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Direito Tributário I Daniela

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Bruna Amorim Souza – 7A 
DIREITO TRIBUTÁRIO I
Professor: Daniela de Andrade Borges 
Provas: 1ª prova: 01 de abril e 2ª: 27 de maio.
Bibliografia: Sasha Calmon Coelho/ Schoueri/ Amaro/ Machado/ Paulo de Barros Carvalho/ Direito tributário brasileiro e limitações constitucionais ao poder de tributar - Aliomar Baleeiro/ Hipótese de incidência tributária – Ataliba (leitura complementar).
 
Direito Tributário
Conceito: Direito tributário são as normas que regulam o tributo e as relações que dele se desdobram. E a ciência do direito tributário é o estudo dessas normas que regulam o tributo. O direito tributário é um ramo do direito público. No direito tributário o estado está presente numa posição vertical em relação ao cidadão, ele está ali como soberano e não está de igual para igual.
Objeto: O objeto de estudo é o tributo e o desdobramento das relações que envolvem os tributos.
Autonomia: A discussão é se existe ou não autonomia cientifica. Para ela existir é preciso objeto próprio e uma metodologia/princípios próprios. A resposta para saber se existia autonomia cientifica no direito tributário fica a cargo de cada um. Há uma relação entre o direito tributário e o direito financeiro. O estudo hoje do tributo no direito financeiro é enquanto receita pública, e no direito tributário se debruça sobre o tributo nas suas especificidades, em todos os seus desdobramentos. O direito tributário também se relaciona com o direito administrativo, pois quando se trata de direito tributário se fala do Estado administrador, na medida em que ele vai arrecadar os recursos. O direito tributário também se relaciona com o direito constitucional, porque grande parte do direito tributário está na constituição. Também se relaciona com outros ramos do direito como, por exemplo, direito penal, direito civil, entre outros. Das ciências que não são jurídicas, o direito tributário também se relaciona com as ciências contábeis.
Tributo:
Histórico: Do ponto de vista da história percebe-se que o homem é um ser social e ele busca viver em sociedade. Segundo, viver em sociedade tem um custo e é necessário buscar meios para viabilizar essa vida em sociedade. Isso se percebe nas sociedades politicamente organizadas, que são aquelas que possuem regras sobre o exercício de poder, podendo essas regras ser simples ou complexas. Dentro desse contexto, mesmo numa sociedade simples, na qual não há moeda, esse movimento existe e a medida que a sociedade se torna mais complexa já não é possível conviver em sociedade por meio do trabalho ou por doação. É preciso inovar essa contribuição. Então o conceito de tributo é em dinheiro, até porque tributo é receita pública, e receita necessariamente é em dinheiro. O tributo, portanto, nasce como meio de garantir a satisfação dessas necessidades comuns que surgem da vida em sociedade. Afinal, eu tenho necessidades minhas pessoais e inerentes ao ser humano, mas existem necessidades que surgem porque estamos em sociedade (Ex.: alguém para resolver conflitos, a necessidade de um poder judiciário decorre da vida em sociedade). Numa sociedade simples eu tenho apenas um líder mais forte/mais velho, eu tenho uma estrutura para viabilizar isso, um órgão, o que passa a ter custo. Na medida em que a sociedade se torna mais complexa, as necessidades comuns se tornam mais complexas e caras, o tributo surge como a via de viabilização das necessidades comuns.
Historicamente ninguém gosta de pagar tributo, existe uma insatisfação natural do ser humano no pagamento de tributos. Apesar de a propriedade ser ficção jurídica, o direito cria o direito de propriedade, é algo que agride imensamente os indivíduos a tributação. O homem inventou o direito de propriedade. Afinal eu sou obrigado a tirar do que é meu para contribuir com as necessidades comuns. Tem sociedade em que o tributo surge como contribuição voluntaria, e depois compulsória, ou empréstimos, assim como há regimes autoritários impondo cargas tributárias alta, tendo revoltas épicas.
Esse movimento é um movimento constante, que é o movimento do estado querendo aumentar a carga tributaria, e da população resistindo a esse aumento, muitas vezes cominando em revoltas e revoluções.
Na revolução francesa se tinha um modelo de estado que não tinha controle nenhum sobre o rei soberano, a nobreza estava falida sendo sustentada pela burguesia através de altos tributos. No estado de direito a grande mudança é que quem exerce o poder passa a exercê-lo limitado pelo direito tendo como carta máxima a CF e é ai que surge o estado de direito. Quem levantou a bandeira da revolução francesa estavam atolados de carga tributaria e então surge o estado mínimo/liberal e no mais a sociedade deveria ser livre para se desenvolver como bem entendesse. Em sendo o estado mínimo, se tem como impacto, tributos mínimos também. O papel do tributo nesse estado mínimo era de viabilização dessa estrutura mínima, assegurando a liberdade e a segurança. Não é que não existisse o tributo, existia porque a estrutura mínima tinha que ser mantida. Aqui se tinha um estado negativo, pois não se gastava, já que o estado era liberal.
É dentro dessa sociedade que passa pela sociedade que se começa a criar um novo paradigma de estado, que é o estado social e dentro desse modelo muda muito para o tributo. Porque o estado social é positivo, a igualdade não pode ser só formal, mas também material, ele tem que garantir a igualdade de oportunidades. Então para isso ele precisa gastar e por isso é um estado positivo, pois os custos da maquina estatal aumentam, pois tem que se investir em educação, saúde, previdência. Ademais, é nessa época que surge a idéia de tributo como redistribuição de renda, idéia que era inconcebível no estado liberalista. 
Esse modelo não deu certo, ele mostrou suas fragilidades e começou a entrar em colapso, pois os estados cresceram demais, envelhecimento da população nos países europeus. Então hoje passa a se ver o estado diminuindo a sua atuação, mas o estado não volta a ser mínimo, pois ele continua a conceber alguns direitos sociais. Então hoje ainda se tem um estado que atua, mas que busca formas de atuar mais eficientes, então ele continua positiva no sentido das garantias, mas tenta buscar outras formas mais eficientes de prestar essas garantias.
O problema do Brasil é que nós nunca chegamos a ter um estado social realmente, diferentemente da Europa. Então nosso problema é grave, porque aqui não se tem o estado social que gostaria, mas também não dá para negar que existe despesas com isso. Então o problema é que ainda se precisa investir e gastar dinheiro para se atingir o que se almeja do estado social, mas de onde vem esse dinheiro? Ainda tem o problema do endividamento brasileiro. Então muito do que o Brasil ganha vai para o pagamento de dívida. As soluções para a questão da carga tributária no Brasil não são tão simples, por conta da realidade brasileira. Nós temos uma carga tributaria muito alta, porque internalizamos a divida externa e nos diminuímos a contratação de empréstimos, o Brasil atualmente não aumenta mais a divida, o nível de endividamento é controlado. Hoje a principal receita no Brasil é a tributária.
Funções no Estado Democrático de Direito: O tributo tem uma função essencial na economia do país. As duas principais funções são a fiscalidade e a extrafiscalidade. Hoje não se fala mais em exclusividade, se fala em predominância, ou seja, o tributo é predominantemente fiscal ou extrafiscal, mas não exclusivamente. Existe uma fiscalidade subjacente a extrafiscalidade.
Fiscalidade: A função original do tributo é a função fiscal, que é a de arrecadar dinheiro, é a de trazer dinheiro aos cofres públicos. Ex.: Imposto de renda (IR), ele é predominantemente fiscal, mas nele tem algumas normas que contemplam a extrafiscalidade, por isso se fala em predominância e não em exclusividade.
Extrafiscalidade: Para além da fiscalidade. Ela é uma função que tem crescido muito nesse atual modelo de estado. O tributo é o grande indutor de comportamento.É quando o tributo incide para estimular ou desestimular um comportamento, isso é a extrafiscalidade. Nessa medida, o estado usa o tributo como indutor de comportamento, é quando o tributo incide para estimular ou desestimular um comportamento. Ex.: O ITR não tem como principal função a de arrecadar dinheiro, mas sim a de desestimular a manutenção de terras improdutivas, então duas terras de mesmo tamanho, uma produtiva e outra improdutiva, apesar de a produtiva gerar mais dinheiro, o ITR vai ser maior para a terra improdutiva, pois é um tributo com função extrafiscal. Outro ponto importante, é que não existe um rol taxativo de finalidades extrafiscais. São muitas as finalidades extrafiscais. A extrafiscalidade depende da criatividade do legislador e de estar em consonância com a Constituição. A extrafiscalidade é o tributo com a intenção de induzir um comportamento, podendo este ter as mais diversas finalidades, desde que esteja em harmonia com a CF.
Parafiscalidade: É quando o ente político que cria o tributo delega a outro a função de arrecadar e/ou fiscalizar. Por exemplo, das arrecadações profissionais. O ente que tem competência para criar o tributo delega a outro a função de arrecadar e/ou fiscalizar.
Natureza Jurídica: O tributo é uma receita pública e essa é a natureza jurídica dele. Ele é a principal receita pública.
Conceito de Tributo: É um conceito com grandes efeitos práticos. O tributo é uma receita publica regida por uma serie de regras rigorosas.
Conceito implícito na CF/88: É um conceito que não está em nenhum artigo da CF, mas ele existe por que a CF regula o tributo em diversos dispositivos e é possível se perceber a partir da analise dessas normas uma premissa de que o constituinte partiu para dizer o que é tributo. O conceito de tributo nasce das premissas adotadas pelo constituinte ao adotar o sistema tributário nacional, e esse conceito é implícito.
Conceito expresso no art. 3º da CTN: Esse não é um conceito perfeito, é um conceito com falhas. O CTN no art. 3º conceitua o que é tributo, mas é um código antigo. Esse artigo é muito bom em alguns aspectos, mas ele possui algumas falhas. 
O art. 3º diz que Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Deste artigo se extrai 80% dos requisitos do tributo, apenas um dos requisitos não está presente nele. Esse conceito mistura os requisitos de existência com os de validade, e por isso ele às vezes causa confusão.
Requisitos de validade: Os requisitos de validade estão no final do conceito (grifado em vermelho). O estado só pode impor sua soberania em relação aos tributos por meio de lei, por conta da segurança jurídica. O poder público pode, por exemplo, criar um tributo por meio de decreto, e ainda assim ser tributo, só que ele vai ser inconstitucional, porque um dos requisitos de validade é que seja o tributo criado por meio de lei. Uma vez sendo tributo, ou seja, tem o requisito de existência, para ser valido é preciso que ele seja criado por lei em sentido estrito. Uma atividade plenamente administrativa vinculada a lei quer dizer que não há discricionariedade por parte da administração na hora de cobrar o tributo, e esse é outro requisito de validade.
Requisitos de existência: Faltou um desses requisitos não é tributo, para ser tributo tem que atender necessariamente e simultaneamente os cincos requisitos de existência.
Relação jurídica de natureza obrigacional: O art. 3º diz que tributo é toda prestação. Para estar diante de um tributo então é preciso se estar diante de uma relação jurídica obrigacional, ou seja, alguém esteja obrigado a algo em relação a outra pessoa.
Objeto: Qual o objeto dessa obrigação para ser tributo? As obrigações podem ter objetos diversos (fazer, não fazer, dar coisa certa). Para ser tributo a obrigação tem que ser dar dinheiro. Isso se verifica quando o conceito do art. 3º fala em pecuniária e em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. A doutrina discute o que seria esse “cujo valor nela se possa exprimir”, a conclusão que eles chegaram é que mesmo com essa expressão para ser tributo a obrigação tem que ter um objeto que seja dar dinheiro. A minoria defende que estaria nessa expressa uma autorização para que também fosse tributo uma obrigação de dar bens in natura (cafeicultor dar 10 sacas ao estado da Bahia de café) ou um labore (serviço militar obrigatório). A maioria da doutrina diz que a obrigação sempre tem que nascer como uma obrigação de dar dinheiro, então é preciso ter um valor em moeda, tem que ser uma obrigação quantificada em dinheiro necessariamente. O CTN quando fala em valor cujo valor que exprimir está tratando dos indexadores que existiam antigamente na década de 80, então para ter tributo (receita pública) tem quer estar quantificado em dinheiro, ou seja, uma relação jurídica obrigacional cujo objeto é dar dinheiro. Então ele nasce sempre como uma obrigação de dar dinheiro, como essa obrigação vai ser extinta (prescrição, decadência, dação em pagamento) é outra coisa.
Causa: Não pode ser a vontade. Tem que decorrer de uma imposição do Estado no uso de sua soberania. O art. 3º fala em compulsória, mas isso não quer dizer que é obrigatório, é mais do que isso, o compulsório tem haver com a origem da obrigação, justamente excluindo a vontade, quer dizer que o Estado com a sua soberania impôs aquela obrigação ao cidadão, sem que ele tenha concorrido com sua vontade para o nascimento da obrigação. O estado pode usar a sua soberania de impor obrigações em razão e fatos lícitos de ilícitos, para ser tributo tem que ser decorrente de fato lícito. 
Causa: Não pode ser sanção de ato ilícito. Para se ter um tributo não pode ter imposição da obrigação pelo estado em razão de um fato ilícito, tem que ser decorrente de um fato lícito. Tecnicamente o tributo não se trata de uma sanção. Isso é o que causa mais revolta quanto à cobrança de tributos. Tem que ter o estado impondo uma obrigação em razão do uso da sua soberania decorrente de um fato licito.
Sujeito ativo? É o único ponto sobre o qual se tem controvérsia hoje. O CTN não fala nada em relação ao sujeito. O sujeito passivo é qualquer sujeito que tem personalidade jurídica. Quem pode ser sujeito ativo para caracterizar a receita como tributaria? Não há duvidas que se o sujeito ativo for uma pessoa jurídica de direito pública (União, Estados, municípios, autarquias, Distrito Federal e fundações) é um tributo, se satisfeitos os demais requisitos. A discussão vem quanto o sujeito ativo é uma pessoa jurídica de direito privado, seria possível se ter um tributo ainda que o sujeito ativo seja uma pessoa jurídica de direito privado? Por exemplo, pagar pensão alimentícia, é uma relação obrigacional pecuniária imposta pelo estado, mas esse dinheiro vai para um particular, mas isso não é tributo. O estado pode obrigar um particular a realizar uma obrigação pecuniária a outro. A questão vem quando a finalidade e a atividade envolvida é pública. A discussão gira em torno quando o sujeito ativo é pessoa de direito privado, em algumas situações o estado pode no uso da sua soberania impor uma obrigação pecuniária de ato licito de um particular para outro, e em alguns casos não pode ser tributo porque não há uma finalidade pública envolvida nisso. A discussão é se a pessoa for jurídica de direito privado e houver uma finalidade pública, isso seria ou não tributo? Por exemplo, a contribuição sindical, ela não é tributo, porque decorre da vontade dos sindicalizados, já que eles só vão contribuir se quiser se filiar ao sindicato. Mas existe contribuição sindical instituída em lei, que equivale a um dia de trabalho em março, logo tem finalidade pública, pois está instituído em lei, mas vai para o sindicato que é uma pessoa jurídica de direito privado. Para alguns na doutrina, só é tributo se o sujeito ativo for pessoa jurídica de direito publico, para outra parte dadoutrina, pode sim ser tributo ainda que o sujeito ativo seja uma pessoa jurídica de direito privado desde que assegurado uma finalidade publica na destinação das receitas, essa é a grande divergência. Aqui pode se posicionar de uma forma ou de outra, mas tem que analisar o elemento do sujeito ativo.
Exemplos:
 João morre e deixa 200 mil reais em uma conta no banco. Ocorre que ele não tinha nenhum herdeiro. Então tem a herança jacente, que vai para os cofres públicos. A entrada desse dinheiro é receita pública, mas não é tributo porque não há uma relação jurídica de natureza obrigacional. Nesse caso, o dinheiro fica como coisa abandonada, então o que existe é o direito do estado de se apropriar do dinheiro, já que ninguém é obrigado a dar dinheiro ao estado porque o de cujos não tem mais personalidade jurídica.
A multa nunca será tributo, porque constitui sanção de ato ilícito.
Se existe uma licitação, há vontade na participação da licitação, então se alguém tiver que pagar algo ao Estado decorrente de uma licitação, não é tributo, pois decorre da vontade do sujeito.
Quanto ao FGTS se tem discussão se é tributo ou não. O STF entende que não é, porque o sujeito ativo é o trabalhador, que é um particular, e usa esse dinheiro no seu interesse pessoal, não havendo interferência por parte do estado, então não há finalidade pública. A professora concorda com o STF, mas tem gente que entende que é tributo. Então, o FGTS tem todos os requisitos para ser tributo, o único que ele não possui é o sujeito ativo, por ser um particular e não haver finalidade pública.
Estrutura da norma de incidência do Tributo: Norma não é a mesma coisa que a letra da lei, norma é o que se extrai da interpretação do texto da lei, e muitas vezes ela é extraída da interpretação de vários dispositivos legais, às vezes até de leis diferentes. A norma tributária se encaixa dentro do conceito da estrutura das demais normas do direito. 
O A nunca vai deixar de ser o suporte fático e o B nunca vai deixar de ser o conseqüente da norma. A doutrina tributária começou a analisar as particularidades dessa norma de incidência do tributo. Para eu ter um tributo o A (suporte fático) necessariamente tem que ser um fato lícito, porque se não for licito não é um tributo. Ocorrendo A, nasce B que é uma conseqüência e no direito tributário é uma obrigação de dar dinheiro. Os livros chamam A (suporte fático) de hipótese de incidência, esta sendo a descrição do fato gerador que ocorrendo na realidade fará nascer a obrigação de pagar o tributo. O fato gerador é o fato que ocorrendo na realidade, gerará a incidência do tributo. 
A doutrina usa o fato gerador, às vezes ao fato no mundo dos fenômenos, às vezes a própria descrição normativa. Fato gerador é o fato no mundo dos fenômenos, mas o artigo 114 do CTN traz um conceito de fato gerador como igual ao termo hipótese de incidência (situação descrita em lei), dizendo que fato gerador é a situação descrita em lei, então é abstrato e geral, como condição necessária (se ele ocorrer, nasce a obrigação) e suficiente para o nascimento da obrigação. A hipótese de incidência é esse fato gerador, que é o fato descrito em lei como condição necessária e ao mesmo tempo suficiente para o nascimento da obrigação. 
O direito tributário é regido, além da legalidade formal, pela legalidade material (tipicidade). Em razão da tipicidade, que decorre da necessidade de segurança jurídica, é muito importante que essa lei geral e abstrata ao descrever o fato gerador, descreva os elementos do fato gerador que nos permita essa segurança jurídica e nos permita (contribuinte) aferir se na verdade o fato ocorreu ou não, sem precisar recorrer para o administrador, porque não há discricionariedade. É preciso que se descreva em que momento se considera que ocorreu o fato, então não basta só a descrição do fato. Aplica-se ao tributo a lei vigente no momento da ocorrência do fato gerador. Por isso, dizer qual o momento do fato gerador coincide com dizer qual a lei que deve ser aplicada. Ademais, o fato gerador não se confunde com o momento do pagamento da obrigação. 
Hipótese de incidência: 
Aspecto material: O critério material, por exemplo, IPTU, o fato gerador é a propriedade (imóvel predial e territorial).
Aspecto temporal: O critério temporal (em que momento se determina que ocorreu o fato – ex.: IPTU,o fato gerador é a propriedade no período de 01 ano, a cada ano há um novo fato gerador.
Aspecto espacial: O critério espacial, as vezes está implícito, mas ele está sempre presente e é sempre importante (no caso do IPTU, localizado na zona urbana de salvador). 
Aspecto pessoal: O critério pessoal é a idéia de quem está apto a realizar o fato gerador, no caso do IPTU é o proprietário, mas tem situações em que a norma afunila de modo que só há fato gerador de acordo com alguma característica de quem realiza o fato.
Mandamento: A conseqüência tem que estar regulada pela legalidade formal e material. A norma de incidência também precisa regular a obrigação que nasce com a ocorrência do fato do gerador. Toda obrigação tem causa, objeto e sujeitos. É sobre isso que trata o mandamento.
Aspecto quantitativo: A norma de incidência do tributo sempre tem que trabalhar o aspecto quantitativo. O objeto é sempre dar dinheiro, a norma deve explicar como calcular o montante da aplicação e esse é o aspecto quantitativo da obrigação. Assim, fixa qual a base de calculo, qual a alíquota. Em SSA, a base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel.
Aspecto subjetivo: A norma também tem que dizer quem é o sujeito ativo e quem é o sujeito passivo. O passivo é quem está obrigado a pagar e o ativo é quem tem o direito de cobrar. Normalmente quem cria o tributo é quem arrecada (sujeito ativo), mas é possível que o ente que cria o tributo delegue a outro ente a função de arrecadar. O sujeito ativo não é quem cria, é o titular do direito de exigir a obrigação. Tem muitos autores que não trazem o aspecto pessoal na hipótese de incidência, trazendo ele como aspecto subjetivo no mandamento. No aspecto de incidência eu analiso quem pratica o fato gerador, enquanto no mandamento eu analiso quem esta obrigado a pagar. Todavia, nos casos de responsabilidade existe a possibilidade de quem não preenche o aspecto pessoal estar obrigado a pagar, chamado sujeição passiva.
 Se ocorrer o fato A, nasce a conseqüência B. 
 Se A, deve ser B
 Hipótese de incidência Mandamento
(Descrição do Fato gerador) (Descrição da Obrigação)
 Aspecto Material Aspecto Quantitativo
 Aspecto temporal Aspecto Subjetivo
 Aspecto espacial
 Aspecto pessoal
Espécies tributárias (Parte 01: Como identificá-las)
Tributo é gênero e dentro dele se tem algumas espécies. A depender da espécie tributária se terá um regime jurídico diferente. Em que medida o estado atua no exercício das suas funções? Identificou-se que o estado desenvolve algumas atividades que são especificas em relação a um determinado cidadão. Por exemplo, um cidadão precisa de uma certidão e a maquina estatal vai ter que se mover para emitir aquela certidão, então se tem uma atuação do estado especifica em relação a uma determinada pessoa. Um tributo é instituído a partir disso, ou seja, o fato que faz nascer a obrigação de pagar para o cidadão, é o fato de ele exigir que a máquina pública se mova para fazer algo para ele. É uma lógica de pensar o tributo, eu penso na possibilidade do estado instituir um tributo em razão de um fato gerador atrelado a uma atuação estatal especifica relativa a um contribuinte. Só que a maioria das despesas do estado envolvem gastos com atuações especifica relativa as umdeterminado cidadão? Não, a maioria das despesas não está relaciona a atuações especificas para o contribuinte. E de onde vem o dinheiro para custear essas despesas gerais que não estão atreladas a uma atuação estatal especifica para o contribuinte? Dentro dessa lógica é que se construiu a idéia de um tributo com o objetivo de dividir as despesas gerais entre a população de um estado, mas de acordo com a sua capacidade contributiva. Para conseguir isso o fato gerador não pode ser uma atuação estatal especifica relativa ao contribuinte, o ideal do fato gerador para fazer isso seria fatos que sejam signos presuntivos de capacidade contributiva, ou seja, fatos que presumidamente sejam demonstrações de capacidade contributiva (Ex.: Renda). São fatos que a nossa legislação presume como fatos que demonstram a capacidade contributiva (Ex.: Compra de casa, imóveis, renda). Esses fatos são fatos do contribuinte do cidadão, não se paga um tributo porque o estado fez algo por mim, é só porque se mostrou capacidade contributiva, sendo obrigado a contribuir com as despesas gerais. Dentro do nosso modelo de estado ainda contempla a redistribuição de renda, então eu posso estar contribuindo de acordo com a minha capacidade contributiva para viabilizar o mínimo para quem não tem. Esse é o eixo central onde começam a teoria das espécies tributárias. 
A teoria das espécies começa focada no fato gerador, que é a situação descrita em lei como necessária e ao mesmo tempo suficiente para fazer nascer a obrigação. Então para identificar uma espécie tributaria, tem que necessariamente identificar qual é o fato gerador, e tem que estar na lei. Achado o fato gerador, existem dois tipos de espécies. A análise é se esse fato gerador depende ou não depende, está atrelado ou não a uma atuação estatal especifica relativa ao contribuinte. E daí surgem as duas primeiras espécies tributarias. O que define a espécie tributaria não é o nome. Aquele fato gerador que está vinculado a uma atuação estatal especifica relativa ao contribuinte é chamada de taxa, e a que não está vinculado é o imposto.
Obs.: Para analisar se existe ou não vinculo, pode ser usada essa analisa relacionada a varias coisas. Sempre tem que analisar se existe ou não vinculo entre o fato gerador e uma atuação estatal especifica relativa ao contribuinte.
Fato gerador é diferente de receita que é diferente de causa/fundamento de instituição.
Tem outra espécie de tributo que tem que se ter um imóvel, este tem que ter uma valorização em razão de obra pública, ai vai se ter um fato gerador vinculado a uma atuação estatal especifica relativa ao contribuinte. Todos os cidadãos custearam a obra, mas está só gerou valorização do imóvel de algumas pessoas, e por isso elas vão ter que pagar uma espécie de tributo. O fato gerador é a obra que levou a valorização do imóvel. É daqui que surge a escola das três espécies tributarias que está no CTN. O CTN disse que se tem taxa de serviço, taxa de poder de policia e uma outra espécie de tributo que é a contribuição de melhoria. Essa classificação era vigente até 1966. 
Primeiro se pergunta qual é o fato gerador, depois analisa se esse fato gerador está vinculado ou não a uma atuação estatal especifica relativa ao contribuinte. Se não estiver vinculado, é um imposto, se for vinculado se pergunta que tipo de atuação estatal a qual o fato gerador está vinculado. Se for uma obra publica se está diante de uma contribuição de melhoria, mas se a atuação for o exercício do poder de policia ou uma prestação de serviços públicos é uma taxa. Contribuição de melhoria é uma espécie de tributo.
O art. 4º consagra o fato gerador, porque o que importa a consagração da espécie é o fato gerador, pouco importando o nome, os aspectos formais ou a destinação.
Em 1988 a atual CF foi promulgada e no art. 145 ela diz que a união, o estados, o DF e os municípios poderão instituir os seguintes tributos: Impostos, taxas, contribuições de melhoria. A CF 88 recepcionou essas três espécies de forma expressa. A CF diz nesse artigo fala dos tributos que podem ser instituídos por todos os entes federativos. Só que vem o art. 148 e diz que a união, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios para fazer face as despesas extraordinárias decorrentes de calamidade publica, guerra externa ou sua iminência ou em caso de investimento publico. Todo recurso arrecadado com essas contribuições deve ser destinado a aquilo que deu causa a arrecadação. Pós 88, começou a discutir o que seriam os empréstimos compulsórios e as contribuições especiais. Existem autores que defendem até hoje que essa duas espécies são ou taxas, ou impostos ou contribuição de melhoria a depender do fato gerador. Mas o entendimento que prevalece hoje é o das cinco espécies.
O Empréstimo compulsório (art. 148 da CF) é difícil de ser enquadrado na teoria das três espécies, pois essa teoria é focada no fato gerador, e no empréstimo compulsório o que se tem é o fundamento da criação do tributo, é isso que legitima a união a exercer a competência, não se tem a menor indicação na CF de qual vai ser o fato gerador. Quem vai instituir o fato gerador é a lei, agora a CF não dá limitação em relação a isso. Só pode ser criado para atender uma finalidade especifica e por isso são tributos finalísticos e a receita arrecada deve ser destinada ao fundamento da instituição do tributo, por isso é tributo finalístico. A doutrina foi caminhando para confirmar que os empréstimos compulsórios seriam uma espécie autônoma, pois a lógica deles é diferente, a compreensão desse tributo gira em torno da finalidade e da vinculação da receita, acrescentando a idéia da devolução dos valores.
As contribuições especiais (art. 149 da CF) teriam essa mesma lógica, a contribuição social tem que seu um instrumento para a união intervir no direito social. Só pode ser criado para atender a finalidades especificas já previstas na CF. Também tem a receita vinculada a finalidade que instituiu o tributo, mas elas não precisam ser restituídas.
Hoje em dia então primeiro se analisa se é um tributo finalístico, se não for vai se analisar igual a anteriormente, a questão do fato gerador (taxa, imposto ou contribuição de melhoria), mas se for finalístico vai se analisar qual é a finalidade para saber se é empréstimo compulsório ou se é contribuição de melhoria. Mas e se ele for finalístico, mas se não for nenhuma das 06 finalidades? Se esqueça isso e volta para o esquema do fato gerador. Então, por exemplo, se o tributo é finalístico, mas não é nenhuma das 06 hipóteses, vai para o esquema de fato gerador, se a partir da analise desse esquema se perceber que é um imposto, provavelmente ele será inconstitucional, porque pelo fato de ser finalístico, ele terá sua receita vinculada a despesa que fundamentou sua instituição, mas a CF prevê que a receita dos impostos não podem ser vinculadas.
Competência Tributária:
Conceito: Estamos num estado democrático de direito, numa constituição rígida. Por conta disso, o ente federativo só tem competência para fazer aquilo que a CF deu poder para, o estado de direito é caracterizado pelo fato de quem exerce o poder, exerce de forma limitada pela CF. Não é o ente federativo que decide quais tributos ele pode criar, isso está determinado na CF. A competência tributária se encontra na CF, se um ente cria um tributo que ele não tem competência para criar, esse tributo é inconstitucional. De fato, tem que ter normas na CF prevendo a competência e normas elaboradas por um processo especial e solene. No campo especifico da competência tributaria, esta competência seria a competência legislativa plena em relação ao tributo, é a competência para instituir e legislar sobre o tributo. Só quem pode receber competência tributária são os entes políticos (União, estados e municípios).
Art. 6º CTN: A atribuição constitucional de competência tributaria compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na CF e em outras leis. Se estivéssemos em um estadounitário (o exercício do poder está concentrado em uma única esfera), apenas uma CF limitaria quais tributos aquele estado poderia criar.
Federalismo: No Brasil o assunto da competência tributária é atingido e modificado pelo federalismo, que nele se tem uma descentralização de poder entre entes autônomos, unidos por um vinculo indissolúvel. O que faz um país ser uma federação não é o nome, é ele ter as características de uma federação (descentralização vertical de poder entre unidades autônomas unidos por um vínculo indissolúvel). A competência é justamente a concessão da autonomia, a CF esta delimitando qual é o campo de autonomia daquele ente quando define as competências. A CF precisa repartir as competências legislativas e administrativas, e isso foi feito. Num país capitalista é possível de fato falar em autonomia, sem falar em fontes próprias de arrecadação? Qual é a importância de repartição de competência tributaria para a autonomia dos entes? A CF visa assegurar a autonomia na perspectiva financeira ao repartir a competência tributária. A CF não cria nenhum tributo, e não é papel de uma CF criar o tributo, o papel dela é outorgar competência, então ela dá aos entes políticos competência para criar os tributos. Tanto que um ente político não pode começar a cobrar o tributo porque ele está na CF, ele precisa primeiro exercer a sua competência criando esses tributos para cobrá-los. 
Um assunto muito polêmico é a repartição de competência e a repartição de receitas. O fato de um ente ter direito a receita do tributo, não dá a esse ente nenhum direito referente a alteração da competência desse tributo. Então repartir receita não é repartir competência. Os municípios têm uma competência tributaria, que muitas vezes que eles não exercem como deveriam.
Características da repartição de competências na CF/88:
Indelegabilidade (Art. 7º CTN): A competência para instituir e legislar/criar um tributo é indelegável, não pode delegar a nenhum ente. Mas as funções de arrecadar e fiscalizar podem ser delegadas. Competência tributaria é diferente de capacidade tributária ativa, essa ultima sendo a capacidade para ser sujeito ativo de uma obrigação tributária. A competência para criar o tributo não pode ser delegada, mas essa condição de sujeito ativo pode ser delegada. A parafiscalidade é quando um ente cria um tributo e delega a competência de arrecadar o tributo para outro ente, ou seja, delega a capacidade tributária ativa. Quando há a delegação da função de arrecadar e fiscalizar, o ente que recebe a delega recebe todas as prerrogativas processuais (prazo em dobro, execução fiscal). Essa delegação pode ser revogada a qualquer tempo. Quando a lei coloca o sujeito passivo na condição, por exemplo, de obrigado a reter na fonte, isso é descontado do salário do empregado, isso não é pago pelo empregador, e isso não é parafiscalidade. Na verdade a lei, quando mando o empregador descontar um tributo do salário do empregado, ela coloca o empregador como um sujeito passivo também, então não há delegabilidade. O fato da lei obrigar a fonte pagadora a reter e repassar um tributo, não a torna sujeito ativo, essa fonte pagadora é sujeito passivo, porque se ela retiver e não repassar é crime de apropriação indébita, e se não reter, o ente pode cobrar do empregador e do empregado.
 
Facultatividade: O exercício da competência é facultativo, o ente não é obrigado a exercer a competência tributária. Por exemplo, o imposto sobre grandes fortunas que a união não criou até agora. O art. 11 da LRF vem mitigando essa facultatividade. O caput desse artigo coloca de maneira geral como responsabilidade do gestor instituir todos os tributos, mas o §1º prevê sanção pra isso, porque aquele ente que não instituir todos os impostos não poderá receber transferência voluntária. Alguns autores dizem que essa norma é inconstitucional, pois fere a autonomia do ente federativo. Mas na verdade o ente pode não criar os impostos, e continuar recebendo as transferências obrigatórias, só não vai receber as voluntarias, então não seria inconstitucional, porque a sanção seria mais política.
Incaducabilidade: O não exercício da competência não faz com que o ente perca o direito de exercê-la a qualquer tempo, passe o tempo que passar, ou seja, o direito não caduca.
Irrenunciabilidade (art. 8º CTN): Se um determinado município não criar o IPTU, isso dá direito ao estado criar o IPTU naquele município? O ente nem que ele queira ele pode renunciar ao exercício da competência, então o estado não poderia criar o IPTU no lugar do município.
Inalterabilidade? É possível ou não retirar competências tributárias de um ente federativo? Uma PEC teria o poder de retirar a competência legislativa do estado em relação ao ICMS, mantendo só a receita para os estados? Isso diminuiria a autonomia. E é possível a diminuição de autonomia de um ente federativo? Não, porque isso é clausula pétrea. Não é necessário que a PEC acabe com o federalismo, basta que ela tenda acabar com o federalismo, retirando parte da autonomia dos entes, para que essa PEC não possa ser válida. A maioria pensa que não se poderia retirar as competências tributárias de um ente federativo, pois seria uma diminuição na autonomia dos entes, e isso seria ferir uma clausula pétrea que não se pode tender a acabar com o federalismo. Mas tem gente que entende que é possível retirar a competência. Ainda que se crie regras para evitar travas no repasse, quem está com dinheiro na mão, sempre pode dizer que não dá, fora o fato de o estado realmente perder o poder sobre o ICMS.
Espécies Tributárias (Parte II: Regime jurídico):
Taxas: É uma espécie de tributo cujo fato gerador está vinculado a uma atuação estatal específica relativa ao contribuinte decorrente do poder de polícia ou da prestação de um serviço público.
Competência (art. 145, II, CF e at. 80 CTN): Tem que estar prevista expressamente na CF. A norma que traz a competência para as taxas está no art. 145, II da CF. A CF deu competência a todos os entes políticos para instituir taxa (União, estados, DF e municípios). Mas a CF não traz um hall de que taxa cada ente pode criar, como tem previsto para os impostos. Isso significa que o ente pode criar a taxa que ele quiser? Não, pois nem todo ente pode prestar qualquer serviço publico ou exercer qualquer poder de policia, a própria CF limita quais os serviços públicos o ente pode prestar e qual poder de policia o ente pode exercer. O ente federativo só pode criar taxas em razão desses serviços e poder de policia que estão no âmbito da competência administrativa dele. A criação da taxa já está limitada tacitamente pela repartição de competência administrativas previstas pela própria CF. Todos os entes federativos tem competência para instituir taxas, desde que em razão de serviços que preste, poder de policia que exerça, e que tenha competência constitucional para prestar e exercer. 
Regulamentação: A CF não cria tributos, ela apenas dá competência para a criação dos tributos. O CTN também não cria tributos, o papel dele é estabelecer normas gerais sobre as espécies. O CTN limita a própria união ao instituir o tributo, pois ele estabelece normas gerais sobre as taxas que devem ser observadas no país todo.
CF: Art. 145, II e §2º: É a norma de competência que já traz alguns limites.
CTN: Art. 77 a 80: Regras específicas.
Requisito geral: Taxas não podem ter base de calculo própria de impostos art. 145, §2º CF e art. 77, § único, CTN. Esse requisito é geral, pois independe de ser serviço ou ser poder de polícia. O art. 145, §2º da CF diz que as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. O art. 77, § único diz que a taxa não pode ter base de calculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam ao imposto, nem ser calculada em função do capital das empresas. A base de calculo tem que refletir o fato gerador do imposto, e tentar mensurar qual foi o montante da capacidade contributiva demonstrado. As taxas não podem ter base de calculo que sejam particularesa impostos, que seja características de impostos (próprios). Então as taxas não podem ter a base de calculo que possa mensurar a capacidade contributiva do individuo, porque isso é tarefa dos impostos. A lógica do imposto é alcançar a Capacidade contributiva, e a lógica da taxa é ressarcir os cofres públicos com o gasto tido com a prestação do serviço ou com o exercício do poder de polícia. Nesse sentido se tem uma sumula vinculante do STF, é a sumula 29. Essa súmula diz que é constitucional a adoção no calculo do valor da taxa de um ou mais elementos da base de cálculo própria de determinado imposto desde que não haja integral identidade entre uma base e outra. Isso decorre de uma interpretação restritiva do art. 145, §2º da CF. Daniela entende que se o elemento da base da calculo do imposto que a taxa usar for o elemento núcleo, isso não seria possível, mesmo que não haja uma coincidência idêntica, porque estaria se mensurando a capacidade contributiva de qualquer jeito. Então se o núcleo de base de calculo do imposto for usado no núcleo da base de calculo da taxa haveria uma identidade, logo não pode. Isso não significa que a taxa não pode variar, o que ela não pode é mensurar a capacidade contributiva.
Requisitos específicos:
Taxas em razão do exercício do poder de policia (Art. 78 CTN): Exercício regular do poder de polícia. São as mais comuns. Esse artigo traz um conceito de poder de policia, mas ele é um pouco restrito. O estado limita o direito e a liberdade do cidadão, e ele através do exercício de poder de policia, assegura que eu exerça esse direito e liberdades dentro desses limites no interesse da coletividade. O grande interessado e beneficiado pelo exercício do poder de policia é a coletividade. O exercício da competência é facultativo, então porque o ente exerce o poder de policia, ele não é obrigado a instituir uma taxa, mas ele pode cobrar. Porém, quando ele instituir, ele é obrigado a cobrar, então ele não é obrigado a instituir (criar), mas se ele criar, ele é obrigado a cobrar. 
A CF não fala em exercício regular do poder de policia. O CTN no art. 77 quando começa a falar da taxa, ele fala que as taxas podem ser instituídas em razão do exercício regular do poder de policia. O art. 78, § único define o que é exercício regular do poder de polícia, esse artigo diz que “Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder”. O STF entende que é possível a cobrança da taxas em razão de um exercício potencial do poder de policia por um órgão competente em funcionamento, isso foi legitimado no julgamento da taxa do IBAMA, porque essa taxa é cobrada das empresas 04 vezes ao ano, mas as empresas não são fiscalizadas 04 vezes ao ano, então há ai o exercício potencial do poder de polícia. Mas nem toda taxa é cobrada só pelo seu potencial exercício do poder de policia (fiscalização potencial), em algumas que só são cobradas se efetivamente houver exercício do poder de polícia (fiscalização efetiva).
Taxas pela prestação de serviços públicos:
Obs.: Taxas x Tarifas: É um assunto polemico, mas hoje prevalece que tudo gira em torno do regime jurídico da prestação do serviço e de quem presta o serviço. Quando se tem um serviço publico prestado por uma pessoa de direito publico com regime de direito público só poderia ser cobrado a taxa. Mas quando se tem um serviço público prestado por uma pessoa jurídica de direito privado, em regime jurídico de direito privado não se esta diante de um tributo, é uma tarifa, se aplica as normas de direito administrativo, porque o tributo é incompatível com o lucro que as empresas privadas visam. Sendo tarifa não se aplica o direito tributário. Ex.: A passagem de ônibus não é tributo, é tarifa.
Obs.: Serviços Públicos (art. 79, II e III CTN): Para ter uma taxa tem que ter um serviço público, segundo sendo um SP, nem todo ele pode legitimar a cobrança de uma taxa, se ele não for especifico e nem divisível, ele não poderá ser custeado por meio de taxa, ele deverá ser custeado por meio de imposto. Então para a instituição de uma taxa é preciso um serviço publico especifico e divisível ao mesmo tempo.
Específicos e Divisíveis: Especifico é poder dividir o serviço em unidades autônomas de prestação. E a divisibilidade é poder relacionar essas unidades autônomas de prestação a alguém. A súmula 670 do STF diz que é inconstitucional a taxa de iluminação pública, pois não é um serviço publico especifico e divisível. Os municípios então provaram uma emenda a constituição criando o art. 149-A que autoriza os municípios a cobrar a contribuição de iluminação publica, tratando-se de um tributo novo constitucional. A prestação jurisdicional é um serviço público? Sim e é específico e divisível, porque a cada ação se tem um serviço prestado. Hoje o STF na sumula vinculante nº 19 fala da taxa de coleta de resíduos sólidos domiciliares, ela fala que a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal, ou seja, varrição de rua e limpeza de bueiro estão fora, porque sem esses dois se tem a especificidade pois o serviço é prestado ao dono do imóvel.
Obs.: Utilizados de forma (art. 79, I CTN):
Efetiva ou Potencial: Não existe possibilidade do município prestar ou não prestar o serviço, pois a potencialidade tem haver com o contribuinte usar ou não do serviço. Tem que haver o serviço, agora em havendo ele todos são obrigados a pagar mesmo que não uso, pois o uso é em potencial. Porque a CF autoriza a cobrança mesmo em caso de utilização em potencial. Mas não é obrigado a pagar se não for um serviço publico de uso compulsório. Utilização efetiva é realmente utilizar e o potencial é estar a sua disposição. Para Daniela a regra é que prestação deve ser cobrada quando for efetiva, mas se o serviço for de uso compulsório ai é possível a cobrança em razão da utilização potencial. Quando o serviço for utilização compulsória, é possível a cobrança da taxa pelo uso em potencial, desde que o serviço esteja em efetivo funcionamento.
III – Pedágio: É tributo? Existe uma discussão se o pedágio é tributo, Luciano Amaro defende que é tributo, inclusive ele diz que existiriam três tipos de taxas incluindo a taxa de conservação das rodovias, e ele alega em prol desse entendimento o art. 150, inciso V que diz que é vedado utilizar tributação a limitação do ir e vir das pessoas, exceto o pedágio. Esse não é o entendimento que prevalece, o que prevalece é que não é tributo, porque apesar de ser uma prestação pecuniária compulsória, na verdade esse dinheiro iria para uma pessoa jurídica de direito privado num regime jurídico de direito privado. Seria tributo, se o próprio poder público conservasse as rodovias. O pedágio sequer é tributo, é o que prevalece. Agora sendo tributo, a corrente mais forte é a de Luciano Amaro que enquadraria o pedágio como um terceiro tipo de taxa.
Contribuições de Melhoria:
Conceito: É uma espécie de tributo cujo fato gerador é vinculado a uma atuação estatal especifica relativa ao contribuinte consiste numa obra pública da qual decorra valorização imobiliária.
Competência (art. 145, III da CF): Todos os entes federativos têm competência para instituir contribuição de melhoria, isso significa dizer que quando se deparar com a contribuição de melhoria não precisa se preocupar com a competência? Mais ou menos. O ente só tem competência para criar contribuição de melhorias de obras que ele realize. As obras acontecem nos municípios, o que não significa que elas são realizadas pelos municípios, os estados e a união fazem obras nos municípios. Então quem tem competência para instituir a contribuição de melhoria é o ente que realiza ou vai realizar a obra pública. Se o ente não tem competência para realizar a obra, elaé ilegal e inconstitucional, então se institui contribuição de melhoria em razão de obra ilegal, essa contribuição também via ser ilegal e inconstitucional, sendo uma inconstitucionalidade reflexa. 
Estrutura normativa: A CF não cria nenhum tributo, a única coisa que ela faz é outorgar competência. Nessa medida, a CF não criou, ela deu competência aos entes para criá-los. O exercício da competência é facultativo, o ente só poderá criar contribuição de melhoria se houver a obra que gere valorização imobiliária, mas se ele fizer a obra que der valorização imobiliária não necessariamente ele terá que cobrar contribuição de melhoria, pois é facultativo. A CF prevê que uma lei complementar estabeleça as regras gerais sobre as contribuições de melhoria. Então tem que se ter uma lei do ente federativo criando o tributo. A CF dá a competência, o CTN estabelece as normas gerais, e num futuro vem um a lei do ente federativo que cria uma contribuição de melhoria. Mas ao criar essa contribuição, para essa lei ser valida é necessário que ela obedeça a lei complementar sobre normas gerais (CTN) e a CF. Cada contribuição de melhoria tem que ser criada por uma lei diferente. O fato gerador da CM é uma obra publica que decorra uma valorização imobiliária. A CM é um tributo que tem começo, meio e fim, se paga uma CM por cada obra pública. 
CF/88: Art. 145, III. 
CTN: Arts. 81 e 82.
Requisitos:
Obra Pública (art. 81, CTN): A CM é instituída para fazer face ao custo de obras públicas das quais decorra valorização imobiliária. Então hoje no Brasil para ser ter CM é preciso uma obra pública, não pode ser uma obra particular.
Valorização imobiliária (art. 81, CTN): A CF não fala em valorização, ela só fala em obra pública. O CTN é normas gerais obre a matéria, e ele exige a valorização. Então poderia ter uma modificação na legislação sobre normas gerais, deixando de existir como requisito a valorização, já que ela não está prevista na CF.
Causalidade (art. 81, CTN): Tem que haver um vínculo de causalidade entre a obra pública e a valorização. Porque pode ser que haja uma coincidência de o mercado imobiliário estar aquecendo e também haja uma obra pública, aqui não cabe contribuição de melhoria.
Limites do valor a ser cobrado (art. 81, CTN): A CM só pode ser instituída para custear a obra, nesta medida não se pode arrecadar mais do que custou a obra, então esse é um limite. Existe outro limite, ninguém (nenhum contribuinte) pode pagar mais do que teve de valorização. Uma CM pode ser instituída para custear apenas parte da obra, o que não pode é a obra esta alçada em um valor e a CM ser de valor maior.
Requisitos formais (art. 82, CTN): O que é vinculado é o fato gerador, ou seja, eu só estou obrigado a pagar se houver obra e houver a valorização do imóvel. Agora, tendo havido a obra e a valorização, o contribuinte paga e o dinheiro pode ou não ir para custear a obra, devido ao princípio do caixa único, o dinheiro tem que ir para uma conta e pode custear qualquer coisa. Na execução da LOA, a receita prevista entra no caixa e o dinheiro da obra sai do caixa como um todo, então não necessariamente tem que criar uma conta separação. Mas não há uma vedação da vinculação das receitas das contribuições de melhoria, mas essa não é a regra. Então não é vinculado, mas não é proibido que seja vinculado. Se discute se a instituição e a cobrança tem que ser previa ou após a obra? Daniela acha que a cobrança só pode ser após a obra, mas existe gente que acredita que a cobrança pode ser concomitante a realização da obra. Então o certo seria que a instituição da CM fosse antes da obra, mas a sua cobrança apenas após a realização da obra.
A lei que vier a criar a CM tem que obedecer a alguns requisitos formais que estão no art. 82 que são: 
I - Publicação previa (anterior a obra) de alguns elementos, que são:
a) memorial descritivo do projeto; 
b) orçamento do custo da obra; 
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; 
d) delimitação da zona beneficiada; 
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas). 
II – fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; 
III – regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial. 
Forma de cálculo (art. 82, §1º CTN): A lei tem que publicar previamente o projeto o orçamento, a parcela do custo que vai ser financiada pela CM, a zona beneficiada e o coeficiente de valorização. Para se calcular a CM, se pega a parcela do custo da obra que vai ser financiada pela CM e divide pelo numero de imóveis beneficiados que estão na zona beneficiada, mas divide proporcionalmente ao coeficiente de valorização. Se não for instituída com essa forma de calculo é ilegal.
Impostos:
Conceito: É um tributo cujo fator gerador não é vinculado a uma atuação estatal especifica relativa ao contribuinte, destinado a financiar despesas gerais, ele não é criado para financiar nenhuma despesa específica.
Competência: Apesar de a CF prevê que todos os entes podem criar impostos, mas ela é a mais limitada de todas as espécies tributárias.
Enumerada: É aquela competência que está expressa.
Municípios (art. 156, CF): A competência dos municípios para criar os impostos ela é prevista de forma taxativa e exaustiva na CF/88. Ele só tem competência para criar três impostos. Eles são: 
I – propriedade predial e territorial urbana; - IPTU
II – transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; - O ITBI em Salvador é chamado ITIV.
III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar; - ISS
Estados (art. 155, CF): O mesmo raciocínio dos municípios se aplica aos estados, ou seja, competência enumerada e exaustiva e também são três ao total, elas são:
I – transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; - ITCID
II – operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços
de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações
e as prestações se iniciem no exterior; - ICMS
III – propriedade de veículos automotores. – IPVA
União (art. 153, CF): A união tem uma competência enumerada, mas ela não é exaustiva, porque a União também tem competência residual. Esse art. 153 traz 7 impostos expresso que a união tem competência para criar, mas até então ela só criou 6.
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (EC no 20/98 e EC no 42/2003)
I – importação de produtos estrangeiros;
II – exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III – renda e proventos de qualquer natureza;
IV – produtos industrializados;
V – operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI – propriedade territorial rural;
VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar. – Não foi criado ainda.
Residual: É o que não está previsto de forma expressa.
União (art. 154, I, CF): A união pode criar outros impostos não previstos no art. 153 que tem a competência enumerada, então é uma competência residual, mas desde que atenda as exigências desse artigo que são: Tem que ser por meio de lei complementar, os impostos não podem ser cumulativos (o imposto não pode incidir sobre ele mesmo) e não podem ter fato gerador ou base de calculo própria dos impostos já enunciados.
Art. 154. A União poderá instituir:
I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, Desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
Obs.: Bis in idem x Bitributação: Acontece o bis in idem quando umamesma pessoa jurídica cobra duas vezes o tributo sobre o mesmo fato gerador. E a bitributação é quando duas pessoas distintas tributam o mesmo fato. Nos dois casos o resultado é o mesmo, ou seja, alguém está sendo chamado a pagar a mesma coisa duas vezes. Eles são vedados no nosso ordenamento, só havendo uma exceção que é no caso de guerra externa ou na sua iminência.
Extraordinária: Ela é uma competência que só pode ser exercida em caráter extraordinário.
União (art. 154, II, CF): Essa competência só pode ser usada em caso de guerra externa e assim que ela acabar tem que cessar essa cobrança, ainda que seja de forma gradativa. A CF não diz qual é o prazo para encerrar essa cobrança após cessada a guerra, mas o CTN traz esse prazo, e ele diz que é de 05 anos, então ao final dos 05 anos o imposto não pode mais ser cobrado. Havendo a guerra a união tem a competência para criar impostos, então pode ser mais de um. Ademais, se tem uma autorização para o bis in idem ou a bitributação, ou seja, a CF autoriza nesse caso que a União cobre tributos que não são de sua competência. Mas isso não autoriza o confisco. Esse imposto não precisa de Lei complementar.
II – na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Cumulativa: Um ente só cumula competências de entes federativos que são distintos. 
Distrito Federal (art. 155 e 147, CF): O DF não é nem estado e nem município, ele não se divide em municípios, então ele cumula a competência para instituir impostos tanto municipais quanto estaduais, então ele pode instituir 06 impostos.
União no território federal (art. 147, CF): O território não é um ente político, ele não detém autonomia, e eles são equiparados a autarquias suis generis. O território federal é uma área do país que não esta sobre a jurisdição de nenhum estado, ele está sobre a jurisdição direta da união, e ele pode ou não se dividir em municípios. Atualmente não se tem territórios federais no Brasil, mas eles podem surgir por meio dos desmembramentos-formação. Se vier a ter um território federal, como fica a questão tributária? No Território Federal a União cumula a competência tributaria para criar os impostos estaduais, se esse território for dividido em municípios quem cria os impostos municipais são esses municípios, mas se não for divido em municípios, é a união que também acumulará essa competência.
Estrutura normativa: A CF dá competência para criar os impostos, ela não cria o imposto, ela até cria limites. Ela também prevê que cabe a uma lei complementar sobre normas gerais sobre os impostos de maneira geral e sobre os impostos dispostos na CF.
CF/88: Art. 153 a 156 CTN.
CTN: Art. 16 a 76 do CTN.
Requisitos: Aqui os requisitos trabalhados são gerais. O imposto sempre visa alcançar a capacidade contributiva do individuo. O próprio fato gerador do imposto tem a presunção de demonstrar a capacidade contributiva. Em regra, a receita de impostos não pode ser vinculada a nenhum órgão, fundo ou despesa, mas há algumas exceções como, por exemplo, saúde e educação.
Art. 145, §1º, CF.
Art. 167, IV, CF.
Empréstimos Compulsórios:
Conceito: É um tributo finalístico criado para financiar finalidades especificas e que terá que ser devolvido posteriormente ao contribuinte.
Competência (art. 148, CF): Ele é competência exclusiva da união federal sem nenhuma exceção.
Estrutura Normativa (art. 148, CF): A CF dá a competência e o CTN tem normas sobre o empréstimo compulsório, mas Daniela prefere que não trabalhar com o CTN. Efetivamente, nós não temos uma lei complementar que estabeleça regras sobre empréstimo compulsório, o que se tem é a CF e as leis instituidoras que vierem a instituir o empréstimo compulsório.
Requisitos:
Finalidade: Hoje essa competência tributaria só pode ser exercida em razão de três finalidades específicas, que são: I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública; II- de guerra externa ou sua iminência; III – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
Vinculação da Receita: Os recursos arrecadados com os empréstimos compulsórios têm que ser destinado a causa que deu finalidade a criação. 
Devolução: Ele tem que ser devolvido. A CF não tem nenhum artigo que diga que o Empréstimo Compulsório tem que ser devolvido, mas como a palavra escolhida foi empréstimo ela traz implícita duas idéias fortes que são o acordo de vontades e que o objeto é que tem ser algo que vai ser devolvido. Só que como é compulsório, retira-se o acordo de vontades, restando só a idéia de que o objeto tem que ser restituído, ou seja, o empréstimo compulsório tem que ser devolvido. Não se tem norma geral que diga quando o empréstimo tem que ser devolvido e quem vai determinar isso é a lei complementar que vier a instituir o empréstimo. Desde 1988 não foi criado nenhum empréstimo compulsório no Brasil, principalmente por conta da criação das contribuições especiais.
Lei Complementar: É obrigatório criar os empréstimos compulsórios por lei complementar.
Contribuições especiais:
Conceito: São tributos finalísticos criados para atender finalidades especificas que são os direitos sociais, intervenções no domínio econômico ou interesse de categorias profissionais ou econômicas. Elas não têm que ser devolvidas por isso diferenciada dos empréstimos compulsórios. 
Requisitos:
Finalidade: Necessariamente/ Só podem tem que ser criada para um dessas três finalidades: 1. financiamento de direitos sociais 2. Financeira categoria de profissionais ou econômicas 3. Intervenção no domínio econômico. A receita deve ser destinada vincula a finalidade que deu causa ao surgimento desses tributos. Contribuições especiais todas as do artigo 149!!!!
Vinculação da receita: Tem que ser vinculada a uma das três finalidades.
Espécies: Tem autores que chamam as contribuições especiais de contribuições sociais (não seria muito adequado, porque tem uma subcategoria que é social) ou parafiscais (também não é adequado) ou suis generis (é adequada). 
Corporativas: O que é interesse de uma categoria profissional ou econômica (corporativas)? E livre o exercício de uma tivdade profissional atingido os requisitos, norma de aplicancia restringível uma norma constitucional que pode ser restringida por uma norma infraconstitucional. É uma contribuição no interesse daquela categoria profissional. Ha legislação que regula o exercício da profissão como advogado, medico, porem mesmo que não tenha lei que regula a profissão como a de sapateiro, profissão liberal a legislação federal então regula através de autarquia sui generis para que o exercício da profissão, auxiliar o governo federal no desempenho dessas categorias profissionais. Ha parafiscalidade aqui as autarquias tem personalidade j a união outra personalidade j, a união instituio ao tributo porem a arrecadação e fiscalização e feitas pelas autarquias, ou seja parafiscalidade. O papel dessas entidades é a proteção, regulação da atividade. aSSIM SUGRE essa contribuição o para instituir em razão de atividades profissionais, as profissões não liberais não tem lei própria então como atua? Contribuição sindical, que a contribuição especial em razão do interesse profissional, é a equivale a 1 dia de trabalho do mês de marco. A contribuição da oab não vem sendo encara como tributo, pois a oab nao tem fiscalização do Tribunal de contas, não sofre interferência da união federal. Apesar de ser um órgão de classe. Contribuições de categoria econômica, as contribuições para os serviços, sociais autônomas SES, SENAR, SENAI, pessoas jurídicas de direito privado que agem no interesse do comercio, nesta união não delegou a função de arrecadar e fiscalizar, a união arrecada e transfere a receita, e não são paga pelos profissionais e sim pelas empresas.
A mesma lei que institui essa categoria cria essas contribuições. As contribuições de interesse de categoriaprofissional e econômica. As contribuições de interesse de categorias profissionais envolvem, por exemplo, uma determinada categoria profissional (ex: médicos, advogados, engenheiros). Normalmente são profissões regradas por lei com criação de autarquias para regular e fiscalizar aquela profissão. É tributo instituído para o interesse daquela categoria. Existem profissões que não são regulamentadas por lei, mas isso não quer dizer que essa categoria não tenha interesse algum. Eles têm uma entidade que atua no interesse dessas classes: o sindicato, podendo criar a contribuição sindical, de modo que vai defender o interesse profissional. São pagas pelo profissional, mas podem ser pagas pelo setor patronal. O SES é serviço social e o SENAR é serviço nacional. São vários serviços sociais que atuam no interesse de categoria econômica. São pagas pelas empresas e não pelos profissionais. 
Intervenção no domínio econômico (CIDE’S): Alguns dizem que seria verdadeiros cheques em brancos na Mao do contribuinte, o que não procede. Realmente não há regras claras sobre em que circunstancias a CIDE pode ser criada, mas ao mesmo tempo isso não significa que a união pode chamar de CIDE qualquer coisa. Existem construções doutrinárias, os tribunais reconhecem algumas e outras não. A doutrina diz que para ter uma CIDE é preciso que a União determine um determinado setor, área ou atividade da economia que vai sofrer intervenção épreciso que se delimite uma area, se adota algo geral para a economia como um todo é algo político e não uma intervenção. Segundo é preciso ter um motivo para criar uma CIDE para promover uma intervencao, porque é preciso ter um motivo que justifique na União a promoção da intervenção. Aparti do motivo se tem é preciso também traçar uma finalidade. O motivo tem que ser a base para a finalidade traçada. A receita arrecadada tem que ser destinada a finalidade da intervenção. Os sujeitos passivos devem estra dentro do setor da economia que vai sofrer a intevrencao, segundo a cide deveriam ser sempre temporária. É possível imaginar uma intervenção eterna? Não. Não se pode admitir uma CIDE que não tenha nenhum prazo para terminar, CIDE não é fonte de receita corrente para as despesas do dia-a-dia do poder público, a jurisprudência não acata isso. Em princípio os contribuintes da CIDE deveriam estar relacionados ao setor da economia que vai sofrer a intervenção (Ex.: CIDE Combustível: está prevista na CF, mas deve ser criticada porque serve como fonte de manutenção das estradas, que é despesa corrente do Estado, então há um desvirtuamento na finalidade – Olhar disposições na CF). * ex: Cide royaltes, qual os setor promoção do conhecimento, motivo baixo desenvolvimento, finalidade de promover aquecer desenvolver mais esse setor da economia. 	E	feito fiscal arrecada dinheiro, extrafiscal mais barato adquirir tecnologia do Brasil do que no exterior, pois cide royal por exemplo incide quando compra tecnologia do exterior. Tem varias cides. 
Contribuições sociais: São aquelas que vão financiar direitos sociais Seguridade social: Ações voltadas para securidade social que é; promover saúde, previdência e assistência social. Elas se dividem em: Para seguridade social que são as mais importantes, e as gerais. As contribuições sociais para a seguridade: financiam a saúde, previdência e assistência social, os demais compõem a categoria das gerias. Então as gerias são aquelas que financiam outro direito social que não financia saúde, previdência e assistência. Contribuições sociais gerais: Outros direito sociais que não sejam previdência assistência ou saúde (pois estas 3 sao seguridade social)
Competência:
União (Art. 149 e 195, CF): Compete exclusivamente a união instituir contribuições sociais de intervenção de domínio econômico e interesse de categorias profissional e econômico , porem no âmbito das contribuições da seguridade o que constituinte quis trazer tem uma competência enumerada e residual, não tem rol de CIDHS, nem de contribuições sociais que podem ser criadas, mas agora apenas as contribuições para a seguridade social estão todas enumeradas no caput do art. 195 e se quiser criar outras segue o art. 194. Não te,, regras enumerando quais as cids, contribuições corporativas podem ser criada nem contribuições sócias gerais mas para a contribuições gerais de seguridade social estão enumerada. LER CAPUT ART 195. Além da competência enumerada tem competência residual, o que não esta enumerada, por exemplo CPP, contribuição loterias, PISCOFINS se a união quiser criar uma outra contribuição para seguridade ela pode desde que sigam os requisitos do artigo 195, 4, quais são os requisitos para criar contribuições para seguridade residuais os mesmo dos impostos residuais (não cumulatividade, lei completar nem fator gerador nem ??). Então em regra só que pode criar contribuições especiais é a União federal, seja qual contribuição for. Existem duas mitigações pontuais em relação a isso.
DF e municípios (art. 149-A, CF): Autorizam o DF e munícipios criar contribuições especiais para custear iluminação publica, bem especifico. Eles podem instituir uma contribuição para custear o serviço de iluminação pública. É muito específico. Em regra so quem cria contribuição especial e união isto é uma exceção. 
Estados, DF e municípios (art. 149, §1º, CF): É outra exceção. Diz respeito a contribuição previdenciária do servidor público. No Brasil existe um sistema de previdência do INSS, e a união tem competência para instituir uma contribuição social para a previdência. Dentro desse contexto, o servidor público é diferente. O servidor público federal contribui para a união, mas ele tem um regime de previdência diferenciado. É possível que estados, municípios e DF criem uma previdência própria para o servidor público federal, o inss todo mundo so se aposenta ate o teto para o servidor publico nao tem limitação de teto quem entoru aparti de 2010-2011 a lei que rege aposentadoria do servidor publico e diferente do inss, quando a união tem uma previdência própria para o servidor o estado e município também pode ter, fazer isso com o funcionário publico do ESTADO, ou seja se o município ou o estado tem previdência própria para o seu servidor publico nasce a competência para criar uma contribuição a ser descontada do salario do seu servidor, so ocorrer se o estado ou unicipio tiver previdência própria, estado cria uma contribuição a ser cobrada do servidor publico para custear a aposentadoria do servidor publico . Os estados e município so podem criar contribuição especiais se for para ser respectivo servidor publico, ex estado da bahia não pode criar contribuição especial para seus cidadoes !!!! nesse caso o servidor vai se aposentar pelo estado ou município, mas não pelo INSS, e nesse caso nasce o poder desses entes criarem uma contribuição previdenciária a ser cobrada do ser servidor para a previdência do seu servidor.
-------- ouvir finalzinho!
Estrutura normativa (art. 149, 195, 212 §5º, 239, 240, CF): Não há lei complementar sobre as normas gerais, o que há é a CF e as leis instituidoras.
Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar: 
Introdução: A CF dá poder de tributar, mas também estabelece limites a esse poder através das garantias e dos direitos fundamentais. Potencialmente o maior violador de direitos é o estado, e para isso existem os direitos fundamentais como limites do exercício desse poder de tributar. 
Direitos fundamentais: As limitações são poder de tributar são direitos fundamentais do contribuinte. A tributação é uma ingerência dentro do direito de propriedade. Sendo direitos fundamentais, são clausulas pétreas da CF, esse é o entendimento do STF. Uma clausula pétrea não pode ser excepcionada nem pode uma emenda a CF. Sendo direitos fundamentais, as mitigações têm que estar previstas na própria CF. As exceções são apenas as que estão na CF, se não está na CF, não tem exceção.
Princípios e Regras: Duas regras em conflito, se excluem, se busca uma regra de solução da antinomia.Os princípios em conflito no ordenamento jurídico convivem, e no caso concreto terão que ser ponderados.
Princípios e Regras que limitam o poder de tributar: Algumas normas aqui que serão estudadas, que serão chamadas de princípios, devem ser aplicadas como regras, ou seja, não admitem sopesamento. No direito tributário tem algumas regras que não possuem exceção. Agora algumas dessas normas são realmente princípios, podendo ser sopesadas.
Legalidade: É a norma mais violada. É chamada de princípio, mas não admite sopesamento. O art. 150, inciso I da CF legisla sobre isso. 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; - Lei é norma geral e abstrata emanada do poder legislativo. Ou seja, para exigir ou aumentar tributo é preciso que o poder legislativo crie uma lei ordinária. Mesmo que não existisse esse inciso, qualquer tributo só poderia ser criado por meio de lei, porque ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algum que não esteja previsto em lei. É preciso enquanto cidadão consentir com a criação e com o aumento de um tributo que vai impactar na minha vida, em ultima instancia, já que somos nós que elegemos os componentes do poder legislativo. O constituinte repetiu de maneira específica a legalidade no direito tributário. Para a doutrina, a legalidade no direito tributário é reforçada, ela não atinge somente a forma, mas também o conteúdo, por isso o direito tributário é regido também pela legalidade material, alem da formal. Não basta criar a lei, é preciso que a lei seja cumprida nos seus exatos termos, sem discricionariedade. A legalidade material também é chamada de tipicidade. É preciso extrair a estrutura da norma de um texto elaborado pelo poder legislativo, e uma vez feita isso, na hora de aplicar essa norma (legalidade formal), ela só se aplica se o fato na realidade se encaixar perfeitamente no ato descrito (tipicidade), não criando a obrigação de pagar o tributo.
Formal e Material: A legalidade vale dentro da perspectiva formal, que é justamente o tributo ser criado por um ato do poder legislativo, emanado do poder legislativo. A legalidade material diz respeito ao conteúdo. A legalidade no direito tributário é formal e material.
Exceções: Existem algumas mitigações e todas estão ligadas as alíquotas. As alíquotas de alguns tributos pode ser alteradas.
Art. 153, §1º, CF: É facultado ao poder executivo, nas condições estabelecidas em leis, alterar as alíquotas dos impostos previstos nos incisos I, II, IV e V. Então é através de decreto. Então tem que ser criado por lei, mas uma vez criado, é possível alterar a alíquota por decreto emanado do poder executivo. Alterar é aumentar e diminuir
Art. 177, §4º, I, b, CF: É a CIDE combustível, ele diz que a alíquota desse auxilio pode ser reduzida e restabelecida pelo poder executivo. Reduzir e estabelecer é reduzir e voltar ao que estava, então não pode aumentar a alíquota. O executivo só está autorizado a reduzir e restabelecer.
Art. 155, §4º, IV, CF: Diz respeito a ICMS monofásico sobre combustível. É muito específico. Não se pode dizer que o ICMS tem mitigação da legalidade de modo geral, é só nesse caso específico. A CF diz que a alíquota do ICMS monofásico sobre combustível será fixada por deliberação dos estados e do DF por meio de convenio, elaborado hoje pelo Conselho da Fazenda (CONFAZ). O CONFAZ é um conselho formado pelas fazendas estaduais.
Legalidade na exoneração (art. 150, §6º, CF): A legalidade também se aplica na exoneração. Em relação a legalidade, ela não é apenas para cria tributos, ela também é para retirar tributos. Exoneração são todas as formas de retirada da tributação. Todas essas formas têm que vir por meio de lei. As decisões acerca da tributação devem decorrer sempre de lei. Além de ser necessária lei para trazer todas as formas de exoneração, é necessário que ela venha por meio de lei específica. É muito importante que haja a maior transparência possível na concessão de qualquer tipo fiscal, é por isso que se exige lei específica. A exoneração tem que vir em uma lei que trate ou só do beneficio ou só do tributo.
MP em matéria tributária: MP é exarada pelo poder executivo e não é lei, mas CF dá força de lei. Já se discutiu se caberia ou não caberia MP em matéria tributaria. Antigamente o posicionamento dos tribunais é que cabia MP para matéria tributaria. Precisou uma reforma a CF, hoje as MP não produzem efeitos por mais de 120 dias a não ser que sejam convertidas em lei. Então hoje não se tem tantas medidas provisórias sobre matéria tributária. Os tribunais hoje não entendem que a MP é uma mitigação da legalidade, pois apesar de não ser lei, tem força de lei. Toda vez que a matéria for reservado pela CF a lei complementar, não cabe MP. Então, em princípio cabe MP para aumentar tributo, mas existem exceções que são aqueles tributos que precisam de lei complementar para serem criados.
Princípio da não surpresa: Esse é um princípio implícito na CF/88. Não tem nenhum artigo na CF que o preveja de forma expressa. O ente federativo quando recebe a competência tributária, ele vai poder criar o tributo, só estamos estudando os limites mínimos para essa criação. Que eu tenha um tempo para me preparar para os aumentos na carga tributaria. É o direito do contribuinte de não ser surpreendido da noite pro dia com o aumento da carga tributária. O estado toda vez que aumenta a carga tributaria, ele deveria garantir ao cidadão um tempo mínimo para ele se organizar. Mas e se for diminuir a carga tributária? Dinheiro sobrando não é problema, por isso a não surpresa tem haver com o aumento da carga tributária. Nós temos duas regras na CF que visam dar efetividade a esse princípio. A regra geral no direito brasileiro é que as leis entram em vigor na data que elas determinaram, se ela for omissa, ai ocorre vacatio legis de 45 dias.
Anterioridade (art. 150, III, b, CF) e Noventena (art. 150, III, c, CF): Só se aplica para leis que criam ou aumentam tributo, não se aplica a leis que diminuam tributos. É vedado cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que houver sido criado a lei que institui ou aumentou o tributo. O exercício financeiro vai de 01 de janeiro a 31 de dezembro. A data da publicação não pode ser no mesmo exercício financeiro da data da vigência. Uma emenda de 2003 criou a noventena, para evitar que os entes criassem carga tributaria no final do exercício financeiro. A noventena diz que é vedado cobrar tributo antes de corrido os 90 dias da data da publicação da lei que institui o tributo. Ou seja, anterioridade e noventena devem ser respeitadas simultaneamente. É preciso procurar a primeira data que atende simultaneamente a anterioridade e a noventena. Com essa regra o princípio da não surpresa ficou ainda mais protegido. A CF fala que é vedado cobrar, então há uma discussão sobre isso. Essas regras postergam no tempo o inicio da vigência das normas que criam o tributo, não é no sentido de que as normas já estaria produzindo efeitos, mas só alcançaria eles, depois de atingir a anterioridade e a noventena. E se cria uma lei que institui um tributo, e a lei determina que ele seja cobrado no dia seguinte? Os tribunais entendem que o que é declarado inconstitucional são os efeitos dessa lei no período que viola a anterioridade e a noventena, depois ela seria válida. E se diminui a alíquota, quando esta lei pode entrar em vigor? Ela pode entrar em vigor a partir da publicação, mas ela vai entrar em vigor na data em que a própria lei dispuser.
Exceções: São muitas exceções. Tem tributos que são exceções a anterioridade e a noventena, então podem produzir efeitos na data da publicação. Já aqueles que são exceção a noventena, eles só podem entrar em vigor no próximo exercício financeiro. Se for exceção a anterioridade, podem entrar em vigor em 90 dias.
Art. 150, §1º CF (primeira parte é exceção a anterioridade, a segunda parte é exceção a noventena):

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