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Aula 00 Contabilidade Geral e Avançada

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Aula 00
Contabilidade Geral e Avançada p/ AFRFB - 2015 (com videoaulas)
Professores: Gabriel Rabelo, Luciano Rosa
Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal 
Teoria e exercícios comentados 
Profs. Gabriel Rabelo e Luciano Rosa ʹ Aula 00 
 
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SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................................. 2 
O CURSO, EDITAL E PROVA ............................................................................................................. 3 
ASPECTOS INICIAIS ....................................................................................................................... 9 
CONCEITO DE CONTABILIDADE ......................................................................................................................... 9 
OBJETO E CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE ................................................................................. 10 
FINALIDADE DA CONTABILIDADE E USUÁRIOS DAS DEMONSTRAÇÕES ...................................................... 11 
FUNÇÕES DA CONTABILIDADE ........................................................................................................................ 13 
PATRIMÔNIO: COMPONENTES PATRIMONIAIS (ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO) ................... 13 
BENS .......................................................................................................................................... 13 
DIREITOS .................................................................................................................................... 14 
OBRIGAÇÕES ............................................................................................................................... 14 
SITUAÇÃO LÍQUIDA E EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO ...................................................... 17 
TIPOS DE SITUAÇÃO LÍQUIDA EXISTENTES ..................................................................................... 19 
ATIVO MAIOR DO QUE PASSIVO. .................................................................................................... 20 
ATIVO MENOR DO QUE PASSIVO. ................................................................................................... 20 
ATIVO IGUAL AO PASSIVO ............................................................................................................. 21 
ATIVO IGUAL A SITUAÇÃO LÍQUIDA................................................................................................ 21 
ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS LÓGICAS............................................................................................. 22 
APURAÇÃO DE RESULTADOS.......................................................................................................... 22 
CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO. ..................................................................................... 23 
CONCEITO DE CONTA, CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO ...................................................... 23 
CONTAS PATRIMONIAIS ................................................................................................................ 23 
RESULTADO ................................................................................................................................. 23 
FUNÇÕES E ESTRUTURA DAS CONTAS. ........................................................................................... 24 
RAZONETE E CONTAS ................................................................................................................... 24 
TEORIA DAS CONTAS .................................................................................................................... 26 
TEORIA PERSONALISTA ................................................................................................................. 26 
TEORIA MATERIALÍSTICA .............................................................................................................. 26 
TEORIA PATRIMONIALISTA ............................................................................................................ 26 
RESUMO TEORIA DAS CONTAS ...................................................................................................... 27 
FATOS CONTÁBEIS E RESPECTIVAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS E PLANO DE CONTAS ......................... 27 
ATOS E FATOS CONTÁBEIS E RESPECTIVAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS. ............................................ 27 
TÉCNICAS CONTÁBEIS .................................................................................................................. 29 
ESCRITURAÇÃO ............................................................................................................................ 29 
ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ............................................................................ 30 
AUDITORIA .................................................................................................................................. 31 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS .................................................................................. 31 
QUESTÕES COMENTADAS .............................................................................................................. 32 
QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA ........................................................................................... 67 
GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA .................................................................... 78 
 
 
AULA 00: 2. PATRIMÔNIO: COMPONENTES PATRIMONIAIS, ATIVO, 
PASSIVO E SITUAÇÃO LÍQUIDA. EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO 
PATRIMÔNIO. 3. FATOS CONTÁBEIS E RESPECTIVAS VARIAÇÕES 
PATRIMONIAIS. 4. SISTEMA DE CONTAS, CONTAS PATRIMONIAIS E DE 
RESULTADO. PLANO DE CONTAS. 5. ESCRITURAÇÃO: CONCEITO E 
MÉTODOS; PARTIDAS DOBRADAS; LANÇAMENTO CONTÁBIL - ROTINA, 
FÓRMULAS; PROCESSOS DE ESCRITURAÇÃO. 6. PROVISÕES ATIVAS E 
PASSIVAS, TRATAMENTO DAS CONTINGÊNCIAS ATIVAS E PASSIVAS 
(SOMENTE PARTE INICIAL SOBRE AS PROVISÕES). 11. BALANCETE DE 
VERIFICAÇÃO: CONCEITO, FORMA, APRESENTAÇÃO, FINALIDADE, 
ELABORAÇÃO. 
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APRESENTAÇÃO 
 
Olá, meus amigos. Como estão?! 
 
É com um imenso prazer que estamos aqui, no Estratégia Concursos, o mais 
novo e revolucionário site de preparação para concursos públicos, para 
ministrar para vocês a disciplina de Contabilidade Geral e Avançada para o 
concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. 
 
O Estratégia conta com os melhores professores do Brasil, não tenham dúvidas. 
Certamente, estudando pelo material que ofereceremos aqui, em todas as 
disciplinas, você não precisará de mais nada para ter uma preparação sólida e 
focada para este certame. Creiam-me. 
 
O cargo de AFRFB dispensa maiores comentários, posto que a Receita Federal é 
hoje umas das melhores instituições públicas para se trabalhar no Brasil, além 
de ser uma das mais respeitadas. A remuneração também é excelente, R$ 
14.965,44 iniciais. Isso mesmo, repito, R$ 14.965,44. Com um salário 
destes, vive-se bem em qualquer lugar do Brasil. É o que você precisa para dar 
de vez aquela qualidade de vida para sua família, ou, para você que é solteiro, 
viajar o mundo todo. Ademais, dizem pelos corredores que a categoria está se 
movendo para conseguir um reajuste salarial, o que é melhor ainda para vocês. 
 
Ainda há que se falar no trânsito que a Receita Federal possui, sendo que os 
Auditores podem ser lotados (literalmente) do Oiapoque ao Chuí. 
 
Agora, permita que nosapresentemos: 
 
Meu nome é Gabriel Rabelo, sou Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda 
do Estado do Rio de Janeiro, tendo também, dentre outros, exercido o cargo 
de Auditor Fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado do Espírito Santo. 
 
Sou professor colaborador de direito empresarial e contabilidade no sítio do 
Estratégia. 
 
Ministro, também, contabilidade e direito empresarial em cursos presenciais 
preparatórios para concursos em Vitória e, em videoaula, no Eu Vou Passar. 
 
Sou autor dos livros 1.001 Questões Comentadas de Direito Empresarial ± 
FCC e 1.001 Questões Comentadas de Direito Administrativo ± ESAF, 
este último em co-autoria com a professora Elaine Marsula, ambos publicados 
pela Editora Método. 
 
Meu nome é Luciano Rosa, sou Agente Fiscal de Rendas da Secretaria da 
Fazenda do Estado de São Paulo, aprovado no concurso de 2009. 
Anteriormente, trabalhei durante 10 anos na Assembleia Legislativa de São 
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Paulo, aprovado em 1º lugar no concurso de 1999, ocupando os cargos de 
Agente Técnico Legislativo Especializado ± área de finanças, e, em comissão, 
durante 7 anos, o cargo de Diretor Técnico Legislativo do Serviço Técnico de 
Programação Financeira. Sou professor de contabilidade para concursos. Autor 
de diversos cursos na área de contabilidade. 
 
Sou formado em Administração de Empresas pela Faculdade de Economia e 
Administração ± FEA ± USP. Possuo 17 anos de experiência em empresas 
privadas, na área de Controladoria, tendo ocupado os cargos de Assistente de 
Auditoria, Analista de Custo, Chefe da Contabilidade Financeira e Controller. 
 
 
 
Além disso, lançamos juntos, pela Editora Método, o livro 
Contabilidade Avançada Facilitada para Concursos ± 
Teoria e questões e mais de 200 questões comentadas. 
Este livro é baseado nos Pronunciamentos Contábeis 
emanados do Comitê de Pronunciamentos Contábeis e está 
disponível para venda no site da editora e nas diversas 
livrarias. 
 
 
O CURSO, EDITAL E PROVA 
 
O último concurso para Auditor da Receita Federal se realizou em 2014. No dia 
10 de março de 2014, tivemos a publicação do edital oferecendo ao todo 278 
vagas para a realização deste certame, com provas em 10 e 11 de maio de 
2014. 
 
Estudar para este concurso exige certa antecedência. Quem sair à frente 
certamente terá uma base mais sólida e forte para concorrer a uma vaga do 
concurso. Veja que o tempo entre a publicação do edital a realização das 
provas foi extremamente exíguo. 
 
Os principais destaques deste curso que apresentaremos são: 
 
- Conteúdo teórico completo, apresentado com objetividade e de modo fácil. 
- Grande acervo de questões comentadas da ESAF. 
- Contato direto com os professores para responder dúvidas, através do fórum 
de dúvidas. 
- Material atualizado de acordo com as mudanças ocorridas na contabilidade 
pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09, bem como ênfase nos Pronunciamentos 
Contábeis tão cobrados pelas bancas. 
- Questões das últimas provas da ESAF comentadas (inclusive toda a prova 
do AFRFB 2014 comentada). 
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- Apresentação de videoaulas para auxiliar a compreensão dos PDFs (Atenção: 
nem todos os tópicos do edital estão cobertos pelos vídeos. Estamos fazendo o 
possível para gravar a maior quantidade de aulas). 
 
A contabilidade veio prevista no último edital do seguinte modo: 
 
 
 
Vejam que contabilidade representa 20 questões de peso 2, num total de 40 
pontos em 210. São aproximadamente 19% do total de pontos. Portanto, 
não precisamos nem frisar a importância que é atribuída à disciplina. 
 
Outro fator importante é que há um mínimo, de forma que vocês terão de 
acertar ao menos 8 questões das 20 que lhe forem apresentadas. Mas, vocês 
verão, ao término do curso, se sentirão seguros a ponto de esquecer o mínimo 
e ver apenas o que precisam acertar para fechar a prova. Esse é o nosso 
compromisso com vocês! 
 
O edital possui a seguinte ementa: 
 
Contabilidade Geral e Avançada: 1. Estrutura Conceitual para Elaboração e 
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro aprovado pelo Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC). 2. Patrimônio: componentes patrimoniais, ativo, passivo e 
situação líquida. Equação fundamental do patrimônio. 3. Fatos contábeis e 
respectivas variações patrimoniais. 4. Sistema de contas, contas patrimoniais e 
de resultado. Plano de contas. 5. Escrituração: conceito e métodos; partidas 
dobradas; lançamento contábil ± rotina, fórmulas; processos de escrituração. 6. 
Provisões Ativas e Passivas, tratamento das Contingências Ativas e Passivas. 7. 
Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro. 8. Ativos: 
estrutura, grupamentos e classificações, conceitos, processos de avaliação, 
registros contábeis e evidenciações. 9. Passivos: conceitos, estrutura e 
classificação, conteúdo das contas, processos de avaliação, registros contábeis 
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e evidenciações. 10. Patrimônio líquido: capital social, adiantamentos para 
aumento de capital, ajustes de avaliação patrimonial, ações em tesouraria, 
prejuízos acumulados, reservas de capital e de lucros, cálculos, constituição, 
utilização, reversão, registros contábeis e formas de evidenciação. 11. 
Balancete de verificação: conceito, forma, apresentação, finalidade, elaboração. 
12. Ganhos ou perdas de capital: alienação e baixa de itens do ativo. 13. 
Tratamento das Participações Societárias, conceito de coligadas e controladas, 
definição de influência significativa, métodos de avaliação, cálculos, apuração 
do resultado de equivalência patrimonial, tratamento dos lucros não realizados, 
recebimento de lucros ou dividendos de coligadas e controladas, contabilização. 
14. Apuração e tratamento contábil da mais valia, do goodwill e do deságio: 
cálculos, amortizações e forma de evidenciação. 15. Redução ao valor 
recuperável, mensuração, registro contábil, reversão.16. Tratamento das 
Depreciações, amortização e exaustão, conceitos, determinação da vida útil, 
forma de cálculo e registros. 17. Tratamentos de Reparo e conservação de bens 
do ativo, gastos de capital versus gastos do período. 18. Debêntures, conceito, 
avaliação e tratamento contábil. 19. Tratamento das partes beneficiárias. 20. 
Operações de Duplicatas descontadas, cálculos e registros contábeis. 21. 
Operações financeiras ativas e passivas, tratamento contábil e cálculo das 
variações monetárias, das receitas e despesas financeiras, empréstimos e 
financiamentos: apropriação de principal, juros transcorridos e a transcorrer e 
tratamento técnico dos ajustes a valor presente. 22. Despesas 
antecipadas, receitas antecipadas. 23. Folha de pagamentos: cálculos, 
tratamento de encargos e contabilização. 24. Passivo atuarial, depósitos 
judiciais, definições, cálculo e forma de contabilização. 25. Operações com 
mercadorias, fatores que alteram valores de compra e venda, forma de 
registro e apuração do custo das mercadorias ou dos serviços vendidos. 
26. Tratamento de operações de arrendamento mercantil. 27. Ativo Não 
Circulante Mantido para Venda, Operação Descontinuada e Propriedade para 
Investimento, conceitos e tratamentocontábil. 28. Ativos Intangíveis, conceito, 
apropriação, forma de avaliação e registros contábeis. 29. Tratamento dos 
saldos existentes do ativo diferido e das Reservas de Reavaliação. 30. Apuração 
do Resultado, incorporação e distribuição do resultado, compensação de 
prejuízos, tratamento dos dividendos e juros sobre capital próprio, transferência 
do lucro líquido para reservas, forma de cálculo, utilização e reversão de 
Reservas. 31. Conjunto das Demonstrações Contábeis, obrigatoriedade de 
apresentação e elaboração de acordo com a Lei n. 6.404/76 e suas alterações e 
as Normas Brasileiras de Contabilidade atualizadas. 32. Balanço Patrimonial: 
obrigatoriedade, apresentação; conteúdo dos grupos e subgrupos. 33. 
Demonstração do Resultado do Exercício, estrutura, evidenciação, 
características e elaboração. 34. Apuração da receita líquida, do lucro bruto e 
do resultado do exercício, antes e depois da provisão para o Imposto sobre 
Renda, contribuição social e participações. 35. Demonstração do Resultado 
Abrangente, conceito, conteúdo e forma de apresentação. 36. Demonstração de 
Mutações do Patrimônio Líquido, conceitos envolvidos, forma de apresentação e 
conteúdo. 37. Demonstração do Fluxo de Caixa: obrigatoriedade de 
apresentação, conceitos, métodos de elaboração e forma de apresentação. 38. 
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Demonstração do Valor Adicionado ± DVA: conceito, forma de apresentação e 
elaboração. 39. Mensuração a Valor justo e apuração dos ativos líquidos 
± conceitos envolvidos, cálculos e apuração e tratamento contábil. 40. 
Subvenção e Assistência Governamentais ± conceitos, tratamento 
contábil, avaliação e evidenciação. 41. Análise das Demonstrações. Análise 
horizontal e indicadores de evolução. Índices e quocientes financeiros de 
estrutura, liquidez, rentabilidade e econômicos 
 
Atenção: os tópicos em vermelho foram alterados/incluídos por conta 
da publicação do edital de 2014, em relação ao anterior, de 2012. 
 
Nossas aulas, por seu turno, serão assim divididas: 
 
AULA CONTEÚDO DATA 
Aula 0 
2. Patrimônio: componentes patrimoniais, ativo, 
passivo e situação líquida. Equação fundamental do 
patrimônio. 3. Fatos contábeis e respectivas variações 
patrimoniais. 4. Sistema de contas, contas patrimoniais 
e de resultado. Plano de contas. 5. Escrituração: 
conceito e métodos; partidas dobradas; lançamento 
contábil - rotina, fórmulas; processos de escrituração. 
6. Provisões Ativas e Passivas, tratamento das 
Contingências Ativas e Passivas (somente parte inicial 
sobre as provisões). 11. Balancete de verificação: 
conceito, forma, apresentação, finalidade, elaboração. 
12.01.15 
Aula 1 
5. Escrituração: conceito e métodos; partidas dobradas; 
lançamento contábil - rotina, fórmulas; processos de 
escrituração. 6. Provisões Ativas e Passivas, tratamento 
das Contingências Ativas e Passivas (somente parte 
inicial sobre as provisões). 11. Balancete de verificação: 
conceito, forma, apresentação, finalidade, elaboração. 
22.01.15 
Aula 2 
08. Balanço Patrimonial: Obrigatoriedade e 
apresentação. Conteúdo dos Grupos e Subgrupos. 09. 
Classificação das Contas. 
02.02.15 
Aula 3 
18. Debêntures, conceito, avaliação e tratamento 
contábil. 19. Tratamento das partes beneficiárias. 31. 
Demonstrações Contábeis, obrigatoriedade de 
apresentação e elaboração de acordo com a Lei n. 
6.404/76 e suas alterações e as Normas Brasileiras de 
Contabilidade atualizadas. 32. Balanço Patrimonial: 
obrigatoriedade, apresentação; conteúdo dos grupos e 
subgrupos. 
12.02.15 
Aula 4 
16. Tratamento da Depreciação, amortização e 
exaustão, conceitos, determinação da vida útil, forma 
de cálculo e registros. 17. Tratamentos de Reparo e 
conservação de bens do ativo, gastos de capital versus 
gastos do período. 
22.02.15 
Aula 5 20. Operações de Duplicatas descontadas, cálculos e 
registros contábeis. 21. Operações financeiras ativas e 
02.03.15 
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passivas, tratamento contábil e cálculo das variações 
monetárias, das receitas e despesas financeiras, 
empréstimos e financiamentos: apropriação de 
principal, juros transcorridos e a transcorrer. 22. 
Despesas antecipadas, receitas antecipadas. 23. Folha 
de pagamentos: elaboração e contabilização. 24. 
Passivo atuarial, depósitos judiciais, definições, cálculo 
e forma de contabilização. 25. Operações com 
mercadorias, fatores que alteram valores de compra e 
venda, forma de registro e apuração do custo das 
mercadorias ou dos serviços vendidos. 
Aula 6 
33. Demonstração do Resultado do Exercício, estrutura, 
evidenciação, características e elaboração. 34. 
Apuração da receita líquida, do lucro bruto e do 
resultado do exercício, antes e depois da provisão para 
o Imposto sobre Renda, contribuição social e 
participações. 30. Apuração do Resultado, incorporação 
e distribuição do resultado, compensação de prejuízos, 
tratamento dos dividendos e juros sobre capital próprio, 
transferência do lucro líquido para reservas, forma de 
cálculo, utilização e reversão de Reservas. 
12.03.15 
Aula 7 
37. Demonstração do Fluxo de Caixa: obrigatoriedade 
de apresentação, métodos de elaboração e forma de 
apresentação. 38. Demonstração do Valor Adicionado - 
DVA: conceito, forma de apresentação e elaboração. 
22.03.15 
Aula 8 
36. Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido, 
forma de apresentação e conteúdo. 12. Ganhos ou 
perdas de capital: alienação e baixa de itens do ativo. 
02.04.15 
Aula 9 
41. Análise das Demonstrações. Análise horizontal e 
indicadores de evolução. Índices e quocientes 
financeiros de estrutura, liquidez, rentabilidade e 
econômico 
12.04.15 
Aula 10 
1. Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de 
Relatório Contábil-Financeiro aprovado pelo Conselho 
Federal de Contabilidade (CFC). 
22.04.15 
Aula 11 
7. Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e 
Retificação de Erro. 15. Redução ao valor recuperável, 
mensuração, registro contábil, reversão. 
02.05.15 
Aula 12 
13. Tratamento das Participações Societárias, conceito 
de coligadas e controladas, definição de influência 
significativa, métodos de avaliação, cálculos, apuração 
do resultado de equivalência patrimonial, tratamento 
dos lucros não realizados, recebimento de lucros ou 
dividendos de coligadas e controladas, contabilização. 
14. Apuração e tratamento contábil da mais valia, do 
goodwill e do deságio: cálculos, amortizações e forma 
de evidenciação. 
12.05.15 
Aula 13 
26. Tratamento de operações de arrendamento 
mercantil. 27. Ativo não circulante mantido para venda, 
operação descontinuada e propriedade para 
investimento, conceitos e tratamento contábil. 
22.05.15 
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Aula 14 
35. Demonstração do Resultado Abrangente, conceito, 
conteúdo e forma de apresentação. 28. Ativos 
Intangíveis, conceito, apropriação, forma de avaliação e 
registros contábeis. 29. Tratamento dos saldos 
existentes do ativo diferido e das Reservas de 
Reavaliação. 39. Mensuração a Valor justo e apuração 
dos ativos líquidos ± conceitos envolvidos, cálculos e 
apuraçãoe tratamento contábil. 40. Subvenção e 
Assistência Governamentais ± conceitos, tratamento 
contábil, avaliação e evidenciação. 
02.06.15 
 
Além da teoria, daremos uma grande quantidade de questões comentadas para 
vocês se divertirem, com foco, é claro, na nossa banca examinadora, a Escola 
de Administração Fazendária ± ESAF. Vez ou outra, contudo, colocaremos 
alguma questão de outra banca (FGV, CESPE, FCC, CESGRANRIO) que 
acharmos interessante. 
 
Nossos e-mails, para dúvidas, são: 
 
gabrielrabelo@estrategiaconcursos.com.br 
lucianorosa@estrategiaconcursos.com.br 
 
Quaisquer dúvidas, por favor, enviem aos dois e-mails, para que ambos 
possamos ter ciência do que está se passando no curso. 
 
Tá ok?! É isso! Vamos começar a nossa batalha?! 
 
Forte abraço! 
 
Gabriel Rabelo/Luciano Rosa. 
 
 
"PESSOAS COM METAS TRIUNFAM PORQUE SABEM PARA ONDE VÃO. É 
TÃO SIMPLES COMO ISSO." - EARL NIGHTINGALE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ASPECTOS INICIAIS 
 
A aula de hoje será introdutória, trataremos de assuntos como conceito, objeto, 
finalidade da contabilidade, entre outros aspectos iniciais, e também essenciais 
para que vocês possam prosseguir na disciplina. 
 
Mas, aos já mais adiantados na disciplina, a partir da aula 2 é que estudaremos 
aspectos ligados às demonstrações contábeis, lançamentos, etc. 
 
Mas repetimos: não que a aula de hoje não seja importante! É apenas mais 
introdutória. Vocês verão que os assuntos aqui tratados caem da mesma forma. 
Inclusive caíram questões no AFRFB 2009 e 2012. Em 2014 não. 
 
CONCEITO DE CONTABILIDADE 
 
Antes de começarmos o estudo da contabilidade, temos de nos perguntar: o 
que vem a ser a ciência contábil? 
 
Pois bem. Há uma definição formal, estatuída no Primeiro Congresso Brasileiro 
de Contabilidade, realizado nos idos de 1924: 
 
Definição formal de contabilidade: Contabilidade é a ciência que estuda a 
pratica as funções de orientação, de controle e de registro dos atos e fatos de 
uma administração econômica (1º Congresso Brasileiro de Contabilidade/1924). 
 
A contabilidade é uma ciência! 
 
Cuidado com questões que a definem como técnica, metodologia, e até 
mesmo arte! A ESAF já cobrou isso em prova, da seguinte forma: 
 
Como foi cobrado em certames anteriores: 
 
(ESAF/Técnico do Tesouro Nacional/RFB/1992) O Primeiro Congresso 
Brasileiro de Contabilidade, realizado na cidade do Rio de Janeiro, de 17 a 27 de 
agosto de 1924, formulou um conceito oficial de CONTABILIDADE. Assinale a 
opção que indica esse conceito oficial. 
 
a) Contabilidade é a ciência que estuda o patrimônio do ponto de vista 
econômico e financeiro, observando seus aspectos quantitativo e específico e as 
variações por ele sofridas. 
b) Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de 
controle e de registro relativas à administração econômica. 
c) Contabilidade é a metodologia especial concebida para captar, registrar, 
reunir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, 
financeiras e econômicas de qualquer ente. 
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d) Contabilidade é a arte de registrar todas as transações de uma companhia 
que possam ser expressas em termos monetários e de informar os reflexos 
dessas transações na situação econômico-financeira dessa companhia. 
e) Contabilidade é a ciência que estuda e controla o patrimônio das entidades, 
mediante registro, demonstração expositiva, confirmação, análise e 
interpretação dos fatos nele ocorridos. 
 
Comentários 
 
De plano poderíamos eliminar as assertivas C e D, pois trazem ao candidato a 
noção de que a contabilidade é uma metodologia especial e uma arte, o que já 
afirmamos ser errôneo. Ficaríamos com as alternativas A, B e E. 
 
Vocês verão, meus amigos, ao longo do curso, que a ESAF tem, em diversas 
questões, o costume de cobrar a questão MAIS correta. Das assertivas 
restantes, todas poderiam atender razoavelmente ao conceito de contabilidade. 
Todavia, a banca queria aquela que atendesse ao exato conceito que foi 
proposto pelo 1º Congresso Brasileiro, que corresponde à assertiva B, nosso 
gabarito. 
 
Gabarito Æ B. 
 
Esta mesma questão (com outras palavras) foi explorada no certame para o 
Auditor Fiscal do Município do Rio de Janeiro, concurso realizado pela ESAF, em 
2010 ± veremos nos exercícios propostos. 
 
OBJETO E CAMPO DE APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE 
 
Como ciência que é, a contabilidade possui um objeto. Esse objeto é o 
patrimônio das entidades. 
 
O patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade. 
 
A contabilidade se aplica às aziendas. Por azienda devemos entender o 
patrimônio de uma pessoa que é gerido de maneira organizada. A contabilidade 
se aplica a entidades, que tenham fins lucrativos (empresários), quer não 
(União, Estados, associações, por exemplo). 
 
Três assertivas da recente prova do AFTM/RJ de 2010 versaram também sobre 
este tema. Vamos ver como isso deve ser levado para a prova? 
 
Como foi cobrado em certames anteriores: 
 
(ESAF/Auditor Fiscal/ISS/RJ/2010) Pode-se dizer que o campo de 
aplicação da Contabilidade é a entidade econômico administrativa, seja ou não 
de fins lucrativos. 
 
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Comentários 
 
O item está correto. O item trouxe à baila o exato conceito de AZIENDA. Uma 
entidade econômico-administrativa (com ou sem fins lucrativos) que possua 
patrimônio. 
 
(ESAF/Auditor Fiscal/ISS/RJ/2010) O objeto da Contabilidade é definido 
como o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma entidade 
econômico-administrativa. 
 
Comentários 
 
O item também está correto. PATRIMÔNIO É O CONJUNTO DE BENS, 
DIREITO E OBRIGAÇÕES. 
 
(ESAF/Auditor Fiscal/ISS/RJ/2010) Enquanto a entidade econômico-
administrativa é o objeto da Contabilidade, o patrimônio é o seu campo de 
aplicação. 
 
Comentários 
 
O item trocou os conceitos: a entidade econômico-administrativa, a azienda, é 
o campo de aplicação da contabilidade. Já o patrimônio é seu objeto. Incorreto, 
portanto. 
 
A doutrina costuma classificar a azienda, quanto ao fim a que se destina, em 
três tipos, a saber: 
 
1) azienda econômica: Como, por exemplo, as empresas. Objetivo de lucro. 
2) aziendas econômico-sociais: São exemplo as associações, cuja sobra 
líquida é destinado a outros fins que não a remuneração do capital empregado. 
Por exemplo, a associação de moradores da Barra da Tijuca reverte o dinheiro 
que obteve ao término do exercício com a limpeza e o cultivo de árvores na 
região. 
3) aziendas sociais: Não possui escopo lucrativo, tal como a União, Estados, 
Municípios. 
 
FINALIDADE DA CONTABILIDADE E USUÁRIOS DAS DEMONSTRAÇÕES 
 
Ainda, há que se ressaltar a finalidade precípua da ciência contábil, que é 
prover os seus diversos usuários de informações sobre a situação 
patrimonial e financeira da entidade. Faz-se essencial a investidores, 
credores, fornecedores, governo e até mesmo aos próprios administradores da 
HQWLGDGH�TXH� WHQKDP�D�SOHQD�FRQYLFomR�GH� FRPR�DQGD�D� ³VD~GH´�GD�HPSUHVD�
gerenciada. 
 
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As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários 
externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades 
diversas. Governos, órgãos reguladores ou autoridades fiscais, por exemplo, 
podem especificamente determinar exigências para atender a seus próprios 
fins. Todavia, as exigências específicas de cada ente não devem afetar a 
elaboração das demonstrações contábeis segundo os princípios gerais da 
contabilidade. Assim, um exemplo clássico é o cálculo do lucro real, para 
contribuintes sujeitos a este tipo de apuração, pela Receita Federal do Brasil. As 
diversas entidades não deverão, por exemplo, modificar as demonstrações 
contábeis para que seja encontrado tal valor, mas, sim, escriturar outro livro 
fiscal, o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). 
 
Destarte, reprise-se que as demonstrações contábeis devem fornecer 
informações que sejam úteis na tomada de decisões e avaliações por parte dos 
usuários em geral, não tendo o propósito de atender finalidade ou 
necessidade específica de determinados grupos de usuários. 
 
Os usuários das demonstrações contábeis podem ser externos ou internos, 
conforme tenham ou não ligação com a entidade que reporta essas 
informações. Vejamos: 
 
- Investidores. Necessitam de informações para ajudá-los a decidir se devem 
comprar, manter ou vender investimentos. Os acionistas também estão 
interessados em informações que os habilitem a avaliar se a entidade tem 
capacidade de pagar dividendos. 
- Empregados. Os empregados e seus representantes estão interessados em 
informações sobre a estabilidade e a lucratividade de seus empregadores. 
Também se interessam por informações que lhes permitam avaliar a capacidade 
que tem a entidade de prover sua remuneração, seus benefícios de 
aposentadoria e suas oportunidades de emprego. 
- Credores por empréstimos. Estes estão interessados em informações que 
lhes permitam determinar a capacidade da entidade em pagar seus 
empréstimos e os correspondentes juros no vencimento. 
- Fornecedores. Os fornecedores e outros credores estão interessados em 
informações que lhes permitam avaliar se as importâncias que lhes são devidas 
serão pagas nos respectivos vencimentos. 
- Clientes. Os clientes têm interesse em informações sobre a continuidade 
operacional da entidade, especialmente quando têm um relacionamento a 
longo-prazo com ela, ou dela dependem como fornecedor importante. 
- Governo e suas agências. Os governos e suas agências estão interessados 
na destinação de recursos e, portanto, nas atividades das entidades. 
Necessitam também de informações a fim de regulamentar as atividades das 
entidades, estabelecer políticas fiscais e servir de base para determinar a renda 
nacional e estatísticas semelhantes. 
- Público. As entidades afetam o público de diversas maneiras. Elas podem, 
por exemplo, fazer contribuição substancial à economia local de vários modos, 
inclusive empregando pessoas e utilizando fornecedores locais. As 
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demonstrações contábeis podem ajudar o público fornecendo informações sobre 
a evolução do desempenho da entidade e os desenvolvimentos recentes. 
 
FUNÇÕES DA CONTABILIDADE 
 
A contabilidade tem em sua essência, basicamente, duas funções: 
 
a) função administrativa: como função administrativa, a contabilidade ajude 
no controle do patrimônio. A saber, por exemplo, quanto temos de mercadoria 
em estoque, quanto temos de pagar de tributos, qual o valor que temos a pagar 
de salários, qual o montante que temo em caixa, no banco. 
b) função econômica: a função econômica da contabilidade está atrelada à 
apuração do lucro ou prejuízo do exercício. Tal apuração é feita em uma 
demonstração específica, chamada demonstração do resultado do 
exercício, por meio do cotejo entre as receitas e despesas. Quando as receitas 
suplantam as despesas, temos lucro. Caso contrário, prejuízo. 
 
PATRIMÔNIO: COMPONENTES PATRIMONIAIS (ATIVO, PASSIVO E 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO) 
 
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma 
entidade. 
 
A partir deste momento, chamaremos o conjunto de bens e direito de ativo. 
Por seu turno, as obrigações serão chamadas de passivo. 
 
Gravem: 
 
Ativo: bens e direitos 
Passivo: obrigações 
 
Façamos uma análise de cada um destes itens patrimoniais... 
 
BENS 
 
Segundo a definição doutrinária, bem jurídico é tudo aquilo que pode ser objeto 
de direito. Alguns vão ainda mais longe e definem os bens como tudo aquilo 
que pode proporcionar ao homem qualquer satisfação. Levando em conta esta 
definição extraída da 7ª edição do dicionário jurídico de Deocleciano Torrieri, 
podemos concluir que a saúde é um bem, pois proporciona ao homem certa 
satisfação. A amizade também o é. Todavia, contabilmente, interessaremo-nos, 
na nossa disciplina, somente naqueles bens que possam ser avaliados em 
termos monetários. 
 
Os bens hoje, basicamente, podem ser divididos em bens corpóreos e 
incorpóreos (os chamados ativos intangíveis). 
 
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Como exemplo de bens tangíveis temos: caixa, terrenos, estoques, veículos. 
Como exemplo de bens intangíveis tem: software, patentes, propriedade 
intelectual. 
 
Portanto, a partir deste momento, sempre que falarmos em bens, temos de 
lembrar que eles integram o grupo do ativo. Guardem esta regra. 
 
DIREITOS 
 
Os direitos são aquelas quantias que nossa entidade tem a receber ou a 
recuperar em negócios jurídicos celebrados com terceiros, tal como uma venda 
a prazo realizada, um adiantamento feito a um fornecedor, um cheque que 
tenho a receber. 
 
Os direitos também integram o grupo que estamos chamando de ativo. 
 
OBRIGAÇÕES 
 
Grosso modo, são valores que a minha empresa deve a terceiros, tais como 
impostos a pagar, salários a pagar, financiamentos a pagar, empréstimos a 
pagar. As obrigações, por seu turno, compõem o grupo que chamamos de 
passivo. 
 
E como as bancas cobram isso?! Para montar as demonstrações contábeis 
existentes (e que caem em concurso), tais como balanço patrimonial e 
demonstração do resultado do exercício, o candidato deve saber discernir o 
grupo ou demonstração a que aquela conta pertence. 
 
Se, por exemplo, a conta caixa, que é um bem, um ativo, for classificada 
erroneamente como uma obrigação, isto poderá comprometer a resolução de 
toda a questão. E para não errar isso na prova, somente treinando muito, com 
as questões que deixaremos ao término da aula. 
 
Nada obstante a explicação posta acima, existe uma definição formal do que 
vem a ser ativo, passivo e patrimônio líquido. E, uma vez que o edital para 
é expresso ao exigir as normas emanadas pelo Conselho Federal de 
Contabilidade, não nos surpreenderia fossem essas definições cobradas no 
concurso vindouro, posto que é uma novidade (já nem tanto) estatuída no CPC 
00 ± Estrutura conceitual básica da contabilidade. 
 
Apenas um adendo. Você sabe o que é o Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis? 
 
&ULDGR�SHOD�5HVROXomR�&)&�������������R�&3&�WHP�FRPR�REMHWLYR�³R�HVWXGR��R�
preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de 
Contabilidade e a divulgaçãode informações dessa natureza, para permitir a 
emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização 
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e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a 
convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais´� 
 
Os pronunciamentos passaram a ser obrigatórios, para as empresas, a partir de 
2010. Ou seja, os balanços fechados em 31.12.2010 foram os primeiros 
elaborados conforme os padrões internacionais. 
 
Os pronunciamentos surgiram principalmente pelos seguintes motivos: 
 
1. Convergência internacional das normas contábeis. 
Esta convergência tem o fito de prover a redução de custo de elaboração de 
relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução 
de custo de capital. Temos o exemplo prático de uma empresa europeia, que 
apresentava lucro de mais de U$ 370 milhões, e, desejando entrar no mercado 
norte-americano, teve de se adaptar às normas nesse país vigentes. Para a 
surpresa da empresa, a conversão das demonstrações levou a um prejuízo da 
ordem de U$ 1 bilhão. A padronização das normas internacionais reduz esse 
efeito; 
2. Centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas 
entidades o fazem); 
3. Representação e processo democráticos na produção dessas informações 
(produtores da informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia, 
governo). 
 
Voltando. O CPC 00 ± Pronunciamento Conceitual Básico da contabilidade traz 
as definições formais para ativo, passivo e patrimônio líquido. 
 
Conceito de ativo ± CPC 00: 
 
Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos 
passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios 
econômicos para a entidade. 
 
Vamos analisar: 
 
1) Recurso controlado pela entidade: o controle, e não a propriedade 
jurídica, é determinante para a definição do ativo. Em regra, são registrados 
no ativo os bens de propriedade da empresa. Todavia, como isso é uma 
regra existem exceções, tais como, o arrendamento financeiro, no qual os bens 
pertencem ao arrendador, mas que ficam sob controle do arrendatário, devem 
ser contabilizados como ativo. 
 
2) Como resultado de eventos passados: O ativo é resultado de algo que já 
ocorreu. Ou seja, a intenção de comprar estoques, ou de vender estoques com 
lucro, não atende à definição de ativo. Todavia, a mercadoria que já foi 
recebida é resultado de um evento passado, qual seja, a compra. 
 
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3) E do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para 
a entidade: Essa é a parte mais importante para caracterizar um item como 
ativo. Não basta controlar ou construir um bem. Não basta já ter efetuado 
alguma ação passada, como a compra de um equipamento. Para caracterizar 
um ativo, é necessário que o bem resulte em futuros benefícios econômicos 
para a empresa. 
 
O teste de recuperabilidade (figura tão cobrada em prova, a ser estudada 
adiante) destina-se a comprovar que os ativos irão gerar benefícios futuros 
(pelo uso ou pela venda) em valor superior ao seu registro contábil. Do 
contrário, ajusta-se o valor do ativo. 
 
Exemplo: vamos considerar um ativo contabilizado pelo valor de R$ 
100.000,00. Se a entidade continuar utilizando este ativo, gerará receitas no 
montante de R$ 90.000,00 (valor em uso). Todavia, decidindo vende-lo, obterá 
um valor líquido pela venda deste ativo de R$ 80.000,00. 
 
Neste caso, como o maior benefício futuro que se pode obter com este ativo 
monta a R$ 90.000,00, devemos fazer um ajuste. O valor do ativo deverá ser 
ajustado para constar na contabilidade pelo valor apurado (R$ 90.000,00). 
 
D ± Despesa com teste de recuperabilidade 10.000 
C ± Teste de recuperabilidade (retificadora Ativo) 10.000 
 
Em síntese, este é o chamado teste de recuperabilidade, previsto no artigo 183, 
§3º da Lei das Sociedades por Ações, assunto constante em quase que todas as 
provas atuais de contabilidade. 
 
O passivo costuma seU� GHILQLGR� FRPR� ³DV� REULJDo}HV� GD� HPSUHVD� SDUD� FRP�
WHUFHLURV´��2�SURQXQFLDPHQWR�&3&����IRUQHFH�D�VHJXLQWH�GHILQLomR� 
 
Conceito de passivo ± CPC 00: 
 
Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já 
ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos 
capazes de gerar benefícios econômicos. 
 
1) Obrigação presente da entidade: gastos previstos e/ou esperados não 
constituem passivos. Por exemplo, se uma empresa de aviação tem a previsão 
de trocar os motores de uma aeronave dentro de 2 anos, ao custo de R$ 
200.000,00, isto não constitui um passivo, pois não é obrigação presente. 
Dentro de dois anos, a empresa pode vender o avião e não realizar a troca dos 
motores. 
 
2) Derivada de eventos já ocorridos: eventos futuros não constituem 
passivo. Ainda que o pagamento de uma obrigação seja feito em data posterior, 
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o evento que origina o passivo já deve ter ocorrido. Por exemplo, a compra a 
prazo de uma mercadoria já entregue configura evento já ocorrido. 
 
3) Cuja liquidação se espera que resulte em saída de recursos capazes 
de gerar benefícios econômicos: O passivo deverá ser liquidado com 
recursos capazes de gerar benefícios econômicos. 
 
Lembra-se da definição de ativo? Pois é, os recursos capazes de gerar 
benefícios econômicos são os ativos da empresa. Assim, o passivo será 
liquidado através da entrega de ativos (dinheiro, duplicatas a receber, outros 
bens ou mercadorias, entre outros). A maneira mais comum é através do 
pagamento do passivo em dinheiro. Mas também pode ocorrer a liquidação de 
um passivo com a entrega de mercadoria, ou de qualquer outro ativo. Assim, 
um passivo deve ser liquidado com um ativo, uma dívida com fornecedores 
(passivo) será quitada com a saída de dinheiro do caixa (diminuindo o meu 
ativo). 
 
O Patrimônio /tTXLGR�QRUPDOPHQWH�p�FDUDFWHUL]DGR�FRPR�R�³GLQKHLUR�GRV�VyFLRV�
DSOLFDGR�QD�HPSUHVD´�� 
 
Para o pronunciamento CPC 00, 
 
DEFINIÇÃO DE PATRIMÔNIO LÍQUIDO ± CPC 00 
 
³Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de 
deduzidos todos os seXV�SDVVLYRV�´ 
 
SITUAÇÃO LÍQUIDA E EQUAÇÃO FUNDAMENTAL DO PATRIMÔNIO 
 
Já sabemos o que é um ativo (bens e direitos) e o que é um passivo 
(obrigações). Agora, vejamos o seguinte exemplo... 
 
A empresa KLS tem as seguintes contas registradas em sua contabilidade: 
 
Caixa 100,00 
Duplicatas a receber 200,00 
Estoques 50,00 
Fornecedores 60,00. 
Empréstimos a pagar 40,00. 
 
Classificando, temos nesta situação o seguinte: 
 
Bens: caixa e estoques = 100 + 50. 
Direitos: duplicatas a receber = 200. 
Obrigações = fornecedores + empréstimos a pagar = 60 + 40 = 100. 
 
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A partir de agora, toda vez que falarmos em ativo e passivo, graficamente 
vocês irão esquematizardo seguinte modo: 
 
ATIVO PASSIVO 
Bens 
Obrigações 
Direitos 
 
No nosso exemplo, portanto, teremos: 
 
ATIVO PASSIVO 
Caixa = 100 Fornecedores = 60,00 
Estoques = 50 
Empréstimos a pagar = 40,00 
Dupl. a receber = 200 
 
O ativo representa os bens e direitos que estão aplicados nas atividades 
empresariais, o passivo representa o capital que devemos a terceiros, os 
capitais de terceiros que estão empregados na nossa atividade. 
 
Por isso, contabilmente, diz-se que o ativo representa a aplicação de 
recursos na entidade. 
 
Já o passivo representa uma origem. Estes recursos que os terceiros empregam 
nas atividades da empresa são chamados de capital de terceiros (gravem 
este nome, pois cai corriqueiramente em concursos). 
 
Pois bem. Mas, imaginem conosco. Quando o sócio vai constituir as atividades 
empresariais ele emprega somente capitais de terceiros ou também entrega 
capitais próprios (pertencentes a ele - sócio) às atividades. Ora, entrega capital 
próprio. Na contabilidade, este capital próprio é chamado de situação líquida. 
 
No exemplo que demos, temos o seguinte: 
 
ATIVO PASSIVO 
Caixa = 100 Fornecedores = 60,00 
Estoques = 50 
Empréstimos a pagar = 40,00 
Dupl. a receber = 200 
Total = 350 Total = 100 
 
Vejam que no ativo temos um total de R$ 350,00, enquanto que no passivo tem 
apenas R$ 100,00. O que podemos inferir? Os R$ 250,00 faltantes representam 
a chamada situação líquida ou patrimônio líquido (capital próprio) da 
empresa. Portanto, fica assim: 
 
ATIVO PASSIVO 
Caixa = 100 Fornecedores = 60,00 
Estoques = 50 Empréstimos a pagar = 40,00 
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Dupl. a receber = 200 
Total = 350 
Situação Líquida = 250 
Total = 350 
 
E como fizemos para achar o valor da situação líquida?! Ainda que sem 
perceber, utilizamo-nos de uma equação algébrica básica: a equação 
fundamental básica da contabilidade. 
 
EQUAÇÃO FUND. DA CONTAB. Æ ATIVO = PASSIVO + SITUAÇÃO 
LÍQUIDA 
 
Portanto, amigos. Fica assim. O quadro que estamos montando para 
demonstrar o ativo e passivo passará agora a ser chamado de balanço 
patrimonial, sendo esta a nossa principal demonstração contábil. 
 
O lado esquerdo do balanço patrimonial sempre deve ser igual ao lado direito. 
Esta é uma regra que, numa escrita contábil regular, não comporta exceção. 
 
O ativo representa tudo aquilo que está sendo empregado nas atividades da 
entidade. Assim, se temos um veículo de R$ 10.000,00, dinheiro no valor de R$ 
50.000,00 e investimentos em outra companhia no valor de R$ 20.000,00, 
nosso ativo é de R$ 80.000,00. Este é o capital total aplicado nas atividades. 
 
Este valor possui uma origem. E que origem é esta?! Essa origem pode ser 
tanto de capital próprio, empregado pelos sócios, como de terceiros, quando a 
empresa obtém, por exemplo, por um financiamento. 
 
Dizemos, assim, que o lado do ativo é o lado da aplicação de recursos. Já o lado 
do passivo e do PL é o lado da origem de recursos. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
LADO ESQUERDO LADO DIREITO 
ATIVO PASSIVO 
APLICAÇÃO DE RECURSOS 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
ORIGEM DE RECURSOS 
 
 
 
TIPOS DE SITUAÇÃO LÍQUIDA EXISTENTES 
 
A situação líquida representa o quanto os sócios empregam de patrimônio à 
sociedade, com recursos próprios. 
 
Todavia, é praxe que a expressão situação líquida seja entendida também como 
patrimônio líquido (embora o patrimônio líquido seja uma das espécies do 
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gênero situação líquida). Mas, para nós, se a questão disser situação líquida ou 
patrimônio líquido, trataremos de maneira igual: vamos achar o capita próprio! 
 
Vejamos os tipos de situações líquidas patrimoniais existentes. 
 
ATIVO MAIOR DO QUE PASSIVO. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens 1.000 Obrigações 500 
Direitos 1.000 SL ? 
TOTAL 2.000 TOTAL 2.000 
 
Há que se observar que o ativo é maior do que o passivo exigível por terceiros 
(isto é, obrigações). Como os bens e direitos não são iguais às obrigações, 
devemos achar a situação através da equação básica da contabilidade. 
 
Situação líquida = Ativo ± Passivo = 2.000 ± 500 = 1.500. 
 
Essa é uma situação confortável para a empresa. Dissemos que as origens do 
capital podem ser de terceiros (obrigações) ou próprias (patrimônio líquido ou 
situação líquida). Neste exemplo temos 75% de capital próprio (1.500/2000), o 
que pode representar uma boa administração da empresa. 
 
Neste tipo de situação, temos: 
 
Ativo > Passivo exigível 
Situação líquida > 0 
 
ATIVO MENOR DO QUE PASSIVO. 
 
 BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens 1.000 Obrigações 2.500 
Direitos 1.000 SL ? 
TOTAL 2.000 TOTAL 2.000 
 
(VWD�p�D�VLWXDomR�OtTXLGD�HP�TXH�VH�³GHYH�PDLV�GR�TXH�VH�WHP´�� 
 
Imagine uma empresa que tenha tão-somente R$ 1.000 em caixa e um carro 
velho avaliado em R$ 1.000, mas deve R$ 2.500 a um fornecedor. Esta é a 
chamada situação líquida negativa, pois os elementos negativos superam os 
elementos positivos do balanço. 
 
Essa parte do Passivo para o qual não temos recursos suficientes para pagar é 
denominada passivo a descoberto. Este conceito é explorado pelas bancas de 
forma mais conceitual. Vejam como o CESPE o fez: 
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(Assistente de Saneamento/Técnico Contábil/Embasa/2009/Cespe) Quando o 
valor do passivo é maior que o do ativo, ocorre a situação de passivo a 
descoberto. 
 
O item transcreve exatamente o que dissemos aqui! 
 
Essa questão é recorrente em concursos. 
 
Neste tipo de situação, temos: 
 
Ativo < Passivo 
Patrimônio Líquido < 0 
 
ATIVO IGUAL AO PASSIVO 
 
Nesta situação o ativo é igual ao passivo exigível, não havendo que se falar em 
resíduo para os proprietários no caso de dissolução da empresa, isto é, não 
existe capital próprio. O total dos bens e direitos é igual aos valores das 
obrigações dos proprietários. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens 1.000 Obrigações 2.000 
Direitos 1.000 SL ??? 
TOTAL 2.000 TOTAL 2.000 
 
A situação líquida neste caso é nula. 
 
ATIVO IGUAL A SITUAÇÃO LÍQUIDA 
 
Este é o caso típico da constituição da sociedade. Quando um sócio emprega R$ 
100,00 de capital nas atividades (e este é o único fato contábil existente), 
teremos: 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
Bens 100 PL 100 
TOTAL 100 TOTAL 100 
 
Esta é a situação típica da constituição da empresa. O ativo é igual ao 
patrimônio líquido. 
 
Pode ser o caso também de uma entidade que somente trabalhe com recursos 
próprios e não queria captar capitais de terceiros. Não há qualquer dívida 
quando se está diante desta situação. 
 
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ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS LÓGICAS 
 
De tudo o que expusemos até o momento, podemos tomar algumas conclusões. 
São elas: 
 
O ativo pode ser maior ou igual a zero. O ativo não poderá, jamais, ser 
negativo.Não podemos ter, por exemplo, um veículo que valha R$ - 100,00, ou 
caixa no montante de R$ - 30,00. 
 
O mesmo vale para o passivo, que pode ser maior ou igual a zero, mas não 
negativo. Não há possibilidade de ter obrigação de R$ - 1.000,00 com terceiros. 
 
O patrimônio líquido (situação líquida), por seu turno, pode ser 
positivo, negativo ou nulo. 
 
APURAÇÃO DE RESULTADOS. 
 
O patrimônio líquido da entidade pode variar. Mas variar como? 
 
Imaginemos que os sócios A e B tenham entregues cada um o montante de R$ 
100.000,00 para constituição de uma sociedade. Esta sociedade é regularmente 
LQVFULWD�� $� SDUWLU� GHVWH� PRPHQWR� WXGR� R� TXH� HOD� ³JDQKDU� RX� SHUGHU´�� FRPR�
resultado de suas operações, deverá ser computado para a sociedade, devido 
ao que chamamos de princípio contábil da entidade. 
 
Portanto, esta sociedade tem um capital social (dinheiro que os sócios injetam 
na empresa) de R$ 200.000,00. Na contabilidade, o lado do passivo e do 
patrimônio líquido é onde os valores que são aplicados no ativo têm origem. 
 
Assim, é praxe chamarmos os valores provenientes do passivo e do patrimônio 
líquido de origem, enquanto que é também escorreito nominarmos aqueles 
valores do ativo como um todo de aplicação de recursos. 
 
Com efeito, imagine-se que esta sociedade tenha gerado receitas que lhe 
deram um lucro de R$ 50.000,00 recebido totalmente em dinheiro. Ora, este 
valor não poderá ir diretamente para o bolso dos sócios. Por que não? Pois, a 
partir da constituição da sociedade, há uma clara distinção do patrimônio da 
sociedade do patrimônio dos sócios. 
 
Então analisemos. Este dinheiro, R$ 50.000,00 de lucro, foi recebido em 
dinheiro, certo? Onde ele se encontrará? No ativo da empresa, na conta caixa 
ou bancos, provavelmente. 
 
Mas para existir essa aplicação no ativo, não é certo que devemos ter também 
uma origem? É claro! Esses R$ 50.000,00 são valores que os sócios 
conseguiram agregar, adicionar, ao montante inicial investido. Portanto, vocês 
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acreditam que eles representam origem de capital própria ou de terceiros? 
Própria, exatamente. 
 
Portanto, os valores de lucros ou prejuízos acumulados que a entidade obtém 
no decorrer de suas operações devem figurar no patrimônio líquido. 
 
A apuração do lucro da entidade é feita em uma demonstração à parte, 
chamada demonstração do resultado do exercício. Lá, fazemos o cotejo entre 
receitas e despesas. Sobrepondo-se as receitas às despesas, temos lucro. Ao 
revés, prejuízo. Esse resultado é transferido para o patrimônio líquido (capital 
próprio), fazendo com que ele varie. 
 
Esse assunto será estudado com mais profundidade quando estudarmos o 
grupo do patrimônio líquido e a demonstração do resultado do exercício. Por 
ora, basta que você saiba isto: o patrimônio líquido varia conforme o lucro ou 
prejuízo do exercício seja transferido da demonstração do resultado do exercício 
para o balanço patrimonial. 
 
CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO. 
 
CONCEITO DE CONTA, CONTAS PATRIMONIAIS E DE RESULTADO 
 
1D�FRQWDELOLGDGH��FRQWD�p�R�³QRPH�GDGR�DRV�FRPSRQHntes patrimoniais (bens, 
GLUHLWRV�H�REULJDo}HV��H�GH�UHVXOWDGR��GHVSHVDV�H�UHFHLWDV�´� 
 
De agora em diante, quando falarmos em caixa de uma empresa, falaremos em 
conta caixa. Quando falarmos em bancos, entenda-se conta bancos. Os 
registros contábeis são feitos através das contas. Todos os acontecimentos que 
ocorrem na empresa, como compra, venda, pagamento, recebimento, são 
registrados por meio de contas. 
 
As contas podem ser de dois tipos: patrimoniais e de resultado. 
 
CONTAS PATRIMONIAIS 
 
As patrimoniais são as que representam os bens, direitos, obrigações e o 
patrimônio líquido da empresa. Por exemplo, conta caixa, conta bancos 
movimento, conta capital social, conta estoques de produtos acabados, conta 
reserva de ágio na emissão de ações. 
 
RESULTADO 
 
As contas de resultado são as receitas e despesas. Elas não estão no balanço 
patrimonial e servem para saber se a empresa apresentou lucro ou prejuízo. 
Aparecem na demonstração do resultado do exercício. Por exemplo, receita de 
vendas, custo das mercadorias vendidas, ICMS sobre vendas, despesas 
operacionais. 
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GRAVE-SE: 
 
Contas patrimoniais Æ Ativo, passivo e patrimônio líquido 
Contas de resultado Æ Receitas e despesas 
 
FUNÇÕES E ESTRUTURA DAS CONTAS. 
 
RAZONETE E CONTAS 
 
As contas, a partir de agora, serão apresentadas no chamado razonete. Como 
funciona? A título de exemplo, mostremos o razonete da conta caixa: 
 
Caixa 
Lado do débito Lado do crédito 
 
 
 
 
 
 
Saldo devedor Saldo credor 
 
Funcionará assim para todas as contas, sejam elas patrimoniais ou de 
resultado: sempre que desejarmos fazer lançamentos contábeis, devemos 
³DEULU´�XP�UD]RQHWH�� 
 
Fornecedores 
 
Bancos Conta Movimento 
Lado do débito Lado do crédito 
 
Lado do débito Lado do crédito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saldo devedor Saldo credor 
 
Saldo devedor Saldo credor 
 
A conta tem por finalidade representar cada um dos itens contábeis, quer 
patrimoniais, quer de resultado. 
 
Embora, para nós, as contas sejam representadas da forma como expusemos 
acima, formalmente, elas são assim apresentadas no livro razão: 
 
 Razão Analítico (Exemplo) 
KLS Comércio LTDA Data: CNPJ: 00.000.000/0001-00 Período: 
Conta: Bancos Conta Movimento - XXXX S/A 
Data Histórico da Operação Débito Crédito Saldo 
 01.01.2008 Saldo Inicial 1.000,00 D 
 02.01.2008 Depósito 500,00 1.500,00 D 
02.01.2008 Cheque nº 050070 200,00 1.300,00 D 
 Totais 500,00 200,00 1.300,00 D 
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São elementos essenciais das contas: 
 
- Nome da conta; 
- Valor debitado; 
- Valor creditado; 
- Saldo devedor ou credor; 
- Histórico do lançamento; 
- Data do lançamento. 
 
Algumas contas aumentam por meio de débito (contas de natureza devedora), 
outras por meio de crédito (contas de natureza credora). 
 
- Contas de natureza devedora: contas de ativo (bens e direitos), contas de 
despesa, 
- Contas de natureza credora: contas do passivo (obrigações), contas do 
patrimônio líquido, contas de receita. 
 
Assim, por exemplo, considere os seguintes lançamentos na conta caixa: 
 
Primeiro temos de analisar: a que grupo pertence a conta caixa? Ao ativo, logo, 
é uma conta de natureza devedora (aumenta a débito), e, conseqüentemente, 
diminui a crédito. 
 
- Recebimento de R$ 100,00 em espécie, pela integralização de capital social. 
- Saída de R$ 50,00 para aquisição de mercadorias; 
- Entrada de R$ 30,00 pela venda de mercadorias. 
 
Ficaria assim: 
 
Caixa 
 100,00 50,00 
30,00 
 
 80,00 
 
Além disso, as contas podem ser vistas por dois aspectos: qualitativos e 
quantitativos. 
 
Segundo o aspecto qualitativo, devemos olhar para o que a conta representa. 
Por exemplo, a conta caixa, em seu aspecto qualitativo, representa os 
numerários que temos guardados. Já pelo aspecto quantitativo representa o 
quanto temos guardado.Contabilidade Geral e Avançada para Auditor Fiscal da Receita Federal 
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TEORIA DAS CONTAS 
 
As principais teorias das contas exploradas pelas bancas examinadoras são as 
seguintes: 
 
1) Teoria personalista; 
2) Teoria materialística; e 
3) Teoria patrimonialista. 
 
TEORIA PERSONALISTA 
 
Segundo a teoria personalista, as contas são fictamente como pessoas. Temos 
três tipos de pessoas: proprietários, correspondentes e agentes consignatários. 
Representa a contabilidade sob uma visão mais jurídica. 
 
A) Proprietários: Os proprietários são os responsáveis pelas contas do 
patrimônio líquido e pelas receitas e despesas da sociedade. Portanto, são 
contas dos proprietários: capital social, receita de vendas, custo da mercadoria 
vendida, ICMS sobre vendas, devoluções de vendas, receitas financeiras, 
reserva legal. 
B) Correspondentes: São as pessoas que representam as contas de direitos 
(logo, ativo) e obrigações (logo, passivo). São as pessoas com quem a entidade 
mantém esse tipo de relação jurídica, tal como clientes e fornecedores. 
C) Consignatários: São as pessoas a quem a entidade confia a guarda bens 
(ativo). Por exemplo, caixa, veículos, terrenos. 
 
TEORIA MATERIALÍSTICA 
 
Esta é uma visão mais econômica do que vem a ser a conta. Para esta teoria, 
as contas não são pessoas, mas, tão-somente, entradas e saídas de valores. 
 
As contas são divididas em apenas dois grupos: 
 
A) Contas integrais: Representam o ativo e passivo exigível (obrigações); 
B) Contas diferenciais: Representam o patrimônio líquido, receitas e 
despesas. 
 
TEORIA PATRIMONIALISTA 
 
Pela teoria patrimonialista, que é a utilizada na contabilidade hodierna, as 
contas podem ser divididas em dois grandes grupos, a saber: 
 
A) Contas patrimoniais: Representam as contas de ativo, passivo e 
patrimônio líquido. 
B) Contas de resultado: Representam as receitas e despesas. 
 
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RESUMO TEORIA DAS CONTAS 
 
Um rápido resumo sobre isso: 
 
Teoria Personalista: 
- Agentes consignatários (bens) 
- Agentes correspondentes (direitos e obrigações) 
- Proprietários (receitas, despesas e Patrimônio líquido) 
 
 
Teoria Materialista: 
- Integrais (bens, direitos e obrigações) 
- Diferenciais (receitas, despesas e Patrimônio líquido) 
 
Teoria Patrimonialista: 
- Patrimoniais (bens, direitos, obrigações e Patrimônio Líquido) 
- Resultado (receitas e despesas) 
 
FATOS CONTÁBEIS E RESPECTIVAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS E 
PLANO DE CONTAS 
 
ATOS E FATOS CONTÁBEIS E RESPECTIVAS VARIAÇÕES PATRIMONIAIS. 
 
O patrimônio societário sofre constante movimento, haja vista que sofrem atos 
de gestão contínua. Esses acontecimentos podem ser divididos basicamente em 
dois grandes grupos: 
 
A) Atos contábeis. 
B) Fatos contábeis. 
 
Os atos contábeis são acontecimentos que ocorrem na entidade e não 
provocam alterações do patrimônio, tais como admissão de empregados, 
assinatura de um contrato de compra, venda, o aval de um título de crédito, 
uma fiança prestada em favor de terceiros. 
 
Os atos relevantes que façam parte das atividades da empresa devem ser 
apresentados em notas explicativas, como ordena a Lei 6.404/76: 
 
Art. 176. (...) § 4º As demonstrações serão complementadas por notas 
explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis 
necessários para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do 
exercício. 
 
Art. 176. (...) § 5o As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 
11.941, de 2009) 
 
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I ± apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações 
financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para 
negócios e eventos significativos; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
II ± divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no 
Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma outra parte das 
demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
III ± fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias demonstrações 
financeiras e consideradas necessárias para uma apresentação adequada; 
e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
IV ± indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, 
especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, 
de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para 
atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; (Incluído pela 
Lei nº 11.941, de 2009) 
b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, 
parágrafo único); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
c) o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações 
(art. 182, § 3o ); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
d) os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a 
terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; (Incluído pela 
Lei nº 11.941, de 2009) 
e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a 
longo prazo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
f) o número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela Lei nº 
11.941, de 2009) 
g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício; (Incluído 
pela Lei nº 11.941, de 2009) 
h) os ajustes de exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído pela Lei nº 
11.941, de 2009) 
i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que tenham, 
ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados 
futuros da companhia. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) 
 
Os fatos contábeis, por sua vez, são os acontecimentos que provocam 
variações no patrimônio da entidade. 
 
Os fatos contábeis são contabilizados através das contas patrimoniais (ativo, 
passivo, patrimônio líquido) e/ou das contas de resultado (receitas e despesas). 
 
Os fatos contábeis podem ser divididos em três tipos: permutativos, 
modificativos e mistos. Esse assunto, todavia, será visto quando estudarmos 
lançamentos. 
 
 
 
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TÉCNICAS CONTÁBEIS 
 
São quatro as técnicas utilizadas na contabilidade: escrituração, elaboração 
das demonstrações contábeis, auditoria e análise das demonstrações 
contábeis. 
 
ESCRITURAÇÃO 
 
Funciona, grosso modo, mais ou menos da seguinte forma: Imagine-se que 
nós, Gabriel e Luciano, somos administradores da sociedade KLS. Cada nota 
fiscal de compra de mercadoria, cada NF de venda, cada cheque emitido, cada 
compra de ativo imobilizado para a produção, tudo isso tem de ser controlado. 
Pensem vocês se não houvesse um controle de todos os atos e fatos que 
ocorrem no âmbito de uma empresa. O que seria desta empresa?! O que seria 
do mercado? E o que seria da economia nacional? 
 
Pois bem, todos esses eventos devem ser contabilizados. Então, no período de 
competência, colheremos todosos documentos necessários e lançaremos nos 
respectivos livros contábeis. A técnica utilizada para o registro dos fatos 
contábeis é chamada de escrituração. 
 
Então, em um primeiro momento, devemos escriturar, por meio de 
lançamentos contábeis, todas as notas fiscais e documentos que comprovem 
alteração no patrimônio da entidade. 
 
Segundo a Lei 6.404/76: 
 
Art. 177. A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, 
com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei (a própria 
6.404) e aos princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar 
métodos ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações 
patrimoniais segundo o regime de competência. 
 
Ainda segundo a Lei 6.404/76: a companhia observará exclusivamente em 
livros ou registros auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração 
mercantil e das demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei 
tributária, ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, 
que prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios 
contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a 
elaboração de outras demonstrações financeiras (LSA, art. 177, §2º). 
 
E o que quer dizer este artigo? Se, hipoteticamente, ao apurar o Imposto de 
Renda do exercício, a legislação do IR prescreva um método diferente que está 
previsto nos critérios contábeis, como a utilização de regime de caixa, em vez 
de se utilizar do regime de competência, esta apuração tributária deverá ser 
feita em um livro auxiliar, sem que haja modificação da escrituração contábil 
(que ordena a utilização do regime de competência). 
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ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
As entidades, em sua constituição, elegem o que chamamos de exercício social. 
Segundo a Lei das SAs: 
 
Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término 
será fixada no estatuto. 
 
Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de alteração 
estatutária o exercício social poderá ter duração diversa. 
 
Vejam, o exercício social tem duração de 1 ano. Isso não equivale a 12 meses 
(juridicamente falando). 
 
Ao término do exercício, as sociedades têm de publicar o que chamamos de 
demonstrações financeiras. 
 
Todo mês faremos os lançamentos de fatos contábeis, procedendo à 
escrituração dos livros. As demonstrações financeiras são um compilado de 
tudo o que ocorreu na empresa durante o exercício social. Vejam que se trata 
de uma seqüência cronológica. Se somarmos todas as vendas realizadas no 
exercício, encontraremos a chamada receita bruta de vendas, na demonstração 
do resultado do exercício. 
 
Se somarmos tudo o que entrou e tudo o que saiu do caixa, teremos achado 
então o saldo da conta caixa. E assim por diante. 
 
Segundo a Lei 6.404/76: 
 
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na 
escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, 
que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as 
mutações ocorridas no exercício: 
 
I - balanço patrimonial; 
II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; 
III - demonstração do resultado do exercício; e 
IV ± demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 
2007) 
V ± se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela Lei 
nº 11.638,de 2007) 
 
Além dessas, o CPC 26 ± Apresentação das demonstrações contábeis ± lista 
como demonstrações contábeis a demonstração das mutações do 
patrimônio líquido ± DMPL e a demonstração dos resultados 
abrangentes. 
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O FIPECAFI entende que essas demonstrações passam a ser obrigatórias para 
todos os tipos societários, inobstante a Lei 6.404 seja silente. 
 
AUDITORIA 
 
Uma vez elaborada as demonstrações contábeis, elas precisam passar pela 
verificação sobre se a escrituração está escorreita nos termos do que 
prescrevem as normas e princípios contábeis. Esse processo é chamado de 
auditoria. 
 
Segundo a Lei 6.404: 
 
Art. 176: § 3o As demonstrações financeiras das companhias abertas 
observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários e 
serão obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores independentes 
nela registrados. 
 
A auditoria realizada por auditores da CVM em companhias abertas e nas 
fechadas de grande porte é denominada de auditoria independente. Além da 
independente, temos as auditorias interna (elaborada por empregados da 
companhia) e fiscal (elaborada por auditores fiscais da União, Estados, 
Municípios e/ou Distrito Federal, no âmbito de suas competências). 
 
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 
 
Depois que as demonstrações foram publicadas e auditadas, os seus usuários 
têm interesse nas informações nelas contidas. 
 
Um investidor desejará saber, por exemplo, o quanto essa empresa está dando 
de retorno para cada ação do capital social. 
 
O credor por empréstimo desejará saber o quanto tem de garantia para poder 
conceder tranquilamente o empréstimo que deseja. E assim por diante. 
 
Tudo isso é feito através da técnica contábil chamada de análise das 
demonstrações contábeis ou análise de balanços. 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS 
 
1. (ESAF/Analista Técnico Administrativo/MF/2013) A Teoria Materialista 
das Contas é aquela que classifica todos os títulos contábeis como sendo 
 
a) Contas Materiais e Contas Imateriais. 
b) Contas Integrais e Contas Diferenciais. 
c) Contas Patrimoniais e Contas de Resultado. 
d) Contas de Agentes e Contas do Proprietário. 
e) Contas de Agentes Consignatários e Contas do Proprietário. 
 
Comentários 
 
Esta é uma visão mais econômica do que vem a ser a conta. Para esta teoria, 
as contas não são pessoas, mas, tão-somente, entradas e saídas de valores. 
 
As contas são divididas em apenas dois grupos: 
 
A) Contas integrais: Representam o ativo e passivo exigível (obrigações); 
B) Contas diferenciais: Representam o patrimônio líquido, receitas e 
despesas. 
 
Gabarito Æ B. 
 
 
2. (ESAF/Contador/Ministério da Fazenda/2013/Adaptada) A nossa 
empresa é tipicamente comercial, de porte médio. Sua atividade se restringe a 
comprar e revender mercadorias, sendo seu plano de contas adequado a esse 
tipo de empreendimento. Abaixo, apresentamos cinco relações com nomes de 
contas. 
 
Indique a única delas que poderia constar corretamente no plano de contas. 
 
a) Caixa, Bancos conta Movimento, Duplicatas a Receber, Mercadorias, Receitas 
de Vendas, IPI a Recolher, Fornecedores e Capital a Integralizar. 
b) Caixa, Bancos conta Movimento, Mercadorias, Receitas de Vendas, Salários a 
Pagar, Empréstimos Bancários e Capital a Integralizar 
c) Caixa, Custo do Produto Vendido, Receita de Vendas, Fornecedores, Capital 
Social, Empréstimos Bancários, Clientes e Despesas Antecipadas. 
d) Caixa, Mercadorias, Móveis e Utensílios, Equipamentos de Produção, 
Empréstimos Bancários, Fornecedores e Capital a Integralizar 
e) Caixa, Bancos conta Movimento, Mercadorias,

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