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DIREITO TRIB II

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DIREITO TRIBUTÁRIO II – Prof. Laís Gramacho
Raphaela Macedo
UNIDADE I
	AULA 01 - 20.02.13
REVISÃO TRIBUTÁRIO I
TRIBUTO
Tributo é toda prestação pecuniária, compulsória que deve ser paga em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. Não é sanção de ato ilícito, deve ser instituído em lei e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
FATO GERADOR
O fato gerador é uma situação definida em lei, necessário e suficiente. É o mesmo que hipótese de incidência e tem quatro aspectos: material, pessoal, temporal e espacial. A hipótese de incidência é que leva à relação jurídica tributária, que conta com dois aspectos: pessoal e quantitativo.
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
	TRIBUTO / CRITÉRIOS
	IMPOSTOS
	TAXA
	CONT. DE MELHORIA
	EMPRÉST. COMPULS.
	CONT. ESPECIAIS
	VINCULAÇÃO A UMA ATIVIDADE ESTATAL
	NÃO
	SIM
	SIM
	NÃO/SIM
	NÃO/SIM
	FINALIDADE
	NÃO
	NÃO
	NÃO
	SIM
	SIM
	RESTITUIBILIDADE
	NÃO
	NÃO
	NÃO
	SIM
	NÃO
	AFETAÇÃO DA RECEITA
	NÃO 
	SIM
	NÃO
	SIM 
	SIM
IMPOSTO
O fato gerado do imposto é uma situação independe de qualquer atividade estatal específica. São os impostos:
> Competência da União: Imposto de Importação (II); Imposto de Exportação (IE); Imposto sobre a renda (IR); Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Imposto sobre Operações Financeiras (IOF); Imposto sobre a propriedade Territorial Rural (ITR); Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF).
> Competência dos Estados e DF: Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD); Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
> Competência dos Municípios: Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU); Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI); Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS).
	
AULA 02 - 27.02.13
IMPOSTO SOBRE A RENDA (IRPF e IRPJ)
ASPECTOS GERAIS
Art. 153, III da CF. Essa é a matriz constitucional do "imposto de renda". A União através da CF pode instituir um imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza. No parágrafo 2o, deste mesmo artigo, há uma referência específica do IR.
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
III - renda e proventos de qualquer natureza;
§ 2º - O imposto previsto no inciso III:
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei;
Há um tempo, a CF previa a não incidência desse tributo em relação aos rendimentos provenientes de aposentadoria e pensão pagos pela União. Muitos autores ainda trazem esse pensamento, porém a Emenda Constitucional n. 20 revogou-o.
Vale lembrar que o art. 146, III, (a) determina que a lei complementar vai definir: (1) o fato gerador do tributo; (2) a base de cálculo e; (3) os contribuintes. No caso do IR, a lei complementar é o CTN, dos arts. 43 a 45. Além disso, há as leis instituidoras do tributo, e também o decreto 3000 que é denominado regulamento do imposto sobre a renda (RIR), este regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e a administração do IR.
Art. 146. Cabe à lei complementar:
 III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
DELIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS DA COMPETÊNCIA
No art. 150, IV da CF há previsão de algumas imunidades, que são delimitações ao poder de tributar.
 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
Ao mesmo tempo em que a CF dá a União o poder de tributar, a impede de instituir IR dos outros entes federativos, isto é, DF, Estados e Municípios. Isso se chama "imunidade tributária recíproca".
Existe uma discussão sobre quando as demais imunidades não falam especificamente sobre a renda, se acolheria o IR. Há uma divergência doutrinária a respeito da interpretação da alínea 'b' . As imunidades foram previstas para proteger determinados fins, valores e princípios, e um deles é a liberdade religiosa, que está prevista como direito fundamental. 
Pergunta-se: de que forma a União pode incentivar a liberdade religiosa? Dando imunidade aos templos religiosos! 
Uma parte da doutrina entende que quando a CF faz referência a "templos de qualquer culto", não está se referindo ao imóvel, e sim às entidades religiosas como um todo. Então, quando uma determina igreja vende um CD, por exemplo, e com o dinheiro das vendas reverte em prol da própria igreja, estaria ela realizando o fim previsto pela CF. É uma interpretação mais ampla ao dispositivo, que não é apenas ao templo, mas da renda, renda esta que deve ser aplicada na finalidade religiosa.
Já outra parte da doutrina tem uma interpretação mais restrita, atribuindo a imunidade apenas ao templo, por isso, contemplaria apenas imunidade em relação ao IPTU.
O STF, tradicionalmente, adota a primeira corrente, logo há imunidade do IR para as entidades religiosas.
Em relação aos livros, jornais e periódicos a interpretação é mais restrita. A imunidade está destinada a viabilizar o incentivo à cultura, que também é um valor constitucional. O que muito se questiona é que da mesma forma dos templos de qualquer culto, não tem expressado a palavra renda para afastar a possibilidade de incidências. Porém, a cultura também é um direito fundamental defendido pela CF. Geralmente, as empresas que trabalham com livros, papéis, são empresas com fins lucrativos, diferente de uma entidade religiosa. O que as diferenciam de outras empresas é a imunidade nos seus produtos, em que nos livros não pode incidir o ICMS. Mas, vale ressaltar que a renda não estaria atrelada ao fim da imunidade, o que prevalece aqui não é a finalidade, e sim o objeto.
O princípio da anterioridade, previsto no art. 150, III alínea "b" da CF, proíbe que os entes federativos cobrem tributo no mesmo exercício financeiro em que seja publicada a lei que o instituiu ou majorou.
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
Hoje, se fala também em anterioridade nonagesimal, que está prevista na alínea "c", esta proíbe que os entes federativos cobrem tributo antes de decorridos 90 dias da publicação da lei que o instituiu ou majorou.
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;
No entanto, o parágrafo 1o prevê algumas exceções a essas duas regras descritas acima. Quando se refere a vedação da anterioridade não faz menção alguma ao IR. Já no caso de exceção da anterioridade nonagesimal prevê o IR. Conclui-se que o princípio da anterioridade se aplica ao IR, mas o da anterioridade nonagesimal não. Por exemplo: se o IR for majorado em dezembro de 2012, pode ser cobrado em janeiro de 2013. Não pode ser cobrado no mesmo exercício financeiro, mas não é necessário esperar 90 dias para a sua cobrança efetiva.
§ 1º - A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. 
A generalidade diz respeito aos sujeitos que vão sofrer a incidência do IR. Significa que esse imposto deve sercriado de forma geral, para todas as pessoas. Não pode fazer discriminação entre as pessoas, exceto se for em prol ao princípio da isonomia, que não quer dizer para tratar todos iguais, afinal, as pessoas são diferentes, para igualá-las o tratamento deve ser diferenciado na medida de desigualdade de cada um.
A universalidade diz respeito ao objeto do aspecto material do tributo. Segundo Paulo de Barros, o aspecto material é identificado pelo verbo e complemento. O verbo no IR é "auferir, e o complemento é "renda", ou seja, quando a CF fala que o IR será formado de acordo com o critério da universalidade, quer dizer que não pode haver uma renda específica. 
ATENÇÃO Isso não quer dizer que não possa haver isenção sobre o objeto do tributo. Lógico que algumas rendas pode sofrer isenções, que serão justificadas pelo princípio da isonomia.
Além disso, há o critério da progressividade, esta prevê que quanto maior a base de cálculo, maior será a alíquota, ou seja, quem ganha mais tem que pagar proporcionalmente mais. Esse critério é uma peculiaridade do IR.
ASPECTO MATERIAL
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos.
"Aquisição" é o ato de adquirir, ou seja, de obter, conseguir, passar a ter. "Disponibilidade" é a qualidade ou estado do que é disponível, do que se pode usar livremente. Sendo o fato gerado a "aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica", não alcança a mera expectativa de ganho futuro ou em potencial.
Para que haja a disponibilidade econômica, é desnecessário que haja concomitantemente a disponibilidade financeira. A disponibilidade econômica ocorre com o recebimento da renda, a sua incorporação ao patrimônio, enquanto a disponibilidade jurídica dá-se com a aquisição de um direito não sujeito à condição suspensiva, através de um título para o seu recebimento, como, por exemplo, um cheque.
Receita é qualquer quantia recebida. E, vale ressaltar que a definição do fato gerador no artigo supracitado, está condicionada pela base econômica dada à tributação do art. 153, III da CF, que refere "rendas e proventos de qualquer natureza" e não a receitas.
As indenizações não configuram riqueza nova e que, portanto, não revelam acréscimo patrimonial, não implicando o fato gerador do IR.
Também não configuram o fato gerado do IR as simples atualizações monetárias de ativos que sejam determinados pela legislação em períodos de alta inflação, ou seja, os lucros meramente inflacionários ou nominais.
ASPECTO TEMPORAL
Quando se considera o acréscimo patrimonial para fins de incidência do IR?
Em relação ao IRPF a legislação faz um corte temporal no dia 31 de dezembro de cada ano. Se um sujeito recebeu uma renda hoje, logicamente o aspecto material está realizado, como seria muito difícil que o FISCO analisasse todos os casos isolados, então a Receita Federal faz um corte de todos os registros patrimoniais da vida do sujeito, e no dia 1 de Janeiro já é outro exercício.
Lucro real = o IRPF incide sobre o lucro e precisa ver uma forma de aturar o lucro, vê receita, faturamento, despesas e tudo o que sobra é lucro. Até o lucro para fins de IR tem algumas exclusões e algumas regras peculiares. Mas existem algumas empresas que obrigatoriamente devem aderir ao regime de lucro real, enquanto algumas têm a opção de aderir também ao lucro presumido. 
As empresas que estão obrigadas a aderir ao lucro real podem fazer uma estimativa de lucro referente ao mês e fazer o recolhimento mensal. Ou seja, a lei possibilita que as empresas apliquem um percentual da presunção e ao final do ano vai apurar o lucro real do ano e vai verificar se ainda tem imposto a pagar ou se pagou mais do que deveria, nesse caso, poderá compensar com impostos posteriores.
Lucro presumido = a base do imposto não vai ser o lucro real, mas o percentual aplicado sobre o faturamento, sobre a receita bruta, tudo que a empresa recebe aplica um percentual, que é de 8%. É presumido, pois a lei presume que esse 8% é o lucro. Essas empresas entram na regra de apuração trimestral, até porque não é complexo. Apuram-se as receitas brutas, aplica o percentual do lucro presumido (8%) e o percentual do imposto para recolher.
ASPECTO ESPACIAL
O IR é regido pela extraterritorialidade (art. 43, § 1º), isto é, o IR pode alcançar inclusive rendas auferidas no exterior. A Lei (X) faz referência à pessoa jurídica domiciliada no Brasil que aufere renda no exterior, no caso da pessoa jurídica essa confusão sobre a tributação é complexa, porque hoje existe a categoria das multinacionais que também têm domicílio em outros países. Para facilitar existem alguns tratados internacionais chamados de bitributação, que é justamente para evitar que a mesma empresa seja tributada duas vezes.
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica:
§ 1º - A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção.
ASPECTO PESSOAL
O sujeito ativo da relação jurídica é a União, de acordo com a competência do art. 153, III. O sujeito passivo é designado primeiramente no art. 45 do CTN, pois a CF diz que a lei vai determinar quem é o contribuinte. A lei que institui o IR define que são as pessoas físicas residentes ou domiciliadas no Brasil. No entanto, há também a previsão no art. 146 do regulamento sobre a incidência do imposto sobre rendas auferidas no Brasil por pessoas domiciliadas no exterior. O CTN diz que não importa de onde venha essa renda, a lei, na verdade, quando fala de determinadas regras, não diz expressamente quem será contribuinte. Então, essa é uma questão que há muitas discussões, na prática essas pessoas têm problemas.
Em relação ao procedimento, a legislação do IR prevê que os rendimentos relativos ao trabalho da pessoa física pagos por pessoa jurídica ou pessoa física, serão retidos na fonte, mas existe uma série de peculiaridades.
ASPECTO QUANTITATIVO
O art. 44 do CTN diz que a base de cálculo do imposto é a montante real arbitrada ou presumida da renda ou dos proventos tributáveis (objeto do aspecto material).
Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. 
Em relação ao IRPF a base de cálculo será o rendimento bruto. Ou seja, tem as deduções previstas em lei, a regra é essa, só que para se chegar o rendimento real, a lei faz deduções possíveis. Esse rendimento bruto engloba o produto de capital, alimentos e pensões recebidas em dinheiro. Os proventos que qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais, a lei continua deixando aberto as possibilidades de base de cálculo.
Ganho de capital é, por exemplo, uma pessoa ganhou um apartamento do pai e quando lhe foi doado valia 200 mil reais. Essa pessoa que está perto de se formar, por não ter planos resolveu ganhar dinheiro com o apartamento, vendendo-o para investir num negócio no futuro. Consegue vender o apartamento por 400 mil reais, a princípio pode-se pensar que houve um acréscimo, mas não é bem assim. O sujeito já tinha os 200 mil, ganhou mais 200, porém, os 200 mil de anos atrás não é o mesmo de atualmente, então deve fazer uma correção monetária desse valor e a diferença se configurará como ganho de capital, e é sobre esse ganho de capital que o sujeito pagará IR.
Quando a lei diz que determinado rendimento será pago exclusivamente na fonte, significa que o IR vai ser exclusivo sobre ganho de capital, não vai poder colocar na sua dedução para fins de IR. Ou seja, o ganho de capital é a diferença do valor do bem para o valor vendido com a correção monetária. Mas não é apenas comprae venda, podem ser várias situações que a própria lei descreve.
A lei prevê algumas isenções no ganho de capital, no caso de alienação de ações, fica isento o valor de até 20 mil reais, por exemplo. Nos demais casos até 35 mil reais tem isenção. 
Em relação ao IRPF são muitas peculiaridades, estão no regulamento, uma delas são as despesas com educação, isto é, uma pessoa física pode declarar quem são seus dependentes, que podem ser ascendentes, descendentes que realmente sejam dependentes.
	AULA 03 - 06.03.13
*** Curiosidades não faladas aula passada *** 
> O exercício de 2013 tem uma lei em vigor que isenta a PL, quem é sócio de uma sociedade quando recebe a distribuição dos lucros, não tem a tributação do IRPF, porque esse lucro já teve IRPJ.
> Hoje em dia o sigilo bancário é bem relativo, e a Receita Federal tem acesso a muitas informações da conta de todos. Um dos fatores para a Receita Federal auferir renda, é pelo extrato bancário.
> Hoje, existe uma lei que prevê a tributação dos depósitos não identificados -- Lei 9430/96.
(continuação...)
ASPECTO QUANTITATIVO 
IRPF = as opções do regime de apuração da base de cálculo do IR são três: (1) Lucro real; (2) Lucro presumido e; (3) Lucro arbitrado. É "mais ou menos" uma opção. Algumas PJ podem fazer a opção do lucro presumido, mas outras estão obrigadas a apurar pelo lucro real. O lucro arbitrado é mais uma punição.
LUCRO REAL = As pessoas jurídicas cuja receita total seja acima de 48 milhões, ou seja, cuja atividade tem como objeto social as finanças, são obrigadas a auferir renda pelo lucro real. Também as PJ com benefícios fiscais que explorem atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria. Estas devem apurar suas receitas, fazer deduções que a lei determina com a base de cálculo que será o lucro real.
LUCRO PRESUMIDO = As pessoas que não se encaixam no art. 14 da Lei 9718/98 podem optar pelo lucro presumido ou pelo lucro real. Mesmo havendo essa opção, há empresas que optam pelo lucro real, e cada empresa deve optar apenas uma vez no ano, se mudar ao longo do ano, será multada.
No lucro presumido a empresa vai apurar receita bruta, que é aquilo que recebe em razão da prestação de serviços e circulação de mercadorias, e a partir dessa receita bruta, vai aplicar um percentual que será o lucro presumido, e este percentual será a base de cálculo do IR. A Lei do IRPJ faz remissão ao conceito de receita bruta, na verdade, esse conceito serve para fins de apuração do IR. Mas uma PJ pode ter uma aplicação financeira que tem rendimentos, e estes são um acréscimo patrimonial, se enquadra na concepção de IR, mas não se enquadra no conceito de receita bruta, que é um conceito restrito. Quando tem apuração do IR de pessoas que optam pelo lucro presumido, esses rendimentos entram como outras receitas que não decorrentes da sua atividade, logo, não aplica o percentual sobre essas receitas. A regra geral é que a alíquota é de 8%, mas há exceções que estão no art. 15 da Lei 9249/95.
LUCRO ARBITRADO = Primeiramente, vale destacar que não é uma opção. O regime de apuração do lucro arbitrado é uma espécie de punição. Essa espécie de apuração é arbitrada quando: (1) o contribuinte frauda a contribuição, e; (2) o contribuinte faz uma contribuição indevida pelo lucro presumido.
A apuração pelo arbitramento funciona aplicando o percentual do lucro presumido, mais 20%. Isto é, primeiro tira os 8%, com o resultado aplica-se o percentual de 20%. Não é de 28%!!!
A alíquota do IRPF é de 15% sobre o real, presumido ou arbitrado. As sociedades empresárias que exceder o resultado de 20 mil reais pelo número de meses do respectivo período de apuração, se sujeita à incidência adicional, que é alíquota de 10%.
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI)
ASPECTOS GERAIS
A competência para instituição do IPI, pela União consta no art. 153, inciso IV da CF. O Decreto 7212/10 traz o Regulamento do IPI (RIPI), regulamentando a cobrança, fiscalização, arrecadação e administração do IPI.
Na CF de 1946 constava o Imposto de Consumo, que esse se transformou em Imposto sobre Produtos Industrializados.
A base econômica tributável a tal título abrange as operações com produtos industrializados. Desse modo, alcança o negócio jurídico (operação) que tenha por objeto qualquer bem (produto) decorrente de processo de industrialização realizado por um dos contratantes (industrializado). Pressupõe a industrialização e a saída do produto do estabelecimento industrial.
Assim, o IPI incide nas operações de que participa o industrial que industrializou o produto, mas não na venda por comerciante ao consumidor.
Para o IPI, portanto, a CF coloca como base econômica a ser tributada os negócios jurídicos com produtos industrializados, mas não, necessariamente, negócios que impliquem a transferência do bem, admitindo outros que tenham o produto industrializado como objeto.
Produto ≠ Mercadoria. Produto é qualquer bem produzido pela natureza ou pelo homem. Mercadoria é apenas bem que se destina ao comércio. Industrializado, é o que foi submetido ao processo de industrialização.
Não basta que simplesmente não se esteja cuidando de produto in natura; não basta que o produto tenha sido industrializado em algum momento. É preciso, sim, que se trate de operação com produto que tenha sido industrializado por um dos contratantes.
DELIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS DA COMPETÊNCIA
IMUNIDADES = Art. 150, IV, CF.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE = A instituição e majoração do IPI não estão submetidas à observância da anterioridade de exercício do art. 150, III, b, da CF. Porque o § 1º do próprio artigo, já na sua redação original, é expresso ao estabelecer tal exceção.
Mas terá de ser observada a anterioridade nonagesimal, ou seja, o interstício de pelo menos noventa dias entre a data da publicação da lei e o início de sua incidência.
Em 2011 o governo federal majorou a alíquota do IPI sobre veículos automotores através do Decreto 7567. O STF, contudo, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 16 do referido Decreto, que conferia vigência imediata à majoração. Entendeu que houve violação à anterioridade nonagesimal.
EXCEÇÃO À LEGALIDADE ESTRITA = A CF, através do § 1º do art. 153, atenua a legalidade tributária estrita relativamente ao IPI e outros impostos, à facultar ao Poder Executivo a alteração das alíquotas, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei. Isso dá maior flexibilidade às alterações do IPI, permitindo que sejam feitas sem intermediação do Congresso Nacional.
SELETIVIDADE = A CF é categórica ao determinar a observância da técnica da seletividade na instituição do IPI.
A seletividade implica tributação diferenciada conforme a qualidade do que é objeto da tributação. Não se deve confundir com progressividade, que esta faz com que o imposto onere mais quem tem riqueza maior, ou seja, personaliza o imposto.
Ser seletivo implica ter alíquotas diferenciadas dependendo do produto (individualmente considerado) ou do tipo de produto (se alimentício, de higiene, têxtil etc.), sendo que o critério para tal seletividade é dado pelo próprio constituinte: o grau de essencialidade do produto. 
Vale ressaltar que não significa haver imunidade, ainda que as operações ou bens sejam essenciais ao ser humano, devendo-se considerar o postulado de solidariedade no custeio das atividades estatais.
A seletividade do IPI é uma imposição constitucional, essa técnica só é colocada como uma faculdade quanto ao ICMS. A única discricionariedade permitida é onerar mais ou menos os produtos como um todo.
A verificação do respeito ou não a tal técnica de tributação tem de se dar através do manuseio da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (TIPI), na qual é possível comparar as alíquotas atribuídas a cada produto.
Certo é, em regra, que os produtos essenciais são consumidos por toda a população, e que os produtos supérfluossão consumidos por aqueles que, já tendo satisfeito suas necessidades essenciais, dispõem de recursos adicionais para tanto. A essencialidade do produto, assim, realmente constitui critério para diferenciação das alíquotas que acaba implicando homenagem ao principio da capacidade contributiva.
A essencialidade do produto, por vezes, não é revelada pela sua natureza, mas pela sua finalidade específica. O STJ assim decidiu justificar a alíquota de 10% sobre alimentos de animais de estimação, presumindo maiores condições financeiras de quem pode dedicar parcela da sua renda para a compra de alimentação diferenciada para seus animais.
A fixação de alíquotas poderá desbordar da simples graduação segundo a essencialidade quando esteja inspirada na utilização extrafiscal do tributo. Isso porque, nesses casos, a intenção é induzir o inibir da produção de determinados bens. É o caso dos cigarros, cuja alíquota é de 300%, abriga um caráter extrafiscal bastante pronunciado: não só o produto é supérfluo como de consumo desaconselhável por razões de saúde pública. 
NÃO CUMULATIVIDADE = Constitui uma técnica de tributação que visa o impedimento que as incidências sucessivas nas diversas operações da cadeia econômica de um produto impliquem um ônus tributário muito elevado, decorrente da múltipla tributação da mesma base econômica. Em outras palavras, consiste em fazer com que o IPI não onere a produção em cascata. Isso ocorreria caso o IPI pudesse ser cobrado sobre o valor total das operações relativas às diversas saídas de produtos industrializados ocorridas numa cadeia de industrialização, sem que fosse autorizada a compensação dos valores já suportados a tal titulo nas operações anteriores.
Em todas as saídas promovidas pelas diversas indústrias envolvidas em tal cadeia, há incidência do IPI. Daí a necessidade de mecanismo que permitia deduzir dos valores devidos, aqueles já suportados nas operações anteriores.
Mas a não cumulatividade não chega a ter status de cláusula pétrea, o STF entendeu que não constitui garantia constitucional que se possa qualificar como direito fundamental. Mas, a norma constitucional que estabelece a não cumulatividade assegura o contribuinte independentemente de qualquer regulamentação, ou seja, é fundamento suficiente para que o contribuinte realize o creditamento e a respectiva compensação.
O industrial que adquire matéria-prima, produtos intermediários ou material de embalagem, enfim, produtos que se incorporarão ao seu produto final, credita-se do IPI incidente naquelas operações, utilizando-se do seu crédito para abater do IPI devido nas saídas de produtos industrializados.
	AULA 04 - 13.03.13
(continuação...) 
ASPECTO MATERIAL
CTN fala de: (1) produto; (2) operação, e; (3) industrialização.
O produto já fora visto q é o resultado da operação, q n necessariamente é destina ao comercio, pois está falando de produto e não de mercadoria. Produto tem sentido amplo, pode ser para consumo próprio, pode ser para comércio, não importa a finalidade. 
Industrialização para o CTN é que mude a natureza, finalidade ou aperfeiçoe para o consumo. Se o CTN é a lei complementar, trás as linhas mestras, não quer dizer que a lei que institui o imposto não precisa ter a mesma redação, mas lógico que não pode ultrapassa esses três fatores que o CTN diz que é industrialização para fins do IPI. E a lei diz que operação de que resulte alteração da natureza, funcionamento, utilização, acabamento ou apresentação do produto... Mas até que ponto esses últimos vão alterar a natureza, finalidade ou aperfeiçoe para o consumo? E para isso existe o regulamento que vai mostrar como o aplicador da norma vai aplicá-la.
O regulamento vem a partir da lei que concebe a possibilidade de aperfeiçoamento e apresentação, ou acabamento, e ele vai dizer detalhadamente que operação é essa. Produto industrializado é resultante de qualquer operação, definida no regulamento como industrialização, mesmo incompleta, parcial ou intermediária. Acabamento e apresentação, diante da interpretação, só podem se enquadrar como industrialização, se acarretarem algum desses três fatores, já citados.
Transformação é aquilo que é exercido sobre matéria-prima ou produto intermediário, importando na obtenção de uma espécie nova. Beneficiamento importa em modificar, aperfeiçoar ou, de qualquer forma, alterar o funcionamento, a utilização, o acabamento ou a aparência do produto. E montagem 
Beneficiamento - escova de dente comum pode ser beneficiada quando coloca espaço para bateria, e ela se torna uma escova de dente elétrica, a finalidade é a mesma, mas houve um aperfeiçoamento do consumo.
Montagem - vai gerar um novo produto, por exemplo, o carro é formado por várias peças que também são produtos industrializados que através de uma montagem gera um veículo, alterou a finalidade daquelas peças autônomas.
No entanto, o regulamento prevê também o acondicionamento que seria alterar a apresentação do produto pela colocação da embalagem, ainda que em substituição da original, exceto quando a embalagem se destine apenas para o transporte de mercadoria. Por exemplo, ovo de páscoa, se acabou a páscoa, muda a embalagem para fazer uma promoção, mas continua sendo chocolate, a finalidade é a mesma, não houve aperfeiçoamento para o consumo, pois foi só a mudança da embalagem. Quando a lei diz que a colocação de embalagem não é FG para o IPI, quis dizer que nesse caso não há um processo de industrialização, porque não se enquadra no aspecto material, mas o fato da lei excepcionar a embalagem pelo transporte... Algumas pessoas entendem que não haveria essa extrapolação porque a lei que institui o imposto fala da alteração da apresentação do produto, e a colocação da embalagem alteraria a apresentação do produto. E a lei que institui deve estar de acordo com a lei complementar.
Renovação ou recondicionamento é a restauração ou renovação de um produto usado ou parte remanescente de produto deteriorado ou inutilizado. A grande questão é que existe um tributo previsto na CF que é o ISS (imposto sobre serviços) que é tributo de competência dos Municípios, e o aspecto material deste seria prestação de serviços, e existem alguns casos em que há divergência na doutrina e jurisprudência se aquela operação seria industrialização ou prestação de serviços. Vale ressaltar, que a operação no IPI é um negócio jurídico, e a industrialização seriam o complemento, que é o produto industrializado.
São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, o processo utilizado para obtenção do produto e a localização e condições das instalações ou equipamentos empregados. 
ATENÇÃO Como é produto não importa se vai ser destinada para comércio ou se vai ser destinado para consumo!
Existe uma questão também que em relação ao inciso I do art. 46 do CTN que prevê o desembaraço aduaneiro, quando importa qualquer produto, devemos declará-lo e, por isso, devem ser pagos alguns impostos. Há uma corrente doutrinária que defende a inconstitucionalidade desse inciso, pois entendem que quando a CF fala do IPI, prevê um produto industrializado e uma operação com produto industrializado, e como é produto da importação, apesar de ser industrializado, não deve incidir. 
Importação seria a entrada de um produto estrangeiro no território nacional, se um sujeito sai com o próprio celular, e volta com ele mesmo, entrou com um produto industrializado, mas não é estrangeiro. 
ASPECTO TEMPORAL
A legislação traz algumas ficções para definir quando ocorre o aspecto material. E todas elas estão no art. 36 do RIPI.
Art. 36.  Considera-se ocorrido o fato gerador:
I - na entrega ao comprador, quanto aos produtos vendidos por intermédio de ambulantes;
Significa que entre as indústrias pode haver comerciantes intermediários que adquiram de uma para passar pra outra, ou de uma indústria para comerciante. Nesse caso, considera-se o aspecto temporal no momento da entrega ao comprador.II - na saída de armazém-geral ou outro depositário do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial depositante, quanto aos produtos entregues diretamente a outro estabelecimento;
Essa é a hipótese prevista no CTN, trouxe alguns equiparados ao estabelecimento industrial.
III - na saída da repartição que promoveu o desembaraço aduaneiro, quanto aos produtos que, por ordem do importador, forem remetidos diretamente a terceiros;
Esse desembaraço aduaneiro pode demorar dias, meses, pois se a pessoa deixou de pagar o imposto, não sai a mercadoria. Mas ocorre na saída do desembaraço aduaneiro. Isso significa que se a pessoa não pagar o imposto o produto não vai sair, se a pessoa não pega a mercadoria, também não fica devendo IPI.
IV - na saída do estabelecimento industrial diretamente para estabelecimento da mesma firma ou de terceiro, por ordem do encomendante, quanto aos produtos mandados industrializar por encomenda;
Tem a questão da industrialização por encomenda, que as jurisprudências dos tribunais superiores entendem que esta não seria objeto da incidência do IPI, mas seria do ISS. O regulamento, no entanto, prevê o aspecto temporal dessa hipótese. Que seria no momento da saída da indústria para a pessoa que encomendou. Neste caso, a Prof. Laís entende que não há operação com produto industrializado, e sim uma prestação de serviços. Há divergência entre outros tribunais, mas o STJ entende dessa forma.
V - na saída de bens de produção dos associados para as suas cooperativas, equiparadas, por opção, a estabelecimento industrial;
Faz uma equiparação, que seria também na saída do estabelecimento.
VI - no quarto dia da data da emissão da respectiva nota fiscal, quanto aos produtos que até o dia anterior não tiverem deixado o estabelecimento do contribuinte;
VII - no momento em que ficar concluída a operação industrial, quando a industrialização se der no próprio local de consumo ou de utilização do produto, fora do estabelecimento industrial;
VIII - no início do consumo ou da utilização do papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, em finalidade diferente da que lhe é prevista na imunidade de que trata o inciso I do art. 18, ou na saída do fabricante, do importador ou de seus estabelecimentos distribuidores, para pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras;
Na opinião da Prof. traz uma redação confusa pois diz que ocorre o aspecto material no início do consumo ou utilização do papel. Quer dizer que uma editora que compra o papel para fins de impressão de livros, jornais, etc. Pode consumir o papel para outro fim.
IX - na aquisição ou, se a venda tiver sido feita antes de concluída a operação industrial, na conclusão desta, quanto aos produtos que, antes de sair do estabelecimento que os tenha industrializado por encomenda, sejam por este adquiridos;
X - na data da emissão da nota fiscal pelo estabelecimento industrial, quando da ocorrência de qualquer das hipóteses enumeradas no inciso VII do art. 25;
O art. 25 prevê que não incide IPI na operação com produto industrializado destinado a exportação, por causa da finalidade extrafiscal do imposto, para desonerar a exportação para fomentar a produção interna para fins de exportação. Só que existem casos em que se emitiu nota fiscal e o estabelecimento que iria exportar, passou 180 dias que não exportou, o art. 25 traz a hipótese que não houve caracterização do produto para exportação, então não incide o IPI.
XI - no momento da sua venda, quanto aos produtos objeto de operação de venda que forem consumidos ou utilizados dentro do estabelecimento industrial;
XII - na saída simbólica de álcool das usinas produtoras para as suas cooperativas, equiparadas, por opção, a estabelecimento industrial; e
XIII - na data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria no recinto alfandegado, antes de aplicada a pena de perdimento, quando as mercadorias importadas forem consideradas abandonadas pelo decurso do referido prazo.
ASPECTO ESPACIAL
TERRITORIALIDADE = essa é a regra, são as operações por produtos industrializados ocorridas em território nacional. Alguns entendem que o inciso I do art. 46 não é hipótese de extraterritorialidade, porque o desembaraço aduaneiro ocorre no território nacional. Hugo Machado diz que é uma exceção da territorialidade no caso do IPI.
ASPECTO PESSOAL
>Sujeito ativo = União, competência da União (art. 153, IV)
>Sujeito passivo = seria no art. 51 do CTN, diz que primeiro o importador ou a quem a lei a ele equiparar, por causa do inciso I do art. 46. O inciso II fala do industrial ou a quem a ele equiparar. O inciso III o comerciante de produtos sujeitos a impostos, ou seja, o comerciante que comercializa para importador industrial; e o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, mas essa hipótese não é prevista na lei.
O parágrafo único do art. 51 diz que qualquer estabelecimento é contribuinte, fala isso porque pode haver uma mesma sociedade, vários estabelecimentos. E quando a legislação fala de estabelecimento, fala de filial.
	AULA 05 - 20.03.13
IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO (II) 
ASPECTOS GERAIS
Art. 153, I CF.
Questiona-se a constitucionalidade do CTN porque já havia uma materialidade.
Aplica-se também o § 1º do art. 153 da CF, essa é uma exceção a legalidade estrita, podendo o PE alterar as alíquotas do imposto, o que se aplica também ao IPI.
DL 37/66 foi o que institui o imposto, e foi recepcionado pela CF como lei ordinária. E está vigendo até hoje.
O Decreto 6759 é um regulamento aduaneiro, regulamenta as atividades aduaneiras, ou seja, é quem regulamenta a atividade da administração tributária em relação a fiscalização da importação e exportação.
Decreto 660 cria o chamado "SISCOMEX" que é um sistema integrado de comércio exterior. Hoje em dia, todas as transações de importação e exportação são registradas no SISCOMEX. 
DELIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS DA COMPETÊNCIA
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE = O aumento de alíquota de II se aplica imediatamente, a não ser que tenha alguma previsão na legislação. Ou seja, não entra na anterioridade e nem na anterioridade nonagesimal.
EXCEÇÃO À LEGALIDADE ESTRITA = O II é um imposto de caráter essencialmente extrafiscal, ou seja, sua instituição, majoração e redução, estão atreladas que não os fins de arrecadar. Como por exemplo, regulamentar a econômica, intervir no domínio econômico. O Estado pode majorar a alíquota de certos produtos para valorizar a industrialização desses produtos no mercado interno, então, esses produtos ficam mais caro que os produtos internos, que é uma forma do Estado intervir no domínio econômico para regular a econômica.
Outra questão, é que existem os produtos chamados ex-tarifários, que muitas vezes tem alíquota zero, porque o Estado considera que tem importância no plano tecnológico.
ASPECTO MATERIAL
A CF já diz sobre o que o II pode ser instituído, e o CTN define o aspecto material, que muitas vezes é chamado de FG (hipótese de incidência), no art. 19 o CTN diz que esse imposto tem como FG a entrada destes no território nacional.
Importação tem o seu significado no próprio artigo, que é a entrada de um produto estrangeiro no território nacional, que seria a importação, mas não é a entrada de qualquer produto, ela tem que se dar a título definitivo, com a intenção de que aquele produto se incorpore na econômica nacional, seja para comércio, seja para uso e consumo.
Produto tem um conceito mais amplo do que o de mercadoria, pois esta da ideia de mercancia, que diz respeito ao comércio, então quando um produto é importado para fins de comércio é uma mercadoria, pois é colocado à disposição dos consumidores, produto, além da mercadoria, é qualquer que seja também pra consumo próprio. Esse produto tem que ser, seja naturalmente constituído no exterior ou produzido pela industrialização, deve ser produzido no exterior. A entrada temporária de um produto no território nacional, quando ele vai serexportado novamente, não se enquadra no conceito de importação, pois esta é a título definitivo.
Estrangeiro, se um sujeito tem um produto nacional e exporta, se re-importa não incide o II, porque não é produto estrangeiro e isso a CF define, deve ser um produto estrangeiro. Inclusive, o STF já declarou inconstitucionalidade às disposições da lei que instituiu o imposto sobre a re-importação.
A importação é de mercadoria, que é diferente de produto. 
ASPECTO TEMPORAL
Em relação ao aspecto temporal, está no art. 23 do Decreto 37/66.
O art. 44 fala de produto, pois tem "destinado ao consumo ou não". 
No caso de PJ que estão importando para fins de mercancia, se submetem ao Siscomex, isto é, fazem um registro da importação, que incide o II. Se a mercadoria for extraviada, não se considera, pois houve a importação. 
Muitas vezes se declara determinas mercadorias, e elas não aparecem, o FISCO considera que a mercadoria foi importada, e também multa de 50%, pois presume que houve algum tipo de fraude.
ASPECTO ESPACIAL
O próprio CTN informa, que é a entrada do produto estrangeiro em território nacional, que é o geográfico, não se considera navios, repartições diplomáticas, etc.
ASPECTO PESSOAL
O sujeito ativo é a União. O passivo é o contribuinte, o importador ou a quem a lei a ele equiparar, ou o arrematante de produtos estrangeiros abandonados.
O decreto 37, fala que é contribuinte do imposto: (1) o importador, considera qualquer pessoa que promova a entrada de qualquer mercadoria no território nacional; (2) o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente; (3) o adquirente de mercadoria entreposta, significa que muitas vezes a importação se dá através de uma terceira pessoa, ela faz a importação, mas em nome de um terceiro, então este terceiro é contribuinte; (4) transportador.
ASPECTO QUANTITATIVO
>Base de cálculo: Art. 20, CTN.
De acordo com CTN a base de cálculo é a alíquota específica, como unidade de medida adotada, isto é, é aplicado um determinado preço por cada quantidade de produto. 
Quando o produto for arrematado, será o preço da arrematação. 
Antigamente havia uma tabela da tarifa aduaneira, a partir de 1995 em razão do tratado de assunção é 94 que criou o MERCOSUL o Brasil começou uma política diferente, de uma forma que eles se beneficiem para fortalecer esse grupo. E adotaram o que chama de NCM (nomenclatura comum do MERCOSUL) e ela é padronizada para os países, e definem nomenclatura para todos os produtos. E, também, o MERCOSUL definiu uma tarifa externa comum, essa TEC, a partir de 95 o Brasil passou a adotá-la, e não a tarifa aduaneira brasileira. No entanto, cada país pode prevê uma lista de exceções à TEC. 
O II é uma exceção ao princípio da legalidade estrita, em que o PE pode alterar suas alíquotas para fins extrafiscais, mas isso foi muito questionado, a adesão a TEC, pois não foi criada pelo Poder Executivo da União, e sim por um grupo estrangeiro, isso foi levado ao Supremo, que entendeu que a CAMEX poderia ajustar as tarifas, e não feriria o sistema político interno.
>Alíquota: NCM e TEC
IMPOSTO SOBRE EXPORTAÇÃO (IE)
ASPECTOS GERAIS
Art. 153, II CF.
O decreto-lei prevê que a COMEX expedirá normas complementares ao decreto-lei em relação ao que for acordado na câmara. 
DELIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS DA COMPETÊNCIA
IMUNIDADE
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE = Sobre IE não se aplica a anterioridade e nem a anterioridade nonagesimal.
EXCEÇÃO À LEGALIDADE ESTRITA = O IE é um imposto extrafiscal, e aumentando alíquota, protege o mercado interno e ao mesmo tempo incentiva, se reduz a alíquota de exportação para concorrer com produtos de outros países. E, por isso, muitas exportações são isentas.
ASPECTO MATERIAL
Art. 23 do CTN.
Exportação - saída de produtos nacionais ou nacionalizados do território nacional para a economia interna dos países estrangeiros. Se saiu um produto com finalidade de se incorporar à economia interna de outro país, incide a exportação, que se dá a título definitivo.
Produto - conceito amplo, engloba tanto mercadoria como qualquer produto destinado ao uso e consumo.
Nacionais - produzidos no território nacional, seja de forma natural ou industrializada.
Nacionalizados - os produtos nacionalizados são aqueles que foram importados de forma definitiva para o território nacional.
ASPECTO TEMPORAL
FG - expedição da guia de exportação ou documento equivalente (antigamente). Hoje em dia existe o SICOMEX, então tudo se da eletronicamente. (decreto 6759 art. 213).
ASPECTO ESPACIAL
Entrada do produto nacional ou nacionalizado em território estrangeiro.
ASPECTO PESSOAL
> Sujeito ativo: União
> Sujeito passivo: contribuinte - exportador.
ASPECTO QUANTITATIVO
>Base de Cálculo: Art. 24 CTN. 
Na hora de entrega da mercadoria, para exportação, o preço do produto não está incluso o preço dos impostos. O decreto 1578/77 especifica o que está no CTN, diz o que é preço normal do produto.
	AULA 06 - 27.03.13
IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO, SEGURO OU RELATIVA A TÍTULOS OU VALORES IMOBILIÁRIOS (IOF)
ASPECTOS GERAIS
É uma sigla criticada, pois significa "Impostos sobre operações Financeiras", mas não é sobre qualquer operação financeira, e sim sobre operações de crédito, câmbio, títulos e valores imobiliários, e "operações financeiras" é algo muito genérico.
É também um imposto de competência da União e está no art. 153, V na CF. A Lei complementar desse imposto é o próprio CTN, entre os artigos.
DELIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS DA COMPETÊNCIA
IMUNIDADE = As imunidades, a CF entende que se aplica ao IOF, pois é um imposto que está atrelado à renda. Houve uma discussão do supremo que a operação de crédito e câmbio tinha que está ligada a entidade de assistência social, mas essa é a interpretação dada a todos os impostos, e tudo tem que ser ligado a atividade fim da assistência social, se desviar o fim não está mais enquadrada na imunidade. Mas, o STF, até hoje, aplica as imunidades ao IOF.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE = Não se aplica a anterioridade de exercício e nem nonagesimal. É um imposto extrafiscal e tem esse caráter bem acentuado e, por isso, a União pode regulamentar através de decreto, com efeito imediato, pois interfere diretamente as instituições financeiras em geral que influenciam no mercado como um todo. Então, o Estado, através do Poder Executivo, dosa o mercado financeiro através do IOF.
EXCEÇÃO À LEGALIDADE ESTRITA = Art. 153, § 1º. A própria CF diz que os impostos só podem ser instituídos através de lei, e a partir disso, é lei no sentido estrito, proferida pelo Poder Legislativo, é a legalidade estrita. Então, uma exceção à CF deve ser levada por ela. 
O CTN fala que o Poder Executivo poderá alterar as alíquotas, e o art. 65 diz que PE pode alterar as alíquotas ou as bases de cálculo. E a interpretação lógica é que as bases de cálculo não foram recepcionadas pela CF, pois autorizara apenas as alíquotas.
Se a Lei não instituiu, como no caso de IPI na arrematação, então não existe. O CTN possibilita, mas não pode ir de encontro com os limites da CF e a lei que instituiu o imposto não pode ir contra o CTN, ou seja, o regulamente existe para dizer como a lei vai ser aplicada e não para criar novas obrigações.
INCIDÊNCIA ÚNICA EM RELAÇÃO AO OURO = Art. 153, § 5º da CF. 
O ouro pode ser comercializado como pedra preciosa ou como ativa financeiro, nesse segundo caso, será objeto de troca monetária, troca cambial e vai ser comercializado por instituições financeiras autorizadas para esse tipo de operação. Como pedra preciosa é objeto de incidência do ICMS, porque é transferido como mercadoria. 
Mas quando é moeda, como ativo financeiro, sofre incidência do IOF ouro e se sujeita, exclusivamente, a incidência do IOF e apenas na origem, que é quando a aquisição do ouro por uma instituição financeira da própriaempresa que faz extração do outro, de uma mineradora. Nesse caso, o IOF vai incidir apenas nessa operação, e nenhum outro imposto vai incidir nessa operação, e a alíquota será de 1%.  
Apesar de ser um imposto de competência da União, o imposto será distribuído para os Estados (30%) e Municípios (70%). O STF entende que a origem pode ser aquisição pela instituição financeira ou qualquer outra instituição autorizada ou desembaraço aduaneiro quando o ouro é importado. A primeira aquisição é a que vai ser tributada, apenas na origem.
Logo, o fato gerador do IOF ouro é a primeira aquisição do ouro como ativo financeiro.
>>> IOF CRÉDITO <<<
ASPECTO MATERIAL/TEMPORAL
Art. 63 do CTN.
O inciso I do CTN, fala do fato gerador (hipótese de incidência) do IOF.
Quando se fala em contrato de operação de crédito, que geralmente é o empréstimo. Juridicamente seria a troca de uma prestação de um bem presente por uma prestação futura, óbvio que sendo remunerado através de juros, correção monetária, etc. É a comercialização de dinheiro, de crédito.
Existem dois elementos essenciais: confiança e o tempo.
A confiança não é subjetiva, e objetiva porque a instituição financeira tem como obrigar o sujeito a cumprir essa obrigação futura, justamente para que os Bancos concedam os créditos e as pessoas coloquem esse dinheiro no mercado geral, para girar, pois se o dinheiro fica no Banco, não movimenta a econômica. E, por isso, o Governo pode regulamentar esse IOF para que o dinheiro possa circular no mercado.
O elemento tempo é importante porque não é uma prestação, não é compra e venda, o Banco dá algo e tem um crédito futuro, confia na pessoa, mas espera que no futuro as pessoas paguem. Por exemplo, no caso de financiamento de veículo, o carro é comprado à vista na concessionária, faz um contrato com o Banco e este vai pagar o valor à concessionária, o sujeito ganhou o bem e o Banco tem um crédito, é justamente uma operação de crédito, pois deverá pagar em operações futuras o valor dado pelo Banco. 
Quando o dinheiro é deixado no Banco e as pessoas fazem operações com o dinheiro colocado, não é operação de crédito, é apenas quando utiliza o crédito disponibilizado pelo Banco, isso já está pacificado e, inclusive, tem uma súmula 664 no STF.
A CF não exige, necessariamente, se dê com uma instituição financeira, mas essa discussão também no judiciário, inclusive o STF já reconheceu a repercussão geral nas operações de mútuo, entre pessoa física e jurídica. Isto é, uma empresa que não seja instituição financeira, faz um empréstimo para uma pessoa física, pela materialidade da CF incidiria o IOF. Mas, a doutrina entende que não se caracterizaria, porque aquela empresa não está autorizada pelo Banco Central para fazer esse tipo de operação. O STF ainda não julgou.
Existe uma operação de crédito também interessante de ser falada, que é a operação de factoring, na prática é como se fosse uma operação com título, um empréstimo, mas não uma instituição financeira. 
Juridicamente é uma operação em que uma empresa presta uma assessoria mercadológica, no sentido que visualiza a possibilidade de com mais dinheiro, essa empresa produzirá mais, faz esse estudo e coloca o dinheiro dela na pequena ou médio empresa, e então tem um crédito com essas empresas, só que esse crédito, é como se fosse, em regra, o crédito de vendas futuras. Não e interessante para uma grande empresa, pois pode ser que não precise e a expectativa de crescimento não é tão grande. Então, a empresa de factoring, trabalha comercializando crédito com outras empresas, e o crédito dela será no faturamento futuro em relação a essas prestações de serviços. A materialidade seria a entrega parcial ou total do montante à empresa de factoring.
Isso foi questionado, justamente pela configuração de prestação de serviços, mas o STF entendeu que é uma venda de crédito.
Algo pertinente para se falar também, é, por exemplo, um grupo impetrou mandado de segurança contra um ato coator de uma autoridade pública em relação à matéria tributária, querendo que a exigência seja suspensa e, o grupo faz um depósito judicial. O saque de depósitos judiciais, já teve uma celeuma se era uma operação de crédito, mas para a Prof. Laís, não tem como ser, e é também o entendimento do STF, ou seja, não há incidência do IOF nos depósitos judiciais de garantia.
ASPECTO TEMPORAL
A lei que instituiu repete o que está no CTN, em que o momento que se dá incidência do imposto, é um fato instantâneo, em que a partir da ocorrência, com a entrega do dinheiro, ocorreu o IOF. É no momento da entrega total ou parcial do montante.
O STJ vem entendendo que esse momento se dá no momento da contratação do crédito, é como se entendesse que a operação de crédito seria continuada, e o momento que se visualiza que ocorreu, é na contratação. Mas, o CTN fala expressamente que o momento é entrega total ou parcial.
ASPECTO ESPACIAL
Ocorre no território nacional, sendo que há reconhecimento da incidência do IOF em crédito vindo de exterior, desde que transformado na moeda nacional.
ASPECTO PESSOAL
> O sujeito ativo: União.
> O sujeito passivo: (1) o tomador do crédito; (2) pessoa física ou jurídica que alienar direitos creditórios (factoring).
> Responsável: (1) instituições financeiras; (2) empresa de factoring; (3) pessoa jurídica que conceder o crédito (discussão no STF).
ASPECTO QUANTITATIVO
> Base de Cálculo: montante da obrigação = valor + juros.
> Alíquota: 1,5% ao dia (máxima).
O financiamento de imóvel para fins habitacionais é isento da mesma forma que o financiamento de veículos para taxistas. É um incentivo.
>>> IOF CÂMBIO <<<
ASPECTO MATERIAL
A operação de câmbio é a troca de moedas, por exemplo, quando se leva real para comprar dólar. Ou seja, troca da moeda nacional pela moeda estrangeira, ou vice e versa.
ASPECTO TEMPORAL
O CTN já anuncia que é a efetivação pela entrega da moeda nacional ou estrangeira, ou documento que represente. É instantâneo.
ASPECTO ESPACIAL
Não há norma específica, então, se considera o território nacional. No entanto, essa materialidade gera uma dúvida, pois há operação de câmbio no exterior, e o STJ tem entendido que se um sujeito contrata uma moeda para adquirir no exterior, não afasta a incidência do IOF, logo, é uma exceção à norma espacial.
ASPECTO PESSOAL
> Sujeito ativo: União
> Sujeito Passivo: Comprador ou vendedor.
O comprador será na operação referente a transferência para o exterior, por exemplo, quando alguém compra moeda estrangeira para mandar para o exterior, esse será o contribuinte. Do mesmo modo, o se traz a moeda do exterior e vende em território nacional, isto é, o vendedor, ele será o contribuinte do imposto.
ASPECTO QUANTITATIVO
> Base de cálculo: montante da operação de câmbio, em moeda nacional.
> Alíquota: 25%
Essa alíquota é muito criticada pela doutrina, pois é muito alta. Na prática são utilizadas outras alíquotas.
>>> IOF SEGURO <<<
ASPECTO MATERIAL
Operação de seguro é um contrato pelo qual a seguradora se obriga a garantir o interesse legítimo dos sujeitos em relação aos riscos pertinentes à pessoa ou coisa.
O elemento principal do contrato de seguro é o risco. Ou seja, por conta de um provável risco as pessoas contratam uma seguradora.
ASPECTO TEMPORAL
É um fato gerador instantâneo, que é justamente no ato do recebimento do prêmio.
ASPECTO ESPACIAL
Não há norma específica, então, é dentro do território nacional.
ASPECTO PESSOAL
> Sujeito ativo: União
> Sujeito passivo: pessoas físicas ou jurídicas seguradas (contribuintes)
> Responsável: segurador ou instituição financeira
ASPECTO QUANTITATIVO
> Base de cálculo: montante do prêmio pago
> Alíquota: 25%
Existem algumas isenções, por exemplo, isenção de seguro rural, pois há o interesse extrafiscal de assegurar. Seguro de saúde não é isento, mas tem uma alíquota bastante reduzida,em torno de 2%.
>>> IOF TÍTULOS E VALORES IMOBILIÁRIOS<<< (incompleto)
O termo títulos e a expressão valores imobiliários apresentam significações distintas. Enquanto aqueles traduzem todo e qualquer título de crédito dentro da definição tradicional da doutrina comercialista brasileira, estes conotam investimentos corporificados em documentos físicos e escriturais e passíveis de negociação.
 A razão que nos leva a pensar dessa forma está na circunstância de o termo “título” ser empregado, em nosso direito, como designativo de qualquer documento que contenha a menção de um direito, seja qual for a sua natureza. Assim, não teria sentido que o legislador tivesse agregado à expressão “valores mobiliários” a expressão “títulos”, de forma isolada, que pode compreender todo e qualquer documento que confere um direito ao seu titular, independentemente de se preocupar em limitá-la.
A noção da expressão “valor mobiliário” surgiu em face da necessidade de regulação estatal de determinadas operações que afetam a economia popular. Pode conceituar a locução “valores mobiliários” como títulos ou documentos que instrumentalizam investimentos de riscos, aptos a circularem em série, ou seja, passíveis de negociação em massa.
ASPECTO MATERIAL
O STF entendeu que a norma não incidia sobre os títulos em si, mas sobre as operações com eles praticadas.
ASPECTO TEMPORAL
Se mantém identificado com o momento mesmo de ocorrência dos fatos geradores.
ASPECTO ESPACIAL
Território federal. Critério da territorialidade.
ASPECTO PESSOAL
Sujeito Ativo: União
Sujeito Passivo: O CTN permite que seja colocado na posição de contribuinte qualquer participante da operação. Portanto, serão constribuintes do imposto os adquirentes de títulos e valores mobiliários e os titulares de aplicações financeiras na hipótese de: (1) aquisição, resgate, cessão ou repactuação e que são contribuintes as instituições financeiras e demais autorizadas a funcionar na hipótese de (2) pagamento para liquidação das operações referidas na alínea anterior, quando inferior a noventa e cinco por cento do valor inicial da operação, expressos, respectivamente, em quantidade de Unidade Fiscal de Referência (Ufir) diária.
ASPECTO QUANTITATIVO
Base de cálculo – valor da emissão, cessão, resgate, pagamento.
Alíquota – 1,5% ao dia e 25% para derivativos
Base de cálculo – emitir, ceder, resgatar, pagar TVM
	
	Câmbio
	Crédito
	Seguro
	Títulos e valores mobiliários
	
	
	Bancário
	Não bancário
	Factoring
	
	
	CM
	compra e venda de moeda estrangeira
	Empréstimos, abertura de crédito e desconto de títulos
	Mútuo de recursos financeiros
	cessão de crédito resultantes de vendas a prazo
	Contratar seguro
	Adquirir títulos ou valores mobiliários
	CT
	Liquidação (entrega do $)
	Disponibilização do crédito
	Pagamento do prêmio
	Emissão/pgto/resgate/cessão de TVM
	CE
	No País
	No País
	No País
	No País
	CQ
	Valor da operação
	Principal e juros
	Prêmio
	Valor da operação
	CP
	SA: União
SP: comprador/vendedor
	SA: União
SP: tomador do crédito
	SA: União
SP: tomador do seguro
	SA: União
SP: quem emitir
CM – Critério Material
CT – Critério Temporal
CE – Critério Espacial
CQ – Critério Quantitativo
CP – Critério Pessoal
II UNIDADE
	AULA 07 - 10.04.13 
IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA (IPTU) 
ASPECTOS GERAIS/CONSTITUCIONAIS
ART. 156, I DA CF
O art. 156 traz os impostos de competência dos Municípios.
O IPTU é um imposto que faz mais parte do dia-a-dia, é bem comum a vida de todo mundo. É um imposto de competência do Município.
O IPTU está presente nos artigos 32 a 34 no CTN, que é a lei complementar, que define qual é o fato gerador, a base de cálculo e quem são aos contribuintes. Como é um imposto de competência do Município, a lei que institui é sempre uma Lei Municipal, em Salvador é a Lei 7.186/06 que é chamada de CTM (Código Tributário do Município).
ANTERIORIDADE
A CF não traz o IPTU como exceção à anterioridade, logo, se aplica tanto a anterioridade de exercício quanto a nonagesimal. Mas, tem uma pequena exceção, a base de cálculo do IPTU pode ser modificada sem atenção ao princípio da anterioridade nonagesimal (art. 150, § 1º da CF), mas a alíquota não, apenas a base de cálculo!
ATENÇÃO! O IPTU não é exceção ao princípio da anterioridade, apenas a sua BASE DE CÁLCULO!
§ 1º - A vedação do inciso III, b, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, c, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I.
ASPECTO MATERIAL
Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
PROPRIEDADE
A CF fala somente em propriedade e esta só se configura quando todas as faculdades do titular da coisa estão presentes, e o art. 1228 do CC diz exatamente isso, que são: gozar, usar, dispor, reivindicar, fruir.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
De acordo com a interpretação feita, as linhas mestras do tributo, quem faz é a CF, e esta fala apenas em propriedade, não em posse ou domínio, embora o CTN fale. E, por isso, há muita discussão doutrinária, na medida em que extrapola os limites da propriedade, pois estende ao domínio útil e a posse.
DOMÍNIO ÚTIL
O domínio útil, hoje está bem em desuso, seria o direito de utilização e disposição, inclusive o de alienação, conferidos a uma pessoa chamada de foreiro, relativo a um prédio, ou seja, é um direito que resulta do direito real da enfiteuse. 
Enfiteuse é um direito real sobre coisa alheia limitado, que é conferido a alguém perpetuamente os poderes para usar, dispor, alienar, isto é, tem para sempre o direito de domínio daquele bem imóvel, e para isso paga uma contraprestação para o titular do prédio, chamada essa de renda anual de foro. Antigamente existia a enfiteuse e o CC de 2002 extinguiu, logo, não existe mais.
Vale dizer isso, pois as enfiteuses que já existiam em 2002 continuaram existindo, não podem ser instituídas novas enfiteuses, e se cobra IPTU decorrente do domínio útil da enfiteuse. Quando se questionou esse limite da propriedade, verificou-se que o domínio útil tem o poder de usar gozar, dispor, mas não teria o direito de reaver. Mas, a interpretação da doutrina majoritária é que o domínio útil há um animus dominis (animo de ser proprietário, age como proprietário), então, por isso, se equipararia, para fins de incidência do IPTU, e a propriedade não estaria extrapolando do limites constitucionais. Para a Prof. Laís domínio útil extrapola os limites constitucionais.
O caso de contrato de concessão de uso (negócio bilateral de natureza pessoal), para fins tributários não se equipara ao domínio útil de bem, não caracterizando a expressão animus dominis. Não exterioriza propriedade, nem abre espaço para se considerar o cessionário como possuidor, em razão do que não se considera como contribuinte do IPTU do imóvel que ocupa.
POSSE
Em relação à posse a situação fica pior, porque já se sabe que a posse não tem as prerrogativas de propriedade. Pois a posse é ter um dos poderes inerentes à propriedade. (art. 1196, CC)
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
O que não ocorre com o mero detentor, que diz o art. 1.198 do CC “Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimentode ordens ou instruções suas”.
É controvertida a consideração da posse como fato gerador do IPTU, pois se de um lado se compreende tratar de situação nitidamente distinta da propriedade (materialidade prevista na CF), em razão de não ocorrer o domínio do imóvel, implicando a ampliação da competência municipal por norma infraconstitucional (art. 32, CTN); de outro, é justificável a sua tipificação como fato gerado no caso da posse ad usucapionem (atendimento a requisitos que possibilitem postular o domínio).
Da mesma forma, por exemplo, contrato de promessa de compra e venda, quando é feito o sujeito tem direito de aquisição do imóvel, pois a transferência só se dá com o registro da escritura pública. E ainda que tenha pagado o preço, e tenha o direito de propriedade, ainda não é proprietário, pois depende do registro num cartório competente.
Boa parte da doutrina entende que se um sujeito tem um contrato de compra e venda irretratável, ele já possui todos os poderes de propriedade, exceto o de usar a coisa, mas tem inclusive a prerrogativa de reivindicar, logo, irá se enquadrar no aspecto material do IPTU. 
Então, em relação à posse, é bastante discutível a relação do aspecto material da incidência do IPTU. Por exemplo, num contrato de locação o sujeito não tem boa parte dos poderes, não pode dispor, não pode reivindicar, pode usar e gozar nos limites que o proprietário estabeleça. Então, entende-se que nesse caso, essa posse não configura o animus dominis, logo, não seria próxima da propriedade para fins de incidência do IPTU.
Para Prof. Laís, pessoalmente, ela não concorda, pois a CF falou em propriedade.
BEM IMÓVEL
O bem imóvel compreende o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente, não perdendo essa característica as edificações que, separadas do solo, mas conservando sua unidade, forem removidas para outro local; e os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.
Os prédios e os terrenos, basicamente, são considerados bens imóveis por natureza; enquanto “circos, quiosques, barracas de campismo, bancas de jornal, barracas de feira etc.”, nestes termos, não integram a noção jurídica de prédio, uma vez que não estão incorporados permanentemente ao solo, já que podem ser retirados a qualquer momento sem destruição, modificação, fratura ou dano.
ZONA URBANA
Além disso, tem o conceito “urbana”. A zona urbana, para fins do IPTU, é que o CTN diz:
§ 1º - Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
Quem vai dizer o que é a zona urbana, é o Município, o que é bastante complicado. A zona rural já se sabe que são as fazendas e sítios fora da cidade. 
O Município, para definir o que é zona urbana, deve no mínimo atender a dois requisitos do § 1º, que são eleitos pelo próprio CTN para caracterizar zona urbana. Mas, vale dizer que existe muita zona rural que há luz, água, esgoto, se for só por esse requisito, a zona urbana seria muito grande. Por isso que o CTN diz que quem vai determinar é o Município, e este vai determinar através do PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano) e é recomendado que este estabeleça a suas áreas, ou seja, traça umas linhas determinando o que é zona urbana e fora isso, é zona rural. São requisitos objetivos que vão estar na lei Municipal.
 
§ 2º - A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.
CONCLUSÃO Em relação ao aspecto material fora definida então, que será a propriedade, domínio útil ou a posse, sobre o bem imóvel, assim considerado o terreno, situado na zona urbana determinada por cada Município. 
Existem algumas situações que impedem o exercício da propriedade, por exemplo, limitação administrativa sobre ocupação temporária, desapropriação, ou seja, o sujeito perde o exercício dos poderes de proprietário, nesses casos, há uma restrição ao pagamento do IPTU, esse é o entendimento majoritário, mas, o sujeito passivo deve comunicar a sua situação ao FISCO e justificar porque ele não pode exercer a sua propriedade.
ASPECTO TEMPORAL
O aspecto temporal do IPTU é o ano. Que é uma situação que pode ser desfeita, mas se configura de forma permanente. O corte temporal é o ano-calendário. E para isto, essa situação é verificada no dia 1º de Janeiro de cada ano.
ASPECTO ESPACIAL
Está bem claro pela própria materialidade, que é a zona urbana do Município. Pois o Município só pode instituir o IPTU na sua zona urbana.
ASPECTO PESSOAL
SUJEITO ATIVO 
É o Município. Que tem competência para instituir, administrar, cobrar e arrecadar o imposto.
SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo é o proprietário, o titular do domínio útil (também chamado de foreiro) e o possuidor. Aplicando-se toda a discussão feita sobre o aspecto material. O locatário será se tiver uma interpretação ampla, mas uma interpretação a partir do ânimo de ser proprietário, não será contribuinte do IPTU. Mas, a regra que tem sido aplicada na prática é que o possuidor também tem sido contribuinte.
O STJ já entendeu que o promitente comprador pode ser contribuinte do IPTU. Da mesma forma que em jurisprudência que o usufrutuário também é contribuinte do imposto, porque tem direito a posse, uso, administração e percepção dos frutos do imóvel.
A jurisprudência se inclina a afirmar que o cessionário do direito de uso não é contribuinte, pois tem uma posse precária. Da mesma forma que o comandatário. 
O usuário e o titular do direito de habitação não são contribuintes porque apenas usam coisas e percebem seus frutos quando o exigirem as necessidades suas e de sua família; e habitam gratuitamente casa alheia e não possuem titularidade do imóvel e sequer a posse com animus domini.
Em relação ao arrematante, ele será o contribuinte do IPTU, pois o imposto segue o direito real. Nesses leilões já é calculado o preço com o valor do IPTU. Isto é, ele é o responsável-contribuinte.
Nessa celeuma de quem é o sujeito passivo, o STJ promulgou uma súmula 399, que cabe a lei Municipal estabelecer quem é o sujeito passivo do IPTU. Mas, o problema dessa súmula, é que a CF diz que cabe a lei complementar definir, ou outra lei complementar que modifique o CTN. Por exemplo, Salvador colocou como contribuinte, expressamente: promitentes compradores, cessionários, comandatários ou ocupantes do imóvel a qualquer título.
STJ Súmula nº 399 - Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU.
O problema é que isso extrapola muito os limites inclusive do IPTU. (art. 123, CTN)
Art. 123 - Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes
IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR)
ASPECTOS CONSTITUCIONAIS (Livro Leandro Paulsen)
A competência para instituição desse imposto é da União, como consta no art. 153, VI da CF. No § 4º estabelece critérios a serem observados na sua instituição e a possibilidade de opção dos Municípios para a sua fiscalização.Art. 153 - Compete à União instituir impostos sobre:
VI - propriedade territorial rural;
§ 4º - O imposto previsto no inciso VI do caput:
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel;
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. 
Os artigos 29 a 31 do CTN estabelecem as normas gerais do ITR, definindo o fato gerador, base de cálculo e contribuintes.
O diploma que institui o ITR é a Lei 9.393/96 e o Decreto 4.382/96 regulamenta a tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração desse imposto. E a Lei 11.250/05 dispõe sobre a celebração de convênio entre União e os Municípios para a delegação das atribuições de fiscalização, lançamento e cobrança do ITR.
PROGRESSIVIDADE E DESESTÍUMULO ÀS PROPRIEDADES IMPRODUTIVAS
O inciso I do § 4º do art. 153 da CF enseja tanto o estabelecimento de alíquota maior à medida que aumenta a base de cálculo (progressividade), como a utilização extrafiscal do ITR, de modo que seja mais onerado o proprietário que não dê destinação econômica ao seu imóvel rural, deixando de obter a produtividade que dele se possa esperar.
A progressividade é admitida pela EC 42/03, pois o STF tem orientação no sentido de que os impostos reais não admitem progressividade.
IMUNIDADES DAS PEQUENAS GLEBAS RURAIS SOB UNITITULARIDADE
O inciso II do § 4º do art. 153 da CF diz que o ITR não incidirá sobre pequenas glebas rurais, é uma regra de imunidade.
A definição de pequenas glebas rurais está no art. 2º da Lei 9393/96 no parágrafo único:
Art. 2º Nos termos do art. 153, § 4º, in fine, da Constituição, o imposto não incide sobre pequenas glebas rurais, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área igual ou inferior a: 
I - 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;
II - 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental;
III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município.
“Proprietário que não possua outro imóvel” consubstancia o requisito da unititularidade. Com a redação da EC 42/03 não há mais exigência de que o proprietário explore só ou com sua família. Basta que a única propriedade recaia sobre pequena gleba rural para que esteja amparada pela imunidade tributária relativamente ao ITR.
DELEGAÇÃO AOS MUNICÍPIOS
O inciso III do § 4º do art. 153 da CF não altera a competência para instituição do ITR, que continua sendo da União, mas autoriza o legislador federal a delegar ao Município, mediante opção deste, a condição de sujeito ativo da obrigação tributária, titular dos poderes de fiscalizar, lançar e exigir o pagamento, bem como de regulamentá-lo em nível infralegal.
A repartição normal da receita tributária do ITR entre União e os Municípios é de 50% para União e 50% para o Município em que está situado o imóvel fica alterada na hipótese de opção do Município pela fiscalização e cobrança, cabendo, então, ao Município, a totalidade da receita relativa ao ITR por ele lançado (100%).
Art. 158 - Pertencem aos Municípios:
II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III.
ASPECTO MATERIAL (Livro Leandro Paulsen)
O art. 153, VI, outorga competência para instituição de imposto sobre “propriedade territorial rural”.
A propriedade é o mais amplo dos direitos reais, envolvendo a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha (art. 1228, CC).
Vale lembrar que a lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados pela CF para definir competências tributárias (art. 110, CTN), por isso que a base econômica do ITR deve ser o conceito de propriedade como consta no CC.
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.
Não se pode equiparar à propriedade qualquer outro direito real. O direito de propriedade, como já referido, envolve a faculdade de usar, de gozar e de dispor. É esta revelação de riqueza que foi apontada pela CF como capaz de ensejar a sujeição do seu titular ao imposto de competência da União.
O legislador só pode apontar, como fato gerador, a propriedade e, como contribuinte, o proprietário. Outros direitos reais menos densos, como o de superfície, o de servidões, o de usufruto, o de uso e o direito do promitente comprador, constituem prerrogativas parciais ou temporárias, revelando riqueza em menor grau que a do proprietário, não tendo sido eleitas pela CF como ensejadoras da instituição do imposto.
Porém, o art. 29 do CTN, em seu texto, extrapolou o limite da norma de competência, alcançando não apenas a propriedade, mas também o domínio útil e a posse.
Art. 29 - O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localizado fora da zona urbana do Município
“Territorial” designa o que é relativo a território, sendo este uma extensão da terra. A tributação do ITR é da grandeza dimensionada pela terra nua, ou seja, da terra em si, sem a consideração de eventuais benfeitorias.
“Rural” é adjetivo que designa o que é próprio do campo, em oposição ao que é próprio da cidade. Imóvel rural é que se situa no campo, ou seja, na zona rural.
Para identificação das áreas rural e urbana, é fundamental a análise do plano diretor de cada Município.
Mas, o STJ vem estabelecendo que se submete ao ITR também o imóvel situado na cidade quando esteja destinado a atividade rural. Na prática, portanto, têm sido combinados os critérios de localização e de destinação.
Há situações em que, embora proprietário, o titular do direito não consegue gozar das prerrogativas inerentes à propriedade por força de situações externas, tampouco consegue dispor do bem. Nesses casos, tem-se entendido que ele não revela capacidade contributiva própria de proprietário, não ocorrendo o FG do ITR. Por exemplo, um imóvel invadido por “sem terras” quando o proprietário, embora indo a juízo para retomar a sua posse, nela não é reintegrado.
Interpretando sistematicamente o CTN, vemos que o ITR e o IPTU se excluem mutuamente, de modo que nenhum proprietário pode ser chamado ao pagamento de ambos os impostos. Jamais algum imóvel poderá ser considerado, para fins de tributação, como urbano e rural ao mesmo tempo. Valendo dizer que a zona rural acaba sendo identificada por exclusão: é a zona não considerada como urbana na lei municipal.
	AULA 08 - 17.04.13
(continuação ITR...)
ASPECTO TEMPORAL
Como já fora visto, no IPTU, o critério material da propriedade é uma situação jurídica que se prolonga no tempo, ser titular de propriedade não se exaure em um determinado momento, da mesma forma que o IPTU, no ITR também tem o aspecto temporal ficto, que é considerado todo dia 1º de janeiro de cada exercício financeiro. É um tributo anual, e por isso, a cada 1º de janeiro deve pagar o ITR, pois é considerado ocorrido o fato gerador.

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