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MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear Unidade 11 - Transformac¸o˜es lineares, nu´cleo e imagem A. Hefez e C. S. Fernandez Resumo elaborado por Paulo Sousa PROFMAT - SBM 10 de agosto de 2013 Transformac¸o˜es lineares Dados dois conjuntos U e V , ambos na˜o vazios, uma aplicac¸a˜o de U em V e´ uma “lei” pela qual a cada elemento de U esta´ associado um u´nico elemento de V . Se F indica essa lei e u indica um elemento gene´rico de U, enta˜o o elemento associado a u e´ representado por F (u) (leˆ-se “F de u”) e se denomina imagem de u por F . O conjunto U e´ o dom´ınio e o conjunto V e´ o contra-dom´ınio da aplicac¸a˜o F . Para indicar que F e´ uma aplicac¸a˜o de U em V escreve- se F : U → V . PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 2/11 Transformac¸o˜es lineares Uma transformac¸a˜o linear e´ um tipo particular de func¸a˜o, entre dois espac¸os vetoriais, que preserva as operac¸o˜es de adic¸a˜o vetorial e mul- tiplicac¸a˜o por escalar. Uma transformac¸a˜o linear tambe´m pode ser chamada de aplicac¸a˜o linear. No caso em que o dom´ınio e contra- dom´ınio coincidem, e´ usada a expressa˜o operador linear. • Sejam U e V espac¸os vetoriais. Uma transformac¸a˜o linear de U em V e´ uma func¸a˜o T : U → V que possui as seguintes propriedades: (i) T (u1 + u2) = T (u1) + T (u2), ∀ u1, u2 ∈ U; (ii) T (α · u) = α · T (u), ∀ u ∈ U e ∀α ∈ R. PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 3/11 Transformac¸o˜es lineares Exemplo: Dada uma matriz invert´ıvel P ∈ M(2 × 2), mostre que F :M(2× 2)→M(2× 2) definida por F (X ) = P−1 · X · P e´ linear. Soluc¸a˜o: Usando as propriedades operacionais ba´sicas sobre matrizes mostra-se que: F (X + Y ) = F (X ) + F (Y ); F (α · X ) = α · F (X ) para quaisquer X ,Y ∈M(2× 2) e α ∈ R. PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 4/11 Transformac¸o˜es lineares Como visto em unidades anteriores, cada elemento de um espac¸o vetorial e´ unicamente determinado por uma base do espac¸o. Como consequeˆncia deste fato, temos que uma transformac¸a˜o linear fica totalmente determinada se conhecermos seus valores nos vetores de uma base de seu dom´ınio. Exemplo: Determine a transformac¸a˜o linear T : R2 → R2 tal que T (1, 1) = (1, 0) e T (1,−1) = (0, 1). Soluc¸a˜o: Sendo (x , y) = x+y2 · (1, 1) + x−y2 · (1,−1), segue que T (x , y) = x + y 2 · T (1, 1) + x − y 2 · T (1,−1) = ( x + y 2 , x − y 2 ) . PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 5/11 Transformac¸o˜es lineares No estudo de func¸o˜es, em va´rias situac¸o˜es faz-se necessa´rio determi- nar quando uma dada func¸a˜o e´ injetiva, ou sobrejetiva ou bijetiva. Vejamos alguns exemplos: • A func¸a˜o f : R → R, definida por f (x) = x2, e´ injetiva, e´ sobrejetiva, e´ bijetiva ? • A func¸a˜o f : [0,+∞)→ R, definida por f (x) = x2, e´ injetiva, e´ sobrejetiva, e´ bijetiva ? • A func¸a˜o f : R→ [0,+∞), definida por f (x) = x2, e´ injetiva, e´ sobrejetiva, e´ bijetiva ? • A func¸a˜o f : [0,+∞) → [0,+∞), definida por f (x) = x2, e´ injetiva, e´ sobrejetiva, e´ bijetiva ? PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 6/11 Transformac¸o˜es lineares Analisando os exemplos acima, percebe-se que o conceito de injetivi- dade, sobrejetividade e bijetividade esta˜o relacionados ao dom´ınio e ao contra-dom´ınio da func¸a˜o. No caso de transformac¸o˜es lineares, como o dom´ınio e o contra- dom´ınio sa˜o espac¸os vetoriais, ou seja, apresentam propriedades gene´ricas, e´ razoa´vel se perguntar: existe uma caracterizac¸a˜o das transformac¸o˜es lineares injetivas (ou sobrejetivas, ou bijetivas) ? PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 7/11 Nu´cleo e Imagem Para responder a este questionamento, primeiramente e´ preciso pen- sar que tipo de caracterizac¸a˜o deseja-se obter. No presente caso, e´ razoa´vel tentar obter uma caracterizac¸a˜o utilizando o que foi estudado nas unidades anteriores (espac¸o, subespac¸o, base e dimensa˜o). A resposta a` pergunta e´ positiva, no caso da injetividade, e para ob- ter a caracterizac¸a˜o faz-se uso da definic¸a˜o de nu´cleo de uma trans- formac¸a˜o linear. • Seja T : U → V uma transformac¸a˜o linear. O nu´cleo de T , denotado por KerT , e´ o conjunto de vetores de U que sa˜o levados por T no vetor nulo de V , ou seja, KerT = {u ∈ U : T (u) = 0}. PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 8/11 Nu´cleo e Imagem E´ de fa´cil verificac¸a˜o que: • se T : U → V e´ uma transformac¸a˜o linear, enta˜o KerT e´ subespac¸o vetorial de U; • uma transformac¸a˜o linear T : U → V e´ injetiva se, somente se, KerT = {0}. Exemplo: Considere a func¸a˜o T : R → R, definida por T (x) = x2. Veja que KerT = {0} e T na˜o e´ injetiva. Temos uma contradic¸a˜o ? Por que ? PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 9/11 Nu´cleo e Imagem A imagem de uma transformac¸a˜o linear T : U → V e´ o conjunto ImT = T (U) = {T (u) : u ∈ U}. Mostra-se que ImT e´ subespac¸o vetorial de V . O nu´cleo foi definido como um subespac¸o do dom´ınio cujos elementos satisfazem uma determinada equac¸a˜o. A equac¸a˜o que caracteriza o nu´cleo e´ bastante u´til para determinar um conjunto gerador ou uma base. No caso da imagem, na˜o temos uma equac¸a˜o que a caracterize. Enta˜o e´ necessa´rio o uso de outros artif´ıcios para obtenc¸a˜o de um conjunto gerador. PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 10/11 Nu´cleo e Imagem Neste sentido, vale o seguinte resultado: • Seja T : U → V uma transformac¸a˜o linear e {u1, . . . , un} uma base de U, enta˜o {T (u1), . . . ,T (un)} e´ um conjunto de geradores de ImT . PROFMAT - SBM MA33 - Introduc¸a˜o a` A´lgebra Linear slide 11/11