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ANÁLISES CLINICAS ANALISES CLINICAS MICROBIOLOGIA – PARTE 1 SUMÁRIO ASSUNTO PÁGINA 1- ISOLAMENTO E CULTIVO DE MICRORGANISMO 2 2 - TÉCNICAS DE SEMEADURA E ISOLAMENTO DE MICRORGANISMOS 2 3- ISOLAMENTO EM CULTIVO SÓLIDO 5 4- ISOLAMENTO EM CULTIVO LÍQUIDO 8 5- CULTURAS PURAS DE BACTÉRIAS 9 6- MEIO SELETIVO E MEIO DIFERENCIAL 11 7- FUNÇÕES DOS MEIOS DE CULTURA 12 8- EXEMPLOS MEIOS DE CULTURA SELETIVO E DIFERENCIAL 14 9- CULTURA DE EXSUDATO DO APARELHO DA VISÃO 16 10- PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS 18 11- CULTURA DA PELE 19 12- DERMATOSES INFECCIOSAS AGUDAS 19 13- ESPERMOCULTURA - ESPERMOGRAMA 25 14- AVALIAÇÃO INICIAL 26 15- ESPERMOCULTURA 27 16- SECREÇÕES URETRAIS E VAGINAIS 28 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 35 ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 2 1- ISOLAMENTO E CULTIVO DE MICRORGANISMO O estudo dos microrganismos está muitas vezes dependente da possibilidade de cultivar e manter microrganismos viáveis no laboratório, sob a forma de culturas puras. As necessidades nutricionais específicas dos microrganismos variam de espécie para espécie, sendo possível distinguir vários grupos nutricionais de microrganismos. Com o conhecimento dos nutrientes necessários ao crescimento dos microrganismos, é possível a formulação de meios de cultura que promovam o crescimento de um determinado microrganismos no laboratório. O isolamento de um determinado microrganismo em cultura pura a partir de uma população mista (por exemplo, presente numa amostra de solo, na água de um rio, num esgoto, num alimento ou tecido contaminado, etc.) envolve, em geral, o uso de meios de cultura sólidos e o recurso a técnicas de isolamento de colónias, como seja pelo método de espalhamento em placa . 2 - TÉCNICAS DE SEMEADURA E ISOLAMENTO DE MICRORGANISMOS O isolamento consiste na obtenção de uma cultura pura ( colônias isoladas de um único microrganismo, separando-o de outros que se encontram no mesmo material). Métodos de Inoculação Estrias Múltiplas para o Isolamento: Consiste em espalhar o material com o auxílio de um a alça bacteriológica ,fazendo estrias sucessivas até o esgotamento do material, de modo a obter-se um perfeito isolamento das bactérias existentes na amostra. Quando o material é muito denso, a alça deverá ser flambada. Métodos de Inoculação Estrias Múltiplas para o Isolamento: Consiste em espalhar o material com o auxílio de um a alça bacteriológica ,fazendo estrias sucessivas até o esgotamento do material, de modo a obter-se um perfeito isolamento das bactérias existentes na amostra. Quando o material é muito denso, a alça deverá ser flambada. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 3 Alternativamente, para se obter um tapete uniforme de crescimento microbiano ,ou colônias isoladas (após diluição) utiliza-se o método de “espalhamento” em placa. Consiste em espalhar o material (suspensão bacteriana na maioria das vezes) como auxílio de um swab (para obtenção de tapete uniforme) ou alça de Drigalski (para obtenção de colônias isoladas após diluição),fazendo a semeadura por toda a superfície da placa de Petri a ser utilizada nesta técnica . Deve-se ter o cuidado para que toda a superfície da placa seja semeada, evitando regiões sem semeadura. Recomenda-se que faça o procedimento de semeadura com o swab em três direções distintas, com a alça em toda a superfície rodando a placa. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 4 Cerca de 90% a 99% do número total de microrganismos que existem no Ambiente não são cultiváveis em meios de cultura e outras condições laboratoriais conhecidos. Este fato tem limitado a possibilidade de serem isolados, a partir do Ambiente, microrganismos com potencial interesse para aplicações biotecnológicas. Em conseqüência do grande desenvolvimento das técnicas da Biologia Molecular nas últimas décadas, o microbiologista pode identificar e estudar os microrganismos com base na análise direta das suas macromoléculas, sem que seja necessário isolá-los em meios de cultura laboratoriais. As colônias de microrganismos se originam somente de uma célula ou esporo de microrganismo. Essas colônias apresentam características morfológicas diferentes, as quais permitem a distinção entre os microrganismos. No entanto, para conseguir uma visualização das colônias independentes no meio sólido, é necessário a distribuição uniforme das bactérias sobre a placa de Petri. (TORTORA et al., 2006) Uma cultura livre de outros microrganismos contaminantes onde o microrganismo de interesse está presente de forma homogênea é denominada cultura axênica. Um cultivo desse tipo dá oportunidade de investigação de características fisiológicas e genéticas sem a interferência de outros microrganismos e em uma densidade populacional muito maior do que a encontrada em amostras de meio ambiente. No entanto alguns fatores podem ser alterados justamente por esse motivo, pois no meio ambiente ocorre uma interação entre diversas espécies e nutrientes, podendo, por exemplo, modificar o formato, a textura e a coloração de colônias (OGUNSEITAN, 2005). O isolamento, assim como todo o processo que irá se desenvolver , deve ser o mais econômico possível, levando-se em consideração a produtividade que será obtida pelo microrganismo e os gastos necessários para isolamento de tal microrganismo Fatores importantes na escolha de um microrganismo são as suas características nutricionais, pois se almeja obter microrganismos que utilizem substratos baratos, que podem ser obtidos através da formulação adequada do meio de isolamento; a temperatura ótima, pois organismos com temperatura ótima de 40ºC para cima facilitam o isolamento e reduz os custos de resfriamento do fermentador; ser compatível com o fermentador utilizado e com o processo de cultivo desejado; e deve ser geneticamente estável, ou quando se deseja a manipulação genética devem ser conhecidos os melhores mecanismos (STANBURY, WHITAKER E HALL, 1995). ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 5 Os microrganismos isolados podem ser obtidos a partir de ambientes naturais ou a partir de bancos de cepas. Esses centros de cepas, podem fornecer microrganismos de características já conhecidas, mas nem sempre estão presentes os melhores caracteres desejados, enquanto o ambiente possui uma infinidade de variações. Os bancos de culturas têm como função o armazenamento, a prevenção de eventuais mudanças nas suas características, o ensino e a pesquisa sobre manutenção e caracterização de cepas (ROITMAM, TRAVASSOS e AZEVEDO, 1988). Pode ser mais barato comprar uma cultura do que isolá-la da natureza, mas também pode ser que se encontre um organismo muito melhor depois de uma procura extensa no meio ambiente. Mas geralmente é necessário utilizar uma cepa dos bancos como uma referência para comparação com novos microrganismos descobertos através do isolamento da natureza (STANBURY, WHITAKER E HALL, 1995). O isolamento inicia com a escolha da fonte mais provável de conter o microrganismo desejado, podendo variar desde solo até águas, ar, lodo, alimentos ou órgãos. Características que um determinado organismo possui para se desenvolver em certo ambiente são usadas como fatores seletivos no processo de isolamento. Pressão seletiva é muitas vezes utilizada no isolamento de microrganismos que se desenvolvem preferencialmente em determinado substrato, na presença de certos compostos ou no cultivo sobcondições que são adversas a outros microrganismos que não são de interesse. Quando não é possível fazer uso da pressão seletiva, utilizam-se características detectáveis como morfologia (tipo e forma da colônia) ou produção de compostos característicos de determinada espécie (como, por exemplo, a produção de antibióticos por estreptomicetos) (STANBURY, WHITAKER E HALL, 1995). 3- ISOLAMENTO EM CULTIVO SÓLIDO Esse método é usado para o isolamento de certos produtores de enzimas, usando meios seletivos contendo o substrato que podem ser degradados pelas enzimas produzidas pelos microrganismos desejados Os estudos iniciais feitos pelo bacteriologista alemão Robert Koch foram muito importantes para a obtenção de culturas puras. Antigamente, as tentativas de isolamento eram feitas somente através de meios líquidos, sendo assim muito difícil isolar microrganismos como bactérias. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 6 Em 1881, Koch fez uma tentativa de cultivo sólido em superfície de batata. Por volta do mesmo tempo, um associado de Koch, Frederick Loeffler, desenvolveu o extrato de carne peptonado para o cultivo de bactérias patogênicas, e Koch tentou solidificar esse meio (PRESCOTT, HARLEY e KLEIN, 2002). Ele conseguiu através da mistura do meio com gelatina em um suporte sólido que permitia a sua solidificação, mas tinha a desvantagem de se liquefazer à temperatura superiores a 28ºC e ser degradada por várias espécies microbianas que possuem gelatinase (LECLERC et al., Técnica de semeadura por estrias Esse método também é chamado de esgotamento de alça. Através de uma alça de platina, de um fio de platina ou até mesmo um swab, coleta-se uma pequena parcela do meio de inóculo e o espalha sobre uma placa de Petri com ágar fazendo movimentos em zigue-zague, formando um caminho na forma de estrias. Existem várias possibilidades de fazer essas estrias, sendo ela descontínua ou contínua (DROVAL, LIMA e HABU, 2001). ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 7 Técnica de semeadura por derramamento O método de semeadura por derramamento, ou também denominado de pour plate é muito utilizado para bactérias e fungos. A amostra original é diluída de forma que quando é feita a placa consegue-se colônias bem separadas. Um pequeno volume da melhor diluição é então derramado em uma placa de Petri sem ágar. Em seguida, derrama-se ágar fundido na temperatura de 45ºC e mistura-se os dois com uma agitação leve da placa e deixa-se o meio solidificar. Esse método permite o crescimento de colônias na superfície e dentro do ágar, pois algumas células foram misturadas no ágar durante a sua solidificação, onde há a comparação do crescimento após a semeadura por pour plate e por espalhamento (PRESCOTT, HARLEY e KLEIN, 2002). A maioria dos fungos e bactérias não é morta pela breve exposição ao ágar quente, mas microrganismos sensíveis ao calor certamente podem ser danificados pelo ágar fundido e ficarem impossibilitados de formarem colônias. Além disso, quando se deseja identificar microrganismos através da morfologia da colônia, esse método não é muito indicado, pois as colônias presentes dentro do ágar não fornecerão dados corretos. (TORTORA et al., 2006) ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 8 Técnica de semeadura em profundidade Faz-se a utilização da agulha de platina e semea-se o material contido nela picando um ágar sólido contido num tubo. Com isso haverá o crescimento de microrganismos em anaeróbio-se no fundo e aerobiose perto da superfície do ágar. Figura - Semeadura em profundidade 4- ISOLAMENTO EM CULTIVO LÍQUIDO Os meios de enriquecimento que propiciam um grande aumento de determinada população microbiana são geralmente líquidos. Após o crescimento avantajado então ocorre o isolamento de determinadas células. Isso pode ser feito como mostrado nas técnicas em estado sólido ou através de uma série de diluições em meio líquido. Fazendo uma diluição em novo meio estéril, espera-se que em certo momento se obterá culturas provenientes de somente uma única célula. É dessa forma que é feita o isolamento e a contagem de células de Escherichia coli em águas ou alimentos Figura - Série de diluição para isolamento de um microrganismo ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 9 5- CULTURAS PURAS DE BACTÉRIAS Ao fazer o isolamento das culturas, não só de bactérias, mas também de outros microrganismos, deve-se fazer uma coleta de material ambiental com instrumentos estéreis. Bactérias existem em grande variedade na natureza, e cada tipo necessita de um meio de isolamento diferente. Algumas necessitam ágar suplementado com extratos na concentração de 10 a 50% do volume total, outras necessitam de infusões feitas do material da onde foram coletadas (solo, lama, folhas, pedras, troncos, detritos). Podem ser usados também alguns meios seletivos como ágar sangue, verde bile brilhante, MRS . (DEMAIN and DAVIES, 1999) ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 10 Culturas puras de actinomicetos Actinomicetos são bactérias filamentosas que fazem parte da maioria dos substratos naturais. Não é difícil isolar actinomicetos de amostras que também contém fungos devido às suas propriedades fisiológicas distintas. O uso de antibióticos e antifúngicos também auxilia no isolamento . Os actinomicetos geralmente crescem lentamente, e demoram de 4 a 20 dias para formarem colônias definidas quando incubadas à temperatura de 65-80ºC. O crescimento desses microrganismos também é favorecido quando há no meio de cultivo algum dos componentes . Culturas puras de fungos Fungos podem ser isolados de diversos materiais. Devido à sua preferência por substratos que também forneçam suporte para o seu crescimento, eles são freqüentemente encontrados em matéria em decomposição, plantas, rochas e solo. Em uma planta, por exemplo, dependendo do tecido que for coletado, pode-se encontrar diferentes tipos de fungos. Esses microrganismos também são bastante variados, e a mudança de somente um dos constituintes de um meio de cultivo pode resultar no isolamento de um fungo diferente. Para a seleção de um meio, deve-se considerar as condições físicas do meio de origem e o tipo de fungo que se deseja. A luminosidade também é um fator importante às vezes, pois alguns fungos necessitam de luz para frutificarem . Culturas puras de algas Para isolar eficientemente algas, é necessário simular em parte o ambiente onde a amostra foi coletada, como pH, temperatura, salinidade, luminosidade. Métodos de diluição são bastante indicados nesse caso, uma vez que algas e microalgas são normalmente encontradas em meio líquido. A filtragem de amostras e posterior inoculação do filtro em novo meio estéril também é um método utilizado. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 11 6- MEIO SELETIVO E MEIO DIFERENCIAL Meios de Cultura Meios quimicamente definidos são utilizados para determinar as necessidades nutricionais. Até 1880 os microrganismos eram cultivados em meios líquidos. Robert Koch introduziu os meios de cultura sólidos, os quais permitiram o estudo de espécies isoladas (culturas puras). Meio de cultura solidificado com 1,5 % de ágar. Controle é um meio mínimo com apenas glicose e sais. 3 isolados bacterianos sendo testados quanto a necessidade de suplementosorgânicos. Consistem da associação qualitativa e quantitativa de substâncias que fornecem os nutrientes necessários ao desenvolvimento (cultivo) de microrganismos fora do seu meio natural. Tendo em vista a ampla diversidade metabólica dos microrganismos, existem vários tipos de meios de cultura para satisfazerem as variadas exigências nutricionais. Além dos nutrientes é preciso fornecer condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento dos microrganismos, tais como pH, umidade, temperatura, atmosfera (aeróbia, micro aeróbia ou anaeróbia), dentre outras. Embora não existam meios específicos para todos os microrganismos, existem centenas de formulações para inúmeras finalidades. Alguns são meios gerais: permitem o crescimento de muitas espécies . Outros são meios específicos: servem para identificação de espécies, por ex. Escherichia coli e Shigella sonnei em meio MacConkey Se a bactéria prefere os nutrientes encontrados no sangue, então o sangue é adicionado no meio de cultura. Meios de cultura para fungos Geralmente são utilizados meios ricos contendo grande variedade de compostos orgânicos providos pela peptona e extratos de carne ou soja. Também são utilizadas maiores concentrações de açúcares (4%) e pH menor (3,8 a 5,6) do que os meios para bactérias. Essa combinação permite inibir o crescimento de bactérias. Os meios de cultura são classificados quanto ao estado físico em sólidos, quando contém agentes solidificantes, principalmente ágar (cerca de 1 a 2,0 %); ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 12 semi-sólidos, quando a quantidade de ágar e ou gelatina é de 0,075 a 0,5 %, dando uma consistência intermediária, de modo a permitir o crescimento de microrganismos em tensões variadas de oxigênio ou a verificação da mobilidade e também para conservação de culturas; líquidos, sem agentes solidificantes, apresentando-se como um caldo, utilizados para ativação das culturas de microrganismos, provas bioquímicas, dentre outros. 7- FUNÇÕES DOS MEIOS DE CULTURA Meio Seletivos São os que contém substâncias que inibem o desenvolvimento de determinados grupos de microrganismos, permitindo o crescimento de outros. A maioria deles é também diferencial, permitindo diferenciar as colónias (sólidos) dos microrganismos. Certas substâncias adicionadas ao meio selecionam um grupo, impedindo o crescimento de outro. Ex: O cristal violeta Impede o crescimento das bactérias Gram-positivas, enquanto a Escherichia coli (Gram-negativa) é sensível a uma concentração 10 x maior. Ex: Sendo a maltose a única fonte de carbono no meio. A ausência de outras fontes de carbono irá selecionar aqueles microrganismos que utilizam a maltose como fonte de energia. Meio Diferenciais Contém substâncias que permitem estabelecer diferenças entre microrganismos muito parecidos, tais como meio de Azul de Metileno (diferencial para coliformes), Ágar MacConkey para a diferenciação de enterobactérias, Ágar sangue para isolamento e diferenciação de cocos Gram positivos (sólidos). Permite estabelecer diferenças entre microorganismos parecidos, facilita a identificação da bactéria quando existem outras bactérias crescendo no mesmo meio. Ex.: Ágar Sangue, que contém células vermelhas do sangue, é muito utilizado pelos microbiologistas para identificação de espécies bacterianas capazes de destruir células sanguíneas. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 13 Servem para diferenciar tipos específicos de microrganismos; as substâncias incorporadas ao meio, resultam num tipo de crescimento ou modificação do meio. Ex: Inoculando-se uma mistura de bactérias no meio de ágar-sangue verifica-se: Zonas claras ao redor da colônia – Bactérias hemolíticas (causam hemólise). Pode-se diferenciar bactérias hemolíticas das não-hemolíticas. OBS.: Ágar-sangue serve como meio enriquecido e diferencial. Fotografia de placa com meio diferencial YEPD-azul de metileno, tamponado com tampão citrato, pH 4,3-4,5 e inoculado com uma linhagem sensível para verificação de atividade killer de leveduras selecionadas. As colônias de leveduras que apresentam halo de inibição e zona azul ao redor do halo (primeira e segunda, primeira linha, da esquerda para a direita; e a primeira, última fila, da esquerda para direita) são consideradas killer enquanto as outras não apresentam atividade killer . A toxina killer é uma proteína de baixo peso molecular que é tóxica para algumas leveduras. A fotografia foi retirada da dissertação de mestrado de Christiann D. Tosta. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 14 8- EXEMPLOS MEIOS DE CULTURA SELETIVO E DIFERENCIAL Agar sangue (AS) – meio rico e não seletivo, diferencial para a hemólise,nele crescem a maioria dos Gram negativo e Gram positivo, além de fungos filamentosos (bolores) e leveduras, exceto algumas espécies. Ágar Thayer Martin Modificado (TMM) – meio seletivo pela adição de colistina, vancomicina e nistatina. Inibe crescimento de enterobactérias, Gram positivos, fungos e algumas espécies de Neisserias saprófitas. Enriquecido com a adição de complementos para a recuperação de N.meningitidis e N. gonorrhoeae. Agar chocolate (AC) –meio rico e não seletivo, permite o crescimento da grande maioria das bactérias aeróbias e facultativas. Quando incubado em CO2 dá suporte também ao crescimento dos microaerófilos. Pode-se observar halos esverdeados com colônias alfa-hemolíticas. À base do meio, é adicionado sangue de cavalo, carneiro ou coelho em temperatura alta, o que faz com que as hemácias lisem, liberando hemina e hematina, compostos fundamentais para o crescimento dos microrganismos. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 15 Agar MacConkey(MC ) meio seletivo para Gram negativo e diferencial para a utilização de lactose. O cristal violeta inibe o crescimento de microrganismos Gram positivos especialmente enterococos e estafilococos. •Lactose positiva–coloração avermelhada •Lactose negativa–coloração inalterada Ágar Salmonela- Shigella (SS)–Meio seletivo para Salmonela e Shigella e diferencial para a utilização de lactose(coloração rósea) e produção de H2S(coloração negra); possue componentes(sais de bile,verde brilhante e citrato de sódio) que inibem microrganismos Gram positivos. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 16 9- CULTURA DE EXSUDATO DO APARELHO DA VISÃO O uso do laboratório na avaliação das infecções oculares pode trazer informações valiosas sobre o agente etiológico que, juntamente com achados clínicos, dão maior segurança para o oftalmologista com relação à melhor conduta terapêutica a ser tomada. Raramente, técnicas laboratoriais sofisticadas são utilizadas para diagnóstico das infecções oculares; na maioria desses processos infecciosos uma simples cultura e um exame microscópico são suficientes. A conjuntivite bacteriana aguda é um dos problemas mais freqüentemente vistos pelo oftalmologista. Na maioria dos casos, o diagnóstico é baseado apenas em critérios clínicos, sem uma avaliação complementar que justifique o tratamento. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 17 Coleta A coleta é feita nas fornices superior e inferior dos olhos com swab ou zaragatoa estéril umedecida em solução fisiológica. O material deve ser semeado imediatamente em ágar sangue, chocolate e Sabouraud. As placas devem ser incubadas a 37 ºC. Aconselha-sea manutenção do ágar sangue em anaerobiose por 24 h, o ágar chocolate suplementado em 10% de CO2 por 48 h e o Sabouraud à temperatura ambiente. Simultaneamente deve-se fezer lâminas para corar pelo Gram e Giemsa para pesquisa de bactérias comuns (Clamydia, spp e fungos). ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 18 Para a coleta do material não utilizar colírio com anestésico porque altera os resultados da bacterioscopia e cultura. Deve-se ainda ter o cuidado de não tocar a pele das pálpebras e cílios durante a coleta Os agentes etiológicos das conjuntivites bacterianas provocam dor ocular, tumefação, eritema conjuntival (hiperemia), secreção ou secreções serosas e purulentas. 10- PRINCIPAIS AGENTES ETIOLÓGICOS Haemophilus, spp A maioria das cepas de Haemophilus, spp isolada das conjuntivas não é capsulada e, no passado, foi designada como H. aegyptices (Bacilo de Kock-Wecks), com base em suas propriedades hemaglutinantes. Atualmente, essas cepas são consideradas como biotipo de H. influenzae, cuja conjuntivite mucopurulenta ocorre principalmente em crianças e, particularmente, no verão. Sintomas: Conjuntivite aguda catarral e hemorragias petequiais das conjuntivas. Essa conjuntivite desaparece com 14 dias. O tratamento é feito com gotas oculares de sulfacetamida a 15 ou 30%. Moraxella, spp São cocobacilos gram-negativos, aos pares, citocromo-oxidase positivos que não provocam modificação no TAF. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 19 A espécie de Moraxella, spp que causa a conjuntivite infecciosa crônica é a M. lacunata (Bacilo de Morax-Axenfeld). A adição de soro de coelho é necessária para o crescimento desse gênero. São sensíveis à penicilina. Clamydia trachomatis Os imunotipos de D a K são causadores do tracoma, doença infecciosa crônica de inclusão, que se origina no trato genital do adulto e é transmitida,tanto aos olhos do recém nascido, como aos do adulto. Quadro Clínico: Conjuntivite folicular na conjuntiva da pálpebra superior e placa tarsal infiltração sub- epitelial corneana, vascularização corneana, fibrose vascular e visão prejudicada. No RN desenvolve-se do 5o. ao 14o. dias de vida com edema palpebral, corrimento purulento, hiperemia e edema conjuntival. 11- CULTURA DA PELE As lesões de pele e folículos pilosos podem ser de caráter agudo ou crônico. A coleta de abcessos de pele deve ser feita com seringa e agulha estéreis para retirar o verdadeiro agente do processo infeccioso cutâneo. Os swabs só coletam a superfície externa da ferida e, consequentemente, os microrganismos do ambiente aéreo do local. Se a amostra estiver dentro de seringa e se for demorar a ser semeada, colocar num recipiente de anerbiose com agulha tampada. Se a coleta for com swab, abrir as bordas da lesão com luvas estéreis. 12- DERMATOSES INFECCIOSAS AGUDAS Piodermites São manifestações patológicas exógenas que têm, geralmente, como agentes etiológicos os Streptococcus, spp; Staphylococcus aureus; Pseudomonas, spp; Proteus, spp e Klebsiella, spp. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 20 A piodermite pode ter localização epidérmica, dermo-epidérmica, cutânea profunda ou subcutânea. Quanto à distribuição, pode ser difusa e não ligada aos foliculos, como também pode apresentar comprometimento peripiloso. Nos lactentes e crianças no período pre-escolar, a piodermite pode estar nos canais excretores das glândulas sudoríparas ecrinas e no adulto nas glândulas sudoríparas apócrinas. Os co-fatores que favorecem a instalação das piodermites são: * estado nutritivo precário, * queda de resistência imunológica (poucos anticorpos, terapia com corticóide e/ou imuno-supressores), * maceração local dos tecidos (descamação, contaminação pelas fezes), * formação de rágades sob a ação de certos parasitas (escabiose), * finalmente, os focos piogênicos podem levar a infeccões internas Piodermites Foliculares: Impetigo estafilocócico não contagioso ou estafilodermia de Wilson Bockhart. Lesão (ostiofoliculite): Pequena, semelhante a uma cabeca de alfinete, ou pústula com eritemia ao redor. Prognostico bom com cura em poucos dias sem sequelas. Consequência: pode evoluir para o furúnculo. Agente: S. aureus. Tratamento: romper a pústula, aparar o líquido e tratar com pomada antibiótica Nebacetin, Diprogenta); o uso de permanganato de potássio antes de usar aspomadas é de grande valia. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 21 Foliculite da Barba ou Sicose não Parasitária: Lesão em pápula, pustulosa e disseminada. Agente: Staphylococcus, spp associado à Candida, spp. Fatores predisponentes: diabetes, rinite crônica, aparelho de barbear, pêlos encravados no ato de barbear. Tratamento: aplicação de desinfetantes e álcool associados a substâncias bactericidas. A autovacina tem dado bons resultados. Acne necrotizante (foliculite necrozante) Localizada na linha de implante dos cabelos, folículos ou ao redor dos mesmos. Sintomas: prurido Sequela: cicatriz. Agente: S. aureus. Reincidivas frequentes. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 22 Granulomas provocados por enterococos (Korting) Localizados no folíco e pré-foliculo. Regiões: ano-genital e fossas axilares. Lesões em forma de nódulos volumosos. Sequelas: cicatrizes com áreas atróficas. Agente: Streptococcus faecallis. Pode ser confundida com a tuberculose cutanea. Tem como sequência a presença de infiltrado na região peri-folicular, seguido por necrose central (carnicão) e com evolução (aguda, sub-aguda ou super aguda). Localiza-se no lábio superior, nariz e nuca (carbúnculo é o furúnculo de fusão ou em peneira). Sintomas: pode haver febre e calafrios, sugerindo flebite. Sequelas: trombose da veia facial e/ou jugular. Agente: S. aureus. Tratamento: doses de 1 a 4 milhões de unidades de Penicilina. É resistente à penicilanos (B-lactamases), tais como, Staficilin-N ou Tetracilinas. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 23 Piodermite Difusa não Folicular Impetigo Contagioso Estreptocócico A lesão é em forma de crostas espessas, cor de mel ou amarelo âmbar (préescolares - outono); lesão em forma de crostas delicadas iguais ao verniz e em forma de bolhas (adultos - verão). Os agentes são o Streptococcus pyogenes (estreptococica) e o Staphylococcus aureus (estafilodermia). Podem-se encontrar as duas bactérias associadas e a lesão, então, temos a forma bolhosa. Piodermite Gangrenosa Lesão ulcerativa dolorosa, única ou múltipla, rasa e de contornos policíclicos que tende a aumentar na periferia. As bordas têm deslocamento frouxo da epiderme e maceração com eritema ao redor. O agente é Pseudomonas aeruginosa (ectima gangrenoso do adulto). Perlenche ou boqueira: Localiza-se na comissura labial; na criança é causada por Staphylococcus, spp. No adulto, pela Candida albicans. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 24 Erisipela ou estreptodermia cutânea linfática: Tem como sintomas calafrios, febre alta e linfadenopatias regionais. A lesão é um eritema vermelho vivo com hipertermia local; eritema com contornos em forma de labareda inicialmente e posteriores contornos borrados. O agente é o Streptococcus pyogenes (grupo A), cujo período de incubação é de 2 a 3 dias. Tem como sequelas fibrose e edema lifático (elefantíase). Erisipeloide: Tem como agente o Erisipelotrixrhusiopathiae encontrado em carne ou osso de porco contaminado. A lesão é eritematosa e edemaciada. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 25 Antraz cutâneo O agente é o Bacillus anthracis, um bacilo Gram positivo que provoca uma lesão em forma de bolha sanguinolenta ou pústula - escara negra azulada (carbúnculo do Antraz). 13- ESPERMOCULTURA - ESPERMOGRAMA Infertilidade masculina: ATENÇÃO BÁSICA: Espermograma ATENÇÃO ESPECIALIZADA: Espermocultura Estatísticas mundiais a respeito da infertilidade mostram que mais ou menos 15% dos casais que desejam engravidar apresentam algum tipo de infertilidade. Durante muito tempo, os empecilhos eram todos atribuídos às mulheres e só recentemente passaram a fazer parte do universo masculino. Talvez seja essa a razão de se saber tão pouco sobre a infertilidade no homem. Por isso, atualmente, a conduta é encaminhar o casal para avaliação. A dificuldade pode estar tanto num quanto no outro, ou nos dois parceiros. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 26 14- AVALIAÇÃO INICIAL Espermograma – Que tipo de informação o médico procura obter com a análise do espermograma? – A primeira informação é a respeito do número de espermatozoides que o homem ejacula. O normal é ter 20 milhões de espermatozoides por mililitro de esperma e que 50% deles sejam móveis, isto é, tenham a capacidade de sair da vagina e chegar à trompa para encontrar o óvulo. – Qual é o volume normal de esperma em cada ejaculação? Varia entre 1,5ml e 5ml. À medida que passa o tempo, a mulher vai se tornando menos fértil. Com o homem acontece a mesma coisa? Não acontece. A mulher nasce com a quantidade exata de óvulos que utilizará durante a vida. Ela chega à menopausa, porque a produção de óvulos esgotou. Já o homem começa a produzir espermatozoides na puberdade e continua produzindo até morrer. É óbvio que algumas doenças e o uso de certos medicamentos podem atrapalhar, mas um homem com saúde tem todas as condições de continuar fértil aos 85 anos. Há muitos exemplos no mundo de homens com 80, 85 anos que tiveram filhos com mulheres mais jovens. Algum tipo de medicamento pode diminuir o número de espermatozoides? Os anabolizantes têm esse efeito. Sua ação é parecida com a da testosterona em doses altas, uma vez que ambos bloqueiam o funcionamento da hipófise e, consequentemente, a produção de espermatozoides nos testículos. Em 20% dos casos, esse bloqueio é definitivo, irreversível. Há também um medicamento muito usado para combater a queda de cabelo – a finasterida – que provoca diminuição do número de espermatozoides, principalmente naqueles que têm fatores de risco associados, como obesidade e varicocele, por exemplo, mas é um efeito colateral reversível. Atualmente, é grande o número de jovens que tomam anabolizantes nas academias, às vezes em doses altíssimas. Fazem isso sem se importar com a redução no número de espermatozoides e a infertilidade. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 27 Durante o uso dos anabolizantes, todos têm queda na produção de espermatozoides. Em 20%, o quadro é irreversível, porque acaba condicionando um ambiente intratesticular que leva à fibrose do testículo e interrompe definitivamente a produção de espermatozoides. Apesar de o risco ser enorme, aos 18 anos o jovem não está muito preocupado com os filhos que quer ter quando tiver 30 anos. O que pode ser feito para reduzir o grau de infertilidade masculina? É muito importante começar pelo diagnóstico correto. O espermograma é um exame cuja precisão depende muito de como foi feita a coleta do esperma. Muitos indivíduos ficam ansiosos na hora de colher o material, não conseguem ejacular adequadamente e o resultado dá bastante alterado. Para evitar conclusões equivocadas, pede-se que repitam o exame num laboratório que ofereça boas condições de coleta para ver se a alteração de fato existe. Se existir, torna-se necessário investigar sua causa. 15- ESPERMOCULTURA Instruções para coleta de esperma A coleta poderá ser realizada no Laboratório ou na residência do cliente desde que não tenha pedido de espermograma; Caso a coleta seja realizada na residência, seguir as orientações abaixo; Retirar o frasco estéril no Laboratório ou adquirir no mercado; Não há necessidade de abstinência sexual e nem de jejum; Antes da coleta, realizar a higiene da região peniana retraindo o prepúcio (pele que encobre o pênis) com água corrente e sabonete comum, secar bem o local; Através de masturbação, coletar todo o esperma ejaculado no frasco estéril evitando perdas; O material deverá ser entregue no Laboratório no prazo máximo de 2 horas, mantendo o mesmo em temperatura ambiente; Informar se está ou esteve em uso de antibióticos. A amostra precisa ser entregue em até 3 horas após a coleta. Caso o paciente tenha também espermograma este período de entrega passa para apenas 20 minutos após a coleta. Se houver também solicitação de exame de urina , o cliente deve colher a urina primeiro. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 28 No caso de uso prévio ou atual de antibióticos, deve ser informado o nome do medicamento. A adminstração de antimicrobianos não impede a realização da cultura, mas, em algumas situações, pode interferir no resultado. Espermograma A coleta deverá ser realizada no Laboratório; Não manter relações sexuais no período mínimo de 3 dias e máximo de 5 dias; Não há necessidade de jejum alimentar; Informar os medicamentos em uso nos últimos 30 dias; Antes da coleta, realizar a higiene da região peniana; Através de masturbação, coletar todo o esperma ejaculado no frasco estéril evitando perdas; Entregar o material no Laboratório no horário das 07:00 ás 09:00hs. 16- SECREÇÕES URETRAIS E VAGINAIS Cancro Duro (Sífilis): Doença infecto-contagiosa sistêmica (acomete todo o organismo), que evolui de forma crônica (lenta) e que tem períodos manifestação aguda e períodos sem manifestações. Pode comprometer múltiplos órgãos (pele, olhos, ossos, sistema cardiovascular, sistema nervoso). Cancro Mole: Ferida dolorosa, com a base mole, avermelhada, que compromete principalmente a genitália externa mas pode comprometer também o ânus e mais raramente os lábios, a boca, língua e garganta. Estas feridas são muito contagiosas. Em alguns pacientes, geralmente do sexo masculino, pode ocorrer inchação na virilha. Não é rara a associação do cancro mole e o cancro duro (sífilis primária). ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 29 Candidíase: É uma das causas mais frequentes de infecção genital. Caracteriza-se por coceira, ardor, dor na relação sexual e pela eliminação de um corrimento vaginal semelhante à nata do leite. Com frequência, a vulva e a vagina encontram-se inchadas e avermelhadas. As lesões podem estender-se pela região perianal e virilha. No homem apresenta-se por um leve edema e pela presença de pequenas lesões em forma de pontos. Em geral está relacionada com a diminuição da resistência do organismo da pessoa acometida. Existem fatores que predispõe ao aparecimento da infecção : diabetes melitus, gravidez, uso de contraceptivos (anticoncepcionais) orais, uso de antibióticos e medicamentos que diminuem as defesas imunitárias do organismo, obesidade, uso de roupas justas etc. Herpes Simples Genital: Infecção recorrente (vem, melhora e volta) causadas por um grupo de vírus que determinam lesões genitais em forma de pequenasbolhas agrupadas que, em 4-5 dias, sofrem feridas seguida de cicatrização espontânea do tecido afetado. As lesões com frequência são muito dolorosas e precedidas por vermelhidão local. A primeira crise é, em geral, mais intensa e demorada que as subsequentes. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 30 O caráter recorrente da infecção é aleatório podendo ocorrer após semanas, meses ou até anos da crise anterior. As crises podem ser desencadeadas por fatores tais como stress emocional, exposição ao sol, febre, baixa da imunidade etc. A pessoa pode estar contaminada pelo virus e não apresentar ou nunca ter apresentado sintomas e, mesmo assim, transmití-lo a(ao) parceira(o) numa relação sexual. Gonorréia: Doença infecto-contagiosa que se caracteriza pela presença de abundante secreção em forma de corrimento pela uretra no homem e vagina e/ou uretra na mulher. Este quadro frequentemente é precedido por coceira na uretra e ardência. Em alguns casos podem ocorrer sintomas gerais, como a febre. Nas mulheres os sintomas são mais brandos ou podem estar ausentes (maioria dos casos). Condiloma Acuminado Infecção por HPV: Infecção causada por um grupo de vírus (HPV - Human Papilloma Viruses) que determinam lesões em forma de elevações da pele as quais, ao se fundirem, formam massas vegetantes de tamanhos variáveis, com aspecto de couve-flor (verrugas). Os locais mais comuns do aparecimento destas lesões são a glande, o prepúcio e o meato uretral no homem e a vulva, o períneo, a vagina e o colo do útero na mulher. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 31 Em ambos os sexos pode ocorrer no ânus e reto, não necessariamente relacionado com o coito anal. Com alguma frequência a lesão é pequena, de difícil visualização à olho nu, mas na grande maioria das vezes a infecção é assintomática ou inaparente, sem nenhuma manifestação detectável pelo(a) paciente. Linfogranuloma Venéreo: Caracteriza-se pelo aparecimento de uma lesão genital que tem curta duração e que se apresenta como uma ferida ou como uma elevação da pele. Esta lesão é passageira (3 a 5 dias) e frequentemente não é identificada pelos pacientes, especialmente do sexo feminino. Após a cura desta lesão primária, em geral depois de duas a seis semanas, surge o bubão inguinal que é uma inchação dolorosa dos gânglios de uma das virilhas (70% das vezes é Se este bubão não for tratado adequadamente ele evolui para o rompimento expontâneo e formação de fístulas que drenam secreção purulenta Granuloma Inguinal: Doença bacteriana de evolução crônica que se caracteriza pelo aparecimento de caroços, feridas, indolores e auto-inoculáveis. Tais lesões localizam-se na região genital, perianal e inguinal, podendo, eventualmente, ocorrer em outras regiões do organismo, inclusive órgãos internos. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 32 Pediculose do Púbis: Infestação da região pubiana causadas por um inseto do grupo dos piolhos, podendo acometer também os pelos da região do baixo abdome, ânus e coxas. Eventualmente acometem as sombrancelhas e cílios (por auto-inoculação). Os piolhos machos medem cerca de 1 milímetro e as femeas, maiores, 1,5 milímetros, sendo que seus ovos (lêndeas), medem em torno de 2 milímetros. A coceira determinada pela parasitose é causado pela saliva do inseto, liberada ao sugar o sangue do hospedeiro. Infecção por Ureaplasma: Doença infecto-contagiosa dos órgãos genitais e urinários masculinos ou femininos. Caracteriza-se pela presença (pode não ocorrer) de secreção (corrimento) uretral escassa, translúcida e geralmente matinal. Um ardor uretral ou vaginal pode ser a única manifestação. Quando não tratada, pode permanecer durante anos contaminando as vias genitais dos pacientes. É importante saber que mesmo a pessoa assintomática (portadora da doença mas sem sintomas) pode transmiti-la. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 33 Molusco Contagioso: Caracteriza pela produção de elevações da pele de cor que varia do branco translúcido ao rosa, em geral com 2 a 6 milímetros de diâmetro e com base levemente avermelhada. As lesões produzem coceira leve e localizam-se em qualquer região da pele (face, tronco e áreas expostas das extremidades) e, mais raramente, nas mucosas. Podem ocorrer em qualquer idade mas são mais comuns em crianças de 0 a 12 anos. Infecção por Gardnerella: A gardnerella vaginalis é uma bactéria que faz parte da flora vaginal normal de 20 a 80% das mulheres sexualmente ativas. Usa-se esse termo para diferenciá-lo da vaginite, na qual ocorre uma verdadeira infecção dos tecidos vaginais. Na vaginose, por outro lado, as lesões dos tecidos não existem ou são muito discretas, caracterizando-se apenas pelo rompimento do equilíbrio microbiano vaginal normal A vaginose por gardnerella pode não apresentar manifestações clínicas (sinais ou sintomas). Quando ocorrem, estas manifestações caracterizam-se por um corrimento homogêneo amarelado ou acinzentado, com bolhas esparsas em sua superfície e com um odor ativo desagradável. Após uma relação sexual, com a presença do esperma (de pH básico) no ambiente vaginal, costuma ocorrer a liberação de odor semelhante ao de peixe podre No homem pode ser causa de uretrite e, eventualmente, inflamação do prepúcio e glande. A uretrite é geralmente assintomática e raramente necessita de tratamento. Quando presentes os sintomas restringem-se a uma coceira e leve queimação. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 34 Infecção por Clamídia: Doença infecto-contagiosa dos órgãos genitais masculinos ou femininos. Caracteriza- se pela presença (pode não ocorrer) de secreção (corrimento) uretral escassa, translúcida e geralmente matinal. Um ardor uretral ou vaginal pode ser a única manifestação. Raramente a secreção pode ser purulenta e abundante. Se não tratada, pode permanecer durante anos contaminando as vias genitais dos pacientes. É importante saber que mesmo a pessoa assintomática (portadora da doença mas sem sintomas) pode transmiti-la. Um ardor uretral ou vaginal pode ser a única manifestação. Raramente a secreção pode ser purulenta e abundante. Se não tratada, pode permanecer durante anos contaminando as vias genitais dos pacientes. É importante saber que mesmo a pessoa assintomática (portadora da doença mas sem sintomas) pode transmiti-la. ANÁLISES CLINICAS ANÁLISES CLINICAS 35 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • Tortora microbiologia 10ª edição • Apostilas Análises Clínicas • Laboratório Sergio Franco
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