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SCHAFF - Descrição, explicação e avaliação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E DA INFORMAÇÃO - ICHI
HISTÓRIA BACHARELADO
TEORIA E METODOLOGIA DA HISTÓRIA I
DOCENTE JÚLIA SILVEIRA MATOS
ACADÊMICO: Cláudia Severo 
E-MAIL: claudiasevero@live.com
MATRÍCULA: 75525
TEXTO 05: SCHAFF, Adam. Descrição – Explicação – Avaliação. In: SCHAFF, Adam. História e verdade. 6 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
	PÁG.
	IDEIA DO AUTOR
	REFLEXÃO
	240
	[,,,] o historiador não pode escapar ao papel ativo que lhe pertence, como sujeito que conhece, na relação cognitiva que é o conhecimento histórico; e porque não pode evitar a introdução do fator subjetivo no conhecimento que é sempre – de certo modo por definição – ‘parcial’, ‘partidário’, na medida em que as perspectivas cognitivas do historiador são condicionadas pelas relações e pelos interesses sociais próprios da sua época e do seu meio[...]
	A história não pode apenas descrever os fatos, pois o historiador sempre observará e analisará o fato de acordo com as suas perspectivas que são diferentes de outros historiadores – sejam elas por teoria adotada, técnicas ou período que vive. 
	240
	A problemática que abordamos ao fazer a pergunta, para saber se a ciência da história pode limitar-se a uma ‘simples’ descrição, vem tradicionalmente do diferente sobre o caráter quer ideográfico quer nomotético desta ciência. [,,,] a tendência a defender um ideografismo radical se manifesta cada vez mais raramente entre os historiadores. Estes optam antes por um nomotetismo moderado, enunciado que o historiador pode referir-se às leis do desenvolvimento histórico, apenas da formulação destas leis não ser um trabalho específico da ciência da história.
	A História possui dois caracteres. O ideográfico –explicação, descrição do fato – que não é muito utilizado e podemos entender o porquê já que o historiador não apenas descreve os fenômenos; e o nomotético que é o caráter do conjunto de regras e teorias que devem ser seguidas para a realização dos estudos. 
	243
	Assim, partindo de um conjuntos de fatos geralmente reconhecidos pelos historiadores, porque provenientes de fontes seguras [...], o modo de captar e apresentar o processo histórico difere segundo os historiadores. Não apenas porque os fatos que estes selecionam e que consideram como importantes, como históricos, diferem de um historiador para outro, mas também porque os historiadores estabelecem entre esses fatos relações diferentes e explicam-nos cada um à sua maneira. 
	O fator subjetivo, assim como a teoria adotada e os aspectos considerados importantes, difere de historiador para historiador; por esse motivo, um mesmo fato pode ser estudado com diferentes focos gerando diversas interpretações.
	244
	Os diferentes autores que se interessam pelo problema da explicação na ciência, encaram-no em relação à ciência de explicação existentes e pela análise de cada um desses modos. R. B. Braithwaithe, que considero como autoridade na matéria, distingue a explicação causal e a explicação finalista. Se, nos dois casos, a pergunta formulada é idêntica: ‘porquê’, as respostas em cada um dos casos diferem pela sua forma e pelos seus conteúdos: ‘por causa de X – no primeiro caso, ‘para que X’ – no segundo.
	Há duas formas de explicação dos fenômenos na história: a sua causa ou as suas consequências. Segundo Hempel, o historiador deve seguir a causal. Entretanto, Schaff faz uma discussão – citando outros autores e suas opiniões – sobre as ‘fraquezas’ dessa explicação, além de explicitar o fato do historiador conhecer as duas explicações do fenômeno estudado, devido ao contexto que deve ser conhecido, e escolher entre uma delas. 
	250
	Cada ‘fato histórico’ é uma ‘condensação’ de correlações e de interações apresentadas como passadas; é também, num certo sentido, um ‘conglomerado’ de acontecimentos em cuja constituição o historiador tem parte ativa.
	Os fatos históricos não acontecem sem estar relacionados a realidade social do local onde aconteceram, da mesma forma que não são alheios ao passado, pelo contrário. 
	251
	Depois de ter distinguido os fatores endógenos (dependentes da competência do historiador) dos fatores exógenos (que não dependem dele), Nagel concentra a sua atenção sobre os primeiros, sem no entanto negar que os fatores biológicos e geográficos, por exemplo, podem desempenhar um papel considerável no encadeamentos dos acontecimentos históricos. 
	Além do já citado fator subjetivo na análise dos fatos, há dois tipos de fatores que influenciam tanto na análise como nos detalhes considerados importantes por cada historiador e que podem estar relacionados as ligações entre os acontecimentos.
	254
	[...] o papel ativo do historiador emerge aqui uma vez mais: na formulação de hipóteses relativas ao passado, nas investigações, na verificação, etc. É evidente que os resultados dependem, em grande medida, da personalidade do historiador, da sua erudição, da sua formação teórica e filosóficas, das suas convicções pessoas determinadas pela sua situação social, etc. 
	O historiador é capaz de fazer uma projeção para o passado e assim, obter materiais de pesquisa de antigas sociedades, culturas e fatos históricos; esse é mais um motivo pelo qual não é possível a objetividade histórica que buscavam os positivistas. 
	256
	A compreensão é o efeito evidente da explicação finalista, visto que é sobretudo ao reconstituir os motivos de uma ação, ao tomar consciência que se compreende a própria ação. Disse ‘sobretudo’ a fim de sublinhar que não eliminamos a incidência de outros fatores, e entre eles o determinismo causal das atitudes e dos comportamentos; mas repito-o, nos-é impossível dispensar a explicação finalista na história, enquanto que nas ciências da natureza [...] esta explicação é não só supérflua mas ainda absurda. 
	Para a explicação, descrição e avaliação de um fato, é necessária a sua compreensão e esta é possível através da explicação finalista. Entretanto, isso não torna a causal menos importante para o processo. 
	257
	O estudo das fontes é decerto indispensável na reflexão histórica, mas não liberta o historiador da necessidade de compreender, portanto, da empatia, da tentativa de reconstituir os motivos e os procedimentos finalizados dos homens. Pelo contrário, o estudo das fontes faz mesmo da compreensão uma operação necessária; diria mesmo que nela implica.
	O estudo das fontes, ou testemunhos como diria Bloch, nos fornece dados indispensáveis para a recomposição do conhecimento histórico e é a partir dele que compreendemos diversos aspectos do homem. Para que seja realizado todo o processo para se obter o conhecimento do passado, a compreensão é requisito obrigatório. 
	260
	Este sujeito que tenta explicar e, portanto, compreender os acontecimentos, é o historiador. É em função do seu saber e do seu talento, das determinações sociais ligadas à época em que vive, à sua nação, à classe de que faz parte, ao grupo profissional que integra, etc., que percebe certos fatos, os compreende e os explica. Toda a obra histórica traz o cunho da individualidade do historiador, da sua percepção da história, da sua concepção do processo histórico, da sua compreensão dos homens e dos seus atos. 
	Apesar da compreensão e do fator subjetivo fazer parte da explicação e avaliação dos fatos, representa também um perigo quando a subjetividade ultrapassa os limites e acaba modificando o conhecimento histórico devido o papel ativo do historiador. 
	262
	[..] quando o historiador escolhe (em uma substância relacional objetiva, evidentemente), quando constitui o fato histórico como produto objetivo-subjetivo, nisso semelhante a qualquer outro ponto do processo do conhecimento, procede avaliando. Só os critérios de avaliação, proporcionados pelos sistema de valores definidos, permitem proceder conscientemente a uma escolha; ora, no trabalho do historiador, só contam as escolhas conscientes e não as fortuitas. Verifica-se portanto que a avaliação, com tudo o que implica de subjetivo,não é uma operação praticada pelo historiador apenas com base nos fatos [...]:a avaliação já está contida nos próprios fatos. 
	O fator subjetivo torna-se evidente na avaliação dos fatos, pois é relativo as escolhas do historiador e os valores definidos que ele já possui. 
	264
	[...] podemos afirmar com toda a certeza que os valores e os juízos invadem o terreno do historiador, trazidos pelos vetores mais diversos que escapam muitas vezes ao controle do historiador e mesmo à sua consciência. 
	A avaliação se dá, na maioria das vezes, implicitamente a partir dos vários modos de esclarecimentos sem que revelem os valores e juízos do historiador.

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