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0 UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – UESPI CAMPUS POETA TORQUATO NETO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS COORDENAÇÃO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA: ECONOMIA II PROFESSORA: JOSEANE RESUMO LUIS DE SOUSA DOS SANTOS ‘ TERESINA, 2018 1 A contribuição de Keynes John Maynard Keynes era descendente de tradicional família inglesa. Nasceu em 1883. Sua mãe, Florence Ada Keynes, era uma senhora inteligente e encantadora, filha de um pastor metodista. Seu pai, John Naville Keynes, chefe da biblioteca da Universidade de Cambridge, foi um lógico e um economista de alto nível. durante mais de vinte anos, Keynes seria, como a grande maioria dos economistas da época, uma economista neoclássico. Discípulo de Marshall, o livro V dos Principles eram o centro de seus ensinamentos. A microeconomia ou a teoria dos preços constituía o núcleo da teoria econômica. Durante certa época de sua vida, especulou na bolsa e, como tudo o que fez, foi altamente bem sucedido, ganhando uma fortuna avaliada em quinhentas mil libras. Durante a Segunda Guerra Mundial, desempenhou um papel importante na definição da política financeira britânica, em sua qualidade de conselheiro do Tesouro. Em 1921 publica A Treatise on Probability, sua mais importante escapada do campo da Economia. Na macroeconomia enquanto ramo específico da ciência econômica surge com a contribuição original de Keynes. Escrevendo em plena crise dos anos 1930, Keynes buscava compreender as causas do desemprego que assolava os países centrais. Segundo a teoria neoclássica tradicional, o desemprego seria criado pela recusa dos trabalhadores em vender sua força de trabalho, o que se chocava frontalmente com a realidade. Após criticar a análise clássica do mercado de trabalho e a Lei de Say, Keynes argumenta que as decisões de produção determinam o nível de emprego, e que as expectativas de demanda no curto prazo determinam a decisão de produção. Em seguida, Keynes argumenta que a demanda corrente orienta as expectativas de curto prazo, e que a decisão de investimento determina a demanda corrente. Keynes aceita a curva de demanda por trabalho marginalista, defendendo que em virtude da produtividade marginal decrescente do trabalho, o nível de emprego e o salário real estão inversamente relacionados. No entanto, afirma que a curva de oferta de trabalho não existe, criticando a hipótese de que o salário real é igual à não utilidade marginal do trabalho. A macroeconomia keynesiana foi incorporada pelos neoclássicos depois de devidamente neutralizada no que diz respeito à sua demonstração da ineficiência do sistema de mercado. Sua teoria é 2 uma teoria macroeconômica, que, ao contrário da teoria microeconômica anterior, não toma a produção total como um dado e o pleno emprego como uma decorrência inerente ao sistema, colocando como incógnitas a alocação dos fatores de produção entre as diversas possíveis aplicações, através do mecanismo dos preços, e a consequente remuneração dos fatores. A ideia de pleno emprego é um volume singular de emprego, pode-se pensar nele a partir da curva da oferta e demanda de mão-de-obra com conceitos clássicos. Nessa comparação, a curva de demanda de mão de obra resulta da demanda de produção. “Dessa forma, ‘pleno emprego’ se associa a um nível sem par de produção assim como a um número sem igual de horas de trabalho. A teoria estritamente estática e otimista, como era a teoria neoclássica, Keynes nos apresenta uma teoria macroeconômica relativamente dinâmica, cujas incógnitas fundamentais são o volume da produção e o nível de emprego decorrente. Além disso, ao invés de partir da análise do comportamento individual dos agentes microeconômicos - os consumidores e os produtores, Keynes adota uma abordagem macroeconômica, partindo diretamente do estudo dos agregados econômicos básicos: a renda, o consumo, a poupança, o investimento, dentro de uma economia monetária. Em termos extremamente resumidos, podemos afirmar que a macroeconomia keynesiana, exposta na General Theory, é uma teoria do emprego baseada na idéia de procura agregada efetiva. O nível de emprego depende da procura agregada efetiva, ou seja, da renda. Esta tem como principal componente o consumo, que depende da renda disponível , e que tende a crescer a uma taxa menor do que a renda . Na análise, Keynes tem as conclusões em sua Teoria Geral: Os investimentos, que já vimos serem o fator essencialmente dinâmico do modelo keynesiano, não aumentam em grau suficiente para cobrir a crescente taxa de poupança, causada pela propensão marginal a consumir inferior à unidade. Há assim uma tendência permanente ao subconsumo, que é agravada pela distribuição desigual da renda, e que os investimentos não conseguem cobrir. A Demanda efetiva, em sentido amplo, é a parte da demanda agregada que de fato se realiza na aquisição de bens e serviços, e não a procura potencial por esses bens ou serviços. Entretanto, se a procura agregada resultar ser tão grande, que supere a oferta agregada, ou, em outras palavras, se consumidores e investidores desejarem consumir e investir mais do que a capacidade de produção do país, teremos uma 3 disputa pelos bens e serviços produzidos, a procura agregada superará a oferta agregada, e teremos uma elevação do nível de preços, ou seja, uma inflação de procura. segundo Keynes, numa economia monetária, quando se recebe dinheiro em pagamentos, sempre existe uma defasagem temporal até o dinheiro ser gasto. Argumenta que, se toda receita fosse gasta instantaneamente, a demanda por moeda se reduziria a zero, logo a moeda perderia todo seu valor e não existiria. E a moeda existe porque o mundo real é incerto, logo os agentes possuem demanda por encaixes para lidar com a incerteza do futuro. Se o futuro não fosse incerto, o que implica que todos agentes tivessem conhecimento perfeito, todas as transações seriam realizadas no tempo zero, e a demanda por moeda tenderia a zero.
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