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Produto Interno e Ortogonalidade Profa. Simone 2017/2 Produto Interno Muitas vezes, noções de comprimento, distância e ortogonalidade são importantes em aplicações que envolvem espaços vetorias arbitrários. Para o , esses conceitos estão baseados nas propriedades do produto escalar. Para os demais espaços vetoriais precisamos de análogos do produto escalar com as mesmas propriedades, as quais serão usadas em axiomas na definição de produto interno. n Produto Interno Um produto interno num espaço vetorial real V é uma função que associa, a cada par de vetores u e v de V, um número real, denotado por de tal modo que, são satisfeitos, por quaisquer vetores u, v e w em V e qualquer escalar real , os seguintes axiomas: ) , 0 para todo vetor e , 0 ( )iv positividade v v v v v v 0 ,u v ) , , ( )i simetriav u u v ) , , , ( )ii aditividade v u w v w u w ) , , , ( )iii homogeneidade v u v u v u Exemplo 1. O produto escalar de vetores dos espaços também denominado produto interno euclidiano ou produto interno canônico. 2 3, ,..., n 1 2 1 2 1 1 2 2 1 2 3 1 2 3 1 1 2 2 3 3 1 2 1 2 1 1 2 2 ( , ) e ( , ) ( , , ) e ( , , ) ( , ,..., ) e ( , ,..., ) ...n n n n v v u u v u v u v v v u u u v u v u v u v v v u u u v u v u v u v u v u v u v u v u v u Exemplo 2. Em algumas aplicações, pode ser desejável modificar o produto interno euclidiano ponderando cada termo diferente. Por exemplo, dados 3, u v 1 2 3 1 2 3 1 1 2 2 3 3( , , ) e ( , , ) , 2 3v v v u u u v u v u v u v u u v Exemplo 3. No espaço vetorial de matrizes Mm n pode-se definir um produto interno entre as matrizes A e B por 11 11 12 12 1 1 21 21 22 22 2 2 1 1 2 2 ( ) ( ) ( ) n n n n m m m m mn mn a b a b a b a b a b a b a b a b a b 1 1 , m n ij ij i j a b A B 1 1 2 2 1 ( ) m i i i i in in i a b a b a b Exemplo 4. No espaço vetorial de polinômios Pn pode-se definir o produto interno canônico neste espaço, dados e por 0 , n i i i p q a b 2 0 1 2( ) ... n np x a a x a x a x 2 0 1 2( ) ... n nq x b b x b x b x 0 0 1 1, n np q a b a b a b Exemplo 5. Se f e g são funções contínuas no intervalo [a,b] então define-se um produto interno no espaço vetorial C[a,b] que denominamos produto interno da integral pela fórmula , ( ) ( ) b a f g f x g x dx Produto Interno e Norma Uma vez fixado o produto interno em um espaço vetorial V , estende-se as noções de comprimento e distância, expressas pelo produto escalar. A norma ou comprimento de vetores de V em relação a um produto interno é definida por A distância entre dois vetores de V é a dada por ,v v v ( , ) ,d v u v u v u v u Exemplo 6. No Mm n , considerando-se o produto interno entre as matrizes A e B por: Para as matrizes a seguir, calcule 1 1 , m n ij ij i j a b A B ( , ) e ( , )d dA B A C 1 4 2 2 0 1 , , 3 4 3 5 2 1 A B C Exemplo 7. Em C[0,1] considerando-se o produto interno da integral, visto no Ex. 5, calcule , dadas as funções. ( , ) e ( , )d df g f h 2 2 x x x f g h 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 1.8 2 x y 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 x y y=x2 y = x y=2x y=x Norma Todo produto interno origina uma norma, a qual fornece um critério para estabelecer medidas em um espaço vetorial. Porém, muitas normas, mesmo normas importantes, não são oriundas de produtos internos. Uma classe importante de normas, designada norma de Hölder de ordem p, ou simplesmente norma p é definida por onde 1 2: ... , 1 pp pp np v v v p v 1 2( , ,..., )nv v vv Norma Os exemplos mais frequentes de norma p são: 1 21 22 2 2 2 22 2 1 2 1 22 1 2 Norma 1: : ... Norma 2: : ... ... Norma : : max ... n n n n v v v v v v v v v v v v v v v Norma ) 0 e 0 ) ) i ii iii v v v 0 v v v u v u Uma definição abstrata de norma é dada a seguir. Uma norma em um espaço vetorial V é uma função que satisfaz, dados u e v em V e qualquer escalar real : Ortogonalidade Com relação a ângulos entre vetores, o problema de maior interesse em espaços vetoriais arbitrários é o da ortogonalidade. Em um espaço vetorial V com produto interno, dois vetores u e v são ditos ortogonais se Se u e v são ortogonais em um espaço com produto interno, então: , 0u v 2 2 2 u v u v Exemplo 8. Considerando-se o e o produto interno do exemplo 3, verifique a ortogonalidade das matrizes Considerando-se em o produto interno calcule para 2 2M 1 0 0 2 1 1 0 0 A Be 2P 1 1 , ( ) ( )p x q x dx p q ,q p qe 2( ) ( )p x x q x x e Conjuntos Ortogonais Sejam vetores em um espaço vetorial V munido de produto interno. O conjunto é um conjunto ortogonal se Se, além disso, todos os vetores forem unitários, , então o conjunto é dito ortonormal. 1 2, ,..., nv v v 1 2, ,..., nS v v v , 0, i j i j v v , 1i i i v v v 1 , 0 i j se i j se i j v v Exemplo 9. Um conjunto ortonormal e um conjunto apenas ortogonal, com relação ao produto interno euclidiano, em Um conjunto ortonormal pode ser construído a partir de um conjunto ortogonal pelo processo de normalização. ) (1,1,1),(2,1, 3),(4, 5,1)b 1 2 3 1 2 3) , , , (1,0,0), (0,1,0), (0,0,1)a e e e e e e 3 Bases Ortogonais e Ortonormais Se é um conjunto ortogonal de vetores não nulos em um espaço vetorial V munido de produto interno, então S é linearmente independente. Num espaço com produto interno, uma base constituída por vetores ortogonais é denominada base ortogonal e uma base constituída por vetores ortonormais é denominada base ortonormal, sendo a base canônica do um exemplo conhecido, considerando-se o produto interno euclidiano. 1 2, ,..., nS v v v n Representação de um vetor em termos bases ortogonais e ortonormais Se é uma base ortogonal de vetores para um espaço V, munido de produto interno, então todo vetor u de V pode ser escrito como combinação linear dos vetores desta base, como onde Se a base for ortonormal, então 1 2, ,..., n v v v 1 1 2 2 ... n nc c c u v v v 2 , , , i i i i i i c u v u v v v v ,i ic u v Exemplo 10. Escreva o vetor como combinação linear dos vetores da base ortonormal onde 1 2 3, , v v v 3 34 4 5 5 5 51 2 3(0,1,0), ( ,0, ) e ( ,0, ) v v v 3 (2,1, 1) w Exercício (para entregar – 3ª avaliação) Escreva o vetor como combinação linear dos vetores da base ortogonal de , com relação ao produto interno da integral (veja exemplo 8). onde são conhecidos como polinômios de Legendre. 1 2 3, , p p p 2 1 2 3 1 1, e (3 1) 2 x x p p p 2P 21 4x x p Exercícios Livro texto: Álgebra Linear com aplicações, 10ª ed. Anton & Rorres Capítulo 6 – Produto Interno e Ortogonalidade Seção 6.1 – p.343 Exercícios 3,8,12,20,25 e 29 Seção 6.2 – p. 351 Exercícios 5,7,9 Seção 6.3 – p. 364 Exercícios 3, 5, 7, 11 e 13
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