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Universidade do Estado da Bahia – UNEB Campus X – Departamento de educação Curso: Licenciatura em matemática Disciplina: Informática II Professora: Tatiana Dias Silva O Uso das Tecnologia na educação matemática Daniel Silva Gonçalves Teixeira de Freitas 2013 RESUMO: Alguns professores afirmam que o uso do computador desumaniza o ensino, sem se dar conta de que a própria escola é uma tecnologia cercada por inúmeras outras tecnologias, que vão desde o livro ou a linguagem usada até o controle da aprendizagem. O presente trabalho relata sobre como se desenvolveu a tecnologia na educação e o uso desse instrumento na construção da inteligência, além de caracterizar as sociedades que estão envolvidos nesse meio e informar como são os efeitos das tecnologias em cada uma delas, ressaltam as mudanças que as tecnologias estimulam na construção do conhecimento e das conexões que elas podem fazer na educação, principalmente no papel de interligar o educando com o educador dentro e fora da escola. INTRODUÇÃO O homem vem evoluindo socialmente e utilizando recursos da natureza em benefícios próprios, transformando-os em ferramentas, o uso das tecnologias nas escolas em especial a internet e o computador se amplia nesse novo cenário do século XXI, no entanto, não é de hoje que pensadores e pesquisadores vêm falando do desenvolvimento desse uso dessas tecnologias. “Em 1642, a calculadora, ou melhor, o ábaco, sofreu uma grande evolução, por meio do francês Blaise Pascal”. Assim se tornando a formas de fazer cálculos mais práticas, porém essa aceitação não foi de imediato, por ser um objeto novo e diferente onde poucos sabiam fazer seu uso completo. Porém com o avanço da globalização a tecnologia passou a ser inserida no cotidiano e as informações e os conhecimentos chegam com maior intensidade e frequência até nós por meio de computadores e da internet, se olhamos em nossa volta, muitos objetos presentes em nossa vida cotidiana são ferramentas como livros, canetas televisor vídeos, computadores entre vários outros. Vivemos em um cenário de constantes e aceleradas mudanças, provocadas pelos avanços científicos e tecnológicos. Com isso introdução do computador na educação tem provocado uma verdadeira revolução na nossa concepção de ensino e de aprendizagem. Os computadores podem ser usados para ensinar. A quantidade de programas educacionais e as diferentes modalidades de uso do computador mostram que esta tecnologia pode ser bastante útil no processo de ensino-aprendizado. Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino médio ao apresentarem as novas diretrizes para o ensino de matemática salientam o seu papel para a discussão e argumentação de temas de interesse de ciência e tecnologia. Um segundo aspecto salientado é a interconexão tecnologia e matemática: - “perceber o papel desempenhado pelo conhecimento matemático no desenvolvimento da tecnologia e a complexa relação entre ciência e tecnologia ao longo da história”; - “acompanhar criticamente o desenvolvimento tecnológico contemporâneo, tomando contato com os avanços das novas tecnologias nas diferentes áreas do conhecimento para se posicionar frente às questões de nossa atualidade” (BRASIL, 2002, p. 117-118). Considerando que o uso da tecnologia está fortemente presente na educação, vamos discutir sobre como utilizar essa tecnologias no intuito de promover a construção do conhecimento e a conexão ao sistema sócio educacional no qual os alunos estão inseridos. A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO A Informática na Educação no Brasil nasce a partir do interesse de educadores de algumas universidades brasileiras motivados pelo que já vinha acontecendo em outros países como nos Estados Unidos da América e na França. Embora o contexto mundial de uso do computador na educação sempre foi uma referência para as decisões que foram tomadas aqui no Brasil, a nossa caminhada é muito particular e difere daquilo que se faz em outros países. A História da Informática na Educação no Brasil data de mais de 30 anos. Nasceu no início dos anos 70 a partir de algumas experiências na UFRJ, UFRGS e UNICAMP. Nos anos 80 se estabeleceu através de diversas atividades que permitiram que essa área hoje tenha uma identidade própria, raízes sólidas e relativa maturidade. Apesar dos fortes apelos da mídia e das qualidades inerentes ao computador, a sua disseminação nas escolas está hoje muito aquém do que se anunciava e se desejava. A Informática na Educação ainda não impregnou as ideias dos educadores e, por isto, não está consolidada no nosso sistema educacional. Entretanto, a implantação do programa de informática na educação no Brasil inicia-se com o primeiro e segundo Seminário Nacional de Informática em Educação, realizados respectivamente na Universidade de Brasília em 1981 e na Universidade Federal da Bahia em 1982. Esses seminários estabeleceram um programa de atuação que originou o EDUCOM e uma sistemática de trabalho diferente de quaisquer outros programas educacionais iniciados pelo MEC. Esse projeto contemplou ainda a diversidade de abordagens pedagógicas, como desenvolvimento de softwares educativos e uso do computador como recurso para resolução de problemas. Do ponto de vista metodológico, o trabalho deveria ser realizado por uma equipe interdisciplinar formada pelos professores das escolas escolhidas e por um grupo de profissionais da universidade. Os professores das escolas deveriam ser os responsáveis pelo desenvolvimento do projeto na escola, e esse trabalho deveria ter o suporte e o acompanhamento do grupo de pesquisa da universidade, formado por pedagogos, psicólogos, sociólogos e cientistas da computação. Os trabalhos realizados nos centros do EDUCOM tiveram o mérito de elevar a informática na educação do estado zero para o estado atual, possibilitando-nos entender e discutir as grandes questões da área. Essa formação tem sido feita através de cursos que requerem a presença continuada do professor em formação. Isso significa que o professor em formação deve deixar sua prática pedagógica ou compartilhar essa atividade com as demais exigidas pelos cursos de formação. Com isso foi criado o projeto FORMAR, que teve como objetivo principal o desenvolvimento de cursos de especialização na área de informática na educação, com duração de 360 horas. Dessa forma o governo começou a investir na tecnologia na educação com a implantação de programas como: Proinfo, Proninfe, PARFOR, PIBID, Prodocência, entre vários outros. Como também a criação de Secretaria de Educação a Distância – SEED do MEC e do Programa TV Escola onde tem um vasto material educativo tanto para o educando como para o educador. Sendo que atualmente além dos programas conta se também com a implantação de laboratórios, tele centros, banda larga entre outras. O USO DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO E AS DIFICULDADES DO PROFESSOR O uso da tecnologia na educação está, assim fortemente presente no discurso educacional oficial, e já deve ter sido incorporado ao discurso de professores. Avanços na passagem do discurso curricular para a prática efetiva em sala de aula são pequenos e incipientes. Uma das principais queixas dos professores brasileiros é a dificuldade de acesso à tecnologia nas escolas. Não há dados disponíveis de levantamentos nacionais sobre o número de computadores, de calculadoras e de outros equipamentos por escolas. Deacordo com uma reportagem publicada na veja, com a avaliação de Guilherme Canela Godoi: "Ainda não conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os professores possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que poderiam ser úteis no ambiente educacional." Isso nos faz entender que ainda há um longo caminho para que a tecnologia seja usada de forma efetiva na educação, e que seu potencial possa ser totalmente usado. Mesmo com os grandes investimentos governamentais, ainda há brechas que deixam a desejar a implantação total dessas tecnologias na educação. Um aspecto muito importante no que se diz a respeito ao bloqueio da implantação total do uso da tecnologia na educação, é a resistência de muitos professores em relação ao uso do novo em sala de aula. Segundo Felipe Oda - Jornal da Tarde: “Professores da rede pública não se sentem seguros para aplicar a tecnologia na sala de aula. Uma pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com 253 docentes de escolas estaduais paulistas mostra que 85% deles não sabem usar o computador e seus recursos como ferramenta pedagógica.” “Segundo os docentes, a dificuldade é atribuída, em geral, à deficiência na formação profissional e à falta de tempo, além do pouco incentivo para se aprimorarem e a infraestrutura deficiente no local de trabalho.” Sendo que muitas das vezes também fica a falta de interesse do profissional em buscar o conhecimento adequado para o aprimoramento de seu recurso de trabalho. Dessa forma deixando o uso da tecnologia ser um objeto inutilizável. Ensinar com a Internet será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas do ensino. Caso contrário servirá somente como um verniz, um paliativo ou uma jogada de marketing para dizer que o nosso ensino é moderno e cobrar preços mais caros nas já salgadas mensalidade. (MORAN, 2008. p.8). O USO DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO O papel do professor em sala de aula é assimilar a interatividade comunicacional possibilitada pela tecnologia existente, vendo-a como mais um instrumento cultural que produz mudanças conceituais e sociais. Além de ter que apreender as mudanças tecnológicas, ele tem que tomar muito cuidado com as alienações que a tecnologia traz. Segundo Karen Chaiane Dalapossa, atualmente, o meio em que vivemos está permeado pelo uso de técnicas e recursos tecnológicos, fazendo do computador uma ferramenta que vem auxiliar o processo ensino/aprendizagem nas questões do cotidiano trazidas até a sala de aula. É muito importante o compromisso do docente e a escola deve impor-se de questionar e discutir os aspectos da informática dentro da evolução da sociedade juntando nesse processo as transformações às vezes não percebíveis. Dessa forma incentivando o uso das tecnologias na educação, pois não se pode negar o impacto provocado pela tecnologia de informação e comunicação na configuração da sociedade atual. Por um lado, tem-se a inserção dessa tecnologia no dia- a-dia da sociedade, a exigir indivíduos com capacitação para bem usá-la; por outro lado, tem-se nessa mesma tecnologia um recurso que pode subsidiar o processo de aprendizagem da Matemática. A adesão das novas tecnologias na educação é extremamente importante, uma vez que facilita o acesso ao conhecimento e permite que o aprendiz tenha autonomia para escolher entre as diversas fontes de pesquisas. As novas tecnologias levarão o homem a uma evolução mais rápida e ao conhecimento mais preciso. Porém é necessário, apenas, dominá-las, pois o uso dessas tecnologias como por exemplo a Internet deve ser utilizada com cautela para que não prejudique o desenvolvimento de suas principais habilidades como o saber-fazer, dando-lhe informações prontas que podem ser “copiadas e coladas” sem sequer ter sido feita uma leitura prévia. As novas tecnologias estimulam a busca de mais informações sobre determinados assuntos. Como também, estimulam o estudante a fazer uma quantidade maior de relações entre as informações que estão sendo descobertas. Dessa forma construindo sociedades paralelas de estudo aprendizagem, onde estas são preenchidas por dois tipos de indivíduos que são eles os “nativos digitais” e os “imigrantes digitais”. O termo “nativos digitais” foi adotado por Palfrey e Gasser no livro Nascidos na era digital. Refere-se àqueles nascidos após 1980 e que tem habilidade para usar as tecnologias digitais. Eles se relacionam com as pessoas através das novas mídias, por meio de blogs, redes sociais, e nelas se surpreendem com as novas possibilidades que encontram e são possibilitadas pelas novas tecnologias. Porém, aqueles que não se enquadram nesse grupo precisam conviver e interagir com esses nativos e, além disso, precisam aprender a conviver em meio a tantas inovações tecnológicas, são os chamados imigrantes digitais (PALFREY; GASSER, 2011). Sendo que esse quadro não só se resume ao educando mas estende aos educadores, que também entram nessas sociedade. Onde o professor, nesse contexto, enfrenta o desafio ou o dilema de apropriar-se desses recursos e utilizá-los de forma significativa no processo ensino aprendizagem; além disso, há aqueles que ainda não estão inseridos nesse universo tecnológico. Quando se fala em universo tecnológico, falamos também em aprendizagem tecnológica, ou seja, uma aprendizagem em rede tecnológica. “(...) a construção do conhecimento a partir do processamento multimídico, é mais livre, menos rígido, com conexões mais abertas, que passam pelo sonsorial, pelo emocional e pela organização racional (...)” José Manuel Moran (2003). Dessa forma pode se traçar um quadro comparativo entre a aprendizagem tradicional e a aprendizagem em rede. Dessa forma a principal questão, é a forma que esse uso de tecnologia deve ser usada para obter o maior aproveitamento no aprendizado em rede. Pois a geração da cultura digital estuda em grupo, interage e colabora uns com os outros para a solução de problemas do interesse deles, relacionando os conceitos aprendidos com problemas reais da vida prática. Aprendizado Tradicional • Centro é o Professor • Aprendizagem individualista • Aprender a repetir algo • Padronizado • Maciço • Modelo transmissivo • Pedagogia da transmissão • Professor detentor do saber • Sala de aula • Professor – autoridade • Aluno – algo para ser preenchido • Reativa, passiva • Ênfase no produto • Aprendizagem em solidão • Memorização Aprendizado em Rede • Centro é o estudante • Aprendizagem colaborativa • Aprender a pensar sobre algo • Individualizado • Personalizado • Modelo interativo/participativo • Pedagogia da interatividade • Professor orientador que também aprende com os estudantes • Ambiente de aprendizagem • Professor – orientador • Aluno – uma lâmpada a iluminar • Pró-ativa, investigativa • Ênfase no processo • Aprendizagem em grupo • Transformação AS FORMAS E AS FERRAMENTAS DE USO DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO O termo tecnologia educacional remete ao emprego de recursos tecnológicos como ferramenta para aprimorar o ensino. É usar a tecnologia a favor da educação, promovendo mais desenvolvimento sócio-educativo e melhor acesso à informação. O grande aparato que traz inúmeros benefícios sociais e educacionais é o computador. Incorporá-lo aos processos pedagógicos é o que podemos chamar de informática educacional. A internet pode levar o aluno a lugares onde, talvez, ele jamais chegaria, ou não tão rapidamente; propicia o acesso a bibliotecas internacionais, pessoas de outrasculturas, outras línguas, ilustrações de mapas, países, vídeos sobre o passado e até sobre o futuro. Além do computador a várias outras ferramentas tais esta como: recursos multimídias, maquetes tridimensionais, lousa digitais, aparatos de áudio e vídeo, laboratórios entre vários outros. E é o professor como mediador que tem o papel significativo e a missão de buscar alternativas viáveis para fazer desaparecer o desinteresse dos alunos que não querem se envolver e participar dos projetos implantados pela escola, usando esses recursos. CONCLUSÃO Dessa forma podemos identificar que desde os primórdios das ideias e experiências com tecnologias na educação e, em especial, na educação matemática. Há uma certa resistência em se adaptar ao uso da tecnologia, devido a várias condições contextuais, manuais e culturais. Sendo assim a construção de um Tabu que vem sendo desfeito ao longo da evolução tecno-educacional. Pois as tecnologias vem para nos proporcionar uma educação de qualidade, com inclusão digital e dinamização, no processo de ensino aprendizagem. Essas tecnologias possuem muitas vantagens quando são usadas de maneira adequada, visando a construção do conhecimento do estudante e professor. Dessa forma aumentando a criatividade e participação dinâmica. Assim se conclui que as tecnologias podem e devem ser usadas como ferramentas de apoio na educação e principalmente na educação matemática. Referências Bibliográficas BRASIL. PCNEM+: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília: MEC, 2002. http://scholar.google.com.br/citations?user=Q6ItqvMAAAAJ&hl=pt-BR Andrade, P.F. (1993). (org.) Projeto EDUCOM: Realizações e Produtos. Brasília: Ministério da Educação e Organização dos Estados Americanos. http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=15944:programas- do-mec-voltados-a-formacao-de-professores http://veja.abril.com.br/ http://meuartigo.brasilescola.com/ http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,professores-sao-inseguros-para-usar- tecnologia,704780,0.htm MORAN, José Manuel. Como utilizar a Internet na Educação. Disponível em <www.scielo.br/pdf/ci/v26n2/v26n2-5.pdf > Acesso em 17 out. 2013. PALFREY, John; GASSER, Urs. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração dos nativos digitais. Porto Alegre:Artmed, 2011. MORAN, José Manuel. - ENSINO E APRENDIZAGEM INOVADORES COM TECNOLOGIAS AUDIOVISUAIS E TELEMÁTICAS. 2003
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