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Constitucional I G2

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Constitucional - G2
Reflexos do poder Constituinte
Representa o impacto do ordenamento jurídico com a promulgação de uma Constituição.
Não há direito adquirido perante norma constitucional, especialmente norma constitucional originária, não existe isso de falar em direito adquirido, até porque a Constituição vem romper com aquela ordem estabelecida, ela é um poder inicial, não tendo que respeitar direito nenhum. Mas é uma tradição no Brasil respeitar esse direito adquirido, ela não precisa respeitar, mas ela pode respeitar o direito adquirido em detrimento da CF.
Pode haver vacacio da Constituição, ela é soberana, pode fazer aquilo que quiser, estabelecer então que só entrará em vigor daqui a 6 meses, 1 ano e etc.
Vacacio parcial - A constituição entra em vigor inteira hoje, dia X, mas a parte Y entra só daqui há 1 anos.
ADCT 34 - O sistema tributário só entra em vigor 5 meses depois da Constituição. Até lá na parte tributária, continuará em vigor a constituição anterior, antiga. 
Como no CC, o CC de 2002 só entrou em vigor em 2003, até então ficou vigorando o de 66. 
Constituição antiga - A constituição antiga é revogada quando a constituição nova entra em vigor, ab-rogada. Totalmente revogada, ela sai da prateleira de Direito, e vai para a prateleira de História, ela é revogada totalmente. 
Ab-rogação - Toda
Derrogação - Parcial
Se a Constituição antiga trata de um determinado tema X, que a nova não reproduz? A nova não fala NADA daquele tema X, e aquele tema não entrará em vigor, pois a nova revogou inteiramente a anterior. Mesmo que a Constituição nova não trate do tema, ele continua existindo, mas não tem status constitucional.
Desconstitucionalização 
É quando a constituição nova é promulgada, mas a constituição antiga não é revogada.
Pode a Constituição nova determinar que artigos tais, tais e tais irão continuar em vigor, permanecerão em vigor "pra sempre", não só em vacância. 
Isso, porém daria muito problema. Na prática, a Assembleia Nacional Constituinte irá reproduzir, ou seja, cópia e cola. Não está em vigor o dispositivo da Constituição antiga, e sim está na nova. 
Incompatibilidade:
Legislação
O impacto de uma nova Constituição na legislação é discutido até hoje.
Legislações antigas continuam em vigor, porém não é toda legislação antiga que continuará em vigor.
Continuará em vigor se não houver incompatibilidade com a nova Constituição:
- Material: A lei antiga dizia uma coisa e a nova diz outra, em conteúdo. A lei antiga será então revogada pela nova Constituição.
- Formal: Ou seja, no conteúdo tá tudo bem, se complementam, o problema é na forma. A Constituição nova pede pra essa matéria lei complementar, e ela é aqui lei ordinária. 
LEIS EM 1976
Norma "A"       
1a Hipótese   -> RECEPÇÃO
- Compatibilidade material com a CF
- Compatibilidade formal com a CF
A Constituição diz uma coisa, e a lei a mesma, elas se complementam.
	2a Hipótese -> REVOGAÇÃO
- Incompatibilidade material          
A lei antiga dizia uma coisa, e a Constituição diz outra, em conteúdo. Será revogada pela nova Constituição. 
Lei superior revoga lei anterior.
Assim que a CF foi promulgada, a lei foi revogada.
3a Hipótese        -> RECEPÇÃO
- Compatibilidade material
- Incompatibilidade formal
A CF diz que essa norma precisa ser feita por lei, e esse é um decreto lei. O conteúdo está de acordo, mas a forma não, o problema é unicamente de forma.
Então, ela será recepcionada, a CF irá ignorar a forma. Essa lei foi criada de acordo com a CF em vigor na sua época, então ela tinha que obedecer a forma exigida na constituição em vigor na época dela, então ela será recepcionada. A CF de 88 só vai verificar o conteúdo. 
LEI EM 2014
O art. 146, inciso 3º norma geral de direito tributário só pode ser alterada por lei complementar.
NORMA "B"
	1a Hipótese    -> CONSTITUCIONAL
- Compatibilidade material
- Compatibilidade formal
2a Hipótese     -> INCONSTITUCIONAL
- Incompatibilidade material
3a Hipótese    -> INCONSTITUCIONAL
- Compatibilidade material
- Incompatibilidade formal
Uma lei posterior precisa estar de acordo tanto materialmente quando formalmente, senão é inconstitucional. Não pode ser aprovada uma lei que vai contra a constituição nem em seu conteúdo, nem em sua forma
Se houver uma lei de 2000 e uma emenda constitucional é criada em 2001 tornando o assunto da lei de 2000 incompatível materialmente: a lei é REVOGADA. Uma norma só é inconstitucional se entrar em conflito com a CF ou emenda constitucional anterior à sua criação.
Normas Constitucionais 
Estudamos para verificar a aplicabilidade dessas normas. Nem todas as normas constitucionais podem ser aplicadas no mesmo momento.
Mandado de injunção greve do servidor público - ementa 107, 308 e 312
Quando não tem norma regulamentadora, pode-se ter uma saída, em outras não haverá essa saída.
Classificações:
- Ruy Barbosa e José Afonso da Silva (texto)
Ruy Barbosa:
Ajuda muito, não é uma questão histórica, os advogados usam muito. O Ruy Barbosa não criou, ele trouxe essa classificação do direito norte americano. Para ele, só se tem 2 espécies de normas constitucionais:
Normas                  ---------------------------  Autoaplicável ou auto executável
Constitucionais        -------------------------  Não auto aplicável ou não auto executável
Autoaplicável
É aquela norma que uma vez promulgada a constituição, está apta para efetivar todos os seus efeitos, não precisa de norma regulamentadora, ela se aplica imediatamente, independentemente de lei, por ela própria ela se aplica, não precisa que uma lei regule isso. Não precisa de norma regulamentadora, não precisa que uma lei regulamente os casos da sua aplicação, da sua incidência. A Constituição foi feita ela está valendo.
Exs.: 
- Art. 5º, inciso I
- Art. 226, parágrafo 5º - resolveu aquele processo do casal de MG, por exemplo. Se o sujeito se casava com uma mulher que não era virgem, ele poderia anular o casamento, era direito protestativo do marido, a mulher só resistia a essa pretensão, com uma prova dificílima de fazer, se ela provasse que o homem já sabia ao casar que ela estava casando sem ser virgem. Como se prova? Direito protestativo, o cara anula o casamento. O advogado da mulher alegou esse dispositivo constitucional, igualdade entre homem e mulher na sociedade conjugal, o homem não pode mais ter um direito que só é dado ao homem, não é dado a mulher. A mulher não tem direito de anular o casamento se seu marido entrou no casamento sem ser virgem, se ela não pode anular, e os direitos na sociedade conjugal são iguais, então esse dispositivo do CC não foi recepcionado pela CF88, foi revogado, não houve recepção. Já o advogado da outra parte em réplica, disse que esse dispositivo demanda norma regulamentadora que é o CC que ela é não auto aplicável. O judiciário lógico entende que essa norma é auto aplicável, foi uma forçação de barra tremenda. O judiciário entendeu que essa norma é auto aplicável, não preciso de norma regulamentadora. O CC pode falar disso, mas a norma da CF não precisa de norma regulamentadora. Se precisasse de norma regulamentadora para trabalhar a igualdade entre homem e mulher na constância da sociedade conjugal, a sentença seria diferente. Como essa norma é auto aplicável, a sentença foi no sentido de que é impossível anular o casamento, não dá para anular.
- Art. 227, parágrafo 6º - os filhos ávidos ou não pelo casamento ou por adoção terão os mesmos direitos e qualificações. É um dispositivo autoaplicável, não precisa de norma regulamentadora. O CC de 66 classificava filhos, haviam diversas categorias de filhos, filho legítimo, ilegítimo, adulterino (fora de uma relação de matrimônio, homem casado que tinha filho fora do casamento), incestuoso. A sucessão começa quando o autor da herança morre, a gente não admite um patrimônio sem titular, no momento que o autor da herança morre, o patrimôniopassa para seus respectivos herdeiros. 
Se o cara morre no dia 6 de outubro de 88, todo mundo herda igual, já estava em vigor a CF de 88. Se morresse dia 4 de outubro, valeria a constituição anterior. 
Não auto aplicável
Quando a Constituição é promulgada, ela não está apta para produzir os seus efeitos, ela não está, ela precisa de norma regulamentadora que venha definir o seu campo de incidência. 
Para saber se a norma é não auto aplicável, a Constituição vai pedir normalmente a norma regulamentadora: “nos termos da lei”, “a lei irá descriminar”, “lei estipulará”, “lei poderá dispor”, “lei poderá instituir”. 
Art. 7º, inciso 21 - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço sendo no mínimo de 30 dias, nos termos da lei. 
Art. 37, inciso 8º - direito de greve dos servidores públicos
Art. 7º, inciso 1º  
Art. 5, inciso 2º da Constituição - É autoaplicável?
Sim, ela se refere, não preciso de uma norma regulamentadora para exercer esse direito constitucional de só ser impedido de fazer algo por força de lei, isso é o princípio da legalidade, é autoaplicável, a Constituição me deu esse direito.
Se o constituinte disse que é necessária uma lei ordinária e o legislador faz uma lei complementar, não tem problema. 
Classificação pelo José Afonso
 
Mais conhecida pela doutrina, bastante utilizada pela jurisprudência. A do Ruy Barbosa é muito utilizada na prática, a do José Afonso também é muito utilizada na prática. Vê-se um juiz e um tribunal utilizando essa classificação, especialmente o STF, que usa constantemente essa classificação do José Afonso.
Para ele, as normas constitucionais podem ser:
Eficácia plena
Quando a constituição é promulgada, ela está apta para produzir todos os seus efeitos e não admite que uma lei infraconstitucional venha restringir o seu alcance. Não precisa de norma regulamentadora, está apta a produzir todos os seus efeitos e não admite que uma norma infraconstitucional venha restringir o seu alcance. É muito poderosa, não precisa de norma regulamentadora, não aceita ser restringida, não tem como restringir. Os legisladores não podem restringir o alcance dessa norma constitucional, se fizer é inconstitucional.
Art. 226, parágrafo 5º e art. 227, parágrafo 6º - Homens e mulheres são iguais na constância do casamento. Isso é uma norma de eficácia plena, eu não preciso de norma regulamentadora. Quando a CF de 88 foi promulgada, todas as normas do CC que dão mais direitos ao marido do que a esposa, foram revogadas, ou não recepcionadas pela Constituição. Isso não pode ser restrito. A Constituição deu uma diretriz ao código, dizendo que o código civil de 2002 quando fosse regulamentar o casamento, não poderia tratar o marido e a esposa de forma diferente, tem que dar o mesmo direito aos dois. 
A Constituição também coloca igualdade entre os filhos, se você adotou é igual o seu filho natural. Filho é filho, a criança não tem nada a ver. O filho tipo dentro do casamento, fora do casamento tem os mesmos direitos. O CC ele não poderia tratar diferentemente os filhos dentro e fora do casamento. 
Não tem como restringir a norma de eficácia plena, ela não precisa de norma regulamentadora e a lei precisa estar em total harmonia com ela, a lei não pode restringir, a lei não pode mexer/modificar o seu alcance.
Eficácia contida
Quando a Constituição é promulgada, ela está apta para produzir todos os seus efeitos, não precisa de norma regulamentadora para produção de efeitos. Se quando a CF é promulgada, ela está apta para produzir todos os seus efeitos, ela não precisa de norma regulamentadora. Para produção de efeitos ela não precisa. O que diferencia da norma de eficácia plena é que a norma de eficácia contida permite, tolera, aceita que uma lei infraconstitucional venha restringir o seu limite, o seu alcance. Na norma de eficácia plena, ela não admite em hipótese alguma que seja restringida. A de eficácia contida não, ela pode ser restringida por uma lei, por a constituição assim permite. A Constituição permite que uma norma constitucional, a lei, venha conter a eficácia na norma constitucional, o alcance dela. 
Ex.: mais famoso
- 5º inciso 13 - livre o exercício de qualquer trabalho, emprego ou profissão sujeitos e atentos as classificações que a lei estabelecer.
Na idade média, para exercer determinada profissão você deveria ser aceito pelos membros daquela corporação de ofícios, isso acabou no fim da idade média. Há requisitos mínimos para você começar a trabalhar, ter 16 anos, por exemplo. Porém para exercer algumas profissões, é necessário preencher alguns requisitos que a lei estabeleça, que exige naquela profissão. A CF te deu a liberdade de você escolher, você pode trabalhar com que você quiser, desde que cumpra os requisitos para exercer aquela profissão. A Constituição te deu o direito de você escolher sua profissão, o que vai te impedir de exercer alguma profissão é a lei. 
Para trabalhar como vendedor extra natal, por exemplo, você precisa cumprir a qualificação geral do trabalho, não precisa ter uma qualificação específica. Para ser um bom vendedor você precisa falar bem, ser desinibido. 
Para você ser um motorista particular, só precisa ter carteira de motorista.
Para exercer a carreira de advocacia, você precisa ler e escrever muito bem. Além disso, saber direito ajuda. Porém tendo isso não pode abrir um escritório, por que a lei pede, o estatuto da OAB é uma lei, que diz que para você exercer a advocacia, deve preencher alguns requisitos: bacharel em direito por um estabelecimento de ensino reconhecido pelo MEC, ser aprovado no exame de Ordem. São os requisitos que a lei exige, mas nem sempre foi assim. O advogado tutela obrigações e deveres alheios em juízo, ou fora dele. Lutamos pelo direito do nosso cliente. Antes do novo estatuto da ordem, existia a figura do rábula, ou seja, um sujeito que não era formado em direito e podia tutelar direitos e obrigações alheias em juízo até um determinado valor. Quando a causa era de baixo valor, você podia sair em juízo sem um advogado, como um rábula, um sujeito que sabia ler e escrever muito bem, falar muito bem, entendia alguma coisa de direito e representava as pessoas em juízos em ações simples. Você poderia “exercer a advocacia” sem ser formado. 
A lei então restringiu esse direito, depois de uma reforma da Ordem, acabou com a figura do rábula, agora para exercer ações em juízo precisa ser advogado. Depois a lei restringiu ainda mais esse direito, para ser advogado hoje não basta ser bacharel em direito, você precisa ser aprovado no exame de ordem. Essa exigência é Constitucional, a Constituição diz que qualquer um pode escolher sua profissão, mas isso é uma norma de eficácia contida, então a lei pode restringir o alcance dessa norma constitucional. A lei dizia que bastava ser bacharel em direito, veio então uma nova lei dizendo que não bastava ser bacharel não, precisava ser aprovado em um exame de ordem. A lei literalmente restringiu o alcance da norma constitucional. Bacharéis em direito aprovados pela ordem poderão exercer a profissão da advocacia. 
A norma de eficácia contida, pode ser restringida por lei. Ela nasce como se fosse plena, e a lei vai restringir o seu alcance, coisa que a norma de eficácia plena não admite, a de eficácia contida admite isso. 
Ex. 2: artigo 5º inciso 12 - é inviolável o sigilo da correspondência, de dados e etc.
A CF deu o sigilo as comunicações, mas ela pensou em uma hipótese onde esse sigilo pode ser rompido: para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
Você não pode alegar sigilo para cometer um crime. Há a possibilidade de quebra de sigilo. 
Não se pode quebrar um sigilo para outras investigações que não sejam criminais, como por exemplo, discutir adultério e etc., como não é crime, não pode-se quebrar o sigilo, não irá se utilizar uma prova dessas.
Só pode haver aquela violabilidade do sigilo com uma ordem judicial de um magistrado, sempre o juiz que autoriza. O direito é seu, o Estado nãotem direito de quebrar o sigilo, a lei que cria alguma restrição. 
Quando a CF nasceu, ela dava esse direito ao sigilo das comunicações. Porém, a lei 9296/96 restringiu o direito constitucional, esse direito constitucional ao sigilo das comunicações. Até essa lei, qualquer quebra de sigilo é prova ilícita. A lei vai falar como isso deveria ser feito, quem poderia pedir, regula a questão de sigilo, como irá tramitar isso. Só com a lei o seu direito constitucional foi contido. A lei 9296 NÃO REGULAMENTOU o 5º inciso 12, pois é uma norma de eficácia contida, não precisava de regulamentação, ela RESTRINGIU esse direito, nessas hipóteses (que estão em sintonia com a constituição) que a própria CF permite isso, a lei só regula. A Constituição que permite essa "limitação". Quando a Constituição foi promulgada o seu direito ao sigilo das comunicações já estava aqui, não precisava ser regulamentada, foi simplesmente já tinha esse direito ao sigilo. A lei vai restringir o seu direito, ela dá uma hipótese onde seu direito ao sigilo das comunicações não será merecido, isso é permitido pela própria CF. Ela permitiu isso. 
Eficácia limitada
É aquela que quando a Constituição é promulgada, não está apta para produzir os seus efeitos, ela precisa de uma norma regulamentadora que venha definir a sua eficácia. A norma de eficácia limitada te dá um direito, mas não está apta a produzir nenhum tipo de efeito, só depois da lei regulamentar. 
LIMITADA - A LEI É + (você tem o direito e a lei expande seu direito)
CONTIDA - A LEI É - (você já tem o direito, lei restringe o seu direito)
Aqui você tem direito, mas você não pode exercer sem a lei, a lei que irá te dar esse direito.
Art. 7º, inciso 21 - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço
O aviso prévio você avisa ao empregado que o contrato será rescindido. O mínimo é de 30 dias
Ex.: Um cara de 30 anos de empresa, ao invés de avisar que vai demitir, você paga ele. Antes da lei, você pagava 30 dias para ele e para o cara que tinha 5 anos de empresa. Enquanto a norma regulamentadora não veio, ele não conseguiria exercer o direito. Enquanto a lei não vier, não tenho base de cálculo para saber quanto será cobrado. Essa lei só veio em 2011, de 88 a 2011 só se aplicava 30 dias, assim como estava na CLT também. 
A norma constitucional de eficácia limitada, segundo José Afonso, pode ser:
 Institutiva: institui algo. 
 Programática: Programa uma meta, um objetivo de ação do Estado, o Estado deve buscar. 
Programáticas: 
São encontradas especificamente no título 8º em diante, o constituinte instituiu metas do Estado. Estabelece programas, metas, objetivos de ação do Estado. Todo mundo tem direito a saúde, educação e etc., isso é norma constitucional programática. A CF estabelece essa metade: deve-se dar saúde, cultura, educação para todo mundo. 
O objetivo do Estado é realizar um conjunto de ações para atingir o bem, temos que atingir o bem comum, ou seja, dá tudo aquilo que você precisa para as pessoas se desenvolverem, que seja comum e bom para todos. A Constituição é a norma que regula o Estado, então isso estará na Constituição. Normas programáticas é um campo próprio da constituição, alcançar o bem comum. A norma programática te dá o direito e ela permite a cobrança, você vai sempre tentar alcançar o objetivo. A norma programática permite a cobrança daqueles eleitos, de que busquem os objetivos da Constituição, não pode largar.
A norma programática impede que leis contrárias a elas sejam editadas, pois são normas Constitucionais, estão dotadas de primazia. 
Ex.: Art. 196 - saúde dever do Estado
Direito de todos, dever do Estado. O Estado deve agir para promover, proteger e reprimir doenças, saúde e direitos de todos e dever do Estado. 
Ela é uma norma que precisa de uma lei que lhe dê concretude. 
Art. 205 - educação dever do Estado 
A norma Constitucional é programática, devo formar cidadãos e trabalhadores. Com base nisso não posso abrir uma escola de ensino médio, eu preciso de uma diretriz de o que precisa, quais as matérias básicas.
Uma lei impediu o acesso dos presos à educação, sob o argumento de ser meramente programática, essa lei é válida? Não. É Constitucional, uma lei não pode tirar o direito do preso à educação. Lei nenhuma pode contrariar em qualquer nível a Constituição.
Art. 105 - 
Não se deve achar que as normas programáticas estão só no título 8º. Encontra-se normas programáticas ao longo da Constituição como um todo. Elas exercem influência sim, é norma constitucional, tem a supremacia da norma constitucional. Qualquer lei que venha de encontro com norma programática, é inconstitucional, na mesma forma, não adianta falar que é uma norma "meramente programática”, como se essa espécie de norma tivesse valor menor do que as outras normas constitucionais, mas ela tem um valor, é uma norma constitucional tal como a norma de eficácia plena, a diferença é só em relação a sua eficácia, o âmbito da sua eficácia. Ela tem eficácia, limitada, mas tem eficácia. É uma norma hierarquicamente superior às outras, nenhuma lei pode ir contra. Ela serve também de vertente interpretativo, uma vertente hermenêutica. 
Com relação aos princípios fundamentais, dispositivos de princípios fundamentais. Achamos aqui até algumas normas programáticas, mas tem mais a ver com interpretação. Os princípios fundamentais na Constituição estão principalmente do 1º ao 4º. 
Art. 1º - Os fundamentos da nossa república. Esses são os nossos princípios fundamentais: pluralismo político, soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana (grande vertente interpretativo). Hoje, jocosamente falamos que quando nos deparamos com algum problema de Constitucional que não sabe resolver falamos “de acordo com a dignidade da pessoa humana...”, pois se alega dentro de qualquer coisa. O parágrafo único fala que todo poder emana do povo, o art. 2º que fala da separação dos poderes.
O Art. 3º não deixa de ter um caráter programático, mas sim, serve como vetor interpretativo. No art. 1º vemos os fundamentos, e no art. 3º as nossas metas, os nossos programas. Construir uma sociedade livre, justa e solidária. É abstrato pra caramba, mas é o nosso objetivo. Esses são nossos objetivos, tem bastante cara de ordem programática. Mas isso serve na prática, como por exemplo: 
Art. 226, parágrafo 3º - União Estável 
O CC reproduziu isso no de 2002 a luz do art. 3º inciso 4 do CC. Se entendia a diversidade de gênero como elemento essencial do casamento, uma coisa é interligada a outra, é intrínseco ao casamento a diversidade de gênero.
Vamos interpretar essa norma a luz do art. 3º, inciso 4 que fala “sem preconceito de ... e quaisquer outras formas de discriminação”, com essas outras formas, inclui-se de orientação sexual. O que o STF fez, foi interpretar o 226 a luz do art. 3º. Se queremos uma sociedade sem nenhum tipo de preconceito temos que reconhecer a união estável entre dois homens ou entre duas mulheres. Essa foi a decisão do Supremo. O STJ dá um passo na interpretação do Supremo e diz que a diversidade de gênero era meramente exemplificativa e não elemento intrínseco do casamento, e a única interpretação possível para harmonizar o 226, parágrafo 3º com o art. 3º inciso 4º, eu tenho que harmonizar os dois. A diversidade é exemplificativa, e a CF ainda disse que deveria quando possível converter em casamento, então eu não posso ter uma união estável que não dê para converter em casamento. Logo se o supremo reconheceu que há a possibilidade de união estável homo afetiva, eu tenho que ter a possibilidade de converter em casamento. O STJ então autorizou o casamento homo afetivo. 
É objetivo fundamental do Brasil erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir desigualdades sociais e regionais, então daí entrou a política de cotas. Encontra fundamento em norma fundamental facilmente. Uma decisão do Supremo Tribunal Federal por unanimidade, o princípio da igualdade encontrou aqui legitimidade para a política de cotas. Foi uma decisão unanimedo Supremo a constitucionalidade das cotas, é constitucional. 
Toda norma constitucional tem eficácia, nem que seja só como um vetor interpretativo, hermenêutico, ela tem eficácia. Toda norma constitucional tem eficácia. Pode ser plena, contida e etc., tem eficácia, nem que seja como vetor interpretativo.
O art. 4 CF - direito interno
O Brasil REPUDIA guerras, terrorismo, racismo. O Brasil concede asilo político e tem que conceder, o Brasil precisa receber refugiados pois ele tem uma dívida internacional, pois na ditadura o Brasil expulsou muitos dos seus filhos direta ou indiretamente para o exílio, e esse pessoal foi recebido no exterior, agora é necessário que o Brasil pague essa dívida com a comunidade internacional, o Brasil deve abrir suas portas para qualquer situação onde tenha refugiados, onde tenha problemas em seus países. 
Art. 231 e 232 - índios
A Constituição dá direito aos índios, e eles podem explorar sim, mediante lei.
Institutivas 
Ela não estabelece nenhuma meta, ela institui algo, institua alguma coisa, deixou para o legislador regular. A Constituição cria algo, mas deixa para o legislador organizar. Quando vier lei, ela acrescenta, com a lei que eu posso exercer meu direito. Criei alguma coisa, institui algo, mas não vou falar como esse algo vai funcionar, o legislador fará isso.
Exs.:
Art.7, inciso 1 - Proteção contra despedida arbitrária sem justa causa, isso não é uma meta, o constituinte instituiu essa proteção, mas deixou o legislador regular isso, deixou para o legislador regular o tema mediante lei federal. 
Art. 7, inciso 21 - aviso prévio proporcional a tempo de serviço, mediante lei, antes da lei que veio em 2011, não conseguia-se exercer a lei. 
Art. 7, inciso 8 - direito de greve dos servidores públicos nos termos da lei. Militar não pode fazer greve porque a vida militar funciona com os princípios da hierarquia e disciplina, recebendo e cumprindo ordens, não tendo deliberação. O Constituinte disse que o servidor público pode fazer greve, pois não tem os mesmos motivos dos militares sobre hierarquia e disciplina, não tem nada a ver isso, então a Constituição preferiu se manter no meio dos militares "não fazer greve" e o particular que pode ser demitido a qualquer momento, o constituinte pensou que eles podem fazer greve. Estou instituindo o direito de greve, porém mediante uma lei específica. 
Art. 32, parágrafo 4 – Institui que o distrito federal vai ter polícia civil, polícia militar e bombeiro militar, porém mediante lei federal para dispor sobre isso. O constituinte decidiu isso mas disse que uma lei que irá determinar.
Art. 33 – A constituição instituiu territórios, mas deixou que a lei regulamentasse isso. 
Essa lei será complementar ou ordinária
- LIMITADA INSTITUTIVA:
Impositiva
A criação dessa norma é obrigatória, ela institui algo e exige que o poder público faça a lei. A institutiva institui mas exige uma norma regulamentadora para a produção de efeitos. No caso, a norma impositiva o poder público tem que fazer a norma regulamentadora.
Facultativa
Na facultativa, a criação de norma regulamentadora é uma faculdade. O legislador posse ser acusado de omissão por não ter criado a norma? Não, ele está omisso. As vezes vamos nos deparar com um processo onde vamos nos deparar com uma norma constitucional dando direito ao seu cliente, mas você não pode fazer nada sobre isso. Você em uma norma constitucional de eficácia limitada institutiva dando direito ao seu cliente, porém a norma regulamentadora ainda não foi criada, quando você estuda essa norma constitutiva você vê que ela é facultativa, eles criam norma regulamentadora se eles quiserem, não são obrigados. O constituinte institui algo e deixa ao legislador a faculdade de criar, se você quiser regulamentar esse assunto, você cria. Deve-se dizer nesses casos que a pessoa não tem o direito.
Quando é impositiva será no imperativo. Facultativa, haverá um "PODE". 
Ex.: a lei poderá instituir, a lei poderá regulamentar e etc.
Ex.: Art. 125, parágrafo 3o – Poder judiciário estadual. Pode-se ser criado um tribunal militar estadual, não é obrigatória. Há o juiz militar federal, que pode ser utilizado para qualquer lugar, e qualquer cidade, no tribunal militar federal. 
O constituinte pensou em que ao cidadão uma ação que ele pudesse almejar quando ele se deparava com uma situação de omissão do legislador, que é o mandado de injunção, somente cabe quando ela é impositiva.
Mandado de injunção 
Art. 5º, inciso 71 - Falta de norma de eficácia limitada institutiva impositiva. O judiciário diz como exercer o direito quando há ausência de norma regulamentadora pela omissão do legislativo. Entende-se que o mandado de injunção possa ser dado pelo judiciário, até que a lei seja feita, a outra é ser feito em forma coletiva, um acordo coletivo.
O STF entendeu que não cabe ao judiciário legislar, é poder do legislador e também não se pode obrigar o legislador a legislar pela separação de poderes. Quando se entrava com um mandado de injunção, julgava procedente. Então, o que ganhava era que iria notificar o legislativo de sua mora, notificar o Congresso. Porém, é claro que ele já sabe, e não se importava (mandado de injunção 107). Depois, o Supremo percebeu que o power of chame não estava funcionando, pois eles não tinham vergonha, não estava funcionando em nada essa notificação. A doutrina já tinha dito que o Supremo enterrou o mandado de injunção, já que o número ia diminuindo cada vez mais, ai o mandado de junção 708, o Sindicato pediu e ai o Supremo NESSE caso, declarou efeito constitutivo, ou seja, o congresso está omisso, ele precisa fazer a norma regulamentadora. O Ministro Sérgio de Melo difere pesadas críticas ao Congresso. O Supremo então diz que por analogia irá aplicar a lei geral de greve, já que o Congresso não fez a lei que deveria ter sido feita e não foi, porém, ele só fez isso nessa situação. Também ouve isso em um pedido de aviso prévio proporcional é antigo cliente do mandado de injunção, então deu aqui outro passo e supriu a omissão e em 2011 o Supremo entendeu que deveria suprir a omissão já que o Congresso está omisso, não há nenhuma lei por analogia, então começou a cada Ministro sugerir como seria feito isso. No fim, um Ministro pediu vista e o Congresso ai acordou e começou a conversar com os seus financiadores de campanha, e assim o Congresso aprovou em 24 horas, já que seria melhor eles fazerem do que o Supremo. O Supremo continua com esse entendimento do 107, porém, em alguns casos que já foram muitas vezes pedidos mandados de injunção, ele mudou o entendimento e tomou uma decisão.
Hermenêutica 
Hermenêutica é interpretar, dar um sentido ao texto. Tudo precisa ser interpretado, mesmo que seja uma interpretação simples e por símbolo, cada um pode ter uma interpretação completamente diferente de um fato. Eu tenha sempre uma interpretação óbvia, lógica, por isso que temos que ter uma matéria de interpretação. 
O direito natural é inerente a sua condição de ser humano, por ter nascido ser humano é titular de direitos como a vida, a liberdade, seu patrimônio etc., ele existe desde quando a sociedade se formou, todo grupo social por menos que seja tem regras de conduta, o que se pode fazer, o que não pode e o que aconteceria se fizesse o que não pode. Toda sociedade tem direito. O direito natural vem do simples fato de você ter nascido ser humano, são direitos inerentes a sua condição de ser humano, nasceu assim, por ter nascido ser humano você é titular de direitos que, por exemplo, animais não possuem, o animal é um objeto, ele é um bem móvel, semovente. O animal não tem direito à vida, há normas do ministério da cultura de como o animal pode ser abatido para virar alimento e etc. Eu posso ter condenação por conta de mal tratos aos animas, segundo art. 32 da Lei 9.605. Eu não falo de direito à vida, o bem jurídico tutelado aqui é o meio ambiente, o bem jurídico tutelado não é aquele animal em si, por isso pode haver convenção, issonão coloca direito a vida. 
Toma positiva o direito, vai aos poucos escrevendo o direito, então você não faz mais uma alegação de direito natural e sim de lei. É mais fácil partir logo para a lendo que fazer uma argumentação de direito natural, agora tem a fase de leis escritas. Cuidado, de acordo com cada família de direito, de maneira geral, direito positivo é aquele que está escrito, é o direito que é aplicado. Os romanos elaboram um sistema de direitos intricados que e levados por eles pelas províncias que eles dominaram e Roma dominou todo mundo conhecido da época durante muitos e muitos séculos, quando eles caem e tem início do direito medieval, ele é elaborado com base no direito conhecido, o direito romano. Quando Portugal/Espanha nascem eles se baseiam no direito medieval que veio do direito romano. A família romano-germânico, civil law é o que nos interessa. 
O fenômeno do positivismo nasce após a revolução francesa, o ponto fundamental é a revolução industrial, que mudou o modo de produção da época, que levou uma nova divisão de capital e trabalho, exploração da sociedade industrial da época. Neste contexto de revolução industrial, nasce o positivismo. O positivismo foi um fenômeno que se implantou no mundo como vale do termo científico. Naquela época (época de ouro das ciências exatas), conhecimento mesmo era conhecimento científico, o conhecimento bom era aquele que eu posso analisar diante de um método, o resto era metafísica. Tudo era ciência, então o direito também tinha que ser. Positivismo jurídico vem com Kelsen, em A Teoria Pura do Direito onde ele vai dizer que direito é uma ciência. Não posso fazer experimento no direito, mas ele diz que direito e ciência pois tem um objeto próprio de estudo, que é a lei, a norma. Esse é nosso objeto de estudo, e estudo exclusivo de direito, o que é exclusivamente direito na visão Keniana era isso. O positivismo jurídico vem então com força total, o positivismo jurídico era perfeito, a belle époque era uma teoria que diz que a sociedade só vai progredir, um crescimento sempre no sentido ascendente, se acreditava nisso, ninguém via no que estava acontecendo com a exploração da classe trabalhadora. O sistema jurídico não traz antinomias, não há conflitos entre leis. Para resolver os casos concretos basta ter conhecido a lei anteriormente, que é o raciocínio de subsunção, que é levada em consideração uma premissa maior e imanemos para chegar a uma solução. O que se imagina que será um bom juiz na época, era aquele que conhecia profundamente a lei, a solução do caso concreto está na lei, não tinha antinomia. Os 3 critérios para o conflito de normas, seria a especialidade, cronológico e.. Luiz Roberto Barroso chamava esse período do fetiche da lei, o papel da hermenêutica constitucional nesse período era extremamente reduzido a constituição era bem reduzida, ela organizava o estado e o poder e alguns direitos fundamentais, mas na prática o centro da vida jurídica era o CC, a constituição regulava a relação dos indivíduos com o Estado, o CC era a Constituição do direito privado, hoje em dia é a CF. Essa premissa é falsa, a lei não vai conseguir resolver todos os problemas que você irá se deparar em seu escritório de advocacia, esses são os hard cases, ou casos difíceis, aqueles que a lei não poderá te auxiliar. A humanidade passou por diversas crises, você tem a belle époque no século 19, progresso da humanidade, sempre caminhas pra frente. Porém na metade do século 20, a humanidade teve 2 guerras mundiais. Mesma época que se percebeu que não somos o centro do universo, que o sol é o centro e nós giramos ao redor do sol e que nós somos o 3º planeta a girar ao redor do sol, que temos várias galácticas, e que a terra não foi criada em 6 dias com 1 dia de descanso. A física vai piorando a nossa vida, mostramos que não somos o centro do universo, dizia-se que pelo menos somos senhores da nossa razão, ai vem Freud e diz que não, temos um inconsciente que vem do nada, que nem somos senhor dos nossos pensamentos, isso vem determinando pela sua criação. Nisso entramos com a crise do positivismo, a 2ª guerra mundial foi o marco da crise do positivismo, nela vemos claramente quem é ruim e quem é bonzinho, Hitler levou uma nação a fazer essas perseguições, e nela identificamos facilmente isso. O que interessa a nós é discutir o pós guerra, a humanidade entra em crise, as leis nazistas são extremamente opressoras contra o povo judeu, um judeu não poderia se casar com uma pessoa que não fosse judeu, um ariano só poderia se casar com outro ariano, para manter a pureza da raça alemã. As leis obrigavam a judeus andarem com a estrela amarela no peito, os judeus posteriormente deveriam morar em uma determinada área, os guetos. Em uma ocupação nazista em Amsterdam, os judeus não poderiam andar de bicicleta, principal meio de locomoção da cidade, eles deveriam entregar suas bicicletas. No final da guerra, no tribunal de Norembergue, irá julgar os vencedores sobre os vencidos, os tribunais de guerra eram absolutamente normais. A primeira vertente de defesa era a obediência da ordem hierárquica, se o seu superior mandou, eu tenho que fazer, por isso, estava matando pois me mandaram e etc., quando veio essa alegação Nuremberg rejeita, você não pode alegar isso para cometer crueldades contra a humanidade. A outra defesa dizia que a lei obrigava todas essas atrocidades, nós cumprimos a nossa lei, o nosso ordenamento. Quando se faz um estudo do ordenamento nazista da época, observa-se que isso é absolutamente verdade, também não foi aceita. Então, não dava para ter a lei pura e simples. No pós-positivismo, houve a volta da valorização do direito, precisamos de valores, é necessária uma discussão sobre valores, direito não é só um conjunto de regras, é também de princípio. A Constituição é a norma jurídica que se encarrega disso, de valores. A constituição começa então a afastar o CC e entrar no centro. Além do positivismo, eu entendo que o direito é o conjunto de regras e valores substanciados nos princípios. Direito e então um conjunto de regras e princípios. 
CUIDADO! O positivismo não morreu, o positivismo não criou o nazismo, não é verdade. Você pode conjugar o fim do positivismo com o fim da guerra, o nascimento do pós-positivismo com esse fim da guerra, porém não pode falar que o positivismo é que criou o nazismo. Princípio a gente sempre teve, a diferença entre regra e princípio e que é uma diferença quantitativa, e basicamente a mesma coisa para o positivismo clássico a diferença é de maior ou menor abstração, a norma é mais concreta e o princípio é mais abstrato. É uma diferença basicamente quantitativa, no pós-positivismo a diferença entre regra e princípio é que é qualitativa e não quantitativa. É diferente, regra e princípio são coisas diferentes. Dworkin dizia que a regra é um comando do tipo: tudo ou nada. Quando falo em ponderação de regras e valores eu falo disso aqui, a regra não, ela e uma comando do tipo "tudo ou nada", a regra classifica um .:: ela se aplica inteiramente, se houve hipótese de incidência que a lei carrega, a lei se aplica num todo, salvo, se houver uma regra de exceção. Se há uma hipótese de incidência a regra se aplica num todo, a não ser que se haja a exceção, também aplicada tudo ou nada. 
Ex.: art. 12
Inciso I (a,b,c) - nato 
Inciso II- naturalizado
A diferença é que o nato nasceu assim, o naturalizado pediu para ser assim. Para ser nato, são as hipóteses da letra a, b e c. A letra A fala de território, nascidos no Brasil é brasileiro nato, ainda que de pais estrangeiros. A letra B fala de brasileiro nascido no estrangeiro onde os pais brasileiros estão a serviço do Brasil, a letra C fala das hipóteses de nascidos no estrangeiro com pais brasileiros é brasileiro nato. Não dá para ser meio brasileiro, ou a lei se aplica inteiramente ou não se aplica na sua integridade. A regra de exceção é, por exemplo, na letra A que diz que não será brasileiro nato se seus pais estão aqui a serviço do seu país. Isso é regra, por issoque Dworkin fala e tudo ou nada. Na regra eu determino a incidência prima facie. O princípio é uma dimensão de peso, eu não posso dizer prima facie qual o princípio que prevalece. Perante um caso concreto eu não tenho como falar prima facie qual irá prevalecer, o que prevalece em um conflito seria por exemplo a liberdade de imprensa ou o direito a intimidade? Depende do caso concreto. Como a CF é a norma que se encarrega dos valores, do princípio que eu não posso interpretar uma lei de acordo com a Constituição.
Ex.: Anões do orçamento eram pessoas com baixa estatura físico e moral que fizeram uma festa com o dinheiro público, deputados e senadores fraudaram o orçamento da união, porém fraudar isso não é simples, precisava de muitos outros assessores. Um assessor do senado foi indiciado dizendo que ele era responsável, foi expedido um mandado de prisão e busca e apreensão no apartamento dele e se achou planilhas, valores e etc., a polícia mostrou pra imprensa. A intimidade dele foi violada, porém nesse caso prevaleceu a liberdade de imprensa. No caso, foi apreendido também materiais pornográfico, erótico de sadomasoquismo e foram apreendidos e mostrados, nesse caso violou a intimidade dele, pois não era crime e nem relevante para o caso. Em uma situação prevalece um e no outro prevalece o outro. 
Hoje é comum se falar na filtragem constitucional, ou seja, você vai interpretar uma lei não incidindo diretamente ao caso, aplica a lei ao caso. No pós positivismo você aplica a lei ao caso passando antes por um filtro, a constituição é uma espécie de filtro. Você aplica a lei nos casos concretos de acordo com a constituição, a constituição ocupa então, o centro da vida jurídica, eu tenho que interpretar a lei de acordo com a constituição. Toda a discussão chegou em meados de 90, pois vivíamos em uma ditadura. É tão recente que na prática, poderíamos encontrar juízes e desembargadores sem essa ótica, eles foram formados com uma ótica mais positivista. A constituição tem uma regra, no art. 5º inciso 11 diz que a casa é asilo inviolável do indivíduo, a não ser em caso de flagrante delito (policial não pede licença), de resgate (bombeiro não pede licença) e por mandados judiciais. O oficial de justiça pode entrar a força na casa do individuo, mas só pode fazer isso durante o dia, o Estado não pode exercer seu poder coercitivo na calada da noite. Há três correntes para definir dia, a primeira corrente diz que dia é o exercício do expediente forense, não teve a menor repercussão pratica. Jose Afonso diz que dia é de 6 da manha até as 18 horas da tarde, não é defendido pelo STF, é um critério vago pois há horário de verão. Dia é o período da alvorada ao crepúsculo, do nascer ao por do sol.
Uma mulher foi citada num processo, o oficial de justiça nunca conseguia encontrar a tal mulher, o juiz determinou que o oficial fizesse a citação fora do expediente forense e ate de noite, se baseando no CPC, isso antes de 88. Pós 88 não é mais permitido. As 21 horas de um sábado o oficial de justiça foi a casa da mulher forçando a entrada na casa e foi expulso pelo marido, o marido foi preso por desobediência e preso, o juiz absolveu o crime pois ele estava no exercício regular de um direito, impedindo que uma pessoa entrasse na sua casa pela noite, o TJ reformou a sentença falando que o juiz foi muito claro e determinou, falando que o CPC admite a visita do oficial de justiça e foi admitida pelo juiz fora do expediente.
Método Jurídico (Clássico)
 Lei e Constituição são ontologicamente idênticos
 Diferenciação no nível hierárquico
• Métodos (ou sub-métodos) utilizados:
- Gramatical: interpretação literal. não é para ser descartada, as vezes a interpretação é mais simples, mais adequada. Art. 13 diz que a língua do Brasil é o português. Aqui a mera interpretação literal vai resolver.
- Histórico: Vai entender o contexto histórico de aplicação da lei, o por quê ela foi criada e etc., deve-se observar isso para que se entenda o que o legislador quis com essa norma. Exs.: união estável homo afetiva na redação fala de "homem e mulher". Art. 150 CF, inciso 6 não incluíram o e-book pois na época não existia, o e-book então entraria nisso.
- Sistemática: Você entender que o ordenamento jurídico é um sistema, como uma ordenação. Você tem que entender aquilo como um sistema, com normas inferiores, superiores e etc., há uma organização do ordenamento jurídico, ele tem uma organização interna, ele é integrante de um sistema.
- Teleológico: Você tem que buscar o sentido da lei, qual é o objetivo da lei, o que é que se quis com aquela lei. A interpretação teleológica é a interpretação do sentido da lei. 
Mera subsunção, sem interpretação, é uma questão de regra. Não se discutiu de acordo com o fato e sim, prima face.
 Método Científico-Espiritual
 Rudolf Smend
 Direito como ciência do espírito e não como ciência natural
 Necessidade de se interpretar o direito contextualizando-o com os valores sociais
Na Alemanha se faz uma diferença entra a ciência da natureza (exatas), ciência que você encontra na natureza, e ciência espiritual, as outras que não estão na natureza, são ciências do espírito humano, a história, a antropologia, o direito, é uma ciência criada pelo homem, do espírito humano. Como é uma ciência criada pelo espírito humano deve ser interpretada de acordo com os princípios sociais. 
Método Tópico-Problemático
 Theodor Viehweg
 Inversão do método clássico (raciocínio dedutivo)
 Topois e o raciocínio indutivo
 Solução ideal: auditório
Defende a inversão do método clássico, que tem esse método dedutivo, a tópica defende uma inversão, de acordo com os métodos topois, ou seja, ponto de vista. Você irá encarar de acordo com os pontos de vista, devo olhar tudo que está no caso concreto e depois olho a lei. É indutivo, se parte da premissa maior para a menor. Ele chama para o caso concreto, o caso concreto tem diversos pontos de vista, diversas formas de entender esse caso, cada uma dessas interpretações pode dar uma resposta. A tópica sofre muita crítica, pois na teoria ela admite a construção ideal.., se primeiro preciso entender o caso concreto e seus pontos de vista, para buscar solução ideal é possível em tese, que a solução ideal, seja uma solução contra lege. Seu auditório normalmente é o juiz, para ele você vai mostrar os diversos pontos de vista, os topois ele não conhece, o advogado deve mostrar. Ele também irá ouvir a outra parte, com seus topois e assim o juiz encontrar a melhor decisão.
Método Normativo-Estruturante
 Frederic Müller
 Norma e texto da norma
 Norma como resultado da interpretação
Faz uma diferença entre norma e texto. Há uma diferença entre normas e textos normativos, você só tem a norma no caso concreto, quando eu tenho a norma aplicada no caso concreto. O que você encontra na CF, CC são textos. Você extrai a norma quando você interpreta aquele texto no caso concreto. 
Método Hermenêutico-Concretizador
 Konard Hesse
 Dois elementos: pré-compreensão (norma) e problema
 Comunicação entre fato e norma
 Força normativa
 Ciclo hermenêutico
 Espiral hermenêutica
Ele resolve a crítica tópico, eu tenho dois elementos: a pré compreensão, que é o elemento anterior, norma, e o problema, o caso que aconteceu. A topoa parte do caso para a norma, um raciocínio indutivo, da premissa maior e premissa menor para uma solução. No caso desse há um ciclo hermenêutico, você não interpreta a norma isoladamente, mas à luz do caso concreto posto, só admite a interpretação num ciclo, numa espiral que chega num ponto central de total comunicação entre fato e norma chegando a uma solução ideal. Ministro Celso de Melo utiliza muito esse método. Não dá para admitir uma solução contra legi, não já como admitir um hard case que não tenha uma interpretação a luz da norma. Um dos pontos mais importantes é a força normativa da constituição, é isso que faz com que Hesse seja conhecido na doutrina constitucional, a constituição tem seu papel no ordenamento como norma que organiza oestado, delimita os poderes, estabelece as diretrizes básicas, depois de Hessi não se fala mais disso, ela vale por si só, é uma norma que pode ser usada em relações privadas. Quando a constituição nasce, se aplica numa direção vertical, a eficácia de direitos fundamentais agora é horizontal, agora não é apenas Estado-indivíduo.
O preâmbulo tem força normativa? Tem força de norma jurídica? O preâmbulo é aquela parte introdutória da Constituição onde o constituinte diz "para que veio". Preâmbulo não tem força normativa, isso é pacífico, você não pode fundamentar um pedido no judiciário com base no preâmbulo, toda norma constitucional tem eficácia, pode-se fundamentar com base em norma..., mas não se pode pedir algo ao juiz com base no preâmbulo.  Ele tem uma função de interpretação, de orientar a interpretação da Constituição, ele indica os valores que a Constituição representa e ela deve ser interpretada com os fundamentos do preâmbulo, é uma diretriz hermenêutica, é uma diretriz de interpretação de como a Constituição, uma norma constitucional deve ser aplicada, mas o que será aplicada é a norma constitucional, e não o preâmbulo, ele serve como uma diretriz hermenêutica.
Teoria da Sociedade dos Intérpretes da Constituição
 Peter Häberle
 Sociedade fechada dos intérpretes da Constituição
 Sociedade aberta dos intérpretes da Constituição
Häberle diz que existe uma sociedade aberta dos intérpretes da Constituição, que reconhece que um estado democrático de Direito todos devem interpretar a constituição, ela não é uma propriedade dos operadores do direito, a Constituição se aplica no dia a dia da sociedade, ela é interpretada por toda sociedade seja ela interpretada pelo operador do direito ou não, é legítimo isso, é normal e desejado isso. A imprensa, por exemplo, interpreta a Constituição e é legítimo que o faça. Uma associação de médicos, de professores, de atores e etc. Isso em um Estado democrático de direito é fundamental, porém alguém tem que dar a interpretação válida, obrigatória, aquela que todos seremos obrigados a seguir, e essa é só a sociedade fechada, a sociedade fechada dos intérpretes da Constituição são aqueles que podem decidir a interpretação cogente, de uma maneira obrigatória, que vincula a sociedade aberta, mas a sociedade fechada que toma a decisão. Você pode falar que é o judiciário, ou mais específico, o Supremo, quando eles decidem a princípio, vale para todos. Todo direito tem relatividade, nenhum direito é absoluto. Ela determina a interpretação cogente da interpretação. A sociedade aberta tem que ter o direito de influir na decisão da sociedade fechada, a fechada tomará a decisão sem dúvida, mas a aberta deve ter o direito de influir nessa decisão. Na prática isso pode ser feito por um instituto, como por exemplo, na Ação Direta de Inconstitucionalidade, ou seja, você questiona no Supremo se uma determinada lei não é inconstitucional, você pede para que ela seja morta. A decisão deles irá determinar a sociedade aberta, nessa ADI, o legislador permitiu que a sociedade aberta influa nessa interpretação, por meio dos amicus curiae, ou seja, as pessoas que podem influenciar a tomada de decisão do Supremo. Se encontra na lei 9868/1999, o art. 7, parágrafo 2º dessa lei, no art. 9 parágrafo 1º e parágrafo 2º. Então, o Supremo antes de tomar uma decisão obrigatória ouve a sociedade aberta por meio dos amicus curiae. Para decidir sobre o aborto de anencefálicos por exemplo, ele ouviu médicos, representantes de entidades religiosas, psicólogos e etc., pediu para explicarem para eles, ouviu a sociedade aberta para então tomar essa decisão, após isso ele tomará a decisão, sendo assim obrigatório. Se ele permitiu, é permitido e acabou. O Supremo dá a interpretação obrigatória. 
Métodos Americanos de Interpretação Constitucional
Eles se fecham para métodos fora deles, eles se fecham dentro deles. 
Interpretativismo
 Método conservador
 Juiz apenas interpreta a Constituição, sem criar, já que não integra o Poder Legislativo
 Pais fundadores
 Questionamento acerca da legitimidade da Jurisdição Constitucional
O jurista interpreta a constituição, sem criar, entendendo a vontade dos pais fundadores, a CF deve ser interpretada de acordo com a vontade dos pais fundadores, para se manter vivo a vontade dos pais fundadores. A Constituição americana é extremamente enxuta, sintética. Você deve interpretar assim mais restritivamente ou não? A Constituição tem mais de 200 anos, e eles queriam um Estado com menor intervenção, o ideal dessa turma era um estado mínimo, que não interviesse na economia, na vida do indivíduo no campo prático, particular, cada um pudesse procurar sua felicidade. Eles queriam um governo dessas leis e não de homens, bastava que o estado não intervisse na vida do indivíduo e estava bom. Em 1777 essa interpretação era válida, mas de lá pra cá o mundo mudou muito. O mundo passou de uma outra forma, a revolução industrial alterou tudo. Antigamente você negociava bem o seu contrato com seu empregador, mas quando se tem um contrato de trabalho de massa, é aceitar ou passar fome. Então, a revolução industrial e toda essa situação liberal ao extremo levou a intervenção do estado na economia. Quando chega a quebra da bolsa, veio o new deal, onde dizia que deveria haver uma maior intervenção do Estado, e assim, precisava de uma alteração nessa interpretação.
Não interpretativismo
 Método progressista
 Constituição como obra viva e não como uma “ditadura dos mortos sobre os vivos”
Não se pode interpretar uma constituição com o olhar dos mortos, não se podia olhar o presente com os olhos de 1777. Houve então uma guerra do presidente contra a Suprema Corte, e declara inconstitucionalidade de diversas normas que tinham já sido considerados constitucionais. Então vem com essa questão. Ela então deveria ser interpretada de forma.
Princípios Básicos de Interpretação Constitucional
Princípios Básicos de Interpretação Constitucional
 Supremacia da Constituição
 Presunção de Constitucionalidade
 Unidade da Constituição
 Interpretação Conforme a Constituição (com e sem redução de texto)
 Concordância Prática (Harmonização)
 Força Normativa da Constituição
 Máxima Efetividade
 Supremacia da Constituição: esse princípio irá definir uma série de outros. A supremacia diz que todas as normas do ordenamento jurídico devem estar de acordo com a Constituição.
Presunção de Constitucionalidade: eu presumo que o poder Legislativo faz a lei em harmonia com a constituição, então é obvio que o legislativo cria leis de acordo com a Constituição. Toda lei tem presunção de constitucionalidade. Essa presunção é relativa, há propostas inconstitucionais. A inconstitucionalidade deve ser provada, ela é relativa, admite prova em contrário. Por vezes, o autor do processo entra com uma ação em face do réu, ele está baseando o seu pedido na lei, 14000 por ex., você advogado do réu vai estudar a lei e percebe que a lei é inconstitucional, essa lei apresenta uma inconstitucionalidade, é interesse para o seu cliente que você apresente a inconstitucionalidade da lei, porém você não pode pedir absolvição do seu cliente sem demonstrar, arguir, justificar a inconstitucionalidade da lei, você deverá fundamentar o porquê dela ser inconstitucional, deve dizer o porque ela é inconstitucional. O juiz na sentença tanto pode quanto deve alegar a inconstitucionalidade mesmo que nenhuma das partes aleguem, o juiz na sentença deve dizer o porquê a norma é inconstitucional, ele deve motivar, pois há a presunção de constitucionalidade. Para deixar de aplicar a lei ele deve fundamentar a inconstitucionalidade. Pela presunção de constitucionalidade, o juiz deve fundamentar, decisão sem fundamentação é nula, ele deve dizer porque é inconstitucional. Nulidade por falta de fundamentação ocorre nesses casos. 
Unidade da Constituição: A constituição é una, não há hierarquia entre normas da Constituição, todas as normas da Constituição têm o mesmo peso, não posso falar que uma norma tem um peso maiordo que outra. Não posso dizer que uma norma é superior a outra. A norma que fala do Pedro II tem o mesmo peso que o Direito a vida. Um alemão chamado Ôtto Bachof ele admite que existe hierarquia das normas fundamentais, existem normas superiores e inferiores, ele escreve um livro "Normas Constitucionais Inconstitucionais", ele então faz essa provocação de que as normas originárias da Constituição podem ser declaradas inconstitucionais. Não é nem sequer emenda, e sim norma originária da Constituição. Olhando a unidade da Constituição não pode, já que todas as normas têm o mesmo peso, ela é o parâmetro de constitucionalidade, você não pode dizer que a constituição é inconstitucional. Ninguém adotou a tese do Ôtto Bachof, mas o Brasil enfrentou essa tese, pois essa tese é interessante, ela diz que normas originárias da constituição podem ser determinadas inconstitucionais se violar direitos fundamentais. 
Um governador do Rio Grande do Sul pediu ADI 850 para decretar a inconstitucionalidade do art. 45, parágrafo 1º, pois todos os Estados são iguais. A Constituição determina um piso, ela pega a regra da proporcionalidade e aplica, e como a constituição diz que todo poder emana do povo, proporcionalmente o estado de SP deveria ter mais deputados do que o Estado de Minas, tem muito deputado do Acre, por exemplo. Era mais fácil então você se eleger deputado pelo Acre do que por SP, o único que entra com 70 deputados é SP, então alguns estados ficam pouco representados e outros super representados, e ele diz que isso é inconstitucional e cita o Otto Bachof, ele é citado para se pedir inconstitucionalidade, o Supremo então diz que essa tese não é utilizada, já que aqui a constituição é una, senão não teria o que você fazer. Norma que é inconstitucional é a emenda, norma originária jamais, eu tenho que interpretar a constituição com base nessas normas. É uma jurisprudência clássica. 
A constituição no art. 143, parágrafo 2º, trata de serviço militar. Isso é inconstitucional de acordo com o 5º artigo 1º? Se homens e mulheres são iguais em obrigações, como eu estaria dando mais obrigações para os homens do que as mulheres? Não cabe ADI, o relator deve indeferir, pois pelo princípio da unidade da Constituição é una, e não pode ser declarada inconstitucional ?, não há antagonismo de normas constitucionais, é um conflito. Eles são iguais nos termos da constituição, a constituição pode ... é constitucional todas essas medidas, e vale. Não importa qual é .... 
Interpretação Conforme a Constituição (com e sem redução de texto):
Existe um "ditado" nos EUA que diz que a Constituição Americana é aquilo que a Suprema Corte diz que ela é. 
Chamado de filtragem constitucional. Você tem que interpretar uma lei sempre de acordo com a Constituição e deriva da supremacia. Se a CF é a norma mais importante do ordenamento jurídico, todas as normas daquele ordenamento devem ser interpretadas de acordo com ela. Você enxergar qualquer lei de acordo com a Constituição. Por isso também é chamada de filtragem constitucional, tem a lei, antes de você aplicar essa lei ao caso, você passa por um filtro, o filtro é a constituição. 
É muito comum no direito que você se depare com uma situação onde você está interpretado determinada norma jurídica, e assim, na hora de aplicar a constituição, você vê que ela pode ser interpretada de acordo com várias correntes. Toda vez que você se deparar com uma norma jurídica que possa ter mais do que uma interpretação possível, você deve preferir a interpretação que a torna mais harmônica, adequada com a constituição, sempre que possível. Portanto, uma interpretação conforme a constituição não pode ser uma forçação de barra, você deve dar uma interpretação que a torne mais harmônica possível com a Constituição, assim, a Declaração de Inconstitucionalidade é uma exceção, ela só deve ser feita quando não é possível que você a interprete conforme a Constituição. Não é para tentar salvar a lei de qualquer jeito, se dá para interpretar, deve-se interpretar mais harmonicamente com a Constituição, se o legislativo reduziu uma norma jurídica, essa norma deve ser respeitada.
Lei da pena de morte: Dá para fazer uma lei segundo a Constituição? Não, não dá para fazer esse tipo de interpretação, não tem como. A interpretação precisa ser dentro do possível. 
 Com redução de texto
Normalmente cai na mão do supremo, ele se depara com uma determinada lei, e ele entende que se interpretar de determinada maneira, é inconstitucional, mas se eu tirar tal palavra, ela vira constitucional, então ele faz isso. O judiciário não pode colocar palavras, ele só pode tirar. Ele pode declarar inconstitucionalidade de uma palavra, um artigo, uma expressão, assim, ele salva uma parte daquele dispositivo para a constitucionalidade. 
Ex.: 
Estatuto da OAB 8906:
Art. 7º, direito dos advogados, inciso 5: ser preso em sala de estado maior.
    V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8)
Uma interpretação conforme, com redução de texto, hermeneuticamente falando. O supremo entendeu que a expressão que determina reconhecimento da OAB é INCONSTITUCIONAL. Retirou assim somente essa expressão. 
Concordância Prática (harmonização)
Quando você vai ponderar um princípio, um valor, você deve sempre que possível tentar aplicá-los, aplicar todos os conceitos. Evita-se o sacrifício de um direito fundamental perante a outro. Isso significa que diante de um caso concreto, tem que se observar se esses princípios estão em conflitos, deve-se tentar harmonizá-los, se tem, faça, senão que deverá utilizar a ponderação.
Um homem vai para uma praça rodeada de prédio em Copacabana para pregar sua religião as 7 horas da manhã no domingo, na praça não tinha ninguém para ouvir, e ele reparou que o bairro tinha muitos prédios, assim, ele teve a ideia de pegar um carro de som e um microfone e pregar as 7 horas da manhã de domingo. Ele está violando um direito fundamental, ao sossego, ao silêncio, até mesmo a liberdade religiosa. Ele tem direito de pregar a religião dele, porém, a pessoa também tem direito. As partes chegaram a um acordo, já que ele tem direito a pregar, e eles tem direito a não te ouvir. Então, a ideia foi que ele tirasse a viva voz, quem quisesse ouvi-lo poderia indo até ele. 
Princípio da Razoabilidade/Proporcionalidade
Princípio da Proporcionalidade
• Adequação
• Necessidade
• Proporcionalidade em sentido estrito
 Usos da proporcionalidade:
– Como técnica de hermenêutica
– Como parâmetro de controle
Como se faz a ponderação de princípios e valores? Através do princípio da razoabilidade. Há três subprincípios para que ela seja aplicada. Mesmo utilizando esse princípio e os subprincípios, ainda haverá uma grande batalha de subjetividade, mas pode acontecer.
 Adequação
O sacrifício de um direito fundamental por outro é adequado? É necessário? É adequado dentro sempre das circunstâncias do caso concreto, não dá para usar a razoabilidade pura e simples. Tem que demostrar que o sacrifício daquele direito fundamental trouxe menos males que o inverso, deve-se tentar utilizar todos os direitos fundamentais, mas as vezes é a decisão mais favorável que leva menos prejuízo para a sociedade. Posso usar tanto como uma técnica hermenêutica quanto parâmetro de controle de razoabilidade. 
O Supremo já declarou inconstitucional uma lei por confrontar o parâmetro de razoabilidade, foi uma lei do Estado do Paraná que determinava que o botijão de gás fosse pesado a vista do consumidor, e o consumidor pagasse o valor correspondente ao peso do botijão. Nessas cidades, a cidade inteira depende do botijão, você normalmente sai em um caminhão abastecido e sai vendendo isso pela cidade, então, para cumprir essa determinação, cada caminhão deveria portar uma balança de botijão, e teriam muitas centenas de caminhões, você deveria comprarentão muitas balanças de precisão no caminhão e isso iria custar uma grana, e iria então repassar isso ao consumidor. O Supremo disse então que essa lei não era necessária para proteger o consumidor, não era adequada e violava a própria razoabilidade. 
Houve uma ação de barco de uma obra de uma prefeitura, a prefeitura resolveu construir um aeroporto, ela deve lançar uma licitação para contratar uma empreiteira, a licitação então contratou a empreiteira que deu o menor preço, esse preço era condicente com o mercado, no entanto, ainda assim a obra foi embargada, porque não se achou razoável fazer um aeroporto para pouso e decolagem de disco voador. Não é razoável, mas o prefeito pode dizer que em Varginha tem turismo agora, as pessoas vão lá para conhecer a aparição do E.T. Tem guia turístico, souvenir, um boneco e etc., olha como estou fermentando o turismo, eles irão ficar hospedados aqui e etc., o prefeito de Petrópolis constituiu uma pista de ski lá, tinha até mesmo teleférico, o ski era com roda, tinha tobogã e teve movimento turístico ali. O juiz não pode determinar isso, ele não pode suprir decisão de um representante eleito. Nesse caso, ele poderia embargar no princípio da ilegalidade. É ilegal construir porque há normas de pousos e decolagens para aeronaves, mas não tem normas de pouso da aeronáutica para disco voador, não tem como construir de acordo com as leis do código de aeronaves de disco voador.
Uma estudante de 20 anos foi a praia mole, uma praia cheia, e ela resolveu fazer topless nessa praia. Ela vai chamar atenção, ela estava lá e aceitou. Ela foi fotografada com a parte de cima do biquíni desnuda, um fotógrafo profissional, com um ótimo equipamento. Ele tirou uma foto dela à distância com uma boa nitidez. No dia seguinte, apareceu na capa do jornal de domingo a foto dela com o rosto e os seios expostos, não foi nem sequer tampada. O jornal circulou, os amigos viram a foto dela, isso rendeu. Ela entrou com uma ação contra o jornal pedindo uma indenização. Nessa época, não tinha telefone celular. Ela aceitou se expor para aquela comunidade ou aquelas pessoas que lá estavam, por outro lado há uma violação da honra, a intimidade. Ela porém não estava pensando em se exibir para toda a cidade, podia ter colocado uma tarja no peito, desfocado o rosto dela, porque isso não deixaria de dar importância a notícia. Houve uma divisão da jurisprudência: o tribunal de Santa Catarina determinou indenização a ela, já que ela concordou em se expor naquele local e não na cidade inteira, eles pensaram na violação a intimidade e etc. O tribunal de justiça determinou que isso é um fato jornalístico, ela estava em um local público, e um fato que gerou atenção no entorno, pegaram a foto dela e noticiaram. Ela não teve nem um centavo de dano, nem sequer dano material. Isso é um hard case, prima face eu não sei, depende de informações do caso concreto.
O Dourado do BBB disse que a AIDS só pega se um homem transar com um homem infectado, não com uma mulher. No caso, só o homem pode passar AIDS a uma mulher, já que o homem expele material genético, e a mulher não, mulher então não passa AIDS e que heterossexuais não pegam AIDS, já que para um homem ter AIDS ele precisa em algum momento ter mantido relações sexuais com outro homem. Isso é mentira, mulher passa para homens também. Então foi determinado que a globo passasse uma cartilha explicando como se passa o HIV. A globo disse que o BBB não é um programa informativo, e sim de entretenimento, e que eles tinham direito a fazer o que bem entendesse em sua programação, eles possuem então liberdade de programação, e o outro lado fala que a população tem o direito a saúde e sua informação correta. O juiz então aplica os 2 princípios, não há o que se falar em censura, mas busca-se a harmonização dos direitos fundamentais assumidos, ele então garante a liberdade de programação e deve garantir também o direito à informação. Ele pediu então que a globo utilizasse o mesmo tempo destinado a emitir a informação incorreta, para desmentir o dito pelo participante, e ele então deveria aplicar um esclarecimento à população acerca das formas de propagação corretas do HIV. 
Federação
É uma forma de estado, a forma como o Brasil se organiza e é bem diferente do Estado unitário. 
Estado Unitário - Confederação - Federação
Estado Unitário
Tem um único centro emanado de decisão política fundamental, autonomia das regiões, um exemplo disso é Portugal. Estado central descentralizado é a França, que é dividida em regiões, sofre uma descentralização administrativa, mas não política. É uma descentralização administrativa, não toma decisão política, ela vai cuidar da administração daquele lugar, mas não vai legislar, não faz lei. Como por exemplo as subprefeituras, ele decide sobre coleta de lixo e etc.
Confederação
Tenho Estados soberanos e independentes. Cada Estado que integra possui soberania, são Estados soberanos e independentes. Um exemplo são os EUA em sua forma inicial, sua Constituição inicial foi confederação, eu vejo 4 estados: A,B,C,D. Se um dos Estados quiser sair da Confederação ele sai, o que os une são os tratados internacionais. Um exemplo hoje em dia é a União Europeia, estão unidos pelo tratado da união europeia, tem administração em comum, tem uma presidência administrativa, tem uma moeda. Ela é próxima da confederação, é bem próximo, mas não é Confederação.
 
Federação
Os estados não são soberanos, eles possuem uma autonomia interna, o que é soberano é o todo. O todo é que exerce a soberania. Eu tenho 1 país, 1 Estado. Exemplo disso é o Brasil, Argentina, EUA. A Federação é importante pois surge de um estado unitário que se transforma em federação, descentraliza, como o Brasil ou de uma confederação que vira federação, modelo americano. Eram 13 estados independentes, na Conferência da Filadélfia eles se uniram com um tratado para enfrentar a Inglaterra e ficaram, resolveram então unificar em um estado só, os Estados são 1 EUA. É dito que é uma federação por agregação, vamos unificar os Estados, agrega vários estados em um único estado. É por agregação ou centrífuga. Vai da periferia pro centro, vai para se unir. Normalmente dá mais autonomia aos Estados, por isso vemos nos EUA que temos estados que tem pena de morte e estados que não tem, a explicação de tamanha autonomia é essa origem da federação, pois é centrífuga. Se você abrir um Cassino em NY você é preso, é bandido, já em LV você é empresário. A federação com descentralização ou centrífuga.
 A federação pode ser simétrica ou assimétrica, ou seja, simétrica é aquela que tem dentro dos estados um nível semelhante de desenvolvimento sócio econômico, exemplo Alemanha e EUA, o desenvolvimento é mais ou menos dentro do mesmo nível. O assimétrico é que o nível do desenvolvimento socioeconômico entre os que integram essa federação é um nível assimétrico, desigual, com estados muito ricos e estados muito pobres, um exemplo é o Brasil. A assimetria no Brasil é muito gritante. 
Com relação as entidades que formam a Federação, depende de cada Estado, depende de cada federação. Na americana são entes da federação a União e os Estados. Na Alemanha União, Estado e Municípios. No Brasil são 4: União, Estado, DF e Municípios. 
Artigo 1 - A Federação em si é indissolúvel, mas essa indissolubilidade não se dá somente por conta do artigo 1º. É um único Estado, um único país e pessoa de direito internacional.
Artigo 18 - Todos os estados têm autonomia, a autonomia municipal como entende da federação é a partir de 88, hoje é um ente da federação porque o constituinte assim decidiu e colocou no art. 18. 
Todos os estados têm autonomia: Auto-organização, autogoverno e auto-administração e alguns falam de auto legislação. 
União 
Não é pessoa jurídica de direito internacional, a união não é o Brasil, ela é pessoa jurídica de direito público interno. O Brasil fala-se da união, estados membros, DF e dos municípios. Isso é o Brasil. A união é um ente federativo, é uma pessoa jurídicade direito público interno tal como os estados e os municípios. Isso quer dizer que ela não pode assinar tratado, o Brasil sim, mas a União não. Cabe à união organizar representação diplomática brasileira. Acaba sendo o governo federal que vai cuidar dos diplomatas. A união vai cuidar dessa parte operacional, mas não se pode dizer que a união celebrou um tratado, ou que a união tem diplomata, quem tem é o Brasil. 
José Afonso trabalha com essa tríplice característica: Auto-organização, autogoverno, auto administração. Muita gente fala também em auto legislação.
Auto-organização
É a capacidade da união, ela própria se organizar, e ela se organiza sem interferência dos demais entes, ela que vai se organizar sem interferência dos estados, municípios e DF. Ela faz isso por meio da CF e das leis federais, pela capacidade auto legislação. O professor gosta de acreditar que a capacidade de auto legislação é integrante da auto-organização do estado mas muita gente fala que é uma coisa diferente. A capacidade de a união criar suas leis federais, as emendas constitucionais. 
A capacidade de auto legislação é a de criar as suas próprias leis. 
Lei Nacional - É uma lei que se aplica para todos os entes federativos. Vai se aplicar para união, estado, DF, município. O CC é uma lei nacional, deve ser cumprido por todos os entes da federação, isso é uma lei nacional. O código florestal também, por exemplo.
Lei federal - Se aplica única e exclusivamente a união, diz respeito a ela. Não se aplica aos estados, DF, estados, municípios. Só se aplica a união, como por exemplo, o estatuto dos servidores públicos e civis da união, lei 8112 se aplica a quem é servidor público da união, se você é servidor do estado, município, não se aplica a você, o estado do rio de janeiro tem seu próprio estatuto dos servidores públicos. 
O constituinte nem sempre foi tão técnico, por vezes o legislador coloca a lei federal querendo se referir a lei editada pelo congresso, tanto faz se lei federal ou nacional. Ex.: 102, I, letra a. O 102 fala da competência do Supremo Tribunal Federal, o inciso I competência originária, ou seja, aquela matéria nasce e morre no STF. A letra A, vemos que compete apenas ao STF processar e ADI, para declarar inconstitucionalidade de uma lei ou ato normativo federal ou estadual. Nesse ponto o constituinte usou "federal" querendo se referir ao ato emanado pelo congresso. Lei federal aqui é lei criada pelo congresso, tanto faz se é lei nacional ou lei federal. Eu posso então mover uma ADI contra o Código Civil e contra o estatuto dos servidores da união. 
É possível encontrar leis nacionais e federais ao mesmo tempo, a lei de licitações e contratos administrativos (8666/93) ela tem uma parte que é norma geral, que se aplica a todos os entes da federação, que é por tanto, nacional, uma parte nacional. Mas tem outra parte dela que se aplica somente a união, pois o estado pode também legislar sobre licitações, desde que cumpra as normas gerais do 8666. Tem uma parte na lei que é norma geral que se aplica a todos os entes, é a parte nacional. Tem outra parte com normas específicas que compete apenas a união. A melhor lei de licitações do Brasil é a de Salvador. Não é fácil perceber não, deve-se olhar certo o que é união e o que é norma geral. Há inclusive correntes que dizem que tal coisa é nacional ou não. 
Autogoverno
Capacidade que o ente tem de se governar sem interferência dos demais entes. A união possui 3 poderes: executivo, legislativo e judiciário. O poder executivo, presidência da república é formada sem a participação dos estados, quem decide o presidente é o povo brasileiro em uma eleição. O poder legislativo, congresso nacional que representa o povo e o senado que representa os Estados. E tem o poder judiciário, a união tem um judiciário próprio. O poder judiciário é o STF e os tribunais superiores. As justiças especializadas são da União (do trabalho, eleitoral e crimes militares). 
Auto-administração
Capacidade que um ente federado tem de se auto gerir, de se auto administrar sem a interferência dos demais entes, de ter os seus próprios gastos e arrecadas seus próprios tributos e de gastar sem interferência dos outros entes. A capacidade não só tributária, mas de gestão. A união arrecada e gasta sem prestar contas de acordo com a lei, só prestando contas ao tribunal de contas da própria união. Ela não deve prestar conta ao estado. A união em si vai arrecadar os seus tributos sem necessidade de prestar contas. 
Art. 153 CF - Os impostos da união. 
A união pode não criar algum imposto, é a capacidade dela de criar ou não esse imposto. Quando a união arrecada esses impostos, ela pode gastar da forma que quiser, não está vinculado a nada, o imposto é necessariamente uma prestação não vinculada. Você paga imposto de renda pois você aferiu renda, tem gente que fala “pago IPVA para o governo fazer estrada”, é um erro, você paga IPVA porque tem carro. 
Art. 20 - São os bens da união. Tem que saber, mas o que interessa agora é o parágrafo 1º. Tudo isso é bem da união: mar territorial, plataforma continental... Só que a própria CF no parágrafo 1º tem que ter uma compensação por essa exploração de petróleo, os royalties. É fundamental para o estado do Rio de Janeiro. A constituição consagra essa compensação. Já se viu alguns deputados falando que quem explora é a união no mar territorial, zona econômica exclusiva, na plataforma exclusiva, o petróleo pertence à união, então o petróleo é da união e deve ser dividido entre todos os estados. A exploração do petróleo é feita lá no mar territorial mesmo, mas a indústria fica na costa. A indústria petroleira está na costa, aconteceu que na cidade costeira, quando há uma empresa petroquímica, triplicou o número de habitantes da cidade, se você triplica o número de pessoas pela empresa petroleira, o estado precisa triplicar o número de leitos, o número de vagas em creche, são 3x mais pessoas circulando na rua, o que vai causar problema de circulação viária, mobilidade urbana. E tudo isso o município vai ter que suprir para poder sustentar essa empresa petroquímica que vai trazer benefícios para todo o país. Daí vem essa compensação dos royalties do petróleo com a relação aos mercados produtores e os municípios. 
Estados
E.M. - Estado Membro da federação, pode-se chamar de estado federado. 
O estado federado é diferente de estado federal. 
Estado federal é uma pessoa jurídica de direito internacional, é um país que se organiza internamente, o Brasil, EUA, a Argentina. 
Estado federado integra uma federação, como o estado do Rio, SP e etc. 
O esportista federado é aquele atleta que integra uma federação de atleta, assim como o estado federado integra uma federação. CUIDADO! Não se pode falar do estado "federal" de São Paulo. 
Auto-organização
Os estados organizam-se e regem-se pelas constituições e leis que adotarem - Art. 25
A capacidade de auto-organização do estado. O poder constituinte essa capacidade que o estado tem de auto legislação, o estado cria sua própria constituição estadual, tem que estar de acordo com a CF. No art. 11 da ADCT.
Autogoverno 
Capacidade dos estados de se autogovernar sem a interferência dos demais estados. O Estado possui 3 poderes, o poder executivo é o governador que é eleito pelo povo do estado, independentemente da vontade da união. O poder executivo de SP, o governador do estado de SP Geraldo Alckmin e oposição é o governo federal, do PT, não tem problema nenhum. O povo do estado de SP escolheu votar no Geraldo Alckmin. Secretário de estado é equivalente ao Ministro, secretário de estado de educação e por ai a fora. O poder legislativo é formado pela Assembleia Legislativa, quem forma são os deputados estaduais eleitos pelo povo. O poder legislativo é unicameral, é uma casa legislativa só. Art. 27 CF, art. 28 fala da eleição do governador, para mandato de 4 anos. O poder judiciário estadual (art. 125) diz que os estados organizarão sua própria justiça. Dentro da justiça

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