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Resumo para a P2 – Nutrição e Dietética I (Materno Infantil)

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RESUMO NUTRIÇÃO E DIETETICA I 
MATÉRIA P2 
Baixo peso – HIV positivo 
Claudia de 21 anos de idade, grávida de 18 semanas, vem realizando o pré-natal na 
Policlínica de especialidades da mulher Malu Sampaio por ser portadora do vírus HIV desde os 16 
anos de idade. Tem ensino fundamental completo e mora na periferia de Niterói com os dois filhos 
(um de três anos e outro de nove meses) nascidos de parto cirúrgico. Não tem parceiro fixo e 
informa uso eventual de preservativos. Atualmente está desempregada e recebe transferência de 
renda pelo Programa Bolsa Família. Seu primeiro filho tem diagnóstico definitivo, cujo resultado 
aponta como soronegativo ao HIV. O segundo filho está em acompanhamento clínico e, até o 
momento, não foi estabelecido diagnóstico definitivo quanto à presença do vírus. Na primeira 
gestação fez uso durante um mês de AZT oral (não sabe precisar o período gestacional), assim 
como antes e durante o trabalho de parto para prevenir a transmissão vertical. Por recomendação 
dos profissionais de saúde, não ofereceu aleitamento materno. Na segunda gestação, realizou 
corretamente a terapêutica profilática, mas amamentou uma única vez em decorrência de 
dificuldades financeiras. De vez em quando, sua vizinha, também nutriz, a ajudava amamentando 
seu filho. Na atual gestação, Claudia não apresenta sintomas relacionados ao HIV e faz 
monoterapia com AZT, mas vem apresentando baixo ganho de peso. Por isso, foi encaminhada à 
equipe de nutrição para planejamento de ganho de peso adequado e recomendações nutricionais 
baseando-se nas seguintes informações: 
Data da consulta: 11/05/2018 Estatura: 1,60 m 
DUM: 06/01/2018 Peso atual: 47,7 kg 
Peso pré-gestacional: 45,3 kg Estilo de vida: sedentária 
LT-CD4+: 400cél/mm3 Carga viral: indetectável 
Cláudia está sendo acompanhada numa policlínica de especialidades da mulher, pois essa unidade 
de saúde possui uma equipe multidisciplinar de especialidade básicas, podendo ofertar outras 
especialidades não médicas. A equipe atuante já está habituada a seguir o Protocolo para 
gestantes com HIV. Além disso, gestantes com HIV+ são classificadas como HIV de alto risco. 
Se não houver uma policlínica especializada nas proximidades da residência da gestante, ela será 
encaminhada para o município mais próximo que tenha. 
❖ Protocolo de investigação de HIV durante a gestação 
Há um protocolo desenvolvido pelo MS – diretrizes terapêuticas para a prevenção da transmissão 
vertical de HIV tem por objetivo orientar o uso de antirretrovirais e demais agentes anti-infecciosos 
para prevenção e tratamento da sífilis, das hepatites virais B e C e da infecção pelo HIV, 
especificamente para a população gestante. Com este protocolo, busca-se melhorar a qualidade 
de atenção à saúde no enfrentamento de transmissão vertical, além e reforçar ações da Rede 
Cegonha no âmbito da prevenção, assistência, vigilância e tratamento no pré-natal, parto e 
puerpério. 
Recomenda-se que todas as gestante realizem teste rápido de HIV na 1ª consulta ou no 1° trimestre 
de gestação. O teste não é obrigatório. 
Há um pré-teste e o pós-teste que servem para dar um aporte psicológico e as informações 
necessárias para que a gestante siga o tratamento no caso de um resultado +. 
As gestante cujos resultados sejam positivos devem ser encaminhadas para o seguimento ao pré-
natal em serviços de atenção especializada em DST/AIDS de referência. 
Em caso de resultado reagente, recomenda-se uma nova testagem para HIV no 3° trimestre para 
verificar a carga viral próximo do parto. No caso de resultado não-reagente, a gestante também 
deverá ser submetida ao teste para ver se não foi contaminada durante a gestação. 
O 3° trimestre de gestação é mais crítico a transmissão é maior. 
É importante o uso de preservativos mesmo que a gestante seja HIV+, para evitar a reinfecção e, 
com isso, o aumento da carga viral. 
Aconselhamento pós-teste é importante para orientar a mulher a tomar certos cuidados durante a 
amamentação, usar preservativos, etc. 
➢ Parto cirúrgico: a indicação para o parto cirúrgico depende da carga viral da gestante. A 
cesariana eletiva deve ser indicada para gestante HIV+ que não realizou profilaxia 
antirretroviral combinada durante a gestação, que usaram monoterapia com AZT ou que 
tenham sua carga viral com 34+ semanas de gestação desconhecida ou superior a 
1000cópias/mL. 
O parto normal traz riscos: pode haver contato de secreções da mãe com o bebê, que leva a 
transmissão vertical. 
Se o n° de copias for <1000 ou se for indetectável, o parto pode ser normal. Nesse caso, a equipe 
de saúde vai decidir e analisar se há indicação cirúrgica. 
Na prática, o parto cirúrgico é feito para evitar quaisquer riscos, ainda que mínimos, aqui no Brasil. 
É agendado com 38 semanas para evitar que a gestante entre em trabalho de parto (a bolsa não 
pode se romper). 
❖ Como é feito o diagnóstico definitivo de filhos de mais HIV+? 
O diagnóstico definitivo só acontece aos 18 meses, pois até essa idade podem estar circulando Ac 
maternos no bebê e, no caso de o teste dar +, o resultado pode ser um falso +. 
Se o teste der – antes dos 18 meses, a investigação segue, mesmo sendo muito provável que a 
criança não tenha o vírus. 
Se o teste der + antes dos 18 meses, a investigação segue para confirmação do diagnostico na 
idade correta. 
A criança sob investigação é submetida a terapia antirretroviral, profilaxia de infecções oportunistas, 
manejo de intercorrências infecciosas e dos distúrbios nutricionais. 
➢ Fatores que contribuíram para o filho fosse HIV neg.: nascimento de parto cirúrgico; não foi 
amamentado; a mãe fez uso de AZT oral por 1 mês, assim como antes e durante o trabalho 
de parto. O estado nutricional adequado também reduz a transmissão vertical através do 
aumento da resposta imune da mãe. 
❖ Protocolo no parto 
Horas antes do parto, a gestante deve receber medicação antirretroviral, que deve permanecer até 
cortar o cordão umbilical. Assim que o bebê nascer, ele já é submetido à medicação antirretroviral. 
➢ Fatores de risco para a transmissão do vírus para o 2° filho: ter amamentado o filho, mesmo 
uma única vez; o filho ter sido amamentado por outra mulher (amamentação cruzada), que 
pode ser portadora de alguma doença; amamentação mista (no peito e na formula) também 
é contraindicado; mães HIV+ podem doar leite para banco de leite e podem alimentar seus 
filhos com o leite do estoque, pois esse leite é pasteurizado, o que elimina o vírus. 
Dificilmente mães HIV+ doam leite. A maioria faz supressão da amamentação, colocando uma faixa 
ao redor dos seios ou utilizando um inibidor de lactação. 
❖ Esquema de tratamento com antirretroviral 
A terapia com antirretroviral é feita com diferentes classes de medicamentos, pois há diferentes 
genótipos de vírus. Geralmente, são utilizadas 3 classes. 
O esquema de profilaxia deve começar entre a 14ª e a 28ª semana de gestação. Deve iniciar logo 
após o 1° trimestre e antes do 3° trimestre. Se a mulher tiver indicação de tratamento com 
antirretrovirais (baixa carga viral), a medicação assume caráter profilático apenas e é cessada apo 
o parto. 
❖ Transmissão vertical e fatores de risco 
Transmissão vertical é a transmissão de uma doença ou infecção da mãe para o seu feto, ainda no 
útero, ou RN durante o parto ou pela amamentação. 
Fatores de risco: fatores imunológicos, carga viral; presença de outras DSTs; trabalho de parto 
prolongado (tempo de ruptura das membranas amnióticas), vias de parto; parto instrumentalizado; 
episiotomia; uso de drogas; múltiplos parceiros; baixo peso do RN; prematuridade; baixo peso da 
mãe (estado nutricional deficiente compromete o estado imunológico. 
❖ HIV e amamentaçãoA criança de mãe infectada pelo HIV não deverá ser amamentada e nem deve receber leite humano 
proveniente de outra mãe, pois poderá ser contaminada com o vírus. 
A OMS recomenda que o aleitamento materno deve ser descontinuado logo que possível para 
reduzir o risco de transmissão. 
A alta demanda energética da mãe para a amamentação pode acelerar a progressão da doença 
trazendo prejuízos também para a mãe. 
No caso de condições financeiras vulneráveis, no brasil é direito da mãe receber a formula até os 
6 meses, porém não é garantia que a fórmula chegue até as famílias. 
Em países pobres, a expectativa de vida de uma criança amamentada por uma mãe HIV+ é maior 
do que se ela não for amamentada. 
A OMS e a UNICEF recomendam que, em países pobres, nos quais doenças como diarreia, 
pneumonia e desnutrição contribuem para elevadas taxas de morbimortalidade infantil, deve-se 
considerar o benefício de aleitamento materno em relação ao risco de transmissão do vírus. 
Amamentação cruzada é contraindicada pelo MS e pela OMS. A prática de mães que amamentam 
filhos de outras traz diversos riscos ao bebê, podendo transmitir doenças infectocontagiosas. 
Os leites das mãe têm diferentes composições semelhantes, no geral. 
Colostro e leite maduro tem composições diferentes. 
O leite também é diferente durante a fase de mamada. Tem menor densidade energética no início 
e mais gordura no fim. 
O leite uma mãe que teve parto prematuro tem mais fatores imunológicos do que o leite de outra 
mãe. 
A composição do leite de uma nutriz para outra só muda se o bebê tiver alguma necessidade 
específica. Apena a desnutrição grave afeta a composição do leite. 
❖ Possíveis causas de baixo ganho de peso 
A gestante pode não estar ganhando peso adequado por estar passando por alterações fisiológicas 
ou pode estar sendo vírus ou pelo tratamento contra o HIV. 
Pode, também, ser devido a infecções deficiências nutricionais (ex:anemia), parasitoses, hiperêmes 
gástrica, anorexia. 
Pode ser causado também por baixa renda. 
Planejamento de ganho de peso adequado 
O ganho de peso depende do estado nutricional pré-gestacional 
Tabela 1 - Recomendação para ganho de peso durante a gestação e ganho de peso total, segundo IMC pré-
gestacional 
Estado 
nutricional inicial 
Recomendação de 
ganho de peso (kg) 
total no 1° tri 
Recomendação de 
ganho de peso (kg) 
semanal – 2° e 3° tri 
Recomendação 
de ganho de 
peso (kg) total 
Baixo peso 
(<15,5kg/m²) 
2,0 0,51 (0,44 – 0,58) 12,5 – 18,0 
Adequado 
(18,5-24,9kg/m²) 
1,5 0,42 (0,35 – 0,50) 11,5 – 16,0 
Sobrepeso 
(25,0-29,9kg/m²) 
1,0 0,28 (0,23 – 0,33) 7,0 – 11,5 
Obesidade 
(≥30,0kg/m²) 
0,5 0,22 (0,17 – 0,27) 5,0 – 9,0 
 
A gestante em questão está com 18 semanas e até a 13ª semana ela deveria ter ganhado 2,0kg. 
Nas 5 semanas seguintes ela deveria ter ganhado 0,51kg/semana, o que totaliza 2,55kg. Somando: 
2,0+2,55 = 4,55 desde o início da gestação até o período atual. 
Perda de peso durante a gestação é contraindicado. 
❖ Planejamento de recomendações nutricionais 
1° passo: avaliar o estado nutricional pré-gestacional, segundo o IMC e determinar o ganho de peso 
até a 40ªsemana de gestação; 
2° passo: calcular o VET da dieta a partir do gasto energético somado ao adicional requerido para 
o ganho de peso gestacional. 
Se a gestante não souber seu peso pré-gestacional, utiliza-se o peso da 1ª consulta, ainda no 1° 
tri 
❖ Resumo para diagnóstico nutricional da gestante 
• Calcular a semana gestacional 
• Pesar a cada consulta e medir a estatura na 1ª consulta; 
• Calcular o IMC 
• Localizar, no eixo horizontal da curva de Atalah, a semana gestacional calculada e identificar, 
no eixo vertical, o IMC da gestante; 
• Marcar um ponto na interseção dos valores de IMC e da semana gestacional; 
• Classificar o estado nutricional da gestante seguido do IMC por semana gestacional, 
conforme a legenda da curva; 
• Ligar os pontos obtidos e observar o traçado resultante 
➢ Traçado ascendente: ganho de peso adequado; 
➢ Traçado horizontal ou descendente: ganho de peso inadequado (gestante de risco); 
❖ Cálculo do VET 
𝑉𝐸𝑇 = 𝐺𝐸 + 𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑔𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 
𝐺𝐸 = 𝑇𝑀𝐵𝑥𝑁𝐴𝐹 
Adicional calórico: 6417kcal/kg adicional 
NAF: estilo de vida sedentário ou de atividade leve = 1,40 – 1,69 (média 1,54); 
Gestantes HIV+: precisam ainda de 10% a mais de energia (calculado sobre o GE). Depende se a 
gestante será sintomática ou não. 
𝑇𝑀𝐵 (18 − 30𝑎𝑛𝑜𝑠) = (14,818𝑥𝑀𝐶) + 486,6 
No caso da gestante em questão, ela está abaixo do peso ideal, então utiliza-se um outro peso 
para fazer os cálculos, o peso pré-gestacional ideal: 
IMC = peso/est² > peso = IMC x estatura² > peso = 18,5x(1,60²) > peso = 47,74kg 
Adicional energético: 1kg – 6417kcal 
12,5 – 2,4 (peso já ganhou) = 10,1kg – X kcal 
 X = 64.811kcal > dividir pelo n° de semanas que falta para completar a gestação 
❖ Recomendação de PTNs (FAO) 
- 1° tri = 1,0g/kg peso pré-gestacional + 1,0g/dia 
- 2° tri = 1,0g/kg peso pré-gestacional + 9,0g/dia 
- 3° tri = 1,0g/kg peso pré-gestacional + 31,0g/dia 
❖ Que peso usar para calcular o VET? 
- Gestantes com IMC adequado = usar o próprio PPG; 
- Gestante com baixo peso = usar o peso aceitável para garantir a normalização do estado 
nutricional; 
- Gestantes com excesso de peso/obesidade = usar o PPG (não utilizar o peso adequado para não 
promover a perda de peso durante a gestação. 
❖ Riscos Biológicos E Sociais Para Desfecho Nutricional Desfavorável 
Riscos Sociais: condição econômica desfavorável (se a mãe não tem condições de comprar a 
formula, pode ficar sem escolha e amamentar o bebê); não ter parceiro fixo e usar preservativos 
ocasionalmente (a mulher pode ser exposta a outras cepas de HIV, podendo adquirir uma cepa + 
prejudicial ao feto). 
Riscos Biológicos: a presença do vírus o organismo materno pode ser considerado um risco 
biológico – se não estiver controlado de acordo com os protocolos e se os devidos cuidados não 
forem tomados na hora do parto, o bebê pode ser contaminado. O baixo peso materno também é 
um risco biológico. 
Baixo peso materno: os bebês podem nascer com baixo peso e com tamanho abaixo do normal; 
podem nascer prematuramente, pode ocorrer aborto natural. No caso de desnutrição e suas 
complicações, a doença pode progredir, em decorrência de seus efeitos na imunocompetencia, 
além de reduzir a efetividade e a tolerância às drogas. 
Ações do governo: há um programa do leite administrado pelo MS e pelo Programa Comunidade 
Solidária, que passou a beneficiar também os filhos de mulheres infectadas pelo HIV. A criança 
exposta, infectada ou não, terá direito a receber fórmula láctea infantil gratuitamente, pelo menos 
até completar 6 meses de idade. 
❖ Interações entre antirretrovirais e a dieta 
Alguns medicamentos podem provocar efeitos colaterais que interferem na digestão, 
ingestão e absorção dos nutrientes com possível prejuízo ao estado nutricional do indivíduo. Em 
contrapartida, os nutrientes, ao interagir com as drogas, podem ter sua eficácia terapêutica 
comprometidas. 
Há recomendações especificas para a ingestão dos antirretrovirais, como AZT, por exemplo, 
que deve ser ingerido sem alimentos gordurosos (diminuem a absorção do fármaco) ou a DDI 
(didarosina), que deve ser ingerida com estomago vazio, pois alimentos interferem na sua 
absorção. 
Planejamento de uma gestação para mulheres HIV+ 
Planejamento familiar: conjunto de ações em que são apresentados os meios e oferecidos 
os recursos, tanto para auxiliar os indivíduos a ter filhos quanto para prevenir uma gravidez 
indesejada, indo além do simplesconhecimento e uso de métodos contraceptivos. 
No aconselhamento de mulheres HIV+ que pretendem engravidar, é importante investigar 
as suas condições imunológicas; a presença de comorbidades (outras DSTs, tuberculose, hepatite 
B, etc.); a dependência de drogas, fumo e álcool; condições psicossociais, bem como o uso de 
antirretrovirais e outros medicamentos. 
A mulher deve tomar as vacinas necessárias antes de engravidar e deve ser informada do 
risco de transmissão vertical e teratogenecidade quando ao uso dos antirretrovirais. 
❖ O AZT e o crescimento uterino 
Em gestantes HIV+ que fazem uso de AZT ou não, há uma forte correlação com crescimento 
intrauterino restrito, parto prematuro e baixo peso ao nascer. 
A incidência de reações adversas em gestantes e crianças expostas a medicamentos 
antirretrovirais para profilaxia da transmissão vertical. Além de pouco frequentes, os efeitos 
colaterais são leves e transitórios, tanto nas gestantes quanto nas crianças. 
Há estudos recentes que mostram um resultado conflitante – houve diminuição do n° de 
crianças com baixo peso ao nascer e do n° de prematuros, o que sugere que talvez a medicação 
tenha um efeito protetor. 
Nutriz e Amamentação 
• Perda de peso: o recomentado é que a nutriz perca até 2kg/mês, porem isto 
dependerá de seu EN. 
• A gestante do caso apresentado estava obesa (IMC=30,47kg/m²), mas para cada 
caso há uma conduta a seguir 
IMC META PERDA DE PESO 
RECOMENDADA 
<18,5 (BP) Alcance de um IMC eutrófico - 
≥18,5 e <24,9 kg/m² (EUTRO) Manutenção de peso dentro 
da faixa de eutrofia 
0,8kg/mês 
≥25 e <30 (SP) Perda de peso até atingir a 
faixa de eutrofia 
0,5 a 1 kg/mês 
≥30kg/m² (OBESIDADE) Perda de peso até atingir a 
faixa de eutrofia 
0,5 a 2 kg/mês 
 
• Retenção de peso: diferença entre o peso atual e o peso gestacional. Não 
revela o peso ideal. 
• Informações da consulta; 
o Antecedentes familiares: Obesidade (pai e mãe); avó materna 
(diabetes) 
o Antecedentes pessoais: Nega hipertensão e diabetes. 
o Antecedente obstétrico: Parto normal de 40 semanas gestacionais. 
o Hábitos: Bebe cerveja socialmente 
o PPG: 70,0 Kg Peso Atual: 78,0 Kg 
o Estatura PG: 1,60 m Atividade Física: sedentária 
• Retenção de peso = 70 – 78 = 8kg 
• Peso ideal > IMC ideal = MC/est² > 24,9 = MC/(1,60²) > MC = 63,7kg 
• Programação de perda de peso: 78 – 63,7 = 14,3kg (2kg/mês – 7 meses) 
• A retenção de peso pós-parto pode representar um dos fatores determinantes da 
obesidade em mulheres e seu desenvolvimento é determinado por uma complexa 
rede de interrelações. 
o Quanto maior o ganho ponderal, maior a retenção de peso; 
o O efeito da lactação na retenção de peso pós-parto é controverso. Há estudos 
que relacionam maior perda de peso em mulheres que amamentam por mais 
tempo, mas há outros que referem pouca diferença na perda de peso 
comparando métodos de aleitamento; 
o Estilo de vida e consumo alimentar inadequados também tem sido apontado 
como um dos fatores relacionados com a perda de peso pós-parto. 
• Cálculo das necessidades energéticas, usando perda de peso 
o Se usar o PPG ou peso ideal, o valor final do VET é subestimado. Na gestação 
se utiliza o PPg porque a mulher está ganhando um peso que não é dela e sim 
da gestação. 
• Adicional da lactação = 675kcal/dia 
• Volume de leite produzido no 1° semestre = 807 mL/dia 
• Quantidade de energia por 100 mL de LH = 67kcal 
• Eficiência de conversão de energia = 0,80 
• O requerimento de energia para a produção de leite no 2° semestre de lactação 
depende da taxa de produção do leite, que é altamente variável nesse período 
❖ Orientações nutricionais 
São importantes para a nutriz: 
• Cálcio: manteiga, leite, queijos e folhas verde escuras; 
• Café: o consumo excessivo de cafeína pode reduzir o teor de ferro do leite humanos. 
Deve-se evitar um consumo maior que 2x ao dia. Pode ser substituído por um suco 
enriquecido, fruta, etc. 
• Evitar alimentos com muito açúcar como biscoitos, produtos ultraprocessados e 
processados. 
• A dieta deve ser variada e com alimentos de todos os grupos, respeitando as 
condições socioeconômicas e hábitos alimentares das nutrizes. 
• Mulheres vegetarianas devem receber suplementação de vitamina B12. 
• Até o momento não há evidencias suficientes que indiquem restrição de alimentos da 
dieta materna para prevenção de alergias alimentares no lactentes. 
• Não há evidencias de que o consumo de álcool melhore o desempenho da lactação. 
Seu consumo deve ser <0,5g/kg de peso da nutriz. Um consumo superior pode 
prejudicar o reflexo da ejeção. 
• A dieta associada a atividade física parece ser mais eficaz na promoção da perda de 
peso do que a dieta isoladamente, pois as intervenções conjuntas melhoram a 
capacidade cardiorrespiratória preservando massa magra, enquanto somente a dieta 
pode reduzir massa magra. A prática de exercícios regulares parece ser compatível 
com a produção de um volume adequado de leite. 
• Recomendar a prática de de 30 min/dia de caminhada, iniciando com 10min/dia para 
indivíduos sedentários. 
• Fazer alterações alimentares: preferir hortaliças A e B; trocar lanches industrializados 
por frutas e alimentos menos processados. 
• Não há evidências que relacionam a alimentação materna com cólicas do bebes, 
exceto se o consumo de determinados alimentos for extremo. O único alimento que 
sabidamente aumenta as cólicas dos bebês, quando ingerido pela mãe, é o leite de 
vaca, mas só se ela tiver alergia à ptn do leite ou intolerância à lactose. 
• Possíveis causas das cólicas: não esvaziamento da mama, pega inadequada, 
imaturidade do TGI, refluxo, pode ser outra coisa interpretada como cólica. 
❖ Fatores envolvidos na produção e ejeção do leite materno 
• A variação e manutenção da lactação fazem parte de um complexo sistema 
neuroendócrino 
• Hormônio de produção – prolactina // hormônio da ejeção – ocitocina 
• A produção do leite tem início já na gestação, estagio chamado de lactogenese I. 
ocorre no segundo trimestre da gestação e representa o desenvolvimento da 
capacidade da glândula mamaria em secretar os componentes do leite. 
• O colostro é produzido e, como não há estimulo de sucção, é reabsorvido para o 
sangue. 
• Após a expulsão da placenta, há um declínio abrupto de progesterona (função de 
proteger o feto) e aumento da prolactina, dando início à lactogênese II. 
• A ocitocina para a remoção do leite. Em resposta à sucção do bebê, a ocitocina age 
nas glândulas mamarias. Questões emocionais liberam adrenalina, que inibe a 
ocitocina, ou seja, desconforto, ansiedade, estresse, medo e a falta de autoconfiança 
podem inibir o reflexo da ejeção do leite. 
• Horários rígidos prejudicam a amamentação, que deve ser sob livre demanda 
• Orientações no inicio do processo de amamentação são fundamentais. O leite não 
pode “sobrar”, pois os problemas comuns da lactação começam a surgir 
• Evitar higiene excessiva 
• Tomar sol 
• Não passar pomadas ou outros produtos 
• Cirurgia de redução de mama influencia na lactação, pois há diminuição de glândulas 
mamarias, diferente da cirurgia de prótese mamaria que não interfere na lactação 
❖ Fatores envolvidos na composição do leite materno 
• Ingestão de macronutrientes pela mãe não influencia na composição do leite 
• A proporção de diferentes ácidos graxos no leite varia conforme a dieta materna – a 
qualidade de lipídios da dieta materna tem influência direta sobre o perfil de ácidos 
graxos do leite secretado 
• O VET nunca deve ser menor que 1800kcal 
• Com relação aos micronutrientes, alguns podem ter sua concentração reduzida em 
até 50% 
• A obesidade materna pode afetar o desempenhoda lactação – o tecido adiposo da 
nutriz concentra a progesterona, inibindo a lactogênese II 
• Desnutrição grave também afeta a lactação 
❖ Volume de LM 
• Nos primeiros 4 a 6 meses = 750-800 mL/dia 
• Segundo semestre = aproximadamente 500 mL/dia 
• Após o parto, a nutriz perde cerca de 0,6 a 0,8kg/mês até os primeiros 4 a 6 meses 
após o bebê nascer, independente do peso corpora, de acordo com o IOM 
• Esta perda pode ser reduzida pelo aumento da ingestão calórica e diminuição da 
atividade física em mulheres com EN adequado 
Alimentação complementar do lactente 
 O período de alimentação complementar é aquele durante o qual outros alimentos e líquidos 
são oferecidos à criança além do LM. 
O objetivo da introdução de alimentos complementares é o de fornecer energia, PTN, 
vitaminas e sais minerais quando a produção de LM já não atende mais às necessidades 
nutricionais do lactente. 
Inicialmente, o LM é complementado até ser totalmente substituído por alimentos da dieta 
familiar. 
❖ Início da alimentação complementar 
A OMS recomenda que crianças amamentadas devem receber alimentação complementar 
aos 6 meses. 
O LM exclusivo é suficiente para a maioria das crianças até o 6° mês, porém, se o 
crescimento se mostrar insatisfatório, é conveniente iniciar a alimentação complementar. 
Crianças amamentadas exclusivamente tem menor velocidade de crescimento do que 
crianças alimentadas com fórmulas, resultado de auto regulação de consumo energético, situação 
menos marcante em crianças que recebem fórmulas. 
Em países subdesenvolvidos, há estudos que indicam que algumas crianças podem 
necessitar mais precocemente de energia adicional do que o LM pode fornecer, mostrando sinais 
de desaceleração do ganho de peso por volta dos 4 meses 
A introdução precoce de alimentos complementares com objetivo de melhorar o crescimento 
da criança pode ter efeito oposto devido a alimentação complementar ser realizada de forma 
inadequada, aumentando o risco de desnutrição e infecção. 
O inicio da alimentação complementar deve ser adiado por ocasião de surtos infecciosos na 
comunidade ou em razão de doenças da criança. Isso pode aumentar o risco referente ao processo 
ou interferir na aceitação do novo alimento. 
OBS.: a partir de 1 ano é importante considerar a estatura para avaliação do 
crescimento/desenvolvimento. O ganho de MC após 1 ano é pequeno. 
Crianças alimentadas com formula também devem ter introdução de AC aos 6 meses. Já 
crianças alimentadas com fórmulas caseiras (leite + óleo + cereal pré-cozido) devem ter introdução 
de AC aos 4 meses. 
❖ Riscos associados à alimentação complementar 
• Normalmente, há uma introdução precoce de AC e um rápido declínio no consumo de 
LM, colocando em risco a saúde de crianças cuja situação econômica pode não 
permitir aquisição de uma AC nutricionalmente adequada 
• O prolongamento do aleitamento materno, mesmo após a introdução de ACs, garante 
uma fonte de PTN de alto valor biológico, além de boa parte das necessidades 
energéticas da criança. 
• O período de AC é caracterizado pela maior prevalência de doenças, como diarreia 
do que em qualquer outro período, pois o lactente começa a receber ACs que podem 
estar contaminados. 
• Vários reflexos que estão presentes em vários estágios do desenvolvimento podem 
facilitar ou interferir com a prática da AC e do aleitamento materno. 
Idade (meses) Reflexos Presentes 
0 - 6 Busca ou rotação (move a cabeça para o 
estimulo); sucção e deglutição 
4 - 7 Inicio de suaves movimentos mastigatórios; 
>força de sucção; protusão (estimulo muda 
para terço anterior) 
7 - 12 Engole com colher; dá pequenas dentadas; 
mastiga; realiza mov. laterais com a língua 
12 – 24 Movimenta alimentos na direção dos dentes; 
movimentos da mastigação rotatórios; 
estabilidade da mandíbula 
 
• Aspectos como erupção da dentição decídua, o aumento da destreza manual e a 
capacidade de se sentar sozinho são indicativos de maturidade orgânica, confirmando 
a adequação do inicio da AC por volta dos 6 meses. 
❖ Necessidades nutricionais durante a AC 
• A OMS orienta que os AC devem fornecer maior densidade energética do que o LM 
(0,67kcal/mL) 
• As grandes refeições do lactente devem conter alimentos fontes de ferro não-heme, 
pois o LM fornece quantidades adequadas de Fe até cerca de 6 meses 
• Deve-se desestimular a oferta de leite e derivados e chás junto as refeições 
❖ Escolha dos alimentos 
• O atendimento às necessidades nutricionais pode ser realizado com oferta de 
alimentos fonte dos diversos nutrientes, escolhendo 1 alimento de cada grupo. 
• Usar óleo vegetal no preparo das refeições; 
• Evitar industrializados (calorias vazias), mel e alimentos associados com engasgo 
❖ Ordem de introdução de ACs 
• Geralmente inicia-se com a introdução de frutas; 
• Quando o reflexo de extrusão ou expulsão já não está mais presente, a aceitação de 
preparações de consistência pastosa é testada com papas de frutas e hortaliças. A 
partir é introduzido o almoço. 
• Evitar rigidez de horários 
• Espera-se que no 2° semestre de vida, a alimentação do lactente seja composta de 
duas grandes refeições (almoço e jantar), 1 a 2 refeições intermediarias (colação e/ou 
lanche) sob forma de frutas e LM. 
❖ Preparo e oferta de ACs 
• Introduzir 1 alimento novo/dia, a fim de observar melhor a tolerância; 
• Na fase inicial, oferecer alimentos após as mamadas a fim de garantir que a criança 
fique bem alimentada; 
• A quantidades dos alimentos irá variar de acordo com o apetite e a capacidade 
gástrica da criança 
• A consistência inicial deverá ser pastosa, posteriormente os alimentos podem ser 
desfiados/picados 
• Aos 7 meses oferecer copo e não a mamadeira 
• Permitir que a criança use as mãos para manusear o alimento e que use os utensílios 
para treinar coordenação motora. 
• Usar condimentos suaves e naturais, mínimo de sal 
• Se houver recusa de um novo alimento e oferece-lo, novamente, em outra 
oportunidade 
• Não permitir que a criança realize outras atividades durante as refeições 
• Orientar quanto a preservação dos nutrientes, principalmente vitaminas 
hidrossolúveis e minerais, durante cocção e preparo. 
 
Para realização do planejamento dietético, o VET deve ser prioridade: 
• Desejável: 13% PTN (não ultrapassar 17%) 
Alimentação do Escolar e pré-escolar 
• A fase pré-escolar caracteriza-se por menor ritmo de crescimento 
• No 1° ano de vida, há um incremento de 50% na estatura do lactente – para se obter 
um incremento similar, são necessários 5 anos de vida 
• Com a MC ocorre situação semelhante: a criança triplica seu peso e requer toda etapa 
pré-escolar para duplica-lo. 
• A redução da velocidade de ganho de peso e estatura está condicionada a uma 
redução do apetite. 
• Os pré-escolares necessitam de menos energia por unidade de peso 
• Neste período, o apetite é irregular, apresentando flutuações diárias 
• A maturidade neurológica permite exploração do ambiente, buscando o alimento por 
si só e expressando aceitação ou recusa 
• Todos esses aspectos geram ansiedade nas pessoas responsáveis pelo cuidado da 
criança, que antes tenham domínio da situação, podendo gerar interações negativas 
e desnecessárias 
• Uma boa progressão do peso e estatura significa uma nutrição adequada, mesmo 
que o consumo habitual não seja tanto adequado. 
• Do ponto de vista de alimentação, a fase representa a criação de uma identidade. 
• Cresce a prevalência de obesidade na infância, estando presente em todas as 
situações econômicas e está relacionado com o consumo elevado de alimentos com 
alta densidade energética, uso de fórmulas infantis (prejudicando o controlede 
saciedade da criança), diminuição da prática de atividades físicas que implicam em 
GE. 
• Fase de rejeição alimentar 
❖ Perfil de saúde 
• Infecções respiratórias agudas: de fácil transmissão, já que as crianças estão sempre 
mantendo contato. 
• Diarreias agudas: muito relacionada a condições precárias de saneamento básico, 
fornecimento de água potável, etc. 
• Parasitas intestinais: pode haver ou não relação com a situação econômica – alguns 
parasitas infectam as crianças através de seus hábitos (colocar a mão suja na boca, 
por ex.) 
• Obesidade 
• Desnutrição 
• Anemia ferropriva: tem como causa principal a inadequação dietética. A prevenção é 
baseada nas orientações dietéticas e na suplementação da dose de 1mg/kg/dia. 
• O MS preconiza que o calendário mínimo de consultas após 12 meses, seja nas 
idades: 18m, 2a, 3a, 4a e 5ª. 
❖ Características do desenvolvimento e comportamento 
• Mastigação menos eficiente: no 2° ano há erupção de 8 dentes, totalizando 14 a 16 
dentes. 
• Desenvolvimento de linguagem: há um importante estabelecimento de linguagem 
favorecido pelo aparecimento dos dentes. 
• Controle motor e eficiente/destreza manual e física: a criança obtém maior autonomia 
para pegar um brinquedo, ligar ou desligar um aparelho eletrônico, se vestir etc. 
❖ Controle dos esfíncteres 
• Aos 2 anos, 50% das crianças controlam o fluxo urinário e 65% controlam a defecação 
• Aos 3 anos 85% controlam o fluxo urinário e 90% controlam a defecação 
• Há uma considerável variação na época de controle dos esfíncteres 
• Em geral, o controle intestinal precede o urinário 
• Comportamento exploratório/ capacidade de atender às solicitações dos adultos, 
decorrente do desenvolvimento cognitivo 
❖ Orientações para favorecer o crescimento saudável 
• Refeições em ambiente calmo 
• Possibilitar a experiencia com novos alimentos e novas formas de apresentação 
• Combinar alimentos de sabores mais fortes com alimentos mais suaves 
• Explorar a alimentação colorida 
• Evitar excesso de condimentos e sal 
• Refeições em horários regulares, em pequenas porções, respeitando o limite 
GRUPO DE ALIMENTOS 1-3 ANOS 3-6 ANOS 
Hortaliças A ou B 100g 100g 
Carne 60g 80g 
Cereal 100g 100g 
Leguminosa 150g 200g 
Ovo 20g 20g 
manteiga 5g 5g 
Óleo 5mL 8mL 
Fruta 200g 200g 
Pão 30g 50g 
Açúcar 10g 15g 
 
 
❖ Recomendações Nutricionais 
• Equações para estimar TMB pela MC – FAO 
Idade TMB (kcal/dia) 
Meninos 
Meninas 
<3 anos 59,51x MC – 30,4 58,317xMC – 31,1 
3 – 10 anos 22,706xMC + 504,3 20,315xMC + 485,9 
 
• Equações para requerimento energético: IOM 
1 -3 anos: GET (kcal/dia) = (89xMC – 100) + 20 
3 – 6 anos (meninos): [88,5 – (61,9xIdade)] + AF x (26,7xMC+903xestatura)+20 
3 – 6 anos (meninas): [135,3 – (30,8xIdade)] + AF x (10xMC+934xestatura)+20 
❖ Determinantes do consumo alimentar na infância 
• Determinantes fisiológicos: n° e intervalo entre as refeições; tamanho da refeição; 
tipos de alimentos presentes. 
• Intervalo entre refeições: está associado ao volume da refeição 
• Tamanho da refeição: determina o período de saciedade que segue à refeição. Na 
fase inicial da vida, o tamanho é uma reação ao período de privação e, ao longo do 
desenvolvimento, a criança aprende a ajustar o consumo de uma refeição 
• Volume da refeição: a criança é capaz de regula a quantidade ingerida de modo a 
manter BE positivo 
• A variedade de alimentos determina o tamanho de uma refeição, resultado de uma 
saciedade específica, ou seja, o individuo demonstra saciedade para um determinado 
alimento, porém mantem o apetite para ingerir outros. 
• Para lactentes e pré-escolares, a densidade energética é um importante determinante 
do tamanho da refeição. 
• Crianças tendem a rejeitar novos alimentos (neofobia). 
❖ Obesidade infantil 
• Doença nutricional, crônica, de origem multifatorial, ocasionada pelo BE positivo. 
• Surge da interação de fatores ambientais, comportamentais e genéticos 
• Pontos de corte utilizados no diagnostico da obesidade, segundo faixa etária e 
indicador antropométrico – Z = +3 e P>99,9, tanto para MC/E IMC/I para crianças de 
0-5anos. 
• Para crianças de 5-10anos, o ponto de corte de IMC/I é alterado para P>97 e Z>2 
• A condição socioeconômica da família não é o único ou mais importante fator 
determinante da obesidade. 
• A gestação é o momento de frear o processo integracional da obesidade, controlando 
o peso adequado da gestante. 
• O contrario também é válido: o bebê pode nascer pequeno, se o ganho de peso for 
insuficiente 
• Há uma teoria que afirma que a restrição do crescimento intrauterino, quando não é 
provocada pelo encurtamento do período gestacional, faz uma ruptura na 
programação metabólica do indivíduo, tornando-o mais propenso a desenvolver 
síndromes metabólicas 
• Bebês macrossômicos (≥4kg) possuem altas chances de manter MC elevada 
• Bebês alimentados com fórmulas tende a ter > MC, pois o controle da saciedade fica 
prejudicado 
• Definição: acumulo de tecido gorduroso, em região específica ou no corpo todo, 
causado por doenças genéticas ou encodrinometabólicas ou alterações nutricionais 
• Complicações: aumento da PA, alterações ortopédicas; alterações da função 
pulmonar (redução do volume expiratório); alterações dermatológicas (acantose 
negricans) 
• Para manejo da dieta é importante considerar a ingestão de uma quantidade limitada 
de lipídios 
• Após 1 ano de idade, a % de lipídios aceitável na dieta passa a ser igual a de um 
indivíduo adulto. 
• Tratamento: equipe interdisciplinar; aumento de atividade física (pode envolver 
passeios, caminhadas, lazer em conjunto); orientação dietética (manutenção de MC// 
não se orienta perda de peso na infância, pois pode restringir o crescimento); seleção 
de alimentos/formas de preparo; diminuição gradativa da quantidade de alimentos 
ingeridos; aumentar o fracionamento; mastigação eficiente; menor exposição à 
propagandas. 
❖ Anemia na infância 
• Definição: diminuição do n° de hemácias ou da concentração de hemoglobina no 
sangue 
• Se Hb e Ft estão afetados, significa que outras fontes de depósito corporal já foram 
mobilizados. Hb e ferritina (Ft) são formas de transporte. 
• A Ft é uma forma de armazenamento ao nível intestinal, hepático, baço e medula 
óssea. 
• O crescimento celular será prejudicado – bebês que nascem anêmicos, tendem a ser 
menores. 
• Anemia ferropriva é a mais prevalente 
• Epidemiologia 
o Mais prevalente em países em desenvolvimento que nos países 
industrializados, que adicionam sais de Fe em vários produtos. 
o Quando a anemia incide em mais de 40% da população, o problema é 
considerado grave; se atinge 20 – 39% é considerado moderado; e se atinge 
5 – 19% é considerado leve. 
o No brasil, a anemia na infância tem prevalência de 25 – 50% em crianças 
menores de 2 anos 
o Nos países em desenvolvimento, há maior tendência em consumir produtos in 
natura 
o Pré-escolares são mais afetados (a demanda por Fe é maior devido ao 
crescimento) 
o Grupos de risco: crianças de 6m a 5 anos 
• Causas: prematuridade; crescimento intrauterino restrito; hemorragias; infecções 
crônicas; ingestão insuficiente de alimentos fontes de Fe; desmame precoce; etc. 
• Consequências: deficiência de crescimento; menor resistência às infecções; 
diminuição da capacidade de atenção; cansaço; anorexia; baixo rendimento escolar. 
• Sinais bioquímicos: depleção de Fe, diminuição dos depósitos corporais; ferritina 
sérica <12mg/dL 
• Eritropoiese deficiente: diminuição do Fe sérico, saturação da transferrina <16% 
• Quando a anemia é ferropriva há características de microcitose(diminuição do 
tamanho das hemácias) e hipocromia (hemácias descoradas) 
• Tratamento: 1mg/kg/dia de sulfato ferroso de suplementação; aleitamento materno 
prolongado; alimentação complementar saudável. 
• Fatores estimuladores de absorção de Fe: ácidos orgânicos (ascórbico, láctico, 
málico, cítrico e tartárico) e carnes em geral 
• Fatores inibidores de absorção: substâncias fenólicas; fitatos; celulose; 
hemicelulose; lignina; albumina e fosfitina; sais orgânicos (Ca, Mn e Cu) 
• Alguns suplementos infantis trazem todas as necessidades infantis, inclusive os 
inibidores de absorção do Fe. 
❖ Aspectos nutricionais da vitamina A 
• Vitamina A: termo que designa qualquer composto que possui atividade biológica de 
retinol 
• Há um programa de suplementação para mulheres e crianças na infância. No caso 
de mulheres, é oferecido na maternidade, pois é quando se tem certeza que a mulher 
não está gravida 
• Vitamina A pré-formada: alimentos de origem animal, como fígado, leite e gema de 
ovo. Absorção de 70-90%. 
• Carotenoides: precursores da vit. A. vegetais verde-escuro e amarelo-alaranjados. 
Absorção de 9-22%. 
• A deficiência é identificada quando os níveis séricos estão abaixo de 70 mg/dL 
• Fatores de risco: socioeconômico (variedade alimentar de difícil acesso); desmame 
precoce; AC não saudável; infecções frequentes; baixa ingestão de lipídios e 
hortaliças. 
• Tratamento e prevenção: tratamento feito com uma ampola de vit. A e a dose deve 
ser conforme a idade do paciente 
o As cápsulas são gelatinosas e apresentam cores diferentes para facilitar a 
distinção da concentração

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