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Processo penal II Resumo completo

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Jean Túlio Cardoso Neto 
 RA 11514755 
 
Meios de prova 
Entende-se, sucintamente, como meio de prova tudo que possa servir, direta 
ou indiretamente, para a comprovação da verdade que se busca no processo: 
testemunha, documento, perícia, informação da vitima, reconhecimento, entre 
outras vertentes. 
As provas devem preencher alguns requisitos, quais sejam: 
* Possibilidade (A prova tem de ser possível). 
* Pertinência (O material probatório tem que ser pertinente ao processo). 
* Contundência (a prova deve ser contundente e eficaz). 
 
Exemplos de provas 
- ATENÇÃO! O Rol não é taxativo. Admite-se, portanto, qualquer meio de 
produção de provas que não seja defeso em lei. 
 
* Prova pericial: 
É obtida através de laudo pericial, emitido por perito(s) competente(s). 
É obrigatória em crimes materiais. Ex: No crime de tráfico (ou de uso) é 
necessária a perícia para a constatação de que o material do crime é mesmo 
uma droga. Ou seja: se o acusado foi pego com maconha, a substância 
apreendida deve ser encaminhada para um laboratório, que emitirá o laudo 
pericial constatando que o material era de fato uma porção de maconha. (No 
boletim do flagrante se constará "substância análoga à maconha", pois não se 
pode afirmar que aquilo é de fato uma droga ilícita até que haja tal 
constatação por laudo pericial). 
A conclusão da perícia é subjetiva ou objetiva? Depende do objeto a ser 
periciado. 
Exemplo: se a perícia envolver um exame de utilização de líquidos químicos, 
reagentes, é uma perícia objetiva. Agora uma perícia no ramo da psiquiatria, 
da psicologia, dois peritos podem ter uma opinião diversa a cerca desse 
assunto; tratando-se, portanto,de uma conclusão subjetiva. 
Obs: 
O acusado pode, durante a Ação Penal: 
 
- Acompanhar a perícia 
O acusado tem o direito de presenciar a perícia no momento em que ela é 
feita. 
 Jean Túlio Cardoso Neto 
 RA 11514755 
 
 
 
- Apresentar quesitos e/ou pedir esclarecimentos ao perito 
 
Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes (a acusação 
também pode), requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou 
para responderem a quesitos, desde que os quesitos ou questões a serem 
esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias 
da data da audiência. 
 
- Levar um assistente técnico 
Isto é, pagar um perito particular que emitirá seu próprio laudo, que poderá 
ser instrumento de contestação ao laudo do perito nomeado pelo juízo. 
 
Artigo 182 do Código de Processo Penal: 
 
 "O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou 
em parte." 
 
 
* Interrogatório do acusado: 
O interrogatório é um dos momentos mais relevantes do processo. É por meio 
dele que o juiz toma contato com o réu. Permite que o magistrado conheça 
mais de perto aquele a quem o Ministério Público ou o querelante atribui a 
prática de uma infração penal. Por meio dele, o juiz pode melhor avaliar a 
pretensão penal deduzida em juízo. Permite ainda que o julgador possa melhor 
sopesar as declarações do interrogando com o restante contexto probatório, 
extraindo, a final, o seu convencimento mais exato quanto possível do fato 
atribuído ao réu em sua plenitude. 
O interrogatório deve ser um momento de profunda atenção ao que o acusado 
diz; como se comporta diante das perguntas formuladas; suas reações e sua 
versão dada ao fato ilícito de que é acusado. 
O juiz atento a esse ato processual, e valorizando-o como é recomendável, por 
certo terá condições de formar o seu convencimento de forma mais sólida e 
convincente. 
 
- Trata-se de ato personalíssimo, porque o acusado, quando do 
interrogatório, não pode ser substituído nesse ato processual por ninguém, 
nem por procurador com poderes especiais conferidos para desempenhar esse 
mister. 
 
- O acusado pode mentir, sem que isso configure crime. 
 
- O acusado pode se manter em silêncio, sem que isso lhe prejudique. 
 
- O interrogatório pode ser feito por videoconferência. 
 
 Jean Túlio Cardoso Neto 
 RA 11514755 
 
 
 
* Confissão: 
Confessar é reconhecer a autoria da imputação ou dos fatos objeto da 
investigação preliminar por aquele que está no polo passivo da persecução 
penal. 
A confissão está prevista no título das provas no Código de Processo Penal, 
artigos 197 a 200, encontrando ainda, sobre a confissão, resquícios no artigo 
65, inciso III, alínea “d” do Código Penal, e nas legislações extravagantes. 
Destarte, a confissão nada mais é que a aceitação pela parte passiva da 
persecução penal dos fatos delituosos que lhe são desfavoravelmente 
imputados, vale dizer, é o reconhecimento da imputação que lhe é feita. 
 
ATENÇÃO: Mesmo havendo confissão, a acusação continua com o ônus da 
prova. 
 
 
*Declaração do ofendido: 
A vítima também pode mentir, desde que não faça falsas acusações. 
Deverá ser indagada sobre as circunstâncias que informam a denúncia (quem, 
o quê, quando e onde). Essas perguntas são documentadas em um termo, 
onde há o apontamento das circunstâncias da infração, autoria e as provas 
que conduzam ao(s) autor(es) do delito. 
 
* Prova testemunhal 
 
A testemunha não pode mentir, exceto quando a resposta da pergunta possa 
a incriminar. 
Ao compromissar a testemunha o Juiz deve advertir a testemunha que mentir 
é crime. 
 
Crime de Falso testemunho - CPB - Art. 342. 
 
" Art. 342 Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a 
verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou 
intérprete em processo judicial, ou administrativo, 
inquérito policial, ou em juízo arbitral: Pena - reclusão, 
de um a três anos, e multa. 
§ 1º - As penas aumentam-se de um sexto a um terço, 
se o crime é praticado mediante suborno ou se cometido 
com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em 
processo penal, ou em processo civil em que for parte 
entidade da administração pública direta ou indireta. 
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 § 2º - O fato deixa de ser punível se, antes da sentença 
no processo em que ocorreu o ilícito, o agente se retrata 
ou declara a verdade." 
 
* Reconhecimento de pessoasou coisas 
 
Previsto no artigo 226, do CPP, o Reconhecimento de Pessoas ou Coisas está 
inserido no título reservado às provas do Processo Penal e tem por finalidade 
precípua a identificação de um suspeito ou de um objeto através da palavra da 
vítima ou das testemunhas. 
Segundo prescreve Aury Lopes “O reconhecimento é um ato através do qual 
alguém é levado a analisar alguma pessoa ou coisa e, recordando o que havia 
percebido em um determinado contexto, compara as duas experiências.”. 
 
Obs: código exige que sejam colocadas 5 pessoas parecidas. 
 
"Art. 226. Quando houver necessidade de fazer-se o 
reconhecimento de pessoa, proceder-se-á pela seguinte 
forma: 
I - a pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será 
convidada a descrever a pessoa que deva ser 
reconhecida; 
Il - a pessoa, cujo reconhecimento se pretender, será 
colocada, se possível, ao lado de outras que com ela 
tiverem qualquer semelhança, convidando-se quem tiver 
de fazer o reconhecimento a apontá-la; 
III - se houver razão para recear que a pessoa chamada 
para o reconhecimento, por efeito de intimidação ou 
outra influência, não diga a verdade em face da pessoa 
que deve ser reconhecida, a autoridade providenciará 
para que esta não veja aquela; 
IV - do ato de reconhecimento lavrar-se-á auto 
pormenorizado, subscrito pela autoridade, pela pessoa 
chamada para proceder ao reconhecimento e por duas 
testemunhas presenciais. 
Parágrafo único. O disposto no no III deste artigo não 
terá aplicação na fase da instrução criminal ou em 
plenário de julgamento." 
 
* Acareação 
 
Pode-se conceituar a acareação como sendo um ato processual, meio de prova, 
em que há uma confrontação entre duas ou mais pessoas, cujos depoimentos 
foram conflitantes, a fim de que, frente à Autoridade competente, esclareçam 
as divergências apresentadas. 
 
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Segundo o dicionário Aurélio, “acarear” é um verbo transitivo direto que significa 
“1. Pôr cara a cara, ou frente a frente; afrontar, enfrentar, acarar. 2. Pôr 
(testemunhas cujos depoimentos ou declarações não são concordes) em 
presença uma das outras” . 
 
"Art. 229 - A acareação será admitida entre acusados, 
entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre 
acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as 
pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas 
declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes." 
 
 
ATENÇÃO: A acareação não pode ser feita com o acusado, somente entre 
testemunhas e/ou vítimas. 
 
 
 
* Prova documental 
 
O nosso Código de Processo Penal vem tratando do tema da prova 
documental nos arts. 231 a 238. A origem da palavra documento vem do 
latim doceo, doces, docui, doctum, docere, que tem como significado “ensinar, 
mostrar, indicar”. Importante assinalar que a definição de “documento” pode 
ser aferida tanto em sentido amplo quanto em sentido estrito. Naquele é 
qualquer coisa que representa um fato, como, p. ex., os monumentos 
históricos, ao passo que nesse insere-se um conteúdo bem mais intelectual, 
por intermédio de um escrito ou outros sinais, imagens, etc. 
Aury Lopes Junior (2014, pgs. 1754-1755) complementa: 
"[...] além de ser considerado documento qualquer escrito, abre-se a 
possibilidade da juntada de fitas de áudio, vídeo, fotografias, tecidos e objetos 
móveis que fisicamente possam ser incorporados ao processo e que 
desempenhem uma função persuasiva (probatória)." 
* Indícios 
 
Dispõe o art. 239, do Código de Processo Penal: 
"Art. 239 Considera-se indícios a circunstância 
conhecida e provada que, tendo relação com o fato, 
autorize, por indução, concluir-se a existência de outra 
ou outras circunstâncias". 
 
Tem-se, portanto, que indício é circunstância ou fato conhecidos, que 
autorizam algum tipo de conclusão sobre um outro fato ou circunstância 
desconhecida, mas com as quais possuam algum tipo de relação. 
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Cumpre ressaltar que a prova indiciária consiste em meio de prova, 
ou seja, consiste em "argumentos e argüições lógico-jurídicos aptos à 
demonstração lícita da existência de elementos suscetíveis de sensibilização 
ou compreensão, concernentes a ato, fato, coisa, pessoa" . 
A prova indiciária, ainda que indireta, tem a mesma força probante 
que qualquer outro meio de prova direta, como a testemunhal ou a 
documental. 
 
* Busca e apreensão 
 
A busca pode ser definida como medida cautelar coercitiva de 
obtenção de coisas ou pessoas e, portanto, é admitida como exceção as 
normais garantias de liberdade individual (pessoal ou domiciliar) possuindo o 
desígnio de assegurar para o processo coisas que podem servir a prova ou 
prender o imputado, ou, ainda, outra pessoa acusada de delito ou evadida. 
 
"Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. 
§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando 
fundadas razões a autorizarem, para: 
a) prender criminosos; 
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios 
criminosos; 
c) apreender instrumentos de falsificação ou de 
contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; 
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados 
na prática de crime ou destinados a fim delituoso; 
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou 
à defesa do réu; 
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao 
acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que 
o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à 
elucidação do fato; 
g) apreender pessoas vítimas de crimes; 
h) colher qualquer elemento de convicção." 
 
ATENÇÃO: O policial tem poder para efetuar a busca, mas não pode fazer 
apreensões senão em virtude de flagrante. 
Ex: Numa revista, o policial não pode apreender o celular do suspeito só 
porque ficou convicto de que ali haveria algum material comprobatório 
(Diferente de quando o celular é objeto de furto/roubo, quando ocorre a prisão 
em flagrante). Obs: Ordem judicial só pode ser cumprida durante o dia. 
 
" Art. 5°, CF. 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela 
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo 
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em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar 
socorro, ou, durante o dia, por determinação 
judicial" 
 
* Interceptação ambiental 
 
A interceptação ambiental consiste na captação de sons ou imagens, feita por 
terceira pessoa, de duas ou mais pessoas, sem que estas saibam que estãosendo monitoradas ou vigiadas. 
 
É ato investigatório previsto no inciso IV do artigo 2o da Lei 9.034/95 - 
acrescentado pela Lei 10.217/01 - que dispõe, in verbis: 
 
"Art. 2 o Em qualquer fase de persecução criminal são 
permitidos, sem prejuízo dos já previstos em lei, os 
seguintes procedimentos de investigação e formação de 
provas: 
IV – a captação e a interceptação ambiental de sinais 
eletromagnéticos, óticos ou acústicos, e o seu registro e 
análise, mediante circunstanciada autorização 
judicial." 
 
 
ATENÇÃO: Será dispensável a autorização judicial quando a interceptação 
ambiental ocorrer em local aberto ou público. 
 
 
* Colaboração premiada 
 
Pelo instituto da colaboração premiada, o acusado aponta outras pessoas 
igualmente responsáveis pela prática da infração penal e, em troca das 
informações prestadas, úteis à elucidação do delito, recebe algum benefício do 
Estado com amparo legal. Ou seja, acordam benesses em troca de afirmativas 
relevantes à busca da verdade no processo penal. 
 
A colaboração premiada somente se efetivará quando o acusado/réu 
também confessar, porque, se negar a autoria e atribuí-la a um terceiro, 
estará escusando-se e não terá valor de prova sua afirmativa. 
 
A propositura do acordo será feita pelo Ministério Público, pela policia ou pela 
defesa do investigado/ réu. 
Vislumbra-se que, os momentos para aplicação do instituto da colaboração 
premiada pode ser tanto a fase do inquérito policial quanto em juízo, após 
a propositura da ação penal. 
Todavia, se ocorrer na fase policial e houver retratação em juízo, não terá 
valor algum. 
 
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ATENÇÃO: O réu não deve somente delatar, mas também provar aquilo 
que delatou. Sem provas, a delação não será válida. 
 
* Ação controlada 
 
O exemplo típico desta técnica de investigação é o caso do tráfico de drogas. 
Imagine que a polícia descubra que determinado passageiro irá embarcar uma 
grande quantidade de droga em uma barco que seguirá de um Estado para 
outro. A polícia poderia prender o traficante no instante em que este estivesse 
embarcando o entorpecente, ou ainda, no momento do transporte. Entretanto, 
revela-se mais conveniente à investigação que a autoridade policial aguarde 
até que o agente chegue ao seu destino onde poderá descobrir e prender 
também o destinatário da droga. Este modo de proceder é chamado de “ação 
controlada”. 
 
A ação controlada é também denominada de “flagrante prorrogado, retardado 
ou diferido”. 
 
ATENÇÃO: A ação controlada não precisa de autorização judicial. 
 
 
* Infiltração 
 
 
Em síntese, a infiltração policial corresponde a um meio extraordinário de 
investigação e obtenção de prova, em que um agente policial, mediante prévia 
autorização judicial, penetra no interior de uma organização criminosa, 
simulando ser um dos participantes da mesma, para obter e colher 
informações a respeito de seu funcionamento, com o objetivo precípuo de 
desmontar a organização. 
 
ATENÇÃO: O agente infiltrado pode cometer crimes para que não seja 
descoberto. 
 
 
* Interceptação telefônica 
 
Interceptação telefônica é a captação da comunicação telefônica alheia por um 
terceiro, sem que os interlocutores saibam disso. A e B conversam enquanto C 
escuta, sem que os dois primeiros saibam. 
 
 
Ou seja: a linha é duplicada e o Ministério Público e a Policia Civil ou 
Federal têm acesso às ligações. 
 
 
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O sistema de avaliação das provas 
 
 
 
* Íntima convicção - A decisão não precisa ser fundamentada. 
Este sistema é utilizado SOMENTE no Tribunal do Júri. 
 
 
* Prova tarifada - O juiz é livre para se convencer. (NÃO EXISTE NO BRASIL) 
 
* Livre convencimento motivado - O juiz é livre para se convencer, desde 
que fundamente suas decisões. 
 
"CPP, Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre 
apreciação da prova produzida em contraditório judicial, 
não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente 
nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e 
antecipadas." 
 
 
A prova ilícita 
 
 
Em suma, prova ilícita é aquela prova que viola qualquer lei ou a Constituição 
Federal. 
 
"Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser 
desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim 
entendidas as obtidas em violação a normas 
constitucionais ou legais." 
 
A teoria dos frutos da árvore envenenada nos trás que as provas derivadas de 
provas ilícitas também serão nulas, conforme preceitua o parágrafo primeiro 
do artigo supracitado, que prevê exceções: 
 
"§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas 
das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de 
causalidade entre umas e outras, ou quando as 
derivadas puderem ser obtidas por uma fonte 
independente das primeiras." 
 
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A oração em negrito diz respeito à teoria da fonte independente e à teoria da 
descoberta inevitável; 
 
* Teoria da fonte independente: quando uma prova possui duas fontes, uma 
lícita e outra ilícita, utiliza-se a fonte lícita, afastando-se a ilícita e 
consequentemente admitindo-se a prova. 
 
* Teoria da descoberta inevitável: torna admissível a utilização de prova 
obtida de forma ilícita, quando se verificar que tal prova seria inevitavelmente 
descoberta por outros meios legais, ou seja, a prova seria obtida ou produzida 
de qualquer forma, independentemente da prova ilícita originária. 
 
Exemplo de descoberta inevitável: 
imagine-se a hipótese em que policiais torturam um suspeito para que ele 
indique onde está guardada a droga. Enquanto isso, outra equipe de policiais 
se prepara para cumprir um mandado de busca e apreensão no esconderijo, 
inclusive com a utilização de cães farejadores, sendo certo o encontro da 
droga, pois depositada em local de fácil localização. Contudo, em razão da 
tortura, o suspeito acaba indicando aos torturadores o local exato onde a 
droga estava, sendo a informação repassada aos policiais que realizariam a 
busca, facilitando a apreensão do material. 
Malgrado a ilegalidade representada pela tortura, grave ilegalidade, aliás, a 
prova material consubstanciada no encontro da droga é de ser válida, porque 
a descoberta era inevitável, uma vez que outra equipede policiais já estava 
pronta para fazer a busca e apreender a substância. 
 
 
Questões prejudiciais/Incidentais 
 
Conceito: 
 As questões prejudiciais são questões que devem ser avaliadas 
pelo juiz, com valoração penal ou extrapenal, devendo ser decididas antes do 
mérito da ação principal. São as soluções dadas pela lei processual para as 
variadas eventualidades que venham ocorrer no andamento do processo, e 
que devem ser resolvidos pelo juiz antes da solução da causa principal. Trata-
se de questão de direito, cuja solução se apresenta como antecedente lógico e 
jurídico da de direito penal objeto do processo e que versa sobre uma relação 
jurídica de natureza particular e controvertida. 
OBS: A questão prejudicial gera a suspensão da ação penal. 
 
 
Características: 
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Anterioridade, autonomia e essencialidade. 
 
 
Exemplos: 
Exemplo de questão prejudicial é a analise da existência de matrimônio 
anterior no crime de bigamia, já que o casamento anterior é elemento 
essencial para a configuração do delito. 
"Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo 
casamento 
Pena - reclusão, de dois a seis anos." 
 
Então podemos dizer que o juiz antes da análise do mérito da ação, deverá 
analisar se o indivíduo acusado de referido crime realmente era casado pela 
lei civil. Caso o juiz do cível acate a questão prejudicial (anule o 
casamento), desaparece a elementar do crime no processo penal, e o 
juiz penal deve absolver o acusado. Se por outro lado, o juiz cível negar 
a pretensão do acusado, quer nos casos das questões obrigatórias, quer 
nas questões relativas (por exemplo, decide que o réu tem 18 anos, e, 
portanto é plenamente imputável), o processo prossegue e o juiz penal 
deve julgar com base no livre convencimento. 
 
ATENÇÃO: QUESTÕES PRELIMINARES ≠ PREJUDICIAIS. Ora, as questões 
prejudiciais dizem respeito ao mérito da ação, como por exemplo, saber se o 
objeto pertence ou não ao acusado. Já as questões preliminares dizem 
respeito a alguns pressupostos processuais (juiz não suspeito, não impedido, 
ausência de compatibilidade do juiz, não independência, ausência de coisa 
julgada, de incompetência, ilegitimidade da parte). 
QUESTÕES PREJUDICIAIS HOMOGÊNEAS: são aquelas que pertencem ao 
mesmo ramo do direito da ação principal, ou seja, que podem ser resolvidas 
pelo próprio Juiz daquela ação penal (ex.: decisão sobre a exceção da verdade 
no crime de calúnia). 
QUESTÕES PREJUDICIAIS HETEROGÊNIAS: vinculam-se a outras áreas do 
direito, devendo ser decididas por outro juízo (ex: casos de anulação do 
casamento no crime de bigamia, da decisão que reconhece a posse nos crimes 
contra o patrimônio, esbulho possessório ou nulidade de patente nos crimes 
contra propriedade imaterial). 
QUESTÕES PREJUDICIAIS TOTAIS: dizem respeito ao grau de influência 
sobre a questão prejudicada, ou seja, se interferirem na própria existência do 
delito, como por exemplo a posse de coisa comum, nos casos de furto 
comum; 
QUESTÕES PREJUDICIAIS PARCIAIS: dizem respeito a uma circunstância do 
delito, como uma qualificadora, ou qualquer atenuante ou agravante. 
QUESTÕES PREJUDICIAIS NÃO DEVOLUTIVAS: são as prejudiciais que 
devem ser apreciadas pelo juiz penal, como nos casos de a questão prejudicial 
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dizer respeito à matéria penal (furto e receptação, exceção da verdade e 
bigamia, por exemplo). 
QUESTÕES PREJUDICIAIS DEVOLUTIVAS: que devem ser julgadas pelo juiz 
cível. 
QUESTÃO PREJUDICIAL OBRIGATÓRIA: se a decisão sobre a existência da 
infração depender da solução sobre o estado civil das pessoas (cidadania, 
relações familiares e capacidade), o curso da ação penal ficará suspenso até 
que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em 
julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras 
provas de natureza urgente. 
Sistemas para determinação do juiz competente para julgar a ação: 
Separação jurisdicional absoluta: é o sistema adotado pelo código. Por este 
sistema, o juiz criminal deve se amparar na decisão do juiz cível. Existe, 
todavia, a crítica da afronta ao princípio da livre convicção do juiz. 
Sistema de separação jurisdicional relativa facultativa: sistema também 
adotado pelo código, que prevê a remessa facultativa ao juízo especializado. 
As questões prejudiciais cíveis devem ser julgadas pelo juiz cível, e as 
questões prejudiciais penais, pelo juiz penal. 
 
 
Juizados Especiais Criminais (lei 9.099/95) 
 
O Juizado Especial Criminal é órgão da Justiça que existe no âmbito da 
União, do Distrito Federal e dos Estados. Tem competência para conciliação, 
processo e julgamento dos crimes de menor potencial ofensivo, mediante a 
oralidade e abreviação do rito pelo procedimento sumaríssimo. Estes órgãos 
jurisdicionais devem ser orientados pela conciliação e transação penal como 
forma de composição, e o julgamento de recursos por turmas de juízes. 
 
Os Juizados Especiais Criminais são competentes para o processo e 
julgamento das infrações penais de menor potencial ofensivo, entendidas como 
os crimes e contravenções penais cujas penas máximas não sejam 
superiores a 2 (dois) anos de privação de liberdade. 
 
Em primeiro lugar, é mister mencionar que não há que se falar em Inquérito 
Policial para apurar o crime e a autoria, uma vez que a autoridade policial 
deverá lavrar o Termo Circunstanciado de Ocorrência imediatamente, 
quando o fato lhe for noticiado. Serão ouvidos autor do fato e vítima, 
requisitados os exames técnicos de pouca complexidade necessários a 
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demonstrar a existência do fato criminoso, encaminhando-se ao final o 
procedimento simplificado ao Juizado Especial Criminal. 
 
É importante mencionar que o parágrafo único, do art.69, disciplina que, após 
a lavratura do termo circunstanciado, o autor do fato é imediatamente 
encaminhado ao juizado ou assume o compromisso de lá comparecer, não se 
impondo prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. In verbis: 
 
"Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da 
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará 
imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, 
providenciando-se as requisições dos exames periciais 
necessários. 
 
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, 
for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o 
compromissode a ele comparecer, não se imporá prisão em 
flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, 
o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu 
afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a 
vítima." 
 
Na fase preliminar dos Juizados Especiais Criminais, comparecendo o autor do fato e 
a suposta vítima, deve-se prestigiar imediatamente a audiência preliminar onde as 
partes serão advertidas e esclarecidas sobre a possibilidade da composição dos 
danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de 
liberdade, a transação penal. 
 
A conciliação, quando ocorrer na forma de reparação de danos como forma de 
composição, será reduzida a escrito e homologada pelo Juiz. Esta homologação tem 
forma de sentença judicial irrecorrível e faz coisa julgada pela extinção da punibilidade 
materializada na renúncia do direito de queixa ou da representação. Ainda, o acordo 
homologado terá eficácia de título executivo a ser manejado no juízo cível. 
 
Na proposta de transação penal (feita pelo Ministério Público), caso aceite o autor do 
fato, o juiz fará aplicar imediatamente a proposta de pena alternativa. 
Caso aceite a proposta de transação penal, o imputado tem a possibilidade de 
não responder a processo criminal, bem como fica livre de eventual condenação. 
 
ATENÇÃO: NÃO HAVERÁ PROPOSTA DE TRANSAÇÃO PENAL QUANDO O AUTOR: 
 
 Já é condenado à pena privativa de liberdade por sentença definitiva. 
 Ter sido beneficiado anteriormente por outra transação dentro de um período 
de cinco anos. 
 Forem-lhe desfavoráveis circunstâncias judiciais (não indicarem os 
antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os 
motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida.) 
 
Logicamente, a persecução criminal em juízo tem o seu início, quando superadas as 
tentativas de conciliação e de transação. Em se tratando de ação penal pública 
condicionada à representação ou ação penal pública incondicionada, o membro do 
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Ministério Público está autorizado à oferecer a denúncia, preferencialmente, na forma 
oral, caso não haja maiores diligências a serem realizadas para demonstrar com 
provas a existência do fato e apontar com maior segurança a autoria respectiva. 
 
 
Procedimentos penais 
 
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO: quando a pena máxima em abstrato do crime 
cometido for de 4 anos ou mais. 
- Este procedimento se inicia com a denúncia do réu (ação penal pública), ou 
com a queixa-crime (ação penal privada). 
Neste procedimento as partes poderão arrolar até 8 testemunhas. 
- Após oferecida a denúncia ou a queixa-crime, os autos irão para conclusão e 
o juiz poderá tomar uma de duas decisões: 
 
 Receber a denúncia/queixa-crime (se houver indícios de autoria 
e materialidade do crime). Para esta decisão não cabe recurso, 
porém poderá haver eventual Habeas Corpus. 
 Rejeitar a denúncia. O juiz rejeitará a peça inicial caso esta seja 
inepta, falte condição ou pressuposto processual ou haja falta 
de justa causa. Para esta decisão cabe Recurso em sentido 
estrito (RESE). 
- Recebida a denúncia/queixa, o réu será citado no mesmo despacho em que 
o juiz realiza e comunica o recebimento. Após citado, o réu irá dispor de 10 
dias para apresentar a sua resposta à acusação, arrolando possíveis 
testemunhas. 
OBS: Na resposta à acusação o advogado poderá levantar três tipos de teses, 
que levarão a três tipos diferentes de pedidos, quais sejam: 
Preliminar – levantam-se questões de nulidade processual. 
Mérito – tese que tentará convencer o juiz a conceder a absolvição sumária 
do réu (art. 397 – julgamento antecipado da lide a favor do réu). 
Tese subsidiária – Se, eventualmente, o juiz recusar as duas primeiras teses, 
poderá o advogado, sem prejuízo, alegar circunstâncias que visem melhorar a 
condição do réu caso este venha a ser condenado. 
 
- Os autos voltam à conclusão e, não entendendo o Magistrado, pela 
absolvição sumária, será designada a data de audiência de instrução e 
julgamento (art. 399 do CPP). 
Art. 399. Recebida a denúncia ou queixa, o juiz designará dia e hora para a 
audiência, ordenando a intimação do acusado, de seu defensor, do Ministério 
Público e, se for o caso, do querelante e do assistente 
- A audiência deverá ocorrer no prazo de 60 dias e, em regra, haverá uma 
única audiência. Exceto se: o número de acusados for alto; a causa for 
complexa; ou deferida(s) diligência(s) complementar(es). 
 Jean Túlio Cardoso Neto 
 RA 11514755 
 
- Não ocorrendo qualquer das hipóteses de exceções o juiz ouvirá as alegações 
finais de ambas as partes e então julgará o caso. 
PROCEDIMENTO SUMÁRIO: Será utilizado quando a pena for 
superior a 2 e inferior a 4 anos. Aqui podem ser arroladas até 5 
testemunhas. 
O procedimento sumário ocorrerá da mesma forma que o ordinário, 
respeitando as mesmas regras processuais, com exceção do prazo para a 
realização da audiência que deverá ocorrer em 30 dias e não em 60, como no 
ordinário. 
PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO: Este é o procedimento adotado para o 
julgamento de infrações penais de menor potencial ofensivo, ou seja, 
quaisquer contravenções penais ou crimes cujas penas máximas não 
ultrapassem 2 anos e a competência para o julgamento destes é do Juizado 
Especial Criminal (JECRIM). 
Este procedimento está previsto na Lei 9.099/95 e não no CPP. 
 
- Caso seja infrutífera a conciliação será oferecida a denúncia, aqui feita de 
forma oral. 
- Neste procedimento o número de testemunhas não está estipulado em lei, 
sendo adotado de modo geral até 5 testemunhas e em casos mais complexos 
pode vir a ser aceito até 8 testemunhas. 
 
- Oferecida a denúncia será designada audiência de instrução e julgamento, 
nesta audiência UNA será oferecida a defesa prévia, apreciada naquele mesmo 
momento. 
- Caso seja aceita a defesa prévia, haverá a oitiva das testemunhas, 
interrogatório, debates orais (20 minutos prorrogáveis por mais 10), neste 
procedimento não há previsão legal para substituição dos debates por 
memoriais. 
- Dada a audiência o juiz proferirá sentença, recorrível através de recurso de 
apelação, prazo de 10 dias, ou poderão ser oferecidos embargos de declaração 
no prazo de 5 dias. 
 
 
 
Tribunal do Júri 
 
Previsto no art. 5º, inciso XXXVIII, da Constituição Federal, o Tribunal do 
Júri tem competência para julgar os crimes dolosos contra a vida. Ou seja, 
homicídio, infanticídio, aborto e instigação, induzimento ou auxílio ao 
suicídio, delitos estes previstos no Código Penal Brasileiro nos seus Arts. 
121, 122, 123, 124, 125, 126 e 127, tanto na forma consumada como na 
tentada. 
 
Os sete jurados, considerados “Juízes não togados”, julgam o fato e não o 
direito, condenando ou absolvendo a ação do acusado no evento que lhe é 
imputado, diante das circunstâncias e dos respectivos sentimentos da 
Justiça.Jean Túlio Cardoso Neto 
 RA 11514755 
 
 
O Juiz togado, presidente do Tribunal do Júri, aplica a lei penal de acordo 
com o veredicto do júri. 
 
 
PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO 
JÚRI 
 
1ª FASE DO JÚRI: juízo de formação da culpa- judicium accusatione 
 
- Oferecimento da denúncia pelo MP art. 41, CPP. 
- até 8 testemunhas. 
- Recebimento da denúncia- art. 406, CPP (se o Juiz não recebe, cabe RESE). 
- Citação do réu/resposta do réu (10 dias)- DEFESA PRÉVIA. 
- igual procedimento ordinário. 
- Sem defensor, Juiz nomeia um dativo- art. 408, CPP. Se há defensor, mas 
este não apresenta defesa, Juiz desconstitui e nomeia o dativo 
- Oitiva do MP (5 dias)- art. 409, CPP 
- Inquirição de testemunhas e realização de diligências- art. 410, CPP (10 
dias) 
- Audiência de instrução - art. 411, CPP 
- Oitiva da vítima, das testemunhas da acusação (máximo 8) e das 
testemunhas da defesa (máximo 8). 
- Perícia, se necessário. 
- Acareação se necessário 
- Reconhecimento de pessoas e coisas se necessário 
- Interrogatório do acusado 
- Debates: Alegações finais orais da acusação- máximo 20 min. Prorrogável 
por mais 10 mim/ Alegações finais orais da defesa- máximo 20 min. 
Prorrogável por mais 10 min. 
- Debates: Assistente do MP se houver- máximo 10 min (Assistente de 
acusação é aquele advogado contratado pela vítima). 
 Jean Túlio Cardoso Neto 
 RA 11514755 
 
- Tendo assistente, defesa fala mais 10 mim (Princípio do contraditório). 
- Sentença em audiência ou em 10 dias, pronunciando ou impronunciando 
o acusado, ou ainda, absolvendo-o sumariamente ou desclassificando o crime 
(se existir indícios de outros réus- art. 417, CPP- retorno ao MP para aditar a 
denúncia). 
IMPRONÚNCIA= julga inadmissível a acusação, extinguindo o processo e não 
permitindo que seja o julgamento levado ao Tribunal do Júri art. 414, CPP. 
Natureza jurídica: decisão interlocutória mista de conteúdo terminativo, pois 
encerra uma fase processual (1ª FASE: juízo de formação da culpa- judicium 
accusatione). 
Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou 
da existência de indícios suficientes de autoria ou de 
participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o 
acusado. 
 
DESCLASSIFICAÇÃO= decide não ser o Tribunal do Júri competente para o 
julgamento e determina que os autos sejam remetidos ao Juiz competente - 
art. 419, CPP. 
- Natureza jurídica: decisão interlocutória simples, pois MODIFICA A 
COMPETÊNCIA DO JUÍZO. 
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordância 
com a acusação, da existência de crime diverso dos 
referidos no § 1o do art. 74 deste Código e não for 
competente para o julgamento, remeterá os autos ao juiz 
que o seja. 
 
PRONÚNCIA = julga admissível a acusação e remete o julgamento ao Tribunal 
do Júri, art. 413, CPP. 
 Obs: a pronúncia interrompe a prescrição. 
 
PONTOS IMPORTANTES: 
 
 Deve o Júri analisar também os crimes conexos: nestes, o Juiz apenas 
os remete junto com os dolosos contra vida ao julgamento pelo 
Plenário. 
 emendatio libelli: O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da 
constante da acusação, embora o acusado fique sujeito a pena mais 
grave. 
 Só existe Tribunal do Júri em primeira instância. 
 
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA= julga improcedente a acusação e absolve o réu, 
art. 415, I até IV, CPP. 
 
- Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, 
quando: 
I – provada a inexistência do fato; II – provado não ser ele autor ou partícipe do 
fato; 
 Jean Túlio Cardoso Neto 
 RA 11514755 
 
III – o fato não constituir infração penal; IV – demonstrada causa de isenção de 
pena ou de exclusão do crime. 
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo ao 
caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 deste código, salvo 
quando esta for a única tese defensiva. 
2ª FASE DO JÚRI: fase de preparação do plenário. 
- INTIMAÇÃO da pronúncia. art. 420, CPP. 
Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita: 
I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e 
ao Ministério Público; (Incluído pela Lei nº 11.689, de 
2008). 
II – ao defensor constituído, ao querelante e ao assistente 
do Ministério Público, na forma do disposto no § 1o do art. 
370 deste Código. 
Publicação pela imprensa: 
Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto 
que não for encontrado. 
- PRECLUSA a decisão, autos encaminhados ao Juiz Presidente do Tribunal 
do Júri: 
- Juiz delibera sobre os requerimentos de provas a produzir e ordena 
diligências necessárias, art. 423, “caput” e inciso I, CPP. 
- Designação da data de julgamento, art. 423, II, CPP. 
3ª FASE DO JÚRI: judicium causae. 
- Juiz adverte os Jurados presentes a respeito de causas de suspeição e 
impedimento, art. 466, CPP. 
 
Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de 
Sentença, o juiz presidente esclarecerá sobre os 
impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades 
constantes dos arts. 448 e 449 deste Código. 
§ 1o O juiz presidente também advertirá os jurados de 
que, uma vez sorteados, não poderão comunicar-se 
entre si e com outrem, nem manifestar sua opinião 
sobre o processo, sob pena de exclusão do Conselho 
e multa, na forma do § 2o do art. 436 deste Código. 
§ 2o A incomunicabilidade será certificada nos autos pelo 
oficial de justiça. 
 Jean Túlio Cardoso Neto 
 RA 11514755 
 
- Formação do Conselho de Sentença, art. 467 e 468, CPP 
Art. 467. Verificando que se encontram na urna as 
cédulas relativas aos jurados presentes, o juiz 
presidente sorteará 7 (sete) dentre eles para a 
formação do Conselho de Sentença. 
Art. 468. À medida que as cédulas forem sendo retiradas 
da urna, o juiz presidente as lerá, e a defesa e, depois 
dela, o Ministério Público poderão recusar os jurados 
sorteados, até 3 (três) cada parte, sem motivar a 
recusa. 
Parágrafo único. O jurado recusado imotivadamente por 
qualquer das partes será excluído daquela sessão de 
instrução e julgamento, prosseguindo-se o sorteio para a 
composição do Conselho de Sentença com os jurados 
remanescentes. 
- Colhem-se declarações do ofendido, se possível, art. 473, CPP. 
- Oitiva de testemunhas de acusação (máximo 5) e depois às de defesa, na 
mesma regra.- Acareações, reconhecimento de pessoas ou coisas, esclarecimentos dos 
peritos, se necessárias forem tais diligências. 
- Interrogatório do réu, SE ESTIVER PRESENTE, art. 474, CPP. 
- Debates. 
- Votação dos quesitos (Sala especial: Juiz, MP, defensor e Jurados, 
art. 485, CPP). 
- SENTENÇA. Art. 492, CPP. Possibilidades: 
 Sentença absolutória própria 
 Sentença absolutória imprópria (aquela com aplicação de medidas de 
segurança). 
 Sentença condenatória - fixará a pena-base, considerará as circunstâncias agravantes 
ou atenuantes alegadas nos debates, imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às 
causas admitidas pelo júri, mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se 
encontra, se presentes os requisitos da prisão preventiva, estabelecerá os efeitos genéricos e 
específicos da condenação. 
 Sentença desclassificatória. 
ATENÇÃO: Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja 
doloso contra a vida será julgado pelo juiz presidente do Tribunal do 
Júri, como fosse um juiz comum de vara criminal. 
Caberá recurso de APELAÇÃO ao Tribunal de 2ª instância no prazo de 5 
(cinco) dias, quando: Ocorrer nulidade posterior à pronúncia; for a sentença 
do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; houver 
 Jean Túlio Cardoso Neto 
 RA 11514755 
 
erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; 
for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. 
ESPÉCIES DE RECURSO NO PROCESSO 
PENAL 
RESE: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Conceito: O recurso em sentido estrito é a medida judicial adequada para a 
impugnação de decisões interlocutórias desprovidas de caráter definitivo ou 
terminativa, uma vez que estas desafiam recurso de apelação. 
A interposição do recurso em sentido estrito com suas razões permite ao 
magistrado a reanálise da matéria discutida, possibilidade a qual se 
denomina efeito regressivo (o Juiz pode se retratar). 
Prazo de interposição: 5 dias (Contrarrazões em 2 dias). 
Principais motivos de interposição do RESE, cujo rol é previsto no art. 581 do 
CPP: 
"Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:" 
que não receber a denúncia ou a queixa; 
que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; 
que não receber a denúncia ou a queixa; 
que pronunciar o réu; 
que conceder ou negar a ordem de habeas corpus 
ATENÇÃO: o RESE somente atacará decisões de primeira instância e será 
julgado pelo tribunal de segunda instância (juízo ad quem). 
ATENÇÃO: Pra decisão de impronúncia caberá apelação e não RESE. 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
Conceito: Os embargos de declaração podem ser conceituados como sendo o 
recurso cabível contra a qualquer decisão que contiver obscuridade, 
ambiguidade, contradição ou omissão. O procedimento é simples, não 
exigindo sequer a oitiva da parte contrária, salvo quando objetivar efeitos 
infringentes. Outrossim, os embargos de declaração serão decididos pelo 
próprio juízo prolator da decisão recorrida. 
Prazo de interposição: 
 Juizado Especial - 5 dias 
 Justiça comum em 1ª e 2ª instância - 2 dias. 
 Justiça comum em Tribunais Superiores - 5 dias. 
 Jean Túlio Cardoso Neto 
 RA 11514755 
 
ATENÇÃO: a interposição dos Embargos interrompem a contagem dos 
prazos recursais. 
CARTA TESTEMUNHÁVEL 
 
Conceito: É uma espécie de recurso, que tem caráter subsidiário, só podendo 
ser usado quando nenhum outro remédio for cabível, com a finalidade de 
reexame de decisão denegatória de recurso em sentido estrito e agravo 
em execução. 
 
Prazo de interposição: 2 dias (contrarrazões em 2 dias). 
Competência: Juizo Ad quem. 
A competência para julgar a carta testemunhável será dos tribunais 
superiores. 
Podemos dizer ainda que a Carta Testemunhável é uma forma de evitar 
abusos de juízes, que impedem que um recurso siga seu caminho natural, 
tanto que ele é encaminhado ao escrivão (que se não fizer a carta andar 
normalmente é suspenso) e não ao próprio juiz. Conforme artigo 640 do CPP, 
que seja: 
 
Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao 
escrivão, ou ao secretário do tribunal, conforme o caso, 
nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho que 
denegar o recurso, indicando o requerente as peças do 
processo que deverão ser trasladadas. 
 
 
Nas palavras de Eugênio Pacelli: 
"Contra a denegação de apelação, por exemplo, cabe recurso em sentido estrito, 
nos termos do art. 581, XV, do CPP. Contra a decisão que não admite recurso 
extraordinário ou especial, cabe agravo de instrumento (art.28, lei 8.038/90). 
Assim, a carta dirigia-se basicamente, contra a denegação do recurso em 
sentido estrito." 
Assim, se o juiz obstar o prosseguimento do recurso em sentido estrito ao 
tribunal, sem amparo legal a tanto, cabe à parte interessada interpor carta 
testemunhável. 
 Jean Túlio Cardoso Neto 
 RA 11514755 
 
 
CORREIÇÃO PARCIAL 
 
Conceito: A correição parcial destina-se à correção de decisões não 
impugnáveis por outros recursos e que configurem inversão tumultuaria dos 
atos e fórmulas da ordem legal do processo. 
Na doutrina de Araken de Assis: 
A correição parcial é remédio que, teoricamente sem interferir com os atos 
decisórios, beneficia os litigantes que se aleguem vítimas de erros ou de 
abusos que invertam ou tumultuem a ordem dos atos processuais. 
Destarte, este recurso não visa alterar materialmente o direito objeto da 
contenda, mas sim na forma que se procede no mesmo. 
Cuida-se de um recurso cujo expediente é de caráter administrativo, o assim 
chamado de ERROR IN PROCEDENDO, que causa inversão tumultuaria do 
processo. 
Competência: Juízo Ad quem. 
Prazo de interposição: 10 dias (10 dias para contrarrazoar). 
Legitimidade: das partes. 
 
RECURSO ORDINÁRIO 
CONSTITUCIONAL (ROC) 
 
 
Conceito: É o recurso cabível contra decisão denegatória de habeas corpus ou 
mandado de segurança, proferida em segunda instância ou por Tribunal Superior. 
Portanto, pode ser interposto perante o Supremo Tribunal Federal e Superior Tribunal 
de Justiça. 
Prazo de interposição: 5 dias em denegação de HC e 15 dias em denegação 
de MS. 
ATENÇÃO: não caberá Habeas Corpus substitutivo ao ROC. Ex: Moro decreta 
a prisão preventiva de um réu da lava jato. Será interposto HC no TJ e o 
 Jean Túlio Cardoso NetoRA 11514755 
 
tribunal denega a ordem. Neste caso, caberá o ROC, mas não caberá o 
Habeas Corpus. 
EMBARGOS INFRIGENTES 
 
Conceito: Os embargos infringentes são oponíveis contra a decisão não 
unânime e desfavorável ao réu. Não basta, pois, a falta de unanimidade. É 
preciso, também, que a divergência do voto vencido seja favorável ao réu. 
Desse modo, apreciando uma apelação ou recurso em sentido estrito, se a 
Câmara ou Turma, por maioria, decidir contra o réu, e o voto dissidente lhe 
for favorável, cabíveis serão os embargos. 
 
ATENÇÃO: no STF, só caberão Embargos Infringentes, para atacar decisões 
em plenário, quando o impetrante obtiver pelo menos quatro votos a seu 
favor. 
 
Prazo de interposição: 10 dias. 
 
 
 
AGRAVO INTERNO (Agravo regimental) 
Conceito: Cabe para atacar decisões monocráticas (de relatores) em órgãos 
colegiados, levando a matéria à apreciação dos demais Magistrado da 
turma/Câmara. Ou seja, utiliza-se o AR para permitir que a decisão do 
relator seja revista por todos, a fim de checar se ela está correta ou não. É 
mais um recurso procedimental do que de mérito. 
Prazo de interposição: 5 dias. 
 
 
 
 Jean Túlio Cardoso Neto 
 RA 11514755 
 
 
RECURSO ESPECIAL E RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO (REsp & RExt) 
 
 
O Recurso Especial (ou REsp) é um recurso direcionado exclusivamente para 
o STJ e seu cabimento está previsto no art. 105, III, da Constituição Federal. 
Cabe REsp quando a decisão contra a qual se recorre: 
 contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
 julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
 der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído 
outro tribunal. 
 
Isso significa que o REsp serve para discutir questões cujo problema esteja 
estritamente ligado a qualquer lei federal. 
Recurso extraordinário (de sigla RExt), é o meio pelo qual se impugna 
perante o Supremo Tribunal Federal uma decisão judicial proferida por órgão 
colegiado, sob a alegação de contrariedade direta e frontal ao sistema 
normativo estabelecido na Constituição da República.[1] 
 
ATENÇÃO: É um requisito essencial do REsp e do RExt o 
prequestionamento. 
Prequestionar é discutir anteriormente a matéria na decisão recorrida, 
quando se demonstra a tese que será utilizada posteriormente no REsp. 
Assim o juiz que dá a decisão combatida deve antes ter se manifestado sobre 
o tema e somente se ele se manifestar é que cabível o REsp (se ele não se 
manifestar cabe embargos de declaração). 
 
Prazo para interposição: 15 dias (15 dias para contrarrazões). 
 
Ademais, tais recursos devem ater-se à matéria de direito, não podendo haver 
impugnação de matéria fática. Entretanto, uma vez que toda questão jurídica 
envolve aspectos de matéria de fato e matéria de direito, difícil proceder à 
uma separação estática, hermética de tais conceitos. Assim, no caso concreto, 
 Jean Túlio Cardoso Neto 
 RA 11514755 
 
o que se percebe são questões predominantemente de direito e questões 
predominantemente de fato. 
 
AGRAVO NOS AUTOS 
Conceito: O presente recurso é cabível de uma decisão que denega a subida 
de um RE ou de um REsp, ou seja, se caso fora interposto um recurso 
extraordinário para o STF ou recurso especial para o STJ e, quando for feito o 
juízo de admissibilidade pelo juízo a quo o tribunal entender que o recurso 
carece de algum de seus pressupostos, ou seja, cabimento, legitimidade, 
interesse, preparo, tempestividade, inexistência de fato impeditivo ou 
extintivo do direito de recorrer, regularidade formal, há fundamento para a 
interposição do presente recurso. 
Por força deste agravo, o REst ou RExt será enviado ao tribunal superior 
competente que, dando-lhe provimento, determinará que seja o recurso 
principal a ele remetido e, negando provimento, não julgará o recurso 
principal. 
Prazo de interposição: 10 dias (contrarrazões em 10 dias). 
 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA 
Conceito: Os embargos de divergência têm a finalidade de uniformizar o 
entendimento do Tribunal quando há discrepância de posições entre as 
turmas ou entre uma turma e outro colegiado do mesmo órgão (seção, órgão 
especial ou plenário). Assim não se examina o acerto ou desacerto de decisão 
proferida no âmbito de recurso especial ou extraordinária, mas, em grau de 
admissibilidade, a harmonização da divergência. 
Caberão os presentes embargos para atacar decisão proferida pela turma em 
recurso especial ou recurso extraordinário 
Prazo de interposição: 10 dias (Contrarrazões em 10 dias). 
 
AÇÕES DE IMPUGNAÇÃO 
 
I) Revisão criminal 
A revisão criminal é uma ação autônoma de impugnação de competência 
originária dos Tribunais (ou da Turma Recursal, no caso dos Juizados) que 
 Jean Túlio Cardoso Neto 
 RA 11514755 
 
revê a decisão condenatória (ou absolutória imprópria) transitada em julgado, 
por meio da qual a pessoa condenada requer ao Tribunal sob o argumento de 
que ocorreu erro judiciário. 
Pode ser interposta a qualquer tempo após o trânsito em julgado (não há 
prazo de decadência para ajuizar a revisão). 
Só pode ser ajuizada em favor do condenado (só existe revisão criminal pro 
reo; não existe revisão criminal pro societate). 
Pressupostos: 
A revisão criminal tem dois pressupostos: 
A) existência de decisão condenatória (ou absolutória imprópria) com trânsito 
em julgado; 
B) demonstração de que houve erro judiciário. 
Quem pode propor a revisão criminal? 
 O próprio réu; 
 Procurador legalmente habilitado pelo réu; 
 O cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do réu, caso este já 
tenha morrido. 
Competência: 
A revisão criminal é sempre julgada por um Tribunal ou pela Turma Recursal. 
Não existe revisão criminal julgada por juiz singular. 
Hipóteses: 
Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida: 
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto 
expresso da lei penal ou à evidência dos autos; 
II - quando a sentença condenatória se fundar em 
depoimentos, exames ou documentos comprovadamente 
falsos; 
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas 
provas de inocência do condenado ou de circunstância 
que determine ou autorize diminuição especial da pena. 
 
 Jean Túlio Cardoso NetoRA 11514755 
 
ATENÇÃO: a decisão da ação de impugnação poderá reduzir a pena, absolver 
o réu ou anular o processo, mas NUNCA poderá aumentar a pena ou tomar 
qualquer outra medida que prejudique o réu (non reformatio in pejus). 
II) Reclamação 
A chamada Reclamação, de competência originária do STF e do STJ, 
conforme o caso, consiste no meio através do qual se leva a essas cortes a 
notícia da usurpação de sua competência ou desobediência a julgado seu, 
cometida por juiz ou tribunal inferior. 
Admitida a reclamação, o tribunal cuja autoridade tenha sido violada pela 
decisão inferior condena o ato à ineficácia total, sem reformá-lo ou anulá-lo 
para que outro seja proferido, negando, assim, o poder daquele órgão que 
realizou o ato. Ou seja, o vício do ato reside especificamente na ausência de 
poder para realizá-lo. 
 
III) Ação Cautelar 
 
Especificamente, o tema trata de provas antecipadas de caráter de urgência 
solicitadas por qualquer das partes e determinadas pelo juiz, embasado em 
critérios discricionários, comprovados os elementos de necessidade, 
proporcionalidade e adequação as exigências legais. 
A provas cautelares são aquelas em que há um risco de desaparecimento do 
objeto da prova por decurso do tempo. Se não forem produzidas logo perdem 
sua razão de produção, depende de autorização judicial, mas tem seu 
contraditório postergado/diferido - ex: interceptações telefônicas. 
IV) Habeas Corpus 
Habeas corpus é uma garantia constitucional em favor de quem sofre 
violência ou ameaça de constrangimento ilegal na sua liberdade de 
locomoção, por parte de autoridade legítima. 
O Habeas corpus preventivo, é concedido apenas em uma situação de 
ameaça de constrangimento à liberdade de locomoção de uma pessoa, por 
isso ele é chamado de preventivo. Neste caso, ainda não há um fato 
consumado, é apenas para prevenir quando alguém está sendo coagido ou 
ameaçado, então, o juiz expede um salvo-conduto. 
O Habeas corpus liberatório, também chamado de repressivo, tem o objetivo 
de afastar qualquer tipo de constrangimento ilegal que está sendo praticado 
contra à liberdade de uma pessoa. 
 Jean Túlio Cardoso Neto 
 RA 11514755 
 
A competência para julgar o HC será sempre o juizo Ad quem da autoridade 
coatora. 
ATENÇÃO: o HC poderá ser julgando em primeira instância, quando estiver 
atacando ato de autoridades não judiciais (ex: delegado e MP). 
Se o HC for indeferido em primeira instância, caberá RESE. 
Se for indeferido em segunda instância, caberá ROC. 
 
V) Mandado de Segurança. 
Mandado de segurança é uma ação de rito sumaríssimo, com status de 
remédio constitucional, pela qual a pessoa que sofrer ilegalidade ou abuso 
de poder ou receio de sofrê-la, oriundo de autoridade pública ou nos casos 
em que se é delegado a terceiros, não amparado por hábeas corpus ou 
hábeas data, para proteger o direito liquido, certo e incontestável do 
impetrante, pode-se utilizar esse remédio. 
DIREITO LIQUIDO E CERTO 
Entendemos por direito liquido e certo, aquele em que pode ser comprovado, 
pelo julgador, tão logo a impetração do mandado de segurança, não cabendo 
assim, comprovação posterior, pois não seria liquido e certo. Cabe salientar, 
que o mandado de segurança deve apresentar-se com prova pré-constituida, 
ou seja, reafirmando o fato de não haver possibilidade de se juntar prova aos 
autos após a impetração do mesmo. No entanto, nada impede que o 
interessado procure outros meios judiciais, tendo em vista que o mandado de 
segurança não obsta o acesso a possíveis vias judiciais. 
O mandado de segurança se divide em duas espécies: repressivo ou 
preventivo. 
Repressivo: cabe quando já tiver ocorrido a ilegalidade ou abuso de poder, 
sendo concedido no sentido de corrigir a ilicitude, devolvendo o direito ao 
impetrado direito que tinha lhe sido tomado. 
Preventivo: cabe para prevenir possíveis ilegalidades passivas de 
acontecerem. Havendo a comprovação de violação ao direito liquido e certo 
supra conceituado, poderá ser deferido um pedido de liminar. 
O mandado de segurança tem que ser impetrado no prazo de 120( cento e 
vinte) dias a contar da ciência do ato, de afronta ao direito liquido e certo, 
pelo impetrante. 
 
	Juizados Especiais Criminais (lei 9.099/95)
	PROCEDIMENTO SUMÁRIO: Será utilizado quando a pena for superior a 2 e inferior a 4 anos. Aqui podem ser arroladas até 5 testemunhas.

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