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1 PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO AULA 7 M1 D3 - ADMINISTRAÇÃO APLICADA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO – PARTE III PROFESSOR AUTOR: ENG. JOSEVAN URSINE FUDOLI PROFESSOR TELEPRESENCIAL: ENG. JOELSON CUNHA DE OLIVEIRA COORDENADOR DE CONTEÚDO: ENG. JOSEVAN URSINE FUDOLI DIRETORA PEDAGÓGICA: MARIA UMBELINA CAIAFA SALGADO 19 DE MARÇO DE 2013 2 ADMINISTRAÇÃO APLICADA À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO Prezado aluno, prezada aluna. A disciplina Administração Aplicada à Engenharia de Segurança do Trabalho está organizada em três partes: Parte I – Conceitos Básicos de Administração (05.03.13); Parte II – Administração das Normas Regulamentadoras (12.03.13) Parte III – Administração da Engenharia de Segurança (19.03.13). Objetivos da Parte III Após o estudo da Parte III desta disciplina, esperamos que os alunos sejam capazes de: - Compreender e aplicar o conceito de atividades ou operações perigosas e de áreas de risco por inflamáveis para fins de percepção do adicional de periculosidade. - Conhecer o conceito de explosivos e as distâncias permitidas para instalação de depósitos. - Conhecer o conceito e aplicabilidade dos aspectos de segurança, na fabricação e comercialização de fogos de artifício. - Conhecer as medidas preventivas de segurança nas atividades a céu aberto. - Conhecer as situações para as quais o Ministério do Trabalho e Emprego exige a inspeção prévia no Estabelecimento. 2013 aulas Guia de Estudo Textos Complementares de Leitura Obrigatória N o Lista Exercícios Data Postagem Data Final Resposta 05 mar Parte I PADILHA, Márcio. Gestão de pessoas na segurança do trabalho. Internet: http://www.forumdaseguranca.com/site/ver.php? codigo=17 05 05.03.13 18.03.13 12 mar Parte II VÁRIOS AUTORES. Introdução à Higiene Ocupacional. São Paulo: Fundacentro, 2004. Disponível em: www.fundacentro.gov.br/ARQUIVO/PUBLICAC AO/I/Introdu%E7%E3o_HigieneOcupacional.pdf Outro acesso para o mesmo texto: Pesquisa GOOGLE - Buscar: “Introdução à Higiene Ocupacional e Fundacentro” 06 12.03.13 25.03.13 19 mar Parte III Teoria Clássica da Administração e sua utilização na administração moderna. Pesquisa Google.Acessar o site abaixo: http://revistas.utfpr.edu.br/pb/index.php/Sys Scy/article/viewFile/103/38 07 19.03.13 01.04.13 Prova do Módulo 1: 23 de abril de 2013 3 ÍNDICE 1. ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS (NR 16) ........................ 04 1.1 – Risco Acentuado 1.2 – Súmula 364 do TST 2. Norma Regulamentadora (NR) 16 .................................................. 04 2.1 – Atividades Perigosas 2.2 – Áreas de Riscos 3. SEGURANÇA COM EXPLOSIVOS (NR 19) .................................... 07 3.1 – Objetivos da NR 19 3.2 – Conceito de explosivo 3.3 – Classificação dos explosivos 3.4 - Depósito de explosivos 3.5 – Manuseio de explosivos 3.6 - Inspeção de explosivos 3.7 – Transporte de explosivos 4. NR 19 (Anexo 1) .................................................................................. 11 4.1 – Campo de aplicação da NR 19 4.2 – Conceitos importantes 4.3 – Fabricação de explosivos 4.4 – Comercialização de explosivos 5. Líquidos Combustíveis e Inflamáveis ............................................... 16 6. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .............................. 17 7. EDIFICAÇÕES (NR 8) ......................................................................... 19 8. TRABALHO A CÉU ABERTO ............................................................. 19 9. ADMINISTRAÇÃO DA NR 2 (INSPEÇÃO PRÉVIA) ............................ 20 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 23 4 DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO DA ENGENHARIA DE SEGURANÇA 1. ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS (NR-16) A Constituição Federal de 1988 define que “são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social, a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança e que caberá adicional de remuneração para execução de atividades perigosas” (Art.7º ). Já o Artigo 193 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), considera como atividades ou operações perigosas, “aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos, em condições de risco acentuado”. 1.1 - Conceito de risco acentuado Com relação à expressão “risco acentuado”, cabe destacar que tal expressão busca definir o trabalho resultante da prestação de serviço não eventual durante a jornada de trabalho. De acordo com a interpretação dos tribunais, o contato permanente não está obrigatoriamente relacionado com a exposição diária da atividade, durante toda a jornada, podendo essa exposição ocorrer em parte da jornada de trabalho. 1.2 - Súmula 364 do TST A Súmula 364 do Tribunal Superior do Trabalho (TST) dispõe que “faz jus ao adicional de periculosidade o empregado, exposto permanentemente ou de forma intermitente, que sujeita-se a condições de risco. Indevido apenas quando o contato se dá de forma eventual, assim considerando o fortuito ou o que sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido”. 2. NORMA REGULAMENTADORA (NR) 16 Para cumprir a Constituição Federal e a CLT, o Ministério do Trabalho editou a Norma Regulamentadora NR-16 e estabeleceu que “atividades ou operações perigosas” são aquelas relacionadas no Anexo 1 (Atividades e Operações Perigosas com Explosivos) e no Anexo 2 (Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis) da Norma Regulamentadora (NR-16). O legislador determina ainda, na NR-16, que, se os trabalhadores executarem atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação do Ministério do Trabalho, devem receber o adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário de remuneração. 2.1 – Atividades perigosas Atividades perigosas – são aquelas listadas no Anexo 2 da NR-16. Entretanto, uma vertente de profissionais entende que as atividades perigosas são somente as da lista, enquanto outra vertente entende que a lista seria exemplificativa, podendo-se incluir nela atividades semelhantes de risco, com base na analogia do risco da 5 atividade, sob a alegação de que a NR-16, nestes 30 anos de existência, não se modernizou, mantendo-se inalterada frente aos novos riscos dos segmentos produtivos. As Atividades ou Operações perigosas, de acordo com o Anexo 2 da NR-16, são as seguintes: ATIVIDADES PERIGOSAS (Anexo 2 da NR-16) ATIVIDADES ADICIONAL DE 30% a. na produção, transporte, processamento e armazenagem de gás liquefeito. Todos os trabalhadores da área de operação b. no transporte e armazenagem de inflamáveis líquidos e gasosos liqüefeitos e de vasilhames vazios não desgaseificados ou decantados. Todos os trabalhadores da área de operação c. nos pontos de reabastecimento de aeronaves Todos os trabalhadores da área de operação d. nos locais de carregamento de navios-tanques, vagões-tanques e caminhões-tanques e enchimento de vasilhames, com inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco. e. nos locais de descarga de navios-tanques, vagões-tanques, caminhões-tanques com inflamáveis líquidos ou gasosos liquefeitos ou de vasilhames vazios não desgaseificados ou decantados. Todos os trabalhadores nessas atividadesou que operam na área de risco f. nos serviços de operações e manutenção de navios-tanques, caminhões-tanques, bombas e vasilhames, com inflamáveis líquidos ou gasosos liqüefeitos ou vazios não desgaseificados. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco g. nas operações de desgaseificação, decantação e reparos de vasilhames não desgaseificados ou decantados. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco h. nas operações de teste de aparelhos de consumo de gás e seus equipamentos. Todos os trabalhadores nessas atividades ou que operam na área de risco i. no transporte de inflamáveis líquidos e gasosos liquefeitos em caminhão-tanque Motorista e ajudantes j. no transporte de vasilhames (em caminhões de carga) contendo inflamável líquido, em quantidade total igual ou superior a 200 litros, quando não observado o disposto nos subitens 4.1 e 4.2 da Portaria 545/2000 Motorista e ajudantes l. no transporte de vasilhames (em carreta ou caminhão de carga) contendo inflamável gasoso e líquido, em quantidade total, igual ou superior a 135 kg. Motorista e ajudantes m. na operação em posto de serviço e bombas de abastecimento de inflamáveis líquidos. Operador de bomba e trabalhadores que operam na área de risco 2.2 - Áreas de Riscos Áreas de risco – com relação às áreas de risco, o legislador delimitou as áreas de risco de periculosidade, no Quadro da NR-16, Anexo 2, de acordo com o tipo do produto, natureza da operação, local da atividade e da quantidade de produto armazenado, transportado ou manuseado, restringindo as áreas de risco às dimensões indicadas na legislação, padecendo essas áreas da mesma crítica com relação às atividades perigosas. O legislador define também, na NR-16, as “áreas de riscos”, geradas das atividades ou operações perigosas por inflamável e que são as seguintes: 6 ATIVIDADE ÁREA DE RISCOS a) poços de petróleo em produção de gás. Círculo com raio de 30 metros, no mínimo, com centro na boca do poço. b) unidade de processamento das refinarias. Faixa de 30 metros de largura, no mínimo, contornando a área de operação. c) outros locais de refinaria onde se realizam operações com inflamáveis em estado de volatilização ou possibilidade de volatilização decorrente de falha ou defeito dos sistemas de segurança e fechamento de válvulas. Faixa de 15 metros de largura, no mínimo, contornando a área de operação. d) tanques de inflamáveis líquidos. Toda a bacia de segurança. e) tanques elevados de inflamáveis gasosos. Círculo com raio de 3 metros com centro nos pontos de vazamento eventual (válvulas, registros, dispositivos de medição por escapamento, gaxetas). f) carga e descarga de inflamáveis líquidos contidos em navios, chatas e batelões. Afastamento de 15 metros da beira do cais, durante a operação, com extensão correspondente ao comprimento da embarcação comprimento da embarcação. g) abastecimento de aeronaves. Toda a área de operação. h) enchimento de vagões-tanques e caminhões- tanques com inflamáveis líquidos. Círculo com raio de 15 metros com centro nas bocas de enchimento dos tanques. i) enchimento de vagões-tanques e caminhões- tanques com inflamáveis gasosos liqüefeitos. Círculo com raio de 7,5 metros com centro nos pontos de vazamento eventual (válvulas e registros). j) enchimento de vasilhames com inflamáveis gasosos liqüefeitos. Círculo com raio de 15 metros com centro nos bicos de enchimento. l) enchimento de vasilhames com inflamáveis líquidos, em locais abertos. Círculo com raio de 7,5 metros com centro nos bicos de enchimento. m) enchimento de vasilhames com inflamáveis líquidos, em recinto fechado. Toda a área interna do recinto. n) manutenção de viaturas-tanques, bombas e vasilhames que continham inflamável líquido. Local de operação, acrescido de faixa de 7,5 metros de largura em torno dos seus pontos externos. o) desgaseificação, decantação e reparos de vasilhames não desgaseificados ou decantados, utilizados no transporte de inflamáveis. Local de operação, acrescido de faixa de 7,5 metros de largura em torno dos seus pontos externos. p) teste em aparelhos de consumo de gás e seus equipamentos. Local de operação, acrescido de faixa de 7,5 metros de largura em torno dos seus pontos externos. q) abastecimento de inflamáveis. Toda a área de operação, abrangendo, no mínimo, círculo com raio de 7,5 metros com centro no ponto de abastecimento e o círculo com raio de 7,5 metros com centro na bomba de abastecimento da viatura e faixa de 7,5 metros de largura para ambos os lados da máquina. r) armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos ou vazios não desgaseificados ou decantados em locais abertos. Faixa de 3 metros de largura em torno dos seus pontos externos. s) armazenamento de vasilhames que contenham inflamáveis líquidos ou vazios não desgaseificados, ou decantados, em recinto fechado. Toda a área interna do recinto. t) carga e descarga de vasilhames contendo inflamáveis líquidos ou vasilhames vazios não desgaseificados ou decantados, transportados por navios, chatas ou batelões. Afastamento de 3 metros da beira do cais, durante a operação, com extensão correspondente ao comprimento da embarcação. 7 3. SEGURANÇA COM EXPLOSIVOS (NR-19) 3.1 – Objetivo da NR 19 A Norma Regulamentadora NR-19 (Explosivos), com a redação da Portaria SIT (Setor de Inspeção do Trabalho) nº 228, de 24.05.2011, trata exclusivamente dos aspectos de segurança que envolvem as atividades com explosivos, relacionados ao armazenamento, manuseio e transporte. As atividades de fabricação, utilização, importação, exportação, tráfego e comércio com explosivos devem obedecer ao disposto na legislação específica, em especial ao Regulamento para Fiscalização de Produtos Controlados (R-105) do Exército Brasileiro, aprovado pelo Decreto nº 3.665, de 20 de novembro de 2.000. 3.2 – Conceito de explosivo De acordo com a NR-19 supracitada, “considera-se explosivo o material ou substância que, quando iniciada, sofre decomposição muito rápida em produtos estáveis, com grande liberação de calor e desenvolvimento súbito de pressão” (item 19.1.1, NR 19) Os explosivos são substâncias capazes de rapidamente se transformarem em gases, produzindo calor intenso e pressões elevadas. Essas substâncias ou misturas de substâncias, quando excitadas por algum agente externo, são capazes de decompor-se quimicamente, gerando considerável volume de gases a altas temperaturas. Essas reações de decomposição podem ser iniciadas por agentes mecânicos (pressão, atrito, impacto, vibração, etc.), pela ação do calor (aquecimento, faísca, chama) ou ainda pela ação de outro explosivo (espoletas, boosters e outros iniciadores). 3.3 – Classificação dos Explosivos Os explosivos se classificam em: a) explosivos iniciadores: aqueles que são empregados para excitação de cargas explosivas, sensíveis ao atrito, calor e choque. Sob efeito do calor, explodem sem se incendiar;. b) explosivos reforçadores: os que servem como intermediários entre o iniciador e a carga explosiva propriamente dita;. c) explosivos de rupturas: são os chamados altos explosivos, geralmente tóxicos;. d) pólvoras: que são utilizadas para propulsão ou projeção. 3.4 – Depósitos para explosivos A construção dos depósitos para armazenar explosivos deve: a) ser construída em terreno firme, seco, a salvo de inundações e não sujeito a mudança frequente de temperatura ou ventos fortes e não deverá ser constituído de extrato de rocha8 contínua; b) estar afastada de centros povoados, rodovias, ferrovias, obras de arte importantes, habitações isoladas, oleodutos, linha tronco de distribuição de energia elétrica, água e gás. Os distanciamentos mínimos para a construção do depósito devem seguir as seguintes tabelas: Tabela A - Armazém de pólvoras químicas e artifícios pirotécnicos Quantidade Kg Distâncias mínimas (m) Edifícios habitados Ferrovias Rodovias Depósitos 4.500 45 45 45 30 45.000 90 90 90 60 90.000 110 110 110 75 225.000 (*) 180 180 180 120 (*) Quantidade máxima que não pode ser ultrapassada em caso algum Tabela B - Armazém de explosivos Iniciadores Quantidade Kg Distâncias mínimas (m) Edifícios habitados Ferrovias Rodovias Depósitos 20 75 45 22 20 200 220 135 70 45 900 300 180 95 90 2.200 370 220 110 90 4.500 460 280 140 90 6.800 500 300 150 90 9.000 (*) 530 320 160 90 (*) Quantidade máxima que não pode ser ultrapassada em caso algum Tabela C - Armazém de pólvora mecânica (pólvora negra) Quantidade Kg Distâncias mínimas (m) Edifícios habitados Ferrovias Rodovias Depósitos 23 45 30 15 20 45 75 45 30 25 90 110 70 35 30 135 160 100 45 35 180 200 120 60 40 225 220 130 70 43 270 250 150 75 45 300 265 160 80 48 360 280 170 85 50 400 300 180 92 52 450 310 190 95 55 680 345 210 105 65 900 365 220 110 70 1.300 405 240 120 80 1.800 435 260 130 85 2.200 460 280 140 90 2.700 480 290 145 90 3.100 490 300 150 90 9 3.600 510 305 153 90 4.000 520 310 155 90 4.500 530 320 158 90 6.800 570 340 170 90 9.000 620 370 185 90 11.300 660 400 195 90 13.600 700 420 210 90 18.100 780 470 230 90 22.600 860 520 260 90 34.000 1.000 610 305 125 45.300 1.100 670 335 125 68.000 1.150 700 350 250 90.700 1.250 750 375 250 113.300 (*) 1.350 790 400 250 (*) Quantidade máxima que não pode ser ultrapassada em caso algum Nos locais de armazenamento e na área de segurança, constarão placas com os dizeres a seguir e visíveis em locais de acesso: “É PROIBIDO FUMAR” “EXPLOSIVO” Os locais de armazenamento devem ser de material incombustível, impermeável, mau condutor de calor e eletricidade, e as partes metálicas usadas no seu interior deverão ser de latão, bronze ou outro material que não produza centelha, quando atritado ou sofrer choque; o piso do local deve ser impermeabilizado com material apropriado e acabamento liso para evitar centelhamento, por atrito ou choques, e facilitar a limpeza; as portas devem abrir para fora, e com bom isolamento térmico e proteção às intempéries; as áreas dos depósitos protegidas por pararraios segundo a Norma Regulamentadora (NR 10); os depósitos dotados de sistema eficiente e adequado para o combate a incêndio e as instalações de todo equipamento elétrico da área dada obedecerão as disposições da NR-19. 3.5 - Manuseio de explosivos No manuseio de explosivos, devem ser observadas as seguintes normas de segurança: a) pessoal deverá estar devidamente treinado para tal finalidade; b) no local das aplicações indicadas deve haver pelo menos um supervisor, devidamente treinado para exercer tal função; c) é proibido fumar, acender isqueiro, fósforo ou qualquer tipo de chama ou centelha nas áreas em que se manipulem ou se armazenem explosivos; d) vedar a entrada de pessoas com cigarros, cachimbo, charuto, isqueiro ou fósforo; e) remover toda lama ou areia dos calçados, antes de se entrar em locais onde se armazenam ou se manuseiam explosivos; f) é proibido o manuseio de explosivos com ferramentas de metal que possam produzir faíscas; 10 g) é obrigatório o uso de calçado apropriado; h) proibir o transporte de explosivo exposto com equipamento movido a motor de combustão interna; i) não permitir o transporte e armazenagem conjuntos de explosivo de ruptura e de outros tipos, especialmente os iniciadores; j) admitir, no interior de depósitos para armazenagem de explosivos, as seguintes temperaturas máximas: 27ºC para nitrocelulose e pólvora química de base dupla; 30ºC para ácido pícrico e pólvora química de base simples; 35ºC para pólvora mecânica; 40ºC para trotil, picrato de amônio e outros explosivos não especificados; k) arejar obrigatoriamente, em períodos não superiores a 3 (três) meses, os depósitos de armazenagem de explosivos, mediante aberturas das portas ou por sistema de exaustão; l) molhar as paredes externas e as imediações dos depósitos de explosivos, tendo-se o cuidado para que a mesma não penetre no local de armazenagem. 3.6 - Inspeção de explosivos A inspeção dos explosivos armazenados deve ser realizada nos períodos a seguir mencionados, para verificação de suas condições de uso: Dinamite - trimestralmente, não sendo aconselhável armazená-la por mais de 2 (dois) anos; Nitrocelulose – semestralmente, a partir do segundo ano de fabricação; Altos explosivos - primeiro exame: 5 (cinco) anos após a fabricação e, depois, de 2 (dois) em 2 (dois) anos; Acionadores, Reforçadores, Espoletas - primeiro exame: 10 (dez) anos após a fabricação e, depois de 5 (cinco) em 5 (cinco) anos. 3.7 - Transporte de explosivos O transporte terrestre de explosivos deve seguir a legislação pertinente do transporte de produtos perigosos, em especial a emitida pelo Ministério dos Transportes; as normas do Comando da Marinha, para o transporte por via marítima, fluvial ou lacustre e as normas do Comando da Aeronáutica, para o transporte por via aérea. O transporte de explosivos deve seguir as seguintes prescrições: a) acondicionar o material a ser transportador, em embalagem regulamentar; b) acompanhar os serviços de embarque e desembarque, por um fiscal da empresa transportadora, devidamente treinado; 11 c) verificar todos os equipamentos utilizados nos serviços de carga, transporte e descarga, quanto às condições de segurança; d) afixar bandeirolas vermelhas ou tabuletas de aviso, em lugares visíveis do veículo de transporte; e) dispor o material a ser transportado de maneira a facilitar a inspeção e a segurança; f) transportar separadamente as munições, pólvoras, explosivos, acessórios iniciadores e artifícios pirotécnicos; g) proteger o material contra a umidade e incidência direta dos raios solares; h) proibir bater, arrastar, rolar ou jogar os recipientes de explosivos; i) examinar, previamente, os locais onde serão armazenados os materiais; j) proibir a utilização de luzes não protegidas, fósforos, isqueiros, dispositivos e ferramentas capazes de produzir chama ou centelha, nos locais de embarque, desembarque e no transporte. k) carregar e descarregar explosivos durante o dia com tempo bom, sempre que possível; l) carregar ou descarregar explosivos durante a noite com uso de iluminação com lanternas e holofotes elétricos. 4. SEGURANÇA E SAÚDE NA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE FOGOS DE ARTIFÍCIO E OUTROS ARTEFATOS PIROTÉCNICOS (ANEXO 1 DA NR 19) 4.1 – Campo de aplicação do Anexo 1 da NR 19 O Anexo 1 da NR 19 aplica-se a todos os Estabelecimentos de fabricação e comercialização de fogos de artifício e outros artefatos pirotécnicos” (item 1 do Anexo 1 da NR 19). Incluem-se também no campo de aplicação do Anexo 1 da NR 19 “as unidades de produção de pólvora negra, alumínio para pirotecnia e produtos intermediários destinados à fabricação de fogos de artifício e outros artefatos pirotécnicos” (item 1.1 do Anexo 1 da NR 19). 4.2 – Conceitos importantes Parafins deste anexo, consideram-se: a) fogos de artifício e outros artefatos pirotécnicos, os artigos pirotécnicos preparados para transmitir inflamação com a finalidade de produzir luz, ruído, fumaça ou outros efeitos visuais ou sonoros normalmente empregados para entretenimento; b) responsável técnico, o profissional da área de química responsável pela coordenação dos laboratórios de controle de qualidade e/ou controle de processos, assim como das operações de produção, inclusive desenvolvimento de novos produtos, conforme disposto na legislação vigente; 12 c) acidente do trabalho, o evento não previsto, ocorrido no exercício do trabalho ou como consequência desse, que resulte em danos à saúde ou integridade física do trabalhador; d) incidente, o evento não previsto, ocorrido no exercício do trabalho ou como consequência desse, que não resulte em danos à saúde ou integridade física do trabalhador, mas que potencialmente possa provocá-los; e) substância perigosa, aquela com potencial de causar danos materiais, à saúde e ao meio ambiente que, em função de suas propriedades físico-químicas ou toxicológicas, é classificada como tal a partir de critérios e categorias definidas em um sistema de classificação. 4.3 – Fabricação de explosivos No campo de fabricação de explosivos, o Anexo 1 da NR 19 estabelece normas para: a) Instalações físicas; b) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA); c) Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA); d) Responsabilidade Técnica e) Locais de trabalho f) Transporte Interno g) Proteção individual h) Acesso aos Estabelecimentos i) Destruição de resíduos. j) Higiene e conforto no trabalho k) Formação de trabalhadores l) acidentes de trabalho m) controle de qualidade Vejamos abaixo, a título de exemplo, as exigências para as Instalações físicas e do PPRA, na fase de fabricação de explosivos. Instalações Físicas As instalações físicas dos Estabelecimentos devem obedecer ao disposto na Norma Regulamentadora n.º 8 – NR 8, assim como ao disposto no Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados (R-105), Decreto n.º 3.665/2000. As cercas em torno dos estabelecimentos devem: a) ser aterradas; b) apresentar sinais de advertência em intervalos máximos de 100 m; c) delimitar os setores de administração, de depósitos e de fabricação. Todas as vias de transporte de materiais no interior do estabelecimento devem: a) apresentar largura mínima de 1,20 m; b) ser mantidas permanentemente desobstruídas; c) ser devidamente sinalizadas. 13 Deve ser mantida uma faixa de terreno livre de vegetação rasteira, com 20 m de largura mínima, em torno de todos os depósitos e pavilhões de trabalho. Os pavilhões de trabalho devem proporcionar conforto térmico e iluminação adequada. Nos pavilhões de trabalho deve haver aviso de segurança em caracteres indeléveis facilmente visualizáveis, contendo as seguintes informações: a) identificação do pavilhão e da atividade desenvolvida; b) número máximo de trabalhadores permitido; c) nome completo do encarregado do pavilhão; d) quantidade máxima permitida de explosivos ou peças contendo explosivos. Os pavilhões de trabalho no setor de explosivos devem ser dotados de: a) pisos impermeabilizados, lisos, laváveis, constituídos de material ou providos de sistema que não permita o acúmulo de energia estática, e mantidos em perfeito estado de conservação e limpeza; b) junções de pisos com paredes, de bancadas com paredes e entre paredes com acabamento arredondado, com a finalidade de evitar o acúmulo de resíduos; c) materiais e equipamentos anti-estáticos, adotando-se procedimentos que impeçam acúmulo de poeiras e resíduos, assim como quedas de materiais no chão; d) superfícies de trabalho lisas revestidas por material ou providas de sistema que não permita o acúmulo de energia estática, com proteções laterais e acabamentos arredondados, de forma a evitar a queda de produtos e nem possibilidade de acúmulo de pó; e) prateleiras, bancadas e superfícies na quantidade mínima indispensável ao desenvolvimento dos trabalhos, sendo proibido o uso de materiais não condutivos ou que permitam o centelhamento. O pavilhão de manipulação de pólvora branca e similares deve ser dotado de piso e paredes impermeáveis, teto lavável, bancada lisa, constituída de material ou provida de sistema que não permita o acúmulo de energia estática e de baixa resistência a impacto; lâmina d’água de 0,10 m sobre o piso e cocho de alvenaria com 1 m de largura à frente da entrada, também dotado de lâmina d’água de 0,10 m. Todas as instalações elétricas no interior ou proximidades dos pavilhões de produção e armazenamento de explosivos devem ser dotadas de circuitos independentes e à prova de explosão. As máquinas e os equipamentos que utilizarem ou gerarem energia elétrica devem ser aterrados eletricamente. 14 Todo projeto de instalação, reforma ou mudança da empresa, após sua autorização pelo Exército, deve ser comunicado por escrito ao órgão regional do Ministério do Trabalho e Emprego antes do início da sua execução. Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA no Anexo I da NR-19 O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA - dos estabelecimentos deve contemplar o disposto na Norma Regulamentadora n.º 9 – NR 9 e os riscos específicos relativos aos locais e atividades com explosivos. O PPRA deve ser elaborado e implementado conjuntamente por profissional tecnicamente capacitado em Segurança e Saúde no Trabalho, pelo Responsável Técnico da empresa e pelos seus responsáveis legais. O documento-base do PPRA deve conter as seguintes partes: a) documento estratégico; b) inventário geral dos riscos; c) plano de ação anual; d) procedimentos e planos específicos de prevenção de acidentes com explosivos e atuação em situações de emergência; O documento estratégico deve conter, de forma sucinta e no mínimo, os seguintes elementos: a) objetivos gerais do PPRA; b) definição do papel e responsabilidades de todos em relação às atividades de segurança e saúde no trabalho; c) indicação do nome do coordenador do PPRA e dos demais responsáveis técnicos, a ser atualizada sempre que houver alterações; d) estratégias para avaliação, prevenção e controle dos riscos para as atividades existentes ou futuras, no caso de ocorrerem mudanças; e) mecanismos de integração do PPRA com o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO - e outros programas ou atividades existentes relativos à gestão de riscos; f) mecanismos a serem utilizados para informação, capacitação e envolvimento dos trabalhadores em Segurança e Saúde no Trabalho; g) periodicidade e forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA; h) data da elaboração ou revisão e assinatura do responsável legal pela empresa. 15 O inventário geral dos riscos consiste em relatório abrangente, revisto ou atualizado, no mínimo, anualmente, que deve conter ao menos os seguintes elementos: a) informações relativas ao estabelecimento, como localização geográfica, número total de trabalhadores e número de trabalhadores expostos ao risco de acidentes com explosivos, descrição dos processos produtivos, áreas de trabalho e organização do trabalho; b) reconhecimento dos riscos por atividade ou área de trabalho ou função, com indicação dos tipos de exposições ou possíveis acidentes e danos potenciais, das causas ou fontes dos riscos, das medidas de controle existentese da população de trabalhadores exposta; c) síntese dos dados obtidos nos monitoramentos de exposições a agentes químicos ou físicos, e estatísticas de acidentes, incidentes e danos à saúde relacionados ao trabalho; d) estimativa do nível ou da importância dos riscos, considerando, no mínimo, os parâmetros de probabilidade de ocorrência do dano e severidade do dano; e) ações recomendadas, tais como realização de avaliações de riscos aprofundadas, monitoramento de exposições, manutenção, melhoria ou implementação de medidas de prevenção e controle, ações de informação e capacitação; f) data de elaboração ou revisão e assinatura conjunta do profissional tecnicamente capacitado em Segurança e Saúde no Trabalho e do Responsável Técnico da empresa. As empresas devem manter à disposição dos órgãos de fiscalização um inventário de todos os produtos por elas utilizados ou fabricados, inclusive misturas pirotécnicas intermediárias e resíduos gerados, elaborado pelo Responsável Técnico, contendo, pelo menos: a) nome do produto e respectivos sinônimos ou códigos pelos quais são conhecidos ou referidos na empresa; b) categoria de produto (matéria-prima, produto intermediário, produto final ou resíduo); c) composição química qualitativa do produto, em particular dos ingredientes que contribuem para o perigo; d) local de armazenamento; e) processos ou operações onde são utilizados; f) classificação da substância ou mistura quanto aos perigos ou ameaças físicas – incêndio, explosão ou reação violenta - e perigos ou ameaças à saúde humana e ao meio ambiente, sendo recomendada a adoção das diretrizes estabelecidas pela Comissão Europeia para classificação de substâncias e misturas perigosas, até que sejam adotadas diretrizes nacionais; g) frases de risco e frases de segurança de acordo com os principais riscos potenciais e medidas de segurança. 16 O plano de ação anual deve conter, no mínimo, os seguintes elementos: a) objetivos; b) indicação das ações prioritárias e critérios adotados para sua seleção; c) indicação dos responsáveis pela execução de cada ação; d) cronograma de execução; e) mecanismos de acompanhamento e verificação de resultados; f) data de elaboração e assinatura do responsável legal pela empresa; g) registros das alterações ocorridas ao longo do ano, com as respectivas justificativas. O Plano de Emergência e Combate a Incêndio e Explosão deve ser implantado segundo cronograma detalhado contendo prazos para execução de todas as etapas, inclusive treinamento teórico e prático, devendo ser simulado e revisado anualmente, com a participação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA - e de todos os trabalhadores. Uma cópia do Plano de Emergência e Combate a Incêndio e Explosão deve ser encaminhada à Coordenadoria Municipal de Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros local. 4.4 – Comercialização de explosivos No campo da comercialização de explosivos, o Anexo 1 da NR 19 estabelece que: a) os fogos de artifícios devem ser mantidos em suas embalagens originais, com rótulos em português e atender aos requisitos dos Regulamentos do Exército Brasileiro; b) a quantidade máxima de fogos de artifícios, no local de comercialização de produtos de uso restrito, deve atender às normas expedidas pelo órgão estadual ou municipal competente; c) a quantidade máxima de fogos de artifícios, permitida em um local de comercialização de produtos de uso permitido, deve atender ao disposto no Regulamento para Fiscalização de Produtos Controlados (R-105), Decreto nº 3.665/2000; d) todo local de comercialização deve possuir sistema de proteção contra incêndio, de acordo com a Norma Regulamentadora nº 23 e normas pertinentes do estado ou município. 5. LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS (NR-20) 5.1 – Objetivos da NR 20 A Norma Regulamentadora NR-20, editada pela Portaria SIT (Setor de Inspeção do Trabalho) nº 308, em 29/02/2012, estabelece os requisitos mínimos para a gestão da segurança e saúde no trabalho contra os fatores de risco de acidentes provenientes das 17 atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis. 5.2 - Definições Combustível – Todo material ou substância que possui a propriedade de queimar ou inflamar. Comburente – Todo elemento químico que se combina com o combustível, possibilitando a inflamação de vapores. Fonte de ignição – Qualquer dispositivo capaz de provocar a reação na mistura inflamável. Faixa de inflamabilidade - faixa delimitada pelo Limite Inferior de Inflamabilidade (LII) e Limite Superior de Inflamabilidade (LSI). Mistura inflamável – Mistura proporcionada do comburente com o combustível para iniciar a inflamabilidade dos vapores. Gases inflamáveis – Gases que inflamam com o ar a 20ºC e a uma pressão padrão de 101,3 kPa (item 20.3.2 da NR 20 – Portaria SIT 308, de 29/02/2012). Ponto de combustão – É a temperatura, poucos graus acima do ponto de fulgor, na qual os vapores desprendidos, na presença de uma fonte externa de calor, se inflamam, mantendo a chama. Reação em cadeia - Envolve a troca de energia e a realimentação da chama; parte da energia é dissipada no ambiente, provocando os efeitos térmicos derivados do incêndio; o restante continua a aquecer o combustível, fornecendo a energia para o processo seguir. Líquidos inflamáveis – São líquidos que possuem ponto de fulgor menor ou igual a 60ºC (item 20.3.1 da NR 20 – Portaria SIT 308, de 29/02/2012). Líquidos combustíveis - são líquidos com ponto de fulgor maior que 60ºC e menor que 93ºC (item 20.3.3 da NR 20 – Portaria SIT 308, de 29/02/2012). O estudo aprofundado da NR 20 será apresentado na aula 55. 6. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (NR-6) Com o objetivo de proteger os trabalhadores contra lesões em acidentes de trabalho, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) elaborou a NR 6 que trata dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), que é todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. Nas funções que exijam o uso de Equipamentos de Proteção Individual a empresa deve fornecer o EPI gratuitamente ao funcionário e em condições de uso; os EPI´s devem ser adequados às funções dos funcionários, devem oferecer conforto, e serem comercializados com o CA - Certificado de Aprovação, fornecido pelo 18 fabricante do EPI, e aprovado pelo MTE, devendo o EPI ser identificado com uma marca indelével em seu corpo. Para o correto uso dos EPIs, a empresa deve ministrar treinamento. Todo equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento. Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, ou a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA, nas empresas desobrigadas de manter o SESMT, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade. Porém, nas empresas que não possuem CIPA ou SESMT, deve-se ter orientação de algum profissional tecnicamente habilitado à recomendação do uso dos EPIs. Cabe ao empregador: adquirir o adequado ao risco de cada atividade; exigir seu uso; fornecer ao trabalhador somenteo aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica e comunicar ao Ministério do trabalho qualquer irregularidade observada nos EPIs. Cabe ao empregado: utilizar o EPI apenas para a finalidade a que se destina; responsabilizar-se pela guarda e conservação; comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso e cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. Cabe ao fabricante nacional ou o importador dos EPIs: cadastrar-se junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; solicitar a emissão do Certificado de Aprovação; solicitar a renovação do CA; responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI; comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA; comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos; comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso e fazer constar do EPI o número do lote de fabricação o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA e providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do SINMETRO, quando for o caso. Cabe ao Ministério do Trabalho e Emprego: cadastrar o fabricante ou importador de EPI; receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI; estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de EPIs; emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador; fiscalizar a qualidade do EPI; suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora e cancelamento do CA. A NR-6 pode e deve ser aplicada em qualquer empresa ou indústria, de forma que melhore as condições de trabalho dos funcionários das instituições. A empresa é 19 obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que for necessário. 7. EDIFICAÇÕES (NR-8) A NR 8 - Edificações - dispõe sobre os requisitos técnicos mínimos que devem ser cumpridos nas edificações para garantir segurança e conforto aos que nelas trabalham, começando pelos locais de trabalho devem ter a altura do piso ao teto, pé direito, de acordo com as posturas municipais, atendidas as condições de conforto, segurança e salubridade, estabelecidas na Portaria 3.214/78. Os pisos dos locais de trabalho não devem apresentar saliências, nem depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou a movimentação de materiais. Os pisos, as escadas e rampas devem oferecer resistência suficiente para suportar as cargas móveis e fixas, para as quais a edificação se destina. As aberturas nos pisos e nas paredes devem ser protegidas de forma que impeçam a queda de pessoas ou objetos. As rampas e as escadas fixas de qualquer tipo devem ser construídas de acordo com as normas técnicas oficiais e mantidas em perfeito estado de conservação. Nos pisos, escadas, rampas, corredores e passagens dos locais de trabalho, onde houver perigo de escorregamento, serão empregados materiais ou processos antiderrapantes. Os andares acima do solo, tais como terraços, balcões, compartimentos para garagens e outros que não forem vedados por paredes externas, devem dispor de guarda-corpo de proteção contra quedas, de acordo com os seguintes requisitos: a) ter altura de 0,90m (noventa centímetros), no mínimo, a contar do nível do pavimento; b) quando for vazado, os vãos do guarda-corpo devem ter, pelo menos, uma das dimensões igual ou inferior a 0,12 m; c) ser de material rígido e capaz de resistir ao esforço horizontal de 80kgf/m2 aplicado no seu ponto mais desfavorável. 8. TRABALHO A CÉU ABERTO (NR-21) A NR-21 estabelece as medidas preventivas de segurança e saúde nas atividades a céu aberto. Nos trabalhos realizados a céu aberto, é obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos, capazes de proteger os trabalhadores contra intempéries. 20 Serão exigidas medidas especiais que protejam os trabalhadores contra a insolação excessiva, o calor, o frio, a umidade e os ventos inconvenientes. Aos trabalhadores que residirem no local do trabalho, deverão ser oferecidos alojamentos que apresentem adequadas condições sanitárias. Para os trabalhos realizados em regiões pantanosas ou alagadiças, serão imperativas as medidas de profilaxia de endemias, de acordo com as normas de saúde pública. Os locais de trabalho deverão ser mantidos em condições sanitárias compatíveis com o gênero de atividade. Quando o empregador fornecer ao empregado moradia para si e sua família, esta deverá possuir condições sanitárias adequadas, sendo que a moradia deverá ter: a) capacidade dimensionada de acordo com o número de moradores; b) ventilação e luz direta suficiente; c) as paredes caiadas e os pisos construídos de material impermeável. É vedada, em qualquer hipótese, a moradia coletiva da família. As casas de moradia serão construídas em locais arejados, livres de vegetação e afastadas no mínimo 50,00m dos depósitos de feno ou estercos, currais, estábulos, pocilgas e quaisquer viveiros de criação. As portas, janelas e frestas deverão ter dispositivos capazes de mantê-las fechadas, quando necessário. O poço de água será protegido contra a contaminação. A cobertura será sempre feita de material impermeável, imputrescível, não combustível. Toda moradia disporá de, pelo menos, um dormitório, uma cozinha e um compartimento sanitário. As fossas negras deverão estar, no mínimo, 15,00 m do poço; 10,00m da casa, em lugar livre de enchentes e à jusante do poço. Os locais destinados às privadas serão arejados, com ventilação abundante, mantidos limpos, em boas condições sanitárias e devidamente protegidos contra a proliferação de insetos, ratos, animais e pragas. 9. ADMINISTRAÇÃO DA NR-2 (INSPEÇÃO PRÉVIA) A NR-2 estabelece as situações em que as empresas deverão solicitar ao Ministério do Trabalho a realização de inspeção prévia em seus Estabelecimentos, bem como a forma de sua realização. Todo estabelecimento novo, antes de iniciar suas atividades, deverá solicitar aprovação de suas instalações ao órgão regional do MTE. 21 O órgão regional do MTE, após realizar a inspeção prévia, emitirá o Certificado de Aprovação de Instalações - CAI, conforme modelo padronizado, mostrado a seguir: MODELO DO CERTIFICADO DE APROVAÇÃO DE INSTALAÇÕES (NR 2) CAI n.º________________ O DELEGADO REGIONAL DO TRABALHO OU DELEGADO DO TRABALHO MARÍTIMO, diante do que consta no processo DRT ____________ em que é interessada a firma__________________________________ resolve expedir o presente Certificado de Aprovação de Instalações - CAI para o local de trabalho, sito na _____________________________________n.º __________, na cidade de ______________________________ neste Estado. Nesse local serão exercidas atividades __________________________________________ por um máximo de _____________________ empregados. A expedição do presente Certificado é feita em obediência ao art. 160 da CLT com a redação dada pela Lei n.º 6.514, de 22.12.77, devidamente regulamentada pela NR 02 da Portaria n.º 35 de 28 e não isenta a firma de posteriores inspeções, a fim de ser observada a manutenção das condições de segurança e medicina do trabalho previstas na NR. Nova inspeção deverá ser requerida,nos termos do § 1o do citado art. 160 da CLT, quando ocorrer modificação substancial nas instalações e/ou nos equipamentos de seu(s) estabelecimento(s). _________________________________________________________ Diretor da Divisão ou Chefe da Seção de Segurança e Medicina do Trabalho ___________________________ Delegado Regional do Trabalho A empresa poderá encaminhar ao órgão regional do MTE uma “Declaração das Instalações” do estabelecimento novo, conforme modelo padronizado a abaixo, que poderá ser aceita pelo referido órgão, para fins de fiscalização, quando não for possível realizar a inspeção prévia antes de o Estabelecimento iniciar suas atividades. Transcreve-se abaixo a Instrução Normativa n.º 001, de 17 de maio de 1983 que disciplinou o mecanismo de funcionamento da Declaração de Instalações da empresa: O Secretário de Segurança e Medicina do Trabalho, tendo em vista a Lei n.º 6.514, de 22.12.77, que alterou o Capítulo V, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 2º da Portaria Ministerial n.º 3.214, de 08.06.78, e, ainda, considerando: a) que a inspeção prévia de instalações para expedição do Certificado de Aprovação de Instalações - CAI, cuja vigência alcança mais de 37 (trinta e sete) anos constitui um ato de realização cada vez mais difícil; b) que a multiplicação de estabelecimentos, bem como a expansão geográfica dos diferentes setores de atividade, acompanhando a própria urbanização acelerada, impede uma adequada disponibilidade de recursos humanos e materiais capazes de manter atualizada e plena aquela inspeção prévia; 22 c) que, por tais razões, o novo texto da NR 2 institui a Declaração de Instalações da empresa; d) que tal declaração, além de coadunar-se com o espírito do Programa Nacional de Desburocratização, corrige a impraticabilidade atual, RESOLVE: Baixar a presente Instrução Normativa - IN com a finalidade de disciplinar o mecanismo de funcionamento da Declaração de Instalações da empresa, que passará a ser o seguinte: 1. A empresa fornece a declaração à SRTE, contra-recibo. 2. A empresa retém uma cópia juntamente com o croquis das instalações, de modo a tê-los disponíveis para demonstração ao Agente da Inspeção do MTE, quando este exigir. 3. A SRTE armazenará as declarações em arquivo específico, com registro simples, sem processo. 3.1. A SRTE utilizará o arquivamento tradicional das declarações ou a microfilmagem, se dispuser de tal recurso. 4. Em períodos dependentes da própria capacidade fiscalizadora da SRTE, esta deverá separar, aleatoriamente e/ou por indícios a seu alcance, algumas declarações para comprovação através de visitas fiscalizadoras. 5. O modelo, anexo a esta IN, deverá ser adotado pelas empresas como forma e orientação para preenchimento da declaração de instalações. 6. As dúvidas na aplicação da presente IN e os casos omissos serão dirimidos pela SSMT. 7. Esta Instrução Normativa entrará em vigor na data de sua publicação. DECLARAÇÃO DE INSTALAÇÕES (MODELO) 1.Razão Social: CEP: Fone: CGC: Endereço: Atividade principal: N.º de empregados (previstos) - Masculino: Maiores: Menores: - Feminino: Maiores: Menores: 2.Descrição das Instalações e dos Equipamentos (deverá ser feita obedecendo ao disposto nas NR 8, 11, 12, 13, 14, 15 (anexos), 17, 19, 20, 23, 24, 25 e 26) (use o verso e anexe outras folhas, se necessário). 23 3.Data: ____/____/19___ ________________________________________________ (Nome legível e assinatura do empregador ou preposto) A empresa deverá comunicar e solicitar a aprovação do órgão regional do MTE, quando ocorrer modificações substanciais nas instalações e/ou nos equipamentos de seu(s) estabelecimento(s). É facultado às empresas submeter à apreciação prévia do órgão regional do MTE os projetos de construção e respectivas instalações. A inspeção prévia e a declaração de instalações constituem os elementos capazes de assegurar que o novo estabelecimento inicie suas atividades livre de riscos de acidentes e/ou de doenças do trabalho, razão pela qual o Estabelecimento que não atender ao disposto naqueles itens fica sujeito ao impedimento de seu funcionamento, conforme estabelece o art. 160 da CLT, até que seja cumprida a exigência deste artigo. REFERÊNCIAS NR-2 (Inspeção Prévia). www.mte.gov.br Equipamentos de Proteção Individual (NR-6). www.mte.gov.br Norma Regulamentadora nº 16 – Anexo 2 – Atividades e Operações Perigosas com líquidos Inflamáveis e gases inflamáveis. www.mte.gov.br Norma Regulamentadora nº 19 – Segurança com Explosivos, www.mte.gov.br Norma Regulamentadora nº 20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis, da Portaria 3214, de 08.06.1978, do Ministério do Trabalho. www.mte.gov.br Edificações (NR-8). Trabalho a Céu Aberto (NR-21). www.mte.gov.br
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