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ensino de história e estágio

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Historien (Petrolina). ano 4, n. 9. Jul/Dez 2013: 86-97 
ENSINO DE HISTÓRIA: REFLEXÕES SOBRE O ESTÁGIO 
SUPERVISIONADO E SUA PRÁTICA1 
Joedson da Silva Andrade2 
Regina Lúcia Meneses de Souza3 
 
Resumo: Este artigo visa discutir o ensino de História, sua prática e a importância 
do estágio supervisionado para construção da pesquisa. A disciplina tem sido 
constantemente repensada com novas teorias e abordagens. Os novos debates não 
têm alcançado as salas de aula, razão de constantes críticas dos alunos a disciplina, 
taxada como “decoreba”, e sem relevância. O ensino de História requer esforço 
múltiplo e continuado dos profissionais da área. Novas possibilidades tornam-se 
necessárias, uma vez que a disciplina tem perdido espaço no âmbito escolar. 
Refletir sobre o papel do profissional de História na escola e na universidade 
torna-se necessário, uma vez que estas instituições estão intimamente ligadas. 
Nesta dinâmica permite juntar sujeitos na mesma tarefa: pensar novas práticas em 
favor da responsabilidade social que exercem. 
 
Palavras-chave: Ensino de História. Universidade. Estágio Supervisionado. 
 
 
Abstract: This article discusses the teaching of history, its practice and the 
importance for supervised construction of the research. The subject has been 
constantly reviewed with new theories and approaches. The new debates have not 
reached the classrooms, because of constant criticism of the student’s subject, 
billed as "memorize" and irrelevant. The teaching of history requires multiple and 
sustained effort of professionals. New possibilities become necessary, once the 
discipline has lost ground in the school. Reflect on the role of the training of history 
in the school and university becomes necessary, since these institutions are closely 
linked. Let’s join this dynamic character on the same assignment: to think new 
practices in favor of the responsibility social that perform an activity. 
 
Key-words: Teaching of History. University. Traineeship Supervised. 
 
 
O debate sobre o ensino de História requer uma análise reflexiva sobre o 
que ocorre nas salas de aula. Nesse contexto, faz-se necessário refletir sobre o 
 
1
 Recebido em 10/10/2013. Aprovado em 18/11/2013. 
2 Graduando em História pela Universidade de Pernambuco – Campus Petrolina. E-mail: 
joedsonandrade@hotmail.com. Trabalho orientado pela Profª. Esp. Zélia Almeida. 
3 Graduanda em História pela Universidade de Pernambuco – Campus Petrolina. E-mail: 
regirock2007@hotmail.com. 
Joedson Andrade/Regina Souza 
 
Historien (Petrolina). ano 4, n. 9. Jul/Dez 2013: 86-97 
papel do professor, sobre como tem se posicionado frente às dificuldades do 
ensino. Ser professor exige: dedicação, empenho, formação continuada e amor à 
profissão. “Um professor mal preparado e desmotivado não consegue dar boas 
aulas nem com o melhor dos livros.”. (KARNAL, 2010, p. 131). Também, “é preciso, 
neste momento, mostrar que é possível desenvolver uma prática de ensino 
adequada aos nossos tempos (e alunos): rica de conteúdo, socialmente responsável 
e sem ingenuidade ou nostalgia”. (PINSKY e PINSKY, 2007, p. 19). 
O debate sobre novas práticas de ensino de História é frequente, dentro da 
universidade. O professor de História tem à sua disposição múltiplas formas de 
abordar o conhecimento histórico. Porém, é preciso que tenha claro o quê e como 
ensinar. O professor precisa ter uma meta, pois é comum vermos os discentes 
reclamarem que a história, para eles não tem “sentido”. O campo da História é 
muito subjetivo, no entanto, tornar a compreensão possível, (com inúmeras 
interpretações) é tarefa de um professor preparado para o exercício da função. 
Quando o profissional não transforma o conhecimento, não rompe as dificuldades 
do ensino, este não exerce seu papel. Um bom mestre, precisa “saber fazer bem”. 
(RIOS, 2001, p. 62). 
O debate sobre novas abordagens é sugerido de vastas opções. Ensino de 
História por conceito, quebra de paradigmas e desconstrutivismo. Pensar História 
e desenvolvê-la exige muito mais que teorias. Têm de haver uma inter-relação das 
instituições de ensino, assim as possibilidades da doutrina se tornar realidade 
serão aumentadas. 
 
A pesquisa torna o ensino vivificado, atuante, num contínuo 
processo de construção – desconstrução – reconstrução e a 
extensão é a aplicabilidade do conhecimento, que é fruto desse 
processo, numa realidade concreta que, ao mesmo tempo, 
motivou-o e o torna relevante. Em síntese, mesmo 
compreendendo seu caráter mais teórico-prático, a pesquisa 
consegue vincular, dialeticamente, pensamento e ação, mantendo 
um diálogo ativo entre os três pilares acadêmicos: pesquisa – 
ensino – extensão. (CASTELO BRANCO, 2004, p. 31). 
 
As discussões no meio acadêmico, a cerca da vivência e experiências 
adquiridas na sala de aula, no decorrer dos estágios supervisionados, faz menção 
as principais dificuldades do ensino, que conflitam com os saberes e práticas 
Ensino de história 
88 
Historien (Petrolina). ano 4, n. 9. Jul/Dez 2013: 86-97 
adquiridas na academia. Mais que uma inovação do ensino, é preciso uma escola 
apta a receber estas propostas, daí a necessidade das teorias acadêmicas 
interagirem nos espaços escolares da educação básica. “O estágio já se encontra 
presente em práticas de grupos isolados. No entanto entendemos que precisa ser 
assumido como horizonte ou utopia a ser conquistada no projeto dos cursos de 
formação” (PIMENTA, 2011, p. 34). 
É necessário ter em mente, que não se trata de romper com o modelo 
tradicional, ou quebrar paradigmas. A prática do ensino de História perpassa por 
muitas reflexões. Não existe um modelo a seguir, é possível transformar a História 
Antiga em uma abordagem prazerosa e crítica, porém o professor é um elemento 
chave, que deve agir como pesquisador e observador refletindo sobre suas ações 
dentro da sala de aula. 
Logo, “os professores constroem os seus conhecimentos profissionais, 
conhecimentos de ordem prática, quando buscam conexões entre o pensamento e 
a ação”. (SILVA, 2009, p. 102). Dessa forma a prática é relevante e estar 
condicionada a forma como o conhecimento será passado, tanto ao discente na 
academia, quanto ao aluno. O sistema de ensino superior nas licenciaturas no 
Brasil, dentro do segmento de estágios supervisionados conta com inúmeras 
deficiências, que acabam refletindo no despreparo dos docentes. A falta de 
acompanhamento ao estagiário no âmbito de iniciação de sua experiência, na 
docência juntamente com a desvalorização da profissão, acaba acarretando ao 
futuro professor de história sequelas. 
Ação será à prática, quer e flexionada no conhecimento adquirido, lançará 
mãos ao fruto do ensino de qualidade a ser transpassado. “Entretanto, a 
compreensão desse conhecimento prático vai depender também da maneira como 
o professor compreender seu lugar no contexto de trabalho”. (SILVA, 2009, p. 102). 
A essência da docência resume num conjunto de atribuições, que em primeiro 
lugar é necessário reconhecer a função e o ambiente a qual será semeado o 
conhecimento. Se o professor de historia se reconhece na profissão ou no oficio 
certamente terá ferramentas a operar os saberes teóricos e práticos. 
Infelizmente a realidade do ensino de história tem sido posto no rol de 
diversas problemáticas, que circunda, tanto teoria, quanto prática, sendo o 
Joedson Andrade/Regina Souza 
 
Historien (Petrolina). ano 4, n. 9. Jul/Dez 2013: 86-97 
tradicionalismo e apego ao livro didático agentes que em partes impossibilita a 
implementação de novas ferramentas no ambiente de ensino. Os estagiários como 
perceptores de tais problemas, devem munir-se de novas técnicas e metodologiasque visem à mudança dentro das temáticas a serem trabalhadas. 
Segundo Marilda da Silva, “Nesses ambientes, os futuros professores têm a 
oportunidade, e o dever, de angariar instrumentos teóricos imprescindíveis ao 
aprendizado da prática docente. Contudo, não aprendem a praticar o ofício”. 
(SILVA, 2009, p. 105). Na realidade é vasto o percentual de docentes e futuros 
docentes que saem da universidade e não se reconhece no oficio, e assim sendo 
apenas mais um no sistema problemático do ensino da disciplina de história. 
Ora, se fazer história é utilizar-se de acontecimentos passados, que 
trazidos para o presente através da historiografia com as diversas interpretações 
de um fato, nos caracteriza ao oficio de historiador, então devemos ser não 
somente agentes reprodutores e sim construtores do conhecimento. Segundo 
Gilberto Freyre, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as 
possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”. (FREYRE, 2009, 
p. 27). O futuro professor deve incentivar as discussões de como foram construídos 
os diversos pontos de vista a cerca de acontecimentos históricos, e assim levantar 
questões a serem pesquisadas. 
Existe uma série de possibilidades de se trabalhar os conteúdos da 
disciplina: jornais, revistas, cordel, documentários, fotografias, documentos 
antigos. Boa parte deste material pode ser levado a sala de aula, quando não 
houver possibilidades, existe museus, dioceses que guardam documentos antigos. 
São poucos os professores que utilizam de metodologias que visam enriquecer o 
ensino de história. Documentários, filmes, debates e pesquisas de campo, são 
ferramentas importantíssimas para difusão do conhecimento, levantamento de 
hipóteses e formação de novos pontos de vista, a cerca dos acontecimentos 
historiografados. A pesquisa de campo, além de estimular o aluno provoca nele o 
instinto investigativo. 
Nesse aspecto, o estágio deveria oferecer além da prática a pesquisa. O 
futuro profissional desenvolveria atitude investigativa, envolvendo reflexão que é 
fundamental para o desenvolvimento da práxis. Percebemos a importância da 
Ensino de história 
90 
Historien (Petrolina). ano 4, n. 9. Jul/Dez 2013: 86-97 
pesquisa, pois “não há prática sem pesquisa”. (FREYRE, 2009, p. 13). Ensinar 
requer o precedente da pesquisa, a universidade deve possibilitar a pesquisa para 
o desenvolvimento das teorias. O autor transparece o quanto é fundamental 
pesquisar, a pesquisa possibilita o educar, como também a educação de si, ou seja, 
um enriquecimento teórico, se não, “o profissional fica reduzido ao “prático”: não 
necessita dominar os conhecimentos científicos, mas tão somente as rotinas de 
intervenção técnica deles derivadas.” (PIMENTA, 2011, p. 34). 
A pesquisa é fundamental, porém o estágio precisa condizer com a 
realidade das escolas. Aprender a ensinar requer prática, pesquisa e uma análise 
da realidade vivenciada, teorias e mais teorias de nada servem se não condizem 
com a realidade concreta. Como mudar o quadro atual do ensino, se as unidades de 
produção do conhecimento estão condicionadas a soltar profissionais no mercado, 
não se preocupando com a sua função social. 
 
Assim, os estágios de maneira geral, acabam por se configurar em 
atividades distantes da realidade concreta das escolas, resumindo-
se muitas vezes, a mini-aulas na própria universidade. O projeto 
de estágio, por sua vez, fica abreviado a um agregado de 
atividades técnicas e burocráticas, viagens, visitas etc. sem 
fundamentação e sem nexos com as atividades e as finalidades do 
ato de ensinar. (PIMENTA, 2011, p. 101). 
 
O professor de História tem a sua mão muitas possibilidades de abordar o 
conhecimento. Porém, o comodismo, desânimo e a forma de passar a disciplina 
têm sido muito parecidos nas escolas: questionários imensos e respostas 
saturadas. “Um professor de História deve tentar, na medida do possível, estar 
atento aos lançamentos da sua área”. (KARNAL, 2010, p. 131). 
Apesar de novas perspectivas e metodologias o ensino de História nas 
salas de aula ainda não se adequou as expectativas do alunado de hoje. É preciso 
repensar o ensino de história e refletir sobre a relação entre quem ensina e quem 
aprende, a prática educativa tem de ser constantemente refletida. Ensinar História 
não é tarefa fácil, requer esforço múltiplo dos vários profissionais da educação, 
razão da necessidade urgente da interação das instituições responsáveis pela 
produção do conhecimento histórico. 
Joedson Andrade/Regina Souza 
 
Historien (Petrolina). ano 4, n. 9. Jul/Dez 2013: 86-97 
É inegável o papel transformador que a disciplina de História exerce, no 
entanto torna-se necessário saber, se esse conhecimento está atingindo de fato o 
alunado, se a disciplina tem sido renovada, com novas propostas para as salas de 
aula. O acompanhamento por parte da universidade permite uma melhoria na 
prática educativa, além de tirar as teorias do papel para realmente modificar a 
realidade da educação básica. Experimentar, trazer as teorias para os espaços 
escolares é de fato trabalhar com novas possibilidades buscando alcançar os 
sujeitos para transformar a realidade da educação e do ensino de História. 
 
A história é também uma construção dinâmica, isto quando se tem um 
profissional realmente preparado para o exercício da função. Nesse contexto é 
possível ajustar-se as necessidades que surgem buscando transformar com 
dedicação e empenho os espaços escolares. 
 
A realização na sala de aula da própria atividade do historiador, a 
articulação entre elementos constitutivos do fazer histórico e do 
fazer pedagógico. (...) Fazer com que o conhecimento histórico 
seja ensinado de tal forma que dê ao aluno condições de participar 
do processo do fazer, do construir a História. Que o aluno possa 
entender que a apropriação do conhecimento é uma atividade em 
que se retorna ao próprio processo de elaboração do 
conhecimento. (SCHMIDT In BITTENCOURT, 1998, p. 54-66). 
 
O aluno vê a disciplina de História como dada e acabada, muitas vezes não 
consegue interpretá-la como instrumento capaz de revolucionar e trazer novas 
perspectivas, essa é mais uma razão de intervir e modificar a disciplina (dentro e 
fora da universidade), para que a mesma tenha o valor que merece. A História 
muito mais que uma ciência é dotada de várias significações e merece ser 
compreendida, para que assim possa ganhar as mentes e trazer a revolução para as 
escolas. 
 Se não pensarmos na importância e ressignificação da disciplina dentro 
do âmbito escolar, daqui a algum tempo poderá a mesma perder o espaço que lhe é 
dado, poderá esta “ciência”, tão magnífica, não ocupar um lugar nas mentes dos 
alunos. A História vem mudando constantemente, mas não tem sido compreendida 
Ensino de história 
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Historien (Petrolina). ano 4, n. 9. Jul/Dez 2013: 86-97 
como deveria, pelo menos é o que tem mostrado a realidade vivenciada nas 
escolas. 
 
Mesmo permanecendo pacificamente fiel a seu glorioso nome 
helênico, nossa história não será absolutamente, por isso, aquela 
que escrevia Hecateu de Mileto; assim como a Física de lord Kelvin 
ou de Langevin não é a de Aristoteles. Seguramente, desde que 
surgiu, já há mais de dois milênios, nos lábios dos homens, ela 
mudou muito de conteúdo. (BLOCH, 2001, p. 51). 
 
 A História mudou de fato, se reconfigurou e hoje possui um vasto 
campo de possibilidades. Questiona-se, se este conhecimento humano, 
amplamente importante, está reduzido à academia, ou se de fato tem ocupado as 
salas de aula. A História é uma disciplina referencial, mas precisa de novos 
horizontes e de ser abordada com qualidade por quem exerce o papel de educador,para tanto, uma nova proposta nos espaços que produzem e que difundem o 
conhecimento faz-se necessário. 
Outro quesito importante é a formação continuada, esta oferece novas 
possibilidades, um revigoramento e até mesmo uma renovação do profissional. O 
incentivo para os educadores da educação básica é pouco ou inexistente, no 
entanto o profissional nunca deve “morrer profissionalmente”, utilizar-se de novas 
leituras é indispensável, uma vez que hoje temos uma gama de novos conteúdos e 
métodos à disposição. 
A teoria, ou mesmo as instituições de ensino superior deveriam está mais 
próximas do local onde os seus profissionais atuam, incentivando a pesquisa e o 
desenvolvimento das teorias para um ensino melhor. Pensando assim, esses 
espaços agiriam juntos em solucionar os problemas da educação básica, pois não 
se pode ensinar bem, se os espaços do conhecimento não se relacionam. “De pouco 
ou nada adiantará defendermos a necessidade de os formadores de professores 
serem pesquisadores em educação, se as pesquisas em educação se renderem, ao 
“recuo da teoria”. (DUARTE, 2003. p. 620). 
Os espaços acadêmicos de formação de professores devem ter como 
objetivo a implantação de metodologias especificas para o ensino de história, 
melhorando assim o conhecimento e a prática educativa. Este processo permite 
Joedson Andrade/Regina Souza 
 
Historien (Petrolina). ano 4, n. 9. Jul/Dez 2013: 86-97 
uma forma de interação do futuro docente com a realidade escolar, permitindo ao 
mesmo interagir e melhorar esses espaços o que trará benefício para as 
instituições de ensino e para a sociedade. 
O estágio supervisionado implantado de maneira adequada permite 
inculcar valores e transformar os professores em investigadores, essa prática 
contribui também para à construção da identidade profissional. A legislação sobre 
o estágio no Brasil também carece de ser revista, uma vez que a pesquisa (tão 
importante para a prática docente) comparece apenas na atividade docente, como 
foco no processo de ensino e de aprendizagem, e não no processo de formação dos 
professores. 
Um revigoramento da disciplina de História depende de um esforço 
múltiplo de professores e difusores de novas teorias. É necessário também 
reflexões sobre o livro didático, este ás vezes, é duramente criticado, porém 
indispensável para os docentes, é o norte das suas abordagens. Os livros didáticos 
precisam ser utilizados de forma correta, permitindo ao professor uma orientação 
do quê ensinar e para quê. “Os livros didáticos são “os mais usados instrumentos 
de trabalho integrantes da “tradição escolar” de professores e alunos, faz parte do 
cotidiano escolar há pelo menos dois séculos” (BITTENCOURT, 2011, p.299). 
O livro é parte da cultua e da educação, logo seria estranho, se não 
houvesse livro didático, pois, os recursos tecnológicos oferecidos nas escolas ainda 
são insuficientes. Além disso, a série de mídias disponíveis para o alunado, sem a 
devida percepção ou utilidade, não trazem para o ensino novas concepções para o 
saber. 
 
Sem dúvida que a informação chega pela mídia, mas só se 
transforma em conhecimento quando devidamente organizada. E 
confundir informação com conhecimento tem sido um dos 
grandes problemas de nossa educação...Exatamente porque a 
informação chega aos borbotões, por todos os sentidos, é que se 
torna mais importante o papel do bom professor. (KARNAL, 2010, 
p. 22). 
 
Assim, o livro é necessário, porém o professor deve se apegar a outros 
meios, de forma a tornar o ensino de História mais prazeroso. Nesse contexto, a 
disciplina oferece muitas possibilidades, mais exige um pouco mais de inquietude 
Ensino de história 
94 
Historien (Petrolina). ano 4, n. 9. Jul/Dez 2013: 86-97 
dos seus propagadores. A história na sala de aula deve ser encarada como um 
desafio constante, a disciplina assim exige. O professor de história deve ser dotado 
de conteúdos, mais saber ensinar é fundamental, está apito a novas propostas é dar 
um passo em favor de uma história mais prazerosa, que atenda aos anseios da 
sociedade do seu tempo, é o que se espera de um bom profissional da área. 
O ensino de história deve ser pensado de forma a atingir um mundo em 
transformação. Essa busca deve ser constante e influenciar os vários espaços do 
saber. Pensar na formação docente, na escola, na universidade como espaços 
interligados é buscar uma ampliação e melhoria do ensino, tanto de Historia, como 
de outras disciplinas. A melhoria só virá com novas propostas, com quebra de 
paradigmas, com união entre as instituições de ensino. No Brasil é fácil perceber o 
abismo entre Universidade e escola, uma parte da população sequer tem referência 
sobre o papel da universidade na transformação da sociedade, fica evidente a 
necessidade de desburocratizar esse espaço, aproximá-lo tanto dos cidadãos como 
das unidades de ensino básico. 
 
O livro didático não é visto como referência para o ensino apenas 
pelos professores, mas também pela sociedade, ou seja, pelos pais 
e pelos próprios estudantes. Dessa forma, o livro adquiriu com o 
passar dos tempos um status dentro da escola e do sistema 
educacional, que o coloca em destaque na prática dos professores. 
(SCHMIDT In BITTENCOURT, 2004, p. 170). 
 
O ensino sem o livro didático ficaria fragmentado, pois assim como o 
professor, o livro auxilia na produção do conhecimento. O livro serve para 
acompanhamento de conteúdos ministrados. Com o descaso do governo para o 
sistema educacional, muitas instituições estaduais ou municipais acabam ficando 
sem acesso ao livro didático. A falta dos livros gera logo inquietações, pois a 
comunidade escolar em geral sente a falta que o livro faz. “o livro didático de 
História exerceu e, ainda na medida do possível, exerce um papel fundamental no 
ensino de História, pois é subsídio teórico para a construção dos saberes históricos 
na sala de aula”. (SCHMIDT In BITTENCOURT, 2004, p. 170). É importante 
ressaltar, que o livro está condicionado ao modo como o professor utilizará junto a 
outras ferramentas no processo de ensino. 
Joedson Andrade/Regina Souza 
 
Historien (Petrolina). ano 4, n. 9. Jul/Dez 2013: 86-97 
Apesar das dificuldades encontradas no âmbito das experiências, o futuro 
docente se encontra dentro de um triangulo (universidade, escola e estágio). Este 
constitui a base para a boa formação, quando se tem a visão da realidade e o 
reconhecimento da diferença, que enquanto agente produtor do saber pode 
contribuir de forma significativa para melhoria do ensino de história. 
Nesse embate entre universidade, escola e estágio, a experiência mostra 
uma realidade muito diferente da teoria. Como futuros docentes, percebemos que 
a sala de aula é um espaço que precisa ser repensado e aproximado da 
universidade. Muitas vezes a teoria não alcança os sujeitos, está restrita a 
academia. Trazer novas estratégias para melhorar o ensino, requer uma 
reconfiguração das estruturas de ensino como todo. Melhorar o ensino de História, 
não depende somente de novas abordagens e da utilização de novas mídias, ou do 
professor, depende sim, de romper com muitos padrões pré-concebidos que 
dificultam a difusão do conhecimento. 
O professor exerce o papel central na transmissão do saber histórico, 
portanto ter uma boa formação, baseada na pesquisa, consiste em preparar um 
profissional para os desafios que vem surgindo, é latente a necessidade de mudar a 
realidade na formação dos profissionais de educação. A reorganização das práticas 
de formação deve ser constantemente repensada pela universidade e pelos que 
produzem as legislações que regem a formação de professores. A construção da 
identidade profissional está diretamenteligada entre teoria e prática, o estágio 
supervisionado é um espaço de mediação reflexiva entre universidade, escola e 
sociedade. O estágio tem de ser reflexivo e não reduzido a uma orientação, só 
assim irá levar em conta a prática como ponto de partida e de chegada, 
possibilitando a construção do saber histórico em suas dimensões, contemplando 
sujeitos engajados na mesma tarefa: transformar o ensino de história numa 
abordagem prazerosa e consequente, modificando a visão do alunado em relação à 
disciplina. 
Assim, o ensino de história perpassa por várias questões, é importante 
refletir sobre as práticas e o ponto de partida para uma análise construtiva do 
saber histórico. Gestões, Professores, escolas e universidades são propagadores do 
conhecimento, estes devem firmar um compromisso com o educar e ensinar de 
Ensino de história 
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Historien (Petrolina). ano 4, n. 9. Jul/Dez 2013: 86-97 
forma a transformar a realidade. O ensino de história possibilita uma revolução, 
porém as dificuldades encontradas nas salas de aula ainda dificultam a 
compreensão da disciplina, seguramente mal interpretada. Transformar o ensino 
de história depende também de uma mudança radical na estrutura educacional 
brasileira. 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
BITTENCOURT, Circe. Ensino de História: fundamentos e métodos. 4 ed. São 
Paulo: Cortez, 2011. 
 
CASTELO BRANCO, Uyguacira Velôso. A difícil arte de ensinar História. In: FLORES, 
E. C.; BEHAR, Regina (Org.) A formação do Historiador: tradição e descobertas. 
João Pessoa: Universitária, 2004. 
 
CONTRERAS, José. A autonomia de professores. São Paulo: Cortez, 2002. 
 
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários a pratica 
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2009. 
 
FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de História. 11 ed. 
Campinas/SP: Papirus editora, 2003. 
 
PIMENTA, Selma Garrido. Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2011. 
 
KARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2007. 
 
RIOS, Terezinha Azeredo. Ética e competência. 11. Ed. São Paulo: Cortez, 2001. 
 
SCHMIDT, M. A. A formação do professor de história e o cotidiano da sala de aula. 
In: BITTENCOURT, Circe. O saber histórico na sala de aula. 9. ed. São Paulo: 
Contexto, 2004. 
 
SILVA, M. Complexidade da formação de professores: saberes teóricos e 
saberes práticos. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 
 
 
 
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Joedson Andrade/Regina Souza 
 
Historien (Petrolina). ano 4, n. 9. Jul/Dez 2013: 86-97

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