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Introdução às Contratações Públicas

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09/07/2018 Introdução às Contratações Públicas
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=36674 1/23
Introdução às Contratações Públicas
Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB
Curso: Contratações Públicas - Turma 1
Livro: Introdução às Contratações Públicas
Impresso por: linda de loudes da silva costa
Data: Segunda-feira, 9 Jul 2018, 14:51
09/07/2018 Introdução às Contratações Públicas
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=36674 2/23
Sumário
Módulo I - Introdução às contratações públicas
Apresentação
Unidade I - Aprendendo a escolher a melhor opção
Pág.4
Pág.5
Pág.6
Pág.7
Unidade II - Elementos básicos da licitação
Pág.9
Pág.10
Pág.11
Pág.12
Pág.13
Pág.14
Pág.15
Unidade III – Fases, Tipos e Critérios
Pág.17
Pág.18
Pág.19
Pág.20
Conclusão
09/07/2018 Introdução às Contratações Públicas
https://saberes.senado.leg.br/mod/book/tool/print/index.php?id=36674 3/23
Módulo I - Introdução às contratações públicas
Ao final deste Módulo, você será capaz de:
 
Identificar as opções de que o gestor público dispõe para atender à
necessidade pública;
Reformular o raciocínio de como melhor atender à necessidade pública
concretamente;
Explicar o que é licitação e quais são seus objetivos, pressupostos, pilares e
princípios;
Resumir o fundamento das contratações públicas e o histórico e sua
regulamentação;
Discriminar as fases das contratações públicas e os tipos e critérios de
julgamento.
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Apresentação
Agora que você já teve uma ideia do que vamos abordar durante o curso, precisa obter uma noção geral do que iremos aprender
neste módulo.
Na unidade I, você verá a relevância de se avaliar bem a necessidade pública real e todas as eventuais alternativas válidas
disponíveis antes de caminhar para uma determinada solução. Desse modo, você estará mais apto a escolher a melhor opção no
caso concreto, ainda que consista em evitar o dispêndio de recursos públicos devido à inexistência da necessidade.
Já na unidade II, você conhecerá os elementos básicos da licitação, envolvendo sua conceituação e regulamentação, seu fundamento
e histórico e seus objetivos, pressupostos, pilares e princípios. Na unidade III, por sua vez, você aprenderá sobre as fases das
contratações públicas e os tipos e critérios de julgamento.
Vamos iniciar nossos estudos? 
09/07/2018 Introdução às Contratações Públicas
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Unidade I - Aprendendo a escolher a melhor opção
Não há dúvida: esta é a parte mais importante deste curso. Isso porque não adianta apenas memorizar os dispositivos das normas
inerentes às contratações públicas sem aprender a raciocinar como atender à necessidade pública com a solução mais adequada ao
caso concreto.
Infelizmente, as normas focam na fase externa do processo de contratação pública e a doutrina em geral, nelas se baseando,
seguem a mesma linha, negligenciando a fase interna, principalmente o planejamento. Os agentes públicos envolvidos também
focam na fase externa, assim como os órgãos de controle e cidadãos.
Como consequência, poucos são os que possuem a visão sistêmica do processo de contratação públicas; equívocos são cometidos
nas fases externa e interna, mas praticamente só os da externa são punidos (ou os que ficam nesta evidenciados).
Nessa linha, os estudiosos costumam resumir o tema em “Licitações e Contratos”, em vez de “processo de contratação pública”. Este
curso inova e ousa ir além, adicionando a este abrangente termo as soluções da necessidade pública sem contratação, tema pouco
explorado pela doutrina, mas de grande relevância prática.
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Pág.4
Vamos analisar o exemplo?
Situação 1: Você é o Diretor de TI de um órgão público, responsável por autorizar os projetos de contratações relativas ao seu
departamento. Hoje você recebeu para assinatura “Termo de Referência” e “Pesquisa de Preços” para atender à alegada necessidade
de aquisição de 25 scanners de produção. O que você vai fazer?
Essa situação parece normal, não é mesmo? Isso demonstra que essas situações ainda ocorrem com bastante frequência. Mas,
então, vamos raciocinar devidamente e fazer a diferença?
Primeiramente, você concorda que houve falha de planejamento? Vamos ver o porquê? Você deveria ter sido incluído no projeto
desde a intenção da contração, antes da elaboração dos documentos, para que pudesse conhecer as alternativas disponíveis. Só
assim poderia ser desenvolvida a alternativa mais adequada, e você já seria conivente. Se você considerasse, por exemplo, que a
necessidade inexistia, todo o esforço para elaboração dos documentos seria perdido.
Além disso, houve a troca da necessidade com a solução. Parece besteira, mas esse equívoco é comum e prejudica a escolha da
melhor solução para o caso concreto. Nesse caso, a necessidade era de digitalização, que poderia ser atendida com:
os recursos humanos e materiais próprios ou celebrado ajuste de órgão parceiro mediante uma compensação de seu órgão
(detalhamento no módulo II, soluções sem contratação);
a aquisição de scanners simples de mesa em grande quantidade, de impressoras multifuncionais com digitalização automática em
quantidade média ou, de fato, de scanners de produção em pequena quantidade, ou a contratação de empresa para fornecer os
equipamentos visando à digitalização pelo próprio pessoal do órgão ou para fornecer pessoal visando à realização da digitalização
pela empresa dentro do órgão, sob conta e risco da contratada (detalhamento no módulo III, licitações ordinárias);
o registro de preços do serviço de digitalização devido à conveniência de atendimento a mais de um órgão ou a adesão a ata de
registro de preços válida de outro órgão da mesma esfera para aquisição de scanners compatíveis com a necessidade detectada
(detalhamento no módulo IV, licitações especiais);
a contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, para a prestação
do serviço de digitalização mediante dispensa de licitação, comprovada a compatibilidade do preço contratado com o praticado no
mercado (detalhamento no módulo V, contratação direta).
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Você percebe a importância de se avaliar bem a necessidade pública real e todas as eventuais alternativas válidas disponíveis antes
de caminhar para uma determinada solução? Você pode concluir, inclusive, que a necessidade inexiste e evitar o desnecessário
dispêndio de recursos públicos!
Após analisar a situação 1, você poderia constatar que a melhor solução poderia ser comprar uma quantidade intermediária de
impressoras multifuncionais com digitalização automática, se a digitalização pudesse ser normalmente realizada pelos colaboradores.
De fato, poderia ser constatado que comprar mais scanners de mesa seria pior, pois os colaboradores perderiam muito tempo
digitalizando volumosos autos página a página, e comprar poucos scanners de produção também, uma vez que, mesmo o
equipamento sendo mais robusto, o baixo quantitativo elevaria a distância do usuário à máquina, inviabilizando a dinâmica de
digitalização das unidades do órgão.
Vamos analisar outra situação para aprender a raciocinar devidamente?
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Situação 2: Você é servidor público de um departamento que compreende arquivo, biblioteca e museu. Ao chegar ao trabalho,
recebe o encargo de elaborar as especificações necessáriasà aquisição de um conjunto de arquivos deslizantes para armazenar
mais documentos no mesmo espaço físico. O que você fará?
Você percebe que novamente houve confusão entre a necessidade e a solução? Só que dessa vez você foi incluído logo no início do
projeto, evitando retrabalho. A necessidade é conseguir atender à demanda das unidades por transferência e recolhimento de
documentos. Considerado o espaço disponível para essa finalidade, pode ter sido constatado que em pouco tempo o departamento
ficaria impossibilitado de arquivar novos documentos.
No entanto, é necessário sempre analisar as opções disponíveis antes de escolher a solução que melhor a atenda. Nesse caso,
poderíamos considerar como melhor opção:
a disponibilização de mais instalações físicas para essa finalidade, em virtude de reorganização interna ou do recebimento de
espaço físico de outro departamento;
a realização de obra para expandir as instalações físicas atuais, seja reformando o mesmo local, seja construindo um novo arquivo
para essa finalidade;
a manutenção do espaço físico, após a eliminação de documentos, respeitada a tabela de temporalidade – alguns diretamente,
outros após microfilmagem;
a otimização do armazenamento no mesmo espaço, com o melhor aproveitamento de uso de cada caixa, da quantidade de caixas
por estante, da quantidade de estantes no ambiente (otimização horizontal) ou da altura dessas estantes (otimização vertical), ou,
de fato, com a aquisição de arquivos deslizantes. 
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 Veja outra vez a importância de: 
Você poderia comprovar, inclusive, a incorreção da projeção anteriormente efetuada, constatando que o espaço atual atende a
necessidade de armazenamento pelos próximos 20 anos. 
Clique na imagem abaixo para saber mais sobre o tema.
Acesse o artigo "A importância do planejamento na contratação pública”, escrito por Lucimar Rizzo Lopes dos Santos, que considera
dever funcional do administrador público o planejamento visando evitar prejuízos à Administração Pública decorrente da prática de
gestão ineficiente ou ilegal, inclusive no que se refere às contratações públicas.
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Unidade II - Elementos básicos da licitação
Agora que você possui uma visão geral sobre o curso precisamos abordar alguns elementos básicos introdutórios, mais
especificamente sobre a licitação. Antes disto, conheça de forma breve o histórico da normatização sobre o tema e da sua
fundamentação constitucional.
Vamos continuar, então, nossos estudos?
Da mesma forma que você procura pesquisar onde comprar mais barato para economizar seu dinheiro, a Administração Pública
busca a proposta mais vantajosa – de acordo com exigências pré-estabelecidas e divulgadas – para contratar serviços, adquirir bens
e realizar obras. 
 
 
Diferentemente de nós, a Administração Pública não sai pela rua indo de loja em loja ou de empresa em empresa
atrás da melhor proposta. Ela faz isso por meio do processo denominado licitação, ou seja, o processo pelo qual os
órgãos e empresas públicas contratam serviços e adquirem bens de uma pessoa física ou jurídica.
Observe o conceito a seguir:
 
Clique aqui para conhecer o histórico e a fundamentação legal sobre a licitação.
Licitação é o “procedimento administrativo pelo qual a Administração Pública, obediente aos princípios
constitucionais que a norteiam, escolhe a proposta de fornecimento de bem, obra ou serviço mais vantajosa
para o erário.” (MOTA, 1998, p.26)
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Pág.9
Note que a licitação é um procedimento administrativo. Isso significa que é o meio formal pelo qual a Administração Pública deve
convocar, mediante edital ou convite, empresas que estejam interessadas a oferecer bens e serviços. Verifique:
Lei nº 8.666/93 – Lei de Licitações e Contratos (LLC)
Art. 4 (...)
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta Lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer
esfera da Administração Pública.
Veja que a licitação é o meio em que se “escolhe a proposta de fornecimento de bem, obra ou serviço”. De fato, um dos propósitos
da licitação é preceder aos contratos:
Lei nº 8.666/93
Art. 2 As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração
Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta
Lei.
Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração
Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja
qual for a denominação utilizada.
Observe, por fim, que esse procedimento administrativo deve ser “obediente aos princípios constitucionais”. Quais são esses
princípios?
Lei nº 8.666/93
Art. 4 A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa
para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade
com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade
administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
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Os princípios aludidos, incluindo o objetivo da isonomia, serão abordados mais adiante. Quanto aos outros dois objetivos, vale
mencionar o valioso ensinamento de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo (2017, págs. 693 e 694):
Agora, a leitura sistemática da Lei 8.666/1993 permite afirmar que, dependendo da licitação, será
"mais vantajosa" a proposta que apresente, sim, a melhor relação custo-benefício, porém, levando
em conta não somente, de forma direta, aquele contrato específico que será celebrado, mas também
os benefícios indiretos, mediatos e de longo prazo – atribuindo-se relevância, inclusive, a práticas de
sustentabilidade – que a proposta considerada vencedora proporcionará ao Brasil, favorecendo o
"desenvolvimento nacional sustentável". (...)
Além disso, a referência a um desenvolvimento "sustentável" explícita a legitimidade de que se
adotem, para a determinação da proposta que será considerada mais vantajosa na licitação, critérios
outros que não seja o exclusivamente econômico-financeiro imediato, a exemplo da exigência de que
a produção de determinado bem que a administração contratante pretenda adquirir utilize um
percentual mínimo de materiais reciclados ou de baixo potencial de poluição do ambiente natural
(tais como os biodegradáveis).
A menção ao objetivo de desenvolvimento nacional sustentável é recente, tendo sido incluída pela Lei n 12.349 de 2010, e
regulamentada pelo Decreto n 7.746 de 2012, que estabelece critérios, práticas e diretrizes para a promoção do desenvolvimento
nacional sustentável nas contratações realizadas pela administração pública federal.
Acesse o Portal "Contratações Públicas Sustentáveis” do Ministério do Planejamento aborda o tema de forma elucidativa no tópico
“Contratações Públicas Sustentáveis” e disponibiliza no tópico “Licitações Sustentáveis” diversos modelos de editais e termos de
referência que visam a aquisição de produtos e contratações de serviços mais sustentáveis.
o
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Pág.11
PRESSUPOSTO LÓGICO CONSEQUÊNCIA DO NÃO ATENDIMENTO
1. Existência de uma
pluralidade de objetos e de
ofertantes.
O objeto é singular ou o ofertante é único ou exclusivo,
implicando hipótese de inexigibilidade de licitação (LLC, art.
25, caput, I e II).
2. A licitação constitui meio
apto para a Administração pelo
menos em tese conseguir
atender à necessidade pública
no caso concreto.
Há dispensa ou inexigibilidade de licitação em razão do
interesse público, embora logicamente realizável (LLC, arts.
17, 24 e 25).
3. Existência de interessados
em disputar a licitação.
O objeto pretendido não seria obtido com a licitação, devido
ao desinteresse de o notório especialista necessitado
submeter-se ao certame ou da impossibilidade de ele
conseguir demonstrar toda sua habilidade em uma
amostragem (LLC, art. 25, caput e II)
 
Para que o certame licitatório consiga atender às suas finalidades, é necessária, segundo Bandeira de Melo
(2008, pág. 533), a ocorrência de 3 pressupostos:
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Pág.12
Renato Geraldo Mendes (2012, pág. 63) inova a doutrina ao considerar como pilares de sustentação dos demais princípios as
seguintes ideias fundamentais que estruturam a lógica do regime jurídico da contratação pública:
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Pág.13
Além disso, MENDES (2012, págs.64 e 65) complementa enunciando os princípios da contratação pública que decorrem desses 4
pilares, em abordagem mais abrangente do que a doutrina tradicional:
Princípios da Contratação Pública
“I) Que a definição do encargo/objeto atenda à efetiva necessidade da Administração, garanta a
indispensável qualidade, possibilite solução econômica e não restrinja imotivadamente a disputa;
II) Que o preço a ser pago pelo objeto seja justo e exequível;
III) Que sejam observadas as exigências legais de naturezas orçamentária e financeira para a
realização da despesa;
IV) Que as regras do jogo sejam claras, conhecidas, cumpridas e definidas, de modo a assegurar a
obtenção do encargo/objeto desejado e a respeitar a ordem jurídica vigente;
V) Que haja competição efetiva entre os licitantes e que todos disponham das mesmas informações;
VI) Que toda e qualquer discriminação adotada seja justificada por razões de ordem técnica ou
jurídica e as exigências definidas sejam indispensáveis para assegurar e garantir o cumprimento do
objeto;
VII) Que nenhum competidor seja eliminado, senão por motivo de descumprimento de exigência
essencial;
VIII) Que todas as decisões adotadas respeitem as exigências da ordem jurídica, sejam
devidamente motivadas e possam ser discutidas;
IX) Que o vencedor seja definido por critérios objetivos quando a seleção das propostas for
realizada por meio de licitação;
X) Que o contrato seja uma relação de equivalência jurídica entre encargo e remuneração (preço) a
ser obrigatoriamente respeitada durante toda a execução contratual.”
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Os princípios tradicionalmente mais difundidos na doutrina têm como base os mencionados no art. 4 da LLC e outros implícitos já
consagrados, a saber:
Legalidade: Vincula a Administração Pública e os licitantes às regras estabelecidas nas normas e princípios contidos na legislação
em vigor.
Impessoalidade: Impede a discricionariedade e o subjetivismo no decorrer do procedimento de licitação, garantindo critérios
objetivos estabelecidos previamente.
Moralidade e Probidade Administrativa: Exigem dos servidores e licitantes uma conduta ilibada, pautada na ética, na legalidade
e nas normas técnicas da licitação.
Publicidade: Garante a transparência no decorrer do procedimento de licitação, por meio da divulgação e possibilidade de acesso
aos licitantes dos atos da administração.
Igualdade e Competitividade: Permitem a escolha da melhor proposta, após certame competitivo, com igualdade de direitos aos
interessados e sem preferências arbitrárias.
Vinculação ao Instrumento Convocatório: Garante que as exigências e critérios previstos no edital ou convite possam ser
seguidos pelos licitantes e pelos servidores públicos responsáveis pelo procedimento da licitação.
Julgamento Objetivo: Impede que o julgador utilize critérios subjetivos ou não previstos no edital ou convite, mesmo que em
favor da Administração Pública.
Adjudicação Compulsória: Veda a atribuição do objeto a pessoa diversa da vencedora do certame, salvo expressa desistência ou
injustificada não assinatura no prazo prefixado.
Celeridade: Simplifica o processo administrativo, evitando formalidades em excesso e exigências desnecessárias.
Formalismo: Vincula o procedimento licitatório às formas prescritas na lei, sob pena de ilegalidade, ainda que atendida sua
finalidade licitatória.
Sigilo das Propostas: Exige a não revelação do conteúdo das propostas antes de sua abertura no momento adequado.
o
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Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema de forma simples e eficaz, assista ao vídeo “Conceitos básicos e princípios”,
apresentado pelo professor Lucas Furtado.
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Unidade III – Fases, Tipos e Critérios
 
O procedimento de licitação compreende as seguintes fases:
Fase Interna ou Preparatória
Fase Externa ou Executória
 Os procedimentos a seguir ilustram os passos da fase interna de um procedimento de licitação com base na Lei n 8.666/93.
Clique em cada número.
Verificação da Necessidade Pública a ser Atendida
A necessidade deve ser definida por justificada solicitação do setor requisitante, que comporá o processo.
Aprovação da Autoridade Competente
A aprovação da autoridade competente deve ser devidamente motivada e compreender a autorização para a autuação do processo correspondente,
protocolizado e numerado. O ato autorizativo, quando não vinculado diretamente à lei por esta ser omissa ou obscura, deverá levar em consideração os
aspectos de oportunidade, conveniência e relevância do interesse público, devendo o administrador justificar de forma ainda mais analítica.
Elaboração da Especificação do Objeto da Licitação
A redação da especificação deve ser clara, objetiva e sucinta, sem deixar dúvidas sobre o que se espera como resultado do processo licitatório, descrevendo
com vocabulário adequado os critérios técnicos adotados. Essas especificações do objeto serão denominadas Termo de Referência, se pregão, ou Projeto
Básico, se qualquer outra modalidade, devendo em caso de obras conter soluções técnicas suficientemente detalhadas para sua utilização na elaboração do
Projeto Executivo.
Estimativa do Valor da Contratação
Uma ampla pesquisa no mercado relevante deve ser realizada para a melhor avaliação do valor esperado.
Indicação dos Recursos
Os recursos orçamentários que cobrirão as despesas devem ser indicados, comprovando adequação orçamentária e financeira da contratação pretendida em
conformidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Escolha da Modalidade e do Tipo de Licitação
O servidor público deve verificar o objeto e, não sendo pregão, o valor da contratação para, então, definir qual a modalidade e o tipo da licitação pretendida.
Elaboração do Edital
O edital deve ser claro, preciso, objetivo e contemplar os seguintes aspectos: a descrição do objeto, os requisitos de habilitação, os critérios de julgamento e
de aceitabilidade dos preços, as condições de pagamento, os prazos de execução, prazos e condiçõespara assinatura de contratos, local de realização do
certame, horários e prazos para esclarecimentos, impugnações e publicações, critérios de participação, reajustes, sanções e outras indicações peculiares da
licitação.
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Pág.17
Já os procedimentos da fase externa sofrem alterações de acordo com o objeto, a modalidade e o tipo de licitação. Assim, constam
a seguir os principais passos executados na maioria das modalidades.
Clique em cada título abaixo.
1. Publicações do Aviso da Licitação
A divulgação do processo licitatório é realizada, atendendo-se, assim, ao princípio da publicidade sob o enfoque da transparência
2. Habilitação dos licitantes
A habilitação dos interessados em participar da licitação será realizada com base em aspectos jurídicos, de regularidade fiscal e trabalhista e de qualificação
técnica e econômico-financeira.
3. Julgamento e Classificação das Propostas
A classificação das propostas deve atender aos detalhes da lei e do edital, de acordo com o tipo e a modalidade adotada.
4. Adjudicação, homologação, contratação e execução do objeto
Não havendo recursos administrativos ou decisão judicial suspendendo ato, o procedimento licitatório é adjudicado e homologado, procedendo-se à
contratação e à execução do objeto.
É preciso destacar que a fase externa do pregão difere das demais modalidades, possuindo mais celeridade, transparência e
agilidade as contratações que a adotam devido principalmente à inversão das fases de habilitação e julgamento.
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É na etapa de julgamento da fase externa da licitação que os tipos de licitação são utilizados. Verifique clicando em cada um dos
títulos abaixo!
Menor Preço Melhor Técnica Técnica e Preço
Maior Lance
Menor Preço
A administração é orientada a escolher a proposta de melhor preço, o que não se confunde com o menor valor monetário, pois existem hipóteses em que
pagar o valor mais elevado traz maiores vantagens à administração.
Melhor Técnica
O critério de escolha é a qualidade do produto a ser adquirido ou do serviço a ser prestado. Conforme o art. 46 da LLC, este tipo só poderá ser utilizado para
serviços de natureza intelectual ou para serviços de informática. Tanto neste tipo quanto no tipo técnica e preço a seleção da proposta vencedora é feita por
uma avaliação conjunta de atributos de qualidade e preço.
Técnica e Preço
O vencedor é escolhido quando a variação de qualidade da prestação refletir na satisfação das necessidades do Estado, fazendo-se uma análise do preço e da
qualidade do bem ou serviço que será prestado.
Maior Lance
A administração escolhe a proposta de maior valor, situação que ocorre em alienações de seus bens e direitos, geralmente através da modalidade leilão.
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Pág.19
Definido o critério de escolha do vencedor no procedimento licitatório, estipulado no instrumento convocatório do certame, a
administração não pode se valer de nenhum outro critério para selecionar a proposta mais vantajosa. Nesse sentido, Matheus
Carvalho (2015, pág. 435) apresenta um exemplo bem elucidativo:
Quem seria o vencedor?
Neste caso, houve empate na licitação. Isso porque os critérios objetivos definidos no edital (qual seja o menor preço) não
foram suficientes para fazer a escolha do vencedor. Nessas situações, a lei estabelece a regra de desempate, haja vista o fato de que
os itens a mais trazidos pelo 3º licitante não podem ser utilizados.
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Em alguns casos, o julgamento não adotará diretamente nenhum dos tipos citados, mas sim outros critérios mais analíticos previstos
em legislação específica. É o caso, por exemplo, da Lei n 8.987/95, sobre regime de concessão e permissão de serviços públicos:
Lei nº 8.987/95
Art. 15. No julgamento da licitação será considerado um dos seguintes critérios:
 I. o menor valor da tarifa do serviço público a ser prestado;
 II. a maior oferta, nos casos de pagamento ao poder concedente pela outorga da
concessão;
1. a combinação, dois a dois, dos critérios referidos nos incisos I, II e VII;
 IV. melhor proposta técnica, com preço fixado no edital;
 V. melhor proposta em razão da combinação dos critérios de menor valor da tarifa do
serviço público a ser prestado com o de melhor técnica;
 VI. melhor proposta em razão da combinação dos critérios de maior oferta pela outorga
da concessão com o de melhor técnica; ou
1. melhor oferta de pagamento pela outorga após qualificação de propostas técnicas.
§ 1 A aplicação do critério previsto no inciso III só será admitida quando previamente
estabelecida no edital de licitação, inclusive com regras e fórmulas precisas para avaliação
econômico-financeira.
§ 2 Para fins de aplicação do disposto nos incisos IV, V, VI e VII, o edital de licitação conterá
parâmetros e exigências para formulação de propostas técnicas.
Os portais do Ministério da Justiça (MJ), da Advocacia Geral da União (AGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU) disponibilizam
inúmeros editais para consulta. Confira!
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09/07/2018 Introdução às Contratações Públicas
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Conclusão
Parabéns! Você chegou ao final do Módulo I do curso Contratações Públicas. Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos
que você releia este módulo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não influenciará sua nota final, mas é relevante para
avaliar seu domínio do conteúdo.
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