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1º Semestre Serviço Social - Introdução ao Pensamento Sociológico - slide da aula - unidade III

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Unidade III
INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO 
SOCIOLÓGICOSOCIOLÓGICO
Profa. Rita Maciel
Introdução ao Pensamento 
Sociológico
Ementa:
Unidade I
1. A Sociologia nos diversos campos da 
vida humana
2 O Renascimento e o novo pensamento2. O Renascimento e o novo pensamento 
social
3. O surgimento da ciência e as bases da 
Sociologia
4. Surgimento da Sociologia 
Introdução ao Pensamento 
Sociológico
Unidade II
5. A Sociologia de Durkheim
6. Max Weber e a Sociologia alemã
Unidade III
7. Marx e o materialismo histórico dialético
8. A contribuição de Gramsci ao 
pensamento sociológico
Introdução ao Pensamento 
Sociológico
Marx e o materialismo histórico-dialético:
 Karl Marx (1818-1883) nasceu em Treves, 
na Prússia, na região do Reno, na 
Alemanha, em 5 de maio de 1818, em 
uma família de origem judaica.
 Pai advogado e mãe dona de casa.
 Estudou Direito na Universidade de 
Bonn.
 Em 1836, matriculou-se na Universidade 
de Berlim onde se doutorou em filosofiade Berlim, onde se doutorou em filosofia
com uma tese sobre a diferença entre as 
filosofias da natureza de Demócrito e de 
Epicuro.
Introdução ao Pensamento 
Sociológico
 Berlim: atmosfera influenciada pelo 
pensamento idealista de Hegel.
 Isso possibilitou que Marx entrasse em 
contato com os discípulos de Hegel, 
conhecidos como jovens hegelianos, ou 
hegelianos de esquerda.
 1843: Marx se casa com Jenny von 
Westphalem, quatro anos mais velha. 
 Em Paris, entra contato com os 
socialistas utópicos franceses e comsocialistas utópicos franceses e com 
Bakunin, anarquista russo, além de 
encontrar Friedrich Engels (1820-1895), 
que se tornou seu amigo e
colaborador durante toda a vida.
O debate entre os socialistas 
utópicos e os socialistas científicos
 Socialistas utópicos: primeiros teóricos 
a defender a proposta em substituição 
ao capitalismo.
“Para Marx, esses socialistas não
perceberam no proletariado uma iniciativa 
histórica, nenhum movimento político que 
lhe seja próprio. 
A classe operária só existe para eles sob 
esse aspecto de classe mais sofredora. Por 
isso, suas propostas para a sociedade tem 
um sentimento puramente utópico.” 
(MARX, 2001, p. 50-52)
O debate entre os socialistas 
utópicos e os socialistas científicos
Alguns socialistas utópicos:
 Saint-Simon (1760-1825): severas críticas 
ao liberalismo econômico e à desumana 
exploração dos trabalhadores pelos 
capitalistas proprietários dos meios e 
produção. 
 Defendia enfaticamente a destruição do 
sistema e desejava o fim das diferenças 
de classe e a construção de uma 
sociedade em que cada um ganhasse de 
acordo com o real valor de seu trabalho.
O debate entre os socialistas 
utópicos e os socialistas científicos
 Proudhon (1804-1865): em sua 
concepção, a propriedade privada era 
um roubo, pois se mantinha pela 
exploração do trabalho alheio. 
 Por isso, pregava como sociedade ideal 
aquela que oferecesse a igualdade e a 
liberdade para todos os indivíduos, que 
viveriam em uma sociedade harmônica, 
sem a força do Estado.
 www.larousse.fr
O debate entre os socialistas 
utópicos e os socialistas científicos
 Owen (1771-1852): socialista que 
acreditava na organização da sociedade 
em comunidades cooperativas, 
compostas de operários. 
 Essas comunidades foram denominadas 
trade unions, cuja proposta era de que 
cada um recebesse de acordo com as 
suas horas de trabalho.

 www.alunosonline.com.br
O debate entre os socialistas 
utópicos e os socialistas científicos
 Diante dessas propostas dos chamados 
socialistas utópicos e comunistas
propriamente ditos, como Saint-Simon, 
Fourier, Owen e Proudhon, Marx passa a 
avaliar que essas aparecem no primeiro 
período da luta entre o proletariado e aperíodo da luta entre o proletariado e a 
burguesia.
 O debate sobre o socialismo científico 
ou utópico teve como tema central a 
exploração da burguesia sobre a classe 
operária emergente naquele períodooperária emergente naquele período.
O debate entre os socialistas 
utópicos e os socialistas científicos
 Enquanto a classe burguesa 
contabilizava cada vez mais lucros 
exorbitantes, os trabalhadores e 
operários amargavam uma vida de plena 
miséria e se organizavam, como grupo, 
para garantir um pouco de dignidadepara garantir um pouco de dignidade, 
melhores condições de vida e de 
trabalho.
O debate entre os socialistas 
utópicos e os socialistas científicos
Nesse contexto, surgem estudos que 
buscam compreender a situação do 
trabalhador-operário e as obras:
 Engels: “A situação da classe operária 
na Inglaterra” (1844).
 Marx: “A sagrada família”.
 Contrapondo as ideias de Proudhon, 
Marx escreve “A miséria da filosofia”, na 
qual ataca dizendo que seu pensamento 
é de pequeno burguês.é de pequeno burguês.
Introdução ao Pensamento 
Sociológico
 Em 1848, Marx e Engels trazem a público 
“O manifesto do partido comunista”, um 
projeto que demonstrava a luta de 
classes e sua desigualdade social em 
pleno período revolucionário da 
primavera de 1848primavera de 1848.
 Em março, Marx foi expulso com sua 
família da Bélgica, voltou para a Prússia, 
de onde foi expulso em 1849, sempre por 
causa de sua militância política.
 Vai para a França, permanecendo por um 
breve período e é convidado pelo 
governo francês a deixar Paris e se 
refugiar na periferia da cidade, o
que foi recusado por ele.
Introdução ao Pensamento 
Sociológico
 24 de agosto de 1849: Karl Marx e sua 
família desembarcam na Inglaterra.
 Foi perseguido e exilou-se em Londres, 
vivendo ali o resto da vida, escrevendo 
na Biblioteca do Museu Britânico.
 “O capital”: considerada a obra mais 
importante de Marx 
 14 de março de 1883: faleceu na cidade 
de Londres. 
 II volume de “O Capital”: publicado em II volume de O Capital : publicado em 
1885 e, em 1894, chegou aos leitores o 
volume III.
Marx em seu contexto: a Revolução 
Industrial
 Obras de Marx: construídas a partir da 
realidade social, política e econômica de 
sua época, o século XIX.
 Bem antes, no século XVIII, as 
transformações que se intensificaram no 
século XIX já vinham causando 
desigualdades sociais. 
 O trabalho familiar sob o domínio do 
artesão, que tinha sob sua tutela todas 
as fases da produção, desde a compra 
da matéria-prima, dos meios de 
produção até sua total confecção, 
começou a perder força.
Marx em seu contexto: a Revolução 
Industrial
 Em países como a Inglaterra surgiram as 
oficinas maiores, denominadas 
manufaturas, lugar que reunia vários 
artesãos no mesmo espaço e todo o 
processo de produção sob o dono dos 
meios de produção e dos instrumentosmeios de produção e dos instrumentos 
de trabalho, influenciando na criação das 
futuras fábricas.
 A Revolução Industrial, que possibilitou 
a saída dos habitantes da zona rural para 
as cidades europeias principalmente naas cidades europeias, principalmente na 
Inglaterra, serviu também como 
laboratório para Marx escrever “O 
Capital”, sua principal obra.
Marx em seu contexto: a Revolução 
Industrial
 Esse contexto foi marcado pelo êxodo 
rural, processo que levou as populações 
rurais a se submeterem às regras dos 
trabalhos desumanos nas cidades que 
iam surgindo em meio a Revolução 
IndustrialIndustrial.
 A Revolução Industrial passou por várias 
etapas, como a de 1760 até 1860, que se 
restringiu à Inglaterra, com ênfase no 
desenvolvimento das fábricas sob as 
indústrias de tecidos e algodãoindústrias de tecidos e algodão, 
dinamizadas pelos avanços 
tecnológicos.
Interatividade
Marx demonstrava oposição aos socialistas 
utópicos, porque:
a) Os utopistas não perceberam no 
proletariado uma iniciativa histórica ou 
movimento político.b) O socialismo utópico era formado por 
filósofos que serviam ao sistema 
capitalista.
c) Os utopistas desconheciam a realidade 
econômica da época.
d) O t i t h i it li td) Os utopistas reconheciam os capitalistas 
como vítimas do proletariado.
e) Todos os utopistas defendiam o pagamento 
de horas extras ao trabalhador.
Marx em seu contexto: a Revolução 
Industrial
 O avanço dos meios técnicos, como o tear 
mecânico e a invenção em 1769 da 
máquina a vapor, empurrou para a miséria 
os trabalhadores familiares.
 Os artesãos se viram sem condições de 
competir com o grande capital que vinha 
varrendo toda a Europa.
 Em seu livro “O grande massacre dos 
gatos”, publicado em 1986, Robert Darton 
relata o processo de passagem de artesão 
para operário, destacando os movimentos 
de insatisfação e resistência.
Marx em seu contexto: a Revolução 
Industrial
 Aprendizes gráficos, que viviam em 
situação de penúria em quartos sujos e 
gelados, levantando-se antes do 
amanhecer para a execução das tarefas, 
que duravam o dia inteiro. 
 Esses operários recebiam maus tratos 
do patrão (mestre) e insultos dos oficiais 
(assalariados), além de não conseguirem 
dormir à noite por causa do barulho dos 
gatos bem-tratados e bem-alimentados 
pelos seus patrões burguesespelos seus patrões burgueses.
Marx em seu contexto: a Revolução 
Industrial
 De acordo com Darton (1986, p. 104), 
“armados com cabos de vassoura, 
barras de impressora e ajudados pelos 
assalariados, mataram todos os gatos 
que conseguiram encontrar, a começar 
pela gata de estimação da patroa Empela gata de estimação da patroa. Em 
seguida, atiraram os gatos mortos no 
pátio da gráfica, fingiram executar um 
julgamento e penduraram os corpos 
mutilados dos culpados em forcas 
improvisadas”.improvisadas .
Os movimentos operários de 
resistência: ludismo e sindicalismo 
 Para os operários, as máquinas eram 
sinônimo do desemprego, da miséria e da 
opressão, além de serem responsáveis 
pelos salários baixos. 
 As máquinas operavam várias ações ao 
mesmo tempo e possibilitavam, com isso, 
o aumento da produção, a diminuição do 
tempo de trabalho, ou seja:
 O tempo que cada operário levava para 
fabricar um objeto, deixando de ser uma 
ferramenta auxiliar.
Os movimentos operários de 
resistência: ludismo e sindicalismo
 Com o passar do tempo, os operários se 
organizaram em instituições, dando 
origem aos sindicatos atuais e 
orientando suas ações em direção ao 
sistema capitalista, que para os 
operários era o causador das injustiçasoperários era o causador das injustiças 
sociais.
 Os movimentos de resistência e revolta 
da classe operária foram inicialmente 
imediatistas, os grupos de operários 
passaram a destruir o que acreditavampassaram a destruir o que acreditavam 
ser a principal causa dos problemas: as 
máquinas.
Os movimentos operários de 
resistência: ludismo e sindicalismo
 Os operários que entravam nas fábricas e 
quebravam as máquinas ficaram 
conhecidos como ludistas.
 Para eles, a destruição não era aleatória, 
pois só quebravam as armações de quem 
agia de forma a explorar os operários.
 Alguns pesquisadores analisam o 
movimento ludista como um movimento 
ingênuo e pré-político.
htt://wordart.sjsu.edu
Os movimentos operários de 
resistência: ludismo e sindicalismo
“Embora tendo sua origem em queixas 
trabalhistas específicas, o ludismo foi um 
movimento de feição insurrecional, que 
oscilou continuamente à beira de objetivos 
revolucionários ulteriores. 
Isso não quer dizer que fosse um 
movimento revolucionário totalmente 
consciente; por outro lado, tinha uma 
tendência a se transformar em um 
movimento desses e é essa tendência que é 
subestimada com excessiva frequência ”subestimada com excessiva frequência.”
(THOMPSON, 2002, p. 124-125)
Os movimentos operários de 
resistência: ludismo e sindicalismo
 O sistema artesanal foi dando lugar ao 
sistema mercantil, que se punha e 
impunha com toda sua força devido a 
duas combinações: capital (dinheiro) e 
invenções técnicas. 
 Essa junção facilitou o trabalho para que 
se tornasse cada vez mais singelo e 
possibilitasse a qualquer criança fazê-lo.
 Ao se sentir impotente e desqualificado, 
os artesãos se punham no mercado para 
vender sua força de trabalho para o 
capitalista, ou seja, o dono dos meios de 
produção.
Os movimentos operários de 
resistência: ludismo e sindicalismo
 Isso fez com que o sistema capitalista se 
pusesse com toda sua pujança e 
crueldade, pois mulheres grávidas, 
jovens mulheres, crianças a partir dos 6 
anos de idade e homens pais de família 
viam se trabalhando dezesseis horas porviam-se trabalhando dezesseis horas por 
dia de forma insalubre, escrava, sem 
nenhum direito trabalhista, morando em 
guetos e cortiços. 
 No início da Revolução Industrial, os 
trabalhadores viviam atétrabalhadores viviam até, 
aproximadamente, 55 anos.
Os movimentos operários de 
resistência: ludismo e sindicalismo
 Os casos de mortes devido ao trabalho 
extremo e abusos de todas as ordens 
inundam a literatura sobre a Revolução 
Industrial.
 Não é de hoje que os empresários 
querem mão de obra barata e livre 
comércio. 
 Naquela época, os capitalistas pagavam 
salários baixos e aumentavam as horas 
de trabalho para maximizar seus lucros.
 htt://wordart.sjsu.edu
Os movimentos operários de 
resistência: ludismo e sindicalismo
 As desigualdades estavam na raiz dos 
conflitos entre patrões e empregados, 
devido ao avanço da sociedade industrial, 
que de forma violenta e radical dividia a 
sociedade daquela época entre 
burgueses donos do capital e dos meiosburgueses, donos do capital e dos meios 
de produção e o proletariado, vendedor de 
sua força de trabalho e que viviam sem as 
mínimas condições de higiene, água, 
esgoto e sem a possibilidade de 
reprodução de suas condições básicas de 
sobrevivência.
O pensamento materialista histórico 
e materialista dialético
 A contribuição de Marx para o 
pensamento sociológico foi a produção 
do pensamento materialista histórico 
como ciência e materialista dialético
como filosofia.
 O marxismo passa a compreender os 
fatos humanos de maneira determinada 
historicamente, permitindo uma 
interpretação racional dos mesmos e, 
por conseguinte, o conhecimento das 
suas leissuas leis.
O pensamento materialista histórico 
e materialista dialético
 Marx, levado pelo pensamento 
desenvolvido por Hegel (1770-1831), 
entra em contato com o grupo dos 
hegelianos de esquerda.
 Esse grupo de jovens pensadores 
criticou a noção de Estado e de religião, 
inserindo nas análises a dialética. 
 Ao elaborar seu pensamento, Marx 
desenvolve o materialismo histórico 
como crítica ao idealismo de Hegel.
 www.biografia.inf.br
O pensamento materialista histórico 
e materialista dialético
De acordo com Chaui (2001, p. 275), ao 
enfatizar o materialismo, Marx afirma que é 
pelo trabalho que o homem muda a 
natureza e produz a luta pela sobrevivência, 
e dessas relações do trabalho, natureza e 
sobrevivência originam se:sobrevivência originam-se:
1. a família (divisão social do sexo);
2. o pastoreio e a agricultura (divisão social 
do trabalho);
3. troca e comércio (distribuição social dos3. troca e comércio (distribuição social dos 
produtos do trabalho).
O pensamento materialista histórico 
e materialista dialético
 Para o materialista, o mundo material é 
anterior e exterior ao pensamento, ou 
seja, ele existe antes e fora de nós. 
 Essa forma de ver contradiz o idealismo 
de Hegel, que pensa o mundo como ideia 
absoluta da consciência.
 Para o materialista, o movimento da 
matéria não depende do pensamento, o 
movimento se torna para a análise 
materialistao ponto central e fundante 
do pensamento, ou seja, da forma de 
pensar o mundo.
O pensamento materialista histórico 
e materialista dialético
 Nesse sentido, a consciência se faz a 
partir da matéria, da natureza.
 Ao expor o materialismo dialético como 
fonte de conhecimento, Marx expressa-o 
como processo; assim sendo, as coisas 
estão na dependência da outra, 
formando uma unidade dialética em 
reciprocidade.
 O materialismo histórico aplica sua 
leitura à história, levando em 
consideração os fatos materiais que se 
desenvolvem na estrutura econômica 
chamada de infraestrutura. 
O pensamento materialista histórico 
e materialista dialético
 Essa estrutura é considerada a primeira 
instituição, enquanto a superestrutura é 
tratada como a segunda instituição 
(Igrejas, Estado, escola e outras). 
 Para que a sociedade se mantenha, ou 
conserve seu poder, cria para si valores, 
símbolos, representações e ideias que 
sejam de uma forma ou de outra aceitos 
pelo grupo social, para que possam a 
partir daí legitimar suas instituições e 
sua forma de produzir os bens materiaissua forma de produzir os bens materiais 
de produção.
O pensamento materialista histórico 
e materialista dialético
 Deve-se levar em consideração que a 
“materialidade da existência econômica 
comanda as outras esferas da vida social 
e da espiritualidade e os processos 
históricos abrangem todas elas” (CHAUI, 
2001 p 275)2001, p. 275).
 A sociedade passa a ser explicada a 
partir da transformação da natureza pelo 
trabalho e das relações recíprocas entre 
os seres humanos que se desvela e se 
oculta a produção da vida das ideias eoculta a produção da vida, das ideias e 
das instituições.
Interatividade
O avanço dos meios técnicos, como o tear 
mecânico e a invenção em 1769 da máquina 
a vapor, teve como consequência social:
a) Melhorar as condições de trabalho da 
população.
b) Empurrar para a miséria os artesãos que 
não tinham condições para competir 
com o capital.
c) Aprovação de cursos técnicos.
d) A desunião da classe trabalhadorad) A desunião da classe trabalhadora.
e) Aprovação de leis de proteção para os 
trabalhadores e as famílias.
O conceito de modo de produção 
em Marx
 Para Marx, a sociedade passa a ser 
explicada, por seu modo de produção, 
pela maneira que cada sociedade em sua 
época desenvolve seu modo de produzir 
correspondente. 
 As forças produtivas, vistas em seu 
conjunto, possibilitam ao pesquisador 
analisar as características de cada 
sociedade, em seu tempo histórico.
 Ao desenvolver sua teoria materialista da 
historia, Marx procurou em várias 
épocas distintas analisar alguns modos 
de produção.
O conceito de modo de produção 
em Marx
Com um olhar no campo econômico, ou 
seja, na infraestrutura e na superestrutura, 
possibilitou-lhe colocar em prova sua 
teoria, as quais são:
 Modo de produção comunal primitivo: 
não existe propriedade privada, os bens 
existentes pertencem a todos, os meios 
de produzir se baseiam na pesca e na 
caça.
 Modo de produção patriarcal: ganha 
relevância a autoridade paterna. O 
homem passa a domesticar os animais e 
assim desenvolve também a agricultura.
O conceito de modo de produção 
em Marx
 Modo de produção escravista: a luta 
entre senhores e escravos devido à 
apropriação da exploração do homem 
pelo homem a partir do surgimento da 
emergência da propriedade privada dos 
meios de produçãomeios de produção.
 Modo de produção feudal: o senhor 
feudal detinha os meios de produção, e 
os servos, além de trabalharem para si, 
ainda reservam um tempo para o senhor 
feudal sob a cobrança de impostosfeudal sob a cobrança de impostos. 
Desse conflito, surgiu o burguês, fruto 
do comércio, artesanato que se 
concentrava nas cidades.
O conceito de modo de produção 
em Marx
 Modo de produção capitalista: as duas 
classes antagônicas se encontram em 
conflito permanente, dividindo-se entre os 
que detém os meios de produção 
(burguês detentor do capital) e os que não 
detém os meios de produção (proletariadodetém os meios de produção (proletariado 
detentor da força de trabalho).
O conceito de modo de produção 
em Marx
 Para Karl Marx, em todo tempo e em todo 
lugar, as sociedades possuem uma base 
material (estrutura). 
 Essa base reproduz, como um reflexo, as 
forças de produção econômicas, ou seja, 
os instrumentos, os sujeitos e os 
indivíduos a partir de sua força de 
produção, que por sua vez estão nela 
envolvidos, e pelas relações sociais de 
produção, que são de dominação, 
solidariedade e outrassolidariedade e outras.
 Dessa maneira, esse modo de produção 
determina, de maneira geral, a vida 
social, política e intelectual.
O conceito de modo de produção 
em Marx
“O conjunto das relações de produção [...] 
constitui a estrutura econômica da 
sociedade, a base concreta sobre a qual se 
eleva uma superestrutura jurídica e política 
e a qual correspondem determinadas 
formas de consciência social O modo deformas de consciência social. O modo de 
reprodução de vida material determina o 
desenvolvimento da vida social, política e 
intelectual em geral. Não é a consciência 
dos homens que determina o seu ser; e o 
seu ser social, inversamente, determina suaseu ser social, inversamente, determina sua 
consciência.”
(MARX apud CHAUI, 1999, p. 414)
A luta de classes: o motor da 
história
 Marx analisa a sociedade como uma 
construção histórica e transitória, de 
acordo com cada momento e 
necessidade dos modos de produção, 
em que um cede lugar a outro.
 Para o materialismo histórico, a luta de 
classes relaciona-se diretamente à 
mudança social e à superação dialética 
das contradições existentes.
 Para Marx, a luta de classes é o motor da 
história e só teria fim com a ascensão da 
sociedade comunista, ou seja, terminaria 
a exploração de um homem sobre o 
outro, desaparecendo, dessa maneira, a 
luta de classes.
A luta de classes: o motor da 
história
 Em cada modo de produção existe a 
disputa de classes entre os que 
possuem os meios de produção e os 
despossuídos, e o primeiro grupo 
domina o segundo e o oprime.
 A tese defendida no “Manifesto 
Comunista”, de Marx e Engels, era a de 
que, com a união de todos os 
trabalhadores contra o capital, acabaria a 
causa da origem de toda exploração do 
homem pelo homem a propriedadehomem pelo homem, a propriedade 
privada dos meios de produção.
A luta de classes: o motor da 
história
 O sistema capitalista, ao gerar essas 
contradições, necessitou de um órgão 
regulador que atendesse as necessidades 
da classe dominante. 
 Surge, então, o Estado burguês como 
construção social, que se põe acima da 
sociedade e é de interesse comum.
 A sociedade civil é o sistema de relações 
sociais que organiza a produção 
econômica, realizando-se por meio de 
i tit i õ i i d dinstituições sociais encarregadas de 
reproduzi-lo. 
 É o espaço onde as relações sociais 
e suas formas econômicas e 
institucionais são pensadas.
A luta de classes: o motor da 
história
 De acordo com Chaui (1999, p. 410), “a 
sociedade civil é o sistema de relações 
sociais que organiza a produção 
econômica (agricultura, indústria e 
comércio), realizando-se através de 
instituições sociais encarregadas deinstituições sociais encarregadas de 
reproduzi-lo (família, igrejas, escolas, 
partidos políticos, meios de 
comunicação etc.)’’.
A contribuição do pensamento de 
Karl Marx
 O pensamento de Karl Marx teve reflexos 
em várias partes do mundo, como no 
caso das revoluções soviética e cubana, 
quando o mundo ficou dividido em dois 
blocos de influência política e 
econômicaeconômica.
 Após a Segunda Guerra Mundial, o 
socialismo se ampliou para além do 
mundo Ocidental(Leste Europeu), 
atingindo países do Continente Africano 
e chegando à China pela Revoluçãoe chegando à China, pela Revolução 
Cultural.
A contribuição do pensamento de 
Karl Marx
 A influência desse sistema político e 
econômico (socialismo) foi tão relevante 
que um terço do mundo conhecido da 
época se tornou socialista, o que acirrou 
os conflitos entre as duas potências que 
dominavam e dividiam o mundo em doisdominavam e dividiam o mundo em dois 
blocos econômicos, ou seja, os Estados 
Unidos da América e a ex-União das 
Repúblicas Socialistas Soviéticas, que 
durante décadas disputaram a 
hegemonia mundial.hegemonia mundial.
 Esse período ficou conhecido como 
Guerra Fria e deixou o mundo sob 
tensão permanente.
A contribuição do pensamento de 
Karl Marx
 Como em um jogo de xadrez, cada 
potência avançava sua zona de 
influência (militar, ideológica e 
econômica), que foi concentrada, 
sobretudo, nos países do chamado 
Terceiro Mundo (naçõesTerceiro Mundo (nações 
subdesenvolvidas da época).
 Esses avanços sob as zonas de 
influência carregavam o mundo de 
tensão e deram origem à corrida nuclear 
armamentista que colocou o mundoarmamentista, que colocou o mundo 
próximo da Terceira Guerra Mundial.
A contribuição do pensamento de 
Karl Marx
 Esses dois países, que passaram a 
influenciar o mundo, colocavam de um 
lado a economia de mercado, que 
representava o mundo capitalista. 
 Essa economia se baseava na produção 
privada de bens e serviços. 
 O papel do Estado era mínimo e servia 
para a regulamentação das atividades 
econômicas, fiscalização e manutenção 
dos setores de serviço, como educação, 
saúde, segurança e comunicação.
A contribuição do pensamento de 
Karl Marx
 Na economia estatal planificada, a 
produção de bens e serviços era estatal, 
ou seja, o Estado desempenhava papel 
de grande influência no mercado 
econômico de produção, tudo ficava sob 
sua orientação tanto os meios desua orientação, tanto os meios de 
produção quanto os funcionários. 
 Nesse modo de gerir a economia, não 
existia iniciativa privada, todos as ações 
eram estatais.
A contribuição do pensamento de 
Karl Marx
 Em uma escala menor, mas muito 
significativa, o pensamento marxista 
influenciou também áreas culturais (desde 
a poesia, passando pela música, teatro e 
literatura), acadêmicas, revoltas 
populares sindicatos educaçãopopulares, sindicatos, educação, 
movimentos sociais e populares. 
 O pensamento marxista foi o divisor de 
águas do século XX.
Interatividade
Qual é a tese defendida por Marx e Engels
na obra “Manifesto Comunista”? 
a) A união entre os capitalistas e os 
trabalhadores.
b) A sociedade deveria se envolver com ob) A sociedade deveria se envolver com o 
capitalismo lutando contra o 
comunismo.
c) A união dos trabalhadores contra o 
capital acabaria com a exploração do 
homem pelo homem.homem pelo homem.
d) A separação entre trabalhadores rurais e 
urbanos.
e) Os trabalhadores deveriam se empenhar 
mais para lucrar com seu trabalho.
A contribuição de Antonio Gramsci 
ao pensamento sociológico
 Filósofo e político italiano (1891-1937), 
além de se destacar como teórico 
marxista fundador do Partido Comunista 
Italiano (PCI).
 Comprometido com um projeto político 
que tinha como proposta a concretização 
de uma revolução proletária, Gramsci se 
diferencia dos outros teóricos por 
defender que a tomada de poder só seria 
possível após uma transformação nas 
mentalidadesmentalidades.
A contribuição de Antonio Gramsci 
ao pensamento sociológico
 Os conceitos criados ou valorizados por 
Gramsci são, atualmente, utilizados em 
várias partes do mundo, entre eles o de 
cidadania.
 Para ele, existe uma fundamental relação 
entre a discussão pedagógica e a 
conquista da cidadania como um 
objetivo da escola. 
 De acordo com essa concepção, a escola 
deveria ser orientada para uma 
“elevação cultural das massas”.
A contribuição de Antonio Gramsci 
ao pensamento sociológico
 Diferentemente da maioria dos teóricos, 
Gramsci se propôs a aprofundar as 
reflexões sobre o papel da cultura e dos 
intelectuais nos processos de 
transformação histórica.
“Para Gramsci, a política é acima de tudo 
entendida como esfera mediadora entre a 
produção material e a reprodução da vida 
humana.
A realidade social só pode ser entendida 
com o princípio da totalidade, que leva em 
conta as especificidades dos momentos.” 
(SIMIONATTO, 1997)
A contribuição de Antonio Gramsci 
ao pensamento sociológico
 Nessa concepção, entretanto, para que o 
grupo social consiga conquistar sua 
hegemonia, necessita passar por um 
processo constitutivo de sua identidade.
 Uma prática voltada para o ser humano 
necessita ter a compreensão crítica de si 
própria e só assim conseguirá combater 
a subalternidade e a passividade 
(elemento bastante presente no interno 
dessas classes trabalhadoras).
Gramsci: vida e obra 
 Aos 21 anos, foi estudar na Universidade 
de Turim, onde em 1915 se converte ao 
socialismo.
 Suas obras ficaram conhecidas do 
grande público como cadernos e cartas 
do cárcere que Antonio Gramsci 
escreveu na prisão durante os anos de 
1926 até 1936.
 Viveu sob o signo do totalitarismo, seja 
ele soviético ou italiano. 
 No fascismo, Gramsci se viu perseguido 
e preso, o regime estava em seu auge.
Gramsci: vida e obra 
 Gramsci faleceu no dia 27 de abril de 
1937, aos 46 anos de idade, vitimado por 
tuberculose e derrame cerebral que o 
debilitaram durante anos seguidos. 
 O público só teve acesso às suas obras 
após o ano de 1945.
 Em “Cadernos do cárcere”, destacou as 
práticas de construção e manutenção da 
hegemonia das classes dominantes, a 
importância das questões ligadas à 
direção cultural e moral que classes 
imprimem ao todo social.
Gramsci: vida e obra 
 Para Gramsci, a hegemonia de uma 
classe significa sua capacidade de 
subordinar intelectualmente as demais 
classes através da persuasão e da 
educação, sendo esta entendida em seu 
sentido amplosentido amplo.
 www.marxists.org
Gramsci: vida e obra
 Para conquistar a hegemonia, é 
necessário que a classe fundamental se 
torne referência para as demais, como 
aquela que representa e atende aos 
interesses e valores de toda sociedade, 
obtendo o consentimento voluntário e aobtendo o consentimento voluntário e a 
anuência espontânea, garantindo, assim, 
a unidade do bloco social que, embora 
não seja hegemonica, mantém-se, 
predominantemente, articulado e coeso.
O conceito de hegemonia
 O conceito de hegemonia representa um 
dos pontos centrais do pensamento 
gramsciano, em que o pesquisador 
analisa as características dos processos 
histórico-sociais, a formação e a 
importância dos intelectuais nesseimportância dos intelectuais nesse 
processo.
 Para compreender o conceito 
gramsciano de hegemonia, é necessário 
antes analisar a relação existente entre 
as concepções de hegemonia em Leninas concepções de hegemonia em Lenin, 
já que é a Lenin que Gramsci atribui a 
formulação do princípio teórico-prático 
da hegemonia.
Introdução ao Pensamento 
Sociológico
 O princípio da hegemonia desenvolvido 
por Lenin refere-se, basicamente, à 
ditadura do proletariado e fundamenta-se 
na especificidade da história russa e 
definição das tarefas políticas do 
proletariadoproletariado.
 O conceito gramsciano de hegemonia 
está diretamente relacionado a alguns 
dos fundamentos bastante próximos da 
concepção leninista. 
 Coube a Gramsci aprofundar e ampliar 
esse conceito, relacionando-o aos 
interesses da sociedade civil, 
enriquecendo-o com o conceito
de aparelho de hegemonia.
Educação e emancipação das 
massas
 A escola é a principal responsávelem 
possibilitar o acesso à cultura das 
classes dominantes, para que todos 
possam ser cidadãos plenos.
 Por meio de suas análises, a educação 
constrói o conceito de cidadania, que 
orienta uma discussão pedagógica, 
tendo a escola como uma formadora de 
cidadãos.
 Para ele, a escola é burguesa e herdeira 
de tabus e das ideias preconceituosas, 
que são assimiladas e introjetadas pela 
sociedade.
A sociedade civil e o intelectual
 Por intelectuais podem ser 
compreendidos não só as camadas 
comumente entendidas com esta 
denominação, mas em geral toda a 
massa social que exerce funções 
organizativas em sentido lato seja noorganizativas em sentido lato, seja no 
campo da produção, seja no campo da 
cultura, seja no campo 
administrativo-pedagógico.
 Sociedade civil é compreendida como 
sendo o conjunto formado pelossendo o conjunto formado pelos 
organismos denominados privados e 
sociedade política ou Estado.
A sociedade civil e o intelectual
 O conceito de sociedade civil foi 
concebido por Gramsci, que o 
reconstituiu da tradição iluminista e 
hegeliana dos séculos XVIII e XIX e o 
renovou como parte de uma operação 
teórica e política dedicada a interpretarteórica e política dedicada a interpretar 
as imponentes transformações que se 
consolidavam nas sociedades do 
capitalismo desenvolvido.
A influência do pensamento de 
Gramsci no Serviço Social
 As concepções de Gramsci 
influenciaram, no Brasil, os campos 
acadêmicos e profissionais, entre eles o 
Serviço Social.
 O processo de abertura democrática 
ocorrido entre 1978-84 e a revogação do 
AI-5 permitem, no país, uma maior 
participação dos movimentos populares, 
que reivindicavam novos itens na 
agenda política, entre eles o direito à 
greve e as melhores condições degreve e as melhores condições de 
trabalho.
A influência do pensamento de 
Gramsci no Serviço Social
 O profissional assistente social pode 
embasar sua prática na teoria 
gramsciana, pois esta tem como 
contribuição a reflexão sobre a 
importância do sujeito nas inúmeras 
mudanças sociaismudanças sociais.
 Nesse contexto de mudanças sociais, o 
campo do Serviço Social tem um papel 
fundamental, por meio da contribuição 
de seu saber, para impulsionar uma 
reflexão política entre os segmentosreflexão política entre os segmentos 
populacionais, para que esses possam 
reconhecer seus direitos e deveres, para 
exercerem sua cidadania.
Introdução ao Pensamento 
Sociológico
 Apesar da sociedade civil na atualidade 
não ser mais a mesma do tempo de 
Gramsci, ele levantou questões 
fundamentais e apontou caminhos que 
até hoje permanecem em aberto para se 
pensar a construção de uma sociedadepensar a construção de uma sociedade 
radicalmente democrática, que inclui 
cada vez mais a massa de excluídos e 
subalternizados pelo atual sistema.
Interatividade 
Para Gramsci, a política é entendida como:
a) O conjunto formado pelos organismos 
privados e sociedade política.
b) A análise das características dos 
processos histórico-sociais.processos histórico sociais.
c) A formação dos intelectuais no processo 
social.
d) A união de todos os trabalhadores 
contra o capital.
e) Esfera mediadora entre a produção 
material e a reprodução da vida humana.
ATÉ A PRÓXIMA!

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