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Trabalho de Pensamento e linguagem parte 2

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Danielle Calazans - 201508940479
 Edilaine Irineu Nogueira - 201403188939
A INFLUÊNCIA DA INTERNET NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Projeto de Pesquisa em Psicologia Experimental apresentado em cumprimento às exigências da disciplina PSICOLOGIA DO PENSAMENTO E DA LINGUAGEM
Do curso de Psicologia ministrado pela professora Cristiane Guimarães.
Nova Iguaçu – RJ 11 de Junho de 2018
A INFLUÊNCIA DA INTERNET NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
 
 Danielle Calazans - 201508940479
 Edilaine I. Nogueira - 201403188939
Resumo:
Essa pesquisa se propunha a analisar as implicações que a linguagem virtual exerce na interpretação de texto dos adolescentes e, ao final dessa análise, consideramos que 9 alunos diante do número de produções textuais analisadas (foram um total de 12 alunos), apresentaram características da escrita virtual. Acreditamos que esse fato foi influenciado pelos próprios textos lidos por eles que estão acostumados com o mundo virtual, produzimos dois pequenos textos, um com uso do internetês e o outro não, ambos bem claros, pois após eles se submeteram a responder um questionário idêntico feito com todo cuidado para concluirmos essa pesquisa. A decisão pelas turmas no nono ano do ensino fundamental deu-se pelo fato dos alunos estarem na adolescência, e por acreditar que eles estariam vivendo o auge de seus conflitos, incertezas, sentindo nessa fase a necessidade do enfrentamento, mas principalmente pelo uso diário da internet, características típicas da idade (sabendo que hoje em dia não somente os adolescentes tem essa característica).. O problema imposto desta pesquisa – foi estabelecido da seguinte forma: A linguagem da internet influencia na interpretação de texto dos adolescentes? – Uma vez que identificamos várias características da linguagem virtual presentes nas respostas dos alunos. Após as análises, é possível afirmar que a linguagem virtual influencia de forma negativa a interpretação de texto do nosso público-alvo pesquisado, pois os sujeitos, além de apresentarem respostas permeadas de peculiaridades da linguagem virtual, construíram respostas sem um desenvolvimento, tendo alguns, inclusive, construído narrações sem sentido: davam a impressão de que a história iria começar, quando na verdade estava terminando, sem se preocuparem com a necessidade de realizar o mínimo esforço para dizer o máximo; pois eles aceitaram a realizar esse “experimento” mesmo sabendo que era um “teste” e que estariam sendo avaliados, pelo contrario notamos o mínimo esforço para dizer o mínimo possível. Tivemos a impressão de que os alunos queriam escrever algo rapidamente, para serem dispensados daquela atividade. Outro fator que nos chamou atenção foi que os dois sujeitos apresentaram uma grafia quase ilegível (muitas vezes foi necessário ler a frase até o final, para tentar “decifrar” algumas palavras através do contexto da resposta). Pensamos que a escrita virtual é extremamente criativa, divertida e capaz de tornar menos frio o ambiente virtual, pois as conversas em ambientes virtuais são tão irreverentes quanto as que temos com os amigos no barzinho. Nós avaliamos de forma negativa essa escrita, quando ela passa a influenciar as produções textuais dos alunos em sala de aula, concursos, até em um futuro próximo como por exemplo entrevistas de empregos, Enen, etc. Acreditamos que o problema vai além de “corrigir” as abreviações ou estrangeirismos que aparecem nas produções textuais, é mais do que isso. Ressaltamos que essa influência é negativa, quando passa a atingir o raciocínio dos alunos, que com a utilização constante desse tipo de linguagem, e sem o apoio de um trabalho sob a abordagem pedagógica, vão, aos poucos, limitando seu pensamento, já que, nas redes sociais (Whatsapp, Facebook,Twitter , Instagram e etc..) se comunicam através de frases curtas, abreviadas conhecidas como “Internêtes”. Em algumas leituras realizadas, encontramos autores que entendem como infundadas as críticas relacionadas à escrita virtual, porém nossa crítica não está relacionada apenas ao código apresentado em uma produção textual e, sim, ao que está por trás dele. Entendemos que, se o sujeito passar a utilizar seus códigos de uma rede social em uma produção textual, aos poucos vai deixando de desenvolver seu senso crítico diante de determinadas situações. A dificuldade não está em ler um texto em que o sujeito utiliza uma abreviatura para a palavra “televisão”, mas sim quando o mesmo sujeito, ao deixar de utilizar a abreviatura “TV”, passa a escrever “televisan”. 
Claro que a internet também tem seu lado bom, ela é um recurso tecnológico riquíssimo que nos permite ter acesso a um grande número de informações; comunicação entre pessoas; fazer compras; atualizar as escolas que não dispõem de biblioteca, dentre outras vantagens, quando conseguirmos distinguir o que devemos “usar” apenas na internet e o que não.
PALAVRAS CHAVE: Internet, Internetês, Interpretação de texto, Adolescentes.
Introdução
Não somente os adolescentes mais toda a sociedade contemporânea está cercada dos mais diferentes recursos tecnológicos como aparelho celular, caixas eletrônicos nos bancos, internet, bibliotecas virtuais em campos escolares, livros e acervos onlines entre outros. Os avanços surgem com uma velocidade nunca vista em outros tempos, temos acesso a inúmeras informações e das mais diversas fontes que chegamos a nos sentir desinformados, porque muitas vezes não conseguimos acompanhar esse ritmo tão acelerado. Nesse contexto, encontram-se os adolescentes que são uma parte da sociedade que está mais familiarizada com essa realidade, já que nascem inseridos nessa conjuntura, diferentes de seus pais e avós, que muitas das vezes, sentem dificuldades em adaptar-se ao novo. A dúvida é como os adolescentes comportam-se diante dessa realidade, pois estão em fase de amadurecimento, conflitos, decisões, e não estão maduros o suficiente para ter um olhar crítico diante de determinadas situações e percebemos que eles pertencem a uma espécie de “tribo”, ao ponto de terem sua linguagem própria, pois “a linguagem adotada no mundo virtual requer habilidades de escrita rápida para esta geração net, o que cria uma solução intermediária de comunicação, provocando muita preocupação aos estudiosos” (AMARAL, 2003, p. 31). Uma das preocupações que surge é quando todas essas tecnologias passam a influenciar algumas das atitudes desses adolescentes, já que, segundo Fasciani (1998, p. 119), “nenhum instrumento ou tecnologia inventada pelo homem pode ser intrinsecamente positivo ou negativo, certo ou errado, útil ou perigoso. É só a utilização que disso se faz que pode ser julgada com regras éticas.” Acreditamos que esse público, ao utilizar cada vez mais a internet para se comunicar nas redes sociais, aos poucos vai ficando com seu raciocínio limitado, já que o discurso utilizado caracteriza-se por frases curtas e abreviações, sendo que a utilização freqüente dessa linguagem pode interferir nas produções realizadas pelos adolescentes na sala de aula e na vida real, alguns adolescentes até mesmo em eventos mais cordiais, sociais ou até mesmo em casa e escolas ao conversarem pronunciam certos palavreados que só eles sabem o que significam (gírias). Então nesse momento nos deparamos com questionamentos que nos fazem pensar sobre até que ponto a influência é saudável e não surge como um empecilho no processo de alfabetização. Na frase: “– Og v6s naum tm 9da10?”, temos um exemplo da linguagem utilizada nas redes socias, e o leitor consegue interpretar o que está escrito, uma vez que está lendo como se estivesse ouvindo. Ele sabe que esse código significa:- “Hoje vocês não tem novidades?”. Porém, no momento de escrever de maneira formal, podem surgir erros de gramática, já que, conforme Freitas (2005, p.13), A maioria das características do pensamento e da expressão fundadas no oral é relacionada com a interiorização do som. As palavras pronunciadas são ouvidas e internalizadas. Com a escrita, precisa-se de outro sentido: a visão. As palavras não são mais ouvidas, mas vistas; entretanto, o que se vê não são as palavras reais, mas símbolos codificados, que evocam na consciência do leitor palavras reais A escrita está presente em nosso dia-a-dia, seja em uma carta, uma notícia lida em revista ou jornal, no bilhete da geladeira ou então, naquele e-mail que recebemos ou enviamos, por isso ela tornou-se cada vez mais importante e prioritária para nossa existência, já que agora também nos comunicamos através da escrita.
 A evolução da escrita trouxe consigo seus benefícios, mas também algumas preocupações, principalmente em se tratando da formação de adolescentes, pois esse público está em fase de amadurecimento pessoal, construindo valores que farão parte da sua personalidade, e as influências ao seu redor muito contribuem, de forma positiva ou negativa, nessa formação.
Analise dos Dados:
Para o experimento proposto, escolhemos 12 alunos de duas turmas de 9º ano do ensino
Fundamental de uma escola privada chamada Visconde do Rio Branco, localizado em São João de Meriti. Escolhemos uma escola privada, e não pública, pelo fato de supor que os alunos da escola privada têm acesso com maior frequência a computadores, pois mesmo que não disponham de computadores em casa, a escola pesquisada possui laboratório de informática à disposição dos alunos.
Para a realização desta pesquisa trabalhamos com dois grupos (grupo controle e grupo experimental), onde entregamos 2 textos. Utilizamos em um deles a
linguagem formal e no outro na linguagem internetês. Distribuiremos questionários,
onde as perguntas foram projetadas de forma idênticas para os dois grupos. A proposta era que após a leitura, os alunos respondessem de forma sucinta, o questionário.
Nós avaliamos de forma aleatória a produção da escrita, bem como a interpretação de cada
grupo, onde assim reunimos os dados para comprovar e refutar que a hipóteses dessa
pesquisa estava correta, nosso resultado comprovou que realmente a linguagem da internet influencia na interpretação de texto dos adolescentes..
Conclusão e Discussão:
Notamos nessa pesquisa que os adolescentes, tem uma necessidade enorme de inovar, acrescentar, recriar e ganhar fama pelas suas criações. E a internet vem sendo um meio de comunicação, que os possibilita transcrever e apresentar a língua oral de maneira totalmente inovadora, através da linguagem cifrada, o chamado “internetês” eles querem ser práticos e rápidos sendo assim muitas vezes tem dificuldade em lidar com linguagens mais formais, elaboração de respostas e ou interpretação de textos longos ou pequenos sem abreviações, tivemos alunos no grupo que por estar tão “acostumado” com o mundo virtual que tem a caligrafia bem ruim. 
 Para concluir nossa pesquisa foi bem simples, mas achamos que se tivéssemos optado na escolha de turmas de ano ou colégios diferentes poderíamos ter novas respostas porque talvez não seriam tão próximos e não teriam essa convivência e essa rotina diária (suponhamos que intimidades e a convivência deles os fazem pensarem de modo parecido porque juntos todos os dias dentro e fora da escola através de grupos em redes sociais, fica fácil) os próprios alunos confessaram que conversam mais entre eles do que com seus próprios pais e cuidadores. Pensamos de quem sabe esse não seria um novo tema de pesquisa nova para uma próxima oportunidade... 
 Referencias:
AMARAL, Sérgio Ferreira. Internet: novos valores e novos comportamentos. In: SILVA, Ezequiel Theodoro (Coord). A Leitura nos Oceanos da Internet. São Paulo: Cortez, 2003
 CORREIO DO POVO ON-LINE. Porto Alegre: Correio do Povo On-line. Acesso em: 09 Jun 2018.
DE ASSUNÇÃO FREITAS, Maria Teresa; COSTA, Sérgio Roberto. Leitura e escrita de adolescentes na internet e na escola. Autêntica Editora.
KOMESU, Fabiana; TENANI, Luciani. Considerações sobre o conceito de “internetês” nos estudos da linguagem. Revista Linguagem em (Dis)curso. Palhoça, v. 9, n. 3, p. 621-643.
LÉVY, Pierre. A emergência do cyberspace e as mutações culturais. Acessado em: 16 de Abril de 2018.
RIBAS, Elisângela et al. A influência da linguagem virtual na linguagem formal de adolescentes. Novas Teconologias na Educação, v. 5, n. 1
SANTOS, Maria Lúcia. Do giz à era digital. São Paulo: Zouk
SCHRAM, Sandra Cristina; CARVALHO, Marco Antonio Batista. O PENSAR EDUCAÇÃO EM PAULO FREIRE.

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