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Conceituação básica: Cidade, urbano, urbanização Sítio, situação, morfologia Estrutura, estruturação e Espaços Urbanos. Aula 1. 14 de agosto de 2014 reestruturação Bibliografia Básica : CASTELLS, M A questão urbana. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1983, p. 39-52. [CORRÊA, R. L. O espaço Urbano. São Paulo: Ática, 1989. WHITACKER, A. M. Considerações preliminares sobre espaço e urbanização. In: WHITACKER, A. M. Espaços Urbanos. Notas de Aula. Presidente Prudente: Curso de Graduação em Geografia/FCT/Unesp, 2012] A. Cidade, Urbano, Urbanização Por que estudar a cidade? Para começar, a cidade é: Um produto social, portanto: • Uma síntese de interesses ora complementares, ora distintos, ora antagônicos. Um produto da História, portanto: • Um acúmulo de tempos Usos e tempos Não há, apenas, uma sucessão, mas uma combinação singular de usos e tempos. • Como podemos "ler" a sucessão e a combinação de tempos e usos na cidade? • Se a cidade é um produto social, quem produz a cidade? Primeiramente, é importante saber • Espaço urbano constituído por diferentes usos da terra. - Que usos são estes? O uso comercial O uso para os serviços O uso residencial O uso industrial Outros usos • Cada um dos diferentes usos da terra pode ser visto como uma forma espacial Formas. Funções. Formas. Funções. Tempo. Formas e funções. A cidade é a representação de um acúmulo de tempos. As formas espaciais existem por que nelas se realizam funções. Estas funções podem se transformar com o tempo. Que funções são estas? - São as diversas atividades que se desenvolvem na cidade: • a produção e venda de mercadorias, • prestação de serviços diversos • ou uma função simbólica [uma igreja, um palácio de governo, um monumento cívico]. • Tais funções estão vinculadas aos diversos processos sociais. • Tais processos correspondem ao próprio desenvolvimento da sociedade. • Tal desenvolvimento não é linear, não é homogêneo e é profundamente desigual. • Os processos sociais são, então, o movimento da própria sociedade. • Tais processos demandam funções urbanas que se materializam nas formas espaciais. • Por isso as formas espaciais não possuem existência autônoma, são socialmente produzidas. Não existem por acaso. espaço urbano diferentes usos da terra formas espaciais funções processos Quem produz o espaço urbano? "O espaço urbano - fragmentado, articulado, reflexo, condicionante social, cheio de símbolos e campo de luta - é um produto social, resultado de ações acumuladas através do tempo, e engendrado por agentes que produzem e consomem espaço." (R. L. Corrêa) "A complexidade da ação dos agentes sociais inclui práticas que levam a um constante processo de reorganização espacial que se faz via: Incorporação de novas áreas ao espaço urbano Densificação do uso do solo Deterioração de certas áreas Renovação urbana Relocação diferenciada da infra-estrutura Mudança, coercitiva ou não, do conteúdo social e econômico de determinadas áreas da cidade. (R. L. Corrêa) Le Corbusier, Plano Voison, Paris, 1925. Fonte: LE CORBUSIER. Quem produz o espaço urbano? Os agentes sociais: Os detentores de grande capital para investimentos diversos; Os proprietários fundiários; Os promotores imobiliários; O Estado; Grandes Empresas comerciais, industriais, de serviços. Os grupos sociais organizados (diferentes níveis de exclusão) (Voltaremos a esse assunto em aula específica) • "As ações destes agentes se fazem dentro de um marco jurídico [legislação ambiental, planos diretores, planos de edificação etc.] que regula a atuação deles. Este marco não é neutro. • Ainda que possa haver diferenciações nas estratégias dos quatro primeiros agentes, bem como conflitos entre eles, há entretanto denominadores comuns que os unem: um deles é a apropriação de uma renda da terra. O processo de urbanização (a) Referências bibliográficas: CASTELLS, Manuel. A questão urbana. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983. p. 39-52. Alguns sentidos distintos dados ao termo urbanização: 1. 2. "Concentração espacial de uma população, a partir de certos limites de dimensão e densidade" "Difusão do sistema de valores, atitudes e comportamentos denominado 'cultura urbana'" Quais os limites, as imprecisões e as implicações da identificação da urbanização com tais sentidos? O processo de urbanização (b) A "cultura urbana" • O que se chama genericamente de "cultura urbana" ao se analisar o processo de urbanização, diz respeito, em essência, ao sistema cultural característico da sociedade industrial capitalista. • Isso significa que, ao se adotar um discurso "culturalista", em verdade se camufla a essência do fenômeno urbano, que é sua identificação crescente com a divisão do trabalho e com o desenvolvimento do capitalismo. O processo de urbanização (c) A "cultura urbana" Relembrando as sucessivas divisões do trabalho: • podemos considerar, primeiramente, o nomadismo de pequenos grupos, que desenvolviam atividades de coleta, caça e pesca, sem uma estratificação social marcante e com uma divisão do trabalho por sexo e idade. O processo de urbanização (d) A "cultura urbana" Relembrando as sucessivas divisões do trabalho: • Num segundo estágio, graças a um desenvolvimento técnico da agricultura e da criação, desenvolveu-se um semi-nomadismo e mesmo um sedentarismo, sem, necessariamente, ter havido um desaparecimento das atividades de coleta, caça e pesca. • O semi-nomadismo criou as condições para o que se convencionou chamar de Revolução Agrícola, um processo caracterizado pelo surgimento e o aprimoramento de técnicas como a escolha de sementes e o uso do arado. Tais técnicas permitiram a colheita de excedentes agrícolas, o que propiciou a fixação num lugar, mais ou menos limitado pela produtividade do solo. O processo de urbanização (e) A "cultura urbana" Relembrando as sucessivas divisões do trabalho: • Aqui, as atividades agrícolas tornaram-se, paulatinamente, incompatíveis com a criação de gado num mesmo local. Surgiu, desta forma, uma separação territorial entre o pastoreio e a agricultura e a primeira divisão do trabalho: o pastor e o agricultor. Como coloca SINGER, a sociedade de classes precederia, assim, historicamente, a origem da cidade propriamente dita: "A diferenciação social tinha que preceder a diferenciação ecológica." • Essa divisão social tornaria possível e talvez necessária uma troca de excedentes. A territorialização dessas trocas dar-se-iam nos market places, pontos de encontro, mais sazonais que constantes, entre tais populações. Nesse contexto, ter-se-ia uma organização social emergente de um processo econômico que começaria a se delinear. O processo de urbanização (f) A "cultura urbana" Relembrando as sucessivasdivisões do trabalho: • Ter-se-ia uma elite governamental e administrativa que, em troca de uma apropriação, ou tributo, organizaria o trabalho, o armazenamento e a distribuição dos produtos, e a proteção da população, elite essa que "ofereceria" tais serviços de uma forma nem sempre pacífica, assim como nem sempre essa elite seria um segmento endógeno ao grupo. • Nesse contexto, tornar-se-ia necessário e possível o surgimento da escrita, códigos, leis, e o que foi fundamental para a continuidade desse processo - uma institucionalização da religião e do poder. • Surgiram as primeiras instituições sociais, isto é, o que a princípio era ofertado como pagamento dos serviços prestados, militares, religiosos, quando não a mesma coisa, passou a fazer parte da organização social, institucionalizou-se em leis, em dogmas, e no cotidiano. • Seguiu-se a isso a divisão territorial do trabalho. Uma diferenciação que se fez perceptível tanto empiricamente, nas formas do espaço, como em seu conteúdo. Surgiu a cidade. O processo de urbanização (g) A "cultura urbana" Relembrando as sucessivas divisões do trabalho: • Temos assim, como resultado desses fatores, um centro, o qual, muitas vezes, era a própria cidade, cercada de fortificações, no interior das quais se encontra a elite, cabendo as áreas circunvizinhas ao restante da população. O cerne da segregação espacial advém daí: à divisão técnica e social do trabalho corresponde uma divisão técnica e social do espaço. O processo de urbanização (h) A "cultura urbana" Se compreendemos que existe uma divisão técnica e social do trabalho que corresponde a uma divisão técnica e social do espaço, compreendemos que, mais que: "concentração espacial de uma população, a partir de certos limites de dimensão e densidade" e "difusão do sistema de valores, atitudes e comportamentos denominado 'cultura urbana'", o processo de urbanização é a materialização do desenvolvimento do capitalismo, de um modelo de produção hegemônico. O processo de urbanização (i) A "cultura urbana" • Ao se tratar de maneira dicotômica o "rural" e o "urbano" e o "emprego rural" e o "emprego urbano", estamos, em síntese, negando a estreita relação entre a urbanização e industrialização e entre urbanização e capitalismo. • Como o discurso "culturalista" é construído? • Quais suas limitações? O processo de urbanização (j) A "cultura urbana" A tendência culturalista da análise da urbanização fundamenta-se numa premissa: • 1. 2. 3. • Existe correspondência entre: um certo tipo técnico de produção (essencialmente definido por uma atividade industrial), um sistema de valores (o 'modernismo') e uma forma específica de organização do espaço, a cidade Esta cidade de distinguiria por uma determinada forma e uma certa densidade que se define a priori. O processo de urbanização (k) A "cultura urbana" • Ou seja, mais uma vez fica evidente que o processo de produção hegemônico não é exposto, ficando a urbanização, por esta corrente culturalista, limitada, em sua delimitação e definição, aos aspectos formais do processo. • Assim, quando muda a forma da cidade e a forma da produção hegemônica, características contemporâneas, a corrente culturalista irá questionar a existência da cidade. O processo de urbanização (l) A "cultura urbana" • Resumindo: • Se tomamos como verdade e como elemento de definição da urbanização as premissas "Concentração espacial de uma população, a partir de certos limites de dimensão e densidade" e "Difusão do sistema de valores, atitudes e comportamentos denominado 'cultura urbana'"; quando verificarmos que elas mudam qualitativamente, cairíamos num falso problema: questionar se a cidade existe, perdendo a possibilidade de se compreender e de se verificar as contradições e as mudanças do sistema de produção hegemônico O processo de urbanização (m) A "cultura urbana" Caso adotássemos a definição de urbanização como "um processo de concentração da população em dois níveis: 1) proliferação de pontos de concentração; 2) aumento do tamanho de cada um deste pontos, temos que a urbanização (e o que é cidade) se definiria pelo aglomerado resultante de uma determinada concentração e densidade; Esta concentração e densidade seriam responsáveis pela diferenciação funcional e social dentro da cidade e entre as cidades. Está tudo certo? Tudo coerente? Sim e não O processo de urbanização (n) A "cultura urbana" • A argumentação assim colocada é lógica, porém sua lógica se fundamenta e se valida na forma equivocada de se colocar a questão. • A urbanização não se limita a estas características (visíveis). • Ela se fundamenta, mais uma vez, na divisão social e territorial do trabalho, base do capitalismo O processo de urbanização (o) A "cultura urbana" • Há implicações práticas em se adotar critérios como dimensão e densidade para se definir que uma determinada unidade espacial é ou não uma aglomeração urbana. • Porém, em todos os países, com combinações diversas, tal critério é utilizado, baseando-se em: • Quantidade da população; • Quantidade da população relacionada a população economicamente ativa; O processo de urbanização (p) A "cultura urbana" • Uma evolução é a conceituação do que seria urbano que combina os critérios anteriores com a a hierarquia funcional de um determinado centro com seu entorno e, conseqüentemente, com o número e complexidade de funções que desempenha nesta rede. • Tais critérios baseiam-se, portanto, ora numa dimensão quantitativa interna ao aglomerado, ora num critério de definição que leva em conta as relações entre os aglomerados, ora combina os dois níveis. O processo de urbanização (q) A "cultura urbana" • Em síntese, devemos compreender, para a definição do que seja urbano: A) o empirismo estatístico não pode ser usado como determinante único da urbanização, pois este processo depende da fatores qualitativos também; B) a simples análise da forma do aglomerado não permite, mais que se distinga nitidamente o que seja, ou não cidade. Para começar (mas não para concluir) podemos, por enquanto, adotar a seguinte delimitação teórica do que fosse cidade, segundo CASTELLS: • " cidade é o lugar geográfico onde se instala a superestrutura político-administrativa de uma sociedade que chegou a um ponto de desenvolvimento técnico e social que implica num sistema de distribuição e troca de produtos, calcado na reprodução simples e ampliada da força de trabalho. Tal quadro pressupõe a existência: 1. de um sistema de classes sociais (responsável pela reprodução da força de trabalho); 2. de um sistema político permitindo ao mesmo tempo o funcionamento do conjunto social e o domínio de uma classe; 3. de um sistema institucional de investimento, em particular no que concerne à cultura e à técnica; 4. de um sistema de troca com o exterior." B. Sítio, Situação, Morfologia termos e conceitos: Sítio Urbano - Diz respeito ao local de implantação da cidade. - Assim, um sítio urbano pode ser litorâneo, insular, em área montanhosa etc. - Traz os determinantes e as transformações empreendidas peloHomem sobre a base topográfica, geomorfológica da cidade. - Uma cidade, por exemplo, cujo sítio se assenta sobre uma área sujeita a enchentes terá determinadas características, limitações e desafios impostos por tal quadro. - A implantação de infra-estruturas, o plano de arruamento, a disposição e tipo de construções e a lei de uso e ocupação do solo devem observar tais imposições. Situação urbana • Diz respeito a localização da cidade em relação a rede urbana e ao conjunto de cidades. • É também utilizado ao abordar a cidade frente a situação destas com relação à formações gerais (a depressão periférica; o polígono das secas, por exemplo). • Pode, num quadro de rede urbana hierárquica, retratar papéis e funções desempenhadas pela cidade (por exemplo: um centro regional, um centro local, uma metrópole regional). Dadas as profundas modificações no quadro da rede urbana, este conceito será aprofundado no no decorrer da disciplina. Malha urbana Diz respeito ao desenho das ruas e demais vias observáveis na cidade. Tecido Urbano Expressão metafórica que traduz a semelhança entre as células construídas e os vazios de um meio urbano e a fiação de um tecido. Pode-se compreender tecido urbano como o conjunto dos elementos do quadro urbano que constituem um todo. O tecido urbano seria a expressão física da forma urbana. É constituído pelo sítio urbano, pela rede viária, pela divisão dos lotes urbanos, pela relação entre espaços construídos e não construídos, dimensão, forma e estilo das construções e pelas relações que ligam esses elementos. (Dicctionnaire d'Urbanisme) Nos termos expostos acima, há uma semelhança entre tecido urbano e morfologia urbana. Tecido Urbano é um determinado tipo de urbanização de uma região urbana. O tecido urbano pode ser verticalizado, horizontal ou misto, podendo ter os dois tipos de urbanização. Esse tipo específico de urbanização é normalmente planejado, ou seja o zoneamento é feito para organizar o traçado urbano. O tecido urbano muitas vezes pode confundir os limites da cidade, fazendo com que se forme um único padrão de urbanização em diferentes bairros, distritos, zonas, ou até mesmo entre cidades vizinhas, no caso das metrópoles. Obs: Estudar os itens em destaque conceitos básicos Acessibilidade (para portadores de dificuldades físicas) é o conjunto de adaptações do ambiente físico que facilitam a circulação de pessoas (pedestres), portadoras ou não de dificuldades locomotoras e visuais. Avenida via de circulação de dimensões generosas, normalmente arborizadas. É uma criação classica que acolhia desfiles de carroças, paradas militares, festas populares, etc. Geralmente são as vias mais importantes e de destaque nas cidades. Biodiversidade A diversidade biológica, nada mais é do que a variedade de genes, espécies e eccossistemas que fazem parte da biosfera. A biodiversidade pode ser medida pelo número total de espécies vivas nos ecossistemas terrestres e aquáticos, determinando o que os ecólogos chamam de "a riqueza total do planeta". Biosfera É o conjunto das regiões da Terra onde a vida é possivel em caráter permanente. A noção de biosfera revela um conceito muito precioso dentro da Ecologia: "a interdependência das espécies". A espessura da biosfera é irregular e não uma camada contínua, pois em certos lugares do planeta a vida é escassa ou mesmo inexistente. Cidade São considerados três condições básicas para se denominar um estabelecimento humano de "CIDADE": 1 - Aglomeração de construções (reunião de casas contíguas) 2 - Abrigar certos traços sociais (atividades de comércio, serviços, etc.) 3 - Atingir uma determinada dimensão. Cidade Histórica - Conselho Internacional de monumentos e sítios históricos diz que todas as cidades do mundo são a expressão material de todas as adversidade da sociedade através da história, portanto deveriam ser consideradas históricas. Ex.: Ouro Preto Cidade Nova - cidade planejada a partir de uma decisão por via administrativa, em geral dentro de um quadro político de planejamento regional. Ex.: Brasília / Cidades Satélites. Código de Obras normas de construção (interna da edificação) que visa assegurar a realização de padrões mínimos de segurança, higiene, saúde e conforto para os usuários. Código de Posturas dispõe sobre a postura, conduta dos usuários (comportamento) e medidas da administração pública referentes à higiene, poluição sonora, atmosférica e visual e de ordem pública nas cidades. Visa, principalmente, estabelecer as mínimas condições de convivência harmoniosas e coletiva dos usuários. Coeficiente de Ocupação do Solo é a regra do urbanismo que define a densidade de construção autorizada no interir de uma mesma zona no plano de uso do solo. Exprime a superfície suscetível de ser construída. Cornubação coalescência de várias cidades e sua fusão numa área metropolitana. É constituída por uma proliferação de espaços construídos quase sem hierarquia e sem nenhum plano de conjunto. Desenvolvimento Sustentado Em poucas palavras é o desenvolvimento "limpo", sem altos custos ambientais. A conscientização de que o crescimento econômico não poderia mais se desenvolver a qualquer custo e de que o planeta sofria de uma crise ambiental crônica - motivada por modelos de desenvolvimento que desconsideravam totalmente o meio ambiente - foi assumida pela primeira vez em Estocolmo, na Suécia, em 1972. Desmatamento O desmatamento condena as populações que dependem da floresta para a sua subsistência, atinge um patrimônio genético que poderia ser usado para originar novos tipos de remédios e alimentos, empobrece os solos tropicais, que se tornam inférteis, e ameaça de extinção dezenas de espécies. Essas perdas, por sua vez, acabam gerando um grande número de problemas sociais, econômicos e políticos. Quando desembarcaram do navio MayFlower, os primeiros colonos dos EUA pisaram num continente completamente arborizado ao leste de Mississipi - eram 179 milhões de hectares de verdejantes florestas. Hoje não restam mais de 10 milhões. Ecologia Em princípio, pode se definir ecologia como o estudo das relações dos seres vivos entre si com o meio ambiente. Mas isso seria muito pouco para caracterizar a importância e a abrangência do que seria a ecologia hoje - a força motriz de uma mudança radical na atitude do ser humano civilizado perante a natureza. Nos últimos 35 anos, o impacto da ecologia nas decisões econômicas, políticas e sociais de todos os países do mundo passou a ser brutal. Ecossistemas É o conjunto dos seres vivos e do seu meio ambiente físico, incluíndo suas relações entre si. O conceito de ecossistema é bastante elástico com relação ao tamanho - um pântano, uma gruta, um rio ou uma ilha podem ser chamados de ecossistemas. Já os espaços maiores, como florestas tropicais, o cerrado ou a tundra ártica, são chamados de biomas, que abrangem um conjunto diversificado de ecossistemas. Efeito Estufa Uma camada de gases envolve a Terra como um vidro que impede o calor terrestre de voltar para o espaço, esquentando o planeta. Esse fenômeno, natural, propiciou a vida sobre a Terra. Mas, segundo alguns cientistas, com o acúmulo de dióxido de carbono na atmosfera, provocado pelas emissões industriais e dos automóveis e outros tipos de gases poluentes, esse calor passou a ser encurralado dentro de uma "estufa" atmosférica. Os efeitos poderiam ser desastrosos, como o aquecimento das águase o derretimento das calotas polares, aumentando o nível do mar nos litorais. Equipamentos Comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, lazer, segurança, assistência social, esporte, saúde, administração e similares. Equipamentos Urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado. Equipamentos Comunitários com Raio de Abrangência Regional são equipamentos que por suas dimensões e/ou atividades e/ou características implicam em maior concentração de pessoas ou veículos, níveis altos de ruído. A abrangência regional pode ir além dos limites da Região Administrativa, podendo, inclusive, englobar mais de uma cidade. Equipamentos Comunitários com Raio de Abrangência Local são equipamentos cujas dimensões e/ou atividades e/ou características não extrapolam aos níveis do cotidiano com ligações direta funcional ou espacial com uso residencial. Demandam para funcionamento apenas a comunidade do entorno em que estão localizados. Floresta A maioria da superfície terrestre era recoberta de florestas antes de o homem começar a destruí-las. Foram dizimadas enormes extensões de florestas no continente europeu e asiático no Período Neolítico, quando o ser humano desenvolveu as primeiras técnicas de agricultura, queimando árvores para plantar. As florestas tropicais e a taiga, a maior floresta do mundo em extensão, respondem hoje por grande parte das reservas florestais do planeta. Cerca de dois terços das espécies animais e vegetais da Terra vivem nas florestas tropicais. Florestas Tropicais Ricas em biodiversidade, estão sistematicamente sendo destruídas para a extração de madeira, criação de pastos e ampliação de fazendas. Cobrem 7% da superfície terrestre, embora, um dia, tenham tenham coberto 1,5 bilhão de hectares, uma área equivalente a mais de dois Estados Unidos. Nelas vivem dois terços de todas as espécies animais e vegetais do mundo. Muitos dos alimentos consumidos hije provêm das regiões de florestas tropicais. Os materiais genéticos originais dessas espécies encontram-se ainda em estado selvagem nas florestas. Novos cruzamentos podem ser feitos com eles, para produzir espécies resistentes a pestes e doenças. Habitat Cada espécie vive em um lugar característico, o seu habitat, onde pode conviver com outras espécies.O habitat de uma minhoca, por exemplo, é o solo úmido; o habitat dos liquens são as rochas e as árvores. O habitat seria o "endereço" de uma determinada comunidade ou indivíduo. Já as suas atividades, interesses e associações estariam incluídos na definição de nicho ecológico, que determina como essa espécie se distribui e convive nesse espaço. CONCEITOS BÁSICOS II Hidrosfera A hidrosfera, que compreende rios, lagos, represas, mares e oceanos, ocupa uma superfície muito maior da crosta terrestre, 71%. As emissões industriais, esgotos, detritos e restos de agrotóxicos afetam profundamente os rios e lagos e se constitem no seu maior problema com referência à poluição; o petróleo derramado e a pesca irrefletida de determinadas espécies, por sua vez, são os grandes responsáveis pelos desastres ambientais que ocorrem nos mares e oceanos. A solução do problema da fome no mundo se concentra ainda nos mares e oceanos, que podem ser explorados comercialmente de maneira inteligente. Índices Urbanísticos índices que determinam as características e limitações da ocupação do solo. Infra-estrutura urbana Conjunto de instalações realizadas no subsolo para atender às necessidades básicas para às atividades humanas, através do espaço, tais como: Vias e estacionamentos, transportes coletivos, saneamento básico, água, eletricidade, comunicações, gás, praças, parques, limpeza pública, cemitérios e outros. Impacto Ambiental As ações naturais ou provocadas pelo homem produzem alterações sobre o meio ambiente ou em parte dele - os resultados dessas ações são chamados de impacto ambiental. Para se medir a amplitude desses efeitos, hoje em dia é obrigatória a elaboração de um estudo de impacto ambiental (EIA/RIMA). Quando aplicados no caso de uma construção de uma barragem, por exemplo, os estudos se dividem em duas partes: uma de previsão do impacto antes que ele aconteça e outra de avaliação e monitoramento, em que se procura medir os efeitos durante e após a construção. Legislação básica urbana Conjunto de diretrizes que regulamentam o uso e ocupação do solo dentro do perímetro urbano. Ex.: Código de obras, Código de Posturas, Plano diretor, Lei do Perímetro urbano. Lei de Parcelamento do Solo lei que regulamenta a implantação de loteamentos na área urbana dos municípios, e demais regiões administrativas, e que estabelece as obras de infra-estrutura, destina áreas para praças e áreas verdes, bem como, áreas reservadas para as edificações públicas e de uso social. Lei do Sistema Viário define o sistema de circulação da cidade em função da necessidade de trânsito e transporte de pessoas e mercadorias. Lei de Zoneamento divisão da cidade em zonas, fixando o uso dos terrenos e edificações, promovendo a distribuição racional da população e das atividades. Loteamento divisão de uma propriedade em vista de implantação da edificação. Metrópole cidade ou aglomertação importante suscetível de constituir um polo de desenvolvimento capaz de atrair as atividades e habitações escapando assim de uma região urbana dominante. Uma cidade designada como metrópole é aquela que, ao mesmo tempo, domina e organiza o espaço que a rodeia. Malha urbana / Tecido urbano Expressão metafórica assimilando as células construídas e os vazios do meio urbano ao entrelaçamento de um tecido. Podemos chamar, o conjunto de elementos do quadro urbano que constitui um todo homogêneo - a situação geográfica, o sistema viário, o loteamento, a dimensão, a forma das quadras, os vazios e o estilo das edificações. Meio Ambiente É a realidade física e orgânica de um determinado espaço, que pode compreender tanto um ecossistema como toda a biosfera. Preocupações com o meio ambiente quase não tinham lugar a 20 anos. Hoje não há governo ou ser humano que não as leve em consideração. No Brasil, mudaram muito os conceitos em relação à problemática ambiental. A s conclusões de uma pesquisa recente realizada pelo Ministério do Meio Ambiente revelaram um cidadào brasileiro mais ecologicamente consciente e disposto a colaborar com programas que tenham a qualidade ambiental como prioridade. Morfologia Urbana é o estudo da forma urbana, caracterização física de uma aglomeração urbana. Infra-estrutura Urbana - conjunto de instalações realizadas no subsolo para atender às necessidades básicas para as atividades humanas, através do espaço tais como: vias e estacionamentos, transportes coletivos, saneamento básico, água, eletricidade, comunicações, gás, praças, parques, limpeza pública, cemitérios e outros. Parcelamento do Solo conjunto da divisão do solo em parcelas e sua representação cartográfica. Planejamento Urbano é a arte de coordenar a organização racional do espaço coletivo visando a otimização da valorização do solo e as situações adequadas ao desenvolvimento do homem. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano principal instrumento da política de desenvolvimento urbano e de ordenamento da expansão urbana capaz de orientar a atuação da administração pública e da iniciativa privada. Poluição Uma das palavras mais usadas dos últimos 30 anos, a poluição se manifesta em quase todos os ambientes físicos e biológicos do planeta. Tanto na terra quanto na água, a poluição é um dos grandes problemas ecológicosda humanidade. Vários esforços, locais e globais, estão sendo feitos para contê-la, embora ainda seja bastante duvidosa e eficácia de muitas ações. Poluição Atmosférica Um dos mais graves problemas do planeta. Muitas vezes atua insidiosamente, penetrando aos poucos no solo e na água - o flúor produzido pela indústria de alumínio envenena lentamente bovinos e ovinos e extermina os insetos polinizadores. Muitas das sustâncias poluentes atingem primeiro a vegetação, entrando posteriormente nos ciclos alimentares do homem e dos animais. Praça Lugar público, descoberto, constituído de espaço vazio e de edificações que o rodeiam. Idade Média - comércio/religião/política, de forma irregular, tangentes à circulação, ornamentos jamais no centro. Renascimento - praça estética, onde sua finalidade era embelezar a cidade, sempre ligada à uma imagem do poder. Perspectiva. Praça programada - Praça teatral - barroco (colocar em evidência um monumento urbano). Praça real - estátua dos monarcas, as vezes residencial, elas acolhem edifícios administrativos. Praça residencial inglesa square - centro ocupado por um jardim cercado por grades, onde somente os moradores tinham a chave. Era industrial - desaparecimento de praças, vida pública se concentra em edifícios fechados, o espaço urbano foi invadido pelos meios de transportes. As novas praças criadas pelo urbanismo são partes integrantes do sistema de circulação, elas não estão mais a serviço do pedestre. Recursos Naturais Os recursos naturais da Terra podem ser divididos em dois tipos básicos: os não renováveis, como a maioria dos recursos minerais, e os renováveis. Dentro da área dos renováveis estariam alguns dos recursos minerais, como a água e o solo, e os biológicos, como as florestas, os pastos, os campos agriculturáveis, a biodiversidade animal e vegetal e os recursos marinhos, todos esses itens englobados sob a designação geral de recursos genéticos. Apesar de serem renováveis, isto não significa necessariamente que sejam inesgotáveis. Reciclagem Reciclar, em resumo, significa reaproveitar o que já existe e não devastar novamente o meio ambiente para a fabricação de novos produtos, reduzindo o impacto ambiental provocado pela ação do homem. No Brasil, o lixo reciclado é uma idéia que aos poucos está se concretizando. Recuperação trabalhos visando transformar um local, imóvel ou bairro conservando suas características. Renovação demolição com vistas de uma nova construção substituta. Revitalização Urbana trabalhos visando trazer de volta as características arquiteturais das edificações nos mínimos detalhes possíveis e, sobretudo, dar vida ao local, imóvel ou bairro como lhe era próprio em outras épocas. Reflorestamento Uma área devastada pode ser reflorestada por duas técnicas diferentes: o reflorestamento com espécies nativas, procurando restituir a riqueza e a biodiversidade da floresta original, realizada a partir de um levantamento das espécies características que a constiuíam anteriormente, e o reflorestamento realizado com espécies de crescimento rápido, como eucaliptos e pinheiros. Reservas da Biofera São as reservas naturais criadas pelo programa MAB (Man and the Biosphere) da Unesco. A idéia básica desse programa é a criação de "museus vivos"do que melhor existe, em termos de natureza, no planeta, como amostras dos principais ecossistemas de hoje preservados para as gerações futuras. Nessa categoria estão incluídos não só belos cenários naturais como também zonas ou paisagens típicas, raras ou em perigo. São, na verdade, reservas biogenéticas, como, no Brasil, a Mata Atlântica, o Cinturão Verde ao redor de São Paulo e o Cerrado. Rua Elemento essencial em todas as culturas urbanas, desde a antigüidade ela é por excelência lugar de comunicação e de contatos sociais. Idade Média - Sinuosas, estreitas e irregulares, onde sua definição era geralmente estabelecida através de antigos caminhos traçados espontaneamente e posteriormente ladeados por construções. Renascimento - Ruas programadas em resposta às novas exigências técnicas e estéticas (militar, real). Mais largas e retilíneas, rodeadas de casas alinhadas e uniformes. Século XX, a invenção do automóvel cria um problema para os centros urbanos, o automóvel invadiu o espaço de convivência além de trazer insegurança. Em nome da segurança, convivência e tradição, algumas cidades novas têm sido concebidas contemplando grandes espaços de ruas para pedestres. Ex.: Louvain-la-Neuve (Bélgica). Segregação urbana A expressão segregação é empregada, num sentido mais forte, pela separação forçada e institucionalizada de uma discriminação, ou seja, de um tratamento desigual de grupos, sejam por motivos religiosos, raciais, econômicos, sexuais, culturais, espaciais, etc. A segregação urbana foi definida como a tendência à organização espacial em zonas de forte homogeneidade social interna e à forte disparidade entre elas. Seleção Natural A Teoria da Evolução de Charles Darwin se baseia em três observações muito precisas. A primeira sustenta que todas as espécies variam ao longo do tempo; a segunda conclui que essas variações podem passar de uma geração à outra, e a terceira é a base fundamental da sua teoria: as espécies lutam pela sobrevivência e quem vence essa batalha é sempre o mais apto. A consequência disso é que os mais aptos produzem uma maior descendência e, com isso, as suas características passam a sert mais frequentes nas gerações posteriores. É ele que assegura as mudanças e, portanto, a evolução das espécies. Sistema viário Conjunto de vias de circulação (ruas e avenidas) sobretudo para veículos automotores, reservado a certo tipo de veículo (interurbana). Vias arteriais - tem como objeto a ligação interurbana, sem acesso reservado, onde a circulação é regulamentada por semáforo e/ou placas, faixas no solo que estipulam a velocidade máxima permitida. Via principal - ligação entre aglomeração ou entre bairros Via secundária/coletora - circulação interna de um bairro que coleta e distribui o tráfego. Via local - Ruas que servem de acesso a grupos de edificações residenciais ou não Vias especiais - Pedestres, Ônibus, Ciclistas. Solo Criado área construída além do permitido pela legislação (Plano Diretor), sobre a qual serão cobrados impostos justificados pelo uso e sobrecarga da infra-estrutura existente. Taxa de Ocupação do Solo porcentagem da área do terreno ocupado pela projeção horizontal da edificação. Uso do Solo afetação do solo determinada pelo tipo de construção ou atividade que deve ser determinada pelo plano de ocupação do solo visando proteger e guardar os espaços naturais, organizar o meio urbano, definindo a forma urbana e as densidades aplicadas aos terrenos. definição dos direitos, reserva de locais para a localização de equipamentos futuros. Urbanismo Culturalista A cidade era circunscrita dentro de limites precisos contrastando com a natureza ao redor Dimensões modestas, baseadas na Idade Média Ausência de geometria - irregularidade e assimetria do traçado urbano Arte e higiene de igual importância Nada de protótipos - cada lote, cada construção tem suas dimensões particulares. Urbanismo Progressista Abertura de ruas, aeração da cidade, boa luminosidade, e contato estreito com a natureza Zoneamento rigoroso segundo classificação das atividades do homem - habitação, lazer, trabalho. Simplicidade do traçado, leitura que obedece às leis de uma geometria natural, lógica e funcional. Qualidade das edificações (protótipos), onde a habitação tem privilégios - vertical (ocupando menos espaço), horizontal (teto/terraço, salas de água,cozinha). Vias Expressas são vias que promovem a ligação entre o sistema rodoviário interurbano e o sistema viário urbano. Apresentam, normalmente, grandes comprimentos, com altos níveis de fluidez de tráfego. Possuem poucas interseções e, portanto, baixa acessibilidade. Sua integração com o solo lindeiro deve ser limitada. Podem se classificar em Primárias (auto- estradas) com tráfego direto, bloqueadas ou com intersecções em níveis diferentes e Secundárias com tráfego direto, com cruzamento em nível e acessos laterais. Vias Arteriais são aquelas que fazem as ligações intra-urbanas. São vias de alta fluidez e baixa acessibilidade, e apresentam relativa integração com o solo lindeiro. Também são consideradas vias arteriais aquelas que, por sua importância dentro da cidade, conciliam fluidez, alta acessibilidade e integração com o solo lideiro. Vias Coletoras são aquelas que recebem e distribuem o tráfego proveniente das vias locais e alimentam as vias arteriais. Vias Locais são aquelas que permitem acesso direto às diversas áreas funcionais da cidade, apresentando baixa fluidez e alta acessibilidade. Craracterizam-se pela alta congruência com o uso do solo lindeiro. Vias Especiais são vias de uso exclusivo para ônibus, bicicletas ou pedestres. Vias de Pedestres são vias exclusivas para pedestres e devem ter: largura mínima de 5% do copmprimento total e nunca inferior a 4 metros. seus extremos desembocam em vias de circulação de veículos. Zoneamento é a técnica que consiste em determinar as zonas de afetação do solo segundo a utilização adequada e a natureza das atividades dominantes. Ex.: setor industrial.
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