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Agentes de viroses multissistêmicas Sarampo, Caxumba e Rubéola • São viroses de transmissão respiratória, doenças comuns da infância, porém podem ocorrer também em adultos não vacinados. • As infecções produzem imunidade permanente (ocorrem apenas uma vez na vida). • Apesar de haver vacinas eficazes contra estas doenças, elas ainda representam importante agravo de saúde pública em várias partes do mundo, especialmente em áreas onde aliam-se condições precárias de subsistência e cobertura vacinal inadequada. Profilaxia • Pode ser feita com a vacina MMR (Measles, Mumps, Rubella, ou "tríplice viral"). – Vírus vivos atenuados. • No Calendário Básico de Vacinação atual está prevista a aplicação da MMR para crianças, adolescentes e adultos (mulheres até 49 anos e homens até 39 anos). Profilaxia • A MMR, assim como todas as vacinas de vírus atenuado, está contra-indicada durante a gestação. Mulheres devem evitar a gravidez nos 30 dias que sucedem a aplicação da vacina. • Como regra geral, a vacina não deve ser utilizada em imunodeficientes – Exceto em situações especiais em que o risco da doença é consideravelmente superior ao imposto pela vacina (Ex: indivíduos infectados pelo HIV em áreas de elevada prevalência de sarampo). Sarampo • O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de transmissão respiratória, extremamente contagiosa e muito comum na infância. – Em países onde a cobertura vacinal é insatisfatória, esta doença ainda é uma das causas mais freqüentes de óbito em crianças. • É causada pelo vírus do sarampo, pertencente à família Paramyxoviridae, subfamília Paramyxovirinae, gênero Morillivirus. • Partícula viral é envelopada, mede entre 100 a 300nm. O capsídeo apresenta simetria helicoidal, genoma RNA fita simples (-). Sarampo • Representação esquemática da patogênese Sarampo • O período de incubação é de cerca de 8 a 10 dias (média de 10 dias). • Manifestações iniciais são febre alta, tosse "seca" persistente, coriza e conjuntivite. • Na face interna das bochechas podem ser observadas manchas brancas, características da doença (Manchas de Koplik). • Segue-se o aparecimento de manchas avermelhadas (exantema máculo-papular eritematoso), inicialmente no rosto e que progridem em direção aos pés (progressão céfalo-caudal),com duração de, geralmente, cinco a seis dias. Exantema máculo-papular eritematoso Sarampo • A transmissão ocorre pela inalação de perdigotos produzidos por tosse, espirros, fala ou respiração, por isso a facilidade de contágio da doença. – especialmente em locais fechados como escolas e clínicas. Complicações do Sarampo • Diarréia, otite, pneumonia (pelo próprio vírus do sarampo ou secundariamente, por bactérias) e encefalite (acometimento do sistema nervoso central). • Em indivíduos desnutridos, gestantes, recém-nascidos e pessoas portadoras de imunodeficiências a doença geralmente se manifesta com maior gravidade. • Em gestantes, pode causar abortos espontâneos e parto prematuro, embora não sejam conhecidos casos malformações congênitas associadas à infecção. Sarampo • Diagnóstico Laboratorial da infecção é realizado frequentemente através da sorologia. • Não há tratamento específico contra o vírus do sarampo, nem drogas capazes de prevenir ou interromper os sintomas da doença uma vez instalados. É uma doença autolimitada. Sarampo Sarampo Caxumba • É uma doença de transmissão respiratória, causada pelo vírus da caxumba, pertencente à família Paramxoviridae, subfamília Paramyxovirinae, gênero Rubulavirus. Caxumba • Representação esquemática da patogênese Caxumba • A infecção, na maioria das vezes é assintomática ou com sintomas discretos. • As manifestações mais comuns são febre e aumento das glândulas salivares (parotidite). Parotidite Complicações da Caxumba • O vírus pode comprometer o sistema nervoso central (meningoencefalite), testículos (orquite), ovários (ooforite) e, raramente, pâncreas (pancreatite). – A orquite pode ocorrer após a fase puberal e pode resultar em algum grau de atrofia testicular, mas raramente associada com infertilidade permanente. – A ooforite, que também se desenvolve após a puberdade, não causa esterilidade. • Durante a gravidez, a infecção pelo vírus da caxumba pode resultar em aborto espontâneo, porém não existem evidências de que possa causar mal-formações congênitas. Orquite Caxumba • Para o diagnóstico laboratorial, os testes sorológicos como ensaio imunoenzimático (EIA) são os mais utilizados. • O isolamento viral também pode ser realizado. Caxumba • O tratamento consiste em medidas de alívio dos sintomas como administração de analgésico, antipirético, repouso e hidratação. Não existe terapia antiviral disponível. – No caso da orquite, o tratamento inclui repouso, analgésico e aplicação de gelo no local. • Pacientes com evidências de encefalite devem ser hospitalizados para observação. O tratamento de suporte de pacientes com meningoencefalite requer repouso, controle da febre, hidratação, antiemético e anticonvulsivante. • O tratamento com soro hiperimune pode trazer benefícios para pacientes imunocomprometidos, assim como para adolescentes e adultos jovens do sexo masculino se for administrado no início da infecção. Rubéola • É uma doença transmitida por via respiratória, causada pelo vírus da rubéola, pertencente à família Togaviridae, gênero Rubivirus, espécie Rubellavirus. • O vírion mede entre 55 a 86 nm em diâmetro, possui capsídeo de simetria icosaédrica, envelopado. • Genoma RNA fita simples (+). Rubéola • Representação esquemática da patogênese Rubéola • A infecção geralmente tem evolução benigna e freqüentemente não produz qualquer manifestação clínica. • As manifestações mais comuns são febre baixa, aumento de gânglios no pescoço, manchas avermelhadas (exantema máculo-papular eritematoso), inicialmente no rosto e que evoluem rapidamente em direção aos pés (progressão céfalo-caudal) e, geralmente, desaparecem em menos de 24 horas. – Estas manifestações, quando ocorrem, não são exclusivas da rubéola e, tecnicamente, não é possível distinguir precisamente a doença sem a realização de exame sorológico. Complicações da Rubéola • Os maiores agravos estão associados a ocorrência da infecção durante a gestação. – A rubéola pode causar aborto, morte fetal, parto prematuro e mal-formações congênitas (catarata, glaucoma, surdez, cardiopatia congênita, retardo mental). Sindrome da rubéola congênita Rubéola • Para o diagnóstico laboratorial, o teste de ELISA para a pesquisa de anticorpos das classes IgG e IgM específicos para o vírus da rubéola é o mais utilizado pelos laboratórios clínicos. • O vírus pode ser isolado em culturas de células das secreções respiratórias de 5 a 7 dias antes e depois do aparecimento do exantema.