na maioria desses processos infecciosos uma simples cultura e um 
exame microscópico são suficientes. 
A conjuntivite bacteriana aguda é um dos problemas mais freqüentemente vistos pelo 
oftalmologista. Na maioria dos casos, o diagnóstico é baseado apenas em critérios 
clínicos, sem uma avaliação complementar que justifique o tratamento. 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 17 
 
 
Coleta 
A coleta é feita nas fornices superior e inferior dos olhos com swab ou zaragatoa estéril 
umedecida em solução fisiológica. O material deve ser semeado imediatamente em 
ágar sangue, chocolate e Sabouraud. 
As placas devem ser incubadas a 37 ºC. Aconselha-sea manutenção do ágar sangue 
em anaerobiose por 24 h, o ágar chocolate suplementado em 10% de CO2 por 48 h 
e o Sabouraud à temperatura ambiente. Simultaneamente deve-se fezer lâminas para 
corar pelo Gram e Giemsa para pesquisa de bactérias comuns 
(Clamydia, spp e fungos). 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 18 
Para a coleta do material não utilizar colírio com anestésico porque altera os 
resultados da bacterioscopia e cultura. 
Deve-se ainda ter o cuidado de não tocar a pele das pálpebras e cílios durante a coleta 
 
 
 
Os agentes etiológicos das conjuntivites bacterianas provocam dor ocular, 
tumefação, eritema conjuntival (hiperemia), secreção ou secreções serosas e 
purulentas. 
 
10- PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS 
 
Haemophilus, spp 
A maioria das cepas de Haemophilus, spp isolada das conjuntivas não é capsulada e, 
no passado, foi designada como H. aegyptices (Bacilo de Kock-Wecks), com base em 
suas propriedades hemaglutinantes. 
Atualmente, essas cepas são consideradas como biotipo de H. influenzae, cuja 
conjuntivite mucopurulenta ocorre principalmente em crianças e, particularmente, no 
verão. 
 
Sintomas: 
Conjuntivite aguda catarral e hemorragias petequiais das conjuntivas. 
 Essa conjuntivite desaparece com 14 dias. 
O tratamento é feito com gotas oculares de sulfacetamida a 15 ou 30%. 
 
Moraxella, spp 
São cocobacilos gram-negativos, aos pares, citocromo-oxidase positivos que não 
provocam modificação no TAF. 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 19 
A espécie de Moraxella, spp que causa a conjuntivite infecciosa crônica é a M. 
lacunata (Bacilo de Morax-Axenfeld). 
A adição de soro de coelho é necessária para o crescimento desse gênero. São 
sensíveis à penicilina. 
 
Clamydia trachomatis 
Os imunotipos de D a K são causadores do tracoma, doença infecciosa crônica de 
inclusão, que se origina no trato genital do adulto e é transmitida,tanto aos olhos do 
recém nascido, como aos do adulto. 
 
Quadro Clínico: 
 Conjuntivite folicular na conjuntiva da pálpebra superior e placa tarsal infiltração sub-
epitelial corneana, vascularização corneana, fibrose vascular e visão prejudicada. 
No RN desenvolve-se do 5o. ao 14o. dias de vida com edema palpebral, corrimento 
purulento, hiperemia e edema conjuntival. 
 
 
11- CULTURA DA PELE 
As lesões de pele e folículos pilosos podem ser de caráter agudo ou crônico. 
A coleta de abcessos de pele deve ser feita com seringa e agulha estéreis para retirar 
o verdadeiro agente do processo infeccioso cutâneo. 
Os swabs só coletam a superfície externa da ferida e, consequentemente, os 
microrganismos do ambiente aéreo do local. 
Se a amostra estiver dentro de seringa e se for demorar a ser semeada, colocar num 
recipiente de anerbiose com agulha tampada. Se a coleta for com swab, abrir as 
bordas da lesão com luvas estéreis. 
 
 
12- DERMATOSES INFECCIOSAS AGUDAS 
Piodermites 
São manifestações patológicas exógenas que têm, geralmente, como agentes 
etiológicos os Streptococcus, spp; Staphylococcus aureus; 
Pseudomonas, spp; Proteus, spp e Klebsiella, spp. 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 20 
A piodermite pode ter localização epidérmica, dermo-epidérmica, cutânea profunda ou 
subcutânea. 
Quanto à distribuição, pode ser difusa e não ligada aos foliculos, como também 
pode apresentar comprometimento peripiloso. 
Nos lactentes e crianças no período pre-escolar, a piodermite pode estar nos canais 
excretores das glândulas sudoríparas ecrinas e no adulto nas glândulas sudoríparas 
apócrinas. 
 
Os co-fatores que favorecem a instalação das piodermites são: 
* estado nutritivo precário, 
* queda de resistência imunológica (poucos anticorpos, terapia com 
corticóide e/ou imuno-supressores), 
* maceração local dos tecidos (descamação, contaminação pelas fezes), 
* formação de rágades sob a ação de certos parasitas (escabiose), 
* finalmente, os focos piogênicos podem levar a infeccões internas 
 
Piodermites Foliculares: 
Impetigo estafilocócico não contagioso ou estafilodermia de Wilson Bockhart. Lesão 
(ostiofoliculite): 
 
 
 
Pequena, semelhante a uma cabeca de alfinete, ou pústula com eritemia ao redor. 
Prognostico bom com cura em poucos dias sem sequelas. 
Consequência: pode evoluir para o furúnculo. 
Agente: S. aureus. 
Tratamento: romper a pústula, aparar o líquido e tratar com pomada antibiótica 
Nebacetin, Diprogenta); o uso de permanganato de potássio antes de usar aspomadas 
é de grande valia. 
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Foliculite da Barba ou Sicose não Parasitária: 
 
 
Lesão em pápula, pustulosa e disseminada. 
Agente: Staphylococcus, spp associado à Candida, spp. 
 
Fatores predisponentes: diabetes, rinite crônica, aparelho de barbear, pêlos 
encravados no ato de barbear. 
Tratamento: aplicação de desinfetantes e álcool associados a substâncias 
bactericidas. A autovacina tem dado bons resultados. 
Acne necrotizante (foliculite necrozante) 
 
Localizada na linha de implante dos cabelos, folículos ou ao redor dos mesmos. 
 
Sintomas: prurido 
Sequela: cicatriz. 
Agente: S. aureus. 
Reincidivas frequentes. 
 
ANÁLISES CLINICAS 
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Granulomas provocados por enterococos (Korting) 
Localizados no folíco e pré-foliculo. 
Regiões: ano-genital e fossas 
axilares. Lesões em forma de nódulos volumosos. 
Sequelas: cicatrizes com áreas atróficas. 
Agente: Streptococcus faecallis. Pode ser confundida com a tuberculose 
cutanea. 
 
 
 
Tem como sequência a presença de infiltrado na região peri-folicular, seguido por 
necrose central (carnicão) e com evolução (aguda, sub-aguda ou super aguda). 
Localiza-se no lábio superior, nariz e nuca (carbúnculo é o furúnculo de fusão ou em 
peneira). 
 
Sintomas: pode haver febre e calafrios, sugerindo flebite. 
Sequelas: trombose da veia facial e/ou jugular. 
Agente: S. aureus. 
Tratamento: doses de 1 a 4 milhões de unidades de Penicilina. É resistente à 
penicilanos (B-lactamases), tais como, Staficilin-N ou Tetracilinas. 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISES CLINICAS 
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Piodermite Difusa não Folicular 
 
 
 
Impetigo Contagioso Estreptocócico 
A lesão é em forma de crostas espessas, cor de mel ou amarelo âmbar (préescolares 
- outono); lesão em forma de crostas delicadas iguais ao verniz e em forma de bolhas 
(adultos - verão). 
Os agentes são o Streptococcus pyogenes (estreptococica) e o Staphylococcus 
aureus (estafilodermia). Podem-se encontrar as duas bactérias associadas e a lesão, 
então, temos a forma bolhosa. 
 
Piodermite Gangrenosa 
 
Lesão ulcerativa dolorosa, única ou múltipla, rasa e de contornos policíclicos que tende 
a aumentar na periferia. 
As bordas têm deslocamento frouxo da epiderme e maceração com eritema ao redor. 
O agente é Pseudomonas aeruginosa (ectima gangrenoso do adulto). 
 
Perlenche ou boqueira: 
Localiza-se na comissura labial; na criança é causada por Staphylococcus, spp. 
No adulto, pela Candida albicans. 
 
ANÁLISES CLINICAS 
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Erisipela ou estreptodermia cutânea linfática: 
 
 
Tem como sintomas calafrios, febre alta e linfadenopatias regionais. 
A lesão é um eritema vermelho vivo com hipertermia local; eritema com contornos em 
forma de labareda inicialmente e posteriores contornos borrados. 
O agente é o Streptococcus pyogenes (grupo A), cujo período de incubação é de 2 a 3 
dias. Tem como sequelas fibrose e edema lifático (elefantíase). 
 
Erisipeloide: 
 
 
Tem como agente o Erisipelotrixrhusiopathiae encontrado em carne ou osso de porco 
contaminado. A lesão é eritematosa e edemaciada. 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISES CLINICAS 
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Antraz cutâneo 
 
 
O agente é o Bacillus anthracis, um bacilo Gram positivo que provoca uma lesão 
em forma de bolha sanguinolenta ou pústula - escara negra azulada (carbúnculo 
do Antraz). 
 
 
13- ESPERMOCULTURA - ESPERMOGRAMA 
 
Infertilidade masculina: 
ATENÇÃO BÁSICA: 
Espermograma 
 
ATENÇÃO ESPECIALIZADA: 
Espermocultura 
 
Estatísticas mundiais a respeito da infertilidade mostram que mais ou menos 15% dos 
casais que desejam engravidar apresentam algum tipo de infertilidade. 
Durante muito tempo, os empecilhos eram todos atribuídos às mulheres e só 
recentemente passaram a fazer parte do universo masculino. Talvez seja essa a razão 
de se saber tão pouco sobre a infertilidade no homem. 
Por isso, atualmente, a conduta é encaminhar o casal para avaliação. A dificuldade 
pode estar tanto num quanto no outro, ou nos dois parceiros. 
 
 
ANÁLISES CLINICAS 
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14- AVALIAÇÃO INICIAL 
Espermograma 
– Que tipo de informação o médico procura obter com a análise do espermograma? 
 – A primeira informação é a respeito do número de espermatozoides que o homem 
ejacula. O normal é ter 20 milhões de espermatozoides por mililitro de esperma e que 
50% deles sejam móveis, isto é, tenham a capacidade de sair da vagina e chegar à 
trompa para encontrar o óvulo. 
 
 – Qual é o volume normal de esperma em cada ejaculação? 
 Varia entre 1,5ml e 5ml. 
 
À medida que passa o tempo, a mulher vai se tornando menos fértil. Com o 
homem acontece a mesma coisa? 
Não acontece. A mulher nasce com a quantidade exata de óvulos que utilizará durante 
a vida. Ela chega à menopausa, porque a produção de óvulos esgotou. Já o homem 
começa a produzir espermatozoides na puberdade e continua produzindo até morrer. 
É óbvio que algumas doenças e o uso de certos medicamentos podem atrapalhar, mas 
um homem com saúde tem todas as condições de continuar fértil aos 85 anos. Há 
muitos exemplos no mundo de homens com 80, 85 anos que tiveram filhos com 
mulheres mais jovens. 
 
Algum tipo de medicamento pode diminuir o número de espermatozoides? 
Os anabolizantes têm esse efeito. Sua ação é parecida com a da testosterona em 
doses altas, uma vez que ambos bloqueiam o funcionamento da hipófise e, 
consequentemente, a produção de espermatozoides nos testículos. Em 20% dos 
casos, esse bloqueio é definitivo, irreversível. 
Há também um medicamento muito usado para combater a queda de cabelo – a 
finasterida – que provoca diminuição do número de espermatozoides, principalmente 
naqueles que têm fatores de risco associados, como obesidade e varicocele, por 
exemplo, mas é um efeito colateral reversível. 
 
Atualmente, é grande o número de jovens que tomam anabolizantes nas 
academias, às vezes em doses altíssimas. Fazem isso sem se importar com a 
redução no número de espermatozoides e a infertilidade. 
ANÁLISES CLINICAS 
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Durante o uso dos anabolizantes, todos têm queda na produção de espermatozoides. 
Em 20%, o quadro é irreversível, porque acaba condicionando um ambiente 
intratesticular que leva à fibrose do testículo e interrompe definitivamente a produção 
de espermatozoides. Apesar de o risco ser enorme, aos 18 anos o jovem não está 
muito preocupado com os filhos que quer ter quando tiver 30 anos. 
 
O que pode ser feito para reduzir o grau de infertilidade masculina? 
 É muito importante começar pelo diagnóstico correto. O espermograma é um exame 
cuja precisão depende muito de como foi feita a coleta do esperma. Muitos indivíduos 
ficam ansiosos na hora de colher o material, não conseguem ejacular adequadamente 
e o resultado dá bastante alterado. Para evitar conclusões equivocadas, pede-se que 
repitam o exame num laboratório que ofereça boas condições de coleta para ver se a 
alteração de fato existe. Se existir, torna-se necessário investigar sua causa. 
 
 
15- ESPERMOCULTURA 
Instruções para coleta de esperma 
A coleta poderá ser realizada no Laboratório ou na residência do cliente desde que não 
tenha pedido de espermograma; 
Caso a coleta seja realizada na residência, seguir as orientações abaixo; 
Retirar o frasco estéril no Laboratório ou adquirir no mercado; 
Não há necessidade de abstinência sexual e nem de jejum; 
Antes da coleta, realizar a higiene da região peniana retraindo o prepúcio (pele que 
encobre o pênis) com água corrente e sabonete comum, secar bem o local; 
Através de masturbação, coletar todo o esperma ejaculado no frasco estéril evitando 
perdas; 
O material deverá ser entregue no Laboratório no prazo máximo de 2 horas, mantendo 
o mesmo em temperatura ambiente; 
Informar se está ou esteve em uso de antibióticos. 
A amostra precisa ser entregue em até 3 horas após a coleta. 
Caso o paciente tenha também espermograma este período de entrega passa para 
apenas 20 minutos após a coleta. 
Se houver também solicitação de exame de urina , o cliente deve colher a urina 
primeiro. 
ANÁLISES CLINICAS 
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No caso de uso prévio ou atual de antibióticos, deve ser informado o nome do 
medicamento. A adminstração de antimicrobianos não impede a realização da cultura, 
mas, em algumas situações, pode interferir no resultado. 
 
Espermograma 
A coleta deverá ser realizada no Laboratório; 
Não manter relações sexuais no período mínimo de 3 dias e máximo de 5 dias; 
Não há necessidade de jejum alimentar; 
Informar os medicamentos em uso nos últimos 30 dias; 
Antes da coleta, realizar a higiene da região peniana; 
Através de masturbação, coletar todo o esperma ejaculado no frasco estéril evitando 
perdas; 
Entregar o material no Laboratório no horário das 07:00 ás 09:00hs. 
 
 
16- SECREÇÕES URETRAIS E VAGINAIS 
Cancro Duro (Sífilis): Doença infecto-contagiosa sistêmica (acomete todo o 
organismo), que evolui de forma crônica (lenta) e que tem períodos manifestação 
aguda e períodos sem manifestações. 
Pode comprometer múltiplos órgãos (pele, olhos, ossos, sistema cardiovascular, 
sistema nervoso). 
 
 
 
Cancro Mole: 
Ferida dolorosa, com a base mole, avermelhada, que compromete principalmente a 
genitália externa mas pode comprometer também o ânus e mais raramente os lábios, a 
boca, língua e garganta. Estas feridas são muito contagiosas. Em alguns pacientes, 
geralmente do sexo masculino, pode ocorrer inchação na virilha. Não é rara a 
associação do cancro mole e o cancro duro (sífilis primária). 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 29 
 
 
 
 
 
 
 
Candidíase: 
 É uma das causas mais frequentes de infecção genital. Caracteriza-se por coceira, 
ardor, dor na relação sexual e pela eliminação de um corrimento vaginal semelhante à 
nata do leite. Com frequência, a vulva e a vagina encontram-se inchadas e 
avermelhadas. As lesões podem estender-se pela região perianal e virilha. No homem 
apresenta-se por um leve edema e pela presença de pequenas lesões em forma de 
pontos. Em geral está relacionada com a diminuição da resistência do organismo da 
pessoa acometida. 
Existem fatores que predispõe ao aparecimento da infecção : diabetes melitus, 
gravidez, uso de contraceptivos (anticoncepcionais) orais, uso de antibióticos e 
medicamentos que diminuem as defesas imunitárias do organismo, obesidade, uso de 
roupas justas etc. 
 
 
Herpes Simples Genital: 
Infecção recorrente (vem, melhora e volta) causadas por um grupo de vírus que 
determinam lesões genitais em forma de pequenasbolhas agrupadas que, em 4-5 
dias, sofrem feridas seguida de cicatrização espontânea do tecido afetado. As lesões 
com frequência são muito dolorosas e precedidas por vermelhidão local. A primeira 
crise é, em geral, mais intensa e demorada que as subsequentes. 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 30 
O caráter recorrente da infecção é aleatório podendo ocorrer após semanas, meses ou 
até anos da crise anterior. 
As crises podem ser desencadeadas por fatores tais como stress emocional, exposição 
ao sol, febre, baixa da imunidade etc. A pessoa pode estar contaminada pelo virus e 
não apresentar ou nunca ter apresentado sintomas e, mesmo assim, transmití-lo a(ao) 
parceira(o) numa relação sexual. 
 
 
Gonorréia: 
Doença infecto-contagiosa que se caracteriza pela presença de abundante secreção 
em forma de corrimento pela uretra no homem e vagina e/ou uretra na mulher. Este 
quadro frequentemente é precedido por coceira na uretra e ardência. 
Em alguns casos podem ocorrer sintomas gerais, como a febre. Nas mulheres os 
sintomas são mais brandos ou podem estar ausentes (maioria dos casos). 
 
 
 
 
 
 
 
Condiloma Acuminado Infecção por HPV: 
Infecção causada por um grupo de vírus (HPV - Human Papilloma Viruses) que 
determinam lesões em forma de elevações da pele as quais, ao se fundirem, formam 
massas vegetantes de tamanhos variáveis, com aspecto de couve-flor (verrugas). 
Os locais mais comuns do aparecimento destas lesões são a glande, o prepúcio e o 
meato uretral no homem e a vulva, o períneo, a vagina e o colo do útero na mulher. 
ANÁLISES CLINICAS 
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Em ambos os sexos pode ocorrer no ânus e reto, não necessariamente relacionado 
com o coito anal. 
Com alguma frequência a lesão é pequena, de difícil visualização à olho nu, mas na 
grande maioria das vezes a infecção é assintomática ou inaparente, sem nenhuma 
manifestação detectável pelo(a) paciente. 
 
Linfogranuloma Venéreo: 
Caracteriza-se pelo aparecimento de uma lesão genital que tem curta duração e que 
se apresenta como uma ferida ou como uma elevação da pele. Esta lesão é 
passageira (3 a 5 dias) e frequentemente não é identificada pelos pacientes, 
especialmente do sexo feminino. 
Após a cura desta lesão primária, em geral depois de duas a seis semanas, surge o 
bubão inguinal que é uma inchação dolorosa dos gânglios de uma das virilhas (70% 
das vezes é 
 Se este bubão não for tratado adequadamente ele evolui para o rompimento 
expontâneo e formação de fístulas que drenam secreção purulenta 
 
 
 
Granuloma Inguinal: 
Doença bacteriana de evolução crônica que se caracteriza pelo aparecimento de 
caroços, feridas, indolores e auto-inoculáveis. Tais lesões localizam-se na região 
genital, perianal e inguinal, podendo, eventualmente, ocorrer em outras regiões do 
organismo, inclusive órgãos internos. 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 32 
 
 
Pediculose do Púbis: 
Infestação da região pubiana causadas por um inseto do grupo dos piolhos, podendo 
acometer também os pelos da região do baixo abdome, ânus e coxas. Eventualmente 
acometem as sombrancelhas e cílios (por auto-inoculação). 
Os piolhos machos medem cerca de 1 milímetro e as femeas, maiores, 1,5 milímetros, 
sendo que seus ovos (lêndeas), medem em torno de 2 milímetros. 
A coceira determinada pela parasitose é causado pela saliva do inseto, liberada ao 
sugar o sangue do hospedeiro. 
 
 
Infecção por Ureaplasma: 
Doença infecto-contagiosa dos órgãos genitais e urinários masculinos ou femininos. 
Caracteriza-se pela presença (pode não ocorrer) de secreção (corrimento) uretral 
escassa, translúcida e geralmente matinal. Um ardor uretral ou vaginal pode ser a 
única manifestação. Quando não tratada, pode permanecer durante anos 
contaminando as vias genitais dos pacientes. É importante saber que mesmo a pessoa 
assintomática (portadora da doença mas sem sintomas) pode transmiti-la. 
 
 
 
 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 33 
Molusco Contagioso: 
Caracteriza pela produção de elevações da pele de cor que varia do branco translúcido 
ao rosa, em geral com 2 a 6 milímetros de diâmetro e com base levemente 
avermelhada. 
 As lesões produzem coceira leve e localizam-se em qualquer região da pele (face, 
tronco e áreas expostas das extremidades) e, mais raramente, nas mucosas. Podem 
ocorrer em qualquer idade mas são mais comuns em crianças de 0 a 12 anos. 
 
 
 
Infecção por Gardnerella: 
A gardnerella vaginalis é uma bactéria que faz parte da flora vaginal normal de 20 a 
80% das mulheres sexualmente ativas. Usa-se esse termo para diferenciá-lo da 
vaginite, na qual ocorre uma verdadeira infecção dos tecidos vaginais. Na vaginose, 
por outro lado, as lesões dos tecidos não existem ou são muito discretas, 
caracterizando-se apenas pelo rompimento do equilíbrio microbiano vaginal normal 
A vaginose por gardnerella pode não apresentar manifestações clínicas (sinais ou 
sintomas). Quando ocorrem, estas manifestações caracterizam-se por um corrimento 
homogêneo amarelado ou acinzentado, com bolhas esparsas em sua superfície e com 
um odor ativo desagradável. 
Após uma relação sexual, com a presença do esperma (de pH básico) no ambiente 
vaginal, costuma ocorrer a liberação de odor semelhante ao de peixe podre 
No homem pode ser causa de uretrite e, eventualmente, inflamação do prepúcio e 
glande. 
A uretrite é geralmente assintomática e raramente necessita de tratamento. 
Quando presentes os sintomas restringem-se a uma coceira e leve queimação. 
 
ANÁLISES CLINICAS 
ANÁLISES CLINICAS 34 
 
 
Infecção por Clamídia: 
Doença infecto-contagiosa dos órgãos genitais masculinos ou femininos. Caracteriza-
se pela presença (pode não ocorrer) de secreção (corrimento) uretral escassa, 
translúcida e geralmente matinal. 
 Um ardor uretral ou vaginal pode ser a única manifestação. Raramente a secreção 
pode ser purulenta e abundante. Se não tratada, pode permanecer durante anos 
contaminando as vias genitais dos pacientes. É importante saber que mesmo a pessoa 
assintomática (portadora da doença mas sem sintomas) pode transmiti-la. 
Um ardor uretral ou vaginal pode ser a única manifestação. Raramente a secreção 
pode ser purulenta e abundante. Se não tratada, pode permanecer durante anos 
contaminando as vias genitais dos pacientes. É importante saber que mesmo a pessoa 
assintomática (portadora da doença mas sem sintomas) pode transmiti-la. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANÁLISES CLINICAS 35 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
• Tortora microbiologia 10ª edição 
• Apostilas Análises Clínicas 
• Laboratório Sergio Franco

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