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RESENHA MAX WEBER

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1 
 
RESENHA 
 
Cohn, Gabriel (org.) Weber: Sociologia. Coleção Grandes Cientistas Sociais. São 
Paulo: Ática, 2003, 7ª edição. 
Moura, Juliana S. R1 
 
 
Gabriel Cohn nasceu em 1938. É um sociólogo brasileiro, especialista na 
obra de Max Weber. Graduou-se em Ciências Sociais pela Universidade de São 
Paulo-USP em 1964, tornou-se mestre em 1967, com a dissertação “A política do 
petróleo no Brasil: 1920-1954”, doutor em 1971, com a tese Cultura e comunicação 
de massa e livre-docente (1977), com a tese Crítica e resignação, sobre Max Weber. 
Livre-docência em Sociologia FFLCH/USP (1977); Professor Adjunto pela FFLCH/USP 
(1982); Professor Titular FFLCH/USP (1985). Professor emérito FFLCH/USP (2011). Foi 
presidente da Associação dos Sociólogos do Estado de São Paulo (1983-85); presidente da 
Sociedade Brasileira de Sociologia (1985-87), e presidente da ANPOCS (Associação 
Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (2005-2006). Foi diretor da 
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras/USP (2006-2008). Foi editor da revista Lua Nova 
do CEDEC (1991-2003). 
Cohn aposentou-se em 2008. É atualmente Professor Visitante na UNIFESP - 
Universidade Federal de São Paulo, na Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. 
Suas principais publicações foram: Petróleo e Nacionalismo (1968); comunicação e 
Industria Cultural (1971); Sociologia: para ler os clássicos (1971); sociologia da 
comunicação: teoria e ideologia (1973), Max Weber (1976); crítica e resignação: 
fundamentos da sociologia de Max Weber (1979) e Theodor W. Adorno (Verdenor 
Grand, ou simplesmente Theodor Adorno foi um filósofo, sociólogo, musicólogo e 
compositor alemão) (1986). 
Publicado em 2003, pela editora Ática em sua sétima edição, o livro 
Weber: Sociologia, do Sociólogo Gabriel Cohn traz em sua introdução abordagens 
acerca da linha analítica de Max Weber feitas por Cohn. Nesse contexto Cohn traz 
também na obra textos do próprio Weber selecionado e organizado por Cohn e 
traduzido ele e Amélia Cohn, sendo os textos: As causas sociais do declínio da 
 
 
2 
 
cultura antiga; O Estado nacional e a política econômica; A “objetividade" do 
conhecimento nas Ciências Sociais; os três tipos puros de dominação legítima; 
Religião e racionalidade econômica. 
Assim, ao introduzir a obra Cohn, aborda a biografia de Weber, seu modo 
de vida, onde traz fala do próprio Weber de que “Exagerar é a minha profissão. ” 
Fala a qual traduz o seu lado humano e sua obra, ou seja, as questões práticas do 
dia e sua postura teórica a qual vincula literatura sociológica à formulação de um 
conceito básico para a análise histórico-social: o “tipo ideal” (recurso metodológico 
para ensejar a orientação do cientista no interior da inesgotável variedade de 
fenômenos observáveis na vida social). 
 Cohn destaca que os textos de Weber selecionados, permitem uma visão 
panorâmica da produção de Weber, desde a sua primeira etapa até à sua 
maturidade intelectual. Como também a constatação da notável coerência da sua 
obra, na qual os temas e o modo de tratá-los vão ganhando forma ao longo dos 
anos, mas já estão claramente delineados nos seus primeiros trabalhos. No decorrer 
da sua introdução Cohn faz uma análise dos textos selecionados, o que possibilita o 
leitor a ter uma visão das contribuições de Weber antes de iniciar a leitura dos 
textos. 
Seguindo para os textos de Weber, o primeiro texto apresentado na obra 
é “As causas sociais do declínio da cultura antiga”, o qual tem como premissa 
central, buscar as causas sociais do declínio da cultura antiga. E Weber busca 
encontrá-las nos aspectos internos, basicamente nos aspectos sociais, que são as 
causas da queda do Império Romano. Considera-se que essas causas são 
encontradas nos aspectos sociais já que passam por transformações com o tempo 
originando em novos tipos de relações sociais, bem como a um novo tipo de 
organização político-econômica. Destaca-se entre os motivos do declínio o fim da 
tendência expansionista do império, fato que levou a pacificação interna e externa, 
levando a redução do fornecimento regular do mercado de escravos como material 
humano. 
Weber considera como consequência dessa pacificação uma grave crise 
de mão de obra e posterior impossibilidade de que a produção progredisse com 
base nos quartéis de escravos. Momento em que o escravo se torna servo e é 
3 
 
restabelecido para família e propriedade pessoal, ocorrendo a decadência da antiga 
cultura e concomitantemente o fortalecimento da família. 
Com isso, a produção para a venda através do trabalho escravo fica 
inviável. O que leva as grandes propriedades se desligarem do comércio e mercado 
das cidades. E a cidade começa a perder importância devido à escassez das trocas 
mercantis, desaparecendo as cidades e a cultura torna-se camponesa. 
Na visão de Weber, estão presentes em vários aspectos as causas do 
declínio do império, principalmente quanto ao desaparecimento gradativo do 
comércio e consequentemente o crescimento da economia e a redução das 
atividades comercias das cidades. Ele esclarece que a fragmentação do império não 
ocorre ao mesmo tempo que a queda da cultura da Roma Antiga. Ele afirma que o 
Império Romano, considerado como entidade política, sobreviveu vários séculos ao 
apogeu de sua cultura. No princípio do século III a literatura romana, a poesia latina 
e grega e a historiografia já tinham se esgotado. Diante disso, no texto o autor 
procura responder “a que se deve o declínio da cultura no mundo antigo? ” 
Com o intuito de responder essa questão, segundo Weber houve diversas 
explicações. Onde alguns estudiosos sobre o assunto disseram estar ligado ao 
despotismo, o qual teria esmagado psiquicamente o homem antigo, sua vida pública 
e sua cultura. O luxo e a imoralidade dos círculos sociais mais elevados também 
foram considerados como causas. Outras causas como a emancipação da mulher 
romana seguida do rompimento do vínculo matrimonial entre as classes dominantes, 
e a hipótese darwinista foram consideradas. Contudo Weber não considera 
nenhuma das hipóteses propostas, ele utiliza como fundamento apenas as causas 
sociais. Ele considera que para explicar o declínio do Império Romano é relevante 
analisar as peculiaridades da estrutura social da antiguidade, uma vez que, o ciclo 
de desenvolvimento da cultura antiga encontra-se determinado por elas. 
A cultura antiga era considerada uma cultura escravista e os escravos 
eram adquiridos através de guerras, as quais levavam o material humano para o 
mercado e fortalecia a trabalho servil e a acumulação de homens. 
Para Weber a cultura antiga torna-se crítica a partir do momento que a 
crise de mão de obra se acentua. Quando o expansionismo do Império Romano e a 
pacificação interna e externa deixa de ser tendência há uma contração e redução do 
fornecimento regular do mercado de escravos, momento que essa crise de mão de 
4 
 
obra se instala, tornando inviável produzir a partir de mão de obra escrava, fato que 
reduz as trocas comerciais, uma vez que a empresa agrícola dependia do 
fornecimento regular de homens para o mercado de escravos. 
Diante do exposto a queda da cultura antiga é explicada por Weber. 
Assim, afirma que o declínio do Império Romano foi devido uma consequência 
política forçada ligada à supressão de forma gradual do comércio como também da 
economia natural. 
Cabe mencionar aqui que, Weber pautou sua explicação nas causas 
sociais para explicar o declínio do Império Romano pontuando o fortalecimento da 
família e o aparecimento de novas relações sociais e de trabalho. Mas também se 
nota no textoque ele traz abordagens acerca dos aspectos econômicos 
principalmente no que tange sobre a supressão gradual do comércio e o 
crescimento da economia natural. Assim, conclui-se que o texto é pautado nas 
causas sociais, mas considerando aspectos econômicos. 
O segundo texto apresentado é “O Estado nacional e a política 
econômica”, onde Weber traz como objetivo principal mostrar o papel que as 
diferenças físicas e psíquicas de caráter racial entre nacionalidades desempenham 
na luta econômica pela existência. Permitindo que as características de uma região 
nacional limitem com diferenças excepcionalmente acentuadas nas condições de 
existência econômicas e sociais. 
Para Weber os problemas prioritários no período era a integridade cultural 
da nação alemã e a definição dos seus segmentos aptos a dirigi-la num período de 
crise do poder. Onde ele afirma que a noção de “diferenças raciais” é trabalhada de 
forma crítica e diferenciada da de “cultura”, especialmente por meio da expressão de 
que uma elevada aptidão adaptativa às condições exteriores de vida não é sinônimo 
de nível cultural elevado. 
De acordo Weber, que defende essa questão no contexto de uma defesa 
da autonomia do Estado nacional no confronto com outros, essa luta pelo controle 
das suas próprias condições de existência não desaparece, entretanto somente 
adota diferentes formas, e, para ele, cabe averiguar se essas formas “devem ser 
encaradas como uma suavização ou mais propriamente como uma interiorização e 
aguçamento da luta”. 
5 
 
O texto aponta ainda que a luta pela existência que advém do confronto 
entre alemães e poloneses, nas fronteiras da Prússia, é avaliada contra o pano de 
fundo da luta pela direção da sociedade alemã no geral, da qual a organização do 
Estado e a política econômica são expressões. 
Weber enfatiza que o poder econômico e a vocação para a direção 
política nacional nem sempre coincidem. Ele traz com bastante veemência e 
importância no seu texto a relação entre juízos de valor e conhecimento cientifico. 
Deixando explicito a posição de que a adesão a determinados valores éticos, 
estéticos ou de qualquer natureza, estará sempre envolvida na seleção de um tema 
para análise, mesmo que esta, necessariamente seja despojada de valorações no 
seu desenvolvimento interno. Define-se que notadamente as noções como “cultura” 
e “nação” são conceitos de valor, que dirigem a pesquisa e não podem ser 
neutralizadas ou eliminadas como simples prejuízos. 
O terceiro texto é “A “objetividade" do conhecimento nas Ciências 
Sociais”, teve como objetivo avaliar as orientações gerais do “ Arquivo para Ciência 
Social e Política Social”, revista na qual Weber ocupava um dos cargos da direção, 
contudo acabou trazendo questões fundamentais para a prática científica. Segundo 
Weber o domínio do trabalho científico não possui como base as conexões 
“objetivas” entre as “coisas”, porém as conexões conceituais entre os problemas. Ele 
considera que somente a partir do momento que se estuda um novo problema com o 
auxílio de um método novo e se descobrem verdades que abrem novas e 
importantes perspectivas é que surge uma nova “ciência”. 
Na visão de weber com os meios da ciência, nada se pode oferecer aos 
que consideram que essa verdade não possui valor, já que a crença no valor da 
verdade científica é produto de determinadas culturas, e não um dado da natureza. 
Porém é certeza de que procurará sem sucesso outra verdade que substitua a 
Ciência naquilo que apenas ela pode fornecer, ou seja, conceitos e juízos que não 
compõem a realidade empírica nem podem reproduzi-la, mas que permitem ordená-
la pelo pensamento de modo válido. 
 Weber traz como primeira distinção, a de juízo de valor e realidade 
empírica. Pois de acordo com ele é imprescindível que os juízos de valores sejam 
afastados da análise da vida social, a consciência valorativa não deve conduzir a 
investigação cientifica, já que estes são cheias de opiniões, ligadas as crenças, 
6 
 
valores, sentimentos, dentre outros, ou seja, impressão de realidade que não 
possuem validade objetiva, pôr o saber cientifico objetivo buscar a realidade tal com 
ela se apresenta. “Juízos de valor não deveriam ser extraídos de maneira nenhuma 
da análise científica, devido ao fato de derivarem, em última instância, de 
determinados ideais, e de por isso terem origens „subjetivas‟” (WEBER, 2003, 
p.109). 
Weber distingue com clareza o juízo de fato e juízo de valor, como aquilo 
que “é” e aquilo que “deveria ser”. Ele considera como imprescindível para 
compreender a objetividade a crítica aos modelos de leis nas ciências sociais. 
Para Weber existe a impossibilidade da procura da veracidade cientifica 
pelas leis que explicam os objetos, já que o objeto das ciências sociais é histórico, 
mutável, dinâmico e imprevisível. Ele pontua ainda que para fins de análise 
sociológica, o cientista social lança mão dos padrões probabilísticos e não das leis, 
ficando as leis apenas como meios. 
Na visão de Weber existe sempre um elemento parcial presente nas 
análises sociais, é impossível que a prática cientifica seja exercida livre de 
pressupostos, o que é fundamentado na construção do tipo ideal como recurso 
metodológico com capacidade de impedir o juízo de valor e as pressuposições na 
análise da vida socioeconômica. Ele pondera que o tipo ideal se torna significativo 
por sua especificidade, é uma construção intelectual proposta para a medição e 
caracterização sistemática das relações individuais. 
Sobre o tipo ideal Weber afirma que esse jamais será igual à realidade, e 
alerta que o tipo ideal nunca será igual à realidade, e também que essa noção de 
ideal é diferente do “deve ser”, já que não possui valor moral. Ele conclui a 
discussão afirmando que a mesma apresentou como único propósito destacar a 
linha quase insignificante que afasta a ciência da crença, e colocar a descoberto o 
sentido do esforço do conhecimento socioeconômico. Ele afirma ainda que a 
legitimidade objetiva de todo saber empírico é baseada “única e exclusivamente na 
ordenação da realidade dada segundo categorias que são subjetivas, no sentido 
específico de representarem o pressuposto do nosso conhecimento e de 
associarem, ao pressuposto de que é valiosa, aquela verdade que só o 
conhecimento empírico nos pode proporcionar” 
7 
 
O quarto texto é “Os três tipos puros de dominação legítima”. Este texto 
vem mostrar como a dominação resulta de uma relação social de poder desigual, 
onde é visto de forma clara que há um lado que manda e um outro que obedece. Ou 
seja, nota-se a existência da subordinação entre os poderes e essa dominação é 
necessária para que a ordem social seja mantida. 
Em seu texto Weber aborda sobre a existência de três tipos de 
dominação legítima, a saber: dominação legal, dominação tradicional e dominação 
carismática. Sendo que a dominação legal traz como ideia à existência de um 
estatuto no qual normas podem ser criadas e modificadas, uma que o processo 
esteja estabelecido de forma prévia. Para ele a democracia é considerada a forma 
mais pura da dominação legal, mesmo não havendo um domínio legal que seja 
exclusivamente burocrático. Pois há a essencialidade do elemento burocrático para 
com o trabalho de rotina. Nesse ponto Weber traz uma analogia acerca do 
desenvolvimento de um estado moderno e a burocratização crescente das empresas 
econômicas. 
Sobre a dominação tradicional Weber enfatiza que ela se dá através da 
crença na "santidade" das ordenações e dos poderes senhoriais, tendo como 
dominação patriarcal seu tipo mais puro, onde o "senhor" dá as ordens e os 
subordinados obedecem. Essa dominação é dada pelafidelidade, pois há a 
dignidade do senhor juntada a tradição. Sendo que a pretensão do senhor exerce 
função de grande relevância e uma característica elástica. Devido a devoção a 
pessoa do senhor e seus dotes sobrenaturais (carisma) e, individualmente, a 
faculdades mágicas, revelações ou heroísmo, poder intelectual ou de oratória; o 
sempre novo, o extra cotidiano, o inaudito e o arrebatamento emotivo que provocam, 
constituem fonte de devoção pessoal, fato que caracteriza a dominação carismática. 
Para Weber a obediência enquanto obtenção de imposição carismática ou 
de imposição tradicional, não é um elemento desejável, mesmo sendo possível ou 
real. Já a disciplina, definida como "a probabilidade de que, em virtude do hábito, um 
comando receba obediência pronta e automática de forma estereotipada, da parte 
de um grupo dado de pessoas" é um ingrediente fundamental da sociedade. A partir 
do momento que essa disciplina se torna não habitual, mas que exige presença de 
fato pessoal, organizacional ou institucional, para obter obediência, encontra-se em 
uma situação de dominação. Ele afirma que a dominação legal subordina o 
8 
 
dominado e o dominante a um mesmo estatuto, fato que evita a existência de abuso 
de poder. “Enquanto aspire com êxito à confiança daqueles, agirá estritamente 
segundo seu próprio arbítrio (democracia de caudilho) e não como funcionário, 
consoante a vontade, expressa ou suposta (num “mandato imperativo”) dos 
eleitores” conclui Weber. 
 E o último texto é “Religião e racionalidade econômica” aborda 
inicialmente o caráter geral das religiões asiáticas, onde Weber descreve as 
características econômicas, geográficas, políticas, linguísticas, sociais e rituais, para 
além de abordagens psicológicas, para explicar supostas características exclusivas 
da religiosidade asiática, e apresenta suas explicações do porquê o capitalismo 
moderno, no senso ocidental do termo, não se concretizou na Índia. 
Ele afirma ser raras na Ásia, as concepções que transcendam os 
interesses práticos na qual a origem não deva por fim ser buscada nela. 
Principalmente as religiões de salvação indianas, ortodoxas ou heterodoxas, as 
quais desempenharam para toda a Ásia um papel próximo ao do Cristianismo. 
Diferenciando apenas que, à parte as exceções locais e no mais das vezes 
temporárias, nenhuma delas foi alçada à condição de confissão dominante única, 
como ocorreu na Europa durante a Idade Média e até após a paz de Westfália. 
Weber afirma ainda que sempre que os interesses políticos eram postos 
em xeque não faltavam na Ásia perseguições religiosas, principalmente na China, 
Japão e Índia. Segundo ele a Ásia, que significa por sua vez a Índia, é o local típico 
do empenho intelectual em busca de “visão de mundo”, nesse sentido autêntico do 
termo: de busca de um “sentido” da vida no mundo. 
O autor apresenta como forma de dominação “Aquele “Aprendizado” e 
esse “conhecimento” do que se há de saber não constituem em absoluto, uma oferta 
e apreensão de conhecimentos empírico-científicos que possibilitem o domínio 
racional da natureza e dos homens, como no Ocidente. ” Sendo esses, formas de 
domínio mágico e místico sobre si próprio. 
Ele traz também aspectos sobre a submissão ao “salvador vivo”, que é 
característico da piedade asiática. Mostrando que “ao lado da persistência da magia 
em geral e do poder de parentela, essa continuidade do carismo na sua acepção 
mais antiga, como poder puramente mágico, constitui o traço típico da ordem social 
asiática. ” 
9 
 
 Segundo Weber o homem encontra seus interesses fora das coisas 
mundanas através do cultivo hinduísta ou budista, ortodoxo ou heterodoxo, busca 
vai na busca da salvação mística, e atemporal da alma e do escape do mecanismo 
sem sentido da “roda” a existência. 
No contexto do Confucionismo e Puritanismo, Weber afirma que o grau de 
desvalorização religiosa do mundo não é idêntico ao grau da sua rejeição prática. 
Para ele a grande concretização das religiões éticas, sobretudo das seitas éticas e 
ascéticas do protestantismo, consistir no rompimento dos laços de parentesco, a 
constituição da supremacia da comunidade de conduta de vida fundamentada na 
crença e na ética diante da comunidade de sangue e em grande medida mesmo da 
família. 
O autor salienta ainda que a ética confuciana valorizava as relações 
pessoais, e a puritana as desvalorizava. Na visão confuciana a riqueza era, idêntica 
ao ensinamento do fundador de sua doutrina, o meio mais importante para poder 
viver de maneira virtuosa, vale dizer digna, e dedicar-se ao aperfeiçoamento 
pessoal. A questão respondida como forma de melhorar os homens, sendo, 
portanto: “enriquecendo-os”. Weber pontua que o racionalismo confuciano tinha 
como significado a adaptação racional do mundo. 
Já o racionalismo puritano tinha como significado a dominação racional do 
mundo. Ele afirma que não há repugnação nem pelo ideal aristocrático confuciano 
nem pela a ideia de “vocação”. Para ele “o homem nobre era valor estético e por 
isso também não “instrumento” de um Deus. O cristão genuíno (...) não queria ser 
outra coisa senão precisamente isso. Pois é exatamente nisso que ele procurava a 
sua dignidade, e por ele querer ser isso ele era um instrumento útil para transformar 
e dominar racionalmente o mundo.

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