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DOENÇA AUTOIMUNE

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FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
 
ABENILTON PEREIRA DE CARVALHO JUNIOR 
BRUNA PAULA BROEDEL 
CIRO ZAMBONI 
OTAVIO DE SOUZA FRAGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇAS AUTOIMUNES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VILA VELHA - ES 
NOVEMBRO DE 2015 
 
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ABENILTON PEREIRA DE CARVALHO JUNIOR 
BRUNA PAULA BROEDEL 
CIRO ZAMBONI 
OTAVIO DE SOUZA FRAGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇAS AUTOIMUNES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VILA VELHA - ES 
 NOVEMBRO DE 2015 
Trabalho apresentado ao Curso 
de Graduação em FARMÁCIA da 
Universidade Vila Velha – UVV, 
como parte das exigências da 
disciplina de Imunologia. 
 
Orientador (A) Tatiana Có. 
 
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SUMÁRIO 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................05 
2. LUPOS ERITEMATOSO SISTÊMICO...................................................................06 
2.1 SINTOMAS......................................................................................................06 
2.2 MECANISMOS IMUNOLÓGICOS..................................................................06 
2.3 EPIDEMIOLOGIA............................................................................................07 
2.4 DIAGNOSTICO...............................................................................................08 
2.5 TRATAMENTO...............................................................................................09 
3. VITILIGO...............................................................................................................11 
3.1 SINTOMAS.....................................................................................................11 
3.2 MECANISMOS IMUNOLÓGICOS..................................................................11 
3.3 EPIDEMIOLOGIA...........................................................................................12 
3.4 DIAGNOSTICO..............................................................................................12 
3.5 TRATAMENTO..............................................................................................13 
4. ESCLEROSE MÚLTIPLA....................................................................................14 
4.1 SINTOMAS....................................................................................................14 
4.2 MECANISMOS IMUNOLÓGICOS.................................................................15 
4.3 EPIDEMIOLOGIA..........................................................................................16 
4.4 DIAGNOSTICO.............................................................................................17 
4.5 TRATAMENTO.............................................................................................17 
5. ARTRITE REUMATOIDE...................................................................................18 
5.1 SINTOMAS..................................................................................................18 
5.2 MECANISMOS IMUNOLÓGICOS...............................................................18 
5.3 EPIDEMIOLOGIA........................................................................................19 
 
4 
 
 
5.4 DIAGNOSTICO............................................................................................19 
5.5 TRATAMENTO............................................................................................20 
6. DIABETES MELLITUS TIPO I..........................................................................21 
6.1 SINTOMAS.................................................................................................21 
6.2 MECANISMOS IMUNOLÓGICOS..............................................................21 
6.3 EPIDEMIOLOGIA.......................................................................................22 
6.4 DIAGNOSTICO E TRATAMENTO.............................................................22 
7. CONCLUSÃO..................................................................................................25 
8. REFERÊNCIAS...............................................................................................26 
 
 
5 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O sistema imunológico tem como função principal a defesa do nosso 
organismo contra agressões externas, particularmente contra agentes infecciosos 
como as bactérias e vírus. Existe um rigoroso sistema de vigilância interno que 
previne e ataca precocemente qualquer ameaça de infecção, mas também impede 
que o sistema imunitário cometa erros de identificação e reaja contra estruturas do 
próprio corpo, confundindo – as com estruturas exógenas. Os agentes 
patogênicos podem rapidamente evoluir e adaptar-se de modo a evitar a detecção e 
neutralização por parte do sistema imunitário, pelo que os vários mecanismos de 
defesa também evoluíram no sentido de reconhecê-los e neutralizar – lós. Até 
mesmo os simples organismos unicelulares possuem um sistema imunitário 
rudimentar, na forma de enzimas que os protegem de infecções por bacteriófagos. 
(FONSECA; 2007). 
 
Autoimunidade é uma falha em uma divisão funcional do sistema imunológico 
chamado auto – tolerância, que resulta em respostas imunes contra celulase/ou 
tecidos do próprio organismo. Qualquer doença que resulte deste tipo de resposta 
pode ser chamada de doença autoimune sistêmica. Dentre as doenças autoimunes 
inflamatórias sistêmicas estão incluídas a artrite reumatoide, o lúpus eritematoso 
sistêmico, a dermatomiosite, a polimiosite, a esclerose sistêmica, as vasculites e a 
síndrome de Sjögren.(LOPES; 2013). 
 
Os estímulos externos que despertam estas doenças em indivíduos 
geneticamente predispostos são inúmeros, comuns no dia a dia e muito difíceis de 
identificar. Consequentemente, é quase impossível, com os conhecimentos médicos 
atuais, identificar os doentes em risco de desenvolver doenças autoimunes e 
prevenir o contato com os agentes precipitantes. 
 
 
 
6 
 
 
2. LUPOS ERITEMATOSO SISTÊMICO 
 
O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença rara, acometendo 
mulheres jovens na fase reprodutiva, numa proporção de 10 mulheres para cada 1 
homem variando de 14 a 50/100.000 habitantes, sendo uma patologia inflamatória 
crônica sistêmica, multissistêmica de causa desconhecida e de natureza autoimune 
por apresentar a presença de diversos auto-anticorpos. Evoluindo com 
manifestações clinicas polimórficas (que apresenta varias formas), com períodos de 
agravamento e remissão. De causa desconhecida, tem seu desenvolvimento ligado 
à predisposição genética e fatores ambientais. (REUMATOLOGIA, 2004) 
 
2.1 SINTOMAS 
 
Os sinais e sintomas da patologia podem variar muito em qualquer estagio da 
doença, caracterizado por comprometer todo o organismo, compreendendo 
manifestações músculo – esqueléticas e cutâneas tais como dores nas articulações, 
febre alta, tendinite, artrite, fadiga extrema ou prolongada, mal estar, falta de apetite, 
emagrecimento, inflamações na pele, anemia, dor no tórax ao respirar 
profundamente, erupções no nariz, queda de cabelo, ulcerações no nariz, eritema e 
ceratose na mucosa bucal, sendo este sintoma o mais importante para o diagnostico 
definitivo da LES. Dentre as queixas mais frequentes dos pacientes estão à 
depressão e a ansiedade presentes em 78% dos casos. (LOPES; TERZI, 2013). 
A diversidade de sintomas manifestados pelas pacientes como os citados 
anteriormente, revelam a complexidade do quadro clínico evidenciando e o porquêdessa patologia ser confundida com outras doenças e as dificuldades para chegar 
ao diagnóstico. (ARAÚJO; YÉPEZ, 2007) 
 
2.2 MECANISMOS IMUNOLOGICOS 
 
São encontrado em pacientes com LES anticorpos auto-reativos, tais auto 
anticorpos são dirigidos contra o material genético, principalmente para o DNA, 
ribonucleoproteínas e histonas. Os anticorpos auto-reativos formam 
imunocomplexos, que são anticorpos ligados ao antígeno, os mesmos são 
responsáveis por muitas das manifestações clínicas observadas em pacientes com a 
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doença. Estão estreitamente ligados ao LES, sendo a formação de anticorpos auto-
reativos, produção de imunocomplexos, ativação do sistema complemento e a falha 
na tolerância central e periférica dos linfócitos T e B. (SILVA; SENA; CAVALCANTI, 
2013). 
Segundo Carrol (2004) o mecanismo de produção de anticorpo auto-reativos 
observados em pacientes com LES, ocorre pelo reconhecimento de fragmentos 
apoptóticos pela IgM, receptor da célula B, o receptor de células B ao reconhecer 
fragmentos resultante da apoptose internaliza-os para o interior do linfócito B, o 
fragmento é processado e associado ao MHC II, em seguida o complexo fragmento 
apoptótico (antígeno) MHC II é apresentado pelo linfócito B ao linfócito T auxiliar, o 
linfócito T-CD4 reconhece o antígeno apresentado e começa a produzir citocinas. A 
produção de citocinas ativa o linfócito B e, esse modifica-se para plasmócito, o 
plasmócito secreta anticorpos auto-reativos específico para o DNA, onde a ligação 
do anticorpo com o antígeno vai originar imunocomplexos. 
 
2.3 EPIDEMIOLOGIA 
 
Estudos epidemiológicos apontam que o LES é mais frequente entre 
mulheres, numa proporção de nove mulheres para cada homem, sendo sua 
incidência maior entre os 15 e 45 anos. No Brasil, não há estudos epidemiológicos 
mostrando a incidência de LES na população; enquanto que nos Estados Unidos 
estima-se que uma pessoa em cada 2000 apresenta a doença. Contudo, na cidade 
de Natal, em estudo realizado, a incidência é de 8,7/100.000/ano, o que parece ser 
maior que em outras partes do mundo, em virtude da permanente presença de luz 
solar com alto índice de raios ultravioleta. (ARAÚJO; YÉPEZ, 2007). 
Segundo a portaria nº 100, de 7 de fevereiro de 2013 do Ministério da Saúde 
que aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Lúpus Eritematoso 
Sistêmico no Brasil diz que: 
A LES afeta indivíduos de todas as raças, sendo 9 a 10 vezes mais frequente 
em mulheres durante a idade reprodutiva. A incidência estimada em diferentes 
locais do mundo é de aproximadamente 1 a 22 casos para cada 100.000 
pessoas por ano, e a prevalência pode variar de 7 a 160 casos para cada 
100.000 pessoas. No Brasil, estima-se uma incidência de LES em torno de 8,7 
8 
 
 
casos para cada 100.000 pessoas por ano, de acordo com um estudo 
epidemiológico realizado na região Nordeste. A mortalidade dos pacientes com 
LES é cerca de 3 a 5 vezes maior do que a da população geral e está 
relacionada a atividade inflamatória da doença, especialmente quando há 
acometimento renal e do sistema nervoso central (SNC), a maior risco de 
infecções graves decorrentes da imunossupressão e, tardiamente, às 
complicações da própria doença e do tratamento, sendo a doença 
cardiovascular um dos mais importantes fatores de morbidade e mortalidade 
dos pacientes. Fadiga é uma das queixas mais prevalentes do LES em 
atividade. Febre, geralmente moderada e com resposta rápida ao 
glicocorticoide (GC), é verificada na maioria dos pacientes no momento do 
diagnóstico. Mialgias, perda de peso e linfadenopatia reacional periférica 
podem ser comumente encontradas nos pacientes com LES. (Opus Citatum). 
 
 
2.4 DIAGNOSTICO 
 
Para estabelecer o diagnostico da LES, que se baseia nos critérios 
elaborados pelo American College of Rheumatology (ACR), é necessário que o 
paciente apresente pelo menos quatro sintomas dos onze a serem apresentados. 
Eritema malar que é uma lesão eritematosa fixa em região malar, plana ou em 
relevo, lesão discoide que é caracterizada por lesão eritematosa, infiltrada, com 
escamas queratóticas; fotossensibilidade como reação não usual à exposição à luz 
solar, de acordo com a história do paciente; úlceras orais/nasais usualmente 
indolores, observadas pelo médico; artrite não erosiva envolvendo duas ou mais 
articulações periféricas, caracterizadas por dor e edema ou ainda derrame articular; 
serosite caracterizada por história convincente de dor pleurítica ou atrito auscultado 
pelo médico ou evidência de derrame pleural ou pericardite documentado por 
eletrocardiograma, atrito ou evidência de derrame pericárdico; comprometimento 
renal; alterações neurológicas como convulsão ou psicose; alterações hematológicas 
como anemia hemolítica ou leucopenia ou ainda linfopenia; alterações imunológicas, 
anticorpo anti-DNA nativo ou anti-Sm, ou presença de anticorpo antifosfolípide 
baseado em níveis anormais de IgG ou IgM anticardiolipina; teste positivo para 
anticoagulante lúpico ou teste falso positivo para sífilis, por no mínimo seis meses e 
por fim anticorpos antinucleares que recebe esse título por ser uma forma anormal 
de anticorpo anti-nuclear detectado por imunofluorescência indireta ou método 
9 
 
 
equivalente, em qualquer época, e na ausência de drogas conhecidas por tambem 
estarem associadas à síndrome do lúpus induzido por drogas. (SATO; BONFÁ et al, 
2002). 
Ainda segundo SATO et al, (2002) estes critérios foram desenvolvidos para 
uniformizar a definição de LES para estudos científicos. Embora muito raro, é 
possível a existência de pacientes com LES sem apresentarem nenhum desses 
sintomas. Por tanto é de suma importância à avaliação laboratorial para reforçar o 
diagnóstico quando se observar alterações tais como: leucopenia, anemia, 
linfopenia, plaquetopenia e alterações do sedimento urinário. Para o diagnóstico de 
LES e de particular importância a pesquisa de anticorpos ou fatores antinucleares 
(FAN) por imunofluorescência indireta (IFI), utilizando como substrato as células 
HEp-2. Embora não específico para o diagnóstico de LES, a positividade desse teste 
serve como triagem em virtude de sua alta sensibilidade, em torno dos 95% e alto 
valor preditivo negativo. Nos raros casos de LES com pesquisa de FAN negativa, 
particularmente com lesões cutâneas fotossensíveis, é recomendado a realização da 
pesquisa de anticorpos anti-SSa/Ro. A pesquisa de anticorpos como anti – DNA 
nativo, anti-Sm, anti-RNP e células LE pode contribuir para melhor caracterização 
laboratorial do quadro. Por outro lado, a negatividade do FAN dispensaria a 
pesquisa desses auto – anticorpos. 
 
 
2.5 TRATAMENTO 
 
Algumas medidas gerais são recomendadas como parte da abordagem 
terapêutica, entre elas estão informar ao paciente e familiares o que é a doença, sua 
evolução, riscos e os recursos disponíveis para diagnóstico e tratamento, transmitir 
otimismo e motivação para o tratamento, repouso nos períodos de atividade 
sistêmica da doença e medidas visando a melhora do condicionamento físico já em 
relação aos alimentos não há evidência científica de que os mesmos possam 
influenciar o desencadeamento ou evolução da doença, recomendando a adoção 
de uma dieta balanceada, evitando-se excessos de sal, carboidratos e lipídios, 
indicando proteção contra luz solar e outras formas de irradiação ultravioleta e evitar 
o tabaco. (REUMATOLOGIA, 2004). 
10 
 
 
Para iniciar um tratamento medicamentoso deve – se observar o quadro de 
cada paciente de forma individual, pois cada um dos mesmos pode ter um órgão ou 
sistema gravemente acometido. Quando houver manifestação que não respondaa 
uma droga, pode ser necessário fazer uso continuo de diversos medicamentos. 
Independente do órgão ou sistema afetado, o uso contínuo de antimaláricos 
(difosfato de cloroquina: 4 mg/kg/dia ou sulfato de hidroxicloroquina: 6 mg/kg/dia) é 
indicado com a finalidade de reduzir a atividade da doença e tentar poupar corticoide 
em todos os pacientes com LES. Além dos antimaláricos, os glicocorticóides (GC) 
são as drogas mais utilizadas no tratamento do LES. A dose de GC varia de acordo 
com a gravidade de cada caso. É importante o diagnóstico diferencial entre atividade 
da doença e infecção, lembrando-se da possibilidade de coexistência de ambas, 
assim como da presença de comorbidades. (SATO et al. 2002). 
 
 
11 
 
 
3. VITILIGO 
 
O vitiligo é uma doença caracterizada pela despigmentação e manchas 
esbranquiçadas na pele, devido à redução de melanócitos (células dendríticas 
produtoras de melanina) da epiderme ou a perda de suas funções. (ROSA; NATALI; 
2009). 
É uma das dermatoses com efeito psicológico mais devastador. O fator que 
leva a destruição dos melanócitos continua desconhecido. É uma doença 
multifatorial, envolvendo fatores genéticos, hereditários, imunológicos e ambientais. 
(ANTELO; FILGUEIRA; CUNHA; 2008). 
 
3.1 SINTOMAS 
 
O principal sintoma de vitiligo é a despigmentação da pela, geralmente com o 
aparecimento de manchas pelo corpo. Ouros sinais de vitiligo incluem: 
 Perde de pigmentação nas sobrancelhas, no cabelo, cílios e barba. 
 Manchas esbranquiçadas em torno dos órgãos genitais, axilas, umbigo e reto. 
 Alteração ou perda da cor da retina. 
 Mudança ou perda de cor nos tecidos que revestem o interior da boca e do 
nariz. 
É difícil saber como a doença ira progredir. Há casos em que a doença para 
espontaneamente e sem nenhum tipo de tratamento. Em alguns casos, a 
despigmentação se espalha pelo corpo todo. Isso, no entanto, será relacionado 
única e exclusivamente ao paciente. Uma vez tendo perdido a cor da pele, 
dificilmente a pele voltara a cor normal. (ROSA; NATALI; 2009) 
 
3.2 MECANISMO IMUNOLOGICO 
 
Na camada basal, foi identificado um processo de vacuolização e 
degeneração dos queratinócitos, melanócitos e células de langerhans, através da 
microscopia eletrônica. Além disso, ocorreu também uma infiltração inflamatória com 
linfócitos e histiócitos localizados na derme papilar, próximo ao local de lesão. 
12 
 
 
Descobriu – se que a infiltração é composta de principalmente de linfócitos T CD8. 
Esses fatores impedem ou dificultam o processo de melanogênese. 
O processo de melanogênese acontece em uma cascata em torno de dez 
reações, resumindo, entretanto, observa-se a inversão do aminoácido tirosina 
(derivado da fenilalanina) em melanina através dos melanócitos. A melanina que é 
produzida se transfere para os queratinócitos que se depositam na epiderme. Com 
isso, podemos concluir que uma infiltração linfocítica e um processo de vacuolização 
dessas células podem interromper tanto a síntese de melanina quanto o processo de 
deposição desse pigmento, resultando nas máculas frequentemente observadas. 
(ABUL K. ABBAS; 2003) 
 
3.3 EPIDEMIOLOGIA 
 
A vitiligo atinge apenas 1% da população, em relação as crianças 23% a 26% 
são menores de 12 anos de idade. Geralmente as mulheres são mais acometidas do 
que os homens, porem, recentes estudos sugerem prevalência igual para ambos os 
sexos. (ROSA; NATALI; 2009) 
 
3.4 DIAGNOSTICO 
 
Basicamente o diagnostico do vitiligo é clinico, com máculas acrômicas 
(manchas) e pele normal existindo simultaneamente em uma mesma pessoa. 
Conforme Sampaio e Rivitti (1998), Issa (2003) e Steiner e colaboradores (2004), o 
diagnostico do vitiligo pode ser classificado: 
 Vitiligo Generalizada: É a mais comum apresentação da doença, com 
acometimento simétrico, bilateral, atingindo o rosto, pescoço, dorso, axilas, 
superfícies mucosa e orifícios. 
 Vitiligo Acrofacial: Apresenta manchas esbranquiçadas em superfícies 
acrais (extremo dos dedos e dorso das mãos e pés) e em áreas faciais, como 
olhos, nariz, orelhas e boca. 
 Vitiligo Focal: Mácula (mancha) isolada em determinada localização. 
 Vitiligo Segmentar: Ocorre em um dermátomo (regiões da pele inervadas 
por fibras que saem da coluna vertebral).Pelo aparecimento precoce, curso 
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recalcitrante e baixa associação com doenças auto-imunes, é considerado um 
tipo especial de vitiligo 
 Vitiligo Universal: Despigmentação de toda a superfície corporal. 
 
3.5 TRATAMENTO 
 
O vitiligo se apresenta de forma diferenciada em cada paciente. Fazendo com 
que o tratamento indicado pelo dermatologista seja individualizado, de acordo com 
cada caso. Os corticoides de uso tópico são frequentemente utilizados no tratamento 
do vitiligo. Uma meta-análise feita em 1998, revelou que o uso de corticoide dos 
tipos 3 e 4 (tipo 3), dipropionato de betametasona, (tipo 4) dexametasosa, 
prednisolona) resultou em torno de 75% de repigmentação em torno de 56% dos 
pacientes com vitiligo segmentar e em 55% dos pacientes com vitiligo generalizada. 
Outra meta-análise mostrou que corticoides da classe 3 são mais efetivos e seguros 
para o vitiligo segmentar. (BELLET; PROSSE; 2005) 
 
O uso do corticoide sistêmico está fundamentado na possibilidade de a 
atividade da doença estar associada a autoimunidade contra os melanócitos. 
Observou-se uma redução do complemento mediado pela citotoxicidade de auto-
anticorpos contra melanócitos e dos títulos de anticorpos contra os melanócitos em 
pacientes que receberam corticosteróides oral. Porem, o tratamento mediado por 
corticoides trás efeitos colaterais indesejáveis, como o aumento de peso, erupções 
acneiformes, estrias, insônia, osteoporose e, em casos mais raros, necrose 
asséptica dos ossos. (STEINER et al. 2004). 
 
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4. ESCLEROSE MÚLTIPLA 
 
A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o cérebro e a medula 
espinhal (sistema nervoso central). Isso acontece porque o sistema imunológico do 
corpo confunde células saudáveis com "intrusas", e as ataca provocando lesões no 
cérebro. O sistema imune do paciente corrói a bainha protetora que cobre os nervos, 
conhecida como mielina. Os danos à mielina causam interferência na comunicação 
entre o cérebro, medula espinhal e outras áreas do seu corpo. Esta condição pode 
resultar na deterioração dos próprios nervos, em um processo irreversível. Ao longo 
do tempo, a degeneração da mielina provocada pela doença vai causando lesões no 
cérebro, que podem levar à atrofia ou perda de massa cerebral. Em geral, pacientes 
com esclerose múltipla apresentam perda de volume cerebral até cinco vezes mais 
rápida do que o normal. (SCHOLZ; OLIVEIRA, 2011). 
4.1 SINTOMAS 
 
Os sintomas da Esclerose Múltipla se manifestam de diferentes formas, Na 
grande maioria dos portadores, a doença provoca uma série de surtos cujos 
sintomas podem ser discretos ou intensos e que aparecem e desaparecem. Isso faz 
o doente recuperar-se parcial ou totalmente das dificuldades resultantes desses 
sintomas. Dependendo da área afetada do sistema nervoso, o quadro varia de 
pessoa para pessoa e perdura de tempos em tempos na mesma pessoa (surto e 
remissão, respectivamente). As lesões da Esclerose Múltipla provocam grande 
variedade de sintomas e sinais iniciais Surgem então debilidade de uma ou mais 
extremidades (braços e pernas), perda visual unilateral (neurite óptica), falta de 
coordenação e parestesias, incontinências, hesitação no andar, retenção urinária, 
vertigens, perda de audição, dor facial, dores nos braços, pernase no tronco. Com 
menor freqüência, ocorrem disartria e alteração das funções intelectuais. A 
debilidade afeta mais freqüentemente as pernas e pode produzir uma gama de 
disfunções, de leve fadiga até a paraparesia (diminuição da força nos membros 
superiores ou inferiores). Braços e mãos podem ser afetados isoladamente ou em 
conjunto com as pernas. A fadiga que ocorre na EM é diferente da que é percebida 
por indivíduos saudáveis ou até em outras doenças. Costuma ter uma carga de 
15 
 
 
estresse físico e psicológico, especialmente na realização das tarefas de vida diária; 
a fadiga ocorre mais frequentemente nos tipos primariamente e secundariamente 
progressivas de Esclerose Múltipla; geralmente piorada pelo calor e umidade; os 
pacientes percebem que têm de empregar um esforço desproporcionalmente grande 
para desempenhar uma tarefa específica e impacta enormemente sua auto-estima, 
seu trabalho e sua qualidade de vida. A velocidade do surgimento dos sintomas 
pode variar de minutos ou até dias, e, nos pacientes que apresentam curso 
progressivo crônico, os sintomas podem aumentar gradualmente, durante muitos 
meses. (CALEGARO, 2001). 
 
 
4.2 MECANISMOS IMUNOLOGICOS 
 
A Esclerose Múltipla (EM) foi considerada durante muito tempo como apenas 
uma doença autoimune, mediada por uma resposta inflamatória contra antígenos 
das proteínas componentes da bainha de mielina do SNC. Atualmente os 
pesquisadores reconhecem, além do componente inflamatório, a existência de um 
processo neurodegenerativo ao longo do curso da doença que é responsável pela 
progressão da incapacidade neurológica. As células auto-reativas que é como são 
chamadas as células do sistema imune, que reagem aos componentes da mielina 
ex: os linfócitos T e são mantidas em equilíbrio devido a uma complexa interação de 
mecanismos imunológicos que resultam no fenômeno conhecido como tolerância 
imunológica. Esse processo de indução de tolerância dos linfócitos T ocorre durante 
o processo de maturação do timo, um órgão linfoide que promove a maturação dos 
linfócitos T. A manutenção da tolerância envolve a complexa interação entre as 
células potencialmente auto-reativas, ou seja, com capacidade auto-agressora 
contra antígenos do próprio organismo e as células com atividade reguladora, que 
podem atuar tanto através do contato célula a célula como através do aumento de 
citosinas com ação anti-inflamatória (moléculas envolvidas na emissão de sinais 
entre as células). As citosinas são glicoproteicas produzidas por vários tipos 
celulares que, através da ligação com receptores específicos, possuem a função de 
sinalizar e facilitar a comunicação entre as células do sistema imune e dos demais 
sistemas do organismo (cardiovascular, respiratório, etc.). Possuem a habilidade de 
agir em diferentes tipos celulares mediando, por esta razão, diferentes efeitos 
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biológicos. Podem, inclusive, influenciar as próprias células que as secretaram ou 
células próximas, ou ainda de atuarem distante do local da sua produção. A rede de 
citosinas é extremamente complexa e as evidências demonstram sua importância na 
fisiopatologia da EM. (SILVA; CASTRO, 2011). 
 
4.3 EPIDEMIOLOGIA 
 
Segundo Oliveira e Souza (1998), estudos epidemiológicos realizados entre 
1920 e 1940 na Irlanda, Suíça, Estados Unidos da América foram diagnosticados um 
numero maior de casos da doença nas áreas temperadas, ou seja, regiões que 
apresentam estações do ano bem definidas com verões quentes e invernos frios. 
Estudos realizados por Kurtzke, quarenta anos depois, sobre a distribuição 
geográfica e a incidência permitiram dividir o mundo e especialmente a Europa, em 
três zonas. Zonas de alta prevalência, com índices acima de 30/100.000 habitantes, 
incluíam o norte da Europa e dos Estados Unidos da América, o sul do Canadá e da 
Austrália e a Nova Zelândia. Zonas de média prevalência com taxas de 5 a 
25/100.000, compreendiam o sul da Europa e dos Estados Unidos e a maior parte 
da Austrália. Zonas de baixa prevalência, com taxas inferiores a 5/100.000 
habitantes, eram representadas por regiões da Ásia e da África. Esses estudos 
atribuíam um gradiente relacionado à latitude na distribuição da esclerose múltipla. A 
partir de 1990, novos estudos têm evidenciado que essa distribuição geográfica não 
é tão real. O Brasil é considerado um país de baixa prevalência. A estimativa da 
cidade de São Paulo é de aproximadamente 5/100.000 habitantes. Entretanto, os 
estudos na América Latina apontam para taxas de prevalência entre 4 a 12/100.000. 
Em relação à distribuição por raça, a esclerose múltipla é mais comum em brancos, 
sendo considerada rara entre os orientais negros e índios. Entretanto, alguns 
trabalhos brasileiros demonstraram a presença de 30% de negros entre os doentes. 
Quanto à distribuição por sexo, a esclerose múltipla é mais comum nas mulheres e, 
levando-se em consideração a faixa etária, verificamos que a doença é mais comum 
nos adultos jovens, sendo rara em pessoas com menos de 12 anos e após 60 anos. 
 
 
 
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4.4 DIAGNOSTICO 
 
É de fundamental importância que se tenha em mente o seguinte conceito de 
que a esclerose múltipla é uma doença que exige, para o seu diagnóstico, a 
comprovação objetiva de disseminação no tempo e no espaço, desde que não haja 
melhor explicação para os achados. Chama-se disseminação no tempo a ocorrência 
de sinais neurológicos separados no tempo por pelo menos 30 dias. Chama-se 
disseminação no espaço a comprovação objetiva, ao exame neurológico, de sinais 
localizados em, pelo menos, dois diferentes sítios no SNC: papila óptica pálida ao 
exame de fundo de olho (lesão de nervo óptico) e oftalmoplegia internuclear (lesão 
localizada no tronco encefálico). Ainda assim, diante de um paciente com 
disseminação temporal e espacial, é necessário que se excluam outras doenças que 
possam se apresentar com o mesmo quadro clínico, realizando os exames citados 
no item anterior e reavaliando clinicamente. Se os critérios forem preenchidos e não 
houver outra explicação para a apresentação clínica, o diagnóstico será de EM. Se 
houver suspeita clínica de EM, mas os critérios não forem preenchidos, o 
diagnóstico será de “EM possível”; Se outro diagnóstico surgir durante a avaliação 
clínica que explique melhor a sintomatologia, o diagnóstico não será de EM. Um 
surto é definido como um episódio de alterações neurológicas provavelmente de 
origem inflamatória e desmielinizante. Deve haver alterações objetivas ou 
observação objetiva de que o evento durou no mínimo 24 horas. .(OLIVEIRA; 
SOUZA, 1998). 
4.5 TRATAMENTO 
 
Uma vez confirmado o diagnóstico de esclerose múltipla, uma doença 
inflamatória desmielizante, com manifestação remitente – recorrente, o tratamento 
tem dois objetivos principais: abreviar a fase aguda e tentar aumentar o intervalo 
entre um surto e outro. No primeiro caso, os corticosteroides são drogas úteis para 
reduzir a intensidade dos surtos. No segundo, os imunossupressores e 
imunomoduladores ajudam a espaçar os episódios de recorrência e o impacto 
negativo que provocam na vida dos portadores de esclerose múltipla, já que é quase 
impossível eliminá-los com os tratamentos atuais. (OLIVEIRA; SOUZA, 1998). 
18 
 
 
5. ARTRITE REUMATOIDE 
 
A artrite reumatoide se resume a inflamação das articulações (juntas). 
Caracterizada por poliartrite periférica, simétrica, que leva á deformidade e a 
destruição das articulações por erosão do osso e cartilagem. Quando a envolvimento 
de outros órgãos, a morbidade e a gravidade da doença se torna muito maior, 
podendo diminuir a expectativa de vida do individuo de 5 a 10 anos.O tratamento 
correto e precoce pode prevenir o aparecimento de deformidades, fazendo com que 
melhore a qualidade de vida das pessoas com a doença. (Laurindo et AL; 2002). 
 
5.1 SINTOMAS 
 
O principal sintoma da doença é a dor nas juntas. Essa dor acontece em 
varias articulações, como por exemplo, os cotovelos, joelhos e dedos das mãos. A 
dor se inicia em uma ou duas juntas, se espalhando para o restante do corpo em 
seguida, podendo aparecer outros sinais de inflamação, como o inchaço e o calor. 
Muitos dos pacientes sentem certa rigidez ao acordarem e dificuldade de dormir a 
noite. A inflamação provoca o acumulo de liquido dentro da junta. E esse liquido que 
é conhecido como liquido sinovial pode se acumular em grandes quantidades 
provocando dificuldade nos movimentos e gerando muita dor. Em muitos casos o 
médico retira o liquido acumulado, principalmente no joelho. (REUMATOLOGIA; 
2009). 
 
5.2 MECANISMO IMUNOLOGICO 
 
Geralmente a membrana sinovial é composta por apenas uma camada de 
tecido, quando inflamada atinge cerca de dez camadas celulares a custa de 
macrófagos (sinóviocitos tipo A), fibroplastos transformados (sinóviocitos tipo B) e 
produtores de uma serie de mediadores inflamatórios com o nome de interleucinas. 
As principais interleucinas que irão mediar o processo da inflamação são a 
interleucina 1 (IL-1), interleucina 6 (IL-6) e fator de necrose tumoral (TNF). O tecido 
sinovial repleto de células inflamatórias é rico em enzimas que lesão a articulação 
(metaloproteinas), denominadas de pannus.O primeiro evento que vai estimular o 
19 
 
 
processo inflamatório e levar ao desenvolvimento do pannus parece ser a 
apresentação pelo macrófago (ou célula dendritica) de uma proteína ate hoje não 
identificada, previamente processada e ligada à molécula da superfície do sistema 
HLA-DRB1. Essa apresentação será feita para o linfócito T auxiliador (helper) 
através de seus receptores específicos. Formando assim um complexo de três 
moléculas: a molécula HLA, a proteína não identificada e a molécula do receptor do 
linfócito. Após se formar esse complexo o linfócito T auxiliador mudara suas 
características fenotípicas e passa a lançar interleucinas estimuladoras da 
proliferação de linfócitos e macrófagos (IL-2 e interferon-gama, sequencialmente) 
passando a ser denominado linfócito Th1. A partir daí, o processo inflamatório se 
desencadeara em varias etapas, produzindo e interferindo vários mediadores, 
devido ao aparecimento do pannus. (SILVA; VANNUCCI et al; 2003). 
 
 
5.3 EPIDEMIOLOGIA 
 
Essa doença atinge cerca de 1% da população. Qualquer individuo, desde 
crianças ate idosos pode vir a ter a doença. No entanto o desenvolvimento dela é 
mais comum em mulheres entre 40 a 50 anos de idade. Pessoas com histórico 
familiar da doença correm mais risco de desenvolver a artrite reumatoide. (Laurindo 
et AL; 2002). 
 
5.4 DIAGNOSTICO 
 
O diagnostico depende da associação de uma serie de sintomas e sinais 
clínicos, achados laboratoriais e radiográficos. Dados importantes da historia incluem 
dor e inchaço em varias articulações, que costumam ser em padrão simétrico. 
Embora várias articulações possam ser afetadas, os sinais da inflamação são mais 
frequentes na segunda e terceira articulação metacarpofalangeaneas, as 
interfalangeanas próximas (mãos), metatarsofalangeaneas (pés), joelhos, punhos, 
cotovelos e ombros. Outro local afetado é a articulação têmporo-mandibular, sendo 
confundida muitas vezes com dor de ouvido ou dor na região da arcaria dentaria 
(dentes do siso). (SILVA; VANNUCCI et al; 2003). 
20 
 
 
5.5 TRATAMENTO 
 
Diagnosticar de forma rápida e iniciar rapidamente o tratamento é 
fundamental para o controle da atividade da doença e prevenir incapacidade 
funcional e lesões articulares irreversíveis. Os principais objetivos do tratamento são 
controlar e prevenir a lesão articular, prevenir a perda de função e diminuição da dor. 
A remissão completa, que é o objetivo final do tratamento nem sempre é alcançada. 
O tratamento deve ser um processo dinâmico, sendo o tempo todo reavaliado. O 
paciente sempre tem que estar ciente das decisões tomadas pelos médicos, 
principalmente os planos terapêuticos. Passar pela avaliação de um reumatologista 
é altamente aconselhável quando o médico responsável não se sentir seguro em 
relação à doença. (Laurindo et al; 2002). 
 
21 
 
 
6. DIABETES MELLITUS TIPO I 
 
O Diabetes Mellitus do Tipo I acontece quando a produção de insulina do 
pâncreas é insuficiente, pois suas células sofrem de destruição autoimune. O 
pâncreas perde a capacidade de produzir insulina em decorrência de um defeito 
do sistema imunológico, fazendo com que nossos anticorpos ataquem as células 
que produzem a esse hormônio. Apresenta patogenia complexa, envolvendo a 
participação de vários fatores, dentre esses a sensibilidade imunogenética com forte 
associação aos genes de histocompatibilidade (HLA- antígeno leucocitário humano) 
eventos ambientais e reposta autoimune com presença de auto-anticorpos ou 
linfócitos auto-reativos, resultando em anormalidades metabólicas. Decorrente da 
destruição seletiva das células betapancreáticas, tem sido considerada uma doença 
autoimune órgão – específica. (FERNANDES et al. 2005). 
 
6.1 SINTOMAS 
 
Dentre diversos sintomas que as pessoas acometidas dessa doença 
autoimune podem sofrer, estão: Vontade de urinar diversas vezes ao dia, fome 
frequente, sede constante, perda de peso (em alguns casos ela ocorre mesmo com 
a fome excessiva), fraqueza, fadiga, nervosismo, mudanças de humor, náuseas e 
vômitos. (SESTERHEIN et al. 2007) 
6.2 MECANISMOS IMUNOLOGICOS 
 
Segundo Dr. Mauro Scharf Pinto da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes - 
2012) o DM1 ou diabetes imunomediado e também chamado de diabetes 
dependente de insulina, é uma situação onde ocorre uma destruição de células β, 
usualmente levando à deficiência absoluta de insulina. Os marcadores da destruição 
imune incluem os autoanticorpos contra as células das ilhotas, contra a insulina e 
contra a descarboxilase do ácido glutâmico, sendo uma doença crônica que resulta 
do ataque autoimune ao órgão específico. Quando os linfócitos T autorreativos 
destroem as células beta pancreáticas, ocorre a absoluta deficiência da produção de 
insulina. Os principais autoanticorpos encontrados no soro dos pacientes são: anti-
insulina (IAA), anti-ilhota pancreática (ICA512), antidescarboxilase do ácido 
22 
 
 
glutâmico (anti-GAD), antitirosina fosfatase (IA2) e antitransportador do Zinco. A 
presença desses anticorpos pode ocorrer em pacientes com diagnóstico em 
qualquer faixa etária, sendo mais comum na infância e adolescência, porém, 
podendo se estender à faixa etária adulta. O DM1 é uma doença considerada 
poligênica e dentre os fatores genéticos de risco envolvidos no seu 
desencadeamento, os genes do sistema de histocompatibilidade humano (HLA), 
principalmente os de classe II DR3, DR4 E DQ, são responsáveis por 40% do 
componente genético desta doença crônica. HLA-DQB1*0201/ DQB1*0302 são 
polimorfismos frequentes na nossa população. Fatores conhecidos por gatilhos 
ambientais compõem e completam o quadro para o inicio da doença. Genes não 
HLA já estão identificados e também formam o quadro de predisposição à doença, 
identificados em pacientes recém-diagnosticados. 
6.3 EPIDEMIOLOGIA 
 
O DM1 é hoje um dos maiores problemas de saúde em todo o mundo. 
Atualmente, mais de 250 milhões de pessoas convivem com a doença, mas espera-
se que este número chegue a 380 milhões, em 2025. O Brasil ocupa a 4ª posição 
entre os países com maior prevalência de diabetes:são 13,7 milhões de pessoas, e 
muitas ainda nem foram diagnosticadas. (SAKAE et al. 2004) 
Uma das doenças crônicas mais comuns entre crianças e adultos jovens, o DM1 
pode se desenvolver em qualquer faixa etária, sendo mais frequente antes dos 20 
anos de idade. Acomete cerca de 0,3% das populações caucasianas, com pico de 
início da doença entre os 11 e 12 anos de idade. Embora a etiologia do DM1 seja 
extensamente estudada, os mecanismos precisos envolvidos na iniciação, 
progressão e destruição autoimune das células beta permanecem não totalmente 
elucidados. Diversos fatores estão implicados, dentre esses, fatores genéticos, 
imunológicos e ambientais. A incidência aproxima-se de 0,5 casos novos para cada 
100.000 habitantes ao ano. (FERNANDES et al. 2005). 
 
6.4 DIAGNOSTICO E TRATAMENTO 
 
São diversas as classificações do DM1. Os mais conhecidos são: Diabetes 
tipo 1, Diabetes tipo 2, Diabetes gestacional, Pré-diabetes. Dentre as complicações 
23 
 
 
do diabetes estão: retinopatia diabética, edema macular diabético, pé diabético, 
infarto, podendo evoluir com complicações macro e microvasculares, oculares, 
renais e até neurológicas, dentre outras. O tratamento para DM1 tem seguido 
historicamente a trilogia insulina/alimentação/ atividade física. Com os novos 
avanços tecnológicos e terapêuticos, e novos conhecimentos dos fatores 
psicológicos e sociais que envolvem o diabetes, pode se dizer que hoje a trilogia 
deveria mudar para insulina/ monitorização /educação em diabetes, incluindo em 
educação a alimentação, a atividade física e a orientação para os pacientes e suas 
famílias. Assim que for feito o diagnóstico da DM1a insulina deve ser iniciada. A 
escolha do melhor esquema terapêutico deve levar em consideração as 
características das insulinas, idade, puberdade, horário de escola/ trabalho, 
atividades físicas, padrão de alimentação e, mais importante, aceitação do esquema 
proposto pelo paciente e pela família. Os tipos de insulina mais usados para o 
tratamento da DM1 são: Insulina regular (R) Insulina humana, a R deve ser usada 
para correções de glicemias elevadas ou como insulina pré-prandial, com aplicação 
30 minutos antes da refeição para que o pico de ação coincida com a absorção do 
alimento. Insulina intermediária (NPH - Neutral Protamine Hagedorn) A NPH é 
baseada na adição de protamina à insulina, que retarda a absorção da insulina após 
aplicação no subcutâneo. Seu aspecto é de uma suspensão de aspecto turvo, que 
exige uma mistura prévia à aplicação para homogeneização para estabilização, 
Análogos da insulina, são produtos sintéticos, provenientes de modificações na 
estrutura da molécula da insulina, desenvolvidos com o objetivo de aproximar o 
tratamento à fisiologia da secreção de insulina, moléculas modificadas da insulina 
que o nosso corpo naturalmente produz, e podem ter ação ultrarrápida ou ação 
lenta. Existem alguns tipos de análogos ultrarrápidos disponíveis no mercado 
brasileiro, são eles: Asparte, Lispro e Glulisina. Após serem aplicados, seu início de 
ação acontece de cinco a 15 minutos e seu efeito máximo se dá entre meia e duas 
horas. São encontrados também dois tipos de ação longa: Glargina e Detemir. A 
insulina análoga Glargina tem um início de ação entre duas a quatro horas após ser 
aplicada, não apresenta pico de ação máxima e funciona por 20 a 24 horas. Já o 
análogo Detemir tem um início de ação entre uma a três horas, pico de ação entre 
seis a oito horas e duração de 18 a 22 horas. Pré-mistura consiste de preparados 
especiais que combinam diferentes tipos de insulina em várias proporções. Podem 
ser 90:10, ou seja 90% de insulina lenta ou intermediária e 10% de insulina rápida 
24 
 
 
ou ultrarrápida. Eles também pode ter outras proporções, como 50:50 e 70:30. 
(CALLIARI, 2012) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Quando se fala de autoimunidade, o problema já é ligado automaticamente ao 
sistema imunitário, o mesmo detecta células do próprio organismo como invasores e 
as ataca. Os distúrbios do sistema imunitário podem afetar todos os órgãos do corpo 
humano, e normalmente duram toda a vida. Em alguns casos, também pode afetar 
simultaneamente várias partes do corpo. Esta característica e ligada a doenças 
como, por exemplo, reumáticas autoimunes, como a artrite reumatoide ou o lúpus 
eritematoso disseminado. 
O diagnóstico precoce é essencial para o tratamento das doenças 
autoimunes. Identificar uma doença autoimune na fase inicial oferece a melhor 
chance de evitar ou atrasar danos irreversíveis aos órgãos ou tecido-alvo. 
A causa exata do mecanismo autoimune não é conhecida, mas 
pesquisadores através de estudos sobre a autoimunidade e suas doenças relatam a 
possibilidade de haver reatividade cruzada com antígenos, modificação de antígenos 
próprios, reatividade cruzada a antígenos exógenos, desregularização de citosinas e 
expressão inapropriada de MHC, função supressora, antígeno “sequestrado” e 
escape de clones celulares autorreativos na causa desse distúrbio do sistema 
imune. 
 
 Geralmente cada doença autoimune tem seu esquema próprio de tratamento. 
Algumas delas, inclusive, como diabetes tipo 1 e tireoidite de Hashimoto, não são 
tratadas com drogas imunossupressoras. Não existe um tratamento único que sirva 
para todas as doenças autoimunes. 
 
O estudo da expressão gênica de doenças autoimunes é um grande aliado e 
pode fornecer evidências dos elementos envolvidos tanto no surgimento quanto na 
progressão e definição do grau de severidade dessas doenças. Além disso, é 
possível aplicar o conhecimento adquirido na condução mais efetiva do tratamento e 
na identificação de alvos específicos para o desenvolvimento de potenciais terapias. 
 
26 
 
 
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