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COMPONENTES NÃO – INTEGRANTES DE CARCAÇA ÓRGÃOS VITAIS E SANGUE Zootecnista Cristiane Guzatto UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA AVALIAÇÃO PÓS ABATE DE BOVINOS INTRODUÇÃO PESO DE CORPO VAZIO Trato digestivo Órgãos Gordura interna e visceral Couro – cabeça – extremidade Carcaça Resíduo macio Resíduo duro Menor rendimento de carcaça nas novilhas em relação aos novilhos, justificado pelo maior percentual de peso vivo dos órgãos internos das fêmeas (VAZ et al., 2001). Coeficientes de correlação negativos entre os rendimentos de carcaça e os componentes não carcaça, mas, os órgãos internos foram positivamente correlacionados com o PCV (MACHADO et al., 2018). Partes não integrantes de carcaça Componentes de corpo vazio Rendimento de carcaça. De acordo com Cumby (2000): Os órgãos vitais apresentam diferentes taxas metabólicas em comparação às das demais partes do corpo. O tamanho e a taxa metabólica dos órgãos sofrem modificações quando os animais são submetidos a dietas diferindo em qualidade e/ou quantidade, e estão diretamente relacionadas às exigências de energia para mantença dos animais. Bovinos destinados à produção de carne, como o caso da raça Charolês, selecionados para altas taxas de ganho de peso, apresentam maior consumo de alimento, sendo necessário aumento simultâneo dos órgãos responsáveis pelo metabolismo basal (KUSS et al., 2007). Sendo assim, quanto maior os órgãos vitais, maior a quantidade de sangue necessário para suportar a demanda metabólica dos animais (PACHECO et al., 2005). O peso de sangue correlacionou-se positivamente com total de órgãos vitais (r = 0,40; P = 0,1013), com total do trato digestivo vazio (r = 0,32; P = 0,1974) e com total de gorduras internas (r = 0,44; P = 0,0673) (Restle et al., 2005). Maiores pesos absoluto e relativo de sangue em animais confinados do que os animais terminados em pastagem tropical (MENEZES et al., 2011). Em contraponto, em função dos diferentes métodos e idades de castração, o volume de sangue não foi alterado (MACHADO et al., 2018) ... Sangue Numericamente a quantidade de sangue foi maior no Charolês e apesar do maior peso corporal, os animais cruzados apresentaram menor quantidade de sangue (MENEZES et al., 2007; PACHECO et al., 2005). Para o componente sangue houve interação significativa entre as raças (Hereford, Brahmam e Brangus) mas esta desapareceu quando estes dados foram corrigidos para %PCV. Neste caso, houve diferença favorável para o Hereford e o Brangus com maior peso relativo do sangue que o Brahman (P<0,033) (PERIPOLLI et al., 2013). ... Sangue ...CORAÇÃO Tais resultados são similares para o coração, não havendo diferença para o peso do coração entre os sistemas de terminação, entretanto, o peso do coração foi superior para o Brangus em PA e quando foi ajustado a %PCV o Brangus foi similar ao Hereford, sendo ambos superiores ao Brahman (P<0,05) (PERIPOLLI et al., 2013). Pacheco et al. (2005), constataram que animais jovens apresentaram maior peso de coração, o que pode estar associado à maior taxa metabólica dos animais jovens, em razão da manifestação do ganho compensatório. ... FÍGADO Dentre o conjunto de órgãos vitais, Ferrel & Jenkins (1998) citam que o fígado é o que apresenta maiores variações diante de alterações no consumo de alimentos e níveis energéticos da dieta, devido à sua participação no metabolismo dos nutrientes. O aumento do peso do fígado acompanhou o aumento de peso de vacas de descarte e o avanço do estágio de maturidade de novilhos (KUSS et al., 2005; RESTLE et al., 2005). ... FÍGADO Entre raças, os novilhos definidos Charolês apresentaram peso de fígado 26,8% superior aos novilhos Nelore e aos cruzados C x N (MENEZES et al., 2007; CATTELAN et al., 2014), fato que os autores associaram ao maior consumo de matéria seca e energia digestível, em virtude da fração concentrada da dieta. É esperado que bovinos alimentados com altas densidades energéticas possuam maior desenvolvimento destes órgãos, para atender a um metabolismo mais intenso (ALMEIDA JR. et al., 2008 apud MACHADO et al., 2018). ... FÍGADO Quando submetidos a restrições alimentares (RAQ): tamanho do fígado é menor para os animais do tratamento RAQ28 (5,10 kg) em comparação ao tratamento SRAQ (6,35 kg) (CERDÓTES, 2007). Devido à similaridade no nível energético das dietas, os pesos médios de fígado, baço e rins foram de 4,40; 0,96 e 0,66 kg, respectivamente, características que se mostraram semelhantes entre os grupos estudados por Vaz et al. (2015). O fígado mostrou menor rendimento em relação ao PCQ em animais jovens médios (1,49%) comparados aos jovens pesados (1,91%). ... FÍGADO Segundo os mesmos autores: “com a correlação positiva e alta entre peso dos órgãos internos e o peso de corpo vazio e a massa muscular de bovinos, o fígado é o melhor indicador da massa corporal, por aumentar o desenvolvimento em resposta ao maior metabolismo de uma maior massa corporal.” ... DEMAIS ÓRGÃOS Ao analisar diferentes pesos de abate (465, 507 e 566kg), houve desenvolvimento de pulmões e baço até o T507, havendo redução no T566 (KUSS et al., 2007): Esta redução pode estar associada à maior pressão interna exercida sobre estes órgãos, principalmente pela gordura interna, e ao maior volume do trato gastrintestinal causado pelo aumento da digesta, sendo mais nítida nos animais do T566. Outra suposição seria o efeito do ganho de peso: ao longo do processo de terminação, os animais apresentaram ganho de peso médio diário de 1,26; 1,59 e 1,28 kg (T465, T507 e T566, respectivamente), ou seja, a maior velocidade de ganho de peso no T507 exigiu maior demanda de oxigenação (pulmões) e capacidade de armazenamento de sangue (baço), a fim de acompanhar a produção dos tecidos muscular e adiposo. ...DEMAIS ÓRGÃOS Para Restle et al. (2005) os pesos dos órgãos internos, coração, pulmão e rins decresceram frente ao aumento no peso de abate. O peso do pulmão apresentou superioridade no Hereford e Brangus (0,77% e 0,78%) em relação ao Brahman (0,68%) em PA e em %PCV e o peso dos rins não diferiu entre as raças avaliadas mas foi superior para animais terminados em sistema de pastejo. Tais autores concluíram que os animais Hereford e Brangus apresentaram similaridade nos componentes do conjunto dos órgãos vitais (pulmão, fígado, rins, baço e coração) (PERIPOLLI et al., 2013). ... DEMAIS ÓRGÃOS Quanto a diferentes fontes de carboidratos na terminação de novilhos castrados, não houve efeito sobre os pesos de coração, pulmão, fígado, rins e baço, expressos em valores absolutos e em relação ao PCV (FREITAS, 2012). Cattelan et al. (2014) encontraram efeito heterótico para o total de órgãos internos na quinta geração (1,23 kg), fato que está relacionado ao aumento da taxa metabólica em virtude do maior ímpeto em ganho de peso dos novilhos, o que pode ser ressaltado pela correlação entre o ganho médio diário de peso o peso absoluto do total de órgãos internos (r = 0,75; P=0,0001). ... DEMAIS ÓRGÃOS Tais autores verificaram que os novilhos mestiços foram superiores aos bovinos da raça Nelore para todos os órgãos internos, expresso em kg, porém não é observada diferença quando esses órgãos são expressos em relação ao peso de corpo vazio. Menezes et al. (2007) não verificaram diferença quando o peso dos órgãos internos foi ajustado ao peso de corpo vazio, entre novilhos mestiços e definidos Nelore. PARA FINALIZAR... Restle et al. (2005) concluíram que o conjunto dos órgãos internos apresentou aumento de 17 g/kg de aumento no peso dos animais, de acordo com estimativa da equaçãode regressão, sendo o fígado o principal órgão participante deste acréscimo (10 g/kg de aumento de peso). OBRIGADA c.guzatto@gmail.com
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