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1 FARMACOLOGIA Geovana Silveira MED XI Farmacologia Ilustrada – 5° edição Tratamento das doenças neurodegenerativas A neurotransmissão no SNC Envolve liberação de neurotransmissores que se difundem através do espaço sináptico e se ligam a receptores específicos nos neurônios pós-sinápticos Tem rede de neurônios inibitórios que modulam a velocidade da transmissão neuronal Potenciais sinápticos Receptores sinápticos estão acoplados a canais iônicos Alteração de potencial de ação pós-sináptico Vias excitatórias Estimulação de neurônios excitatórios causa movimento de íons, resultando em despolarização Potenciais pós-sinápticos excitatórios gerados → estimulação desse tipo de neurônios causa liberação de neurotransmissores (glutamato, acetilcolina) que se ligam aos receptores na membrana pós-sináptica, aumentando a permeabilidade do sódio, o influxo de sódio causa uma despolarização Vias inibitórias Estimulação de neurônios inibitórios movimenta os íons de forma a causar hiperpolarização Estimulação de neurônios inibitórios causa liberação de neurotransmissores (GABA e glicina) que vão se ligar a receptores na membrana pós-sináptica, aumenta a permeabilidade ao cloro ou ao potássio, o influxo desses íons causa hiperpolarização e se afasta do potencial de ação Doença de Parkinson Distúrbio neurológico progressivo do movimento muscular Tremores, rigidez muscular, bradicinesia e anormalidades posturais e da marcha Etiologia Degeneração de neurônios dopaminérgicos na substância negra com redução da ação da dopamina no corpo estriado Substância negra → origem dos neurônios dopaminérgicos que terminam no neoestriado, esses neurônios tem participação na tonicidade e não em movimentos específicos 2 FARMACOLOGIA Geovana Silveira MED XI Farmacologia Ilustrada – 5° edição Neoestriado → secreta GABA (mas lembrar que também secreta acetilcolina) na substância negra e recebe dopamina da mesma, é também uma via inibitória e mantem um grau de inibição uma via sobre a outra No Parkinson não vai ter secreção de dopamina no neoestriado, diminuindo a inibição sobre os neurônios colinérgicos do neoestriado, ficando este superexcitado pela ação da acetilcolina sem inibição Resulta em perda do controle do movimento muscular Estratégia de tratamento Tratamento é redirecionado para reestabelecer a dopamina e antagonizar a excitação colinérgica Fármacos usados na doença de Parkinson Alívio temporário dos sintomas Não param nem regridem a degeneração Ledopa e carbidopa Levodopa é precursor metabólico da dopamina Reestabelece a neurotransmissão dopaminérgica no corpo estriado Útil no começo quando ainda tem células capazes de fazer a metabolização em dopamina Com o tempo essa capacidade diminui Começa a surgir flutuações no controle motor Pode ser potencializado pela carbidopa → inibidor da dopamina-descarboxilase que não atravessa a barreira hematoencefálica Mecanismo de ação Levodopa → dopamina não atravessa a barreira hematoencefálica, mas seu precursor sim, grande parte do fármaco é descarboxilado antes de atingir o cérebro, resultando em náuseas, êmese, arritmias cardíacas e hipotensão Carbidopa → inibidor da dopa-descarboxilase, diminui a biotransformação da levodopa, aumentando a biosdisponibilidade da mesma, diminui a dose necessária de levodopa Ações Levodopa reduz os sintomas do Parkinson Usos terapêuticos Tratamento de Parkinson Paciente reduz a resposta entre o terceiro e quinto ano de tratamento Absorção e biotransformação Absorvido no intestino delgado em jejum Meia vida de 1-2 h Flutuações por causa da meia vida curta → tremores Alimentos retardam a chegada da levodopa até o SNC 3 FARMACOLOGIA Geovana Silveira MED XI Farmacologia Ilustrada – 5° edição Efeitos adversos Efeitos periféricos → anorexia, náuseas, êmese (excitação da zona disparadora química no bulbo), taquicardia, extrassístoles ventriculares (dopamina), midríase (ação adrenérgica), urina e saliva marrom Efeitos no SNC → alucinações visuais e auditivas, discinesias, alteração do humor, depressão, psicose e ansiedade Interações de fármacos → piridoxina aumenta a hidrólise periférica da levodopa, IMAO pode levar a uma crise hipertensiva por aumento das catecolaminas, Selegilina e rasagilina Selegilina → IMAO que em dosagem baixa inibe só a MAO-B (metaboliza a dopamina), aumentando a dopamina no cérebro e a ação da levodopa Biotransformada em anfetamina que causa insônia Rasagilina → muito mais potente que selegilina e não é biotransformada em anfetamina, mesmo mecanismo de ação Inibidores da catecol-O-metiltransferase Quando a dopamina-descarboxilase é inibida pela carbidopa, a catecol-O-metiltransferase consegue agir mais, formando a 3-O-metildopa, que compete com a dopamina pelo transporte ativo para o SNC Entacapona e tolcapona → reduz a concentração da metildopa no plasma, aumenta a captação da levodopa e eleva a concentração cerebral de dopamina Inibem a COMT de modo reversível e seletivo VO Absorção não influenciada pelo alimento Ligados à albumina Tolcapona inibe a COMT no SNC e tem duração longa São metabolizados Excreção fecal e renal Efeitos adversos → diarreia, hipotensão postural, náuseas, anorexia, discinesias, alucinações, distúrbios do sono e necrose hepática fulminante (só tolcapona) 4 FARMACOLOGIA Geovana Silveira MED XI Farmacologia Ilustrada – 5° edição Agonista de receptor dopaminérgico Duração mais longa que levodopa Não apresentam as flutuações motoras Usados na doença de Parkinson avançada Não funcionam se o paciente não responder à levodopa Bromocriptina Dose aumentada gradualmente Alucinações, confusões, delírio, náuseas e hipotensão ortostática mais proeminentes que a levodopa Podem piorar problemas cardíacos Agrava vasoespasmos, piora úlceras pépticas e pode causar fibrose pulmonar e retroperineal Apomorfina, pramipexol, ropinirol e rotigotina Agonistas dopaminérgicos não ergot Apomorfina → injeção, usada no tratamento agudo do fenômeno off de hipomobilidade Rotigotina → transdérmico, dura 24h o efeito Aliviam o déficit motor em pacientes que nunca usaram levodopa e nos que já usam por muito tempo Retardam o início do uso da levodopa e sua dose Não agravam vasoespasmos periféricos, nem causam fibrose Efeitos adversos → náuseas, alucinações, insônia, tonturas, constipação e hipotensão ortostática Pramipexol depende da função renal para ser eliminado Amantadina Antivirótico Causa maior liberação de dopamina, bloqueio de receptores colinérgicos e inibição do receptor NMDA Efeitos adversos → intranquilidade, agitação, confusão, alucinações, psicose tóxica aguda (alta dose), hipotensão ortostática, retenção urinária, edema periférico e xerostomia Fácil de se desenvolver tolerância Eficaz contra rigidez e bradicinesia Fármacos antimuscarínicos Benztropina, triexifenidil, prociclidina e biperideno Efeitos adversos → alterações no comportamento, xerostomia, interferem no peristaltismo, dialtaçao pupilar, confusão, alucinações, taquicardia sinusal, retenção urinária e constipação 5 FARMACOLOGIA Geovana Silveira MED XI Farmacologia Ilustrada – 5° edição Contraindicados em pacientes com glaucoma, hiperplasia de próstata ou estenose pilórica Bloqueio da transmissão colinérgica provoca efeitos similares ao do aumento da transmissão dopaminérgica Melhora os sintomas motores Fármacos usados na doença deAlzheimer Intervenções paliativas, de benefício modesto e curta duração Alzheimer → acúmulo de placas senis, formação de emaranhados neurofibrilares e perda de neurônios colinérgicos Tratamento visa melhorar a transmissão colinérgica e diminuir a excitotoxicidade pelo glutamato Inibidores da acetilcolinesterase Inibição da acetilcolinesterase melhora a transmissão colinérgica nos neurônios colinérgicos restantes Donezepila, galantamina, rivastigmina e tacrina Inibidores não competitivos (exceto galantamina) São mais seletivos para a AChE central Galantamina → modulador alostérico nicotínico, aumentando a transmissão colinérgica por esse mecanismo também Rivastigmina → hidrolisada pela AChE e não interage com os fármacos que interferem na CYP450 Os outros fármacos interagem com a CYP450 Tacrina → hepatotoxicidade Efeitos adversos → náuseas, êmese, diarreia, anorexia, tremores, bradicardia e câimbras Antagonistas do receptor NMDA Estimulação de receptores de glutamato é necessária para a formação de memórias, porém a superestimulação causa excitotoxicidade, contribuindo para a neurodegeneração Ligação do glutamato no receptor NMDA permite a entrada de sódio e cálcio na célula O excesso de cálcio ativa mecanismos apoptóticos Antagonistas do receptor NMDA são neuroprotetores Memantina → evita muito cálcio nos neurônios, mas permite quantidade suficiente para os processos vitais Fenciclidina → bloqueia todos os canais, impedindo entrada total de cálcio nos neurônios (psicotóxico) Efeitos adversos da memantina → dose-dependente, confusão, agitação e intranquilidade Usada em associação com inibidores da AChE
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