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RBNF Ed 72 Parcial 1 NUTRIÇÃO FUNCIONAL JORNAL 2017

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Revista Brasileira de
Brazilian Journal of Functional Nutrition
NUTRIÇÃO
FUNCIONAL
ano 17. edição 72
www.vponline.com.br
ISSN 2176-4522
Microbiota intestinal
e doença gordurosa hepática
Reflexão sobre a interação Energia-Vida 
e sua influência na saúde do solo e do ser humano
Série Agroecologia: Parte III 
Sementes Crioulas - O DNA da Agricultura Sustentável
RECEITA
Drink refrescante com toque
de erva-doce e hortelã-pimenta
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Editorial
Para encerrar mais um ano de publicações científicas para a prática do 
nutricionista, trazemos artigos para iniciar 2018 com importantes atualizações. 
Na área de nutrição clínica, duas revisões esclarecedoras acerca do papel 
antioxidante do tucum-do-cerrado, um alimento da biodiversidade de nosso 
Centro-oeste, e sobre a importância da promoção e modulação de uma microbiota 
intestinal saudável para reduzir os riscos e complicações da doença gordurosa 
hepática, uma das doenças crônicas não transmissíveis que têm sua incidência 
aumentada nos últimos anos. 
Na área esportiva, um importante artigo sobre o papel do exercício e da alimentação 
nos centros motivacionais da sensação de prazer no sistema nervoso central, e como a sua influência 
no comportamento compulsivo pode implicar no tratamento da obesidade. 
Em fitoterapia, trazemos um estudo de caso sobre o tratamento com Rhodiola 
rosea em associação a outros fitoterápicos sobre agentes estressores.
Para dar continuidade à série de Agroecologia, sua terceira parte tratará 
das Sementes Crioulas, que caracterizam o DNA da Agricultura Sustentável. 
Uma deliciosa receita de drink de abacaxi com ervas deixará o seu verão 
repleto de nutrientes para proteção antioxidante e contra os raios UV com um 
toque de refrescância e muito sabor!
Ótima leitura e um 2018 com muita vitalidade positiva! 
Dra. Valéria Paschoal
Diretora da VP Centro de Nutrição Funcional
Dra. Paula Gandin
Presidente do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional
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Expediente
Conselho Editorial
Ana Cláudia Poletto 
Nutricionista pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (2002) e mestre em Ciências, com ênfase em 
Fisiologia Humana pela Universidade de São Paulo (2006). Pesquisadora (doutoranda, desde 2007) do 
programa de Fisiologia Humana da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Fisiologia 
Endócrina, atuando nos temas: mecanismos transcricionais envolvidos na regulação da expressão do gene 
SLC2A4, sensibilidade à insulina, metabolismo lipídico, obesidade e diabetes mellitus. 
Ana Vládia Bandeira Moreira 
Nutricionista graduada pela Universidade Estadual do Ceará (1996), mestre em Ciências dos Alimentos pela 
Universidade de São Paulo (1999) e doutora em Ciências dos Alimentos pela Universidade de São Paulo (2003). 
Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal de Viçosa (MG). Coordenadora do Laboratório 
de Análise de alimentos e coordenadora do Projeto de extensão pró-celíaco. Ministra as disciplinas de 
Técnica Dietética na Graduação e Dietética Aplicada no Mestrado e Doutorado e Gastronomia Funcional na 
especialização na UFV. 
Andréia Naves 
Nutricionista e Educadora Física. Diplomada pelo The Institute for Functional Medicine (USA) em 2007. Editora 
Científica da Revista Brasileira de Nutrição Funcional. Diretora da VP Centro de Nutrição Funcional. Docente 
convidada dos cursos de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional e Nutrição Esportiva Funcional da VP 
Centro de Nutrição Funcional em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul. Autora dos Livros “Nutrição 
Clínica Funcional: dos Princípios à Prática Clínica”, “Nutrição Clínica Funcional: Obesidade”, “Nutrição Clínica 
Funcional: Modulação Hormonal” e “Tratado de Nutrição Esportiva Funcional”. Colaboradora do livro 
“Suplementação Funcional Magistral: dos Nutrientes aos Compostos Bioativos”. Membro do The Institute 
for Functional Medicine – USA. Coordenadora científica dos cursos de pós-graduação em Nutrição Esportiva 
Funcional da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul. 
Revista Brasileira de Nutrição Funcional - 2017 - edição 72
Indexação: Sumários (www.sumarios.org) e ESALQ (http://dibd.esalq.usp.br)
Diretoras Responsáveis
Valéria Paschoal e Andréia Naves
Coordenação Científica
Ana Beatriz Baptistella Leme da Fonseca
consultoriacientifica@vponline.com.br
Neiva dos Santos Souza
neiva.souza@vponline.com.br
Jornalista Responsável
José Maria M. Filho
MTB – 19.852 - josemaria@vponline.com.br
Revisão Ortográfica
Lemuel Cintra
lcintra@gmail.com
Capa, Ilustrações e Editoração
Bárbara Feracin Meira
Ctp e Impressão
A.R. Fernandez Pré-Impressão e Gráfica
www.arfernandez.com.br
comercial@arfernandez.com.br
Redação, Publicidade e Administração
VP Centro de Nutrição Funcional
Associação
Atendimento ao Associado
Paula Gimenez - contato@vponline.com.br
Fone/ Fax: (11)3582-5600
As condutas nutricionais preconizadas na
Revista Brasileira de Nutrição Funcional
devem ser supervisionadas exclusivamente
por nutricionistas ou médicos especializados.
Os editores não se responsabilizam pelo
conteúdo dos anúncios, matérias e artigos
assinados. A reprodução total ou parcial
desta publicação só será permitida mediante
autorização prévia.
VP Centro de Nutrição Funcional
Fone/ Fax: (11)3582-5600
contato@vponline.com.br
www.vponline.com.br
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Coordenação e Autores
Anna Cecília Queiroz de Medeiros
Nutricionista pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mestre em Ciências da Saúde pela 
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Docente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 
Experiência na área de Nutrição, com ênfase em Nutrição e metabolismo de nutrientes nos diversos estados 
fisiológicos. 
Fátima Aparecida Arantes Sardinha 
Nutricionista. Doutora em Ciência dos Alimentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas/USP. Mestre em 
Ciências Aplicadas à Pediatria pela UNIFESP/EPM. Especialista em Nutrição e Saúde Pública pela UNIFESP/
EPM. Docente convidada do curso de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional da VP Centro de Nutrição 
Funcional em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul. 
Fernanda Serpa 
Diretora e Docente da Empresa Nutconsult. Nutricionista pela Universidade do Estado do RJ/UERJ. Título de 
residência em ClínicaMédica no Hospital Universitário Pedro Ernesto/UERJ. Pós-graduada em Nutrição Clínica 
Funcional da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul. Docente 
convidada dos cursos de pós-graduação e extensão da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria com 
a Universidade Cruzeiro do Sul. Mestre em Clínica Médica - IPPMG/UFRJ. Nutricionista Militar do Corpo de 
Bombeiros do RJ. Nutricionista Municipal do Hospital Souza Aguiar. 
Gilberti Hübscher 
Nutricionista. Mestre e Doutora em Fisiologia Cardiovascular pela UFRGS. Especialista em Gestão e Saúde 
pela PUC-RS, Gestão em UAN pela UNISINOS e em Saúde da Família pela ULBRA (RS). Docente convidada 
dos cursos de pós-graduação em Nutrição Clínica Funcional da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria 
com a Universidade Cruzeiro do Sul e dos cursos de graduação em Nutrição e pós-graduação em Saúde e 
Trabalho da Feevale (RS). Membro do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional (IBNF). 
Márcia Cristina Paiva
Nutricionista, graduada na Universidade de Passo Fundo - RS. Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional e 
pós-graduanda em Fitoterapia Funcional da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria com a Universidade 
Cruzeiro do Sul. Educadora em diabetes certificada pela empresa Medtronic Brasil de equipamentos médicos 
(Bombas de infusão de insulina). Atua em atendimento clínico em clínica de gastroenterologia em São José 
dos Campos - SP.
Rosangela Passos de Jesus 
Professora Adjunta da Escola de Nutrição da UFBA (ENUFBA). Doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade 
de Medicina da USP. Mestre em Nutrição pela Universidade Federal de São Paulo. Especialista em Nutrição 
Clínica Funcional, coordenadora do Ambulatório de Nutrição e Hepatologia do Hospital Universitário Prof 
Edgard Santos. 
Sandra Matsudo 
Médica Especializada em Medicina Esportiva pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP. Doutorado e pós-
doutorado em Ciências pela Escola Paulista de Medicina - UNIFESP. Diretora Geral do Centro de Estudos do 
Laboratório de Aptidão Física de São Caetano do Sul - CELAFISCS. Coordenadora geral do Projeto Longitudinal 
de Envelhecimento e Aptidão Física de São Caetano do Sul. Coordenadora pela IUHPE dos Cursos de Atividade 
Física e Saúde Pública - Agita Mundo. Professora Titular do Curso de Educação Física do Centro Universitário 
FMU. Editora Executiva da Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Autora dos Livros: “Avaliação do Idoso 
- Física e Funcional”, “Envelhecimento e Atividade Física” e “Obesidade e Atividade Física”. 
Valéria Paschoal 
Nutricionista. Mestre na área de Nutrição e Pediatria pela UNIFESP – EPM. Editora Científica da Revista 
Brasileira de Nutrição Funcional. Coordenadora científica e docente convidada dos cursos de Nutrição 
Clínica Funcional e Nutrição Esportiva Funcional da VP Centro de Nutrição Funcional em parceria com a 
Universidade Cruzeiro do Sul. Diretora da VP Centro de Nutrição Funcional. Autora dos Livros “Nutrição 
Clínica Funcional: dos Princípios à Prática Clínica”, “Suplementação Funcional Magistral: dos Nutrientes aos 
Compostos Bioativos”, “Nutrição Clínica Funcional: câncer” e “Tratado de Nutrição Esportiva Funcional”. 
Coordenadora da Comissão Científica do Instituto Brasileiro de Nutrição Funcional (IBNF). Membro do The 
Institute for Functional Medicine – USA. Nutricionista do CSA Brasil (Community Supported Agriculture - 
Agricultura Sustentada pela Comunidade). Membro do conselho consultivo da CNTU (Confederação Nacional 
dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados).
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Coordenação e Autores
Lista de Autores
Alexandre Justo de Oliveira Lima
Possui licenciatura e bacharelado em Ciências Biológicas pela Universidade Braz Cubas e bacharelado em 
Farmácia e Bioquímica pela Universidade Nove de Julho. Mestrado e Doutorado em Ciências com área de 
concentração Farmacologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pós-graduado em Análises 
clínicas pelo CRBIO. Atualmente é professor Adjunto do Departamento de Ciências da Saúde da Universidade 
Estadual de Santa Cruz (UESC em Ilhéus - BA), leciona a matéria de Farmacologia e é Membro do comitê de 
ética e pesquisa em seres humanos, do comitê de iniciação científica e coordenador do Centro Regional de 
Referência sobre Álcool, Crack e Outras Drogas. Atualmente é coordenador do programa de Mestrado em 
Ciências da Saúde da UESC.
Ana Cristina de Macena Freitas
Graduação em Nutrição pela UFRJ. Pós-graduação em Nutrição Clínica pela UFRJ. Pós-graduação em Fitoterapia 
Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul em parceria com a VP Centro de Nutrição Funcional. Nutricionista 
da Prefeitura de Três Rios/RJ com atuação na equipe de reabilitação intelectual (CER). Nutricionista em 
Consultório de Endocrinologia. Nutricionista na Clínica de Psicologia – CLIPSI.
André Barroso Heibel
Nutricionista e mestre em Bioquímica Nutricional pela Universidade de Brasília. Faz pós-graduação em 
Nutrição Esportiva e Fisiologia do Exercício na Universidade Federal de Goiás. Graduação-Sanduíche na 
Rutgers, State University of New Jersey, EUA.
Gabriela Pimentel
Nutricionista graduada pela Universidade Federal de Santa Catarina. Pós-graduada em Nutrição nas doenças 
crônico não transmissíveis pelo Albert Einstein. Pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional pela Universidade 
Cruzeiro do Sul. Pós-graduada em Fitoterapia Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul. Docente dos 
cursos de pós-graduação em Fitoterapia Funcional Universidade Cruzeiro do Sul. Atua em atendimento 
clínico nutricional em consultório.
Luis Gustavo Patricio Nunes Pinto
Graduando em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” (Unesp) 
de Bauru, integrante da OCS – Você social de Bauru-SP e da Articulação Regional de Agroecologia (ARA); 
principais temas de pesquisa: Agroecologia e produção orgânica, Agricultura familiar e sustentabilidade rural.
Silvia Marinho Ferolla 
Nutricionista. Doutora e Mestre em Ciências Aplicadas a Saúde do Adulto pela Universidade Federal de Minas 
Gerais. Especialista em Nutrição Clínica pela Faculdade São Camilo e em Nutrição Parenteral e Enteral pela 
Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral. Docente convidada do curso de pós-graduação em 
Nutrição Clínica Funcional VP Centro de Nutrição Funcional.
Wagner Alessandro dos Reis
Nutricionista formado pelo Centro Universitário Newton Paiva/BH. Especialista em Formação Pedagógica 
para Profissionais de Saúde pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). 
Pós-graduado em Nutrição Esportiva Funcional e Fitoterapia Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul. 
Pós-graduando em Nutrição Clínica Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul. Docente convidado do curso 
de pós-graduação da Universidade Cruzeiro do Sul. Docente da Escola Técnica Profissional de Nível Médio 
do SITIPAN – MG. Nutricionista e diretor do Espaço Wagner dos Reis. Personal Nutrition Funcional. Realiza 
palestras em empresas, escolas e academias.
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Índice
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Reflexão sobre a interação Energia-Vida e sua influência na saúde do solo e do ser 
humano.
Microbiota intestinal e doença gordurosa hepática
Série Agroecologia parte III: Sementes Crioulas - O DNA da Agricultura Sustentável 
O papel do exercício e da alimentação nos centros motivacionais (de prazer) no SNC 
e sua influência no comportamento compulsivo: implicações para o tratamento da 
obesidade
Receita: Drink refrescante com toque de erva-doce e hortelã-pimenta
O uso da Rhodiola rosea na modulação do estresse e compulsão alimentar: um 
estudo de caso
Ações do tucum-do-cerrado na saúde – Benefícios na modulação gênica e no estresse 
oxidativo.7
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Luis Gustavo Patricio Nunes Pinto
Ref exão sobre a interação energia-vida e 
sua inf uência na saúde do solo e do ser 
humano
Ref ection on energy-life interaction and its inf uence on the health of the soil and the human 
being
Resumo
A interação decorrente da constante transformação de energia pelos seres vivos na manutenção dos sistemas tem impacto direto na 
saúde dos solos e consequente impacto sobre a saúde humana. Através deste ponto de vista biológico, podemos perceber que modelos de 
agricultura de baixa biodiversidade têm um custo energético muito alto em relação à sua produção, causando fragilidades e suscetibilidade 
a doenças, mostrando-se cada vez mais insustentáveis. Aponta-se para a necessidade de se incentivar e desenvolver novas tecnologias e 
métodos para produção de alimentos em modelos mais sustentáveis, que contemplem os ciclos naturais de forma mais ampla e funcional, 
equilibrando estes sistemas, gerando progressivamente ambientes mais sadios e resistentes que tenham um impacto mais positivo na 
saúde do ser humano através destes alimentos.
Palavras-chave: Energia, solo, microbiota, vida.
Abstract
The interaction resulting from the constant transformation of energy by living organisms in the maintenance of systems has a direct 
impact on soil health and consequent impact on human health. From this biological point of view, we can see that low-biodiversity 
farming models have a very high energy cost in relation to their production, causing fragility and susceptibility to diseases, becoming 
more and more unsustainable. The need to encourage and develop new technologies and methods for food production in more sustainable 
models that more fully and comprehensively contemplate natural cycles is pointed out, balancing these systems, progressively generating 
healthier and more resilient environments that have a more positive impact on human health through these foods.
Keywords: Energy, soil, microbiota, life.
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Luis Gustavo Patricio Nunes Pinto
A
Introdução
A nossa vida depende do solo, segundo Ana 
Primavesi1,2. Podemos, de acordo com este 
raciocínio, interpretar que nossa vida também 
depende da vida “presente” no solo, afinal, é 
diretamente do solo que retiramos grande parte 
dos alimentos que consumimos. 
Ainda assim, estaríamos sendo muito 
reducionistas se não considerássemos toda a 
complexa cadeia de absorção e transformação de 
energia e sua posterior transposição entre todos 
os níveis tróficos3-5 para que, então, possamos 
considerar o solo como um grande responsável 
não apenas pela manutenção, mas também pela 
qualidade da nossa vida, especialmente. 
Até que um determinado solo tenha condição 
de nutrir de forma natural uma planta que 
utilizaremos como fonte de alimento, muita coisa 
precisa acontecer.
Podemos começar inter-relacionando alguns 
processos, como o ciclo da água, o ciclo da 
decomposição da matéria orgânica até inorgânica 
e o dos gases, que envolvem a ação de bactérias, 
leveduras, fungos e vermes que liberam seus 
metabólitos (nutrientes) neste solo e serão 
solubilizados em água, para enfim ocorrer a 
captação através das raízes da planta1-3. Ainda 
assim, após a captação das raízes, a planta precisa 
fazer a absorção da energia luminosa por meio de 
suas folhas, promovendo toda a sua metabolização 
interna, para que o vegetal tenha condições de se 
desenvolver e, enfim, ser chamado de alimento6,7.
Nenhum desses processos estão separados: 
pelo contrário, todos acontecem em comunhão, 
por meio da interação contínua e integral entre 
todos eles3,5. 
Assim, ao invés de analisarmos de forma 
cartesiana e individualizada, tentaremos 
desenvolver um raciocínio amplo e multidisciplinar 
para conseguirmos visualizar a maior parte dos 
processos envolvidos e, a partir desta visão 
mais holística, entender os ciclos interagindo 
naturalmente para a manutenção da vida, desde a 
chegada em cada nível dessas formas de energia 
concentrada até que seja transformada em energia 
potencial e disponibilizada ao próximo nível, 
buscando compreender de que forma a saúde do 
solo está relacionada com a saúde do planeta e de 
nossas vidas. 
A interação energia-vida
Vida e energia são duas palavras que expressam 
propriedades e conceitos muito amplos e se 
apresentam de diversas formas. A vida depende da 
energia para se desenvolver, assim como a energia 
depende da vida para ser transformada.
A energia é descrita pela física como a 
“capacidade de executar trabalho”, de acordo 
com as leis de termodinâmica: a primeira lei 
determina que é possível transformá-la de uma 
forma para outra, mas que esta não pode ser 
destruída ou mesmo criada; a segunda lei descreve 
que nenhum processo de transformação de energia 
ocorre espontaneamente – neste processo, uma 
configuração dispersa desta energia (calor) é 
liberada como resultado da decomposição de 
uma forma de energia concentrada (luz solar, 
alimento etc.) em uma forma de energia potencial. 
Continuaremos empregando no texto os termos 
“energia concentrada” para fonte de aquisição 
primária e “energia potencial” para o produto 
secundário da transformação energética4.
Já a vida, além das questões de reprodução 
e descendência, é descrita como propriedade 
daqueles que têm metabolismo próprio, ou seja, 
o organismo deverá ter como característica 
intrínseca o atributo de transformar a energia 
concentrada (alimentos, energia luminosa, gases 
etc.) em formas diferentes (produtos secundários 
com energia potencial)4,5.
Os organismos vivos utilizam-se da propriedade 
que a energia tem de capacitar a execução de 
trabalho, produzindo a partir desses processos 
metabólicos uma alta taxa de organização interna, 
promovida pela constante transformação dessas 
formas de energia concentradas em energia 
potencial e liberação em forma de calor, por 
exemplo, da energia não utilizada. 
Sob essas condições, organismos vivos e 
seus conjuntos são classificados como sendo 
“sistemas termodinâmicos abertos em estado de 
não-equilíbrio”, atendendo satisfatoriamente às 
determinações das leis de termodinâmica por 
se encontrarem em um incessante processo de 
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Ref exão sobre a interação energia-vida e sua inf uência na saúde do solo e do ser humanol l
diminuição da sua entropia interna (transformando 
a energia), aumentando a entropia externa com 
a dissipação de calor no ambiente (respiração, 
evapotranspiração etc.)4. 
É de extrema importância que esse balanço 
energético seja positivo. Imagine que, para obter 
um alimento qualquer, o indivíduo gaste uma 
quantidade maior de energia na aquisição do que 
receberá por meio da nutrição proporcionada 
por aquele alimento. Este organismo estará se 
colocando em uma situação de déficit energético 
(está gastando X² e recebendo X), consumindo 
suas reservas até seu esgotamento. 
Figura 1. Diagrama demonstrando o conceito de energia líquida. Figurando em proporcionalidade 
a importância de maior entrada energética (energia concentrada), ocasionando um saldo positivo de 
energia (rendimento de energia líquida) em relação ao custo (energia utilizada para manutenção do 
sistema) para a manutenção do organismo (sistema de conversão de energia) nas suas atividades vitais 
e obtenção do alimento (fonte de energia).
Fonte: Adaptado de: Odum4
Abrindo um pouco mais o nosso campo de 
visão, em nosso cotidiano podemos facilmente 
notar a vida e a energia interagindo quando vemos 
uma ave se alimentando de um fruto ou um peixe 
se alimentando de larvas de insetos (consumindo e 
transformando energia concentrada em potencial), 
uma planta se desenvolvendo ao longodo tempo 
(captando energia luminosa e transformando em 
alimento para ser consumido), entre muitos outros 
exemplos que poderíamos utilizar para ilustrar 
esta descrição. 
Mas e quando nos colocamos a observar 
um animal já sem vida ou um punhado de 
galhos secos caídos no chão? Nesse caso, por 
muitas vezes, negligenciamos o vislumbre 
das interações ecológicas que estão ocorrendo 
naquelas circunstâncias. Aristóteles8 já refletia 
sobre esses e outros fenômenos: ele entendeu 
que havia mais interações ocorrendo ao seu redor 
que o alcance da sua própria visão e sabiamente 
colocou que “a natureza não faz nada em vão” 
– e ele estava certo. Tempos depois, por volta de 
1770, Antoine Laurent Lavoisier9, com sua célebre 
frase “Na natureza nada se cria, nada se perde, 
tudo se transforma”, estabeleceu o princípio de 
conservação das massas, que podemos relacionar 
aqui também.
Vamos tentar observar esses processos em 
andamento, utilizando o ponto de vista sobre 
a interação entre energia e vida que viemos 
desenvolvendo ao longo desta revisão de 
conhecimentos já consolidados.
Quando pensamos em “ciclos”, nosso raciocínio 
logo interpreta tal informação como algo contínuo, 
circular, que, apesar de ter um início, pontos de 
checagem e um fim, este fim aparece como precursor 
do primeiro ponto novamente, a emenda desse 
processo, tornando-se incessante e constante.
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Luis Gustavo Patricio Nunes Pinto
Aqueles galhos secos e o animal já sem vida 
citados anteriormente estão participando de um 
ponto do ciclo natural muito importante; aquela 
emenda supracitada é quando toda a energia 
potencial (transformada a partir de outra forma 
de energia concentrada) será utilizada como 
fonte de energia concentrada para a cadeia de 
decomposição da matéria orgânica3-5,10. 
Esse processo promove a entrada de energia 
no ambiente que iremos nomear solo. O solo 
é habitado por uma diversidade enorme de 
organismos chamados edáficos (vivem sob o solo 
ou zona de aeração), desde bactérias, leveduras, 
fungos, inclusive animais de várias classes, 
como minhocas, nematódeos, artrópodes, entre 
outros, quer seja em solo seco ou abaixo da água, 
formando um ecossistema próprio3-5,10. 
Para que todos os processos desse ciclo ocorram 
de forma eficaz, é necessário que exista uma alta 
taxa de biodiversidade no ambiente, promovendo 
a interação entre os organismos desse ecossistema 
ou unidade ecológica.
Nessa interação, cada organismo da comunidade 
terá sua natureza individual alterada, mas é por 
causa da própria interação entre os organismos 
da comunidade que surgem novas características 
exclusivas naquele sistema, características estas 
que são produzidas a partir da integração dos 
constituintes, e não da soma das características 
individuais dos mesmos4. 
Nesse sistema, subconjuntos se formam em uma 
organização hierárquica integrativa, formando um 
complexo funcional maior e mais resistente às 
perturbações ambientais. Essas características são 
chamadas propriedades emergentes11.
Esse material decomposto irá retornar ao 
ciclo através da cadeia de produção (produtores 
primários), solubilizado, e será absorvido pelas 
raízes das plantas para ser utilizado como parte 
da matéria-prima para a formação de novas 
moléculas com potencial energético no processo 
da fotossíntese, as quais ainda serão utilizadas 
(transformadas) em seu desenvolvimento, servindo 
novamente de fonte de energia concentrada 
(alimento) para toda a cadeia consumidora, que 
é incapaz de produzir as suas próprias moléculas 
energéticas, incluindo nós3,4,6,7,10.
Todos esses processos discutidos até agora 
descrevem modelos ecológicos naturais. 
Podemos concluir que um ambiente com maior 
biodiversidade gera um balanço energético 
positivo, com menor custo para aquisição e maior 
ganho na transformação de energia potencial, 
maior estabilidade, mais saudável e resistente 
ao sofrer perturbações externas àquele sistema 
(fatores abióticos), dadas as características 
individuais das populações e propriedades 
emergentes que se desenvolvem nos sistemas em 
sua integração1-4. 
Mas e quando aplicamos esses conceitos de 
busca contínua de equilíbrio nos ambientes onde 
ocorre a intervenção do ser humano com o objetivo 
de cultivar os nossos alimentos?
Os modelos de produção de alimentos e 
a influência na saúde do solo e dos seres 
humanos
Basicamente, existem dois principais modelos 
empregados em nossos meios de cultura. O 
primeiro modelo que iremos considerar foi 
amplamente difundido após a revolução verde, ao 
qual chamaremos de prática convencional1,2,12,13. 
Neste modelo são aplicadas práticas de adubação 
(enriquecimento do solo) para nutrir as plantas 
com base em nutrientes químico-minerais12-14. 
Sua produção industrial consome muita energia, 
desde a sua extração, durante o seu processamento, 
bem como em sua distribuição13. Além de todos 
os custos energéticos, muito desse produto é 
perdido por volatilização, movimentando estudos 
e demandando mais energia no desenvolvimento 
de produtos e métodos adicionais que inibam estas 
características de certos adubos nitrogenados, por 
exemplo15. 
Produtos químicos, muito conhecidos e 
amplamente divulgados, com funções biocidas 
como medida de controle de pragas e doenças 
agrícolas trazidas pelo desequilíbrio ecológico 
destes sistemas, afetam, por consequência, a 
diversidade da vida no solo, que como consideramos 
anteriormente, tem suma importância nos ciclos 
naturais na cadeia decompositora que oferece 
subsídios energéticos e nutricionais para a 
sustentabilidade dos processos1,2,13. 
Essa prática agrícola também disponibiliza 
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Ref exão sobre a interação energia-vida e sua inf uência na saúde do solo e do ser humanol l
outros produtos químicos responsáveis por 
eliminar o que chamam de plantas daninhas 
(sem interesse de cultivo comercial), pois em 
sua maioria são desenvolvidas monoculturas 
(cultivo de uma única espécie), desvantajosas por 
criarem barreiras para a ampliação da diversidade 
vegetal, a qual é responsável pela atração de outras 
espécies com geração de interações ecológicas 
mais complexas, formando comunidades mais 
funcionais e que promovem maior equilíbrio e 
resistência aos sistemas naturais1,2,13. 
Esse modelo convencional adota pouca 
diversidade e desenvolve meios para possibilitar 
o cultivo dessas espécies em regiões que, muitas 
vezes, não oferecem condições favoráveis para o 
estabelecimento dessas culturas (clima, altitude 
etc.), o que causa implicações diretas na saúde 
alimentar pela alteração dos hábitos de consumo 
regionais, pela redução da diversidade e pelo 
empobrecimento na constituição das dietas, frutos 
dessa padronização nos cultivos13. 
Estudos estimam um número entre 250 mil e 
420 mil espécies de vegetais superiores existentes. 
Cerca de 30% dessas plantas seriam capazes 
de suprir 95% das necessidades nutricionais 
humanas, o que mostra a grandeza da diversidade 
biológica em relação à fonte de energia e qualidade 
na alimentação, e causam grande impacto quando 
apontam que apenas 7 espécies (principalmente) 
são utilizadas na fabricação de aproximadamente 
¾ de todo alimento industrializado. Ainda, 
mencionam que nossa dieta está presa a um 
intervalo de 20 a 103 espécies como constituintes 
de nossos padrões alimentares atuais, o que 
demonstra um grande déficit de fonte energética 
e empobrecimento da qualidade na alimentação13.
Este modelo se torna parcialmente responsável 
pelo aumento de doenças relacionadas à 
alimentação deficitária em virtude da pouca 
variedade ofertada, além do uso em grande escala 
de uma espécie como constituinte dos maisdiversos alimentos industrializados. Podemos 
citar o caso do milho e seus derivados em formas 
alteradas13.
É possível inferir que essas práticas são 
insustentáveis. Têm um alto consumo energético 
em seus processos de produção, de forma que 
não contemplam aquele conceito de energia 
líquida necessário para a manutenção do sistema, 
esgotando o solo e a diversidade da sua fauna 
edáfica, prejudicando todo o equilíbrio natural. 
Este impacto se expande, não ficando contido 
no ambiente agrícola, podendo, então, atingir as 
formas de vida e suas características abióticas, 
fragilizando o ambiente como um todo, deixando-o 
suscetível, enfraquecido.
Um sistema contaminado por agrotóxicos e 
deficitário em biodiversidade, ecologicamente 
suscetível e enfraquecido, não é capaz de produzir 
um alimento sadio e completamente nutritivo.
Por outro lado, um segundo modelo segue 
práticas que tentam se aproximar das condições 
naturais, como as práticas agroecológicas, 
biodinâmicas, orgânicas e suas semelhantes. Estas 
tentam reproduzir da forma mais fiel possível 
os modelos naturais, respeitando seus ciclos e 
incentivando o desenvolvimento da biodiversidade 
no sistema agrícola. Nelas são adotadas práticas 
que incentivam e promovem maior complexidade 
aos sistemas agrícolas. Não são utilizadas 
sementes ou plantas geneticamente modificadas, 
por todas as suas incertezas em relação aos 
possíveis prejuízos ambientais e de saúde1,2,7,10,13,14.
É planejado um plantio diversificado 
(multicultura) e a utilização de espécies regionais, 
inclusive espontâneas (plantas alimentícias não 
convencionais – PANC), que, além dos benefícios 
trazidos com o aumento da biodiversidade 
vegetal (atração de outras espécies e interações 
ecológicas), trazem maior diversidade e 
enriquecimento nutricional, aumentando a 
qualidade na alimentação13,14. 
Essa prática de multicultura ainda oferece 
subsídios para o incremento da nutrição do solo, 
por meio de espécies de fungos ali presentes que 
facilitam a absorção de nutrientes pelas plantas, 
além de cultivar em forma consorciada ou entre 
os ciclos de cultivo algumas espécies de plantas 
(leguminosas) que se associam com bactérias 
em suas raízes, aumentando a disponibilidade de 
nitrogênio no solo, molécula muito utilizada nos 
processos de desenvolvimento dos vegetais1,2,7,10,14.
A utilização de compostagem oferece fonte de 
nutrientes para as plantas e de matéria orgânica 
para a fauna edáfica do solo. Nesse processo, o 
material orgânico (fonte de energia) segue para 
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Luis Gustavo Patricio Nunes Pinto
os ciclos da cadeia de decomposição, em que 
bactérias, fungos e animais irão fragmentar essa 
matéria até suas conformações mais essenciais, 
que servirão novamente como nutrientes (matéria-
prima na formação de novas moléculas orgânicas) 
na cadeia de produção primária vegetal1,2,7,10,14.
Desse mesmo processo, por consequência da 
suficiência energética na manutenção da vida do 
solo, outros benefícios podem ser citados, como 
a menor compactação do solo pela movimentação 
edáfica, que reflete em um aumento na eficiência 
de drenagem e aeração do solo, além de todas as 
propriedades ecológicas integrativas relacionadas 
com o aumento da complexidade nos sistemas 
ecológicos3,4.
Outra prática importante que é desenvolvida 
nesse modelo de agriculturas naturais é a cobertura 
no solo com matéria vegetal seca, que além 
de fornecer energia disponível para a cadeia 
decompositora serve como uma proteção contra 
efeitos de intemperismo e também colabora na 
manutenção de uma temperatura mais estável no 
solo e para sua aeração1,2,14.
Estas e outras práticas promovem maior 
equilíbrio no balanço energético em relação aos 
custos para a manutenção do sistema, considerando 
que, apesar de retirarmos energia dessa unidade 
ecológica, todo o material não utilizado do sistema 
retorna por meio da ciclagem de matéria orgânica, 
demonstrando maior sustentabilidade, resistência 
e saúde nutricional e ambiental em seu amplo 
aspecto.
Conclusão
Analisando suscintamente esses dois modelos, 
podemos perceber a real necessidade do despertar 
da sociedade civil e governamental para que 
ocorra uma contínua conscientização na criação 
de medidas que possam amparar, fomentar, 
desenvolver e divulgar práticas e tecnologias que 
possibilitem maior sustentabilidade, sanidade e 
biodiversidade aos sistemas agrícolas. 
Há necessidade dessa mudança cultural 
progressiva para modelos de produções agrícolas 
mais naturais, que além de promover a conservação 
ambiental garantem saúde e qualidade na 
produção de alimentos com maiores concentrações 
de componentes nutricionais. Esse assunto é 
amplamente debatido em estudos científicos que 
comparam as concentrações de nutrientes nas 
mesmas espécies vegetais produzidos em sistemas 
de cultivo convencional e naturais.
É possível concluir que, ao observar as 
interações ecológicas nos sistemas biodiversos, 
sua constante transformação da energia através 
da ação dos organismos vivos e a manutenção dos 
ciclos naturais influenciam diretamente a saúde do 
solo e, consequentemente, a nossa saúde alimentar.
Referências
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