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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA - IFSP CAMPUS AVARÉ LICENCIATURA EM LETRAS – PORTUGUÊS E ESPANHOL POLIANA SILVA RESENHA CRÍTICA – NA SALA DE AULA. AVARÉ – SP 2018 POLIANA SILVA RESENHA CRÍTICA – NA SALA DE AULA. Trabalho realizado para a disciplina de Teoria Literária, no Instituto Federal de São Paulo, como requisito parcial para a obtenção da nota do primeiro semestre. Profª Élida Cristina de Carvalho Castilho AVARÉ – SP 2018 RESENHA CRÍTICA DO LIVRO “NA SALA DE AULA” DO CRÍTICO LITERÁRIO ANTÔNIO CANDIDO. Por Poliana Silva Antônio Candido foi um crítico que detalhou obras de terceiros, deixando que sua marca se destacasse a partir de suas análises. Ele que “abriu” os olhos de muitas pessoas com suas apreciações magníficas, mostrando ao mundo a diversidade de cada autor. Partindo da originalidade fixada na escrita alheia, nos aspectos analisados sendo plausíveis e sólidos os argumentos que traz às suas teses. Um de seus grandes frutos foi a obra “Na sala de aula” que tem como subtítulo: “Caderno de analise literária”, publicado pela editora Ática, no ano de 1994. No caderno de análise literária, como Antônio Candido nomeia sua obra, contém seis análises de poemas que são estudados de forma minuciosa mediante seus contextos. A obra é indicada para professores e alunos que cursam letras para ampliarem suas visões ao se depararem com um poema e, a primeiro momento, já identificarem a leitura profunda do mesmo. Propõe novas ideias aos poemas enfatizando que dentro de um texto pode haver muitos contratempos dependendo de como este foi escrito. Enfoca que o autor mistura objetividade e subjetividade dentro de uma obra, também podendo fazer combinações em suas particularidades culturais, sociais e históricas nos poemas analisados. A estrutura do caderno inicia-se com o prefácio – a introdução para a ideia do livro. Seguindo para seis capítulos: Movimento e parada, Uma aldeia falsa, Cavalgada ambígua, No coração do silêncio, Carrossel e Pastor pianista/pianista pastor, são esses destinados para as análises dos poemas e, por último, as edições usadas pelo autor para a concretização do livro. Contendo 96 páginas ao total, mas apenas 75 para as análises, o caderno estende-se as grandes peculiaridades da estrutura da obra partindo da apresentação do poema, depois prosseguindo para as pequenas objeções que, na primeira leitura, passam despercebidas pelo leitor que não possui tantas artimanhas no momento para uma leitura crítica em poemas – como os sons que predominam na composição do poema, a metrificação, esquema rítmico, as ambiguidades dos versos, a separação das fases descritas no próprio texto etc. O caderno traz todos esses tópicos nas análises sendo apontado especificamente em cada uma delas o seu contexto histórico a partir da escola literária do autor. As composições das análises são bem objetivas para o leitor, partindo depois para uma subjetividade baseada na literatura comparada, que é o estudo das particularidades culturais. Na obra é destacado pelo crítico que o “conhecimento da estrutura não basta” – durante o estudo de uma de suas análises, que se expandido às outras, podemos ter em mente que é necessário a desmembração das partes de um poema para serem estudadas separadamente, facilitando à conclusão da ideia central estabelecida pelo autor do mesmo. Os poemas estudados no livro são: Caramuru, de Santa Rita Durão. A “Lira 77” da segunda parte de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga. A terceira parte da Lira dos vinte anos, de Álvares de Azevedo. Fantástica, de Alberto de Oliveira. O rondó dos cavalinhos, de Manoel Bandeira e por fim, o poema livre de Murilo Mendes, O pastor pianista/pianista pastor. Todos sendo criticamente analisados conforme suas ideologias, partindo do pressuposto que o enredo, o contexto, são de extrema importância para todos os estudos. A primeira análise é sobre o poema “Caramuru”. Antônio Candido parte da origem de Durão, de suas raízes, seu sistema de ideias; seguindo para o contexto do poema. Focando em seus princípios como na contextualização da época, do enfoque à natureza e das simbologias. Depois, discorre os trechos do poema, explicando um a um, permitindo, mais uma vez, que a situação da época seja abordada para que fique explicito tais escritas no poema. Sempre ponderando, nas estrofes apresentadas, o modo como o autor se situa perante suas análises. Em alguns momentos, o crítico traz a leitura profunda, mostrando como as atitudes dos personagens fazem menção as ideias que estão inseridas na situação em que Durão se baseou para escrever o poema. Se formos procurar outras críticas sobre Caramuru, podemos encontrar o mesmo engajamento dos conceitos: a comparação ao poema Os Lusíadas, o tradicionalismo do épico, a presença do ufanismo, entre outros destaques. Enquanto que na segunda análise temos a presença de termos como: magia poética, prosaísmo em meio ao poema possibilitando a abertura da mente para compreensão do texto poético de Marília de Dirceu. Mais adiante, Candido encaixa as ideias aos verbos utilizados pelo autor para facilitar a captação do raciocínio apresentado por ele, destacando as estrofes e as separando através dos versos, fazendo com que as ideias fiquem claras ao leitor. O mesmo acontece na terceira análise, que é de Álvares de Azevedo e na quinta, de Manoel Bandeira. Candido sintetiza a repetição das palavras em ambos os poemas, a presença das perguntas, a representação das ações em meio as expressões escolhidas pelo autor, as oposições, as metrificações, as rimas. De modo minucioso sua crítica se faz exclusiva permitindo que as analogias dos versos sejam visíveis ao final das análises para que o leitor se localize mediante as informações dadas depois da leitura da introdução. No capítulo cinco temos Alberto de Oliveira trazendo seu vocabulário robusto requerendo explicações para a captação do significado do poema. A presença das semelhanças, das apocopes, constituem o fundamento de morte, mistério e magia. No entanto, a análise se estende a acréscimos dos versos do autor para a busca da resposta que é apresentada nos primeiros subtítulos do capítulo para a hipótese do significado final baseado nas comparações de textos. Para terminar as análises, temos a última no capítulo 7, que nos é apresentado um poema livre. Sem metrificação, sem rima, ou quaisquer outras “regras” conforme os poemas clássicos. É discorrido apenas a caracterização da linguagem, nas ambiguidades; permitindo ao leitor outra visão de um poema diferenciado dos demais até o momento na obra de Antônio Candido. A obra é de imensa riqueza nas escolhas das palavras, assim como em suas especificidades. Possui muita clareza e é muito dinâmica. Para àqueles que querem obter conhecimentos estratégicos em leituras profundas, podemos usar dos métodos de Antônio Candido em fazer da literatura comparada nossa eterna “força” sequenciando a ideia de que as palavras têm poder para mudar concepções e trazer ambiguidades quando ligadas ao contexto. Indicada principalmente para professores trabalharem em sala de aula, a obra pode dar um “norte” para os principiantes no ramo de poesias e gerar grandes críticos depois de uma leitura breve do caderno. Suas análises contêm além da estrutura externa de um poema: versos, estrofes, escansão, sílaba métrica, rima e esquema rimático; a denotaçãoe conotação para a simplificação dos trechos. Algo que se destaca em sua obra é em como os títulos possuem conexão com suas análises. Podemos esperar muito de suas ideias só de lermos o cabeçalho que já nos posiciona para uma viagem de subjetividade do autor do poema sendo analisada por Candido através do contexto, enredo, discurso, ideologias, forma, conteúdo, e também pela importância sociocultural, histórica, a interpretação de metáforas entre outras ferramentas utilizadas pelo crítico literário e ex-professor de Teoria Literária e Literatura Comparada Antônio Candido de Mello e Souza para esclarecer os aspectos fundamentais de um poema. REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS CANDIDO, Antônio. Na sala de aula. São Paulo: ática, 2010. CANDIDO, Antônio. Infoescola>Biografias>Escritores Disponível em: https://www.infoescola.com/escritores/antonio-candido/ Acesso em 01/07/2018.
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