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Farmacologia // ♥ Farmacologia do SNC Células: Neurônios: transmissão de informação via mediador químico. Células gliais: Astrocitos – controle do microambiente e sustentação. Oligodendrócitos – bainha de mielina Microglia – defesa (macrófagos) Dez células gliais para um neurônio Sinapses: Região de conexão entre células nervosas e neurônios, glândulas, músculos. Hétero receptor: receptor de membrana, local de ação de fármacos, controla a liberação de neurotransmissores. Plasil bloqueia hétero receptor cortando o reflexo do vômito no centro do vômito. Proteína de recaptação: recaptação de neurotransmissores. ISRS local de ação de inibidores seletivos da recaptação de seratonina, bloqueio da proteína fluoxetina, sertralina, cetalopran, ecetalopram Neurotransmissores: mediadores químicos produzidos e liberados pelas células do SNC que transmitem sinais através do SNC e periférico. São classificados de acordo com sua natureza química. A maioria dos medicamentos que atuam no SNC afeta neurotransmissores. Para a doença de Parkinson altera a liberação de dopamina, o organismo utiliza a dopamina para outras funções, o paciente pode desenvolver um quadro de esquizofrenia devido ao aumento da quantidade de dopamina elevada. Busca por medicamentos seletivos. Anti-psicóticos de primeira geração, como o haloperidol, são mais baratos porque são menos seletivos, os de segunda geração, como o aripiprazol, são mais seletivos e provocam menos efeitos adversos. Parkinson: redução da quantidade de dopamina Esquizofrenia: aumento da quantidade de dopamina causa alucinações. Tipos de neurotransmissores Aminas: adrenalina, noradrenalina, acetilcolina – alvo para o tratamento de Alzheimer: inibidores da acetilcolinesterase seletivos para o SNC, dopamina, histamina, serotonina. Aminoácidos: - Excitatórios: Glutamato – principal, ligado à epilepsia, gera um potencial de ação anormal; aspartato - Inibitórios: GABA – ácido gama amino butírico – principal, aumenta a atividade de quem inibe, Diazepam anticonvulsivante aumenta a atividade de GABA; glicina. Anticonvulsivantes são seletivos, só atuam em neurônios em alta atividade, se não fosse seletivo o paciente perderia a consciência. Peptídeos: substância P, endorfinas, encefalinas, dinorfina, somastatina, neuropeptídeo y, VIP- pesptídeo intestinal vasoativo. Nucleotídeos/nucleosídeos: ATP, adenosina. Lipídeos: prostaglandinas, endocanabinóides Gases: óxido nítrico, monóxido de carbono Co-transmissores: São mediadores químicos (peptídeos) que são liberados simultaneamente com outros neurotransmissores (Ach + somatostatinas) – um gera o efeito o outro faz um ajuste fino para mais ou para menos, ajusta liberação e sinalização. Divisões do SNC Córtex cerebral Frontal: cognição, atenção, memória. Parietal: sensorial, motor. Temporal: linguagem Occiptal: visão Subcortical Tálamo: via de transmissão Hipotálamo: fome, saciedade, temperatura, sede, liberação de hormônios- principal causa de efeitos adversos em medicamentos, o tratamento de esquizofrenia pode acusar hiperprolactenemia. Tronco encefálico Mesencéfalo Ponte Medula oblonga Cerebelo Sistema límbico Amidala: medo, raiva. Hipocampo: memória Núcleo accumbens: prazer Tratamento farmacológico da doença de Parkinson A síndrome de Parkinson se caracteriza pela presença de dois entre quatro sinais cardinais: tremor, rigidez muscular, bradcinesia (lentidão de movimentos), alteração postural. A doença de Parkinson é a principal síndrome parkinsoniana, pode ocorrer também por traumatismo, medicamento ou AVC. É uma doença degenerativa progressiva que geralmente se manifesta após a quinta década de vida. Afeta ambos os gêneros com leve predominância para o gênero masculino. A causa não é conhecida, mas parece envolver fatores genéticos e ambientais. Tremores em extremidades somem quando o indivíduo está em atividade e retorna no estado de repouso. Paciente com movimentos e reflexos lentos e rigidez muscular com alteração de postura são alguns sintomas. Pode apresentar expressão facial fixa, pode causar depressão. Tirosina é precursor da formação de dopamina no neurônio dopaminérgico, semelhante aos noradrenérgicos com a diferença de uma enzima. Há o armazenamento de dopamina que pode ser recaptada. Dopamina interage com dois tipos de receptores de proteína G – GS que forma AMPc, e GI que impede a formação de AMPc. D1 e D5 acoplados à proteína G tipo S produzindo AMPc. Vias dopaminérgicas do SNC Via nigro estriatal Via mesolímbica Via mesocortical Via túbero infundibular Neurônios produtores de dopamina são mais produzidos na região onde há agrupamento de corpos celulares (neurônios dopaminérgicos). Substância negra: de cada neurônio sai um axônio que se juntam conduzidos até uma região abaixo do córtex (corpos estriado) globo pálido onde fazem sinapses com neurônios do corpo estriado. Via nigro sacral – controle da atividade motora. Na região do tronco encefálico há outro grupo celular produtor de dopamina de onde saem axônios que se unem e formam um feixe fazendo sinapses com o sistema límbico, devido à origem se chama via mesolímbica, ou se faz sinapses com neurônios do córtex frontal – via mesocortical – controle do comportamento. Neurônios na região do núcleo arqueado fazem sinapses coma a glândula hipófise (secreção hormonal) – controle endócrino – Via túbero infundibular. Estas são vias de ação de fármacos. A substância nigra corresponde a corpos celulares que são destruídos na doença de Parkinson que só é manifestada com uma perda de 70% desses corpos celulares. Neurônios do corpo estriado tem receptor para dopamina e Ach, receptor dopaminérgico gera efeito inibitório, receptor colinérgico gera efeito excitatório – na doença há excesso de Ach em relação à dopamina que está em baixa concentração. Pode-se usar fármacos para aumentar a quantidade de dopamina ou reduzir o efeito do Ach – anticolinérgicos por exemplo. Melhor medicamento é a levopopa que aumenta a produção de dopamina como precursor. Parkinson não tem cura, levodopa produz melhor resposta, mas tem tempo de ação limitada, com os anos perde o efeito e tem muito efeito adverso. Se os sintomas são leves usa-se anticolinérgicos, se se agrava usa-se levodopa. Medicamentos Precursores da síntese de dopamina – Levodopa Agonistas dopaminérgicos – imitam a ação da dopamina no receptor Antagonistas colinérgicos Inibidores da enzima MAO Inibidores da enzima COMT Amantadina – antiviral – observou-se melhora nos sintomas da doença de Parkinson Apomorfina – Agonista dopaminérgico de uso restrito Precursor da síntese de dopamina A dopamina é um mediador químico que não atravessa a BHE, por outro lado o seu precursor, a levodopa, atravessa esta barreira por meio de um transportador de aminoácidos. Ao utilizar levodopa deve-se reduzir o consumo de aminoácidos no momento da administração. A levodopa administrada pode ser convertida perifericamente pela enzima descarbixilase transformando-se em dopamina. Da dose administrada menos de 1% chega ao SNC, pois é convertida em dopamina antes de atravessar a BHE pela descarboxilase, utiliza-se um inibidor da enzima descarboxilase. A levodopa gera mito efeito colateral, hoje a levodopa já vem associada ao inibidor da descarboxilase – Benserazida ( prodopa)/Levodopa + Carbidol – carbidopa sinemet. O inibidor não atravessa a BHE, possibilitando a levodopa se transformar em dopamina. Para aumentar a oferta de levodopa no SNC o precursor é associado aos inibidores da descarboxilase que não atravessam a BHE. A levodopa é o fármaco que produz as melhores respostas em relação aos sintomas motores da doença, especialmente tremor, rigidez muscular e bradcinesia. Apresenta dois problemas importantes: Perda da eficácia terapêutica e efeitos adversos. Efeitos adversos da Levodopa Efeitos gastrointestinais: pode causar anorexia, náuseas e vômitos, especialmente se for utilizada na forma isolada. Efeitos psíquicos: depressão, alucinação, delírio, episódios psicóticos. Alterações cardiovasculares: hipotensão, alterações da frequência cardíaca. Alterações neurológicas: efeito on/off – efeito adverso importante que se caracteriza por uma mudança brusca da atividade motora do paciente sem haver relação com o horário da administração da levodopa. Alguns pacientes podem ficar horas em estado off e por serem imprevisíveis são altamente incapacitantes. O período on se caracteriza por melhora da atividade motora acompanhado de discinesias. As discinesias também podem aparecer no período off. Discinesias são na maioria das vezes movimentos involuntários que ocorrem principalmente nas extremidades ou podem envolver músculos da cabeça e pescoço. Efeitos de final de dose: diminuição dos efeitos terapêuticos da levodopa principalmente entre o período entre o final e o início da dose a ser administrada. Agonistas Dopaminérgicos São substâncias químicas que têm a capacidade de se ligar em receptores D2 reproduzindo as ações da dopamina nestes receptores. Têm a vantagem de não necessitarem do uso associado de inibidores da descarboxilase. Atravessam facilmente a BHE. Podem ser utilizados na fase inicial da doença, associados à levodopa ou quando a levodopa não produz mais os efeitos desejados. Derivados Não derivados Ergot Pramipexol (Sitrol) Bromocriptina (Parlodel) Ropinirol (Requip) Pergolida (Celance) Agonistas Dopaminérgicos Reproduzem a ação da dopamina Agonista + precursor reduz a quantidade necessária de precursor a ser administrada. Agonistas dopaminérgicos atravessam a BHE. Não precisam ser convertidos – atuam diretamente. Reduz efeito colateral quando associado à levodopa, pois reduz a dose de levodopa necessária. Derivados do Ergot Bromocriptina: Agonista D2 – Parkinson/Hiperprolactinemia Pergolida: Agonista D1/D2 – Mais potente em relação à Bromocriptina/Lesão da válvula cardíaca. Os mais antigos são derivados do Ergot – alcaloide presente em alguns fungos. Bromocriptina pode ser usada para o tratamento de prolactinemia causada por um tumor na hipófise – excesso de hormônio gera efeito adverso. Via túbero infundibular – faz sinapse na hipófise na célula produtora de prolactina no receptor D2 – dopamina no receptor D2 gera efeito inibitório na produção de prolactina – Bromocriptina pode se ligar em receptor D2. Não derivados do Ergot (mais recentes) Pramipexol: Agonista D2/D3 – Não sofrem metabolismo/Mais potente em relação à bromocriptina. Ropinirol: Agonita D2 – Sofre metabolismo pela CYP-1A2, há rico de interação com o omeprazol (indutor enzimático) e a fluoxetina (inibidor enzimático). Mais potente em relação à Bromocriptina. Não derivados do Ergot são mais recentes, mais potentes e usados em menor quantidade em relação à Bromocriptina. CYP1A2 metaboliza o Ropinirol (requip) – a CYP1A2 é induzida pelo omeprazol (aumentando sua síntese) e inibida pela fluoxetina. Efeitos adversos Efeitos no trato gastrointestinal: Anorexia, náuseas, vômitos (ingestão com alimentos). Efeitos cardiovasculares: hipotensão, arritmias cardíacas. Efeitos psíquicos: Alucinações, delírios, agitação, depressão. Efeitos neurológicos: Discinesias Derivados do Ergot: Espasmo muscular, eritromelalgia (rubor/calor) Hiperprolactenemia: Aumento da prolactina, redução da libido, alteração menstrual, ginecomastia. Dopamina inibe a síntese e liberação de prolactina. Agonistas geram efeitos adversos Derivados do Ergot geram vasoconstrição e eritromelagia Antagonistas Colinérgicos Representantes Triexifenedil (Artane) Biperideno (Akineton) Benztropina (Coginten) Características Gerais São úteis na fase inicial da doença Melhoram atividade motora, menos a bradicinesia Reestabelecem o equilíbrio na região do corpo estriado Ação reversível sobre receptores muscarínicos (M1) Efeitos adversos periféricos e centrais limitam a sua utilização Ausência ou resposta não satisfatória – trocar por outro da mesma classe Antagonista colinérgico trata síndrome de Parkinson – reduz a atividade da acetilcolina, útil no início da doença. Na região do corpo estriado – dopamina inibe / acetilcolina estimula. Antagonistas colinérgicos podem bloquear outros receptores que não interessam. Não funcionam para bradicinesia. Podem causar redução da secreção salivar, pode causar broncoespasmo, retenção urinária, obstipação, midríase, confusão mental, alucinações, boca seca. Inibidores da MAO A enzima MAO pode ser encontrada sob duas isofarmas: Isoforma A e isofoma B. A isoforma A tem como principais substratos a noradrenalina e a serotonina. A isoforma B é a que predomina na Via Nigro Estrial e é responsável pela metabolização da dopamina. Na doença de Parkinson podemos utilizar inibidores da isoforma B que irão produzir o aumento da concentração de dopamina no corpo estrial. Pode ser utilizado como monoterapia ou associado à levodopa (reduzindo a dose de levodopa necessária. Representantes Selegilina (deprenil) Rasagilina (azilect) A selegilina é o inibidor mais antigo, seletivo para a isoforma B, no entanto, em doses mais altas perde sua seletividade. Quando metabolizada no interior do organismo produz metabólitos com ação estimulante para o SNC – toma-se somente duas doses (manhã e tarde), pois se torna anfetamina, que à noite causa insônia. Rasagilina é um inibidor seletivo para a isoforma B com menor potencial para inibir a isoforma A. É mais potente em relação à selegilina, é administrasda uma única vez ao dia e não produz metabólitos com ação estimulante ao SNC. Geram efeitos de aumento de dopamina. Inibidores da COMT Levodopa COMT 3 orto metildopa Levodopa descarboxilae dopamina MAO metabólitos (radicais livres) A COMT metaboliza a noradrenalina e levodopa. A 3OMB utiliza a proteína de transporte da BHE atrapalhando a passagem da levodopa. Inibindo a COMT a levodopa pode atravessar a BHE e inibindo a COMT cerebral há um aumento na conversão de levodopa em dopamina. A enzima COMT está presente nos tecidos periféricos como também no SNC onde promove a conversão da levodopa em um metabólito denominado 3OMD. Existem dois inibidores da COMT: Tolcapone (Na) e Entocapone (Na) O Tolcapone inibe a COMT periférica e central, enquanto que a Entocapona inibe apenas a periférica, uma vez que não atravessa a BHE. O Tolcapone pode causar hepato-toxicidade, sendo por esta razão não comercializado no Brasil. Estalevo – medicamento associado – carbidopa + levodopa + entocapone Efeitos adversos: discinesias, diarreia, dor abdominal, distúrbios do sono, alterações psíquicas, alteração da cor da urina. Amantadina – mantidan É um antiviral que é utilizado na profilaxia das infecções produzidas pelo vírus da influenza e da varicela. A administração deste fármaco produz melhora da atividade motora, cujo mecanismo de ação não é totalmente conhecido. Acredita-se que parte de sua ação benéfica seja decorrente de um aumento da liberação de dopamina e/ou inibição de sua receptação. Utiliza-se na fase inicial ou em conjunto com a levodopa. Pode causar efeitos adversos, no entanto, nenhum deles impede a continuação de seu uso: Agitação, alucinações, irritabilidade, insônia, distúrbios gastrointestinais, alterações na pele, delírios. Apomorfina Potente agonista dopaminérgico, especialmente dos receptores D2. Utilizado para reverter os casos de ascinesia É utilizado via subcutânea e produz o seu efeito desejado 5 a a10 minutos após a sua aplicação. Seus principais efeitos adversos são sonolência, sudorese, hipotensão, hematomas no local da aplicação, náuseas e vômitos. Tratamento medicamentoso da Esquizofrenia A esquizofrenia é o transtorno psicótico mais conhecido e mais estudado. Os transtornos psicóticos se caracterizam por alterações sensoriais de pensamento e comportamento. A esquizofrenia é uma doença que acomete indivíduos jovens no final da adolescência e primeiras décadas da fase adulta. As causas envolvem fatores genéticos e ambientais. A doença apresenta dois grupos de sintomas: sintomas positivos e sintomas negativos. Psicose causa alucinações e delírios, mas não são sua exclusividade, são apenas características. Alucinações alterações sensoriais – auditivas visuais etc. As auditivas são mais frequentes. No delírio o indivíduo tem a percepção errada de um fato - mania de perseguição. Pode ocorrer delírio de grandiosidade. O esquizofrênico não tem o pensamento linear. Doença incapacitante e progressiva – piora com as crises que têm cada vez maior duração. Efeitos positivos - aumento de dopamina na via mesolimbica Alucinações auditivas Delírios Alterações de comportamento Efeitos positivos seria consequência de excesso de dopamina na via mesolimbica – área tegmental ventral. Efeitos negativos – redução de dopamina na via mesecortical Achatamento afetivo Alogia Avolição Prejuízo da atenção Esquizofrênicos têm baixo grau de afetividade, atenção prejudicada e pobreza de pensamento e diálogo, não conseguem concluir tarefas. Tratamento Farmacológico Antipsicóticos típicos/ clássicos/ primeira geração Sintomas extra piramidais Antipsicóticos atípicos Ausência de SEP – melhoram sintomas positivos e podem melhorar negativos. Antipsicóticos típicos – mesmo mecanismo de ação – redução Fenotiazinas clorpromazina Derivados tioxantênicos tiotixeno Butirofenonas Haloperidol Melhoram sintomas positivos apenas e podem piorar os negativos. Bloqueador de receptor de dopamina D2, principalmente na via mesolimbica. Bloqueia a via nigro estriatal gerando alterações motoras (Parkinsonismo). Sintomas extrapiramidais – síndrome parkinsoniana. Todos de primeira geração geram alteração motora Fenotiazinas – têm estrutura tricíclica Representantes Alifáticos – Clorpromazina (ampictil) R1: CH2-CH2-CH2-N-(CH3)2 X: Cl Piridinicos – Tioridazina (melleril) Piperazinicos – Trifluorperazina (Stelazine) / Fluofenazina (Flufenan) Derivados tioxantênicos – tiotixeno (Navane) Fenargan (anti-histamínico) – fenotiazina – prometazina – não é usado como antipsicótico. Características das fenotiazinas Podem ser administradas via oral ou parenteral – Flufenazina (fluvenan depot) Intramuscular forma de depósito – absorção lenta. Haloperidol existe em forma de depósito. Sofre metabolismo hepático e a maioria dos representantes produzem metabólitos com baixa atividade farmacológica, exceto tioridazina – mesoridazina. São bloqueadores de receptores dopaminérgicos – D2, serotoninérgicos – 5HT2A, histaminérgico – H1, alfa adrenérgico tipo 1 – α1, muscarínico – M1. Geram efeitos adversos, pois bloqueiam muitos receptores. Promovem significativa melhora em relação aos quadros alucinatórios e comportamentais. Não possuem efeitos benéficos e podem até piorar os efeitos negativos da doença. Efeitos Adversos Bloqueio do receptor α1 (noradrenalina) presente em pequenas artérias gera vasoconstrição, o bloqueio do receptor gera vasodilatação gerando hipotensão postural (queda de pressão ao se levantar). Bloqueio do receptor H1 – causa sono quando bloqueado (quando bloqueados no SNC), gera ganho de peso quando bloqueado – Ex: hisperidona. Bloqueio receptor M1 – visão turva, retenção urinária, boca seca, obstipação, confusão mental. SEP – Síndrome parkinsoniana – tremor, rigidez muscular, acatisia – agitação psicomotora em que o individuo não consegue ficar parado, associado com uma sensação psíquica de tensão. Discinesia tardia – alterações motoras involuntárias e anormais que acometem principalmente os músculos da face, pescoço e tronco e que ocorrem após alguns meses ou anos de tratamento contínuo com antipsicóticos – a causa não é totalmente conhecida, no entanto parece envolver um aumento da sensibilidade dos receptores de dopamina pelo mediador químico. A discinesia não tem cura e é mais prevalente em indivíduos idosos. Síndrome neuroléptica maligna – é uma condição caracterizada por: rigidez muscular, elevação da temperatura, instabilidade autonômica (hipotensão, alterações, da frequência cardíaca), delirium (comprometimento da consciência, que pode ser acompanhado de alucinações e confusão mental) é uma síndrome rara, mas potencialmente fatal, as causas não são totalmente conhecidas, mas parece envolver um bloqueio mais rápido dos receptores dopaminérgicos em alguns pacientes. Alterações endócrinas – o bloqueio dos receptores D2 em algumas células que compõem a glândula hipófise anterior pode alterar a liberação de alguns hormônios como a prolactina e MSH (hormônio melanócito estimulante). O uso dos antipsicóticos típicos pode causar hiperprolactenemia. OBS: Alguns antipsicóticos também podem ser utilizados em outras situações, como por exemplo a clorpromazina – atividade antiemética. Antipsicóticos Atípicos São fármacos que têm menor tendência para produzir SEP; Menor capacidade de produzir alterações endócrinas; Apresentam ações farmacológicas que podem ser benéficas para os pacientes com psicose; A clozapina é a droga padrão deste grupo e a que apresenta melhor efeitos em comparação com todos os outro antipsicóticos. Representantes Nome Farmacológico Nome Comercial Clozapina Leporex Olanzapina Zyprexa Risperidona Risperidol Quetiapina Seroquel Ziprasidona Geodon Aripripaszol Ablift Amisulprida Socian Vias de transmissão de serotonina O núcleo da rafe tem corpos celulares de neurônios produtores de serotonina, os feixes vão para o corpo estriado, para o sistema límbico e para o córtex frontal. Onde os feixes de neurônios dopaminérgicos vão os serotoninérgicos vão também. A síntese de serotonina depende do triptofano, que é transportado para a célula neuronal e sofre transformação. A triptofano hidroxilase transforma o triptofano em hidroxitriptofano, e a descarboxilase converte em 5 hodroxi triptamina que vai para a vesícula de armazenamento. Na superfície celular há receptores 5HT de serotonina. A serotonina é um receptor que tem grande número de receptores Serotonina é encontrada no SNC e no trato gastrointestinal, principalmente na mucosa intestinal, e nas plaquetas. Serotonina é metabolizada pela MAO na isoforma A. Características dos Anti-psicóticos atípicos Clozapina é a droga padrão desta classe e é considerada o melhor agente para o tratamento dos distúrbios psicóticos (esquizofrenia). Os antipsicóticos atípicos têm menor potencial para produzie SEP Possíveis mecanismos para os efeitos benéficos dos antipsicóticos atípicos Via nigro estriatal – importante para a atividade motora. Antagosnistas D2 (baixa afiidadade 60%) e 5HT. Sistema de controle – um neurônio controla a liberação do outro. Serotonina gera controle na liberação de dopamina – funciona como um freio quando interage com o receptor. Auto receptor: o mediador é liberado e interage com o receptor dele mesmo gerado feedback negativo. Hétero receptor: o mediador é liberado e se liga em outro receptor gerando feedback negativo. Se o antipsicótico atípico se liga no receptor de serotonina a liberação de serotonina a liberação de dopamina aumenta, o que desloca o antipsicótico atípico do receptor D2 por ter baixa afinidade (lei de ação das massas) não gera SEP porque o receptor D2 não fica bloqueado. antipsicóticos atípicos também são antagonistas 5TH. Amisuprida é uma exceção, pois é um antagonista D2 puro. Os AA apresentam ação antagonista em receptores D2 e 5HT. Os AA apresentam menor afinidade pelos receptores D2 (65%) em comparação com os AT (80%). Os terminais nervosos dopaminérgicos apresentam receptores de dopamina na região do corpo estriado. A serotonina ao interagir com este receptor reduz ou inibe a liberação de dopamina. Os AA ao bloquearem os receptores 5HT do terminal nervoso dopaminérgico aumentam a liberação de dopamina na fenda sináptica, este mediador químico por sua vez pode deslocar o AA dos receptores dopaminérgicos presentes na membrana pós-sináptica. Amisuprina não gera efeito em receptor 5HT e não causa SEP. Via nigro estriatal – efeito independente da serotonina. Os AA além de apresentar menor afinidade pelos receptores dopaminérgicos possuem uma outra propriedade que os diferencia dos AT, que é a sua capacidade de dissociação dos receptores dopaminérgicos. Os AA têm a capacidade de se dissociar dos receptores dopaminérgicos de forma rápida. Estas propriedades explicam os efeitos anti-SEP independentemente da capacidade dos antipsicóticos bloquearem os receptores serotoninérgicos (AA e AT apresentam a mesma afinidade pelos receptores 5HT). O receptor deve ser liberado para a interação da dopamina, pois se ela não se liga gera SEP. Na via nigro estriatal a quantidade de dopamina liberada pelos terminais nervosos é suficiente para se ligar nos receptores pós-sinápticos uma vez que os AA apresentam baixa afinidade e alta capacidade de dissociaçãqo dos receptores dopaminérgicos. A maioria dos AA apresentam ação antagonista sobre receptores D2 e 5HT. Nenhum AA apesar destas duas propriedades é igual a outro, cada AA pode apresentar outras ações farmacológicas. Clozapina – Antagonista: D1, D2, D3, D4 5HT2A, 5HT2C, 5HT3, 5HT6, 5HT7, 5HT1A MI α1, α2 H1 Risperidona – Antagonista: 5HT2A, 5HT7 D2 α1, α2 Olanzapina – Antagonista: 5HT2A, 5HTC, 5HT6, 5HT7 D1, D2, D3, D4 M1 H1 α1 Efeitos Adversos dos Antipsicóticos Atípicos Ganho de peso Sonolência devido ao bloqueio do receptor H1. Diminuição do limiar convulsivo (clozapina). Agranulocitose – é um efeito adverso raro, cuja causa não é totalmente conhecida, mas potencialmente fatal, pode ocorrer com a administração da clozapina. Redução de leucócitos da série granulocitica (neutrófilos, eosinófilos, basófilos. Quem toma clozapina deve fazer hemograma 1 vez por semana por 1 ano e depois um a cada mês. Os AA que bloqueiam receptores muscarínicos podem causar obstipação, visão turva, retenção urinária e boca seca. Olanzapina bloqueia receptor M1, quetiapina não bloqueia receptor M1. Hipotensão postural. Aclozaoina e a olanzapina são metabolizados pela CYP1A2 – gera interação com o omeprazol e a fluoxetina. Risperidona é metabolizada pela CYP2D6. Clozapina, ziprasidona e a quetiapina são metabolizadas pela enzima CYP3A4. Aripripazol – anti-psicótico atípico que apresenta ação agonista parcial D2/5HT1A (gera menos efeito que o agonista e impede a sua ligação) e antagonista 5HT2A. Efeitos dos antipsicóticos atípicos sobre a secreção hormonal – Prolactina Dopamina inibe síntese e liberação de prolactina. Serotonina acelera a síntese de prolactina. Bloqueando os dois há um equilíbrio, por isso os AAs não geram prolactenemia. AAs podem causar síndrome neuroléptica maligna. Bloqueio simultâneo dos receptores D2/5HT2A pelos antipsicóticos atípicos não promove alteração da secreção de prolactina. Hiperprolactinemia causa redução da libido, alteração da menstruação, ginecomastia, galactorreia. Tratamento farmacológico da depressão Características gerais Depressão é um transtorno afetivo caracterizado por alterações do humor. Transtorno bipolar também é um transtorno afetivo. Mais frequente no gênero feminino. Faixa etária de 20 a 40 anos. Histórico familiar pode aumentar o risco para o desenvolvimento da doença, porém existem outros fatores, como o ambiental, puerpério, psicológico e estado civil. Dois sintomas importantes da doença são o humor deprimido (obrigatório, mas não exclusivo) e anedonia. Pode ocorrer alteração do sono, apetite e humor. O tratamento farmacológico envolve classes de fármacos que interferem na neurotransmissão de serononina, noradrenalina e dopamina. Estabilizador de humor (lítio) é utilizado no tratamento do transtorno bipolar. O uso de psicotrópicos pode influenciar no aparecimento da doença. Porém a causa não é totalmente conhecida. Fármacos ATC/ADT antidepressivos tricíclicos (mais antigos). IMAO/IRMA inibidor reversível da MAO isoforma. ISRS inibidor seletivo da recaptação da serotonina (prozac – fluoxetina) ISRN inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina. IRND inibidor da recaptação da noradrenalina e dopamina. IRNS inibidor da recaptação da noradrenalina e serotonina. ANASE antagonista noradrenérgico e serotoninérgico. ASIR antagonista serotoninérgico e inibidor da recaptação. Teorias da depressão Teoria das aminas biogênicas ou monoaminas Teoria mais antiga Deficiência do mediador químico ATC e IMAO – aumentam a quantidade de mediador químico, que melhora os sintomas. Reserpina atua nos neurônios serotoninérgicos e noradrenérgicos – reduz a quantidade de receptor armazenado, observou-se como sintoma da depressão. Observou-se que quem se alimenta com dieta rica em triptofano apresenta melhora nos sintomas. Aumentam a liberação de mediador químico: anfetamina e cocaína, porém pioram o humor. Notou-se que só aumentar a quantidade de mediador químico não resolve. Ao administrar o medicamento a ação farmacológica ocorre, mas não produz efeito terapêutico antes de quatro semanas de uso. Nenhum antidepressivo gera efeito imediato. É a teoria mais antiga, postulo que a depressão seja causada por uma deficiência de neurotransmissores nas fendas sinápticas. Esta teoria não consegue explicar por que o efeito terapêutico dos antidepressivos só se manifesta de duas a quatro semanas após o início do tratamento. Teoria da adaptação dos receptores Os receptores não são fixos, eles se adaptam. Se há pouco mediador químico aumenta-se a quantidade de receptor (supra regulação/up regulation), garante que a maior quantidade de neurotransmissores atinja o receptor. No tratamento há um aumento na quantidade de mediador com o tempo e o número de receptores começa a se adaptar, reduzir (down regulation). Isto ocorre de duas a quatro semanas. Segundo esta teoria os efeitos terapêuticos dos antidepressivos só seriam observados após uma adaptação completa da sensibilidade ou do número de receptores presentes nas membranas pré ou pós-sinápticas. O aumento da concentração de mediadores químicos nas fendas sinápticas deve produzir uma infra regulação que termina duas a quatro semanas após o início do tratamento. Papel do eixo hipotálamo/hipófise/adrenal Pacientes com depressão apresentam concentrações plasmáticas mais elevadas do hormônio cortisol em comparação com indivíduos não depressivos. Cortisol é tóxico para o SNC Antidepressivos podem reduzir o efeito do cortisol no SNC Acredita-se que o cortisol lesa o hipocampo Em quantidades supra fisiológicas o cortisol tem atividade neurotóxica (diminui formação de PDNF, fator neurotrófico derivado do cérebro, este mediador químico protege a célula nervosa reduzindo a apoptose). Uso crônico de corticoide causa depressão. Os antidepressivos exercem a sua atividade farmacológica aumentando a síntede de BDNF. Teoria da depressão e do sistema imune Segundo esta teoria a depressão é causada por uma ativação imuno inflamatória caracterizada por um aumento do número de leucócitos, aumento das proteínas da fase aguda das citosinas pró-inflamatórias: interleucina 6, TNFα, IL6. Os medicamentos antidepressivos seriam benéficos devido à sua capacidade de reduzir esta resposta pró-inflamatória. ATC/ADTs – Antidepressivos tricíclicos Representantes Nome farmacológico Nome comercial Amitriptilina Tryptanol Nortriptilina Pamelor Clomipramina Anafronil Imipramina Tofranil Características farmacológicas Administração oral e rápida absorção. Sofre efeito de primeira passagem. Alta ligação com proteínas plasmáticas e proteínas teciduais. Metabolismo em duas vias principais (enzima CYP2D6): desmetilação e hidroxilação. Metabólitos com atividade farmacológica: Nortriptilina – amitriptilina,desidramina – imipramina. Transtornos afetivos – transtorno bipolar e depressão Cortisol é tóxico para o hipocampo Medicamentos de ação comum – aumentam a quantidade de mediadores químicos – serotonina e noradrenalina. Típicos: inibidores da MAO, ISRS. ATC antidepressivos tricíclicos – geram efeitos adversos, uso pouco frequente, são efetivos e usados em outras situações, são os mais antigos no mercado. Apresentam anel fenotiazínico. Metabolismo enzimático – desmetilação – remoção do metil da cadeia alquilica. Desipramina – metabólito da imipramina – perda de um metil – ainda possui atividade antidepressiva. CYP-2D6: apresenta variantes genéticas na quantidade da enzima – ausência total ou produção menor da enzima, ajuste da dose é necessário. Hidroxilação também gera metabólitos ativos. A liberação e recaptação da serotonina e noradrenalina ocorrem por mecanismos semelhantes Potencial influxo de cálcio fusão de vesículas liberação recaptação (90%) Quando recaptados voltam à vesícula devido à presença da MAO- isoforma A. ADTs podem inibir as proteínas de recaptação nas bombas de seratonina e noradrenalina – inibição reversível – maior quantidade de neurotransmissores na fenda altera a sensibilidade dos receptores. ADTs bloqueiam receptores muscarínicos, H1 e α1 também, o que gera efeitos adversos. Os ADCs são inibidores reversíveis das proteínas de recaptação da serotonina e noradrenalina. Também têm a capacidade de bloquear receptores muscarínicos, histaminérgicos e α-adrenérgicos. Podem ser utilizados para o tratamento da depressão, transtorno do pânico (TOC, ansiedade, síndrome do pânico), tratamento de dor crônica (amitriptilina tem ação analgésica), tratamento de fibromialgia, causa distúrbios no sono (amitriptilina pode ser usada para causar sonololência/sedação), tratamento da enurese (imipramina controla reflexo da micção). Volume aparente de distribuição = dose/concentração no plasma (baixa devido à ligação com proteínas plasmáticas. Efeitos Adversos Ação anti-muscarinica – retenção urinária, boca seca, obstipação, visão turva, confusão mental. Bloqueio de receptores histaminérgicos pode causar sonolência e ganho de peso. Bloqueio dos receptores α1 pode causar hipotensão arterial. Podem reduzir o limiar convulsivo Pode causar arritmias cardíacas Inibidores da MAO Representantes: Nome farmacológico Nome comercial Tranilcipromina Parnate Maclobenida Aurorix Características Inibidores reversíveis da MAO isoforma A. A isoforma A da enzima MAO é a principal responsável pela metabolização da noradrenalina e serotonina. A inibição reversível ou irreversível desta forma aumenta a concentração destes mediadores nas terminações nervosas e consequentemente uma maior quantidade destes mediadores pode ser liberada para as sinapses. Estes fármacos podem ser utilizados em pacientes com depressão que não respondam ao tratamento com outros antidepressivos ou que apresentem depressão atípica (hiperfagia e hipersonolência). Os inibidores irreversíveis podem interagir com alimentos ricos em tiramina e com alguns medicamentos, de tal forma que a sua utilização pode desencadear uma crise hipertensiva (crise do queijo e vinho) – o amino ácido tiramina está presente em vários alimentos, queijos, vinhos, embutidos etc., é um simpatomimético de ação indireta da noradrenalina, pode causar elevação da P.A., ao inibir a MAO a pressão arterial aumenta muito. Quem toma tranilcipromina deve fazer dieta especial. Tiramina é metabolizada pela MAO e chega em pouca quantidade ao receptor noradrenérgico indiretamente. Tiramina estimula a liberação de noradrenalina, ao inibir a MAO isoforma A, a quantidade de tiramina absorvida começa a aumentar e a induzir a liberação de noradrenalina elevando a P.A. o que gera risco de infarto ou AVC. Com a maclobemida reduz o risco de crise hipertensiva – a maior concentração de tiramina em relação ao fármaco desloca o fármaco e é metabolizada pela MAO. O uso da tramilcipromina produz maior risco para o desenvolvimento da crise hipertensiva, uma vez que produz uma inibição “irreversível” da enzima MAO, que também está presente no trato digestório e que é responsável pelo metabolismo da tiramina presente na alimentação (simpatomimético de ação indireta). A moclobemida devido à sua reversibilidade tem menor risco para produzir crise hipertensiva quando administrada com alimentos ricos em tiramina (a tiramina da alimentação pode descolar a moclobemida que está ligada com a enzima MAO no tato digestório). Efeitos Adversos da IMAO Sonolência, boca seca, ganho de peso, agitação, cefaleia, distúrbios sexuais, alucinação, hipotensão. Inibidores seletivos da recaptação da serotonina Representantes: Nome Farmacológico Nome Comercial Fluoxetina Prozac Fluvoxamina Luvox Sertralina Zoloft Citalopran Cipramil Escitalopran Lexano Paroxetina Aropax Características Farmacológicas Administração oral Rápida absorção pelo TGI Biodisponibilidade superior a 50% (Paroxetina 50%) Metabolismo hepático / Inibidor de isoformas de CYP. Metabólitos com atividade farmacológica (exeto citalopran/Paroxetina) Eliminação renal principalmente ISRS podem ser utilizados em outras condições clínicas Escitalopran é a forma ativa do citalopran (mistura racêmica) Ação sobre o corpo celular do neurônio serotoninérgico também pode ocorrer. As proteínas de recaptação podem estar no corpo celular ou no terminal nervoso. No corpo celular de um indivíduo depressivo aumenta a quantidade de receptores, são receptores inibitórios, reduzindo a produção e bileração de serotonina no terminal nervoso. No corpo celular a ação inibitória aumenta a quantidade de serotonina causada pelo uso do fármaco e os receptores se adaptam novamente – reduzindo número de receptores inibitórios, reduzindo o feedback negativo provendo maior liberação de serotonina. Inibir recaptação no terminal também aumenta a concentração de serotonina. Nenhum ISRS é igual ao outro, gerando efeitos adversos distintos, só a capacidade de inibir a recaptação é semelhante. Diferenças entre os ISRS Fluoxetina Exerce efeito inibitório sobre a receptação de noradrenalina Tem ação agonista sobre receptores 5HT2C É um inibidor da enzima CYP2D6 e 3A4 Paroxetina Inibidor da recaptação de noradrenalina Antagonista de receptores muscarínicos Inibe a enzima CY2D6 e óxido nítrico sintase Sertralina Inibidor da recaptação de noradrenalina Ação sobre receptores sigma (receptor de opiódes) Citaloprna/Escitalopran Somente ISRS Fluvoxamina Inibidor das enzimas CYP1A2 E 3A4 Indicaçãoes terapêuticas Depressão Distimia – mesmos sintomas da depressão, porém mais baixas, podem passar despercebidos. Tratamento do TOC Tratamento do transtorno de estresse pós-traumático. Tratamento da bulimia (fluoxetina) Efeitos Adversos Distúrbios sexuais – retardo da ejaculação, redução da libido, redução do orgasmo. Náuseas e diarreia Insônia Apatia Síndrome parkinsoniana - Ocorrem devido ao excesso de serotonina, que está presente em outros tecidos, os efeitos podem desaparecer pela adaptação dos receptores. ISRN – Inibidores seletivos da recaptação da noradrenalina Representantes: Reboxetina-Prolft Quando o paciente não responde ao aumento da serotonina, acredita-se que pode ser fala de noradrenalina. Sibutramina, venlafaxina, duoxetina – inibidores da proteína de recaptação de serotonina e noradrenalina – medicamentos melhorados – não bloqueiam outros receptores – ATCs melhorados – reduz efeito adverso. Reboxetina Administração oral (rápida absorção com pico de concentração plasmática em aproximadamente duas horas). Elevada ligação com proteínas plasmáticas. Elevada biodisponibilidade (+ de 80%) Via de metabolismo – através de enzima CYP3A4. A eliminação é principalmente pela via renal e um pequeno percentual do fármaco é eliminado na sua forma inalterada. Mecanismo de ação Inibidor seletivo da recaptação de noradrenalina e também tem a capacidade de inibir fracamente as atividades da serotonina e dopamina. Não tem afinidade significativa sobre receptores colinérgicos, adrenérgicos, histaminérgicos. Apresenta menos efeitos colaterais e maior segurança em comparação com os ATCs. O aumento da concentração sináptica de noradrenalina promove dois efeitos: diminuição da sensibilidade ou da quantidade de receptores α2 (pré-sináptico) e o aumento da sensibilidade ou do número de receptores α1 (pós-sináptico) - Receptor α2 gera feedback negativo - Receptor α1 gera ação ao interagir com o neurotransmissor. Efeitos adversos Insônia Tontura Taquicardia Redução do apetite Hipotensão Acatsia Obstipação Hiper-hidrose IRND - Inibidores da recaptação de noradrenalina e dopamina Representante: Bupropiona – Zyban Características Fatmacológicas Pode ser usado para cessar tabagismo. Administração oral. A presença de alimentos pode facilitar o processo de absorção do fármaco. A buproiona pode ser metabolizada em um metabólito que pode apresentar maior atividade que o composto original denominado hidroxibuproiona. Os dois apresentam elevada ligação com proteínas plasmáticas (aproximadamente 80%) A bupropina e seu metabólito ativo são inibidores competitivos da CYP2D6 (inibidores fracos) A maior parte do fármaco é eliminada através da urina e aproximadamente 10% das fezes. Mecanismo de ação Inibidor simultâneo e seletivo da recaptação da noradrenalina e dopamina. Pode inibir fracamente a proteína de receptação da serotonina. Não possui atividade significativa sobre a enzima MAO. Pode ser utilizado no tratamento de pacientes que querem parar de fumar (mecanismo desconhecido). Efeitos adversos Insônia Cefaléia Boca seca Náuseas e vômitos Redução do limiar convulsivo Pode causar má formação congênita Pode ser encontrado no leite materno – risco de intoxicação durante a amamentação Inibidores da recaptação de noradrenalina e serotonina Representantes Nome Farmacológico Nome Comercial Duloxetina Cymbalta Venlafaxina Efexor Sibutramina Reductil Mecanismo de ação Inibição de proteínas de recaptação de SE/NE Menor potencial para inibir receptores colinérgicos/adrenérgicos/muscarínicos Ventafaxina (TAG)/Duloxetina (Neuropatia) Sibutramina (Perda de peso) Mecanismo semelhante aos ADTs Não exercem atividades em outros receptores, diferente dos ADT (receptor α1, H1, M) Classe mais recente, podem ser usados para outros distúrbios Droga de primeira escolha – Ex: venlafaxima – para transtorno da ansiedade generalizada – excesso de ansiedade e preocupação sem um fator desencadeador, dura de meses a anos. Duloxetina é utilizada para depressão e pode ser utilizada para o tratamento de dor crônica (fibromialgia, dor neuropática do diabetes, dor causada pele herpes) Sibutramina causa perda de peso (pode causar hipertensão e demora mais para gerar efeito que as anfetaminas) – foi mais utilizada quando as anfetaminas foram proibidas. Efeitos Adversos Velafaxina – Náuseas/ obstipação/ boca seca/ anorexia/ sudorese Sibutramina – Náusea/ anorexia/ cefaleia/ taquicardia/ tontura/ hipertensão Duloxetina - boca seca/ náusea/ tontura/ dor abdominal/ retardo da ejaculação ANASE – Antagnista noradrenérgico e serotoninérgico Representantes: Mirtazapina – Remeron Mecanismo de ação Antagonista sobre receptores α2 adrenérgicos presentes nos terminais nervosos adrenérgicos e serotoninérgicos Antagonista de receptores serotoninérgicos: 5HT2A – 5HT2C – 5HT3 Aumentam a atividade da serotonina sobre os receptores 5HT1A. Mirzapina bloqueia apenas receptor α2 ANASE não interferem em proteínas de transporte Serotonina controla a liberação de dopamina Noradrenalina controla a liberação de serotonina Receptor α2 – reconhece a noradrenalina e está presente no receptor serotoninérgico e noradrenérgico Receptor α2 gera feedback negativo – reduz a liberação de neurotransmissor – serotonina no serotoninérgico, noradrenalina no noradrenérgico ANASE bloqueia receptor α2 no receptor noradrenérgico bloqueando a liberação de noradrenalina e α2 no serotoninérgico aumenta a liberação de serotonina Receptor α1 estimula a liberação de serotonina – único local restante para a interação da noradrenalina restante. Mirtazapina é seletivo, bloqueia 5HT2 e 5HT3, direcionando a ação para o receptor 5HT1A, que é o mais efetivo. Efeitos adversos Ganho de peso – pode estar relacionado ao bloqueio do receptor 5HT2C – causa aumento do apetite. Sonolência Agitação Cefaleia Tremor Tontura Boca seca Náuseas, vômitos, diarreia ISIR – Antagonista serotoninérgico e inibidor da recaptação Representantes Nome farmacológico Nome comercial Trazodona Donaren Nefazodona Serzone Mecanismo de ação Bloqueia subtipos de receptor de serotonina. Bloqueia proteína de recaptaçao – aumenta a quantidade de serotonina na fenda que se direciona para 5HT1A. Algumas pessoas não respondem a nenhum tipo de tratamento medicamentoso ou psicoterapia, devese ealizar terapia com choques elétricos – aumenta a formação de BDNF no SNC – estimula a formação de sinapses, crescimento de células nervosas e reduz a apoptose. Efeitos Adversos Sonolência Cefaleia Tontura Agitação Boca seca e náuseas Alteração da ejaculação Alteração do paladar Sudorese Priapismo (trazodona) *Síndrome serotoninérgica Serotonina em excesso é ruim Geralmente ocorre com o uso de mais de um medicamento A síndrome serotoninérgica é um distúrbio que pode ocorrer com o uso combinado de antidepressivos que apresentem mecanismo de ação distintos –ISRS e IMAO Os principais sintomas são: quadros alucinatórios, agitação, elevação da temperatura corporal, alterações intestinais e taquicardia. Tratamento farmacológico dos transtornos de ansiedade A ansiedade é uma resposta normal do organismo que ocorre em situações de perigo ou estresse A ansiedade passa a ser considerada como doença quando ocorre na ausência de eventos estressores Os principais transtornos da ansiedade são: Transtorno da ansiedade generalizada, transtorno do pânico, transtorno da fobia social, TOC, transtorno do estresse pós-traumático. Características dos principais transtornos ansiosos TAG Caracteriza-se pela presença de ansiedade ou preocupação exagerada, que ocorre sem que haja uma situação ou evento desencadeante. Está presente na maioria dos dias e ocorre a meses ou anos Os principais sintomas são: taquicardia, inquietação, irritabilidade, dificuldade de concentração e memorização, insônia, sudorese e dores musculares. Transtorno do pânico Característica principal é o ataque de pânico, que ocorre de forma súbita e tem curta duração (de 10 a 20 minutos). É acompanhado de vários sintomas, como: sensação de sufocamento, perda de controle, sensação de loucura ou de morte eminente, taquicardia, tremor, sudorese. Com o passar do tempo, os ataques de pânico podem ocorrer em determinadas situações e podem ser acompanhados de agorafobia (o paciente passa a evitar determinados locais ou situações afim de evitar um ataque de pânico. Ex: avião, elevador, ficar sozinho ou em grupo. Transtorno da fobia social A ansiedade é desencadeada em situações onde o individua se sente observado por outras pessoas. Não ocorre na forma de ataque, tem fator determinante e desaparece quando o indivíduo não se sente mais observado. Os principais sintomas são: sensação de branco, rubor, taquicardia, tremor, sudorese, sensação de desmaio, boca seca. Tem início precoce e tende a piorar na vida adulta. TOC Observações, pensamentos, imagens ou impulsos percebidos pelo paciente, intrusivos e repetitivos, que causam grande ansiedade. Compulsões, atos ou comportamentos repetitivos de natureza variada executados para evitar o elevado grau de ansiedade. As principais compulsões são relacionadas com limpeza, verificação e contágio. Transtorno do estresse pós-traumático É um problema de saúde mental que pode ocorrer em alguns indivíduos após eventos traumatizantes, tais como: estupro, sequestro e conflitos bélicos. Geralmente pessoas submetidas a estes eventos apresentam memórias perturbadoras que podem causae vários sintomas, como: dificuldade em dormir, insegurança, medo, ansiedade. No estresse do transtorno pós-traumático os sintomas de angústia e estresse não melhoram mesmo após meses ou anos, inclusive podem piorar e comprometer o relacionamento pessoal e profissional. Sinais físicos e emocionais podem estar presentes mesmo quando a pessoa não está em perigo. Tratamento Farmacológico Antidepressivos são mais eficientes que os benzodiazepínicos TAG Primeira linha Segunda linha Terceira linha Venlafaxina Paroxetina Benzodiazepínicos Crtralina Transtorno no pânico Primeira linha Segunda linha Terceira linha Venlafaxina Tricíclicos: Benzodiazepínicos Sertralina Imipramina Paroxetina Clomipramina Transtorno da fobia social Primeira linha Segunda linha Terceira linha Paroxetina Benzodiazepínicos IRMA Venlafaxina TOC Primeira linha Segunda linha Terceira linha Sertralina Associação de ISRS + antipsocóticos Paroxetina Fluoxetina Fluoxamina Clomipramina Transtorno do estresse pós-traumático Primeira linha Segunda linha Terceira linha Antidepressivos tricíclicos Benxzodiazepínicos ISRS Benzodiazepínicos Fármaco Nome comercial Metabólito Tempo de ação Midazolan Dormid - Curto Triclozan Halcion - Curto Alprazolan Frorital + Intermediário Lorazepan Lorax - Intermediário Clordiazepóxido Menotensil + Longo Clorazepato Tranxilene + Longo Clonazepan Rivotril + Longo Diazepan Valium + Longo Flurazepan Dalmadorn + Longo Flunitrazepan Rohypnol + longo Os de ação curta são melhores para insônia, os de ação longa podem causar sonolência diurna. São substâncias químicas que atuam como depressores do SNC e que apresentam as seguintes atividades terapêuticas: ansiolíticos, anticonvulsivantes (status epiléticos – mais grave e mais longo deve ter tratamento hospitalar – diazepan), ação miorelaxante, anestésico (madazolan – endoscopia, colonoscopia), ação aminética. Pode ser utilizado como pré-anestésico (reduz a ansiedade). Hipnótico, sedativo. Mecanismo de ação Canal de cloreto é formado por subunidades e vários receptores (álcool, barbitúricos, benzodiazepínicos e hormônios sexuais) mediador GABA abre canal de cloreto e hiperpolariza a célula, reduzindo o potencial de ação. Mediadores potencializam a ação de GABA. Bloqueadores de canal de benzodiazepínicos são usados para intoxicação por benzodiazepínicos, uso hospitalar. Os benzodiazepínicos potencializam a ação de GABA – principal neurotransmissor inibitório do SNC. Os benzodiazepínicos interagem com receptores próprios no canal de cloreto – receptores ômega, que estão presentes nos subtipos 1 e 2. Os benzodiazepínicos ao se ligarem aos receptores ômega facilitam e melhoram a interação entre o GABA e o receptor gabaérgico. Lanexat – flumazenil: é um antagonista dos receptores ômega utilizado no tratamento das intoxicações causadas pelo uso de benzodiazepínicos. Efeitos Adversos Sonolência rebote Redução dos reflexos Ansiedade paradoxal Tontura e risco de queda Indivíduos idosos são mais sensíveis aos efeitos dos benzodiazepínicos Clorazepato – para drogas. Não benzodiazepínicos Representantes Zolpiden – stilnox Zopiclone – imavane Zaleplon – sonata Não são utilizados para o tratamento de transtornos ansiosos São uteis no tratamento de insônia Zolpiden e o zaleplon são agonistas seletivos dos receptores ômega 1 e o zolpiclone é agonista não seletivo. Zolpiden e zaleplon são fármacos que têm ação de curta duração, sendo utilizados em pacientes que têm dificuldade de iniciar o sono. Zolpiclone tem ação mais prolongada para quem acorda durante o sono (reduz o número e a duração dos despertares, permitindo que haja um aumento do tempo total de sono) Efeitos adversos: sonolência, fadiga e irritabilidade Azapironas Buspirona (buspar) Agente ansiolítico que exerce sua atividade farmacológica como agonista parcial dos receptores serotoninérgicos 5HT1A. Principais vantagens em relação aos benzodiazepínicos: menor risco de causar dependência, menor risco de interação com bebidas alcoólicas, não tem atividade miorelaxante ou anticonvulsivante. Apresenta latência para efeitos ansiolíticos (2 a 4 semanas) Cloridina (atensina)/ beta bloqueadores (propranolol) Uteis apenas para tratamento dos sintomas da ansiedade mediadas pela atividade simpática. Reduzem a descarga simpática cloridina – simpatolítico de ação central/ beta bloqueador antagonista de receptor beta periférico. Reduz taquicardia, sudorese, midríase, tremor (aspectos psíquicos da ansiedade permanecem) Analgésicos opióides Subustâncias que têm a propriedade de reduzir ou abolir a dor de intensidade moderada a intensa. Constituída por substâncias endógenas e exógenas. Benzodiazepínicos para casos agudos não é eficiente devido ao período de latência Buspirona causa menos dependência e menor potencial de interação Benzodiazepínicos pode interagir com álcool e outras substâncias Benzodiazepínico é miorelaxante Pode se tratar a ansiedade de forma paliativa – reduzindo os sintomas com simpatolíticos (apenas sintomas somáticos, não psíquicos) Analgésicos opióides para o tratamento da dor, apenas analgésicos AINE – analgésico, antitérmico e anti-inflamatório. Analgésicos endógenos são produzidos no SNC – têm ação curta A dor é transmitida pela via ascendente (detecta sinais dolorosos) e descendente (tenta impedir que o estímulo da dor chegue ao SNC) Receptores ascendentes – auto limiar – só são estimulados quando a dor atinge o limiar suficiente para causar lesão, caso contrário não gera potencial de ação que se propaga e faz sinapse na porção dorsal da medula espinhal onde um neurônio leva o estimulo ao córtex cerebral onde será gerado o sinal doloroso. Tálamo é zona de retransmissão do periférico para o SNC Opióides impedem a transmissão A via descendente manda informações para impedir a propagação do estímulo doloroso Morfina estimula a via descendente e impede o estímulo doloroso na via ascendente. Peptídeos opióides Substâncias químicas endógenas presentes principalmente no SNC e no trato digestório. Os principais peptídeos opióides são: endorfinas, encefalinas e dinorfinas. Estes peptídeos são produzidos a partir de precursores. POMC – pró ópio melano colina: B endorfina/ ACHTH/ MSH Pré pró encefalina: leu encefalina/ met encefalina Pré pró dinorfina: dinorfina A/ dinorfina B/ neoendorfina A/ neoendorfina B Estes peptídeos interagem com receptores próprios classificados em: μ1, μ2, δ1, δ2, Ϗ1, Ϗ2, Ϗ3. MU – analgesia espinhal e supra espinhal/ sedação/ depressão respiratória/ redução da motilidade gastrointestinal DELA - analgesia espinhal e supra espinhal/ modulação da liberação de neurotransmissores. KAPPA - analgesia espinhal e supra espinhal/ redução da motilidade do trato gastrointestinal. Receptores mecânicos têm fibras que atingem neurônios inibitórios do estimulo doloroso. Analgésicos Exógenos Representantes Morfina – dimorf Codeína – tilex Hidrocodona – restiva Meperidina – tolantina Sulfentanil – suefenta Noloxona – révia Oxicodona - oxycontin Classificação Química -Agonistas fortes: Fenantrenos: morfina/ hidromorfona/ heroína Fenileptilaminas: metadona Fenilpiperidinas: meperidina/ alfentanil/ fentanil/ sulfentanil/ remifentanil -Agonistas fracos a moderados: Fenantrenos: codeína/ oxicodona/ hidrocodona (vicodin) Fenileptilaminas: propoxifeno Fenilpiperidinas: difenoxilato/ loperamida -Agonistas mistos: Nalbufina/ buprenorfina/ pentazicina -Antagosnistas opióides Naloxona/ Naltrexona Mecanismo de ação via ascendente Mediadores responsáveis pela transmissão – glutamato e substância P Receptores opióides pré e pós-sinápticos Quando o canal de cálcio se abre gera um sinal para a fusão das vesículas e liberação do mediador químico Receptores mu, delta e kappa são acoplados à proteína G inibitória, reduzem a produção de AMPc, reduzindo a abertura de canal de cálcio, reduzindo a liberação de mediadores químicos. Ativação do receptor mu pós-sináptico aumenta a abertura de canais de potássio – perda de carga positiva gera um potencial negativo no neurônio (hiperpolarização), reduzindo o potencial de ação. Peptídeos opióides têm o mesmo mecanismo com menor duração A morfina e seus análogos atuando sobre receptores pré-sinápticos reduzem o influxo de cálcio através de canais voltagem dependente. Na membrana pós-sináptica a ativação dos receptores opioides promove a abertura de canais de potássio, que por sua vez permite o efluxo do íon, gerando um estado de hiperpolarização da célula nervosa. Via descendente da dor A morfina e seus análogos também têm ação analgésica mediada por sua atividade sobre a via descendente da dor (analgesia supra espinhal) Nesta via a morfina e seus análogos diminuem a atividade dos neurônios inibitórios que estão presentes na substância cinzenta paraquedutal. Os neurônios da substância cinzenta podem ativar neurônios serotoninérgicos que estão localizados em uma região do tronco encefálico denominado núcleo da rafe. Estes neurônios serotoninérgicos fazem sinapse no corno dorsal da medula interagindo direta ou indiretamente com os neurônios da via ascendente. A morfina e seus análogos inibem a atividade dos neurônios inibitórios gabaérgicos localizados na substância cinzenta paraquedial Ocorre aumento da atividade de neurônios da SCPA e dos neurônios serotoninérgicos do núcleo da rafe – os neurônios serotoninérgicos fazem sinapses com neurônios do corno dorsal e com neurônios encefalinérgicos. Serotonina e encefalinas reduzem a transmissão da via ascendente. Farmacologia dos analgésicos opióides Neurônio gabaérgico libera gaba que tem ação inibitória – ação de opióides – atua em receptor mu, gera hiperpolarização e reduz liberação de gaba – aumentando a atividade do neurônio da substância cinzenta, o núcleo da rafe libera serotonina que ativa neurônios encefalinérgicos que produzem encefalinas que se ligam em mu, kappa e delta reduzindo a liberação de neurotransmissores excitatórios, reduz potencial de ação na via ascendente. Morfina pode ser administrada via oral – porém há efeito de primeira passagem (ajuste da dose) Metabólitos são principalmente eliminados pela urina Meperidina em doses elevadas, uso crônico ou insuficiência renal pode acumular o metabólito normeperidina, que pode aumentar o risco de convulsões. Opioides de ação leve ou moderada dependem da enzima CYP2D6 para serem metabolizados (problema de polimorfismo genético) Os metabóitos da morfina e hidromorfona podem ter ação pró-convulsiva. Absorção Administração por via oral, parenteral e cutânea. Via oral sofre efeito de primeira passagem Ligação com proteínas plasmáticas variável Rápida distribuição para os tecidos Metabolismo Morfina/ hidromorfina: conjugação com ácido glicurônico Metabólitos ativos Morfina-3 glicuronídeo – neuro excitatório Morfina-6 glicuronídeo – analgésico Hidromorfona-6 glicuronídeo – neuro excitatório Heroína (diacetilmorfina) – hidrólise até morfina e posteriormente conjugação Meperidina – normeperidina (convulsões) Remifintanil – hidrólise Codeína/ oxicodona/ hidrocodona – metabolismo CYP2D6 – polimorfismo Alfentanil/ sufentanil/ fentanil – CYP3A4 Usos terapêuticos Analgesia Ações sedativas Ação antitussígena (codeína) – tosse onde não há necessidade de expectoração, pode inibir os neurônios do centro da tosse no SNC. Antidiarreico – difenoxilato/ loperamina (imogen) Efeitos Adversos Pode causar dependência física – síndrome de abstinência Depressão respiratória Disforia Convulsões Obstipação Sonolência Miose Bradicardia Náuseas e vômitos Tolerância – doses cada vez maiores para atingir o efeito desejado *Efeitos dos analgésicos opioides em que se observa o desenvolvimento de tolerância: Analgesia Sedação Depressão respiratória Náuseas e vômitos Euforia *Efeitos onde não se observa desenvolvimento de tolerância: Miose intensa Obstipação Convulsões Antagonistas opioides Noloxona e naltrexona são antagonistas puros dos receptores opióides, e são utilizados para reverter o quadro de depressão respiratória que pode ser causada pelos analgésicos opióides. Algumas horas após o bloqueio dos receptores opióides pode ocorrer o desenvolvimento da síndrome de abstinência A metadona é um analgésico opióide que pode ser utilizado no tratamento de pacientes que apresentam dependência por estes analgésicos. Esta substância tem a capacidade de produzir uma síndrome de abstinência de longa duração, mas cujos sintomas ocorrem de forma mais branda. Agonistas Mistos São substâncias que tem ações distintas para os diferentes receptores opioides. São utilizados para o tratamento da dor e exercem a sua ação farmacológica atuando como agonista dos receptores opióides do tipo kappa, mas que têm ação agonista parcial sobre os receptores mu. Estes fármacos podem produzir os mesmos efeitos adversos que os agonistas fortes ou moderados e da mesma forma interagir com outros depressores do SNC. *Medicamentos analgésicos não opióides Tramadol – tem ação agonista fraca sobre receptores mu e é um inibidor da recaptação de noradrenalina Gabapentina, pré-gabapentina e carbamazepina – têm a capacidade de bloquear a transmissão de potenciais de ação através das fibras nervosas da dor. Antidepressivos tricíclicos – aumentam a transmissão serotonérgica e aumentam a transmissão noradrenérgica – a noradrenalina também tem efeito inibitório sobre a transmissão da via ascendente da dor. Tratamento farmacológico das convulsões As epilepsias são os distúrbios neurológicos mais frequentes na população geral e se caracterizam por uma descarga anormal e excessiva das células nervosas. As crises epiléticas são a manifestação clínica resultante das descargas anormais. Tem como principais características as alterações de consciência, motoras, sensoriais e autonômicas que ocorrem de forma anormal, que tem início súbito, mas que têm geralmente curta duração. Convulsão parcial – ocorre em apenas uma região do SNC Região do córtex dos dois hemisférios – convulsão generalizada crise de ausência – perda de consciência de curta duração perceptível pelo eletrocardiograma, ocorre principalmente em crianças. Tônico crônica – mais frequente. Medicamento evita a crise. As crises de epilepsia podem ser classificadas em parciais (acomete uma área restrita do córtex cerebral e generalizada quando acomete todo o córtex cerebral). As epilepsias parciais podem ser divididas em: parcial simples – sem comprometimento de consciência, e parcial complexa – com comprometimento da consciência. O tratamento farmacológico das epilepsias tem como objetivo principal evitar as crises epiléticas. Tratamento Farmacológico Descarga anormal de um grupo de neurônios Fármacos podem atuar no neurônio reduzindo o potencial de ação Atuam em neurônios com descarga anormal: Fenitoína (hidantal) é o mais antigo, atua os neurônios com descarga anormal Carbamazepina também pode ser usada para o transtorno bipolar Fenitoína tem uso eventual para arritmias cardíacas Derivados da carbamazepina – oxicarbazepina (trileptal) Alguns podem bloquear a liberação de glutamato, não vende no Brasil. Podem atuar no terminal nervoso inibitório: fenobarbital, benzodiazepínicos – diazepam, clonazepam. Vigabatrina (sabin) – reforça o efeito do GABA Tiagabina – não existe no Brasil. Fármacos que potencializam a transmissão inibitória Fenobarbital Indutor enzimático Administração via oral e rapidamente pelo trato gastrointestinal A ligação com proteínas plasmáticas é de aproximadamente 55% Atravessa a BHE e a barreira placentária É metabolizado através das enzimas CYP e pode apresentar ação inibitória ou produzir indução das enzimas de metabolizadoras de fármacos Os metabólitos e uma pequena fração inalterada do fármaco são eliminados através da urina Mecanismo de ação Potencializam as ações inibitórias do GABA Ligam-se a sítios localizados nos canais de cloreto, cuja ocupação promove alterações conformacionais no receptor gabaérgico tipo A Efeitos Adversos Sonolência Alteração do metabolismo da vitamina D Acatsia Náuseas e vômitos Viabatrina/ Tiagabina Tiagabina inibe a proteína de recaptação do GABA – GAT1 Vigabatrina inibidor da atividade enzimática de metabolização do GABA – gabatransaminase Efeitos adversos e mecanismo de ação A vigabatrina é um inibidor irreversível da enzima GABAT, promove aumento na concentração de GABA que pode ser liberado nas fendas sinápticas. Pode ser utilizada isoladamente ou preferencialmente associada a outros fármacos, os principais efeitos adversos são: ganho de peso, fadiga, sonolência, alterações cognitivas (redução da capacidade de atenção e memorização), redução ou comprometimento do campo visual, depressão ou psicose. A tiagabina é um inibidor das proteínas de recaptação do GABA – GAT1 Fármacos que atuam nos neurônios com atividade anormal Para gerar potencial de ação os canais de sódio têm que se abrir O sódio entra por gradiente de concentração e elétrico O canal fica fechado no potencial de membrana O portão mais externo do canal fica fechado no potencial de membrana e o mais interno fica aberto Na despolarização abrem-se ambos os portões – fase ascendente do gráfico O portão interno se fecha e há saída de potássio – redução do potencial de ação A medida que a célula se repolariza o portão interno se fecha e o externo se abre Anestésico bloqueia todos os canais de sódio – deprime o SNC Fármacos para epilepsia atuam em neurônios com ação anormal (abertura e fechamento acelerado do canal –gera afinidade do fármaco na porção interna do canal, o que gera obstrução na porção interna do canal, fazendo a descarga diminuir Fármacos frequência dependentes Os canais de sódio voltagem dependentes apresentam em sua estrutura regiões que funcionam como portões, um externo e outro interno Durante o potencial de membrana o portão externo está fechado e o interno aberto Durante a despolarização o portão externo se abre e o interno permanece aberto favorecendo o influxo rápido de sódio para o interior da célula O fechamento do canal de sódio depende do portão interno Durante a repolarização o portão externo se fecha e o interno volta a se abrir Os principais anticonvulsivantes atuam ligando-se aos canais de sódio voltagem dependentes de neurônios que apresentam descargas anormais e de elevada frequência, sem ocluir de forma significativa os canais de sódio de neurônios com atividade normal. Estes fármacos ligam-se nos portões internos dos canais de sódio VD – ligação dependente de uso Fenitoína Administração oral Absorção variável (formulação farmacêutica) Parenteral (intramuscular) – absorção irregular e imprevisível mais precipitação Via intramuscular – fosfenitoína (pró-fármaco) – facilita absorção e melhora biodisponibilidade Elevada interação com proteínas plasmáticas Doses baixas – cinética de primeira ordem Doses elevadas – cinética de ordem zero Ajuste gradual da dose Metabólitos inativos – excreção renal/ indução enzimática Aumento da dosagem gera aumento do metabolismo – cinética de primeira ordem – não produz efeito tóxico no aumento da dose Enzimas de metabolização se tornam suturadas – redução do metabolismo – cinética de ordem zero Deve-se aumentar a dose aos poucos em pequenas quantidades Efeito Adverso Hirsutísmo Hiperplasia gengival Atacsia Diplopia – visão dupla Alterações das feições Carbamazepina Indutor enzimático A carbamazepina é um fármaco que pode ser utilizado como anticonvulsivante, no tratamento do transtorno bipolar e de dores neuropáticas A carbamazepina produz metabólito ativo, que é posteriormente inativado e eliminado principalmente na urina Ligação com proteínas plasmáticas: 70% Metabolismo Carbamazepina 10,11 hidroxi-carbamazepina (ativo) 10,11 diidróxi-carbamazeoina conjugação eliminação Carbamazepina promove indução enzimática (aumenta o metabolismo do próprio fármaco) – Ex: meia vida de 36 horas no início do tratamento/ 2 a 4 semanas após – meia vida de 8 horas Efeitos Adversos Distúrbios do trato gastrointestinal: náuseas e vômitos Diplopia Discrasia sanguínea: anemia – série vermelha, agranulocitose – série branca Evitar uso durante a gravidez, feitoína também deve ser evitada – risco de efeito teratogênico, aumenta com o uso associado de anticonvulsivantes, especialmente carbamazepina Oxcarbazepina (frileptal) Mesmo mecanismo de ação da carbamazepina Menor potência em relação à carbamazepina, a dose deve ser maior Menor capacidade de produzir indução enzimática e interações relacionadas ao metabolismo de fármacos Efeitos Adversos Fadiga – cefaleia – diplopia – tontura – tremor – atacsia – alterações de memória – depressão – apatia – obstipação Lamotrigina (lamictal) Administração oral, rápida absorção e praticamente completa, efeito de primeira passagem insignificante O pico de concentração máxima do fármaco ocorre entre 1 hora e 2 horas e meia, a presença de alimentos não afeta de forma importante a quantidade do fármaco absorvido A ligação com proteínas plasmáticas é de 55% Sua metabolização ocorre por mecanismo de conjugação O glutamato interage com 4 tipos receptor Receptor NMDA é o principal a ter sua atividade reduzida para evitar efeito excitatório Lamotrigina também bloqueia canais de sódio voltagem dependente de neurônios que apresentam elevada frequência de disparo (uso dependente) Este fármaco tem a capacidade de reduzir a liberação de glutamato pelos terminais nervosos glutamaérgicos Efeito Adverso Cefaleia – sonolência – atacsia – tontura – diplopia – visão turva – fadiga – tremor – irritabilidade Topiramato (Topamax) Administração oral, rápida absorção e a extensão ou magnitude de absorção não é significantemente alterada com a presença de alimento Baixa ligação com proteínas plasmáticas E seu potencial de interação por deslocamento de sítios de ligação é baixo O topiramato sofre pouco metabolismo, no entanto a sua metabolização pode aumentar em pacientes que utilizam indutores enzimáticos O topiramato inalterado e seus metabólitos são eliminados principalmente através da urina. O topiramato aumenta o efeito inibitório potencializando a ação do GABA O topiramato também é um bloqueador de canais de sódio e também apresenta a capacidade de potencializar a ação da neurotransmissão inibitória mediada pelo GABA, aumenta a interação do neurotransmissor com o seu receptor Efeito Adverso Tontura – sonolência – atacsia – diplopia – anorexia – alteração de humor – confusão metal – dificuldade de memorização, concentração e atenção Associação reduz o risco de efeito adverso Ácido valpóico/ Valproato de sódio (Depakone/Depakote) Pode ser administrado via oral, absorção ocorre de maneira relativamente rápida, embora a absorção do íon valproato possa variar com a formulação administrada (líquida/sólida) A presença de alimentos pode alterar a taxa de absorção do valproato de sódio A ligação do valproato com proteínas plasmáticas é maior que 80%, e é totalmente metabolizado pelas enzimas hepáticas. O ácido valpróico dissocia-se do íon valproato na luz do TGI O mecanismo de ação não é totalmente conhecido, mas parece envolver os seguintes mecanismos: Aumento da síntese de GABA Redução do metabolismo pela trans-aminase Bloqueio de canais de Ca++ do tipo T Redução do processo de receptação do GABA pelos terminais gabaérgicos Indicações terapêuticas Monoterapia ou em associaão em pacientes com crise parcial complexa Também pode ser utilizado nos tratamentos das crises de ausência Reações Adversas Dor de cabeça – sonolência – risco de efeito hepatotóxico – visão embaçada – cólica abdominal – náuseas – tremor – tontura – perda de peso – diplopia – anorexia – diarreia – trombocitopenia (redução do número de plaquetas) Etossuximida (etoxin) Para crise de ausência É um fármaco utilizado apenas para o tratamento da epilepsia de pequeno mal Administração oral, com absorção praticamente completa O fármaco é metabolizado o tecido hepático – CYPA4 Sua ligação com proteínas plasmáticas é insignificante E a principal rota de eliminação para o fármaco metabolizado e inalterado é através da urina Mecanismo de Ação Bloqueador dos canais de cálcio tipo T Estes canais estão presentes em neurônios localizados no tálamo. Nas crises de ausência a atividade destes neurônios está aumentada Efeitos Adversos Náuseas – vômitos – diarreia – dor abdominal – anorexia – atacsia – tontura – sonolência – cefaleia Ocasionalmente pode ocorrer depressão, agressividade, anemia, euforia e discrasia sanguínea Outros fármacos com atividade anti-convulsionante Gabapentina – para dor Levetiracetan - para pós AVC e demência senil Primidona – quando metabolizado se torna fenobarbital Tratamento Farmacológico de Hipertensão Arterial Classes de anti-hipertensivos: IECAS ARAS – Bloqueadores de receptores de angiotensina IDR – Inibidores diretos da renina BCC/ACC – Bloqueadores de canais de cálcio Simpatolíticos de ação central Simpatolíticos de ação periférica: Antagonistas alfa-adrenérgicos / Antagonistas beta-adrenérgicos Vasodilatadores de ação direta Inibidores de vaso peptidases Diuréticos Um dos fármacos de primeira escolha para o tratamento da hipertensão arterial (90% causa desconhecida, 5-10% causa secundária Eficácia e baixo custo Para o tratamento da hipertensão arterial: Diuréticos de alça (hipertensão + insuficiência renal) / Diuréticos tiazídicos (mais usados) Mecanismo de ação para a redução da pressão arterial: Eliminação de eletrólitos e água – redução da volemia, do débito cardíaco e da pressão arterial. Efeito crônico – redução da resistência vascular periférica Primeira escolha para o tratamento da hipertensão arterial, são eficientes e baratos Os diuréticos tiazídicos são normalmente a primeira escolha, podem ser usados para fazer associações também Os diuréticos de alça são utilizados quando há insuficiência renal As doses geralmente são baixas Inibidores da anidrase carbônica são considerados mais fracos, assim como os poupadores de potássio, também podem estar em associação com outros Maioria dos casos são de hipertensão primária sem causa conhecida A hipertensão secundária é causada por síndrome de cushing (excesso de cortisol), hiperaldosteronismo, feocromocitoma – deve-se tratar a causa nesses casos Diuréticos aumentam a eliminação de eletrólitos e água – PA=DC.RPT=100 Diuréticos também causam vasodilatação, reduzem a RPT Classificação Diuréticos inibidores da anidrase carbônica – atuam no túbulo proximal Diuréticos tiazídicos – atuam no túbulo distal, mais utilizados para hipertensão Diuréticos de alça – atuam no seguimento espesso da alça de Henle Diuréticos poupadores de potássio – atuam no túbulo coletor Diuréticos Inibidores da Anidrase Carbônica Local de ação – túbulo proximal Usos terapêuticos – diurético fraco, pode ser usado no tratamento do glaucoma, reduz a pressão ocular(redução da pressão do humor aquoso), promove a alcalinização (devido à diurese de bicarbonato), podem reduzir as crises convulsivas Representante: Acetazolamida (Diamox) Inibição da anidrase carbônica intracelular e extracelular Inibição da enzima reduz a troca de Na+/H+ e reduzindo sua reabsorção e de HCO3- Anidrase carbônica está inserida na superfície da célula tubular Anidrase carbônica converte CO2 em bicarbonato ou o dissocia Promve redução da reabsorção de eletrólitos O hidrogênio trocado na bomba sódio/hidrogênio reage com o ácido carônico Bloqueando a Anidrase carbônica, deixa de haver hidrogênio para a bomba Na+/H+, gera maior perda de Na+ e bicarbonato na urina e, consequentemente, água Diuréticos de Alça Representantes Furosemida – Lasix Bumetanida - Buinax Piperanida – Arelix Uso Terapêutico Doenças que produzem edema – insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência renal, doenças hepáticas Doença renal mais hipertensão Diuréticos mais potentes e efetivos para a eliminação de líquidos Usados para doenças formadoras de edema Furosemida é o mais utilizado, mais antigo e mais barato Mecanismo de Ação Na alça de Henle há uma proteína co-transportadora de Na+/K+/Cl-, que saem por canais e bombas na reabsorção Há uma diferença de potencial entre a luz do interstício causada pelo magnésio e pelo cálcio que se deslocam por gradiente entre as células epiteliais (junção oclusiva) permeável a água e eletrólitos Diuréticos de alça inibem a proteína de transporte de Na+/K+/Cl- o que causa também a redução da reabsorção de magnésio, de cálcio e água Características Farmacológicas Inicio de duração: Furosemida, Bumetanida, Piperanida - de 30 a 60 minutos Duração de ação: Furosemida e Piperanida – 1 a 2 horas / Bumetanida – 4 a 6 horas Biodisponibilidade: Furosemida – 50% / Bumetanida – 80% / Piperamida – menos de 80% Ligação com proteínas plasmáticas: maior que 90% Metabolismo: Furosemida e Piperamida– hepático, efeito mínimo / Bumetanida – hepático, maior parte Eliminação: Furosemida, Bumetanida – urinária / Piperamida – urinária e fecal Efeitos adversos Hipomagnesemia, hipocalemia, hipocalcemia, hiperglicemia, hiperuricemia Surdez (ototoxicidade) – no ouvido há uma proteína de formação de linfa, que em altas doses é bloqueada, risco aumenta em associação com aminoglicosídeos, como a neomicina, pode ser irreversível. Diuréticos Tiazídicos Representantes Hidroclorotiazida – clorana Clortalidona – Higroton Indapamida – Natrilix Características Inicio de ação lenta: em torno de 2 horas Duração de ação: Hidroclorotiazida – 6 a 12 horas / Clortalidona – 24 a 48 horas (uma vez ao dia, melhor aderência) / Indapamina – 36 horas Biodisponibilidade: Hidroclorotiazida – 50 a 80% / Clortalidona – 65% / Indapamina -100% Ligação com proteínas plasmáticas: Hidroclorotiazida - 60% / Clotalidona – não determinado / Indapamina – 71-79% Meatabolismo: Hidroclorotiazina – nenhum / Clortalidona, Indapamina – hepático Eliminação: Hidroclorotiazina, Clortalidona – renal / Indapamina – renal e fecal Mecanismo de Ação A inibição da proteína de transporte de Na+/Cl- reduz a reabsorção desses íons Menos eficiente que os demais, mas tem ação vasodilatadora Inibidores reversíveis de proteína de co-transporte de Na+/Cl- Estes diuréticos também podem estimular a reabsorção de Ca++ pelo túbulo distal Mais utilizados para hipertensão arterial, podendo ser utilizados em monoterapia ou combinados com outros anti-hipertensivos Efeitos Adversos Hipocalemia, hipercalcemia, hiperglicemia, hiperuricemia, alcalose e alterações do perfil lipídico Diuréticos competem com o ácido úrico pela proteína de secreção, o que dificulta a secreção de ácido úrico que é reabsorvido para compensar a perda de eletrólitos Diuréticos poupadores de potássio Representantes Amilorida (madureic) Triantereno (iguasina) Espironolactona (Aldactone) Características Início de ação: Amilorida, Triantereno: 2 horas/ Espironolactona: 1 hora Duração de ação: Amilorida – 24 horas/ Triantereno – 6 a 9 horas / Espironolactona – 24 a 72 horas Biodisponibilidade: Amilorida – 20 a 30% / Triantereno – mais de 80% / Espironolactona – variável Ligação com proteínas plasmáticas: Amilorida – 25% / Espironolactona – mais de 90% Metabolismo: Amilorida – nenhum / Espironolactona – hepático Eliminação: Amilorida, Triantereno – renal/ Espironolactona – renal e fecal Mecanismo de Ação Diuréticos fracos, que podem ser utilizados em associação com outros diuréticos com dois objetivos: Potencializar os efeitos diuréticos do outro agente diurético e compensar a perda de potássio produzida pelos outros diuréticos (alça e tiazídicos). Hipocalemia é perigoso quando há associação com uso de cardiotônicos, como digoxina, deve-se repor o potássio ou utilizar associação. Os diuréticos poupadores de potássio exercem sua atividade farmacológica através de dois mecanismos: Bloqueando canais de Na+ ou inibindo a ação do hormônio aldosterona. Poupadores de potássio podem reduzir a perda de potássio No túbulo coletor a reabsorção se dá por canais, à medida que o sódio é transportado ele é trocado pelo potássio
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