RESULTADO E NEXO DE CAUSALIDADE

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RESULTADO E NEXO DE CAUSALIDADE 
 
Seguindo os estudos a respeito do conceito analítico de crime, em especial dos elementos do 
fato típico, o resultado e nexo de causalidade são o segundo e terceiro requisito que compõe o 
fato típico, o primeiro (conduta) já foi alvo de estudo. 
Deste modo, resultado é a lesão ou o perigo de lesão a um bem jurídico protegido pela lei penal. 
Existe duas teorias que trabalham com a noção de resultado. 
A primeira é a do Resultado Naturalístico, que segundo Marcelo André de Azevedo e Alexandre 
Sallin: “é a modificação do mundo exterior causada pela conduta. Essa modificação pode ser 
física (ex.: destruição de objeto – art.163), fisiológica (ex.: lesão corporal – art. 129) ou 
psicológica (ex.: percepção de ofensa – art.140). Com esse conceito, observa-se que nem todo 
crime possui resultado naturalístico, como ocorre com os crimes de mera conduta.” (p.181) 
Assim, pela teoria do resultado naturalístico existem três espécies de crime: 
a) Crime Material: para a consumação do tipo penal exige a produção de um resultado 
naturalístico. Ex.: o crime de lesão corporal (art.129 do CP), para que haja o crime de 
lesão corporal se faz necessário a ofensa a integridade física de alguém, ou seja, é 
necessário que o agente machuque ou lesione a vítima. 
b) Crime Formal: Conforme leciona Marcelo André de Azevedo e Alexandre Sallin “o tipo 
descreve uma conduta que pode causar um resultado naturalístico, mas não exige a 
realização deste, muito embora o resultado externo à conduta esteja previsto no tipo. 
Exemplo: extorsão mediante sequestro. O tipo descreve uma conduta (sequestro) e um 
resultado naturalístico externo à conduta (recebimento de qualquer vantagem como 
condição ou preço de resgate), mas não exige para a consumação que esse resultado se 
produza.” (p.182) 
c) Crime de mera conduta: O tipo prevê apenas uma conduta, porém, não exige para sua 
consumação um resultado naturalístico externo à ação, e também, não descreve esse 
resultado. Ex.: Medicamento em desacordo com receita médica (art.280 do CP), o 
simples ato de fornecer substância medicinal em desacordo com receita médica já 
configura o tipo penal, veja-se que não há qualquer menção ao resultado. 
A segunda teoria é a do resultado normativo, onde diz que resultado é a lesão ou a possibilidade 
de lesão a um bem jurídico tutelado pela lei penal. Assim, todo crime possui resultado 
(normativo ou jurídico). 
O nexo de causalidade é a ligação entre a conduta (causa) e o resultado (modificação no mundo 
exterior). 
O nexo causal só é exigido em relação aos crimes materiais, pois nos crimes formais e de mera 
conduta não é preciso que ocorre o resultado. Assim, por exemplo, no crime de homicídio 
(material) é necessário que se apure a relação entre a conduta e o resultado, já no crime de 
extorsão (art.158 do CP) basta o constrangimento mediante violência ou grave ameaça, no 
intuito de obter vantagem indevida para que haja o crime, não é necessário que o resultado 
aconteça, portanto por se tratar de crime formal, não há necessidade de se apurar o nexo de 
causalidade. 
 Teoria da equivalência dos antecedentes causais: Trata-se da teoria adotada pelo art. 
13, caput, do Código Pena, vejamos: 
“ Art. 13 - O resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem 
lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria 
ocorrido.” 
Assim, considera-se causa qualquer ação ou omissão que provocou o resultado naturalístico. 
Conforme nos ensina Marcelo André de Azevedo e Alexandre Sallin: “Para esta teoria n]ao 
há diferença entre causa ou entre causa e condição, independente do grau de contribuição. 
Não se fala em condições essenciais ou não essenciais. Assim, considera-se causa qualquer 
antecedente que tenha contribuído, no plano físico, para o resultado.” (p.183). 
Existe ainda outras espécies de causas que devem ser estudadas em momento posterior 
com maior profundidade. 
Referências: 
AZEVEDO, Marcelo André e SALIN, Alexandre. Direito Penal Parte Geral. Coleção sinopese 
para concursos. 6º ed, 2016. Editora JusPodvim. 
BRASIL, Decreto Lei nº 2.848/94. Dispõe sobre o Código Penal Brasileiro. Disponível em 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm> 
 
Estudo sobre “Conceito Analítico de Crime”: 
https://guilhermecnascimento.jusbrasil.com.br/artigos/581570297/conceito-analitico-de-
crime-teoria-tripartite 
 
Estudo sobre “Conceito de Conduta/Ação”: 
https://guilhermecnascimento.jusbrasil.com.br/artigos/590396790/conceito-de-acao-
conduta