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DISCIPLINA: MÁQUINAS ELÉTRICAS II 1º semestre de 2018 Motor CC Sem Escova (Brushless) GRUPO: Jonas Girão Carvalho - 130950026 Professor(a): Isabela Oliveira São João del-Rei Junho de 2018 Máquinas Elétricas II Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) Curso de Engenharia Elétrica (CEE) 1. INTRODUÇÃO Tradicionalmente, em aplicações nas quais as fontes de tensão CC estão disponíveis, são utilizados motores CC convencionais. No entanto, pequenos motores CC desses tipos apresentam muitas desvantagens. Podemos citar a principal delas como sendo o faíscamente e o desgaste excessivo das escovas. Em ambientes com atmosfera explosiva ou em que o acesso para a manutenção regular não é razoável, o uso dos motores CC convencionais se tornam inaceitável. Nos últimos anos se deu o desenvolvimento, muito em razão do avanço na área da eletrônica, de motores que fazem uma combinação de um circuito eletrônico de chaveamento de estado sólido e de um pequeno motor, similar a um motor de passo de imã permanente e um um sensor para determinar a posição do rotor. Esses motores são conhecidos como motores CC sem escovas. 2. OBJETIVOS GERAL E ESPECÍFICOS Apresentar os aspectos construtivos, funcionamento, vantagens e desvantagens e as aplicações de um motor CC sem escovas. . 3. DESENVOLVIMENTO Os componentes básicos de um motor CC sem escovas são: 1) Um rotor de imã permanente 2) Um estator com enrolamento de três,quatro ou mais fases 3) Um sensor de posição do rotor 4) Um circuito eletrônico para controlar as fases do enrolamento do estator Figura 1 – Motor CC sem escovas e com escovas A operação desse motor é dada pela ativação de uma bobina de estator por vez, com uma tensão CC constante. Ao se energizar uma bobina, é produzido um campo magnético de estator Bs, o que faz com que seja induzido um conjugado no rotor que é dado por: Máquinas Elétricas II Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) Curso de Engenharia Elétrica (CEE) 𝜏𝑖𝑛𝑑 = 𝑘𝑩𝑅 × 𝑩𝑆 Como resposta a esse efeito o rotor tende a se alinhar com o campo magnético do estator. No instante mostrado na Figura 2, o campo magnético Bs do estator aponta para a esquerda, enquanto que o campo magnético Br do estator aponta para cima, resultando em um conjugado anti-horário no rotor. Sendo assim, o rotor irá girar para a esquerda. Figura 2 – Motor CC sem escovas com sua unidade de controle A principal característica de um motor CC sem escovas e a chave de seu funcionamento reside no fato de possuir um sensor de posição, de modo que quando o rotor estiver na iminência de se alinhar com o campo magnético do estator, o circuito de controle saberá e atuará de forma a impedir esse alinhamento. Nesse instante, para que continue existindo conjugado anti-horário e que o motor continue a girar, a bobina a é desligada e a bobina b é ligada. O modelo do motor CC sem escovas é mostrado na figura 3, à direita se encontra o desenho em corte transversal do motor CC sem escovas, e à esquerda o modelo do motor CC semescovas, sendo R a resistência de uma fase, L é a indutância de uma fase, Ea, Eb e Ec são as forças contraeletromotrizes induzidas nas fases A, B, C. Figura 3 – Desenho em corte transversal e modelo do motor CC sem escovas Além de realizar a comutação eletrônica também é possível, através do circuito de controle, controlar a velocidade e o sentido de rotação do motor. Máquinas Elétricas II Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) Curso de Engenharia Elétrica (CEE) Os motores CC sem escovas mais comuns e de fácil obtenção se encontram apenas em tamanhos pequenos e na faixa de até 20 W. Para exemplificar uma curva de operação de um motor CC sem escovas, consultou- se um cátalago do fabricante Maxcon Motor. O modelo escolhido foi o EC 32 com os seguintes dados nominais: Vn = 12V ; ᵑn = 13400 rpm, Tn = 44.6mNm; In = 6,51 A. Sendo a faixa em vermelho a região de operação contínua, a faixa branca a região de operação em curto perído de tempo, em que é permitido sobrecarga em um pequeno intervalo de tempo. A curva em preto diz respeito à potência nominal atribuída ao motor. MOTORES CC SEM ESCOVAS COM COMUTAÇÃO ELETRÔNICA Nesses motores há algum tipo de transdutor sensor da posição do rotor montado no eixo do rotor, que tem como função ser a entrada para o sistema de chaveamento por transistores, fazendo com que o uso de comutador e escovas seja dispensado. Na Figura 4 pode-se observar um motor comutado eletrônicamente, o qual incorpora 3 transistores em série com seus 3 enrolamentos do estator, equivalendo a um motor de escovas com 3 barras comutadoras. O motor da figura 4 faz uso de uma técnica que utiliza um sensor fotoelétrico. Porém, existem também outras técnicas amplamente utilizadas em motores comerciais, tais como transdutores magnéticos, transdutores de cristais Hall, sensores eletrostáticos, bobinas de indução eletromagnética, etc. Máquinas Elétricas II Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) Curso de Engenharia Elétrica (CEE) Figura 4 – Comutação eletrônica para um motor CC sem escovas A ação do sensor e da chave é a de energizar sequencialmente, um por vez, cada um dos enrolamentos de torque do estator para fornecer rotação contínua do eixo do rotor no mesmo sentido. MOTORES CC SEM ESCOVAS TIPO INVERSOR CC/CA Uma categoria de motores CC sem escovas utiliza um servomotor CA em associação com um inversor eletrônico para operação a partir de uma fonte CC. Essa associação pode ser separada ou incorporada dentro da carcaça do motor CA. Normalmente, o circuito do inversor inclui técnicas para a variação da frequência de saída e/ou da tensão CA, para assim fornecer uma variedade de velocidade de saída. Apesar dessas associações do tipo inversor não apresentar a mesma eficiência das associações de comutação eletrônica, eles possuem a vantagem da velocidade constante e da baixa inérica nos tamanhos menores. MOTORES CC SEM ESCOVAS DE ROTAÇÃO LIMITADA Os dois tipos anteriores de motores CC sem escovas apresentados são destinados à operação em que se deseja rotação contínua. Os motores de rotação limitada no entanto só entregam um torque de saída até no máximo de 180º, fazendo com que não seja necessária comutação uma vez que não é necessário uma corrente reversa para produzir a rotação contínua. Possuem um rotor com imã permanente e um estator boninado. Quando energizado por uma fonte CC, o rotor de imã permanente é acionado no sentido horário ou anti-horário, dependendo da polaridade da fonte que energiza o estator. VANTAGENS E DESVANTAGENS Máquinas Elétricas II Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) Curso de Engenharia Elétrica (CEE) As vantagens dos motores CC sem escovas são: 1) Requerem pouca ou nenhuma manutenção; 2) Possui vida útil muito mais longa; 3) Não há faiscamento; 4) Ruído muito baixo de radiofrequência (RF); 5) São genericamente mais eficientes que os motores CC convencionais. 6) Possuem velocidades muito elevadas podendo ser até mesmo acima de 50.000 rpm; 7) Entregam uma característica razoavelmente constante, do torque de saída versus a corrente de entrada, e uma resposta mais rápida As desvantagens dos motores CC sem escovas são: 1) Maior tamanho devido ao espaço necessário para incluir os componentes eletrônicos associados à sua operação; 2) Maior custo inicial, ou seja, mais caro que um motor CC com escovas compatível; APLICAÇÕES O motores CC sem escovas são aplicados em várias áreas, principalmente em condiçõesem que o acesso ao motor para manutenção é limitado como por exemplo em aparelhos biomédicos, muitos deles localizados no corpo humano. Por não gerar faíscamento são utilizados em ambientes ou locais submersos em fluídos, gases combustíveis e podem ser até mesmo hermeticamente fechados. Os motores CC de rotação limitada são aplicados, por exemplo, como motores de torque para articulações giroscópicas em elementos estáveis de plataformas espaciais, em motores que acionam as penas para indicadores gráficos, como fornecedores de torque para ajuste fino de posição com servomecanismos e como servomotores CC para instrumentos, tais como indicadores tacométricos CC. CONCLUSÃO Os motores CC sem escovas possuem alta similaridade com motores de passo com rotor de imã permanente, diferenciando-se pelo fato de conter um sensor de posição, que é utilizado para desligar uma bobina energizada de estator quando o rotor se encontra na iminência de se alinhar com o campo magnético do estator. Sua velocidade é controlável através do circuito eletrônico responsável também pelo sensor de posição, tornando um dispositivo bastante atrativo, principalmente em ambientes explosivos ou hostis em que os dispositivos necessitam ser lacrados ou hermeticamente fechados. Máquinas Elétricas II Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) Curso de Engenharia Elétrica (CEE) Portanto, é um motor interessante por possuir baixísimos custos de manutenção, oferecer baixos ruídos em baixa frequência, possuir confiabilidade elevada, apesar de serem comercialmente encontrados apenas em tamanhos pequenos (20W e menos) e ser inicialmente mais caro. 4. REFERÊNCIAS Kosow, Irving Lionel, 1919- Máquinas elétrica e transformadores por Irving L. Kosow: Tradução de Felipe Luis Daiaello e Percy Antônio Soares. 4. Ed. Porto Alegre, Globo, 1982 Chapman, Stephen J. Fundamentos de máquinas elétricas: Tradução de Anatólio Laschuk – 5. Ed. Porto Alegre : AMGH, 2013. Chai, H. Electromechanical motion devices. Upper Saddle River: Prentice Hall, 1998. Maxcon Motor. Catálogo de produtos. 2018. Disponível em: https://www.,maxonmotor.com/maxon/view/product/118888. Acesso em: 28 jun. 2018.
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