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1 Gabriela Ramos – M23 FARMACOLOGIA DA ASMA REVISÃO: Doença pulmonar obstrutiva (broncoconstrição) e doença inflamatória (edema das vias respiratória, hiperplasia das células caliciformes, secreção de muco e infiltração por uma ampla variedade de células imunes e inflamatórias, que liberam diversas citocinas associadas) Sintomas: dispneia, sibilância, tosse e muco. Os medicamentos usados no tratamento da asma atuam de duas maneiras: • Relaxamento do músculo liso brônquico • Prevenção e tratamento da inflamação Fisiologia da contração do músculo liso das vias respiratória Simpático (adrenérgico) broncodilatação Parassimpático (colinérgico) broncoconstrição As células musculares lisas das vias respiratórias expressam: Receptores beta2-adrenérgico (em menor grau beta1) são ativado pela epinefrina broncodilatação Epinefrina exógena e salbutamol são agonistas beta2-adrenérgico, sendo o último mais seletivo. Receptores muscarínicos (subtipo M3) acetilcolina age nesses receptores broncoconstrição. Fisiologicamente isso mantem o tônus muscular liso. Agentes anticolinérgicos podem causar broncorrelaxamento (usados na DPOC; na asma é usado quando os beta2-seletivos são contraindicados). Os agentes antiiflamatórios, particularmente os corticoesteróides, constituem a base do tratamento farmacológico da asma Função imune nas vias respiratórias: Fisiologiacamente: os antígenos são ignorados pelas células Th e induzem apenas um baixo nível de IgG e uma resposta moderada das células Th1 (resposta celular – TCD8 e TCD4). Asma: predomina uma resposta exagerada das células Th2 (resposta humoral – anticorpos), gerando a inflamação e a hiper-responsividade brônquica Na asma, os linfócito TCD4, linfócitos B, mastócitos e os eosinófilos são as principais células inflamatórias 2 Não-atópicos indivíduos normais Th1 e IgG Atópicos asmáticos Th2 e IgE 1º contanto do alérgeno IgE se liga aos mastócitos 2º contato do alérgeno se liga a igE já ligada aos mastócitos ocorre degranulação dos mastócitos libeando mediadores inflamatórios pré-formados histamina, fator de ativação das plaquetas, ác. Aracdônico – leucotrienos e prostaglandinas D2 broncoconstrição e inflamação das vias respiratórias Leucotrienos são alguns dos broncoconstritores mais potentes conhecido e constituem mediadores importantes da inflamação nas vias respiratória. Os cisteinil leucotrienos ligam=se a receptores CysLT1 expressos nas células musculares lisasdas vias respiratórias, resultando em broncoconstrição e edema das vias respiratórias. A Via dos leucotrienos pode ser inibida pelo inibidor da 5-lipoxigenase (enzima que converte a fosfolipase A2 em leucotrieno) – ZILEUTON – ou pelos antagonistas do receptor CysLT1 – MONTELUCASTE e o ZAFIRLUCASTE. CLASSES E AGENTES FARMACOLÓGICOS Metilxantinas podem atuar das duas formas Agentes de alívio (broncodilatadores) anticolinérgicos: - ATROPINA - IPATRÓPIO - TIATRÓPIO agonistas Beta2-adrenérgicos: EPINEFRINA; ISOPROTERENOL; TERBUTALINA, SLABUTAMOL, PIRBUTEROL E BITOLTEROL; FORMOTEROL E SALMETAROL Metilxantinas: teofilina e aminofilina Agentes de controle (anti-inflamatório) corticoesteroides: BECLOMETASONA, TRIANCINOLONA, FLUTICASONA, BUDESONIDA, FLUNISOLIDA, MOMETASONA E CICLESONIDA modificadores da via dos leucotrienos: ZILEUTON MONTELUCASTE, ZAFIRLUCASTE e o PRANLUCASTE. anticorpo anti-IgE: OMALIZUMAB 3 BRONCODILATADORES ANTICOLINÉRGICOS ✓ Fármacos: ATROPINA INALADA, BROMETO DE IPATRÓPIO E TIOTRÓPIO ✓ Atropina inalada altamente absorvida pelo epitélio respiratório. produz muitos efeitos anticolinérgicos sistêmicos, incluindo taquicardia, náusea, boca seca, obstipação e retenção urinária. ✓ Brometo de ipatrópio inalado usado quando não se pode usar os beta- adrenérgicos. Derivado da atropina, sendo menos absorvida pelo epitélio respiratório que essa, dessa maneira os efeitos adversos sistêmicos da atropina são minimizados. Entretanto, o ipatrópio inalado pode causar boca seca e desconforto gastrintestinal através de sua deposição na boca e absorção oral inadvertida ✓ Tiotrópio tem ação longa. Usado no tratamento de DPOC. São sofre absorção sistêmica com sua inalação, dessa forma produz poucos efeitos sistêmicos. Tem duração de ação longa. Atropina, ipatrópio e o tiotrópio são antagonistas competitivos de receptores muscarínicos de acetilcolina, nesse caso M3. Ipatrópio e tiotrópio antagonizam o efeito da acetilcolina endógena nos receptores M3, resultando em broncorrelaxamento e diminuição da secreção de muco. AGONISTAS BETA-ADRENÉRGICOS A estimulação Beta2-adrenérgica do músc. Liso das vias resp. leva ao relaxamento. ✓ Fármacos: ▪ De ação curta (4-6h): FENOTEROL, SALBUTAMOL E TERBUTALINA ▪ De ação prolongada (12h): FERMOTEROL E SALMETAROL ▪ Ultralonga duração (24h): INDACATEROL ✓ Epinefrina (adrenalina): agonista não seletivo, se liga aos receptores alfa (vasoconstrição periférica), beta1 (estimulação cardíaca – taquicardia, palpitações e, potencialmente, arritmias) e beta 2 (broncodilatação). ✓ Isoproterenol: agonista seletivo; estimula b1 e b2; utilizado na forma inalada. ✓ Terbutalina, salbutamol, pirbuterol e bitolterol: ligam-se aos receptores B2- adrenérgicos com muita intensidade, reduzindo o risco de efeitos cardíaco. Todavia em altas doses, principalmente por via ora, podem promover estímulo cardíaco. Ademais existem receptores beta2-adrenérgicos no músculo esquelético,portanto a ativação desses receptores pode resultar em tremor. Os agonistas beta2-adrenérgicos apresentam, em sua maioria, um rápido início de ação (15 a 30 minutos), efeito máximo aos 30 a 60 minutos e duração de ação de aproximadamente 4 a 6 horas. Essas características torna-os bons candidatos para o alívio da asma durante crises agudas. Não sendo indicados para o controle da asma noturna e prevenção de crises. 4 ✓ Formoterol e Salmetarol: São agonistas bet2-adrenérgico de ação longa (LABA) – duração de ação de 12-24h, tornando-os bons candidatos para a prevenção de broncoconstrição. Por não tratarem a inflamação subjacente, podem ser perigosos se forem utilizados como monoterapia. Salmetarol tem inicio de ação lento e não deve ser usado em crises. Formoterol tem inicio de ação rápido, podendo ser usado como inalador de recuperação. METILXANTINAS: ✓ Fármacos: Teofilina e aminofilina ✓ Efeito broncodilatador: inibição das fosfosieterases III e IV ✓ Efeito imunomodulador e anti-inflamatório: inibição de fosfodiesterases nas células inflamatória, especificamente a fosfotdiesterase tipo IV nos linfócitos T; podendo atuar no controle da asma crônica ✓ Efeitos adversos: arritmias cardíacas, náusea e vômitos (tb por inibição de fosfodiesterases). ✓ A teofilina e a cafeína: possuem estruturas semelhantes; dessa forma, a teofilina pode exercer o papel de antagonista do receptor de adenosina da mesma forma que a cafeína. Os receptores de adenosina estão presentes no músc. Liso e nos mastócitos – é possível que o antagonismo desses receptores possa ser útil na prevenção da broncocontrição e da inflamação. Aqueles que são apenas antagonista da adenosina não tem efeito broncoconstritor efetivo, a inibição das fosfodiesterases é a mais responsável por esse efeito. O antagonismo dos receptores de adenosina é responsável pelos efeitos secundário da teofilina – aumento da ventilação durante a hipóxia, maior resistência dos músculos diafragmático e diminuição da liberação de mastócitos estimulada pela adenosina.✓ Efeitos adversos: são numerosos, uma vez que as metilxantinas não são seletiva e possuem múltiplos mecanismos de ação. Em doses supraterapêuticas produz náusea, diarreia, vômitos, cefaleia, irritabilidade e insônia; em doses ainda mais altas podem ocorrer convulsões, encefalopatia tóxica, hipertermia, lesão cerebral, hiperglicemia, hipocalemia, hipotensão, arritmias cardíacas e morte. Utilizada quando os agonistas beta-adrenérgicos e os corticoesteroides não podem ser usados. ✓ Está sujeito a interações medicamentosas com inibidores do citocromo p450, como a cimetidina e os antifúngicos azólicos. AGENTES ANTIIFLAMATÓRIOS CORTICOESTERÓIDES ✓ Fármacos: beclometasona, triancinolona, fluticasona, budesonida, flunisolida, mometasona e ciclesonida 5 ✓ Corticoesteróides inalados são o principal tratamento preventivo para todos os tipos de asma, exceto a forma mais leve. Produzem concentrações locais mais altas do fármaco nas vias respiratórias do que uma dose equivalente dos corticoesteróides de administração sistêmica, pode-se administrar uma dose total mais baixa, reduzindo a probabilidade de efeitos sistêmicos. ✓ Alteram a transcrição de muitos genes: aumentam a transcrição de genes que codificam o receptor bet2-adrenérgico e diversas proteínas anti-inflamatórias. Diminuem a transcrição de genes que codificam numerosas proteínas inflamatórias, como a IL-4 (induz IgE pelas células B) e IL- 5 (recruta eosinófilos), diminuindo a resp. inflamatória da asma. Induzem a apoptose dos eosinófilos e dos linfócitos Th2. ✓ Diminuem o número de células inflamatórias, a lesão no epitélio resp., reduzem a permeabilidade vascular desfazendo o edema, ao reduzir a inflamação diminuem a característica de hiper-responsividade. ✓ São apenas supressores não curam a asma. ✓ Não revertem os casos de remodelagem. ✓ Devem ser administradas pela manhã ✓ Efeitos adversos: devido a dose altas e uso prolongado osteopenia e osteoporose. MODIFICADORES DA VIA DOS LEUCOTRIENOS ✓ Fármacos: ZILEUTON, MONTELUCASTE, ZAFIRLUCASTE E PRANLUCASTE ✓ Asma não completamente controlada com doses médias de corticoesteroides ✓ Asma complicada por rinite alérgica, induzida por exercício e doença respiratória exacerbada por AAS ✓ Inibição da enzima 5-lipoxigenase ZILEUTON ✓ Inibição dos receptores de cisteinil leucotrienos (CysLT1) MONTELUCASTE, ZAFIRLUCASTE e o PRANLUCASTE. ✓ Clinicamente produzem uma melhora imediata, ainda que pequena, da função pulmonarem condições basais ✓ Reduzem a frequência de exarcebações e melhoram o controle da asma. ✓ Efeito limitado quando comparado aos corticoesteróides ✓ Maioria das formulações são orais podendo ser usado para rinite alérgica. No entanto, há maior probabilidade de efeitos adversos sistêmicos. ✓ São bem tolerados e exercem poucos efeitos extrapulomonares ✓ Zileuton tem uma incidência de 4% de hapatotoxicidade ✓ Efeitos adversos: Dispepsia, diarreia, cefaleia e síndrome de Churg- Strauss ✓ A síndrome de Churg-Strauss é uma vasculite granulomatosa grave que acomete as pequenas artérias e veias dos pulmões, coração, rins, pâncreas, baço e pele. ANTICORPO ANTI-IgE MONOCLONAL HUMANIZADO ✓ Fármacos: OMAZILUMAB 6 ✓ Anticorpo monoclonal murinho humanizado ✓ Diminui a quantidade de IgE circulante e impede sua fixação aos mastócitos. ✓ Afeta a resposta asmática tanto na fase inicial quanto na fase tardia ao estímulo de um alérgeno inalado ✓ Administrado por via parenteral SISTEMAS DE LIBERAÇÃO DE FÁRMACOS INALADOS • Inaladores dosimetrados • Inaladores de pó-seco • Nebulizadores MANEJO CLÍNICO DA ASMA Asma intermitente leve, sem comprometimento da função pulmonar, sintomas duas vezes ou menos por semanas e que acorda à noite nãos mais que duas vezes no mês agonistas beta inalados. Asma com sintomas mais frequentes ou graves ou comprometimento da função pulmonar terapia preventiva regular com corticoesteróides inalados. Ademais, agonistas beta de ação longa ou agentes modificadores de leucotrienos podem ser associados.
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