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RESUMO NUTRIÇÃO E DIETETICA I MATÉRIA P2 Baixo peso – HIV positivo Claudia de 21 anos de idade, grávida de 18 semanas, vem realizando o pré-natal na Policlínica de especialidades da mulher Malu Sampaio por ser portadora do vírus HIV desde os 16 anos de idade. Tem ensino fundamental completo e mora na periferia de Niterói com os dois filhos (um de três anos e outro de nove meses) nascidos de parto cirúrgico. Não tem parceiro fixo e informa uso eventual de preservativos. Atualmente está desempregada e recebe transferência de renda pelo Programa Bolsa Família. Seu primeiro filho tem diagnóstico definitivo, cujo resultado aponta como soronegativo ao HIV. O segundo filho está em acompanhamento clínico e, até o momento, não foi estabelecido diagnóstico definitivo quanto à presença do vírus. Na primeira gestação fez uso durante um mês de AZT oral (não sabe precisar o período gestacional), assim como antes e durante o trabalho de parto para prevenir a transmissão vertical. Por recomendação dos profissionais de saúde, não ofereceu aleitamento materno. Na segunda gestação, realizou corretamente a terapêutica profilática, mas amamentou uma única vez em decorrência de dificuldades financeiras. De vez em quando, sua vizinha, também nutriz, a ajudava amamentando seu filho. Na atual gestação, Claudia não apresenta sintomas relacionados ao HIV e faz monoterapia com AZT, mas vem apresentando baixo ganho de peso. Por isso, foi encaminhada à equipe de nutrição para planejamento de ganho de peso adequado e recomendações nutricionais baseando-se nas seguintes informações: Data da consulta: 11/05/2018 Estatura: 1,60 m DUM: 06/01/2018 Peso atual: 47,7 kg Peso pré-gestacional: 45,3 kg Estilo de vida: sedentária LT-CD4+: 400cél/mm3 Carga viral: indetectável Cláudia está sendo acompanhada numa policlínica de especialidades da mulher, pois essa unidade de saúde possui uma equipe multidisciplinar de especialidade básicas, podendo ofertar outras especialidades não médicas. A equipe atuante já está habituada a seguir o Protocolo para gestantes com HIV. Além disso, gestantes com HIV+ são classificadas como HIV de alto risco. Se não houver uma policlínica especializada nas proximidades da residência da gestante, ela será encaminhada para o município mais próximo que tenha. ❖ Protocolo de investigação de HIV durante a gestação Há um protocolo desenvolvido pelo MS – diretrizes terapêuticas para a prevenção da transmissão vertical de HIV tem por objetivo orientar o uso de antirretrovirais e demais agentes anti-infecciosos para prevenção e tratamento da sífilis, das hepatites virais B e C e da infecção pelo HIV, especificamente para a população gestante. Com este protocolo, busca-se melhorar a qualidade de atenção à saúde no enfrentamento de transmissão vertical, além e reforçar ações da Rede Cegonha no âmbito da prevenção, assistência, vigilância e tratamento no pré-natal, parto e puerpério. Recomenda-se que todas as gestante realizem teste rápido de HIV na 1ª consulta ou no 1° trimestre de gestação. O teste não é obrigatório. Há um pré-teste e o pós-teste que servem para dar um aporte psicológico e as informações necessárias para que a gestante siga o tratamento no caso de um resultado +. As gestante cujos resultados sejam positivos devem ser encaminhadas para o seguimento ao pré- natal em serviços de atenção especializada em DST/AIDS de referência. Em caso de resultado reagente, recomenda-se uma nova testagem para HIV no 3° trimestre para verificar a carga viral próximo do parto. No caso de resultado não-reagente, a gestante também deverá ser submetida ao teste para ver se não foi contaminada durante a gestação. O 3° trimestre de gestação é mais crítico a transmissão é maior. É importante o uso de preservativos mesmo que a gestante seja HIV+, para evitar a reinfecção e, com isso, o aumento da carga viral. Aconselhamento pós-teste é importante para orientar a mulher a tomar certos cuidados durante a amamentação, usar preservativos, etc. ➢ Parto cirúrgico: a indicação para o parto cirúrgico depende da carga viral da gestante. A cesariana eletiva deve ser indicada para gestante HIV+ que não realizou profilaxia antirretroviral combinada durante a gestação, que usaram monoterapia com AZT ou que tenham sua carga viral com 34+ semanas de gestação desconhecida ou superior a 1000cópias/mL. O parto normal traz riscos: pode haver contato de secreções da mãe com o bebê, que leva a transmissão vertical. Se o n° de copias for <1000 ou se for indetectável, o parto pode ser normal. Nesse caso, a equipe de saúde vai decidir e analisar se há indicação cirúrgica. Na prática, o parto cirúrgico é feito para evitar quaisquer riscos, ainda que mínimos, aqui no Brasil. É agendado com 38 semanas para evitar que a gestante entre em trabalho de parto (a bolsa não pode se romper). ❖ Como é feito o diagnóstico definitivo de filhos de mais HIV+? O diagnóstico definitivo só acontece aos 18 meses, pois até essa idade podem estar circulando Ac maternos no bebê e, no caso de o teste dar +, o resultado pode ser um falso +. Se o teste der – antes dos 18 meses, a investigação segue, mesmo sendo muito provável que a criança não tenha o vírus. Se o teste der + antes dos 18 meses, a investigação segue para confirmação do diagnostico na idade correta. A criança sob investigação é submetida a terapia antirretroviral, profilaxia de infecções oportunistas, manejo de intercorrências infecciosas e dos distúrbios nutricionais. ➢ Fatores que contribuíram para o filho fosse HIV neg.: nascimento de parto cirúrgico; não foi amamentado; a mãe fez uso de AZT oral por 1 mês, assim como antes e durante o trabalho de parto. O estado nutricional adequado também reduz a transmissão vertical através do aumento da resposta imune da mãe. ❖ Protocolo no parto Horas antes do parto, a gestante deve receber medicação antirretroviral, que deve permanecer até cortar o cordão umbilical. Assim que o bebê nascer, ele já é submetido à medicação antirretroviral. ➢ Fatores de risco para a transmissão do vírus para o 2° filho: ter amamentado o filho, mesmo uma única vez; o filho ter sido amamentado por outra mulher (amamentação cruzada), que pode ser portadora de alguma doença; amamentação mista (no peito e na formula) também é contraindicado; mães HIV+ podem doar leite para banco de leite e podem alimentar seus filhos com o leite do estoque, pois esse leite é pasteurizado, o que elimina o vírus. Dificilmente mães HIV+ doam leite. A maioria faz supressão da amamentação, colocando uma faixa ao redor dos seios ou utilizando um inibidor de lactação. ❖ Esquema de tratamento com antirretroviral A terapia com antirretroviral é feita com diferentes classes de medicamentos, pois há diferentes genótipos de vírus. Geralmente, são utilizadas 3 classes. O esquema de profilaxia deve começar entre a 14ª e a 28ª semana de gestação. Deve iniciar logo após o 1° trimestre e antes do 3° trimestre. Se a mulher tiver indicação de tratamento com antirretrovirais (baixa carga viral), a medicação assume caráter profilático apenas e é cessada apo o parto. ❖ Transmissão vertical e fatores de risco Transmissão vertical é a transmissão de uma doença ou infecção da mãe para o seu feto, ainda no útero, ou RN durante o parto ou pela amamentação. Fatores de risco: fatores imunológicos, carga viral; presença de outras DSTs; trabalho de parto prolongado (tempo de ruptura das membranas amnióticas), vias de parto; parto instrumentalizado; episiotomia; uso de drogas; múltiplos parceiros; baixo peso do RN; prematuridade; baixo peso da mãe (estado nutricional deficiente compromete o estado imunológico. ❖ HIV e amamentaçãoA criança de mãe infectada pelo HIV não deverá ser amamentada e nem deve receber leite humano proveniente de outra mãe, pois poderá ser contaminada com o vírus. A OMS recomenda que o aleitamento materno deve ser descontinuado logo que possível para reduzir o risco de transmissão. A alta demanda energética da mãe para a amamentação pode acelerar a progressão da doença trazendo prejuízos também para a mãe. No caso de condições financeiras vulneráveis, no brasil é direito da mãe receber a formula até os 6 meses, porém não é garantia que a fórmula chegue até as famílias. Em países pobres, a expectativa de vida de uma criança amamentada por uma mãe HIV+ é maior do que se ela não for amamentada. A OMS e a UNICEF recomendam que, em países pobres, nos quais doenças como diarreia, pneumonia e desnutrição contribuem para elevadas taxas de morbimortalidade infantil, deve-se considerar o benefício de aleitamento materno em relação ao risco de transmissão do vírus. Amamentação cruzada é contraindicada pelo MS e pela OMS. A prática de mães que amamentam filhos de outras traz diversos riscos ao bebê, podendo transmitir doenças infectocontagiosas. Os leites das mãe têm diferentes composições semelhantes, no geral. Colostro e leite maduro tem composições diferentes. O leite também é diferente durante a fase de mamada. Tem menor densidade energética no início e mais gordura no fim. O leite uma mãe que teve parto prematuro tem mais fatores imunológicos do que o leite de outra mãe. A composição do leite de uma nutriz para outra só muda se o bebê tiver alguma necessidade específica. Apena a desnutrição grave afeta a composição do leite. ❖ Possíveis causas de baixo ganho de peso A gestante pode não estar ganhando peso adequado por estar passando por alterações fisiológicas ou pode estar sendo vírus ou pelo tratamento contra o HIV. Pode, também, ser devido a infecções deficiências nutricionais (ex:anemia), parasitoses, hiperêmes gástrica, anorexia. Pode ser causado também por baixa renda. Planejamento de ganho de peso adequado O ganho de peso depende do estado nutricional pré-gestacional Tabela 1 - Recomendação para ganho de peso durante a gestação e ganho de peso total, segundo IMC pré- gestacional Estado nutricional inicial Recomendação de ganho de peso (kg) total no 1° tri Recomendação de ganho de peso (kg) semanal – 2° e 3° tri Recomendação de ganho de peso (kg) total Baixo peso (<15,5kg/m²) 2,0 0,51 (0,44 – 0,58) 12,5 – 18,0 Adequado (18,5-24,9kg/m²) 1,5 0,42 (0,35 – 0,50) 11,5 – 16,0 Sobrepeso (25,0-29,9kg/m²) 1,0 0,28 (0,23 – 0,33) 7,0 – 11,5 Obesidade (≥30,0kg/m²) 0,5 0,22 (0,17 – 0,27) 5,0 – 9,0 A gestante em questão está com 18 semanas e até a 13ª semana ela deveria ter ganhado 2,0kg. Nas 5 semanas seguintes ela deveria ter ganhado 0,51kg/semana, o que totaliza 2,55kg. Somando: 2,0+2,55 = 4,55 desde o início da gestação até o período atual. Perda de peso durante a gestação é contraindicado. ❖ Planejamento de recomendações nutricionais 1° passo: avaliar o estado nutricional pré-gestacional, segundo o IMC e determinar o ganho de peso até a 40ªsemana de gestação; 2° passo: calcular o VET da dieta a partir do gasto energético somado ao adicional requerido para o ganho de peso gestacional. Se a gestante não souber seu peso pré-gestacional, utiliza-se o peso da 1ª consulta, ainda no 1° tri ❖ Resumo para diagnóstico nutricional da gestante • Calcular a semana gestacional • Pesar a cada consulta e medir a estatura na 1ª consulta; • Calcular o IMC • Localizar, no eixo horizontal da curva de Atalah, a semana gestacional calculada e identificar, no eixo vertical, o IMC da gestante; • Marcar um ponto na interseção dos valores de IMC e da semana gestacional; • Classificar o estado nutricional da gestante seguido do IMC por semana gestacional, conforme a legenda da curva; • Ligar os pontos obtidos e observar o traçado resultante ➢ Traçado ascendente: ganho de peso adequado; ➢ Traçado horizontal ou descendente: ganho de peso inadequado (gestante de risco); ❖ Cálculo do VET 𝑉𝐸𝑇 = 𝐺𝐸 + 𝑎𝑑𝑖𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔é𝑡𝑖𝑐𝑜 𝑔𝑒𝑠𝑡𝑎𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑙 𝐺𝐸 = 𝑇𝑀𝐵𝑥𝑁𝐴𝐹 Adicional calórico: 6417kcal/kg adicional NAF: estilo de vida sedentário ou de atividade leve = 1,40 – 1,69 (média 1,54); Gestantes HIV+: precisam ainda de 10% a mais de energia (calculado sobre o GE). Depende se a gestante será sintomática ou não. 𝑇𝑀𝐵 (18 − 30𝑎𝑛𝑜𝑠) = (14,818𝑥𝑀𝐶) + 486,6 No caso da gestante em questão, ela está abaixo do peso ideal, então utiliza-se um outro peso para fazer os cálculos, o peso pré-gestacional ideal: IMC = peso/est² > peso = IMC x estatura² > peso = 18,5x(1,60²) > peso = 47,74kg Adicional energético: 1kg – 6417kcal 12,5 – 2,4 (peso já ganhou) = 10,1kg – X kcal X = 64.811kcal > dividir pelo n° de semanas que falta para completar a gestação ❖ Recomendação de PTNs (FAO) - 1° tri = 1,0g/kg peso pré-gestacional + 1,0g/dia - 2° tri = 1,0g/kg peso pré-gestacional + 9,0g/dia - 3° tri = 1,0g/kg peso pré-gestacional + 31,0g/dia ❖ Que peso usar para calcular o VET? - Gestantes com IMC adequado = usar o próprio PPG; - Gestante com baixo peso = usar o peso aceitável para garantir a normalização do estado nutricional; - Gestantes com excesso de peso/obesidade = usar o PPG (não utilizar o peso adequado para não promover a perda de peso durante a gestação. ❖ Riscos Biológicos E Sociais Para Desfecho Nutricional Desfavorável Riscos Sociais: condição econômica desfavorável (se a mãe não tem condições de comprar a formula, pode ficar sem escolha e amamentar o bebê); não ter parceiro fixo e usar preservativos ocasionalmente (a mulher pode ser exposta a outras cepas de HIV, podendo adquirir uma cepa + prejudicial ao feto). Riscos Biológicos: a presença do vírus o organismo materno pode ser considerado um risco biológico – se não estiver controlado de acordo com os protocolos e se os devidos cuidados não forem tomados na hora do parto, o bebê pode ser contaminado. O baixo peso materno também é um risco biológico. Baixo peso materno: os bebês podem nascer com baixo peso e com tamanho abaixo do normal; podem nascer prematuramente, pode ocorrer aborto natural. No caso de desnutrição e suas complicações, a doença pode progredir, em decorrência de seus efeitos na imunocompetencia, além de reduzir a efetividade e a tolerância às drogas. Ações do governo: há um programa do leite administrado pelo MS e pelo Programa Comunidade Solidária, que passou a beneficiar também os filhos de mulheres infectadas pelo HIV. A criança exposta, infectada ou não, terá direito a receber fórmula láctea infantil gratuitamente, pelo menos até completar 6 meses de idade. ❖ Interações entre antirretrovirais e a dieta Alguns medicamentos podem provocar efeitos colaterais que interferem na digestão, ingestão e absorção dos nutrientes com possível prejuízo ao estado nutricional do indivíduo. Em contrapartida, os nutrientes, ao interagir com as drogas, podem ter sua eficácia terapêutica comprometidas. Há recomendações especificas para a ingestão dos antirretrovirais, como AZT, por exemplo, que deve ser ingerido sem alimentos gordurosos (diminuem a absorção do fármaco) ou a DDI (didarosina), que deve ser ingerida com estomago vazio, pois alimentos interferem na sua absorção. Planejamento de uma gestação para mulheres HIV+ Planejamento familiar: conjunto de ações em que são apresentados os meios e oferecidos os recursos, tanto para auxiliar os indivíduos a ter filhos quanto para prevenir uma gravidez indesejada, indo além do simplesconhecimento e uso de métodos contraceptivos. No aconselhamento de mulheres HIV+ que pretendem engravidar, é importante investigar as suas condições imunológicas; a presença de comorbidades (outras DSTs, tuberculose, hepatite B, etc.); a dependência de drogas, fumo e álcool; condições psicossociais, bem como o uso de antirretrovirais e outros medicamentos. A mulher deve tomar as vacinas necessárias antes de engravidar e deve ser informada do risco de transmissão vertical e teratogenecidade quando ao uso dos antirretrovirais. ❖ O AZT e o crescimento uterino Em gestantes HIV+ que fazem uso de AZT ou não, há uma forte correlação com crescimento intrauterino restrito, parto prematuro e baixo peso ao nascer. A incidência de reações adversas em gestantes e crianças expostas a medicamentos antirretrovirais para profilaxia da transmissão vertical. Além de pouco frequentes, os efeitos colaterais são leves e transitórios, tanto nas gestantes quanto nas crianças. Há estudos recentes que mostram um resultado conflitante – houve diminuição do n° de crianças com baixo peso ao nascer e do n° de prematuros, o que sugere que talvez a medicação tenha um efeito protetor. Nutriz e Amamentação • Perda de peso: o recomentado é que a nutriz perca até 2kg/mês, porem isto dependerá de seu EN. • A gestante do caso apresentado estava obesa (IMC=30,47kg/m²), mas para cada caso há uma conduta a seguir IMC META PERDA DE PESO RECOMENDADA <18,5 (BP) Alcance de um IMC eutrófico - ≥18,5 e <24,9 kg/m² (EUTRO) Manutenção de peso dentro da faixa de eutrofia 0,8kg/mês ≥25 e <30 (SP) Perda de peso até atingir a faixa de eutrofia 0,5 a 1 kg/mês ≥30kg/m² (OBESIDADE) Perda de peso até atingir a faixa de eutrofia 0,5 a 2 kg/mês • Retenção de peso: diferença entre o peso atual e o peso gestacional. Não revela o peso ideal. • Informações da consulta; o Antecedentes familiares: Obesidade (pai e mãe); avó materna (diabetes) o Antecedentes pessoais: Nega hipertensão e diabetes. o Antecedente obstétrico: Parto normal de 40 semanas gestacionais. o Hábitos: Bebe cerveja socialmente o PPG: 70,0 Kg Peso Atual: 78,0 Kg o Estatura PG: 1,60 m Atividade Física: sedentária • Retenção de peso = 70 – 78 = 8kg • Peso ideal > IMC ideal = MC/est² > 24,9 = MC/(1,60²) > MC = 63,7kg • Programação de perda de peso: 78 – 63,7 = 14,3kg (2kg/mês – 7 meses) • A retenção de peso pós-parto pode representar um dos fatores determinantes da obesidade em mulheres e seu desenvolvimento é determinado por uma complexa rede de interrelações. o Quanto maior o ganho ponderal, maior a retenção de peso; o O efeito da lactação na retenção de peso pós-parto é controverso. Há estudos que relacionam maior perda de peso em mulheres que amamentam por mais tempo, mas há outros que referem pouca diferença na perda de peso comparando métodos de aleitamento; o Estilo de vida e consumo alimentar inadequados também tem sido apontado como um dos fatores relacionados com a perda de peso pós-parto. • Cálculo das necessidades energéticas, usando perda de peso o Se usar o PPG ou peso ideal, o valor final do VET é subestimado. Na gestação se utiliza o PPg porque a mulher está ganhando um peso que não é dela e sim da gestação. • Adicional da lactação = 675kcal/dia • Volume de leite produzido no 1° semestre = 807 mL/dia • Quantidade de energia por 100 mL de LH = 67kcal • Eficiência de conversão de energia = 0,80 • O requerimento de energia para a produção de leite no 2° semestre de lactação depende da taxa de produção do leite, que é altamente variável nesse período ❖ Orientações nutricionais São importantes para a nutriz: • Cálcio: manteiga, leite, queijos e folhas verde escuras; • Café: o consumo excessivo de cafeína pode reduzir o teor de ferro do leite humanos. Deve-se evitar um consumo maior que 2x ao dia. Pode ser substituído por um suco enriquecido, fruta, etc. • Evitar alimentos com muito açúcar como biscoitos, produtos ultraprocessados e processados. • A dieta deve ser variada e com alimentos de todos os grupos, respeitando as condições socioeconômicas e hábitos alimentares das nutrizes. • Mulheres vegetarianas devem receber suplementação de vitamina B12. • Até o momento não há evidencias suficientes que indiquem restrição de alimentos da dieta materna para prevenção de alergias alimentares no lactentes. • Não há evidencias de que o consumo de álcool melhore o desempenho da lactação. Seu consumo deve ser <0,5g/kg de peso da nutriz. Um consumo superior pode prejudicar o reflexo da ejeção. • A dieta associada a atividade física parece ser mais eficaz na promoção da perda de peso do que a dieta isoladamente, pois as intervenções conjuntas melhoram a capacidade cardiorrespiratória preservando massa magra, enquanto somente a dieta pode reduzir massa magra. A prática de exercícios regulares parece ser compatível com a produção de um volume adequado de leite. • Recomendar a prática de de 30 min/dia de caminhada, iniciando com 10min/dia para indivíduos sedentários. • Fazer alterações alimentares: preferir hortaliças A e B; trocar lanches industrializados por frutas e alimentos menos processados. • Não há evidências que relacionam a alimentação materna com cólicas do bebes, exceto se o consumo de determinados alimentos for extremo. O único alimento que sabidamente aumenta as cólicas dos bebês, quando ingerido pela mãe, é o leite de vaca, mas só se ela tiver alergia à ptn do leite ou intolerância à lactose. • Possíveis causas das cólicas: não esvaziamento da mama, pega inadequada, imaturidade do TGI, refluxo, pode ser outra coisa interpretada como cólica. ❖ Fatores envolvidos na produção e ejeção do leite materno • A variação e manutenção da lactação fazem parte de um complexo sistema neuroendócrino • Hormônio de produção – prolactina // hormônio da ejeção – ocitocina • A produção do leite tem início já na gestação, estagio chamado de lactogenese I. ocorre no segundo trimestre da gestação e representa o desenvolvimento da capacidade da glândula mamaria em secretar os componentes do leite. • O colostro é produzido e, como não há estimulo de sucção, é reabsorvido para o sangue. • Após a expulsão da placenta, há um declínio abrupto de progesterona (função de proteger o feto) e aumento da prolactina, dando início à lactogênese II. • A ocitocina para a remoção do leite. Em resposta à sucção do bebê, a ocitocina age nas glândulas mamarias. Questões emocionais liberam adrenalina, que inibe a ocitocina, ou seja, desconforto, ansiedade, estresse, medo e a falta de autoconfiança podem inibir o reflexo da ejeção do leite. • Horários rígidos prejudicam a amamentação, que deve ser sob livre demanda • Orientações no inicio do processo de amamentação são fundamentais. O leite não pode “sobrar”, pois os problemas comuns da lactação começam a surgir • Evitar higiene excessiva • Tomar sol • Não passar pomadas ou outros produtos • Cirurgia de redução de mama influencia na lactação, pois há diminuição de glândulas mamarias, diferente da cirurgia de prótese mamaria que não interfere na lactação ❖ Fatores envolvidos na composição do leite materno • Ingestão de macronutrientes pela mãe não influencia na composição do leite • A proporção de diferentes ácidos graxos no leite varia conforme a dieta materna – a qualidade de lipídios da dieta materna tem influência direta sobre o perfil de ácidos graxos do leite secretado • O VET nunca deve ser menor que 1800kcal • Com relação aos micronutrientes, alguns podem ter sua concentração reduzida em até 50% • A obesidade materna pode afetar o desempenhoda lactação – o tecido adiposo da nutriz concentra a progesterona, inibindo a lactogênese II • Desnutrição grave também afeta a lactação ❖ Volume de LM • Nos primeiros 4 a 6 meses = 750-800 mL/dia • Segundo semestre = aproximadamente 500 mL/dia • Após o parto, a nutriz perde cerca de 0,6 a 0,8kg/mês até os primeiros 4 a 6 meses após o bebê nascer, independente do peso corpora, de acordo com o IOM • Esta perda pode ser reduzida pelo aumento da ingestão calórica e diminuição da atividade física em mulheres com EN adequado Alimentação complementar do lactente O período de alimentação complementar é aquele durante o qual outros alimentos e líquidos são oferecidos à criança além do LM. O objetivo da introdução de alimentos complementares é o de fornecer energia, PTN, vitaminas e sais minerais quando a produção de LM já não atende mais às necessidades nutricionais do lactente. Inicialmente, o LM é complementado até ser totalmente substituído por alimentos da dieta familiar. ❖ Início da alimentação complementar A OMS recomenda que crianças amamentadas devem receber alimentação complementar aos 6 meses. O LM exclusivo é suficiente para a maioria das crianças até o 6° mês, porém, se o crescimento se mostrar insatisfatório, é conveniente iniciar a alimentação complementar. Crianças amamentadas exclusivamente tem menor velocidade de crescimento do que crianças alimentadas com fórmulas, resultado de auto regulação de consumo energético, situação menos marcante em crianças que recebem fórmulas. Em países subdesenvolvidos, há estudos que indicam que algumas crianças podem necessitar mais precocemente de energia adicional do que o LM pode fornecer, mostrando sinais de desaceleração do ganho de peso por volta dos 4 meses A introdução precoce de alimentos complementares com objetivo de melhorar o crescimento da criança pode ter efeito oposto devido a alimentação complementar ser realizada de forma inadequada, aumentando o risco de desnutrição e infecção. O inicio da alimentação complementar deve ser adiado por ocasião de surtos infecciosos na comunidade ou em razão de doenças da criança. Isso pode aumentar o risco referente ao processo ou interferir na aceitação do novo alimento. OBS.: a partir de 1 ano é importante considerar a estatura para avaliação do crescimento/desenvolvimento. O ganho de MC após 1 ano é pequeno. Crianças alimentadas com formula também devem ter introdução de AC aos 6 meses. Já crianças alimentadas com fórmulas caseiras (leite + óleo + cereal pré-cozido) devem ter introdução de AC aos 4 meses. ❖ Riscos associados à alimentação complementar • Normalmente, há uma introdução precoce de AC e um rápido declínio no consumo de LM, colocando em risco a saúde de crianças cuja situação econômica pode não permitir aquisição de uma AC nutricionalmente adequada • O prolongamento do aleitamento materno, mesmo após a introdução de ACs, garante uma fonte de PTN de alto valor biológico, além de boa parte das necessidades energéticas da criança. • O período de AC é caracterizado pela maior prevalência de doenças, como diarreia do que em qualquer outro período, pois o lactente começa a receber ACs que podem estar contaminados. • Vários reflexos que estão presentes em vários estágios do desenvolvimento podem facilitar ou interferir com a prática da AC e do aleitamento materno. Idade (meses) Reflexos Presentes 0 - 6 Busca ou rotação (move a cabeça para o estimulo); sucção e deglutição 4 - 7 Inicio de suaves movimentos mastigatórios; >força de sucção; protusão (estimulo muda para terço anterior) 7 - 12 Engole com colher; dá pequenas dentadas; mastiga; realiza mov. laterais com a língua 12 – 24 Movimenta alimentos na direção dos dentes; movimentos da mastigação rotatórios; estabilidade da mandíbula • Aspectos como erupção da dentição decídua, o aumento da destreza manual e a capacidade de se sentar sozinho são indicativos de maturidade orgânica, confirmando a adequação do inicio da AC por volta dos 6 meses. ❖ Necessidades nutricionais durante a AC • A OMS orienta que os AC devem fornecer maior densidade energética do que o LM (0,67kcal/mL) • As grandes refeições do lactente devem conter alimentos fontes de ferro não-heme, pois o LM fornece quantidades adequadas de Fe até cerca de 6 meses • Deve-se desestimular a oferta de leite e derivados e chás junto as refeições ❖ Escolha dos alimentos • O atendimento às necessidades nutricionais pode ser realizado com oferta de alimentos fonte dos diversos nutrientes, escolhendo 1 alimento de cada grupo. • Usar óleo vegetal no preparo das refeições; • Evitar industrializados (calorias vazias), mel e alimentos associados com engasgo ❖ Ordem de introdução de ACs • Geralmente inicia-se com a introdução de frutas; • Quando o reflexo de extrusão ou expulsão já não está mais presente, a aceitação de preparações de consistência pastosa é testada com papas de frutas e hortaliças. A partir é introduzido o almoço. • Evitar rigidez de horários • Espera-se que no 2° semestre de vida, a alimentação do lactente seja composta de duas grandes refeições (almoço e jantar), 1 a 2 refeições intermediarias (colação e/ou lanche) sob forma de frutas e LM. ❖ Preparo e oferta de ACs • Introduzir 1 alimento novo/dia, a fim de observar melhor a tolerância; • Na fase inicial, oferecer alimentos após as mamadas a fim de garantir que a criança fique bem alimentada; • A quantidades dos alimentos irá variar de acordo com o apetite e a capacidade gástrica da criança • A consistência inicial deverá ser pastosa, posteriormente os alimentos podem ser desfiados/picados • Aos 7 meses oferecer copo e não a mamadeira • Permitir que a criança use as mãos para manusear o alimento e que use os utensílios para treinar coordenação motora. • Usar condimentos suaves e naturais, mínimo de sal • Se houver recusa de um novo alimento e oferece-lo, novamente, em outra oportunidade • Não permitir que a criança realize outras atividades durante as refeições • Orientar quanto a preservação dos nutrientes, principalmente vitaminas hidrossolúveis e minerais, durante cocção e preparo. Para realização do planejamento dietético, o VET deve ser prioridade: • Desejável: 13% PTN (não ultrapassar 17%) Alimentação do Escolar e pré-escolar • A fase pré-escolar caracteriza-se por menor ritmo de crescimento • No 1° ano de vida, há um incremento de 50% na estatura do lactente – para se obter um incremento similar, são necessários 5 anos de vida • Com a MC ocorre situação semelhante: a criança triplica seu peso e requer toda etapa pré-escolar para duplica-lo. • A redução da velocidade de ganho de peso e estatura está condicionada a uma redução do apetite. • Os pré-escolares necessitam de menos energia por unidade de peso • Neste período, o apetite é irregular, apresentando flutuações diárias • A maturidade neurológica permite exploração do ambiente, buscando o alimento por si só e expressando aceitação ou recusa • Todos esses aspectos geram ansiedade nas pessoas responsáveis pelo cuidado da criança, que antes tenham domínio da situação, podendo gerar interações negativas e desnecessárias • Uma boa progressão do peso e estatura significa uma nutrição adequada, mesmo que o consumo habitual não seja tanto adequado. • Do ponto de vista de alimentação, a fase representa a criação de uma identidade. • Cresce a prevalência de obesidade na infância, estando presente em todas as situações econômicas e está relacionado com o consumo elevado de alimentos com alta densidade energética, uso de fórmulas infantis (prejudicando o controlede saciedade da criança), diminuição da prática de atividades físicas que implicam em GE. • Fase de rejeição alimentar ❖ Perfil de saúde • Infecções respiratórias agudas: de fácil transmissão, já que as crianças estão sempre mantendo contato. • Diarreias agudas: muito relacionada a condições precárias de saneamento básico, fornecimento de água potável, etc. • Parasitas intestinais: pode haver ou não relação com a situação econômica – alguns parasitas infectam as crianças através de seus hábitos (colocar a mão suja na boca, por ex.) • Obesidade • Desnutrição • Anemia ferropriva: tem como causa principal a inadequação dietética. A prevenção é baseada nas orientações dietéticas e na suplementação da dose de 1mg/kg/dia. • O MS preconiza que o calendário mínimo de consultas após 12 meses, seja nas idades: 18m, 2a, 3a, 4a e 5ª. ❖ Características do desenvolvimento e comportamento • Mastigação menos eficiente: no 2° ano há erupção de 8 dentes, totalizando 14 a 16 dentes. • Desenvolvimento de linguagem: há um importante estabelecimento de linguagem favorecido pelo aparecimento dos dentes. • Controle motor e eficiente/destreza manual e física: a criança obtém maior autonomia para pegar um brinquedo, ligar ou desligar um aparelho eletrônico, se vestir etc. ❖ Controle dos esfíncteres • Aos 2 anos, 50% das crianças controlam o fluxo urinário e 65% controlam a defecação • Aos 3 anos 85% controlam o fluxo urinário e 90% controlam a defecação • Há uma considerável variação na época de controle dos esfíncteres • Em geral, o controle intestinal precede o urinário • Comportamento exploratório/ capacidade de atender às solicitações dos adultos, decorrente do desenvolvimento cognitivo ❖ Orientações para favorecer o crescimento saudável • Refeições em ambiente calmo • Possibilitar a experiencia com novos alimentos e novas formas de apresentação • Combinar alimentos de sabores mais fortes com alimentos mais suaves • Explorar a alimentação colorida • Evitar excesso de condimentos e sal • Refeições em horários regulares, em pequenas porções, respeitando o limite GRUPO DE ALIMENTOS 1-3 ANOS 3-6 ANOS Hortaliças A ou B 100g 100g Carne 60g 80g Cereal 100g 100g Leguminosa 150g 200g Ovo 20g 20g manteiga 5g 5g Óleo 5mL 8mL Fruta 200g 200g Pão 30g 50g Açúcar 10g 15g ❖ Recomendações Nutricionais • Equações para estimar TMB pela MC – FAO Idade TMB (kcal/dia) Meninos Meninas <3 anos 59,51x MC – 30,4 58,317xMC – 31,1 3 – 10 anos 22,706xMC + 504,3 20,315xMC + 485,9 • Equações para requerimento energético: IOM 1 -3 anos: GET (kcal/dia) = (89xMC – 100) + 20 3 – 6 anos (meninos): [88,5 – (61,9xIdade)] + AF x (26,7xMC+903xestatura)+20 3 – 6 anos (meninas): [135,3 – (30,8xIdade)] + AF x (10xMC+934xestatura)+20 ❖ Determinantes do consumo alimentar na infância • Determinantes fisiológicos: n° e intervalo entre as refeições; tamanho da refeição; tipos de alimentos presentes. • Intervalo entre refeições: está associado ao volume da refeição • Tamanho da refeição: determina o período de saciedade que segue à refeição. Na fase inicial da vida, o tamanho é uma reação ao período de privação e, ao longo do desenvolvimento, a criança aprende a ajustar o consumo de uma refeição • Volume da refeição: a criança é capaz de regula a quantidade ingerida de modo a manter BE positivo • A variedade de alimentos determina o tamanho de uma refeição, resultado de uma saciedade específica, ou seja, o individuo demonstra saciedade para um determinado alimento, porém mantem o apetite para ingerir outros. • Para lactentes e pré-escolares, a densidade energética é um importante determinante do tamanho da refeição. • Crianças tendem a rejeitar novos alimentos (neofobia). ❖ Obesidade infantil • Doença nutricional, crônica, de origem multifatorial, ocasionada pelo BE positivo. • Surge da interação de fatores ambientais, comportamentais e genéticos • Pontos de corte utilizados no diagnostico da obesidade, segundo faixa etária e indicador antropométrico – Z = +3 e P>99,9, tanto para MC/E IMC/I para crianças de 0-5anos. • Para crianças de 5-10anos, o ponto de corte de IMC/I é alterado para P>97 e Z>2 • A condição socioeconômica da família não é o único ou mais importante fator determinante da obesidade. • A gestação é o momento de frear o processo integracional da obesidade, controlando o peso adequado da gestante. • O contrario também é válido: o bebê pode nascer pequeno, se o ganho de peso for insuficiente • Há uma teoria que afirma que a restrição do crescimento intrauterino, quando não é provocada pelo encurtamento do período gestacional, faz uma ruptura na programação metabólica do indivíduo, tornando-o mais propenso a desenvolver síndromes metabólicas • Bebês macrossômicos (≥4kg) possuem altas chances de manter MC elevada • Bebês alimentados com fórmulas tende a ter > MC, pois o controle da saciedade fica prejudicado • Definição: acumulo de tecido gorduroso, em região específica ou no corpo todo, causado por doenças genéticas ou encodrinometabólicas ou alterações nutricionais • Complicações: aumento da PA, alterações ortopédicas; alterações da função pulmonar (redução do volume expiratório); alterações dermatológicas (acantose negricans) • Para manejo da dieta é importante considerar a ingestão de uma quantidade limitada de lipídios • Após 1 ano de idade, a % de lipídios aceitável na dieta passa a ser igual a de um indivíduo adulto. • Tratamento: equipe interdisciplinar; aumento de atividade física (pode envolver passeios, caminhadas, lazer em conjunto); orientação dietética (manutenção de MC// não se orienta perda de peso na infância, pois pode restringir o crescimento); seleção de alimentos/formas de preparo; diminuição gradativa da quantidade de alimentos ingeridos; aumentar o fracionamento; mastigação eficiente; menor exposição à propagandas. ❖ Anemia na infância • Definição: diminuição do n° de hemácias ou da concentração de hemoglobina no sangue • Se Hb e Ft estão afetados, significa que outras fontes de depósito corporal já foram mobilizados. Hb e ferritina (Ft) são formas de transporte. • A Ft é uma forma de armazenamento ao nível intestinal, hepático, baço e medula óssea. • O crescimento celular será prejudicado – bebês que nascem anêmicos, tendem a ser menores. • Anemia ferropriva é a mais prevalente • Epidemiologia o Mais prevalente em países em desenvolvimento que nos países industrializados, que adicionam sais de Fe em vários produtos. o Quando a anemia incide em mais de 40% da população, o problema é considerado grave; se atinge 20 – 39% é considerado moderado; e se atinge 5 – 19% é considerado leve. o No brasil, a anemia na infância tem prevalência de 25 – 50% em crianças menores de 2 anos o Nos países em desenvolvimento, há maior tendência em consumir produtos in natura o Pré-escolares são mais afetados (a demanda por Fe é maior devido ao crescimento) o Grupos de risco: crianças de 6m a 5 anos • Causas: prematuridade; crescimento intrauterino restrito; hemorragias; infecções crônicas; ingestão insuficiente de alimentos fontes de Fe; desmame precoce; etc. • Consequências: deficiência de crescimento; menor resistência às infecções; diminuição da capacidade de atenção; cansaço; anorexia; baixo rendimento escolar. • Sinais bioquímicos: depleção de Fe, diminuição dos depósitos corporais; ferritina sérica <12mg/dL • Eritropoiese deficiente: diminuição do Fe sérico, saturação da transferrina <16% • Quando a anemia é ferropriva há características de microcitose(diminuição do tamanho das hemácias) e hipocromia (hemácias descoradas) • Tratamento: 1mg/kg/dia de sulfato ferroso de suplementação; aleitamento materno prolongado; alimentação complementar saudável. • Fatores estimuladores de absorção de Fe: ácidos orgânicos (ascórbico, láctico, málico, cítrico e tartárico) e carnes em geral • Fatores inibidores de absorção: substâncias fenólicas; fitatos; celulose; hemicelulose; lignina; albumina e fosfitina; sais orgânicos (Ca, Mn e Cu) • Alguns suplementos infantis trazem todas as necessidades infantis, inclusive os inibidores de absorção do Fe. ❖ Aspectos nutricionais da vitamina A • Vitamina A: termo que designa qualquer composto que possui atividade biológica de retinol • Há um programa de suplementação para mulheres e crianças na infância. No caso de mulheres, é oferecido na maternidade, pois é quando se tem certeza que a mulher não está gravida • Vitamina A pré-formada: alimentos de origem animal, como fígado, leite e gema de ovo. Absorção de 70-90%. • Carotenoides: precursores da vit. A. vegetais verde-escuro e amarelo-alaranjados. Absorção de 9-22%. • A deficiência é identificada quando os níveis séricos estão abaixo de 70 mg/dL • Fatores de risco: socioeconômico (variedade alimentar de difícil acesso); desmame precoce; AC não saudável; infecções frequentes; baixa ingestão de lipídios e hortaliças. • Tratamento e prevenção: tratamento feito com uma ampola de vit. A e a dose deve ser conforme a idade do paciente o As cápsulas são gelatinosas e apresentam cores diferentes para facilitar a distinção da concentração