Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PÓLIPOS É uma entidade macroscópica, que engloba estrutura benignas e pré-malignas. São classificados em: Neoplásicos: podem ser malignos (adenocarcinomas) ou benignos (adenoma) Não neoplásicos: hiperplásicos, inflamatórios e hamartomas (pólipos juvenis e de Peustz Jeghers) * Pólipos serrilhados contêm tecido hiperplásico e adenomatoso ao mesmo tempo A princípio, todo pólipo intestinal deve ser ressecado, pois podem sangrar (todos) ou malignizar (adenomas e pólipos serrilhados). PÓLIPOS ADENOMATOSOS: OS ADENOMAS Incidência aumentada com a idade. São os pólipos mais frequentes do intestino grosso Definidos pela presença de epitélio displásico. Maioria apresenta displasia de baixo grau (não acomete lâmina própria); 10-30% apresenta displasia de alto grau (carcinoma in situ) Histopatologia: Tubular (geralmente pedunculados): mais comum e de melhor prognóstico. < 2cm diâmetro Viloso (geralmente sésseis): pior prognóstico, maiores que os tubulares Túbulo-viloso: prognóstico intermediário Fatores de risco para malignização: Tamanho (> 2cm têm 40% chance de malignizar) Tipo histológico (tubular, viloso, túbulo-viloso) Grau de displasia (baixo ou alto grau) Manifestações Clínicas Maioria é assintomática (descobertos no rastreio) Hematoquezia (sangue vermelho vivo pelo ânus) Diarreia mucoide profusa Prolapso através do ânus PÓLIPOS NÃO NEOPLÁSICOS Não sofrem alteração maligna! Pólipos hiperplásicos: pequenos e sésseis. Se encontrados na sigmoidoscopia flexível, não necessita realizar colonoscopia, ao contrário do adenomatoso. Segundo pólipos colorretais em frequência. Pólipos hamartomatosos juvenis: pedunculados e grandes, predominam em crianças (<5anos). Geralmente únicos e esporádicos, mas podem estar associados a polipose juvenil. O principal problema é a tendência ao sangramento, invaginação e prolapso pelo reto. Pólipos hamartomatosos de Peutz-Jeghers: ilhas de células epiteliais circundadas por músculo liso Pólipos inflamatórios: ocorrem nas DII e correm um certo risco de transformação maligna. ABORDAGEM DO PACIENTE COM PÓLIPO A princípio, todos os pólipos colorretais devem ser removidos para estudo histopatológico através da colonoscopia ou sigmoidoscopia flexível. A polipectomia é diagnóstica e terapêutica (no caso de adenoma). Após a remoção, os pólipos adenomatosos não oferecem risco de recidiva; se carcinoma invasivo, a polipectomia é cura quando as margens macro e microscópica estão livres, histologia é bem diferenciada e há ausência de invasão linfática ou venosa. Caso esses critérios não sejam preenchidos, a cirugia está indicada. Rastreamento pós polipectomia: após 3 anos, por colonoscopia. Na ausência de novos pólipos, a cada 5 anos. Rastreamento em familiares quando é detectada a presença de adenoma colorretal: quando é avançado (> 1cm, viloso) e foi diagnosticado antes dos 60anos e em caso de ser irmão quando um dos pais teve câncer colorretal em qualquer idade. SÍNDROMES HEREDITÁRIAS DE POLIPOSE PAF Distúrbio autossômico dominante com penetração incompleta Numerosos pólipos adenomatosos em todo cólon e reto (pelo menos 100) Começa na adolescência, podendo ser assintomáticos, causar sangramentos ou diarreia Ocorre por mutação no gene supressor de tumor APC Risco de outros tumores no TGI A hiperpigmentação retiniana hipertrófica é um achado clássico A probabilidade de ocorrência de câncer colorretal é de 100% por volta dos 40 anos, estando indicada a colectomia profilática para todos os pacientes com a doença. A cirurgia geralmente é postergada para poupar adolescentes de uma colectomia; no entanto, se múltiplos pólipos > 1cm, com displasia de alto grau ou maioria vilosos devem ser colectomizados imediatamente! Existem 3 alternativas cirúrgicas: Colectomia total (tira cólon e reto) + ileostomia Colectomia total + anastomose ileoanal, com bolsa ileal Colectomia subtotal (tira cólon e deixa o reto) + anastomose ileorretal. Exige acompanhamento por sigmoidoscopia a cada 3-6 meses; se aparecer, tem que retirar. Conduta nos familiares: verificar presença de mutação do gene APC no portador; se presente, investigar nos familiares e quem tiver a mutação deve realizar acompanhamento por retossigmoidoscopia. Se ausente, não deve ser pesquisada a mutação nos familiares, mas deve ser realizada retossigmoidoscopia anual para todos familiares a partir dos 10 anos e repetido anualmente até os 40 anos, depois passa a ser realizado a cada 3 anos. * Forma atenuada: entre 20 e 100 pólipos; é mais comum no cólon direito e a taxa de malignização é menor; inicia-se o screening com 20-25 anos, sendo realizada colonoscopia para visualizar o cólon direito Sd. De Gardner Variante de PAF, associada a osteomas (principalmente mandibulares e cranianos) e tumores em tecidos moles Sd. Turcot Outra variante de PAF, associada a tumores do SNC (meduloblastoma e glioblastoma. Transmissão autossômica recessiva? Existe uma nova síndrome bastante semelhante à PAF, chamada polipose associada a MUTHY, só que o gene mutado é o MYH. É considerada outra variante da PAF. Polipose Juvenil Familiar Distúrbio autossômico dominante Manifesta na infância ou adolescência 10 ou mais pólipos hamartomatosos juvenis colorretais, pedunculados, 1-3 cm, alto risco sangramento, levando a hematoquezia e anemia Alguns pólipos, embora de natureza hamartomatosa, podem adquirir focos adematosos e se degenerar em adenocarcinoma colorretal (10%). Síndrome de Cowden é uma polipose juvenil familiar autossômica dominante associada a pólipos hamartomatosos em pele e mucosas, além de outros tumores faciais, orais e hiperqueratose palmoplantar. Aumento do risco de ca mama e ca tireoide. Sd. De Petz-Jeghers Distúrbio autossômico dominante Numerosos pólipos hamartomatosos de histologia diferente ao longo de todo TGI, associados a manchas melanóticas na pele e mucosas. Predominio em intestino delgado Complicações: invaginação, hematoquezia, anemia, cânceres extraintestinais e intestinais (podem surgir focos adenomatosos nos hamartomas) Conduta: colonoscopia, trânsito de delgado, endoscopia alta a cada 2 anos e USG de pâncreas anual. Em mulheres, também realizar USG pélvico anual + mamaografia aos 25, 30, 35, 38 e a cada 2 anos a partir dos 40. Poliposes não familiares São síndromes raras A Sd. De Cronkhite-Canada é uma polipose hamartomatosa juvenil associada a alopecia + distrofia ungueal + hiperpigmentação cutânea; mais comum em japoneses
Compartilhar