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1 Resumo Farmacologia ★ FARMACOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO VIAS AÉREAS Parassimpático Traqueia/carina Tônus basal Mudanças rápidas de calibre Simpático Inervação pobre de catecolaminas Receptores B2 BRONCODILATAÇÃO Doenças respiratórias: rinite alérgica, asma, DPOC, tosse ☆ Rinite Alérgica - Hipersensibilidade tipo 1 Alérgeno fagocitado pelas cel. dendrítica apresentado ao LT que estimula LB. O linf. B vira plasmocito e libera anticorpos IgE. - Sensibilização → 1º contato → IgE tem afinidades por mastócitos e se liga neles - 2º contato → se liga no IgE do mastócito → degranula → liberação de mediadores → histamina → que se liga aos seus receptores H1 nas células musculares lisas da vasculatura e células endoteliais Ações da histamina: vasodilatação e aumento da permeabilidade ✣ HISTAMINA ANTI-HISTAMÍNICOS H1: os anti-histamínicos H1 são agonistas inversos. Os agonistas inversos ligam-se preferencialmente à conformação inativa do receptor H1 e desviam o equilíbrio para o estado inativo , reduzindo a atividade constitutiva do receptor → diminui a responsividade pela histamina Na alergia ocorre uma potencialização do receptor de histamina Primeira geração: Dimenidrinato, Difenidramina , Hidroxizina, Clorfeniramina e Prometazina Atravessam a BHE (NEUTROS) → diminui a atividade de receptores histamínicos do cérebro e leva a sedação Segunda geração: Loratadina, Desloratadina, Cetirizina e Fexofenadina Não atravessam a BHE (ionizados e ligados a albumina) → atravessa muito pouco a BHE → nao da sono 2 - Usos Diminuem permeabilidade – edema, pápula, prurido Ineficazes sozinhos para anafilaxia ou edema de glote Cinetose, náusea e vômito – Dimenidrinato, difenidramina, prometazina Insônia, ansiolítico fraco ou hipnóticos – difenidramina, hidroxizina e prometazina - Efeitos colaterais SNC – sedação; diminuição da neurotransmissão e do rendimento cognitivo. Efeitos anticolinérgicos – dilatação da pupila, ressecamento dos olhos, xerostomia e retenção urinária - Sedação – efeitos dos receptores histaminicos do SNC, causando sedação, diminuição da transmissão Anti-histaminicos inibem ações da Ach em seus receptores muscarinicos, por isso podem ser usados para cinetose. Para profilaxia e tratamento da cinetose. Alguns antagonistas H1 são úteis nos casos mais leves e causam menos efeitos adversos. Isso inclui o dimenidrinato e as piperazinas. A prometazina é um dos mais eficazes para vomitos, mas sua ação sedativa pronunciada geralmente é desfavorável. Essa ação sedativa fez muitos serem usados como hipnóticos, para tratar insonia ou ansiolítico fraco (preparações com difenidramina e hidroxizina) ✣ DESCONGESTIONANTES NASAIS Agonistas adrenérgicos α1: Oximetazolina , Nafazolina, Fenilefrina, Cloreto de sódio Vasoconstrição; Redução do edema e da congestão nasal; Melhora ventilação São agentes simpaticomiméticos que atuam sobre os receptores adrenérgicos da mucosa nasal. Uso crônico → efeito rebote → corpo acostuma Viciam pela alteração da mucosa → necessidade de usar o remédio Efeitos adversos: Queimação, ardência, espirros e ressecamento da mucosa nasal; Taquicardia Pode ocorrer rinite medicamentosa (vasodilatação de rebote com congestão) com o uso prolongado de agentes tópicos (> 3 a 5 dias). Glicocorticóides nasais : Budesonida, Beclometasona, Fluticasona, Mometasona, Ciclesonida e Triancinolona ☆ ASMA Doença inflamatória crônica caracterizada por hiperresponsividade das vias aéreas Limitação ao fluxo aéreo, variável e reversível Episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e tosse Patogenia Indivíduo sensível é submetido a um estímulo → Imediata liberação de mediadores inflamatórios nas vias aéreas → Contração da musculatura lisa brônquica → Secreção mucosa e edema das vias aéreas → Redução do fluxo aéreo desencadeando a sintomatologia Tratamento: Broncodilatador + glicocorticoide ✣ FISIOPATOLOGIA DA ASMA Alergeno → APC apresenta para linfocito T CD4 → diferencia-se em TH2 que libera IL 5 - atrai eosinófilos - e IL4 - ativa linfócito B a produzir plasmócito → produz IgE que se liga no mastócito. Reexposição ao alérgeno: Liberação de histamina pelo mastócito (degranulação) E libera IL-5 A IL5 ativa eosinófilos que ativam mais mastócitos → liberando + leucotrienos + leucócitos Agudo → degranulação de mastócitos → broncoconstrição e hipersecreção de muco A longo prazo → produção de neurotrofinas (ativam neurônios que levam a broncoconstrição), edema das vias respiratórias, hipersecreção de muco, inflamação crônica e remodelagem das vias respiratórias. 3 ✣ TRATAMENTO DA ASMA - Há duas categorias: 1- Broncodilatadores → revertem o broncoespasmo Agonistas dos receptores β2 adrenérgicos; antagonistas dos receptores muscarínicos; antagonistas dos receptores de cis-LTs ; xantinas; 2- Anti-inflamatórios → inibem ou previnem os componentes inflamatórios da fase crônica e aguda Glicocorticóides; Anti-IgE (imunoterapia); Inibidores da IL-5 e bloqueadores dos receptores de IL-5 2 componentes devem ser levados em consideração: o tratamento das crises (imediato) e preventivo (a longo prazo) para tornar o doente assintomático, devolver uma função respiratória normal, tentar controlar a inflamação e minimizar os efeito secundários. ➜ Existem 2 categorias de fármacos para tratar a asma: ● Os broncodilatadores que revertem o broncoespasmo. ● Os anti-inflamatórios inibem ou previnem os componentes inflamatórios de ambas as fases. ☆ BRONCODILATADORES ✣ Agonistas β2-adrenérgicos Efeitos em β2; inibem liberação de mediadores em mastócitos; aumentam remoção do muco; potencializam efeitos dos glicocorticóides ação curta: salbutamol, terbutalina, fenoterol (berotec) (3/5h). ação longa: salmeterol e formoterol (8/12h). Efeitos indesejáveis: tremor, taquicardia, vasodilatação periférica, arritmias. Seu efeito primário é dilatar os brônquios por uma ação direta sobre os receptores adrenérgicos β2 no músculo liso, relaxando-o. Então inibem a liberação dos mediadores de mastócitos e a liberação de TNF- α dos monócitos; E também aumentam a remoção do muco por ação sobre os cílios. Os agentes de curta duração tem efeito min e geralmente são usados conforme a necessidade; já os de longa duração são dados regularmente,como terapia complementar. Nunca de forma isolada e sempre associado aos GC Formoterol tem início de ação mais rápida que salmeterol, mas só é indicado para crianças acima de 6 anos, salmeterol acima de 4. Menores de 4 somente beta de curta duração Os β2-agonistas inalatórios de curta duração, como salbutamol, devem ser usados “conforme necessário” por sintomas e não em uma base regular no tratamento de asma leve; a maior utilização indica a necessidade de mais terapia anti-inflamatória. ✣ Antagonistas muscarínicos Ipratrópio: bloqueio M1 e M3; aumento da depuração mucociliar; Via inalatória, 3/5h, poucos efeitos indesejáveis (distúrbios gastro-intestinais e vasodilatação acentuada) É pouco utilizado na asma e mais em casos de tosse causadas por agentes irritantes em asmáticos ou se beta adrenérgicos não respondem ou são contra-indicados, como na isquemia cardíaca. Tiotrópio: DPOC; ação longa Coadjuvantes dos agonistas β2 e corticosteróides e mais utilizado para tosse em asmáticos. ☆ Xantinas Teofilina, aminofilina e cafeína – uso agudo Mecanismos de ação: - Inibição de isoenzimas da fosfodiesterase (PDE) com do AMPc e/ou GMPc – do tônus vascular brônquico → faz broncodilatação 4 Inibição da fosfodiesterase dos tipos III e IV impede a degradação do cAMP nas células musculares lisas das vias respiratórias, resultando em relaxamento do músculo liso. Tb inibem PDE em LT e eosinófilos tendo efeito anti-inflamatório e imunomodulatório - Antagonismo dos receptores de adenosina = Adenosina + ML e mastócitos = broncoconstrição e desgranulação de mastócitos A teofilina é um antagonista competitivo da adenosina, receptor expresso nas células musculares lisas das vias respiratórias e nos mastócitos, e é possível que o antagonismo desses receptores possa desempenhar umpapel na prevenção da broncoconstrição e da inflamação, mas tb esteja ligado aos efeitos adversos da droga, como taquicardia, agitação psicomotora, secreção gástrica de ácido e diurese. - Liberação de IL-10 - Indução de apoptose de mastócitos, eosinófilos, macrófagos e neutrófilos Administração oral ou parenteral: Meia-vida 3 a 7 h e eliminada por metabolismo hepático. Associadas a β2 adrenérgicos ou anticolinérgicos = broncodilatação adicional; 2ª escolha à β2 adrenérgicos. ✣ Ações e efeitos colaterais: Estimulam o SNC: alerta, tremor, nervosismo, interferência no sono, convulsões. (relacionado com o antagonismo da adenosina) Estimulam o sistema cardiovascular: Inotrópico e cronotrópico positivo + relaxamento músculo liso cardiovascular = arritmias Dose terapêutica muito próxima da dose tóxica ☆ Antagonistas dos receptores de cis-LTs CisLT: mucosa respiratória e células inflamatórias infiltrativas. Os cis-LT são potentes constritores da musculatura lisa dos brônquios - Reduzem as frequências das exacerbações - Inibem a asma induzida pelo exercício; - Relaxam as vias aéreas; - Ação aditiva β2; - Reduzem a eosinofilia do escarro. - Alternativa ao uso de corticóides no tratamento de controle da asma leve Efeitos indesejáveis: Cefaléia e Distúrbios gastrintestinais Farmacocinética - Administração oral zafirlucaste – meia-vida 10h; montelucaste – meia-vida 3/6h; zileutona – meia-vida 3 h ☆ Glicocorticóides - Induzem apoptose de LTh2 e eosinófilos - Diminuem lesão epitelial - Up regulation receptores β2 São os principais fármacos anti-inflamatório usados nas asma. As formas em aerossóis são usados para tratar asma moderada, já a asma crônica grave ou as crises agudas graves o indicado são os glicocorticóides sistêmicos Eles diminuem a formação de citocinas, principalmente das Th2 que ativam eosinófilos e promovem a produção de IgE. Também inibem o fluxo de eosinófilos para o pulmão induzido por alérgenos. Eles tb supra regulam os receptores adrenérgicos b2 pq aumentam a transcrição do gene que codifica b2. A inibição de IL-13 pode reduzir, a longo prazo o número de mastócitos na mucosa respiratória São incapazes de reverter a remodelagem das vias respiratórias causada pela asma de longa duração e mal controlada. ✣ Principais compostos: 1- Beclometasona* 2- Budesonida 3- Fluticasona 5 4- Mometasona 5- Ciclesonida Aerossol - asma persistente a moderada Oral – asma crônica grave ou crises agudas graves (prednisolona, prednisona) O tratamento com fármacos sistêmicos está associado a efeitos colaterais significativos. O desenvolvimento de glicocorticóides inalatórios permitiu a redução destes efeitos, pois o fármaco é liberado diretamente na área de inflamação, amplificando o índice terapêutico destes fármacos. A budesonida e fluticasona podem ser eficazes com 1 ou 2 inalações administradas 1 ou 2 vezes por dia, isso assegura maior obediência e controle da asma. Os efeitos benéficos dos glicocort podem ser detectados em 1 semana, porém a melhora da hiperreatividade pode demorar meses. ✣ Efeitos adversos: Inalatórios – candidíase orofaríngea, disfonia Sistêmicos – distúrbios do humor, aumento do apetite, alterações glicêmicas em diabéticos e osteoporose. Podem causar candidíase orofaríngea porque a inibição dos linfócitos t tornam os indivíduos mais susceptíveis a infecções fúngicas e também disfonia, caracterizada por alteração na voz, rouquidão. O ideal para minimizar estes efeitos é o uso de espaçadores que diminuem a exposição da orofaringe e aumentam a deposição do fármaco nos pulmões. Não há aumento no risco de infecções em pacientes recebendo corticosteróides inalatórios ou prednisona em doses abaixo de 10mg/dia. ☆ Anti-IgE - Omalizumabe Eficácia depende de redução de mais de 90% da IgE livre O omalizumabe é um anticorpo anti-IgE que se liga a ela diminuindo seus níveis livres e a quantidade de IgE ligada aos seus receptores FcεR (epsilon) I e II, atenuando as reações alérgicas. A eficácia do omalizumabe depende da redução da IgE livre e também da quantidade de FceR disponível na superfície das células. Por isso terá poucos efeitos clínicos até que sejam administradas doses suficientes para reduzir a IgE livre em mais de 90%. ✣ Anti-IgE Adultos e adolescentes com alergias e asma grave. Eficaz em reduzir dependência de corticóides inalatórios e orais. 1 injeção subcutânea a cada 2-4 semanas Meia-vida – 26 dias. RESUMO Fármaco Efeito Agonistas β2 (salbutamol/salmeterol) Vasodilatação musc. lisa brônquica Antagonistas colinérgicos (ipratrópio) Vasodilatação musc. lisa brônquica Antagonistas de cis-LT (montelucaste) Inibem os leucotrienos e suas ações Xantinas (teofilina) Diminui tônus vascular Glicocorticóides (fluticasona) Inibe PLA2 e citocinas pró-inflamatórias Cromoglicato Estabiliza membrana de mastócitos Omalizumabe Anticorpo anti-IgE 6 ★ DPOC A fumaça de cigarro e outros inalantes tóxicos ativam células epiteliais das vias aéreas e macrófagos os quais produzem mediadores inflamatórios, que atraem neutrófilos circulantes, monócitos, e linfócitos nos pulmões. Ocorre a liberação de proteases, que leva a destruição do parênquima pulmonar (enfisema) e também estimula a hipersecreção muco(ou seja, bronquite crônica). Linfócitos CD8 tb podem estar envolvidos na destruição da parede alveolar. As células epiteliais expressam TGFB que induz a fibrose local. - Obstrução persistente das vias aéreas causada pelo enfisema ou pela bronquite crônica. - Afeta as pequenas vias aéreas e o parênquima pulmonar - Fator de risco – tabagismo; poluição ambiental e ocupacional - Limitação crônica do fluxo de ar, dispnéia, tosse e aumento da produção de muco. ✣ FISIOPATOLOGIA DA DPOC A DPOC pode ter diferentes apresentações clínicas e muitos pacientes são diagnosticados como portadores de bronquite crônica ou enfisema pulmonar. A bronquite crônica caracteriza-se por uma tosse persistente que produz dilatação das glândulas brônquicas causando secreção excessiva de muco. Podemos também observar fibrose das paredes alveolares, edema do revestimento, obstrução e espessamento da musculatura lisa. O enfisema consiste na dilatação dos alvéolos e na destruição de suas paredes, levando a perda de seu suporte estrutural ocorrendo colapso quando o ar é expirado. TRATAMENTO DA DPOC Para tratar a obstrução são usados anticolinérgicos inalados, como o brometo de ipratrópio, que é mais efetivo que os agonistas b2 de curta duração (salbutamol, terbutalina). Recentemente, agonistas b2 de longa duração, como o salmeterol e formeterol tem se mostrado efetivos broncodilatadores para DPOC e tem efeitos aditivos aos anticolinérgicos inalatórios. A teofilina via oral tem se mostrado útil como broncodilatador porque seu efeito estimulante respiratório pode ser útil em pacientes que tendem a reter CO2. Novas abordagens : Adesivos de nicotina e a bupropiona (antidepressivo) que auxilia nessa decisão de parar de fumar. ✣ TOSSE O reflexo da tosse é iniciado pela irritação da membrana mucosa do trato respiratório e é coordenado pelos centro medulares que controlam o diafragma e os músculos intercostais Tosse - reflexo protetor que retira material estranho e secreções dos brônquios e bronquíolos. - Aguda: < 3 semanas - Subaguda: entre 3 – 8 semanas - Crônica: > 8 semanas - Seca - Produtiva Água é o melhor antitussígeno: facilita movimentação do muco sobre a camada de cílios Chás são bons e muitas vezes tem propriedades anti-inflamatórias ✣ FÁRMACOS PARA A TOSSE - Antitussígenos - Expectorantes → Mucolíticos e Fluidificantes 7 - Emolientes ☆ ANTITUSSÍGENOS Diminuem ou inibem a tosse. Somente em casos de: - tosse não produtiva e de curta duração - doentes sem patologia crônica de base - que interfira com o sono - que provoque/agrave irritação brônquica - que represente risco para o doente Tosse não deve ser abolida rotineiramente pq é uma função protetora. Clobutinol – não opiáceo com ação seletiva no centro da tosse Adjuvantes – broncodilatadores como salbutamol e terbutalina Fármacos: - Clobutinolação seletiva no centro da tosse → não opiáceo com ação seletiva no centro da tosse - Dropropizina, levodropripizina - Difenidramina/prometazina (anti-histamínico - casos de alergia) - Dextrometorfano – eleva limiar da tosse → isomero da codeina sem propriedades analgesicas – não opiode, age elevando o limiar para tosse. Efeito de 5 a 6 h - Codeína – supressor moderado Adjuvantes – broncodilatadores como salbutamol e terbutalina ☆ EXPECTORANTES Facilitam a eliminação do muco das vias aéreas superiores 1. Mucolíticos - Diminuem a viscosidade das secreções - Acebrofilina (Brondilat®) – broncodilatador, mucolítico e expectorante → no organismo, a acebrofilina se dissocia em teofilina e ambroxol. - Ambroxol (anabron®, mucosolvan®) → Inibe liberação de citocinas (TNF-α, IL-2) - N-acetilcisteína (fluimicil®) - Carboximetil-cisteína (mucofan®, mucolit®) → Rompem ligações S-S de glicoproteínas e Podem provocar estomatites e irritação do TGI 2. Fluidificantes Aumentando o fluxo das secreções - Iodeto de potássio (MM expectorante®, Expec®) → Quase não há provas de sua eficácia clínica - Guaifenesina (Xarope vick de guaifenesina®) Diabéticos – xaropes com açúcar
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