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Resumo do texto de Bernard Charlot “A violência na escola: como os sociólogos franceses abordam essa questão”

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS 
FACULDADE DE FÍSICA
DÉBORA DYANE DO AMARAL SILVA
ISABELA DOS SANTOS CARVALHO
LARISSA RAFAELLA BRITO VIANA 
VALÉRIA CUNHA MEDEIROS
WILTOM SEIICHI ITO
VIOLÊNCIA NA ESCOLA
BELÉM/PA
2018
DÉBORA DYANE DO AMARAL SILVA
ISABELA DOS SANTOS CARVALHO
LARISSA RAFAELLA BRITO VIANA 
VALÉRIA CUNHA MEDEIROS
WILTOM SEIICHI ITO
Trabalho
 apresentado como
 requisito para obtenção de nota n
a disciplina 
Introdução à educação
, 
ministrada pelo Prof. Dr. Leandro Klineyder.
BELÉM/PA
2018
Introdução
A questão da violência na escola vem sendo amplamente discutida nos últimos anos. Em particular, nos “bairros problemáticos”, em sua maioria, situados nos subúrbios. Dessa maneira, esse tema se tornou um objeto de pesquisa para sociólogos cuja maior dificuldade é saber como falar deste assunto, que compreende coisas diferentes, com rigor.
A violência na escola: um fenômeno novo?
A partir da década de 80, houve um significativo aumento na repercussão dos casos de violência no âmbito escolar. No entanto, ao contrário do que se imagina, esse tipo de violência não é uma questão completamente contemporânea. Por exemplo, no século XIX, em certas escolas de segundo grau, houve uma explosão de casos relacionados com a violência escolar, que foram coagidas veementemente com a prisão dos responsáveis por tais atos.
Atualmente, a violência no âmbito escolar tem ganhado especial destaque na mídia nacional e internacional, a exemplo de inúmeros casos ocorridos nos últimos anos que foram amplamente divulgados. Nesse sentido, a mídia tem contribuído para esta falsa concepção de tais casos serem restritos à atualidade, pois há apenas alguns anos, ainda não havia ocorrido o boom de informações causado pela popularização da internet e das redes sociais, ou seja, não havia a divulgação dos casos, apesar da existência destes.
É notório, no entanto, o aumento sucessivo da gravidade dos casos recém-relatados. Homicídios, estupros, agressões (a exemplo do bullying), expõem a ausência de limites que está instaurada no ambiente escolar. Tais eventos contribuem para um estado de angústia social face à essas ocorrências.
Essas injustiças e violências ocorridas em muitas escolas acarretam no anseio de vingança por parte das vítimas, ou, até mesmo, de seus familiares, amigos, etc., configurando um fator precursor da angústia social: as intrusões externas no ambiente escolar, isto é, a entrada de indivíduos externos à escola com o objetivo de vingança social ou atos ilícitos, tais quais como furtos, assaltos e uso de drogas. Isso acarreta na queda da imagem da escola segura e protegida do “ambiente externo”.
Outro fator que também contribui para o aumento dessa angústia social é a preconização dos envolvidos nos atos de violência, ou seja, tais jovens começam a praticar cada vez mais cedo algum tipo de violência contra alunos, ou, até mesmo, contra professores. Dessa forma, é gerada uma distorção da imagem de inocência que a infância até então representava.
O último dos fatores que fundamentam o estado de angústia social é a agressão velada aos docentes e funcionários da escola, que se tornam objeto-alvo de constantes atos de uma violência mais “atenuada”, situação esta que se torna parte do cotidiano, mas que não deixa de ser traumática às vítimas, causando-lhes um estado de sobressalto que aos poucos os vai acometendo por completo, podendo, inclusive, atingir a escola como um todo. 
A angústia social e os incidentes violentos relatados estão estritamente interligados por uma relação de causa e consequência, o aumento da primeira implica também no aumento da segunda em áreas mais periféricas das cidades e, também, em áreas interioranas. Isso ocorre mesmo com a adoção de medidas para contenção desses incidentes: é como se a violência tivesse se tornado parte da estrutura da escola, deixando de ser algo acidental e estendendo-se cada vez mais a outros estabelecimentos do corpo civil.
No contexto da situação apresentada, a situação da angústia social acarreta em discursos veiculados pela mídia que tendem a agregar fenômenos de características muito díspares. Nesse sentido, sociólogos e pesquisadores da área de Ciências da Educação acabam por serem obrigados a formular novas e diferentes categorias conceituais que permitem uma melhor análise dos fenômenos ditos como “violência na escola”, tarefa árdua e de difícil execução.
Distinções conceituais necessárias… e difíceis
Alguns conceitos são importantes para se discutir a questão da violência no ambiente escolar. O primeiro conceito é o de "violência na escola". Para sociólogos e educadores, este se refere à violência produzida dentro do espaço escolar, podendo ou não estar ligada a escola. Acertos de conta, rixas ou disputas por motivos exteriores fazem da escola apenas o palco de ocorridos. O importante a se fazer distinção é o conceito de “violência à escola”, esse tipo de violência afeta a instituição e aqueles que trabalham ou frequentam, por exemplo, quando alunos desrespeitam os professores com insultos, e até em casos mais graves com agressões físicas. Por fim, a “violência da escola”, onde os protagonistas passam a ser os agentes da instituição, esse tipo é o inverso da anterior, e a escola ou qualquer que seja o sistema educativo obrigam os alunos a suportarem tratamentos. De fato, muitos alunos se sentem pressionados ou reclamam das finalidades de algumas ações impostas sobre eles, em casos mais sérios, há também a humilhação, tratamento diferenciado de alguns, tratamentos de forma injusta ou ate mesmo preconceituosa.
 A violência à escola e a violência da escola, são praticadas tanto por adultos, quanto por jovens, sendo estes em sua maioria principais vítimas. É notável que tanto agressor quanto agredido, se assemelham estatisticamente em alguns pontos, tanto em condições financeiras, quanto em problemas diversos, como familiares por exemplo. Fatores externos como violência social também aparecem nesses dados, como o uso de drogas, abusos, e desentendimentos. Outro ponto importante a se ressaltar é que a maioria dos praticantes da violência é de sexo masculino, mas, nos últimos tempos, as mulheres também vêm aumentando o índice de práticas de violência em ambientes escolares.
É bom atenuar as diferenças entre a questão da violência, da agressão e da agressividade. A agressividade é uma reação em cadeia. A frustração leva à angústia, que por consequente leva à agressividade. Já a agressão é a ação causada pela agressividade, sendo um ato que implica brutalidade verbal e física, sendo bem tênue à questão da violência. A única diferença entre elas é a intensidade da brutalidade: enquanto a violência é algo mais generalizado, a agressão envolve dominação e o uso da força física.
Embora seja de suma importância a extinção da violência, é um fato impossível. Talvez até impensável se considerarmos uma interpretação do pensamento de Hegel, que diz que os conflitos são como motores que fazem a história acontecer. O importante é saber quais são as formas de expressões legítimas, ou que podem ser aceitas socialmente. O maior problema nas escolas atualmente é a violência com a vontade de destruir e atormentar, pois a violência nas instituições de ensino é de cunho verbal e simbólico. De certa forma, o problema não seria fazer desaparecer e sim regular a agressividade e o conflito tanto entre alunos quanto do próprio corpo docente contra os alunos devido à pressão psicológica causada.
Nos últimos anos vêm sido desenvolvido uma distinção peculiar do ponto de vista prático e teórico, distinguindo a violência, a transgressão e a incivilidade. Segundo os pesquisadores franceses, a violência é o ataque contra a lei usando de força ou a ameaça de usá-la. A transgressão é o movimento contrário ao regulamento do estabelecimento, embora não seja punido por lei. E a incivilidade não diz respeito à lei ou ao regimento internode tal recinto, mas sim das regras da convivência social. A utilidade desta distinção é a divisão, por assim dizer, de setores e formas específicas e diferenciais para lidar com tais problemas e dificuldades.
Porém, essa distinção, de certo, é frágil e está provavelmente ultrapassada em parte para descrever o que se passa hoje em alguns centros de ensino, onde os 3 pontos abordados estão enraizadas no cotidiano dos alunos e dos professores.
A prova disso está em enquetes realizadas pelos pesquisadores Cécile Carra e François Sicot entre 1994 e 1995, no qual mais de 70% dos entrevistados declararam que já foram vítimas de pelo menos um ato de violência, e aproximadamente 50% dos mesmos entrevistados afirmam que foram alvo da incivilidade combinada com agressões verbais, provando que os fenômenos recorrentes nos diversos veículos midiáticos como o bullying são os mais frequentes.
Sob a violência: a tensão cotidiana
Quando se analisa os estabelecimentos onde a violência escolar é mais frequente, encontra-se uma situação de forte tensão. Inversamente, quando analisamos aquelas em que essa violência é menos presente, encontra-se uma equipe de direção e professores que souberam reduzir o nível de tensão.
Algumas das fontes dessa tensão estão diretamente ligadas ao estado da sociedade. Por exemplo, uma escola que está localizada em um bairro violento tem mais probabilidade de ser atingida por essa violência do que outra que é localizada em um bairro com infraestrutura e segurança adequadas. Do mesmo modo, é necessário desconfiar de um raciocínio automático sobre a questão do desemprego. Certamente, este é uma fonte de tensão social e, por conseguinte, de violência. Mas os dados empíricos mostram que o desemprego produz efeitos complexos. Se um aluno acha que mesmo tendo diploma não conseguirá emprego, na visão deste, não vale a pena aprender. Porém, este que é desmotivação para alguns pode ser motivo de mobilização para outro que acha que para ter um emprego, ou um bom emprego, é necessário ter mais e melhores diplomas. A escola tornou-se um meio mais garantido de se ter no futuro uma boa profissão ou mesmo um simples emprego.
Hoje, a possibilidade de encontrar trabalho, ainda mais de encontrar um bom trabalho, depende do nível de êxito na escola. Em outros termos, a vida escolar é determinante do futuro dos jovens. Eis aí outra fonte de tensão.
O distanciamento entre a importância da escola para que os alunos alcancem a ascensão social e o vazio da escola no dia-a-dia (onde o aluno aprende coisas que não têm sentido para ele) cria na mente desses alunos que o importante não é aprender, mas sim passar de ano e ter um diploma. Insatisfações no âmbito escolar, de alunos que se esforçam e tiram notas ruins, frente aos que não se esforçam e “o professor não há de reprovar se o aluno não o incomoda”, criam um sentimento de injustiça. Esse é o tipo de exemplo que é tanto fonte de revolta frente ao comportamento da escola, quanto da tensão que leva a incidentes violentos.
Não é somente a lógica da escola que fica obscura sob a visão dos alunos, mas também o sistema ensino/aprendizagem. Para muitos desses estudantes, não é o anulo que falha, mas sim o professor. Afinal, se este não explica bem, o aluno não aprende e se o professor explicar bem, o aluno aprende. Portanto, as notas, julgam os professores e não os alunos. Esta também é uma forte fonte de tensão social no cotidiano.
Portanto, a questão da violência está ligada a vários fatores como a desigualdade, a forma de dominação, o estado da sociedade e, também, as práticas das instituições de ensino no cotidiano, que é o coração do reator escolar pois é bem raro encontrar violência em escolas onde os alunos sentem prazer em frequentar.
CONCLUSÃO
Este trabalho analisa o modo como os sociólogos franceses abordam a questão da violência e as distinções conceituais que eles propõem: a violência na escola, á escola e da escola; a violência, a agressão e a agressividade; a violência, a transgressão e a incivilidade, etc. Além da violência como fato, é necessário estudar a tensão empregada pelas relações sociais e pelas práticas cotidianas das escolas.
Questões para debate
1. Podemos relacionar esse boom da violência dentro das escolas às séries de TV atuais, como 13 ReasonsWhy, devido ao seu conteúdo que fala sobre o suicídio, porte de armas, bullying e afins?
2. De que maneira a impotência da instituição escolar frente à violência na escola cria margens para os outros tipos citados (violência à escola e da escola)?
3. De acordo com o pensamento de Hegel, no qual conflitos são como motores necessários para fazer a história acontecer, sendo, portanto, inerentes à natureza humana, como seria possível identificar e classificar os conflitos no âmbito escolar como legítimos e aceitáveis ao invés de violência? É possível que o meio-termo entre tais conflitos aceitáveis e a violência seja benéfico ao ambiente escolar?
4. Por que chegamos ao nível de colocar as Instituições de Ensino como o responsável por nosso futuro, e qual a relação entre êxito escolar e ascensão social, se atualmente os alunos estão se desinteressando cada vez mais na relação interpessoal devido ao advento de novas tecnologias como o Smartphone e afins, e à violência causada por preconceitos e abusos psicológicos para com o aluno?
5. No ambiente escolar, como apresentado no tópico "Violência da Escola", casos de violência psicológica e moral são frequentes, prejudicando gravemente a saúde mental dos violentados. Em relação a esses alunos que sofrem tais agressões, o que a família pode fazer para ajudar?
6. De que maneira, dentro da escola, podemos, tanto professores quanto alunos, trabalhar em prol de diminuir, ou até abolir a presença da violência, de forma a refletir seus resultados fora do ambiente escolar?
Referências
CHARLOT, Bernard. “A violência na escola: como os sociólogos franceses abordam essa questão”. Sociologias, Porto Alegre, 2002, p. 432-443. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/soc/n8/n8a16. Acesso em 10/06/2018.

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