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Fidedignidade Conceituação Geral A fidedignidade ou precisão de um teste, refere-se à consistência de resultados obtidos pelo mesmo sujeito em diferentes ocasiões ou com diferentes conjuntos de itens equivalentes. Outros nomes: estabilidade; constância; calibração dos instrumentos; equivalência; consistência interna. Como toda e qualquer mensuração, está sujeita a um erro de medida; pode se dizer em sentido restrito que: Escore observado = escore verdadeiro(mais) escore de erro. Características de um instrumento para medir sem erros Medir sem erros: medindo indivíduos na mesma ocasião ou em diferentes, produzem resultados idênticos, a correlação deve ser 1; ou seja, a correlação se afasta de 1 quanto maior for o erro cometido na medida. O coeficiente de correlação/fidedignidade expressa o grau de correspondência, ou relação entre dois conjuntos de resultados. 3) Para a estimação da fidedignidade/precisão, há três tipos de procedimentos de coleta de informações; Uma amostra de sujeito, um mesmo teste e uma mesma ocasião; Uma amostra de sujeitos, dois testes e uma única ocasião; Fontes de erro: história, maturação, retestagem, e as interações entre as duas aplicações curto-longo, ao efeito de memória e aprendizagem. Fontes de erro Estabilidade temporal: constância de resultados de um teste em diferentes ocasiões, ou seja, até que ponto os resultados de um teste são influenciados pelas condições do meio e do sujeito. Condições do meio: barulho, acidentes, perguntas... Condições do sujeito: doenças, fadiga, tensão, etc... Generalidade de Amostragem e de itens: indica até que ponto os resultados de um teste estão relacionados com a seleção de itens. Homogeneidade de itens: Mensuração da mesma habilidade, função ou conhecimento, é a consistência de realização em todos os itens, ex: se um teste incluir apenas itens de multiplicação, enquanto outro abrange as quatro operações, o primeiro apresentará maior homogeneidade de itens do que o segundo. Métodos para o Cálculo do Coeficiente de Fidedignidade Teste – reteste: consiste na aplicação da mesma forma do teste ao mesmo grupo com um intervalo de tempo interveniente, que varia de acordo com a interpretação a ser feita a partir do resultados. Esta técnica avalia a estabilidade temporal do teste, ou seja, até que ponto os resultados são influenciados por flutuações diárias e acidentais nas condições do sujeito e no ambiente de aplicação. Após duas aplicações, calcula-se o coeficiente de correlação que fornece o coeficiente de fidedignidade. Formas paralelas: Aplicação de duas formas equivalentes do teste no mesmo grupo, calculando-se a correlação entre elas. Essas formas devem obedecer a um rigoroso paralelismo quanto ao conteúdo, dificuldades, instruções, limite de tempo... Avalia-se quando aplicados na mesma ocasião, generalidade das diferentes amostras de itens, quando ocorre intervalo entre as aplicações, pode-se averiguar também a estabilidade temporal, o que torna essa técnica mais completa na descrição da fidedignidade. Apesar de reduzirem as dificuldades do método teste-reteste, nem sempre conseguem eliminá-las. Suas limitações são: Se há grande influência da prática, nem sempre o teste paralelo eliminará esse fator, mesmo que o minimize. Assegurar um real paralelismo Ex: O teste G 38 se propõe a ser uma paralela do G36, ambos são teste de inteligência geral, pela diferença de 2 itens, o paralelismo não pode ser considerado. 11 Método das duas metades: A partir de uma única aplicação do teste, este é dividido em duas partes paralelas, cujos resultados serão correlacionados. As duas metades devem ser equivalentes, isto é , terem a mesma dificuldade, o mesmo conteúdo, etc... Este método considera apenas a adequação da amostragem de itens, omitindo a estabilidade temporal. Kuder –Richardson (1937): consiste em uma única aplicação a uma amostra representativa de sujeitos . Essa técnica tem como objetivo verificar a consistência interna dos testes por meio da variância. Parte do pressuposto de que a dificuldade dos itens é a mesma e, portanto, as variâncias dos itens são semelhantes. Coeficiente Alfa Estratificado de Cronbach: indica consistência interna do teste utilizando o grau de covariância dos itens entre si . O coeficiente varia de 0 a 1.Baseia-se na divisão dos testes em subtestes, aplicável a testes heterogêneo. Erro padrão de medida: indica dispersão em termos do valor real de um resultado. Fatores que afetam a Fidedignidade do Teste Fatores relativos ao teste: número de itens, quanto maior o número de itens, maior a fidedignidade do teste. Interdependência de itens: quando a resposta de um item sugere a resposta de outro item, ou quando a compreensão de um item depende de outro, há diminuição da fidedignidade. Objetividade da correção: Quanto mais objetiva é a correção, maior é a fidedignidade. Dificuldade dos itens: Os itens de dificuldade média são os que mais favorecem a fidedignidade. Homogeneidade: quanto maior a homogeneidade, maior é a fidedignidade. Defeitos técnicos na elaboração dos testes: Uso impreciso de palavras, itens extensos, palavras desconhecidas, estrutura defeituosa de frase, instruções inadequadas. Possibilidade de acerto casual (“chute”): Itens que possibilitam a adivinhação, diminuem a fidedignidade. Fatores relativos ao aplicador: Clareza nas instruções, estabelecimento de rapport, conhecimento prévio do sujeito, que pode contaminar a aplicação, motivação para executar o teste. Fatores dispersivos durante o teste: Barulho, perguntas, acidentes, desconforto ambiental, durante a aplicação do teste. Fraude na realização do teste: “cola” Validade O Instrumento de medida deve fornecer medidas confiáveis de modo que se obtenha os mesmos resultados ao tornar a medir o atributo em condições similares do objeto ou indivíduo em questão. Os instrumentos usados devem realmente medir aquilo a que se propõem. Não se pode falar de uma validade geral, mais relativa ao tipo de decisão e uso específico para o teste em questão. O instrumento pode ser válido, por exemplo para fins de seleção de pessoal e não para o diagnóstico psicológico. As recomendações técnicas da Associação Americana de Psicologia (1954) classificaram esses processos em três categorias: Validade Preditiva: especialmente em situação de seleção e orientação vocacional, estamos interessados no desempenho futuro do indivíduo Validade relativa a um critério: é utilizada quando o teste pretende ter uma aplicação prática em termos de predição do desempenho futuro a partir do desempenho no teste ou da estimativa do desempenho atual em alguma outra medida. Deriva do embasamento teórico, também chamada de validade teórica, Utiliza método hipotético- dedutivo: teoria-dedução-hipótese-dados que comprovam ou desmentem. 21 Validade de Construto: característica de um teste enquanto mensuração de um atributo ou qualidade, o qual não tenha sido “definido operacionalmente”. O problema não é descobrir o construto a partir de uma representação existente (teste), mas sim descobrir se a representação (teste) constitui uma representação legítima, adequada do construto (traço latente). Diferença entre fidedignidade e validade: Fidedignidade: mesmo instrumento, mesmo grupo, em ocasiões iguais, possibilita avaliação de até que ponto podemos confiar nos resultados. Validade: concordância de resultados obtidos por métodos muito diferentes no mesmo grupo.
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