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Economia Urbana Aula 3 Camagni cap 1 Homo economicus na economia e na geografia econômica A ideia de que o comportamento humano é resultado da escolha racional surgiu nos anos 1870 com a revolução marginalista; O problema econômico como a relação entre a utilidade (entendida como um fim psicológico) e um conjunto de recursos escassos (forma de ligar meios e fins). 1) Uma escolha é irracional se violar as condições de reflexividade, transitividade, prefere mais a menos 2) racionalidade propõe uma visão determinista do comportamento humano: possibilidade de previsão e modelagem através da maximização com restrição; 3) premissa de que o homo economicus é universal : seguem a estrutura em todo lugar e tempo. Fornece ao pensamento neoclássico uma agenda metodológica: lhe permite reduzir a complexidade dos eventos econômicos em qualquer tempo e lugar; Propõe uma visão do mundo que se assemelha às ciências naturais, especialmente a física. Paradigma neoclássico e o homo economicus são encontrados em modelos de equilíbrio espacial nos níveis regional e urbano. Ex: modelos de escolha do consumidor na cidade; teoria da localização industrial; modelos de população de cidades em sistemas do lugar central, etc. Rejeitar o homo economicus significa rejeitar o paradigma neoclássico; Existe também uma “sociologia da modelagem” (treinamento) Na transposição para a geografia econômica, toda uma ordem espacial específica emerge, baseada na lógica da escolha locacional racional. Críticas: 1) a distância cria variações espaciais na disponibilidade de informações: existem barreiras espaciais ao fluxo de informações e incertezas quanto ao futuro desconhecido; 2) O homo economicus procura apenas um objetivo; 3) ele não tem o incentivo e a capacidade para maximizar (“satisficing”); 4) as preferências são socialmente determinadas; a cidade como um conjunto....mas por que? o modelo concentrado se sustenta em indivisibilidades, ou economias de escala por razões tecnológicas, dependência de especialização funcional, somente alcançando uma escala suficiente é possível utilizar processos produtivos mais eficientes ex. financiar um grande projeto, gerar recursos para alcançar um mercado distante o que aconteceria se as forças de aglomeração não existissem? ex: sistema competitivo de produção de bens, fatores de produção móveis e recurso natural distribuído uniformemente no território como seria a densidade de uso de solo? e a remuneração dos fatores produtivos? E os custos de transporte? e se houvesse economias de escala, o que ocorreria com a indústria ou empresa sujeita? o que aconteceria com trabalhadores, fornecedores e serviços menos diretamente relacionados àquela atividade? qual o limite para esse processo cumulativo? 1) custos de transporte para os produtos da empresa X 2) para o conjunto de empresas, deseconomias de aglomeração (custos crescentes de fatores menos móveis e mais escassos e em termos de congestionamentos) formação de uma renda de posição em áreas adjacentes à empresa X. (é um custo de localização, até equilibrar as vantagens de localização - ex. economia com transporte). Cresce até um ponto em que haverá uma relocalização. essa renda é um indicador de economias de aglomeração, relacionada às preferências das empresas e famílias; o custo de transporte como uma metáfora da fricção espacial: transporte e distribuição, marketing em mercados mais distantes, custo de oportunidade do tempo de transporte e custo psicológico da viagem, custo da dificuldade de comunicação à distância, etc economias de aglomeração podem ser identificadas em : 1) economias internas à firma: dão origem à concentração espacial da produção 2) economias externas à firma, mas internas à indústria: ventagens derivadas da localização concentrada de firmas pertencentes à mesma indústria 3) economias externas à empresa e à indústria (economias de urbanização): vantagens típicas de um ambiente urbano Economias de escala e áreas de mercado pergunta: o que ocorreria se não existissem economias de escala? e se não existissem custos de transporte? a presença de ambos leva na prática a um modelo de localização chamado de "difusão concentrada" pensar no caso da distribuição comercial, com (i) território homogêneo; (ii) distribuição homogênea da população; (iii) funções de demanda iguais para todos quem arca com o custo de transporte é o consumidor; empresas A, B, C, D, E p* é o preço na fábrica o preço cresce em relação à distância nos dois sentidos, obviamente; consumidor quer o menor preço à direita de a, o preço de B é menor; no caso de C (nova tecnologia, por exemplo um supermercado, que permite reduzir o custo de venda devido economias de escala até p1), a empresa vai ser sempre mais eficiente que B e D vai dominar o mercado de a´ a d´ A e E podem continuar existindo, com um mercado mais reduzido, devido a sua maior distância de C. Nesse caso, a fricção espacial é uma defesa a seus produtos conclusões: 1) os consumidores localizados mais próximos de cada produtor têm uma vantagem econômica 2) a barreira espacial impossibilita o uso de modelo tradicional de competição perfeita: uma empresa não compete diretamente com todas as empresas; apenas com aquelas mais próximas. é uma competição monopolista, na qual a localização distinta implica numa diferenciação de produtos 3) o produtor pode impor um preço de monopólio, superior a p*, com redução da demanda individual, mas não no número de consumidores "afetados" A curva de demanda espacial: a curva de demanda espacial indica a quantidade que cada indivíduo está disposto a comprar da empresa i em função da distância a essa empresa e do preço de fábrica p*;
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