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1 FARMÁCIA ABENILTON PEREIRA DE CARVALHO JUNIOR BRUNA PAULA BROEDEL CIRO ZAMBONI OTAVIO DE SOUZA FRAGA DOENÇAS AUTOIMUNES VILA VELHA - ES NOVEMBRO DE 2015 2 ABENILTON PEREIRA DE CARVALHO JUNIOR BRUNA PAULA BROEDEL CIRO ZAMBONI OTAVIO DE SOUZA FRAGA DOENÇAS AUTOIMUNES VILA VELHA - ES NOVEMBRO DE 2015 Trabalho apresentado ao Curso de Graduação em FARMÁCIA da Universidade Vila Velha – UVV, como parte das exigências da disciplina de Imunologia. Orientador (A) Tatiana Có. 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................05 2. LUPOS ERITEMATOSO SISTÊMICO...................................................................06 2.1 SINTOMAS......................................................................................................06 2.2 MECANISMOS IMUNOLÓGICOS..................................................................06 2.3 EPIDEMIOLOGIA............................................................................................07 2.4 DIAGNOSTICO...............................................................................................08 2.5 TRATAMENTO...............................................................................................09 3. VITILIGO...............................................................................................................11 3.1 SINTOMAS.....................................................................................................11 3.2 MECANISMOS IMUNOLÓGICOS..................................................................11 3.3 EPIDEMIOLOGIA...........................................................................................12 3.4 DIAGNOSTICO..............................................................................................12 3.5 TRATAMENTO..............................................................................................13 4. ESCLEROSE MÚLTIPLA....................................................................................14 4.1 SINTOMAS....................................................................................................14 4.2 MECANISMOS IMUNOLÓGICOS.................................................................15 4.3 EPIDEMIOLOGIA..........................................................................................16 4.4 DIAGNOSTICO.............................................................................................17 4.5 TRATAMENTO.............................................................................................17 5. ARTRITE REUMATOIDE...................................................................................18 5.1 SINTOMAS..................................................................................................18 5.2 MECANISMOS IMUNOLÓGICOS...............................................................18 5.3 EPIDEMIOLOGIA........................................................................................19 4 5.4 DIAGNOSTICO............................................................................................19 5.5 TRATAMENTO............................................................................................20 6. DIABETES MELLITUS TIPO I..........................................................................21 6.1 SINTOMAS.................................................................................................21 6.2 MECANISMOS IMUNOLÓGICOS..............................................................21 6.3 EPIDEMIOLOGIA.......................................................................................22 6.4 DIAGNOSTICO E TRATAMENTO.............................................................22 7. CONCLUSÃO..................................................................................................25 8. REFERÊNCIAS...............................................................................................26 5 1. INTRODUÇÃO O sistema imunológico tem como função principal a defesa do nosso organismo contra agressões externas, particularmente contra agentes infecciosos como as bactérias e vírus. Existe um rigoroso sistema de vigilância interno que previne e ataca precocemente qualquer ameaça de infecção, mas também impede que o sistema imunitário cometa erros de identificação e reaja contra estruturas do próprio corpo, confundindo – as com estruturas exógenas. Os agentes patogênicos podem rapidamente evoluir e adaptar-se de modo a evitar a detecção e neutralização por parte do sistema imunitário, pelo que os vários mecanismos de defesa também evoluíram no sentido de reconhecê-los e neutralizar – lós. Até mesmo os simples organismos unicelulares possuem um sistema imunitário rudimentar, na forma de enzimas que os protegem de infecções por bacteriófagos. (FONSECA; 2007). Autoimunidade é uma falha em uma divisão funcional do sistema imunológico chamado auto – tolerância, que resulta em respostas imunes contra celulase/ou tecidos do próprio organismo. Qualquer doença que resulte deste tipo de resposta pode ser chamada de doença autoimune sistêmica. Dentre as doenças autoimunes inflamatórias sistêmicas estão incluídas a artrite reumatoide, o lúpus eritematoso sistêmico, a dermatomiosite, a polimiosite, a esclerose sistêmica, as vasculites e a síndrome de Sjögren.(LOPES; 2013). Os estímulos externos que despertam estas doenças em indivíduos geneticamente predispostos são inúmeros, comuns no dia a dia e muito difíceis de identificar. Consequentemente, é quase impossível, com os conhecimentos médicos atuais, identificar os doentes em risco de desenvolver doenças autoimunes e prevenir o contato com os agentes precipitantes. 6 2. LUPOS ERITEMATOSO SISTÊMICO O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença rara, acometendo mulheres jovens na fase reprodutiva, numa proporção de 10 mulheres para cada 1 homem variando de 14 a 50/100.000 habitantes, sendo uma patologia inflamatória crônica sistêmica, multissistêmica de causa desconhecida e de natureza autoimune por apresentar a presença de diversos auto-anticorpos. Evoluindo com manifestações clinicas polimórficas (que apresenta varias formas), com períodos de agravamento e remissão. De causa desconhecida, tem seu desenvolvimento ligado à predisposição genética e fatores ambientais. (REUMATOLOGIA, 2004) 2.1 SINTOMAS Os sinais e sintomas da patologia podem variar muito em qualquer estagio da doença, caracterizado por comprometer todo o organismo, compreendendo manifestações músculo – esqueléticas e cutâneas tais como dores nas articulações, febre alta, tendinite, artrite, fadiga extrema ou prolongada, mal estar, falta de apetite, emagrecimento, inflamações na pele, anemia, dor no tórax ao respirar profundamente, erupções no nariz, queda de cabelo, ulcerações no nariz, eritema e ceratose na mucosa bucal, sendo este sintoma o mais importante para o diagnostico definitivo da LES. Dentre as queixas mais frequentes dos pacientes estão à depressão e a ansiedade presentes em 78% dos casos. (LOPES; TERZI, 2013). A diversidade de sintomas manifestados pelas pacientes como os citados anteriormente, revelam a complexidade do quadro clínico evidenciando e o porquêdessa patologia ser confundida com outras doenças e as dificuldades para chegar ao diagnóstico. (ARAÚJO; YÉPEZ, 2007) 2.2 MECANISMOS IMUNOLOGICOS São encontrado em pacientes com LES anticorpos auto-reativos, tais auto anticorpos são dirigidos contra o material genético, principalmente para o DNA, ribonucleoproteínas e histonas. Os anticorpos auto-reativos formam imunocomplexos, que são anticorpos ligados ao antígeno, os mesmos são responsáveis por muitas das manifestações clínicas observadas em pacientes com a 7 doença. Estão estreitamente ligados ao LES, sendo a formação de anticorpos auto- reativos, produção de imunocomplexos, ativação do sistema complemento e a falha na tolerância central e periférica dos linfócitos T e B. (SILVA; SENA; CAVALCANTI, 2013). Segundo Carrol (2004) o mecanismo de produção de anticorpo auto-reativos observados em pacientes com LES, ocorre pelo reconhecimento de fragmentos apoptóticos pela IgM, receptor da célula B, o receptor de células B ao reconhecer fragmentos resultante da apoptose internaliza-os para o interior do linfócito B, o fragmento é processado e associado ao MHC II, em seguida o complexo fragmento apoptótico (antígeno) MHC II é apresentado pelo linfócito B ao linfócito T auxiliar, o linfócito T-CD4 reconhece o antígeno apresentado e começa a produzir citocinas. A produção de citocinas ativa o linfócito B e, esse modifica-se para plasmócito, o plasmócito secreta anticorpos auto-reativos específico para o DNA, onde a ligação do anticorpo com o antígeno vai originar imunocomplexos. 2.3 EPIDEMIOLOGIA Estudos epidemiológicos apontam que o LES é mais frequente entre mulheres, numa proporção de nove mulheres para cada homem, sendo sua incidência maior entre os 15 e 45 anos. No Brasil, não há estudos epidemiológicos mostrando a incidência de LES na população; enquanto que nos Estados Unidos estima-se que uma pessoa em cada 2000 apresenta a doença. Contudo, na cidade de Natal, em estudo realizado, a incidência é de 8,7/100.000/ano, o que parece ser maior que em outras partes do mundo, em virtude da permanente presença de luz solar com alto índice de raios ultravioleta. (ARAÚJO; YÉPEZ, 2007). Segundo a portaria nº 100, de 7 de fevereiro de 2013 do Ministério da Saúde que aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Lúpus Eritematoso Sistêmico no Brasil diz que: A LES afeta indivíduos de todas as raças, sendo 9 a 10 vezes mais frequente em mulheres durante a idade reprodutiva. A incidência estimada em diferentes locais do mundo é de aproximadamente 1 a 22 casos para cada 100.000 pessoas por ano, e a prevalência pode variar de 7 a 160 casos para cada 100.000 pessoas. No Brasil, estima-se uma incidência de LES em torno de 8,7 8 casos para cada 100.000 pessoas por ano, de acordo com um estudo epidemiológico realizado na região Nordeste. A mortalidade dos pacientes com LES é cerca de 3 a 5 vezes maior do que a da população geral e está relacionada a atividade inflamatória da doença, especialmente quando há acometimento renal e do sistema nervoso central (SNC), a maior risco de infecções graves decorrentes da imunossupressão e, tardiamente, às complicações da própria doença e do tratamento, sendo a doença cardiovascular um dos mais importantes fatores de morbidade e mortalidade dos pacientes. Fadiga é uma das queixas mais prevalentes do LES em atividade. Febre, geralmente moderada e com resposta rápida ao glicocorticoide (GC), é verificada na maioria dos pacientes no momento do diagnóstico. Mialgias, perda de peso e linfadenopatia reacional periférica podem ser comumente encontradas nos pacientes com LES. (Opus Citatum). 2.4 DIAGNOSTICO Para estabelecer o diagnostico da LES, que se baseia nos critérios elaborados pelo American College of Rheumatology (ACR), é necessário que o paciente apresente pelo menos quatro sintomas dos onze a serem apresentados. Eritema malar que é uma lesão eritematosa fixa em região malar, plana ou em relevo, lesão discoide que é caracterizada por lesão eritematosa, infiltrada, com escamas queratóticas; fotossensibilidade como reação não usual à exposição à luz solar, de acordo com a história do paciente; úlceras orais/nasais usualmente indolores, observadas pelo médico; artrite não erosiva envolvendo duas ou mais articulações periféricas, caracterizadas por dor e edema ou ainda derrame articular; serosite caracterizada por história convincente de dor pleurítica ou atrito auscultado pelo médico ou evidência de derrame pleural ou pericardite documentado por eletrocardiograma, atrito ou evidência de derrame pericárdico; comprometimento renal; alterações neurológicas como convulsão ou psicose; alterações hematológicas como anemia hemolítica ou leucopenia ou ainda linfopenia; alterações imunológicas, anticorpo anti-DNA nativo ou anti-Sm, ou presença de anticorpo antifosfolípide baseado em níveis anormais de IgG ou IgM anticardiolipina; teste positivo para anticoagulante lúpico ou teste falso positivo para sífilis, por no mínimo seis meses e por fim anticorpos antinucleares que recebe esse título por ser uma forma anormal de anticorpo anti-nuclear detectado por imunofluorescência indireta ou método 9 equivalente, em qualquer época, e na ausência de drogas conhecidas por tambem estarem associadas à síndrome do lúpus induzido por drogas. (SATO; BONFÁ et al, 2002). Ainda segundo SATO et al, (2002) estes critérios foram desenvolvidos para uniformizar a definição de LES para estudos científicos. Embora muito raro, é possível a existência de pacientes com LES sem apresentarem nenhum desses sintomas. Por tanto é de suma importância à avaliação laboratorial para reforçar o diagnóstico quando se observar alterações tais como: leucopenia, anemia, linfopenia, plaquetopenia e alterações do sedimento urinário. Para o diagnóstico de LES e de particular importância a pesquisa de anticorpos ou fatores antinucleares (FAN) por imunofluorescência indireta (IFI), utilizando como substrato as células HEp-2. Embora não específico para o diagnóstico de LES, a positividade desse teste serve como triagem em virtude de sua alta sensibilidade, em torno dos 95% e alto valor preditivo negativo. Nos raros casos de LES com pesquisa de FAN negativa, particularmente com lesões cutâneas fotossensíveis, é recomendado a realização da pesquisa de anticorpos anti-SSa/Ro. A pesquisa de anticorpos como anti – DNA nativo, anti-Sm, anti-RNP e células LE pode contribuir para melhor caracterização laboratorial do quadro. Por outro lado, a negatividade do FAN dispensaria a pesquisa desses auto – anticorpos. 2.5 TRATAMENTO Algumas medidas gerais são recomendadas como parte da abordagem terapêutica, entre elas estão informar ao paciente e familiares o que é a doença, sua evolução, riscos e os recursos disponíveis para diagnóstico e tratamento, transmitir otimismo e motivação para o tratamento, repouso nos períodos de atividade sistêmica da doença e medidas visando a melhora do condicionamento físico já em relação aos alimentos não há evidência científica de que os mesmos possam influenciar o desencadeamento ou evolução da doença, recomendando a adoção de uma dieta balanceada, evitando-se excessos de sal, carboidratos e lipídios, indicando proteção contra luz solar e outras formas de irradiação ultravioleta e evitar o tabaco. (REUMATOLOGIA, 2004). 10 Para iniciar um tratamento medicamentoso deve – se observar o quadro de cada paciente de forma individual, pois cada um dos mesmos pode ter um órgão ou sistema gravemente acometido. Quando houver manifestação que não respondaa uma droga, pode ser necessário fazer uso continuo de diversos medicamentos. Independente do órgão ou sistema afetado, o uso contínuo de antimaláricos (difosfato de cloroquina: 4 mg/kg/dia ou sulfato de hidroxicloroquina: 6 mg/kg/dia) é indicado com a finalidade de reduzir a atividade da doença e tentar poupar corticoide em todos os pacientes com LES. Além dos antimaláricos, os glicocorticóides (GC) são as drogas mais utilizadas no tratamento do LES. A dose de GC varia de acordo com a gravidade de cada caso. É importante o diagnóstico diferencial entre atividade da doença e infecção, lembrando-se da possibilidade de coexistência de ambas, assim como da presença de comorbidades. (SATO et al. 2002). 11 3. VITILIGO O vitiligo é uma doença caracterizada pela despigmentação e manchas esbranquiçadas na pele, devido à redução de melanócitos (células dendríticas produtoras de melanina) da epiderme ou a perda de suas funções. (ROSA; NATALI; 2009). É uma das dermatoses com efeito psicológico mais devastador. O fator que leva a destruição dos melanócitos continua desconhecido. É uma doença multifatorial, envolvendo fatores genéticos, hereditários, imunológicos e ambientais. (ANTELO; FILGUEIRA; CUNHA; 2008). 3.1 SINTOMAS O principal sintoma de vitiligo é a despigmentação da pela, geralmente com o aparecimento de manchas pelo corpo. Ouros sinais de vitiligo incluem: Perde de pigmentação nas sobrancelhas, no cabelo, cílios e barba. Manchas esbranquiçadas em torno dos órgãos genitais, axilas, umbigo e reto. Alteração ou perda da cor da retina. Mudança ou perda de cor nos tecidos que revestem o interior da boca e do nariz. É difícil saber como a doença ira progredir. Há casos em que a doença para espontaneamente e sem nenhum tipo de tratamento. Em alguns casos, a despigmentação se espalha pelo corpo todo. Isso, no entanto, será relacionado única e exclusivamente ao paciente. Uma vez tendo perdido a cor da pele, dificilmente a pele voltara a cor normal. (ROSA; NATALI; 2009) 3.2 MECANISMO IMUNOLOGICO Na camada basal, foi identificado um processo de vacuolização e degeneração dos queratinócitos, melanócitos e células de langerhans, através da microscopia eletrônica. Além disso, ocorreu também uma infiltração inflamatória com linfócitos e histiócitos localizados na derme papilar, próximo ao local de lesão. 12 Descobriu – se que a infiltração é composta de principalmente de linfócitos T CD8. Esses fatores impedem ou dificultam o processo de melanogênese. O processo de melanogênese acontece em uma cascata em torno de dez reações, resumindo, entretanto, observa-se a inversão do aminoácido tirosina (derivado da fenilalanina) em melanina através dos melanócitos. A melanina que é produzida se transfere para os queratinócitos que se depositam na epiderme. Com isso, podemos concluir que uma infiltração linfocítica e um processo de vacuolização dessas células podem interromper tanto a síntese de melanina quanto o processo de deposição desse pigmento, resultando nas máculas frequentemente observadas. (ABUL K. ABBAS; 2003) 3.3 EPIDEMIOLOGIA A vitiligo atinge apenas 1% da população, em relação as crianças 23% a 26% são menores de 12 anos de idade. Geralmente as mulheres são mais acometidas do que os homens, porem, recentes estudos sugerem prevalência igual para ambos os sexos. (ROSA; NATALI; 2009) 3.4 DIAGNOSTICO Basicamente o diagnostico do vitiligo é clinico, com máculas acrômicas (manchas) e pele normal existindo simultaneamente em uma mesma pessoa. Conforme Sampaio e Rivitti (1998), Issa (2003) e Steiner e colaboradores (2004), o diagnostico do vitiligo pode ser classificado: Vitiligo Generalizada: É a mais comum apresentação da doença, com acometimento simétrico, bilateral, atingindo o rosto, pescoço, dorso, axilas, superfícies mucosa e orifícios. Vitiligo Acrofacial: Apresenta manchas esbranquiçadas em superfícies acrais (extremo dos dedos e dorso das mãos e pés) e em áreas faciais, como olhos, nariz, orelhas e boca. Vitiligo Focal: Mácula (mancha) isolada em determinada localização. Vitiligo Segmentar: Ocorre em um dermátomo (regiões da pele inervadas por fibras que saem da coluna vertebral).Pelo aparecimento precoce, curso 13 recalcitrante e baixa associação com doenças auto-imunes, é considerado um tipo especial de vitiligo Vitiligo Universal: Despigmentação de toda a superfície corporal. 3.5 TRATAMENTO O vitiligo se apresenta de forma diferenciada em cada paciente. Fazendo com que o tratamento indicado pelo dermatologista seja individualizado, de acordo com cada caso. Os corticoides de uso tópico são frequentemente utilizados no tratamento do vitiligo. Uma meta-análise feita em 1998, revelou que o uso de corticoide dos tipos 3 e 4 (tipo 3), dipropionato de betametasona, (tipo 4) dexametasosa, prednisolona) resultou em torno de 75% de repigmentação em torno de 56% dos pacientes com vitiligo segmentar e em 55% dos pacientes com vitiligo generalizada. Outra meta-análise mostrou que corticoides da classe 3 são mais efetivos e seguros para o vitiligo segmentar. (BELLET; PROSSE; 2005) O uso do corticoide sistêmico está fundamentado na possibilidade de a atividade da doença estar associada a autoimunidade contra os melanócitos. Observou-se uma redução do complemento mediado pela citotoxicidade de auto- anticorpos contra melanócitos e dos títulos de anticorpos contra os melanócitos em pacientes que receberam corticosteróides oral. Porem, o tratamento mediado por corticoides trás efeitos colaterais indesejáveis, como o aumento de peso, erupções acneiformes, estrias, insônia, osteoporose e, em casos mais raros, necrose asséptica dos ossos. (STEINER et al. 2004). 14 4. ESCLEROSE MÚLTIPLA A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o cérebro e a medula espinhal (sistema nervoso central). Isso acontece porque o sistema imunológico do corpo confunde células saudáveis com "intrusas", e as ataca provocando lesões no cérebro. O sistema imune do paciente corrói a bainha protetora que cobre os nervos, conhecida como mielina. Os danos à mielina causam interferência na comunicação entre o cérebro, medula espinhal e outras áreas do seu corpo. Esta condição pode resultar na deterioração dos próprios nervos, em um processo irreversível. Ao longo do tempo, a degeneração da mielina provocada pela doença vai causando lesões no cérebro, que podem levar à atrofia ou perda de massa cerebral. Em geral, pacientes com esclerose múltipla apresentam perda de volume cerebral até cinco vezes mais rápida do que o normal. (SCHOLZ; OLIVEIRA, 2011). 4.1 SINTOMAS Os sintomas da Esclerose Múltipla se manifestam de diferentes formas, Na grande maioria dos portadores, a doença provoca uma série de surtos cujos sintomas podem ser discretos ou intensos e que aparecem e desaparecem. Isso faz o doente recuperar-se parcial ou totalmente das dificuldades resultantes desses sintomas. Dependendo da área afetada do sistema nervoso, o quadro varia de pessoa para pessoa e perdura de tempos em tempos na mesma pessoa (surto e remissão, respectivamente). As lesões da Esclerose Múltipla provocam grande variedade de sintomas e sinais iniciais Surgem então debilidade de uma ou mais extremidades (braços e pernas), perda visual unilateral (neurite óptica), falta de coordenação e parestesias, incontinências, hesitação no andar, retenção urinária, vertigens, perda de audição, dor facial, dores nos braços, pernase no tronco. Com menor freqüência, ocorrem disartria e alteração das funções intelectuais. A debilidade afeta mais freqüentemente as pernas e pode produzir uma gama de disfunções, de leve fadiga até a paraparesia (diminuição da força nos membros superiores ou inferiores). Braços e mãos podem ser afetados isoladamente ou em conjunto com as pernas. A fadiga que ocorre na EM é diferente da que é percebida por indivíduos saudáveis ou até em outras doenças. Costuma ter uma carga de 15 estresse físico e psicológico, especialmente na realização das tarefas de vida diária; a fadiga ocorre mais frequentemente nos tipos primariamente e secundariamente progressivas de Esclerose Múltipla; geralmente piorada pelo calor e umidade; os pacientes percebem que têm de empregar um esforço desproporcionalmente grande para desempenhar uma tarefa específica e impacta enormemente sua auto-estima, seu trabalho e sua qualidade de vida. A velocidade do surgimento dos sintomas pode variar de minutos ou até dias, e, nos pacientes que apresentam curso progressivo crônico, os sintomas podem aumentar gradualmente, durante muitos meses. (CALEGARO, 2001). 4.2 MECANISMOS IMUNOLOGICOS A Esclerose Múltipla (EM) foi considerada durante muito tempo como apenas uma doença autoimune, mediada por uma resposta inflamatória contra antígenos das proteínas componentes da bainha de mielina do SNC. Atualmente os pesquisadores reconhecem, além do componente inflamatório, a existência de um processo neurodegenerativo ao longo do curso da doença que é responsável pela progressão da incapacidade neurológica. As células auto-reativas que é como são chamadas as células do sistema imune, que reagem aos componentes da mielina ex: os linfócitos T e são mantidas em equilíbrio devido a uma complexa interação de mecanismos imunológicos que resultam no fenômeno conhecido como tolerância imunológica. Esse processo de indução de tolerância dos linfócitos T ocorre durante o processo de maturação do timo, um órgão linfoide que promove a maturação dos linfócitos T. A manutenção da tolerância envolve a complexa interação entre as células potencialmente auto-reativas, ou seja, com capacidade auto-agressora contra antígenos do próprio organismo e as células com atividade reguladora, que podem atuar tanto através do contato célula a célula como através do aumento de citosinas com ação anti-inflamatória (moléculas envolvidas na emissão de sinais entre as células). As citosinas são glicoproteicas produzidas por vários tipos celulares que, através da ligação com receptores específicos, possuem a função de sinalizar e facilitar a comunicação entre as células do sistema imune e dos demais sistemas do organismo (cardiovascular, respiratório, etc.). Possuem a habilidade de agir em diferentes tipos celulares mediando, por esta razão, diferentes efeitos 16 biológicos. Podem, inclusive, influenciar as próprias células que as secretaram ou células próximas, ou ainda de atuarem distante do local da sua produção. A rede de citosinas é extremamente complexa e as evidências demonstram sua importância na fisiopatologia da EM. (SILVA; CASTRO, 2011). 4.3 EPIDEMIOLOGIA Segundo Oliveira e Souza (1998), estudos epidemiológicos realizados entre 1920 e 1940 na Irlanda, Suíça, Estados Unidos da América foram diagnosticados um numero maior de casos da doença nas áreas temperadas, ou seja, regiões que apresentam estações do ano bem definidas com verões quentes e invernos frios. Estudos realizados por Kurtzke, quarenta anos depois, sobre a distribuição geográfica e a incidência permitiram dividir o mundo e especialmente a Europa, em três zonas. Zonas de alta prevalência, com índices acima de 30/100.000 habitantes, incluíam o norte da Europa e dos Estados Unidos da América, o sul do Canadá e da Austrália e a Nova Zelândia. Zonas de média prevalência com taxas de 5 a 25/100.000, compreendiam o sul da Europa e dos Estados Unidos e a maior parte da Austrália. Zonas de baixa prevalência, com taxas inferiores a 5/100.000 habitantes, eram representadas por regiões da Ásia e da África. Esses estudos atribuíam um gradiente relacionado à latitude na distribuição da esclerose múltipla. A partir de 1990, novos estudos têm evidenciado que essa distribuição geográfica não é tão real. O Brasil é considerado um país de baixa prevalência. A estimativa da cidade de São Paulo é de aproximadamente 5/100.000 habitantes. Entretanto, os estudos na América Latina apontam para taxas de prevalência entre 4 a 12/100.000. Em relação à distribuição por raça, a esclerose múltipla é mais comum em brancos, sendo considerada rara entre os orientais negros e índios. Entretanto, alguns trabalhos brasileiros demonstraram a presença de 30% de negros entre os doentes. Quanto à distribuição por sexo, a esclerose múltipla é mais comum nas mulheres e, levando-se em consideração a faixa etária, verificamos que a doença é mais comum nos adultos jovens, sendo rara em pessoas com menos de 12 anos e após 60 anos. 17 4.4 DIAGNOSTICO É de fundamental importância que se tenha em mente o seguinte conceito de que a esclerose múltipla é uma doença que exige, para o seu diagnóstico, a comprovação objetiva de disseminação no tempo e no espaço, desde que não haja melhor explicação para os achados. Chama-se disseminação no tempo a ocorrência de sinais neurológicos separados no tempo por pelo menos 30 dias. Chama-se disseminação no espaço a comprovação objetiva, ao exame neurológico, de sinais localizados em, pelo menos, dois diferentes sítios no SNC: papila óptica pálida ao exame de fundo de olho (lesão de nervo óptico) e oftalmoplegia internuclear (lesão localizada no tronco encefálico). Ainda assim, diante de um paciente com disseminação temporal e espacial, é necessário que se excluam outras doenças que possam se apresentar com o mesmo quadro clínico, realizando os exames citados no item anterior e reavaliando clinicamente. Se os critérios forem preenchidos e não houver outra explicação para a apresentação clínica, o diagnóstico será de EM. Se houver suspeita clínica de EM, mas os critérios não forem preenchidos, o diagnóstico será de “EM possível”; Se outro diagnóstico surgir durante a avaliação clínica que explique melhor a sintomatologia, o diagnóstico não será de EM. Um surto é definido como um episódio de alterações neurológicas provavelmente de origem inflamatória e desmielinizante. Deve haver alterações objetivas ou observação objetiva de que o evento durou no mínimo 24 horas. .(OLIVEIRA; SOUZA, 1998). 4.5 TRATAMENTO Uma vez confirmado o diagnóstico de esclerose múltipla, uma doença inflamatória desmielizante, com manifestação remitente – recorrente, o tratamento tem dois objetivos principais: abreviar a fase aguda e tentar aumentar o intervalo entre um surto e outro. No primeiro caso, os corticosteroides são drogas úteis para reduzir a intensidade dos surtos. No segundo, os imunossupressores e imunomoduladores ajudam a espaçar os episódios de recorrência e o impacto negativo que provocam na vida dos portadores de esclerose múltipla, já que é quase impossível eliminá-los com os tratamentos atuais. (OLIVEIRA; SOUZA, 1998). 18 5. ARTRITE REUMATOIDE A artrite reumatoide se resume a inflamação das articulações (juntas). Caracterizada por poliartrite periférica, simétrica, que leva á deformidade e a destruição das articulações por erosão do osso e cartilagem. Quando a envolvimento de outros órgãos, a morbidade e a gravidade da doença se torna muito maior, podendo diminuir a expectativa de vida do individuo de 5 a 10 anos.O tratamento correto e precoce pode prevenir o aparecimento de deformidades, fazendo com que melhore a qualidade de vida das pessoas com a doença. (Laurindo et AL; 2002). 5.1 SINTOMAS O principal sintoma da doença é a dor nas juntas. Essa dor acontece em varias articulações, como por exemplo, os cotovelos, joelhos e dedos das mãos. A dor se inicia em uma ou duas juntas, se espalhando para o restante do corpo em seguida, podendo aparecer outros sinais de inflamação, como o inchaço e o calor. Muitos dos pacientes sentem certa rigidez ao acordarem e dificuldade de dormir a noite. A inflamação provoca o acumulo de liquido dentro da junta. E esse liquido que é conhecido como liquido sinovial pode se acumular em grandes quantidades provocando dificuldade nos movimentos e gerando muita dor. Em muitos casos o médico retira o liquido acumulado, principalmente no joelho. (REUMATOLOGIA; 2009). 5.2 MECANISMO IMUNOLOGICO Geralmente a membrana sinovial é composta por apenas uma camada de tecido, quando inflamada atinge cerca de dez camadas celulares a custa de macrófagos (sinóviocitos tipo A), fibroplastos transformados (sinóviocitos tipo B) e produtores de uma serie de mediadores inflamatórios com o nome de interleucinas. As principais interleucinas que irão mediar o processo da inflamação são a interleucina 1 (IL-1), interleucina 6 (IL-6) e fator de necrose tumoral (TNF). O tecido sinovial repleto de células inflamatórias é rico em enzimas que lesão a articulação (metaloproteinas), denominadas de pannus.O primeiro evento que vai estimular o 19 processo inflamatório e levar ao desenvolvimento do pannus parece ser a apresentação pelo macrófago (ou célula dendritica) de uma proteína ate hoje não identificada, previamente processada e ligada à molécula da superfície do sistema HLA-DRB1. Essa apresentação será feita para o linfócito T auxiliador (helper) através de seus receptores específicos. Formando assim um complexo de três moléculas: a molécula HLA, a proteína não identificada e a molécula do receptor do linfócito. Após se formar esse complexo o linfócito T auxiliador mudara suas características fenotípicas e passa a lançar interleucinas estimuladoras da proliferação de linfócitos e macrófagos (IL-2 e interferon-gama, sequencialmente) passando a ser denominado linfócito Th1. A partir daí, o processo inflamatório se desencadeara em varias etapas, produzindo e interferindo vários mediadores, devido ao aparecimento do pannus. (SILVA; VANNUCCI et al; 2003). 5.3 EPIDEMIOLOGIA Essa doença atinge cerca de 1% da população. Qualquer individuo, desde crianças ate idosos pode vir a ter a doença. No entanto o desenvolvimento dela é mais comum em mulheres entre 40 a 50 anos de idade. Pessoas com histórico familiar da doença correm mais risco de desenvolver a artrite reumatoide. (Laurindo et AL; 2002). 5.4 DIAGNOSTICO O diagnostico depende da associação de uma serie de sintomas e sinais clínicos, achados laboratoriais e radiográficos. Dados importantes da historia incluem dor e inchaço em varias articulações, que costumam ser em padrão simétrico. Embora várias articulações possam ser afetadas, os sinais da inflamação são mais frequentes na segunda e terceira articulação metacarpofalangeaneas, as interfalangeanas próximas (mãos), metatarsofalangeaneas (pés), joelhos, punhos, cotovelos e ombros. Outro local afetado é a articulação têmporo-mandibular, sendo confundida muitas vezes com dor de ouvido ou dor na região da arcaria dentaria (dentes do siso). (SILVA; VANNUCCI et al; 2003). 20 5.5 TRATAMENTO Diagnosticar de forma rápida e iniciar rapidamente o tratamento é fundamental para o controle da atividade da doença e prevenir incapacidade funcional e lesões articulares irreversíveis. Os principais objetivos do tratamento são controlar e prevenir a lesão articular, prevenir a perda de função e diminuição da dor. A remissão completa, que é o objetivo final do tratamento nem sempre é alcançada. O tratamento deve ser um processo dinâmico, sendo o tempo todo reavaliado. O paciente sempre tem que estar ciente das decisões tomadas pelos médicos, principalmente os planos terapêuticos. Passar pela avaliação de um reumatologista é altamente aconselhável quando o médico responsável não se sentir seguro em relação à doença. (Laurindo et al; 2002). 21 6. DIABETES MELLITUS TIPO I O Diabetes Mellitus do Tipo I acontece quando a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois suas células sofrem de destruição autoimune. O pâncreas perde a capacidade de produzir insulina em decorrência de um defeito do sistema imunológico, fazendo com que nossos anticorpos ataquem as células que produzem a esse hormônio. Apresenta patogenia complexa, envolvendo a participação de vários fatores, dentre esses a sensibilidade imunogenética com forte associação aos genes de histocompatibilidade (HLA- antígeno leucocitário humano) eventos ambientais e reposta autoimune com presença de auto-anticorpos ou linfócitos auto-reativos, resultando em anormalidades metabólicas. Decorrente da destruição seletiva das células betapancreáticas, tem sido considerada uma doença autoimune órgão – específica. (FERNANDES et al. 2005). 6.1 SINTOMAS Dentre diversos sintomas que as pessoas acometidas dessa doença autoimune podem sofrer, estão: Vontade de urinar diversas vezes ao dia, fome frequente, sede constante, perda de peso (em alguns casos ela ocorre mesmo com a fome excessiva), fraqueza, fadiga, nervosismo, mudanças de humor, náuseas e vômitos. (SESTERHEIN et al. 2007) 6.2 MECANISMOS IMUNOLOGICOS Segundo Dr. Mauro Scharf Pinto da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes - 2012) o DM1 ou diabetes imunomediado e também chamado de diabetes dependente de insulina, é uma situação onde ocorre uma destruição de células β, usualmente levando à deficiência absoluta de insulina. Os marcadores da destruição imune incluem os autoanticorpos contra as células das ilhotas, contra a insulina e contra a descarboxilase do ácido glutâmico, sendo uma doença crônica que resulta do ataque autoimune ao órgão específico. Quando os linfócitos T autorreativos destroem as células beta pancreáticas, ocorre a absoluta deficiência da produção de insulina. Os principais autoanticorpos encontrados no soro dos pacientes são: anti- insulina (IAA), anti-ilhota pancreática (ICA512), antidescarboxilase do ácido 22 glutâmico (anti-GAD), antitirosina fosfatase (IA2) e antitransportador do Zinco. A presença desses anticorpos pode ocorrer em pacientes com diagnóstico em qualquer faixa etária, sendo mais comum na infância e adolescência, porém, podendo se estender à faixa etária adulta. O DM1 é uma doença considerada poligênica e dentre os fatores genéticos de risco envolvidos no seu desencadeamento, os genes do sistema de histocompatibilidade humano (HLA), principalmente os de classe II DR3, DR4 E DQ, são responsáveis por 40% do componente genético desta doença crônica. HLA-DQB1*0201/ DQB1*0302 são polimorfismos frequentes na nossa população. Fatores conhecidos por gatilhos ambientais compõem e completam o quadro para o inicio da doença. Genes não HLA já estão identificados e também formam o quadro de predisposição à doença, identificados em pacientes recém-diagnosticados. 6.3 EPIDEMIOLOGIA O DM1 é hoje um dos maiores problemas de saúde em todo o mundo. Atualmente, mais de 250 milhões de pessoas convivem com a doença, mas espera- se que este número chegue a 380 milhões, em 2025. O Brasil ocupa a 4ª posição entre os países com maior prevalência de diabetes:são 13,7 milhões de pessoas, e muitas ainda nem foram diagnosticadas. (SAKAE et al. 2004) Uma das doenças crônicas mais comuns entre crianças e adultos jovens, o DM1 pode se desenvolver em qualquer faixa etária, sendo mais frequente antes dos 20 anos de idade. Acomete cerca de 0,3% das populações caucasianas, com pico de início da doença entre os 11 e 12 anos de idade. Embora a etiologia do DM1 seja extensamente estudada, os mecanismos precisos envolvidos na iniciação, progressão e destruição autoimune das células beta permanecem não totalmente elucidados. Diversos fatores estão implicados, dentre esses, fatores genéticos, imunológicos e ambientais. A incidência aproxima-se de 0,5 casos novos para cada 100.000 habitantes ao ano. (FERNANDES et al. 2005). 6.4 DIAGNOSTICO E TRATAMENTO São diversas as classificações do DM1. Os mais conhecidos são: Diabetes tipo 1, Diabetes tipo 2, Diabetes gestacional, Pré-diabetes. Dentre as complicações 23 do diabetes estão: retinopatia diabética, edema macular diabético, pé diabético, infarto, podendo evoluir com complicações macro e microvasculares, oculares, renais e até neurológicas, dentre outras. O tratamento para DM1 tem seguido historicamente a trilogia insulina/alimentação/ atividade física. Com os novos avanços tecnológicos e terapêuticos, e novos conhecimentos dos fatores psicológicos e sociais que envolvem o diabetes, pode se dizer que hoje a trilogia deveria mudar para insulina/ monitorização /educação em diabetes, incluindo em educação a alimentação, a atividade física e a orientação para os pacientes e suas famílias. Assim que for feito o diagnóstico da DM1a insulina deve ser iniciada. A escolha do melhor esquema terapêutico deve levar em consideração as características das insulinas, idade, puberdade, horário de escola/ trabalho, atividades físicas, padrão de alimentação e, mais importante, aceitação do esquema proposto pelo paciente e pela família. Os tipos de insulina mais usados para o tratamento da DM1 são: Insulina regular (R) Insulina humana, a R deve ser usada para correções de glicemias elevadas ou como insulina pré-prandial, com aplicação 30 minutos antes da refeição para que o pico de ação coincida com a absorção do alimento. Insulina intermediária (NPH - Neutral Protamine Hagedorn) A NPH é baseada na adição de protamina à insulina, que retarda a absorção da insulina após aplicação no subcutâneo. Seu aspecto é de uma suspensão de aspecto turvo, que exige uma mistura prévia à aplicação para homogeneização para estabilização, Análogos da insulina, são produtos sintéticos, provenientes de modificações na estrutura da molécula da insulina, desenvolvidos com o objetivo de aproximar o tratamento à fisiologia da secreção de insulina, moléculas modificadas da insulina que o nosso corpo naturalmente produz, e podem ter ação ultrarrápida ou ação lenta. Existem alguns tipos de análogos ultrarrápidos disponíveis no mercado brasileiro, são eles: Asparte, Lispro e Glulisina. Após serem aplicados, seu início de ação acontece de cinco a 15 minutos e seu efeito máximo se dá entre meia e duas horas. São encontrados também dois tipos de ação longa: Glargina e Detemir. A insulina análoga Glargina tem um início de ação entre duas a quatro horas após ser aplicada, não apresenta pico de ação máxima e funciona por 20 a 24 horas. Já o análogo Detemir tem um início de ação entre uma a três horas, pico de ação entre seis a oito horas e duração de 18 a 22 horas. Pré-mistura consiste de preparados especiais que combinam diferentes tipos de insulina em várias proporções. Podem ser 90:10, ou seja 90% de insulina lenta ou intermediária e 10% de insulina rápida 24 ou ultrarrápida. Eles também pode ter outras proporções, como 50:50 e 70:30. (CALLIARI, 2012) 25 CONCLUSÃO Quando se fala de autoimunidade, o problema já é ligado automaticamente ao sistema imunitário, o mesmo detecta células do próprio organismo como invasores e as ataca. Os distúrbios do sistema imunitário podem afetar todos os órgãos do corpo humano, e normalmente duram toda a vida. Em alguns casos, também pode afetar simultaneamente várias partes do corpo. Esta característica e ligada a doenças como, por exemplo, reumáticas autoimunes, como a artrite reumatoide ou o lúpus eritematoso disseminado. O diagnóstico precoce é essencial para o tratamento das doenças autoimunes. Identificar uma doença autoimune na fase inicial oferece a melhor chance de evitar ou atrasar danos irreversíveis aos órgãos ou tecido-alvo. A causa exata do mecanismo autoimune não é conhecida, mas pesquisadores através de estudos sobre a autoimunidade e suas doenças relatam a possibilidade de haver reatividade cruzada com antígenos, modificação de antígenos próprios, reatividade cruzada a antígenos exógenos, desregularização de citosinas e expressão inapropriada de MHC, função supressora, antígeno “sequestrado” e escape de clones celulares autorreativos na causa desse distúrbio do sistema imune. Geralmente cada doença autoimune tem seu esquema próprio de tratamento. Algumas delas, inclusive, como diabetes tipo 1 e tireoidite de Hashimoto, não são tratadas com drogas imunossupressoras. Não existe um tratamento único que sirva para todas as doenças autoimunes. O estudo da expressão gênica de doenças autoimunes é um grande aliado e pode fornecer evidências dos elementos envolvidos tanto no surgimento quanto na progressão e definição do grau de severidade dessas doenças. Além disso, é possível aplicar o conhecimento adquirido na condução mais efetiva do tratamento e na identificação de alvos específicos para o desenvolvimento de potenciais terapias. 26 7. REFERÊNCIAS Universidade Vila Velha; Manual de Orientação na Elaboração e Formatação de Trabalhos de Conclusão de Curso, Biblioteca Central – Vila Velha, UVV, 2014. Carroll, M. C.; A protective role for innate immunity in systemic lupus erythematosus, Nature Review Immunologys, Vol .4, 2004. ARAÚJO, Adriana Dias; TRAVERSO-YÉPES, Martha Azucena. Expressões e Sentidos do Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES). Estudos em Psicologia; 2007. REUMATOLOGIA; Sociedade Brasileira de, Lúpus Eritematoso Sistêmico: Tratamento do Acometimento Cutâneo/Articular. Projeto & Diretrizes; 2004. 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