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Aula 00 Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB - 2015 (com videoaulas) Professores: Gabriel Rabelo, Luciano Rosa Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 78 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 2 O CURSO, EDITAL E PROVA ............................................................................................................. 3 ASPECTOS INICIAIS ....................................................................................................................... 9 CONCEITO DE CONTABILIDADE ......................................................................................................................... 9 OBJETO E CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE ................................................................................. 10 FINALIDADE DA CONTABILIDADE E USUÁRIOS DAS DEMONSTRAÇÕES ...................................................... 11 FUNÇÕES DA CONTABILIDADE ........................................................................................................................ 13 PATRIMÔNIO: COMPONENTES PATRIMONIAIS (ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO) ................... 13 BENS .......................................................................................................................................... 13 DIREITOS .................................................................................................................................... 14 OBRIGAÇÕES ............................................................................................................................... 14 SITUAÇÃO LÍQUIDA E EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO ...................................................... 17 TIPOS DE SITUAÇÃO LÍQUIDA EXISTENTES ..................................................................................... 19 ATIVO MAIOR DO QUE PASSIVO. .................................................................................................... 20 ATIVO MENOR DO QUE PASSIVO. ................................................................................................... 20 ATIVO IGUAL AO PASSIVO ............................................................................................................. 21 ATIVO IGUAL A SITUAÇÃO LÍQUIDA................................................................................................ 21 ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS LÓGICAS............................................................................................. 22 APURAÇÃO DE RESULTADOS.......................................................................................................... 22 CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO. ..................................................................................... 23 CONCEITO DE CONTA, CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO ...................................................... 23 CONTAS PATRIMONIAIS ................................................................................................................ 23 RESULTADO ................................................................................................................................. 23 FUNÇÕES E ESTRUTURA DAS CONTAS. ........................................................................................... 24 RAZONETE E CONTAS ................................................................................................................... 24 TEORIA DAS CONTAS .................................................................................................................... 26 TEORIA PERSONALISTA ................................................................................................................. 26 TEORIA MATERIALÍSTICA .............................................................................................................. 26 TEORIA PATRIMONIALISTA ............................................................................................................ 26 RESUMO TEORIA DAS CONTAS ...................................................................................................... 27 FATOS CONTÁBEIS E RESPECTIVAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS E PLANO DE CONTAS ......................... 27 ATOS E FATOS CONTÁBEIS E RESPECTIVAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS. ............................................ 27 TÉCNICAS CONTÁBEIS .................................................................................................................. 29 ESCRITURAÇÃO ............................................................................................................................ 29 ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................................................ 30 AUDITORIA .................................................................................................................................. 31 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .................................................................................. 31 QUESTÕES COMENTADAS .............................................................................................................. 32 QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ........................................................................................... 67 GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA .................................................................... 78 AULA 00: 2. PATRIMÔNIO: COMPONENTES PATRIMONIAIS, ATIVO, PASSIVO E SITUAÇÃO LÍQUIDA. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO. 3. FATOS CONTÁBEIS E RESPECTIVAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS. 4. SISTEMA DE CONTAS, CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO. PLANO DE CONTAS. 5. ESCRITURAÇÃO: CONCEITO E MÉTODOS; PARTIDAS DOBRADAS; LANÇAMENTO CONTÁBIL - ROTINA, FÓRMULAS; PROCESSOS DE ESCRITURAÇÃO. 6. PROVISÕES ATIVAS E PASSIVAS, TRATAMENTO DAS CONTINGÊNCIAS ATIVAS E PASSIVAS (SOMENTE PARTE INICIAL SOBRE AS PROVISÕES). 11. BALANCETE DE VERIFICAÇÃO: CONCEITO, FORMA, APRESENTAÇÃO, FINALIDADE, ELABORAÇÃO. Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 78 APRESENTAÇÃO Olá, meus amigos. Como estão?! É com um imenso prazer que estamos aqui, no Estratégia Concursos, o mais novo e revolucionário site de preparação para concursos públicos, para ministrar para vocês a disciplina de Contabilidade Geral e Avançada para o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. O Estratégia conta com os melhores professores do Brasil, não tenham dúvidas. Certamente, estudando pelo material que ofereceremos aqui, em todas as disciplinas, você não precisará de mais nada para ter uma preparação sólida e focada para este certame. Creiam-me. O cargo de AFRFB dispensa maiores comentários, posto que a Receita Federal é hoje umas das melhores instituições públicas para se trabalhar no Brasil, além de ser uma das mais respeitadas. A remuneração também é excelente, R$ 14.965,44 iniciais. Isso mesmo, repito, R$ 14.965,44. Com um salário destes, vive-se bem em qualquer lugar do Brasil. É o que você precisa para dar de vez aquela qualidade de vida para sua família, ou, para você que é solteiro, viajar o mundo todo. Ademais, dizem pelos corredores que a categoria está se movendo para conseguir um reajuste salarial, o que é melhor ainda para vocês. Ainda há que se falar no trânsito que a Receita Federal possui, sendo que os Auditores podem ser lotados (literalmente) do Oiapoque ao Chuí. Agora, permita que nosapresentemos: Meu nome é Gabriel Rabelo, sou Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado do Rio de Janeiro, tendo também, dentre outros, exercido o cargo de Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado do Espírito Santo. Sou professor colaborador de direito empresarial e contabilidade no sítio do Estratégia. Ministro, também, contabilidade e direito empresarial em cursos presenciais preparatórios para concursos em Vitória e, em videoaula, no Eu Vou Passar. Sou autor dos livros 1.001 Questões Comentadas de Direito Empresarial ± FCC e 1.001 Questões Comentadas de Direito Administrativo ± ESAF, este último em co-autoria com a professora Elaine Marsula, ambos publicados pela Editora Método. Meu nome é Luciano Rosa, sou Agente Fiscal de Rendas da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo, aprovado no concurso de 2009. Anteriormente, trabalhei durante 10 anos na Assembleia Legislativa de São Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 78 Paulo, aprovado em 1º lugar no concurso de 1999, ocupando os cargos de Agente Técnico Legislativo Especializado ± área de finanças, e, em comissão, durante 7 anos, o cargo de Diretor Técnico Legislativo do Serviço Técnico de Programação Financeira. Sou professor de contabilidade para concursos. Autor de diversos cursos na área de contabilidade. Sou formado em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia e Administração ± FEA ± USP. Possuo 17 anos de experiência em empresas privadas, na área de Controladoria, tendo ocupado os cargos de Assistente de Auditoria, Analista de Custo, Chefe da Contabilidade Financeira e Controller. Além disso, lançamos juntos, pela Editora Método, o livro Contabilidade Avançada Facilitada para Concursos ± Teoria e questões e mais de 200 questões comentadas. Este livro é baseado nos Pronunciamentos Contábeis emanados do Comitê de Pronunciamentos Contábeis e está disponível para venda no site da editora e nas diversas livrarias. O CURSO, EDITAL E PROVA O último concurso para Auditor da Receita Federal se realizou em 2014. No dia 10 de março de 2014, tivemos a publicação do edital oferecendo ao todo 278 vagas para a realização deste certame, com provas em 10 e 11 de maio de 2014. Estudar para este concurso exige certa antecedência. Quem sair à frente certamente terá uma base mais sólida e forte para concorrer a uma vaga do concurso. Veja que o tempo entre a publicação do edital a realização das provas foi extremamente exíguo. Os principais destaques deste curso que apresentaremos são: - Conteúdo teórico completo, apresentado com objetividade e de modo fácil. - Grande acervo de questões comentadas da ESAF. - Contato direto com os professores para responder dúvidas, através do fórum de dúvidas. - Material atualizado de acordo com as mudanças ocorridas na contabilidade pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09, bem como ênfase nos Pronunciamentos Contábeis tão cobrados pelas bancas. - Questões das últimas provas da ESAF comentadas (inclusive toda a prova do AFRFB 2014 comentada). Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 78 - Apresentação de videoaulas para auxiliar a compreensão dos PDFs (Atenção: nem todos os tópicos do edital estão cobertos pelos vídeos. Estamos fazendo o possível para gravar a maior quantidade de aulas). A contabilidade veio prevista no último edital do seguinte modo: Vejam que contabilidade representa 20 questões de peso 2, num total de 40 pontos em 210. São aproximadamente 19% do total de pontos. Portanto, não precisamos nem frisar a importância que é atribuída à disciplina. Outro fator importante é que há um mínimo, de forma que vocês terão de acertar ao menos 8 questões das 20 que lhe forem apresentadas. Mas, vocês verão, ao término do curso, se sentirão seguros a ponto de esquecer o mínimo e ver apenas o que precisam acertar para fechar a prova. Esse é o nosso compromisso com vocês! O edital possui a seguinte ementa: Contabilidade Geral e Avançada: 1. Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro aprovado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 2. Patrimônio: componentes patrimoniais, ativo, passivo e situação líquida. Equação fundamental do patrimônio. 3. Fatos contábeis e respectivas variações patrimoniais. 4. Sistema de contas, contas patrimoniais e de resultado. Plano de contas. 5. Escrituração: conceito e métodos; partidas dobradas; lançamento contábil ± rotina, fórmulas; processos de escrituração. 6. Provisões Ativas e Passivas, tratamento das Contingências Ativas e Passivas. 7. Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro. 8. Ativos: estrutura, grupamentos e classificações, conceitos, processos de avaliação, registros contábeis e evidenciações. 9. Passivos: conceitos, estrutura e classificação, conteúdo das contas, processos de avaliação, registros contábeis Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 78 e evidenciações. 10. Patrimônio líquido: capital social, adiantamentos para aumento de capital, ajustes de avaliação patrimonial, ações em tesouraria, prejuízos acumulados, reservas de capital e de lucros, cálculos, constituição, utilização, reversão, registros contábeis e formas de evidenciação. 11. Balancete de verificação: conceito, forma, apresentação, finalidade, elaboração. 12. Ganhos ou perdas de capital: alienação e baixa de itens do ativo. 13. Tratamento das Participações Societárias, conceito de coligadas e controladas, definição de influência significativa, métodos de avaliação, cálculos, apuração do resultado de equivalência patrimonial, tratamento dos lucros não realizados, recebimento de lucros ou dividendos de coligadas e controladas, contabilização. 14. Apuração e tratamento contábil da mais valia, do goodwill e do deságio: cálculos, amortizações e forma de evidenciação. 15. Redução ao valor recuperável, mensuração, registro contábil, reversão.16. Tratamento das Depreciações, amortização e exaustão, conceitos, determinação da vida útil, forma de cálculo e registros. 17. Tratamentos de Reparo e conservação de bens do ativo, gastos de capital versus gastos do período. 18. Debêntures, conceito, avaliação e tratamento contábil. 19. Tratamento das partes beneficiárias. 20. Operações de Duplicatas descontadas, cálculos e registros contábeis. 21. Operações financeiras ativas e passivas, tratamento contábil e cálculo das variações monetárias, das receitas e despesas financeiras, empréstimos e financiamentos: apropriação de principal, juros transcorridos e a transcorrer e tratamento técnico dos ajustes a valor presente. 22. Despesas antecipadas, receitas antecipadas. 23. Folha de pagamentos: cálculos, tratamento de encargos e contabilização. 24. Passivo atuarial, depósitos judiciais, definições, cálculo e forma de contabilização. 25. Operações com mercadorias, fatores que alteram valores de compra e venda, forma de registro e apuração do custo das mercadorias ou dos serviços vendidos. 26. Tratamento de operações de arrendamento mercantil. 27. Ativo Não Circulante Mantido para Venda, Operação Descontinuada e Propriedade para Investimento, conceitos e tratamentocontábil. 28. Ativos Intangíveis, conceito, apropriação, forma de avaliação e registros contábeis. 29. Tratamento dos saldos existentes do ativo diferido e das Reservas de Reavaliação. 30. Apuração do Resultado, incorporação e distribuição do resultado, compensação de prejuízos, tratamento dos dividendos e juros sobre capital próprio, transferência do lucro líquido para reservas, forma de cálculo, utilização e reversão de Reservas. 31. Conjunto das Demonstrações Contábeis, obrigatoriedade de apresentação e elaboração de acordo com a Lei n. 6.404/76 e suas alterações e as Normas Brasileiras de Contabilidade atualizadas. 32. Balanço Patrimonial: obrigatoriedade, apresentação; conteúdo dos grupos e subgrupos. 33. Demonstração do Resultado do Exercício, estrutura, evidenciação, características e elaboração. 34. Apuração da receita líquida, do lucro bruto e do resultado do exercício, antes e depois da provisão para o Imposto sobre Renda, contribuição social e participações. 35. Demonstração do Resultado Abrangente, conceito, conteúdo e forma de apresentação. 36. Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido, conceitos envolvidos, forma de apresentação e conteúdo. 37. Demonstração do Fluxo de Caixa: obrigatoriedade de apresentação, conceitos, métodos de elaboração e forma de apresentação. 38. Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 78 Demonstração do Valor Adicionado ± DVA: conceito, forma de apresentação e elaboração. 39. Mensuração a Valor justo e apuração dos ativos líquidos ± conceitos envolvidos, cálculos e apuração e tratamento contábil. 40. Subvenção e Assistência Governamentais ± conceitos, tratamento contábil, avaliação e evidenciação. 41. Análise das Demonstrações. Análise horizontal e indicadores de evolução. Índices e quocientes financeiros de estrutura, liquidez, rentabilidade e econômicos Atenção: os tópicos em vermelho foram alterados/incluídos por conta da publicação do edital de 2014, em relação ao anterior, de 2012. Nossas aulas, por seu turno, serão assim divididas: AULA CONTEÚDO DATA Aula 0 2. Patrimônio: componentes patrimoniais, ativo, passivo e situação líquida. Equação fundamental do patrimônio. 3. Fatos contábeis e respectivas variações patrimoniais. 4. Sistema de contas, contas patrimoniais e de resultado. Plano de contas. 5. Escrituração: conceito e métodos; partidas dobradas; lançamento contábil - rotina, fórmulas; processos de escrituração. 6. Provisões Ativas e Passivas, tratamento das Contingências Ativas e Passivas (somente parte inicial sobre as provisões). 11. Balancete de verificação: conceito, forma, apresentação, finalidade, elaboração. 12.01.15 Aula 1 5. Escrituração: conceito e métodos; partidas dobradas; lançamento contábil - rotina, fórmulas; processos de escrituração. 6. Provisões Ativas e Passivas, tratamento das Contingências Ativas e Passivas (somente parte inicial sobre as provisões). 11. Balancete de verificação: conceito, forma, apresentação, finalidade, elaboração. 22.01.15 Aula 2 08. Balanço Patrimonial: Obrigatoriedade e apresentação. Conteúdo dos Grupos e Subgrupos. 09. Classificação das Contas. 02.02.15 Aula 3 18. Debêntures, conceito, avaliação e tratamento contábil. 19. Tratamento das partes beneficiárias. 31. Demonstrações Contábeis, obrigatoriedade de apresentação e elaboração de acordo com a Lei n. 6.404/76 e suas alterações e as Normas Brasileiras de Contabilidade atualizadas. 32. Balanço Patrimonial: obrigatoriedade, apresentação; conteúdo dos grupos e subgrupos. 12.02.15 Aula 4 16. Tratamento da Depreciação, amortização e exaustão, conceitos, determinação da vida útil, forma de cálculo e registros. 17. Tratamentos de Reparo e conservação de bens do ativo, gastos de capital versus gastos do período. 22.02.15 Aula 5 20. Operações de Duplicatas descontadas, cálculos e registros contábeis. 21. Operações financeiras ativas e 02.03.15 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 78 passivas, tratamento contábil e cálculo das variações monetárias, das receitas e despesas financeiras, empréstimos e financiamentos: apropriação de principal, juros transcorridos e a transcorrer. 22. Despesas antecipadas, receitas antecipadas. 23. Folha de pagamentos: elaboração e contabilização. 24. Passivo atuarial, depósitos judiciais, definições, cálculo e forma de contabilização. 25. Operações com mercadorias, fatores que alteram valores de compra e venda, forma de registro e apuração do custo das mercadorias ou dos serviços vendidos. Aula 6 33. Demonstração do Resultado do Exercício, estrutura, evidenciação, características e elaboração. 34. Apuração da receita líquida, do lucro bruto e do resultado do exercício, antes e depois da provisão para o Imposto sobre Renda, contribuição social e participações. 30. Apuração do Resultado, incorporação e distribuição do resultado, compensação de prejuízos, tratamento dos dividendos e juros sobre capital próprio, transferência do lucro líquido para reservas, forma de cálculo, utilização e reversão de Reservas. 12.03.15 Aula 7 37. Demonstração do Fluxo de Caixa: obrigatoriedade de apresentação, métodos de elaboração e forma de apresentação. 38. Demonstração do Valor Adicionado - DVA: conceito, forma de apresentação e elaboração. 22.03.15 Aula 8 36. Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido, forma de apresentação e conteúdo. 12. Ganhos ou perdas de capital: alienação e baixa de itens do ativo. 02.04.15 Aula 9 41. Análise das Demonstrações. Análise horizontal e indicadores de evolução. Índices e quocientes financeiros de estrutura, liquidez, rentabilidade e econômico 12.04.15 Aula 10 1. Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro aprovado pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). 22.04.15 Aula 11 7. Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro. 15. Redução ao valor recuperável, mensuração, registro contábil, reversão. 02.05.15 Aula 12 13. Tratamento das Participações Societárias, conceito de coligadas e controladas, definição de influência significativa, métodos de avaliação, cálculos, apuração do resultado de equivalência patrimonial, tratamento dos lucros não realizados, recebimento de lucros ou dividendos de coligadas e controladas, contabilização. 14. Apuração e tratamento contábil da mais valia, do goodwill e do deságio: cálculos, amortizações e forma de evidenciação. 12.05.15 Aula 13 26. Tratamento de operações de arrendamento mercantil. 27. Ativo não circulante mantido para venda, operação descontinuada e propriedade para investimento, conceitos e tratamento contábil. 22.05.15 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 78 Aula 14 35. Demonstração do Resultado Abrangente, conceito, conteúdo e forma de apresentação. 28. Ativos Intangíveis, conceito, apropriação, forma de avaliação e registros contábeis. 29. Tratamento dos saldos existentes do ativo diferido e das Reservas de Reavaliação. 39. Mensuração a Valor justo e apuração dos ativos líquidos ± conceitos envolvidos, cálculos e apuraçãoe tratamento contábil. 40. Subvenção e Assistência Governamentais ± conceitos, tratamento contábil, avaliação e evidenciação. 02.06.15 Além da teoria, daremos uma grande quantidade de questões comentadas para vocês se divertirem, com foco, é claro, na nossa banca examinadora, a Escola de Administração Fazendária ± ESAF. Vez ou outra, contudo, colocaremos alguma questão de outra banca (FGV, CESPE, FCC, CESGRANRIO) que acharmos interessante. Nossos e-mails, para dúvidas, são: gabrielrabelo@estrategiaconcursos.com.br lucianorosa@estrategiaconcursos.com.br Quaisquer dúvidas, por favor, enviem aos dois e-mails, para que ambos possamos ter ciência do que está se passando no curso. Tá ok?! É isso! Vamos começar a nossa batalha?! Forte abraço! Gabriel Rabelo/Luciano Rosa. "PESSOAS COM METAS TRIUNFAM PORQUE SABEM PARA ONDE VÃO. É TÃO SIMPLES COMO ISSO." - EARL NIGHTINGALE Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 78 ASPECTOS INICIAIS A aula de hoje será introdutória, trataremos de assuntos como conceito, objeto, finalidade da contabilidade, entre outros aspectos iniciais, e também essenciais para que vocês possam prosseguir na disciplina. Mas, aos já mais adiantados na disciplina, a partir da aula 2 é que estudaremos aspectos ligados às demonstrações contábeis, lançamentos, etc. Mas repetimos: não que a aula de hoje não seja importante! É apenas mais introdutória. Vocês verão que os assuntos aqui tratados caem da mesma forma. Inclusive caíram questões no AFRFB 2009 e 2012. Em 2014 não. CONCEITO DE CONTABILIDADE Antes de começarmos o estudo da contabilidade, temos de nos perguntar: o que vem a ser a ciência contábil? Pois bem. Há uma definição formal, estatuída no Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado nos idos de 1924: Definição formal de contabilidade: Contabilidade é a ciência que estuda a pratica as funções de orientação, de controle e de registro dos atos e fatos de uma administração econômica (1º Congresso Brasileiro de Contabilidade/1924). A contabilidade é uma ciência! Cuidado com questões que a definem como técnica, metodologia, e até mesmo arte! A ESAF já cobrou isso em prova, da seguinte forma: Como foi cobrado em certames anteriores: (ESAF/Técnico do Tesouro Nacional/RFB/1992) O Primeiro Congresso Brasileiro de Contabilidade, realizado na cidade do Rio de Janeiro, de 17 a 27 de agosto de 1924, formulou um conceito oficial de CONTABILIDADE. Assinale a opção que indica esse conceito oficial. a) Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio do ponto de vista econômico e financeiro, observando seus aspectos quantitativo e específico e as variações por ele sofridas. b) Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle e de registro relativas à administração econômica. c) Contabilidade é a metodologia especial concebida para captar, registrar, reunir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente. Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 78 d) Contabilidade é a arte de registrar todas as transações de uma companhia que possam ser expressas em termos monetários e de informar os reflexos dessas transações na situação econômico-financeira dessa companhia. e) Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, mediante registro, demonstração expositiva, confirmação, análise e interpretação dos fatos nele ocorridos. Comentários De plano poderíamos eliminar as assertivas C e D, pois trazem ao candidato a noção de que a contabilidade é uma metodologia especial e uma arte, o que já afirmamos ser errôneo. Ficaríamos com as alternativas A, B e E. Vocês verão, meus amigos, ao longo do curso, que a ESAF tem, em diversas questões, o costume de cobrar a questão MAIS correta. Das assertivas restantes, todas poderiam atender razoavelmente ao conceito de contabilidade. Todavia, a banca queria aquela que atendesse ao exato conceito que foi proposto pelo 1º Congresso Brasileiro, que corresponde à assertiva B, nosso gabarito. Gabarito Æ B. Esta mesma questão (com outras palavras) foi explorada no certame para o Auditor Fiscal do Município do Rio de Janeiro, concurso realizado pela ESAF, em 2010 ± veremos nos exercícios propostos. OBJETO E CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE Como ciência que é, a contabilidade possui um objeto. Esse objeto é o patrimônio das entidades. O patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade. A contabilidade se aplica às aziendas. Por azienda devemos entender o patrimônio de uma pessoa que é gerido de maneira organizada. A contabilidade se aplica a entidades, que tenham fins lucrativos (empresários), quer não (União, Estados, associações, por exemplo). Três assertivas da recente prova do AFTM/RJ de 2010 versaram também sobre este tema. Vamos ver como isso deve ser levado para a prova? Como foi cobrado em certames anteriores: (ESAF/Auditor Fiscal/ISS/RJ/2010) Pode-se dizer que o campo de aplicação da Contabilidade é a entidade econômico administrativa, seja ou não de fins lucrativos. Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 78 Comentários O item está correto. O item trouxe à baila o exato conceito de AZIENDA. Uma entidade econômico-administrativa (com ou sem fins lucrativos) que possua patrimônio. (ESAF/Auditor Fiscal/ISS/RJ/2010) O objeto da Contabilidade é definido como o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma entidade econômico-administrativa. Comentários O item também está correto. PATRIMÔNIO É O CONJUNTO DE BENS, DIREITO E OBRIGAÇÕES. (ESAF/Auditor Fiscal/ISS/RJ/2010) Enquanto a entidade econômico- administrativa é o objeto da Contabilidade, o patrimônio é o seu campo de aplicação. Comentários O item trocou os conceitos: a entidade econômico-administrativa, a azienda, é o campo de aplicação da contabilidade. Já o patrimônio é seu objeto. Incorreto, portanto. A doutrina costuma classificar a azienda, quanto ao fim a que se destina, em três tipos, a saber: 1) azienda econômica: Como, por exemplo, as empresas. Objetivo de lucro. 2) aziendas econômico-sociais: São exemplo as associações, cuja sobra líquida é destinado a outros fins que não a remuneração do capital empregado. Por exemplo, a associação de moradores da Barra da Tijuca reverte o dinheiro que obteve ao término do exercício com a limpeza e o cultivo de árvores na região. 3) aziendas sociais: Não possui escopo lucrativo, tal como a União, Estados, Municípios. FINALIDADE DA CONTABILIDADE E USUÁRIOS DAS DEMONSTRAÇÕES Ainda, há que se ressaltar a finalidade precípua da ciência contábil, que é prover os seus diversos usuários de informações sobre a situação patrimonial e financeira da entidade. Faz-se essencial a investidores, credores, fornecedores, governo e até mesmo aos próprios administradores da HQWLGDGH�TXH� WHQKDP�D�SOHQD�FRQYLFomR�GH� FRPR�DQGD�D� ³VD~GH´�GD�HPSUHVD� gerenciada. Contabilidade Geral e Avançadapara Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 78 As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades fiscais, por exemplo, podem especificamente determinar exigências para atender a seus próprios fins. Todavia, as exigências específicas de cada ente não devem afetar a elaboração das demonstrações contábeis segundo os princípios gerais da contabilidade. Assim, um exemplo clássico é o cálculo do lucro real, para contribuintes sujeitos a este tipo de apuração, pela Receita Federal do Brasil. As diversas entidades não deverão, por exemplo, modificar as demonstrações contábeis para que seja encontrado tal valor, mas, sim, escriturar outro livro fiscal, o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). Destarte, reprise-se que as demonstrações contábeis devem fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários. Os usuários das demonstrações contábeis podem ser externos ou internos, conforme tenham ou não ligação com a entidade que reporta essas informações. Vejamos: - Investidores. Necessitam de informações para ajudá-los a decidir se devem comprar, manter ou vender investimentos. Os acionistas também estão interessados em informações que os habilitem a avaliar se a entidade tem capacidade de pagar dividendos. - Empregados. Os empregados e seus representantes estão interessados em informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus empregadores. Também se interessam por informações que lhes permitam avaliar a capacidade que tem a entidade de prover sua remuneração, seus benefícios de aposentadoria e suas oportunidades de emprego. - Credores por empréstimos. Estes estão interessados em informações que lhes permitam determinar a capacidade da entidade em pagar seus empréstimos e os correspondentes juros no vencimento. - Fornecedores. Os fornecedores e outros credores estão interessados em informações que lhes permitam avaliar se as importâncias que lhes são devidas serão pagas nos respectivos vencimentos. - Clientes. Os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento a longo-prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante. - Governo e suas agências. Os governos e suas agências estão interessados na destinação de recursos e, portanto, nas atividades das entidades. Necessitam também de informações a fim de regulamentar as atividades das entidades, estabelecer políticas fiscais e servir de base para determinar a renda nacional e estatísticas semelhantes. - Público. As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas podem, por exemplo, fazer contribuição substancial à economia local de vários modos, inclusive empregando pessoas e utilizando fornecedores locais. As Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 78 demonstrações contábeis podem ajudar o público fornecendo informações sobre a evolução do desempenho da entidade e os desenvolvimentos recentes. FUNÇÕES DA CONTABILIDADE A contabilidade tem em sua essência, basicamente, duas funções: a) função administrativa: como função administrativa, a contabilidade ajude no controle do patrimônio. A saber, por exemplo, quanto temos de mercadoria em estoque, quanto temos de pagar de tributos, qual o valor que temos a pagar de salários, qual o montante que temo em caixa, no banco. b) função econômica: a função econômica da contabilidade está atrelada à apuração do lucro ou prejuízo do exercício. Tal apuração é feita em uma demonstração específica, chamada demonstração do resultado do exercício, por meio do cotejo entre as receitas e despesas. Quando as receitas suplantam as despesas, temos lucro. Caso contrário, prejuízo. PATRIMÔNIO: COMPONENTES PATRIMONIAIS (ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO) Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade. A partir deste momento, chamaremos o conjunto de bens e direito de ativo. Por seu turno, as obrigações serão chamadas de passivo. Gravem: Ativo: bens e direitos Passivo: obrigações Façamos uma análise de cada um destes itens patrimoniais... BENS Segundo a definição doutrinária, bem jurídico é tudo aquilo que pode ser objeto de direito. Alguns vão ainda mais longe e definem os bens como tudo aquilo que pode proporcionar ao homem qualquer satisfação. Levando em conta esta definição extraída da 7ª edição do dicionário jurídico de Deocleciano Torrieri, podemos concluir que a saúde é um bem, pois proporciona ao homem certa satisfação. A amizade também o é. Todavia, contabilmente, interessaremo-nos, na nossa disciplina, somente naqueles bens que possam ser avaliados em termos monetários. Os bens hoje, basicamente, podem ser divididos em bens corpóreos e incorpóreos (os chamados ativos intangíveis). Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 78 Como exemplo de bens tangíveis temos: caixa, terrenos, estoques, veículos. Como exemplo de bens intangíveis tem: software, patentes, propriedade intelectual. Portanto, a partir deste momento, sempre que falarmos em bens, temos de lembrar que eles integram o grupo do ativo. Guardem esta regra. DIREITOS Os direitos são aquelas quantias que nossa entidade tem a receber ou a recuperar em negócios jurídicos celebrados com terceiros, tal como uma venda a prazo realizada, um adiantamento feito a um fornecedor, um cheque que tenho a receber. Os direitos também integram o grupo que estamos chamando de ativo. OBRIGAÇÕES Grosso modo, são valores que a minha empresa deve a terceiros, tais como impostos a pagar, salários a pagar, financiamentos a pagar, empréstimos a pagar. As obrigações, por seu turno, compõem o grupo que chamamos de passivo. E como as bancas cobram isso?! Para montar as demonstrações contábeis existentes (e que caem em concurso), tais como balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício, o candidato deve saber discernir o grupo ou demonstração a que aquela conta pertence. Se, por exemplo, a conta caixa, que é um bem, um ativo, for classificada erroneamente como uma obrigação, isto poderá comprometer a resolução de toda a questão. E para não errar isso na prova, somente treinando muito, com as questões que deixaremos ao término da aula. Nada obstante a explicação posta acima, existe uma definição formal do que vem a ser ativo, passivo e patrimônio líquido. E, uma vez que o edital para é expresso ao exigir as normas emanadas pelo Conselho Federal de Contabilidade, não nos surpreenderia fossem essas definições cobradas no concurso vindouro, posto que é uma novidade (já nem tanto) estatuída no CPC 00 ± Estrutura conceitual básica da contabilidade. Apenas um adendo. Você sabe o que é o Comitê de Pronunciamentos Contábeis? &ULDGR�SHOD�5HVROXomR�&)&�������������R�&3&�WHP�FRPR�REMHWLYR�³R�HVWXGR��R� preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgaçãode informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 78 e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais´� Os pronunciamentos passaram a ser obrigatórios, para as empresas, a partir de 2010. Ou seja, os balanços fechados em 31.12.2010 foram os primeiros elaborados conforme os padrões internacionais. Os pronunciamentos surgiram principalmente pelos seguintes motivos: 1. Convergência internacional das normas contábeis. Esta convergência tem o fito de prover a redução de custo de elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução de custo de capital. Temos o exemplo prático de uma empresa europeia, que apresentava lucro de mais de U$ 370 milhões, e, desejando entrar no mercado norte-americano, teve de se adaptar às normas nesse país vigentes. Para a surpresa da empresa, a conversão das demonstrações levou a um prejuízo da ordem de U$ 1 bilhão. A padronização das normas internacionais reduz esse efeito; 2. Centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o fazem); 3. Representação e processo democráticos na produção dessas informações (produtores da informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia, governo). Voltando. O CPC 00 ± Pronunciamento Conceitual Básico da contabilidade traz as definições formais para ativo, passivo e patrimônio líquido. Conceito de ativo ± CPC 00: Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade. Vamos analisar: 1) Recurso controlado pela entidade: o controle, e não a propriedade jurídica, é determinante para a definição do ativo. Em regra, são registrados no ativo os bens de propriedade da empresa. Todavia, como isso é uma regra existem exceções, tais como, o arrendamento financeiro, no qual os bens pertencem ao arrendador, mas que ficam sob controle do arrendatário, devem ser contabilizados como ativo. 2) Como resultado de eventos passados: O ativo é resultado de algo que já ocorreu. Ou seja, a intenção de comprar estoques, ou de vender estoques com lucro, não atende à definição de ativo. Todavia, a mercadoria que já foi recebida é resultado de um evento passado, qual seja, a compra. Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 78 3) E do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade: Essa é a parte mais importante para caracterizar um item como ativo. Não basta controlar ou construir um bem. Não basta já ter efetuado alguma ação passada, como a compra de um equipamento. Para caracterizar um ativo, é necessário que o bem resulte em futuros benefícios econômicos para a empresa. O teste de recuperabilidade (figura tão cobrada em prova, a ser estudada adiante) destina-se a comprovar que os ativos irão gerar benefícios futuros (pelo uso ou pela venda) em valor superior ao seu registro contábil. Do contrário, ajusta-se o valor do ativo. Exemplo: vamos considerar um ativo contabilizado pelo valor de R$ 100.000,00. Se a entidade continuar utilizando este ativo, gerará receitas no montante de R$ 90.000,00 (valor em uso). Todavia, decidindo vende-lo, obterá um valor líquido pela venda deste ativo de R$ 80.000,00. Neste caso, como o maior benefício futuro que se pode obter com este ativo monta a R$ 90.000,00, devemos fazer um ajuste. O valor do ativo deverá ser ajustado para constar na contabilidade pelo valor apurado (R$ 90.000,00). D ± Despesa com teste de recuperabilidade 10.000 C ± Teste de recuperabilidade (retificadora Ativo) 10.000 Em síntese, este é o chamado teste de recuperabilidade, previsto no artigo 183, §3º da Lei das Sociedades por Ações, assunto constante em quase que todas as provas atuais de contabilidade. O passivo costuma seU� GHILQLGR� FRPR� ³DV� REULJDo}HV� GD� HPSUHVD� SDUD� FRP� WHUFHLURV´��2�SURQXQFLDPHQWR�&3&����IRUQHFH�D�VHJXLQWH�GHILQLomR� Conceito de passivo ± CPC 00: Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos. 1) Obrigação presente da entidade: gastos previstos e/ou esperados não constituem passivos. Por exemplo, se uma empresa de aviação tem a previsão de trocar os motores de uma aeronave dentro de 2 anos, ao custo de R$ 200.000,00, isto não constitui um passivo, pois não é obrigação presente. Dentro de dois anos, a empresa pode vender o avião e não realizar a troca dos motores. 2) Derivada de eventos já ocorridos: eventos futuros não constituem passivo. Ainda que o pagamento de uma obrigação seja feito em data posterior, Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 78 o evento que origina o passivo já deve ter ocorrido. Por exemplo, a compra a prazo de uma mercadoria já entregue configura evento já ocorrido. 3) Cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos: O passivo deverá ser liquidado com recursos capazes de gerar benefícios econômicos. Lembra-se da definição de ativo? Pois é, os recursos capazes de gerar benefícios econômicos são os ativos da empresa. Assim, o passivo será liquidado através da entrega de ativos (dinheiro, duplicatas a receber, outros bens ou mercadorias, entre outros). A maneira mais comum é através do pagamento do passivo em dinheiro. Mas também pode ocorrer a liquidação de um passivo com a entrega de mercadoria, ou de qualquer outro ativo. Assim, um passivo deve ser liquidado com um ativo, uma dívida com fornecedores (passivo) será quitada com a saída de dinheiro do caixa (diminuindo o meu ativo). O Patrimônio /tTXLGR�QRUPDOPHQWH�p�FDUDFWHUL]DGR�FRPR�R�³GLQKHLUR�GRV�VyFLRV� DSOLFDGR�QD�HPSUHVD´�� Para o pronunciamento CPC 00, DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO ± CPC 00 ³Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seXV�SDVVLYRV�´ SITUAÇÃO LÍQUIDA E EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO Já sabemos o que é um ativo (bens e direitos) e o que é um passivo (obrigações). Agora, vejamos o seguinte exemplo... A empresa KLS tem as seguintes contas registradas em sua contabilidade: Caixa 100,00 Duplicatas a receber 200,00 Estoques 50,00 Fornecedores 60,00. Empréstimos a pagar 40,00. Classificando, temos nesta situação o seguinte: Bens: caixa e estoques = 100 + 50. Direitos: duplicatas a receber = 200. Obrigações = fornecedores + empréstimos a pagar = 60 + 40 = 100. Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 78 A partir de agora, toda vez que falarmos em ativo e passivo, graficamente vocês irão esquematizardo seguinte modo: ATIVO PASSIVO Bens Obrigações Direitos No nosso exemplo, portanto, teremos: ATIVO PASSIVO Caixa = 100 Fornecedores = 60,00 Estoques = 50 Empréstimos a pagar = 40,00 Dupl. a receber = 200 O ativo representa os bens e direitos que estão aplicados nas atividades empresariais, o passivo representa o capital que devemos a terceiros, os capitais de terceiros que estão empregados na nossa atividade. Por isso, contabilmente, diz-se que o ativo representa a aplicação de recursos na entidade. Já o passivo representa uma origem. Estes recursos que os terceiros empregam nas atividades da empresa são chamados de capital de terceiros (gravem este nome, pois cai corriqueiramente em concursos). Pois bem. Mas, imaginem conosco. Quando o sócio vai constituir as atividades empresariais ele emprega somente capitais de terceiros ou também entrega capitais próprios (pertencentes a ele - sócio) às atividades. Ora, entrega capital próprio. Na contabilidade, este capital próprio é chamado de situação líquida. No exemplo que demos, temos o seguinte: ATIVO PASSIVO Caixa = 100 Fornecedores = 60,00 Estoques = 50 Empréstimos a pagar = 40,00 Dupl. a receber = 200 Total = 350 Total = 100 Vejam que no ativo temos um total de R$ 350,00, enquanto que no passivo tem apenas R$ 100,00. O que podemos inferir? Os R$ 250,00 faltantes representam a chamada situação líquida ou patrimônio líquido (capital próprio) da empresa. Portanto, fica assim: ATIVO PASSIVO Caixa = 100 Fornecedores = 60,00 Estoques = 50 Empréstimos a pagar = 40,00 Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 78 Dupl. a receber = 200 Total = 350 Situação Líquida = 250 Total = 350 E como fizemos para achar o valor da situação líquida?! Ainda que sem perceber, utilizamo-nos de uma equação algébrica básica: a equação fundamental básica da contabilidade. EQUAÇÃO FUND. DA CONTAB. Æ ATIVO = PASSIVO + SITUAÇÃO LÍQUIDA Portanto, amigos. Fica assim. O quadro que estamos montando para demonstrar o ativo e passivo passará agora a ser chamado de balanço patrimonial, sendo esta a nossa principal demonstração contábil. O lado esquerdo do balanço patrimonial sempre deve ser igual ao lado direito. Esta é uma regra que, numa escrita contábil regular, não comporta exceção. O ativo representa tudo aquilo que está sendo empregado nas atividades da entidade. Assim, se temos um veículo de R$ 10.000,00, dinheiro no valor de R$ 50.000,00 e investimentos em outra companhia no valor de R$ 20.000,00, nosso ativo é de R$ 80.000,00. Este é o capital total aplicado nas atividades. Este valor possui uma origem. E que origem é esta?! Essa origem pode ser tanto de capital próprio, empregado pelos sócios, como de terceiros, quando a empresa obtém, por exemplo, por um financiamento. Dizemos, assim, que o lado do ativo é o lado da aplicação de recursos. Já o lado do passivo e do PL é o lado da origem de recursos. BALANÇO PATRIMONIAL LADO ESQUERDO LADO DIREITO ATIVO PASSIVO APLICAÇÃO DE RECURSOS PATRIMÔNIO LÍQUIDO ORIGEM DE RECURSOS TIPOS DE SITUAÇÃO LÍQUIDA EXISTENTES A situação líquida representa o quanto os sócios empregam de patrimônio à sociedade, com recursos próprios. Todavia, é praxe que a expressão situação líquida seja entendida também como patrimônio líquido (embora o patrimônio líquido seja uma das espécies do Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 78 gênero situação líquida). Mas, para nós, se a questão disser situação líquida ou patrimônio líquido, trataremos de maneira igual: vamos achar o capita próprio! Vejamos os tipos de situações líquidas patrimoniais existentes. ATIVO MAIOR DO QUE PASSIVO. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens 1.000 Obrigações 500 Direitos 1.000 SL ? TOTAL 2.000 TOTAL 2.000 Há que se observar que o ativo é maior do que o passivo exigível por terceiros (isto é, obrigações). Como os bens e direitos não são iguais às obrigações, devemos achar a situação através da equação básica da contabilidade. Situação líquida = Ativo ± Passivo = 2.000 ± 500 = 1.500. Essa é uma situação confortável para a empresa. Dissemos que as origens do capital podem ser de terceiros (obrigações) ou próprias (patrimônio líquido ou situação líquida). Neste exemplo temos 75% de capital próprio (1.500/2000), o que pode representar uma boa administração da empresa. Neste tipo de situação, temos: Ativo > Passivo exigível Situação líquida > 0 ATIVO MENOR DO QUE PASSIVO. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens 1.000 Obrigações 2.500 Direitos 1.000 SL ? TOTAL 2.000 TOTAL 2.000 (VWD�p�D�VLWXDomR�OtTXLGD�HP�TXH�VH�³GHYH�PDLV�GR�TXH�VH�WHP´�� Imagine uma empresa que tenha tão-somente R$ 1.000 em caixa e um carro velho avaliado em R$ 1.000, mas deve R$ 2.500 a um fornecedor. Esta é a chamada situação líquida negativa, pois os elementos negativos superam os elementos positivos do balanço. Essa parte do Passivo para o qual não temos recursos suficientes para pagar é denominada passivo a descoberto. Este conceito é explorado pelas bancas de forma mais conceitual. Vejam como o CESPE o fez: Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 78 (Assistente de Saneamento/Técnico Contábil/Embasa/2009/Cespe) Quando o valor do passivo é maior que o do ativo, ocorre a situação de passivo a descoberto. O item transcreve exatamente o que dissemos aqui! Essa questão é recorrente em concursos. Neste tipo de situação, temos: Ativo < Passivo Patrimônio Líquido < 0 ATIVO IGUAL AO PASSIVO Nesta situação o ativo é igual ao passivo exigível, não havendo que se falar em resíduo para os proprietários no caso de dissolução da empresa, isto é, não existe capital próprio. O total dos bens e direitos é igual aos valores das obrigações dos proprietários. BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens 1.000 Obrigações 2.000 Direitos 1.000 SL ??? TOTAL 2.000 TOTAL 2.000 A situação líquida neste caso é nula. ATIVO IGUAL A SITUAÇÃO LÍQUIDA Este é o caso típico da constituição da sociedade. Quando um sócio emprega R$ 100,00 de capital nas atividades (e este é o único fato contábil existente), teremos: BALANÇO PATRIMONIAL ATIVO PASSIVO Bens 100 PL 100 TOTAL 100 TOTAL 100 Esta é a situação típica da constituição da empresa. O ativo é igual ao patrimônio líquido. Pode ser o caso também de uma entidade que somente trabalhe com recursos próprios e não queria captar capitais de terceiros. Não há qualquer dívida quando se está diante desta situação. Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 78 ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS LÓGICAS De tudo o que expusemos até o momento, podemos tomar algumas conclusões. São elas: O ativo pode ser maior ou igual a zero. O ativo não poderá, jamais, ser negativo.Não podemos ter, por exemplo, um veículo que valha R$ - 100,00, ou caixa no montante de R$ - 30,00. O mesmo vale para o passivo, que pode ser maior ou igual a zero, mas não negativo. Não há possibilidade de ter obrigação de R$ - 1.000,00 com terceiros. O patrimônio líquido (situação líquida), por seu turno, pode ser positivo, negativo ou nulo. APURAÇÃO DE RESULTADOS. O patrimônio líquido da entidade pode variar. Mas variar como? Imaginemos que os sócios A e B tenham entregues cada um o montante de R$ 100.000,00 para constituição de uma sociedade. Esta sociedade é regularmente LQVFULWD�� $� SDUWLU� GHVWH� PRPHQWR� WXGR� R� TXH� HOD� ³JDQKDU� RX� SHUGHU´�� FRPR� resultado de suas operações, deverá ser computado para a sociedade, devido ao que chamamos de princípio contábil da entidade. Portanto, esta sociedade tem um capital social (dinheiro que os sócios injetam na empresa) de R$ 200.000,00. Na contabilidade, o lado do passivo e do patrimônio líquido é onde os valores que são aplicados no ativo têm origem. Assim, é praxe chamarmos os valores provenientes do passivo e do patrimônio líquido de origem, enquanto que é também escorreito nominarmos aqueles valores do ativo como um todo de aplicação de recursos. Com efeito, imagine-se que esta sociedade tenha gerado receitas que lhe deram um lucro de R$ 50.000,00 recebido totalmente em dinheiro. Ora, este valor não poderá ir diretamente para o bolso dos sócios. Por que não? Pois, a partir da constituição da sociedade, há uma clara distinção do patrimônio da sociedade do patrimônio dos sócios. Então analisemos. Este dinheiro, R$ 50.000,00 de lucro, foi recebido em dinheiro, certo? Onde ele se encontrará? No ativo da empresa, na conta caixa ou bancos, provavelmente. Mas para existir essa aplicação no ativo, não é certo que devemos ter também uma origem? É claro! Esses R$ 50.000,00 são valores que os sócios conseguiram agregar, adicionar, ao montante inicial investido. Portanto, vocês Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 78 acreditam que eles representam origem de capital própria ou de terceiros? Própria, exatamente. Portanto, os valores de lucros ou prejuízos acumulados que a entidade obtém no decorrer de suas operações devem figurar no patrimônio líquido. A apuração do lucro da entidade é feita em uma demonstração à parte, chamada demonstração do resultado do exercício. Lá, fazemos o cotejo entre receitas e despesas. Sobrepondo-se as receitas às despesas, temos lucro. Ao revés, prejuízo. Esse resultado é transferido para o patrimônio líquido (capital próprio), fazendo com que ele varie. Esse assunto será estudado com mais profundidade quando estudarmos o grupo do patrimônio líquido e a demonstração do resultado do exercício. Por ora, basta que você saiba isto: o patrimônio líquido varia conforme o lucro ou prejuízo do exercício seja transferido da demonstração do resultado do exercício para o balanço patrimonial. CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO. CONCEITO DE CONTA, CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO 1D�FRQWDELOLGDGH��FRQWD�p�R�³QRPH�GDGR�DRV�FRPSRQHntes patrimoniais (bens, GLUHLWRV�H�REULJDo}HV��H�GH�UHVXOWDGR��GHVSHVDV�H�UHFHLWDV�´� De agora em diante, quando falarmos em caixa de uma empresa, falaremos em conta caixa. Quando falarmos em bancos, entenda-se conta bancos. Os registros contábeis são feitos através das contas. Todos os acontecimentos que ocorrem na empresa, como compra, venda, pagamento, recebimento, são registrados por meio de contas. As contas podem ser de dois tipos: patrimoniais e de resultado. CONTAS PATRIMONIAIS As patrimoniais são as que representam os bens, direitos, obrigações e o patrimônio líquido da empresa. Por exemplo, conta caixa, conta bancos movimento, conta capital social, conta estoques de produtos acabados, conta reserva de ágio na emissão de ações. RESULTADO As contas de resultado são as receitas e despesas. Elas não estão no balanço patrimonial e servem para saber se a empresa apresentou lucro ou prejuízo. Aparecem na demonstração do resultado do exercício. Por exemplo, receita de vendas, custo das mercadorias vendidas, ICMS sobre vendas, despesas operacionais. Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 78 GRAVE-SE: Contas patrimoniais Æ Ativo, passivo e patrimônio líquido Contas de resultado Æ Receitas e despesas FUNÇÕES E ESTRUTURA DAS CONTAS. RAZONETE E CONTAS As contas, a partir de agora, serão apresentadas no chamado razonete. Como funciona? A título de exemplo, mostremos o razonete da conta caixa: Caixa Lado do débito Lado do crédito Saldo devedor Saldo credor Funcionará assim para todas as contas, sejam elas patrimoniais ou de resultado: sempre que desejarmos fazer lançamentos contábeis, devemos ³DEULU´�XP�UD]RQHWH�� Fornecedores Bancos Conta Movimento Lado do débito Lado do crédito Lado do débito Lado do crédito Saldo devedor Saldo credor Saldo devedor Saldo credor A conta tem por finalidade representar cada um dos itens contábeis, quer patrimoniais, quer de resultado. Embora, para nós, as contas sejam representadas da forma como expusemos acima, formalmente, elas são assim apresentadas no livro razão: Razão Analítico (Exemplo) KLS Comércio LTDA Data: CNPJ: 00.000.000/0001-00 Período: Conta: Bancos Conta Movimento - XXXX S/A Data Histórico da Operação Débito Crédito Saldo 01.01.2008 Saldo Inicial 1.000,00 D 02.01.2008 Depósito 500,00 1.500,00 D 02.01.2008 Cheque nº 050070 200,00 1.300,00 D Totais 500,00 200,00 1.300,00 D Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 78 São elementos essenciais das contas: - Nome da conta; - Valor debitado; - Valor creditado; - Saldo devedor ou credor; - Histórico do lançamento; - Data do lançamento. Algumas contas aumentam por meio de débito (contas de natureza devedora), outras por meio de crédito (contas de natureza credora). - Contas de natureza devedora: contas de ativo (bens e direitos), contas de despesa, - Contas de natureza credora: contas do passivo (obrigações), contas do patrimônio líquido, contas de receita. Assim, por exemplo, considere os seguintes lançamentos na conta caixa: Primeiro temos de analisar: a que grupo pertence a conta caixa? Ao ativo, logo, é uma conta de natureza devedora (aumenta a débito), e, conseqüentemente, diminui a crédito. - Recebimento de R$ 100,00 em espécie, pela integralização de capital social. - Saída de R$ 50,00 para aquisição de mercadorias; - Entrada de R$ 30,00 pela venda de mercadorias. Ficaria assim: Caixa 100,00 50,00 30,00 80,00 Além disso, as contas podem ser vistas por dois aspectos: qualitativos e quantitativos. Segundo o aspecto qualitativo, devemos olhar para o que a conta representa. Por exemplo, a conta caixa, em seu aspecto qualitativo, representa os numerários que temos guardados. Já pelo aspecto quantitativo representa o quanto temos guardado.Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 78 TEORIA DAS CONTAS As principais teorias das contas exploradas pelas bancas examinadoras são as seguintes: 1) Teoria personalista; 2) Teoria materialística; e 3) Teoria patrimonialista. TEORIA PERSONALISTA Segundo a teoria personalista, as contas são fictamente como pessoas. Temos três tipos de pessoas: proprietários, correspondentes e agentes consignatários. Representa a contabilidade sob uma visão mais jurídica. A) Proprietários: Os proprietários são os responsáveis pelas contas do patrimônio líquido e pelas receitas e despesas da sociedade. Portanto, são contas dos proprietários: capital social, receita de vendas, custo da mercadoria vendida, ICMS sobre vendas, devoluções de vendas, receitas financeiras, reserva legal. B) Correspondentes: São as pessoas que representam as contas de direitos (logo, ativo) e obrigações (logo, passivo). São as pessoas com quem a entidade mantém esse tipo de relação jurídica, tal como clientes e fornecedores. C) Consignatários: São as pessoas a quem a entidade confia a guarda bens (ativo). Por exemplo, caixa, veículos, terrenos. TEORIA MATERIALÍSTICA Esta é uma visão mais econômica do que vem a ser a conta. Para esta teoria, as contas não são pessoas, mas, tão-somente, entradas e saídas de valores. As contas são divididas em apenas dois grupos: A) Contas integrais: Representam o ativo e passivo exigível (obrigações); B) Contas diferenciais: Representam o patrimônio líquido, receitas e despesas. TEORIA PATRIMONIALISTA Pela teoria patrimonialista, que é a utilizada na contabilidade hodierna, as contas podem ser divididas em dois grandes grupos, a saber: A) Contas patrimoniais: Representam as contas de ativo, passivo e patrimônio líquido. B) Contas de resultado: Representam as receitas e despesas. Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 78 RESUMO TEORIA DAS CONTAS Um rápido resumo sobre isso: Teoria Personalista: - Agentes consignatários (bens) - Agentes correspondentes (direitos e obrigações) - Proprietários (receitas, despesas e Patrimônio líquido) Teoria Materialista: - Integrais (bens, direitos e obrigações) - Diferenciais (receitas, despesas e Patrimônio líquido) Teoria Patrimonialista: - Patrimoniais (bens, direitos, obrigações e Patrimônio Líquido) - Resultado (receitas e despesas) FATOS CONTÁBEIS E RESPECTIVAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS E PLANO DE CONTAS ATOS E FATOS CONTÁBEIS E RESPECTIVAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS. O patrimônio societário sofre constante movimento, haja vista que sofrem atos de gestão contínua. Esses acontecimentos podem ser divididos basicamente em dois grandes grupos: A) Atos contábeis. B) Fatos contábeis. Os atos contábeis são acontecimentos que ocorrem na entidade e não provocam alterações do patrimônio, tais como admissão de empregados, assinatura de um contrato de compra, venda, o aval de um título de crédito, uma fiança prestada em favor de terceiros. Os atos relevantes que façam parte das atividades da empresa devem ser apresentados em notas explicativas, como ordena a Lei 6.404/76: Art. 176. (...) § 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício. Art. 176. (...) § 5o As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 78 I ± apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para negócios e eventos significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) II ± divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) III ± fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) IV ± indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o ); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) f) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da companhia. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) Os fatos contábeis, por sua vez, são os acontecimentos que provocam variações no patrimônio da entidade. Os fatos contábeis são contabilizados através das contas patrimoniais (ativo, passivo, patrimônio líquido) e/ou das contas de resultado (receitas e despesas). Os fatos contábeis podem ser divididos em três tipos: permutativos, modificativos e mistos. Esse assunto, todavia, será visto quando estudarmos lançamentos. Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 78 TÉCNICAS CONTÁBEIS São quatro as técnicas utilizadas na contabilidade: escrituração, elaboração das demonstrações contábeis, auditoria e análise das demonstrações contábeis. ESCRITURAÇÃO Funciona, grosso modo, mais ou menos da seguinte forma: Imagine-se que nós, Gabriel e Luciano, somos administradores da sociedade KLS. Cada nota fiscal de compra de mercadoria, cada NF de venda, cada cheque emitido, cada compra de ativo imobilizado para a produção, tudo isso tem de ser controlado. Pensem vocês se não houvesse um controle de todos os atos e fatos que ocorrem no âmbito de uma empresa. O que seria desta empresa?! O que seria do mercado? E o que seria da economia nacional? Pois bem, todos esses eventos devem ser contabilizados. Então, no período de competência, colheremos todosos documentos necessários e lançaremos nos respectivos livros contábeis. A técnica utilizada para o registro dos fatos contábeis é chamada de escrituração. Então, em um primeiro momento, devemos escriturar, por meio de lançamentos contábeis, todas as notas fiscais e documentos que comprovem alteração no patrimônio da entidade. Segundo a Lei 6.404/76: Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei (a própria 6.404) e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. Ainda segundo a Lei 6.404/76: a companhia observará exclusivamente em livros ou registros auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração mercantil e das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a elaboração de outras demonstrações financeiras (LSA, art. 177, §2º). E o que quer dizer este artigo? Se, hipoteticamente, ao apurar o Imposto de Renda do exercício, a legislação do IR prescreva um método diferente que está previsto nos critérios contábeis, como a utilização de regime de caixa, em vez de se utilizar do regime de competência, esta apuração tributária deverá ser feita em um livro auxiliar, sem que haja modificação da escrituração contábil (que ordena a utilização do regime de competência). Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 78 ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS As entidades, em sua constituição, elegem o que chamamos de exercício social. Segundo a Lei das SAs: Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será fixada no estatuto. Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração estatutária o exercício social poderá ter duração diversa. Vejam, o exercício social tem duração de 1 ano. Isso não equivale a 12 meses (juridicamente falando). Ao término do exercício, as sociedades têm de publicar o que chamamos de demonstrações financeiras. Todo mês faremos os lançamentos de fatos contábeis, procedendo à escrituração dos livros. As demonstrações financeiras são um compilado de tudo o que ocorreu na empresa durante o exercício social. Vejam que se trata de uma seqüência cronológica. Se somarmos todas as vendas realizadas no exercício, encontraremos a chamada receita bruta de vendas, na demonstração do resultado do exercício. Se somarmos tudo o que entrou e tudo o que saiu do caixa, teremos achado então o saldo da conta caixa. E assim por diante. Segundo a Lei 6.404/76: Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: I - balanço patrimonial; II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; III - demonstração do resultado do exercício; e IV ± demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 2007) V ± se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) Além dessas, o CPC 26 ± Apresentação das demonstrações contábeis ± lista como demonstrações contábeis a demonstração das mutações do patrimônio líquido ± DMPL e a demonstração dos resultados abrangentes. Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 78 O FIPECAFI entende que essas demonstrações passam a ser obrigatórias para todos os tipos societários, inobstante a Lei 6.404 seja silente. AUDITORIA Uma vez elaborada as demonstrações contábeis, elas precisam passar pela verificação sobre se a escrituração está escorreita nos termos do que prescrevem as normas e princípios contábeis. Esse processo é chamado de auditoria. Segundo a Lei 6.404: Art. 176: § 3o As demonstrações financeiras das companhias abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e serão obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes nela registrados. A auditoria realizada por auditores da CVM em companhias abertas e nas fechadas de grande porte é denominada de auditoria independente. Além da independente, temos as auditorias interna (elaborada por empregados da companhia) e fiscal (elaborada por auditores fiscais da União, Estados, Municípios e/ou Distrito Federal, no âmbito de suas competências). ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Depois que as demonstrações foram publicadas e auditadas, os seus usuários têm interesse nas informações nelas contidas. Um investidor desejará saber, por exemplo, o quanto essa empresa está dando de retorno para cada ação do capital social. O credor por empréstimo desejará saber o quanto tem de garantia para poder conceder tranquilamente o empréstimo que deseja. E assim por diante. Tudo isso é feito através da técnica contábil chamada de análise das demonstrações contábeis ou análise de balanços. Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal Teoria e exercícios comentados Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 Prof. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 78 QUESTÕES COMENTADAS 1. (ESAF/Analista Técnico Administrativo/MF/2013) A Teoria Materialista das Contas é aquela que classifica todos os títulos contábeis como sendo a) Contas Materiais e Contas Imateriais. b) Contas Integrais e Contas Diferenciais. c) Contas Patrimoniais e Contas de Resultado. d) Contas de Agentes e Contas do Proprietário. e) Contas de Agentes Consignatários e Contas do Proprietário. Comentários Esta é uma visão mais econômica do que vem a ser a conta. Para esta teoria, as contas não são pessoas, mas, tão-somente, entradas e saídas de valores. As contas são divididas em apenas dois grupos: A) Contas integrais: Representam o ativo e passivo exigível (obrigações); B) Contas diferenciais: Representam o patrimônio líquido, receitas e despesas. Gabarito Æ B. 2. (ESAF/Contador/Ministério da Fazenda/2013/Adaptada) A nossa empresa é tipicamente comercial, de porte médio. Sua atividade se restringe a comprar e revender mercadorias, sendo seu plano de contas adequado a esse tipo de empreendimento. Abaixo, apresentamos cinco relações com nomes de contas. Indique a única delas que poderia constar corretamente no plano de contas. a) Caixa, Bancos conta Movimento, Duplicatas a Receber, Mercadorias, Receitas de Vendas, IPI a Recolher, Fornecedores e Capital a Integralizar. b) Caixa, Bancos conta Movimento, Mercadorias, Receitas de Vendas, Salários a Pagar, Empréstimos Bancários e Capital a Integralizar c) Caixa, Custo do Produto Vendido, Receita de Vendas, Fornecedores, Capital Social, Empréstimos Bancários, Clientes e Despesas Antecipadas. d) Caixa, Mercadorias, Móveis e Utensílios, Equipamentos de Produção, Empréstimos Bancários, Fornecedores e Capital a Integralizar e) Caixa, Bancos conta Movimento, Mercadorias,
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