Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
QUÍMICA EXPERIMENTAL IV AULA 1 – APRESENTAÇÃO DO CURSO DATA: / / 1. APRESENTAÇÃO O curso prático de química de biomoléculas tem como objetivo familiarizar o aluno com as técnicas de uso comum em um laboratório de bioquímica, técnicas de isolamento e identificação de metabólitos primários tais como carboidratos simples e complexos, lipídios, aminoácidos, proteínas, enzimas e ácidos nucleicos, assim como acompanhar um processo bioquímico exemplificado por uma reação de fermentação. Para que o aluno apresente uma boa aprendizagem são necessários a sua dedicação e estudo. O aluno que apenas seguir os roteiros das práticas, sem raciocinar sobre o que esta fazendo, nada estará aprendendo. Ele estará apenas executando um trabalho técnico e gastando o seu tempo e reagentes. Para que isto não venha a acontecer serão cobrados do estudante um pré-laboratório e um relatório sobre as práticas realizadas. 2. CADERNO DE LABORATÓRIO E RELATÓRIOS O caderno de laboratório serve para o aluno fazer anotações sobre o que observou nos experimentos realizados. Além disto, ele deve conter, de forma organizada, todas as informações que o aluno irá necessitar para a realização dos experimentos. Ele será preparado previamente e trazido ao laboratório em todas as práticas. Por ser um caderno utilizado em laboratório ele deve ser utilizado apenas para essa finalidade, além de ter capa dura para protegê-lo de algum acidente. De preferência ele não deve ser caderno com espiral. O aluno também tomará cuidado para não derramar substâncias em seu caderno, o que pode vir a estragá-lo. As informações que devem constar no caderno são data e título do experimento, tabela de propriedades físicas dos reagentes utilizados e propriedades toxicológicas. O aluno deve ler o roteiro de prática com antecedência. Os relatórios devem conter: 2.1. Data e título do experimento 2.2. Objetivos 2.3. Procedimento (de preferência em fluxograma) 2.4. Relação de material necessário, divididos em vidrarias, reagentes e diversos 2.5. Tabela de propriedades físicas das substâncias utilizadas e dos produtos extraídos (massa molecular, ponto de fusão, ponto de ebulição, índice de refração, densidade e solubilidade) 2.6. Tabela contendo as propriedades toxicológicas dos reagentes e dos produtos 2.7. Desenho das aparelhagens menos comuns utilizadas 2.8. Reações ocorridas (quando necessário) 2.9. Mecanismo das reações (quando necessário) 2.10. Resultados observados e discussão dos resultados 2.11. Conclusões 2.12. Referências bibliográficas 3. MEDIDAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO O laboratório de química é um ambiente de risco, pois nele são manipuladas substâncias tóxicas, inflamáveis, corrosivas, voláteis e explosivas. Para reduzir este risco e evitar acidentes é necessária uma postura séria e responsável por parte do aluno e máxima concentração naquilo que está fazendo. As normas básicas de segurança em laboratório estão listadas abaixo: 3.1. Evitar trabalhar sozinho 3.2. Só realizar experimentos autorizados e seguindo rigorosamente o roteiro de prática 3.3. Usar sempre guarda-pó, óculos de segurança e sapato fechado, antiderrapante e isolante 3.4. Manipular cuidadosamente todo e qualquer produto químico, não provar ou cheirar qualquer substância (salvo quando autorizado), incluindo alimentos. 3.5. É expressamente proibido fumar no laboratório 3.6. Pipetar sempre com os bulbos de sucção adequados (peras ou seringas) 3.7. Evitar inalar vapores orgânicos ou inorgânicos 3.8. Nunca aquecer um sistema fechado 3.9. Identificar com atenção os rótulos de reagentes e soluções 3.10. Evitar o contato de substâncias químicas com a pele ou a roupa 3.11. Não utilizar lentes de contato no laboratório 3.12. Não manipular ou aquecer qualquer substância próxima ao rosto 3.13. Utilizar a capela para manipular substâncias voláteis ou corrosivas 3.14. Não utilizar solvente volátil ou inflamável próximo de chamas 3.15. Observar o procedimento correto para descarte de substâncias 3.16. Em caso de acidentes, de qualquer tipo, independente da gravidade, informar o professor e seguir as suas instruções. Observação: O objetivo dessas normas não é amedrontar o aluno. O medo contribui para a formação de profissionais sem criatividade e de baixa qualificação, além de aumentar o risco no laboratório. PROCEDIMENTOS EM CASO DE ACIDENTE Em caso de acidentes de qualquer espécie informar imediatamente o professor, e seguir rigorosamente as suas recomendações. Localizar os equipamentos de segurança: extintores, chuveiros, lava-olhos e saídas e emergência. Todos devem conhecer os tipos de extintores e suas finalidades. Em caso de derramar reagente nos olhos lavar com bastante água corrente, e em seguida lavar com solução de bicarbonato 25% no caso de ser um ácido, ou solução de ácido bórico 2% no caso de ser uma base. Se algum reagente respingar em outra parte do corpo lavar o local com bastante água e informar o professor. Notificar o centro médico no caso do aparecimento de algum sintoma. Jamais utilizar solvente orgânico para remover qualquer substância que tenha caído sobre a pele, pois eles somente irão espalhá-la e ajudar na absorção. Usar sempre água e sabão. As queimaduras deverão ser lavadas com água fria, e aplicada pomada adequada após enxugar o local. EXPERIMENTO 01 - RECRISTALIZAÇÃO Data: ____/____/____ A recristalização é um dos processos mais utilizados para purificação de substâncias sólidas. Muitos compostos freqüentemente obtidos como produtos de reação, em geral, contém impurezas e por isso necessitam ser purificados. Essencialmente, o processo consiste em destruir a estrutura cristalina por fusão ou por dissolução do sólido em um solvente, permitindo então que os cristais se formem novamente. No processo de recristalização por dissolução, o solvente é selecionado obedecendo aos seguintes critérios: o composto deve ser solúvel a quente e insolúvel a frio; as impurezas devem ser insolúveis a quente ou solúveis a frio; o solvente deve ser inerte para o composto; o solvente não deve ser muito volátil. Seu ponto de ebulição deve ser mais baixo do que o ponto de fusão do composto; Se o composto já é conhecido, a literatura química dará informações quanto à sua solubilidade, ponto de fusão, toxicidade, etc. Caso contrário, deverão ser feitas tentativas, levando-se em conta os princípios de solubilidade, não esquecendo que “semelhante dissolve semelhante”. A recristalizacão por dissolução é uma técnica que envolve várias etapas: 1. seleção do solvente adequado; 2. dissolução do sólido no solvente em seu ponto de ebulição ou próximo; 3. filtração rápida da solução ainda quente para eliminar as impurezas insolúveis; 4. cristalização da solução por esfriamento lento; 5. lavagem dos cristais para a remoção da solução aderente; 6. secagem dos cristais; Seleção do solvente adequado: Muitos compostos sólidos são mais solúveis a temperaturas mais altas do que à temperaturas mais baixas em determinado solvente. O processo de cristalização consiste em dissolver, ao máximo, o sólido em um solvente quente a fim de obter uma solução saturada ou aproximadamente saturada e, em seguida, deixar a solução esfriar lentamente à temperatura ambiente para que o sólido cristalize. O processo pelo qual uma substância forma cristais é muito delicado e, em geral, apenas moléculas da mesma espécie ocupam a rede cristalina, a não ser que as impurezas nelas contidas sejam constituídas de moléculas de mesma polaridade, formato e tamanho. Estaseletividade confere ao processo de cristalização a qualificação de um excelente método de purificação. Por questão de segurança, o solvente deve ser, tanto quanto possível, não tóxico e não inflamável. Um número razoável de solventes são colocados sob controle por serem tóxicos e, portanto, devem ser manipulados com precaução. Preparação da solução saturada e filtração a quente: Depois de selecionado o solvente, o sólido a ser purificado é colocado em um Erlenmeyer juntamente com uma parte da quantidade prevista do solvente. A mistura é aquecida com agitação e mais solvente é adicionado em pequenos intervalos de tempo até que quantidades adicionais do solvente não mais dissolvam o sólido. Durante todo esse processo, o Erlenmeyer deve ser mantido sob aquecimento em manta ou chapa aquecedora (nunca diretamente ou nas proximidades de uma chama!). Se o solvente for volátil, o Erlenmeyer deverá ser adaptado a um condensador em posição de refluxo, ou poderá ser aquecido em banho-maria. Uma Pequena quantidade de sólido que permanece insolúvel consiste de impurezas que deverão ser removidas por filtração imediata, ainda quente, sobre uma pequena bola de algodão colocado num funil. No caso de existirem impurezas coloridas solúveis, estas podem ser eliminadas por adsorção sobre carvão ativo, procedendo da seguinte forma: antes da filtração, permita que a solução resfrie rapidamente e em seguida adicione uma certa quantidade de carvão ativo (1 a 2% do peso do sólido que está sendo recristalizado). A solução é novamente aquecida à ebulição por 5 a 10 minutos com agitação (para evitar projeções de líquido) e em seguida filtrada. Cristalização por esfriamento: A etapa que se segue à filtração a quente constitui a cristalização propriamente dita. Esta é obtida deixando o filtrado quente, em repouso, esfriar lentamente à temperatura ambiente ou sob resfriamento. O objetivo desse processo é que a substância desejada se deposite como cristais puros e as impurezas permaneçam dissolvidas. Quanto mais baixa a temperatura, maior a quantidade da substância que cristalizará. Mas, pode ocorrer que as impurezas comecem a cristalizar também. Assim, recomenda-se que a substância esfrie à temperatura ambiente, sendo depois filtrada. O filtrado pode ser então resfriado a uma temperatura mais baixa obtendo-se uma segunda remessa de cristais. A determinação do ponto de fusão dos cristais obtidos nas duas condições revelará a sua pureza. O tamanho dos cristais depende da velocidade do esfriamento; esfriamento rápido com agitação tende a dar cristais menores, enquanto que esfriamento lento com a solução em repouso, dará cristais maiores. Cristais muito grandes podem conter consideráveis quantidades de solução de modo que quando forem secos, por evaporação do solvente, as impurezas presentes na solução permanecerão dentro dos cristais. Por outro lado, se os cristais são muito pequenos as impurezas podem ser adsorvidas sobre a grande superfície resultante. É difícil estabelecer qual a melhor condição. Freqüentemente, o processo utilizado é o de esfriamento lento em repouso. Pode acontecer também se obter uma solução super saturada, e nesse caso, a solução permanecerá dias em repouso sem que ocorra cristalização. A cristalização poderá ser induzida raspando-se as paredes do Erlenmeyer com um bastão, ou fazendo “semeação”, o que corresponde a introduzir um pequeno cristal da substância na solução saturada. Filtração e Secagem dos Cristais: A separação dos cristais da solução sobrenadante (líquido-mãe) é obtida por meio de filtração a vácuo utilizando um funil de Büchner e um sistema de vácuo (trompa d’água ou bomba de vácuo). A mangueira utilizada nas conexões deve ser adequada para que resista a ação do vácuo. Terminada a filtração, o bastão de vidro utilizado deve retornar ao Erlenmeyer e nunca colocado diretamente sobre a bancada. A função do frasco intermediário é reter água advinda da trompa d’água, caso haja queda de pressão da água, ou não permitir que os vapores do líquido que está sendo filtrado atinjam a bomba de vácuo. A saída no frasco intermediário que está fechada com pinça tem a finalidade de dar entrada ao ar quando o processo de filtração terminou ou controlar a pressão quando o filtrado é um líquido volátil para que este não ferva. Uma boa trompa d’água reduzirá a pressão abaixo de 20 mm de mercúrio o que eqüivale a dizer que o kitasato recebe uma pressão externa de 6,8 Kg por polegada quadrada, ou seja, a vidraria utilizada deve ser resistente e especificamente fabricada para este fim, por exemplo o kitasato. O funil de Büchner é preparado para filtração, colocando-se um papel de filtro de tamanho adequado de tal maneira que cubra os furos da placa, sem dobras. Em seguida uma pequena quantidade do solvente que está sendo utilizado para recristalização é colocada sobre o papel. Com o sistema ainda sob vácuo e antes que o papel de filtro se torne seco e se desprenda, a solução contendo os cristais é colocada no funil. Após toda a solução ser transferida para o funil, o restante de cristais que permanecem no Erlenmeyer são retirados com auxílio de uma espátula ou um bastão de vidro. Quaisquer cristais ainda aderentes às paredes do Erlenmeyer devem ser transferidos para o funil utilizando o filtrado (líquido- mãe). Isto também pode ser feito com pequenas quantidades do solvente puro gelado. Depois que os cristais estão no funil é importante remover todo o líquido- mãe aderente, pois este contém as impurezas solúveis. Para removê-lo, o vácuo é desligado e uma pequena porção do solvente puro gelado é adicionada. Em seguida o vácuo é novamente ligado. Por fim, os cristais devem permanecer no funil algum tempo sob sucção para secagem. A secagem pode ser completada deixando os cristais em um dessecador sob vácuo. QUESTIONÁRIO 1. Que se entende por recristalização? 2. Descrever todas as etapas de uma recristalização. 3. A recristalização é uma operação física ou química? Por que? 4. Citar algumas características que um solvente deve apresentar para que seja empregado na recristalização. 5. Por que é mais indicado que a solução seja esfriada espontaneamente, após ser aquecida? 6. Citar os métodos usados para acelerar a cristalização de uma determinada substância. 7. Como é possível determinar o grau de pureza de uma substância cristalina? 8. Procurar no seu ambiente, situações em que processos de purificação são utilizados. Descrever esses processos. EXPERIMENTO 02 - PONTO DE FUSÃO Data: ____/____/____ As propriedades físicas de uma substância, como ponto de fusão, ponto de ebulição, densidade, índice de refração e propriedades espectrais resultantes da interação da substância com a radiação eletromagnética, isto é, espectros no ultravioleta (U.V), no infravermelho (IV) e ressonância magnética nuclear de hidrogênio e de carbono-13 (RMN1H e RNM13C), como também o espectro de massas (EM) que resulta do impacto da substância com um feixe de elétrons, fornecem informações que, quando reunidas, permitem ao pesquisador propor uma estrutura para um composto, inclusive aqueles inéditos, isto é, ainda não registrados na literatura. Entretanto, se a substância é um sólido, a primeira característica a ser determinada é o ponto de fusão, o qual fornecerá informações a respeito de sua pureza. Todas as outras características só poderão ser determinadas se a substância estiver pura. O ponto de fusão de uma substância é definido como a temperatura em que as fases sólida e líquida coexistem. Em outros termos, é a temperatura em que a tendência de escape de moléculas da fase sólida é igual à tendência de escape de moléculasda fase líquida. Quando sólido e líquido estão em contato, moléculas passam constantemente da fase sólida para líquida e vice-versa. Quando as moléculas passam do estado sólido para o líquido, elas absorvem calor (calor de fusão); se cedermos calor a um sistema sólido parte do sólido funde e se calor suficiente for adicionado todo o sólido fundirá. Do mesmo modo, se o calor é retirado do sistema, parte do líquido cristalizará ou solidificará; se calor suficiente for retirado, todo o líquido solidificará. Desse modo, tanto o ponto de fusão quanto o de solidificação têm a mesma temperatura. O ponto de fusão de uma substância, é uma constante fácil de ser determinada e que se usa muito freqüentemente em Química como critério de purezas e como meio de caracterização de compostos. Os compostos puros têm ponto de fusão bem definido. Quando se observa a fusão de um composto puro, a variação de temperatura no momento em que os primeiros cristais começam a fundir até a fusão completa, é muito pequena. Esse ponto deve permanecer constante em determinações sucessivas. Se a substância é conhecida, seu ponto de fusão deve coincidir o da literatura química. Substâncias impuras, além de possuírem ponto de fusão mais baixo, apresentam maiores variações de temperaturas. Ao espaço compreendido entre início e final da fusão denomina-se faixa de fusão. O ponto de fusão é também para caracterização de compostos orgânicos. Nesse caso, obtido o ponto de fusão de uma determinada substância após repetidos processos de purificação, recorre-se a livros de referências (Handbook) e verifica-se quais substâncias têm ponto de fusão idênticos ou muito próximos. Se na literatura existem vários compostos com o mesmo ponto de fusão, lança-se mão de uma fusão mista. O ponto de fusão misto é realizado fazendo-se mistura da substância problema, com pequenas quantidades de uma das substâncias verificadas na literatura e em seguida realizando-se a fusão da mistura. Se houver abaixamento do ponto de fusão, as substâncias são diferentes, caso contrário serão idênticos. O ponto de fusão misto é, portanto usado para confirmar a identificação de compostos orgânicos. Para uma determinação correta do ponto de fusão é muito importante a velocidade de aquecimento da substância. Há uma certa relação entre ponto de fusão e a estrutura da molécula. De maneira geral, pode dizer-se que compostos com estruturas simétricas têm pontos de fusão mais elevados que estruturas com menor grau de simétrica. Assim por exemplo, as parafinas lineares têm um ponto de fusão mais elevado que as isoparafinas com o mesmo número de átomos de carbono. Nos estereoisômeros, o composto trans tem normalmente o ponto de fusão mais elevado, por exemplo, ácido maleico (Z, cis) p.f. 130 C, ácido fumárico (E, trans) p.f. 287 C. QUESTIONÁRIO 1. Que se entende por ponto de fusão? Com qual finalidade é usado? 2. Procurar na bibliografia indicada o ponto de fusão do ácido pícrico. Comparar com o resultado obtido. PROCEDIMENTO - Recristalização do ácido benzóico e Ponto de fusão Materiais: Reagentes: - 3 Erlenmeyeres de 125 mL - Ácido benzóico - Bastão de vidro - Água destilada - Funil de colo curto - Carvão ativo - Placa de aquecimento - Balança semi-analítica - Papel de filtro - Proveta de 100 mL - Pegador p/ erlenmeyer quente - Kitassato - Funil de Buchner - Adaptador de borracha - Bomba de vácuo Procedimento Pese 3,0 g de ácido benzóico impuro em um erlenmeyer de 125 mL. Adicione água fervendo gradualmente até que todo o ácido se dissolva. Lembre- se que algumas impurezas não se dissolvem, portanto quando a adição de nova porção de água não aparentar estar dissolvendo mais nada pare de acrescentar água. O ácido benzóico puro forma solução incolor, portanto se a solução apresentar coloração será necessário o uso de adsorvente. Remova o erlenmeyer do aquecimento, resfrie um pouco e adicione 0,1g de carvão ativo, agitando. Leve novamente a ebulição por 2 min. Lembre-se, nunca adicione carvão ativo á um líquido em ebulição. Filtre a solução ainda quente com papel de filtro pregueado para o outro erlenmeyer num sistema previamente aquecido. Papel de filtro, funil e erlenmeyer devem estar quentes para evitar cristalização prematura e entupimentos. Deixe esfriar lentamente a temperatura ambiente. Filtre a vácuo lavando com pequenas porções de água destilada gelada. Recolha o produto em papel de filtro e guarde na estufa para secar. Obtenha o ponto de fusão do produto na próxima aula. Comentários A adição do carvão ativo serve para eliminar as impurezas coloridas por adsorção, entretanto o uso de muito carvão pode levar a perdas do produto, pois este também pode ser adsorvido. A filtração a quente serve para eliminar as impurezas insolúveis e o carvão com as impurezas coloridas, mas se o sistema não estiver bem aquecido haverá perda significativa do produto por cristalização no papel ou no funil. O resfriamento lento e gradual leva a formação de cristais em forma de agulhas, muito bonitos de ser observados. Deve-se acompanhar de perto o resfriamento, e nunca resfriar bruscamente. Novamente é necessário lavar com pequenas porções de água gelada para minimizar perdas. O ponto de fusão variando até 2C é indicativo de pureza. EXPERIMENTO 03 DESTILAÇÃO A técnica de destilação é o método mais freqüente e importante para purificação de líquidos. É sempre utilizada quando se deseja separar um líquido de suas impurezas não voláteis e, quando possível, na separação de dois ou mais líquidos. Líquidos puros Quando um líquido puro é introduzido num recipiente fechado e vazio parte do mesmo se evapora até que o vapor alcance uma determinada pressão, que depende somente da temperatura. Esta pressão, que é exercida pelo vapor em equilíbrio com o líquido, é a tensão de vapor do líquido a essa temperatura. Quando a temperatura aumenta, a tensão de vapor também aumenta regularmente até alcançar o valor de 760 mm, então, se o líquido está em contato com o exterior, começa a ferver. A temperatura em que isto ocorre recebe o nome de ponto de ebulição normal do líquido em questão, e é uma constante característica para cada líquido. Misturas de líquidos Quando se aquece uma solução ou uma mistura de dois ou mais líquidos, o ponto de ebulição normal é a temperatura na qual a tensão de vapor total da mistura é igual a pressão atmosférica (760 mm). A tensão de vapor total de uma mistura é igual à soma das pressões de vapor parciais de cada componente. Nas soluções ideais, as únicas que vamos considerar, obedecem a lei de Raoult, que se expressa nos seguintes termos: "A pressão parcial de um componente numa solução a uma dada temperatura é igual a tensão de vapor da substância pura multiplicado por sua fração molar na solução". PT = Px + Py = Pxo Nx + Pyo Ny Da lei de Raoult pode-se deduzir as seguintes conclusões: 1ª) O ponto de ebulição de uma mistura depende dos pontos de ebulição de seus componentes e de suas proporções relativas; 2ª) Numa mistura qualquer de dois líquidos, o ponto de ebulição está compreendido entre os pontos de ebulição dos componentes puros; 3ª) O vapor produzido será sempre mais rico no componente de ponto de ebulição mais baixo. Sempre que se tem uma mistura de dois ou mais componentes que se diferem suficientemente em seus pontos de ebulição, se poderá separar seus componentes por destilação. Podemos distinguir três tipos principais de destilação: destilação simples, destilação fracionada e destilação a vácuo. Destilação simples Para a destilação simples seutiliza um aparato representado na Figura 1, montado sobre dois suportes. Consta de um frasco de destilação, provido de um termômetro. O frasco descansa sobre uma manta (placa) aquecedora. O frasco de destilação vai unido a um condensador pelo qual circula água corrente. Finalmente, a extremidade inferior do condensador se une a uma alargadora que conduz o destilado ao frasco coletor. Figura 1: Sistema de destilação simples. Destilação fracionada É uma técnica que permite a realização de uma série de destilações simples em uma única operação contínua. Uma coluna simples como a representada na Figura 2, pode se preencher com qualquer tipo de substância inerte que possua grande superfície, por exemplo, anéis ou hélices de vidro, fragmentos de porcelana, etc. a) b) Figura 2: Colunas de destilação: a) coluna de preenchimento simples; b) coluna de Vigreux À medida que os vapores quentes sobem através do recheio, vão condensando em todas as zonas da coluna. Quando este processo se repete muitas vezes por toda a altura de uma coluna eficiente, acaba produzindo vapor puro do componente de menor ter mômetro cab eça de destilação f rasco coletor a longa b alão g arra s uporte man ta aquecedora m ufa cond ensador ponto de ebulição, que passa através da cabeça de destilação até o condensador. O resíduo no balão de destilação vai sendo enriquecido, cada vez mais, no componente de maior ponto de ebulição de uma forma contínua. O componente de menor ponto de ebulição continua passando a sua temperatura de ebulição até que se separa completamente da mistura. Então, a temperatura dos vapores que destilam se eleva até o ponto de ebulição do componente menos volátil de forma que este comece a chegar ao condensador. Todo o processo é chamado de destilação fracionada (Figura 3). Figura 3: Esquema geral para destilação fracionada em laboratório Destilação a vácuo É uma forma de destilação (simples ou fracionada) que se efetua a pressão reduzida. Muitas substâncias não podem ser purificadas por destilação a pressão atmosférica porque se decompõem antes de alcançar seus pontos de ebulição normais. Outras substâncias possuem pontos de ebulição tão altos que sua destilação é difícil ou não é conveniente. Nestes casos se emprega a destilação a pressão reduzida. Como dito acima, um líquido começa a ferver numa temperatura em que sua tensão de vapor torna-se igual a pressão exterior, por tanto, diminuindo-a permitirá que o líquido destile a uma temperatura inferior a seu ponto de ebulição normal. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: (detalhamento será apresentado pelo instrutor). Monte um sistema de destilação (simples e fracionada) (Figuras 1 e 3) e coloque num balão de fundo redondo apropriado a mistura a ser destilada fornecida pelo instrutor. Inicie a destilação utilizando uma manta de aquecimento. Marque o tempo de destilação, o início do aquecimento e o fim do aquecimento, anotando as variações de temperatura durante o processo. PÓS-LABORATÓRIO 1. Apresente os valores de temperatura e volume dos destilados obtidos experimentalmente. 2. Qual dos dois tipos de destilação é a mais eficaz? 3. Cite duas razões que justifiquem que a água fria circule num condensador no sentido ascendente. 4. Poderia se separar por destilação simples uma mistura de dois líquidos de pontos de ebulição 77 ºC e 111 ºC? E por destilação fracionada? Qual líquido se recolheria primeiro? 5. (Extraído do site http://www.qmc.ufsc.br) Consultar no Merck Index, CRC Handbook, internet e outros, sobre os pontos de ebulição, estrutura química e massa molar (M.M.) das substâncias abaixo. Água Hexano Acetato de butila Etanol Dodecano Naftaleno Octanol Etileno glicol Acetato de etila Pentano Glicerol Butanol (a) Construa um gráfico Ponto de Ebulição x MM para todas as substâncias (líquidos) listadas acima. (b) Existe alguma família de substâncias que obedece a regra “quanto maior a massa molar maior a temperatura de ebulição”? (c) Quais as substâncias têm temperatura de ebulição maior do que deveria se observada somente a massa molar? Por quê? IMPORTANTE: DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS E INSUMOS - Os resíduos aquosos deverão ser descartados na pia com água corrente. - Todas as misturas contendo solventes orgânicos deverão ser acondicionadas em frascos deposição de resíduos próprios, conforme indicado pelo instrutor. - Reservar os sólidos obtidos após a purificação para utilização como insumos em práticas. EXPERIMENTO 04 EXTRAÇÃO DE ÓLEOS (FIXOS E VOLÁTEIS) A PARTIR DE MATERIAL BIOLÓGICO INTRODUÇÃO: O químico dispõe de uma diversidade de procedimentos e sistemas para uso na extração do material biológico a partir da sua fonte natural. Dependendo do que se deseja extrair algumas técnicas são mais recomendadas que outras. Por exemplo, na extração de óleos voláteis a técnica de destilação por arraste a vapor (Figura 1) é o procedimento mais aconselhável, por outro lado, a extração por meio de solvente orgânico (extrator Soxhlet) é de longe a metodologia mais indicada para extração de óleos fixos. Independentemente da técnica a ser usada na extração, o processo comum para a obtenção de compostos a partir de fontes naturais (produtos naturais) envolve: escolha da fonte (material biológico, geralmente vegetais); secagem do material; trituração; extração e purificação. condensador frasco coletor (água + óleo) material vegetal água aquecimento a) b) c) Figura 1. Esquema geral para destilações a vapor em escala laboratorial: a) arraste a vapor. b) hidrodestilação usando uma aparelhagem tipo Clevenger. c) sistema de destilação- extração simultânea usando uma aparelhagem tipo Likens-Nickerson. Os óleos voláteis são os principais odoríferos encontrados em várias partes de plantas. Como evaporam quando expostos ao ar em temperaturas comuns, são chamados óleos voláteis, óleos essenciais ou essências. Este último é utilizado porque os óleos voláteis representam "essências" ou componentes odoríferos das plantas. Os óleos essenciais são normalmente encontrados em bolsas secretoras presentes nas partes vitais dos vegetais, tais como: pétalas das flores, folhas, sementes, caule, raiz e frutos. A qualidade do óleo essencial é variável de um gênero a outro, de uma a outra espécie, podendo-se encontrar vegetais que possuem essências quimicamente diferentes em várias de suas partes. Muitas plantas são usadas diretamente com fins medicinais, entretanto, de modo análogo, o próprio óleo volátil extraído da planta é usado como medicamento. Além do uso em produtos farmacêuticos, certos óleos essenciais são bastante empregados como aromatizantes de alimentos e doces, bem como no comércio de especiarias, perfumes e cosméticos (p. ex.: anis, cravo-da-índia, noz-moscada, etc.). Praticamente todos os óleos voláteis são constituídos por misturas químicas muito complexas; sua composição química varia muito. Neles podem ser encontrados quase todos os tipos de compostos orgânicos (hidrocarbonetos, álcoois, cetonas, aldeídos, ésteres, óxidos, éteres e outros) os quais podem ser agrupados em duas classes, com base na sua biossíntese: terpenos e derivados, formados pela via do ácido mevalônico-acetato; e compostos aromáticos formados pela via do ácido chiquímico-fenil propanóides. As essênciassão pouco solúveis em água, mas são solúveis em álcool, clorofórmio, diclorometano, éter e outros solventes orgânicos, que evaporam quando expostas ao ar, mesmo à temperatura ambiente. O processo de extração das essências depende de uma série de fatores, tais como: sua localização no vegetal, suas propriedades físico-químicas e a finalidade a que se destina. A grande maioria pode ser isolada dos tecidos vegetais com arraste a vapor d’água. Os constituintes de um óleo essencial podem ser separados por: destilação fracionada a pressão reduzida, cristalização ou cromatografia. A técnica de extração por arraste de vapor permite a separação de componentes voláteis sem necessidade de temperaturas elevadas, evitando-se assim, a sua decomposição térmica. Em escala de laboratório, a técnica pode ser convenientemente realizada por meio de um sistema de destilação simples, adaptado com um funil de adição, através do qual água é adicionada constantemente, permitindo assim, que o nível da água no frasco de destilação permaneça constante. A destilação por arraste de vapor é uma destilação de misturas imiscíveis de compostos orgânicos e água (vapor). Misturas imiscíveis não se comportam como soluções. Os componentes de uma mistura imiscível "fervem" a temperaturas menores do que os pontos de ebulição dos componentes individuais. Assim, uma mistura de compostos de alto ponto de ebulição e água pode ser destilada à temperatura menor que 100C, que é o ponto de ebulição da água. O princípio da destilação a vapor baseia-se no fato de que a pressão total de vapor de uma mistura de líquidos imiscíveis é igual à soma da pressão de vapor dos componentes puros individuais. A pressão total de vapor da mistura torna-se igual à pressão atmosférica, e a mistura ferve numa temperatura menor que o ponto de ebulição de qualquer um dos componentes. Para dois líquidos imiscíveis A e B: Ptotal = PoA + PoB Onde: PoA e PoB são as pressões de vapor dos componentes puros. Note que este comportamento é diferente daquele observado para líquidos miscíveis, onde a pressão total de vapor é a soma das pressões de vapor parciais dos componentes. Para dois líquidos miscíveis A e B: Ptotal= XA PoA + XB PoB Onde: XAPoA e XBPoB correspondem às pressões parciais de vapor. A destilação por arraste a vapor pode ser utilizada nos seguintes casos: 1. Quando se deseja separar ou purificar uma substância cujo ponto de ebulição é alto e/ou apresente risco de decomposição; 2. Para separar ou purificar substâncias contaminadas com impurezas resinosas; 3. Para retirar solventes com elevado ponto de ebulição, quando em solução existe uma substância não volátil; 4. Para separar substâncias pouco miscíveis em água cuja pressão de vapor seja próximas a da água a 100C. Os óleos fixos são elementos energéticos e estão associados a proteínas e carboidratos. Com função de evitar perda de água pelas plantas, eles estão espalhados por todo vegetal, principalmente nas sementes. Geralmente são solúveis em éter, clorofórmio e outros solventes orgânicos e insolúveis em água. Quando purificados, são incolores de sabor e odor suaves. Quando muito aquecidos, liberam um odor acre devido à formação de aldeído acrílico, a acroleína. São untuosos ao toque e, quando filtrados em papel, deixam mancha permanente. Os óleos fixos, denominados genericamente de lipídios, são classificados como ésteres de álcoois e ácidos graxos de cadeia longa (triacilgliceróis) ou derivados e englobam as gorduras, os óleos e as ceras (Figura 2). São de grande valor na indústria alimentícia e na elaboração de sabões (sais de sódio ou potássio dos ácidos graxos). Em Farmácia, são utilizados como veículos de outros medicamentos (emulsões líquidas) ou emulsões sólidas (cremes), e alguns, como o óleo de rícino (mamona), têm propriedade terapêutica especial como purgativo. CH2-O-CO-R CH-O-CO-R' CH2-O-CO-R'' Figura 2. Estrutura geral dos triacilgliceróis. Quando se deseja extrair óleo fixo de uma fonte natural sólida prefere-se o método de extração contínua em um extrator Soxhlet. Em um extrator Soxhlet (Figura 3), o sólido é colocado em um cartucho apropriado (por exemplo, de celulose) na câmara do extrator. O solvente colocado no balão é aquecido e os vapores condensam-se na câmara do extrator, caindo sobre o material a extrair. Quando o nível do destilado na câmara de extração atingir o nível do sifão, a solução retornará ao balão. Esta metodologia torna a operação automática e menos laboriosa, além de empregar uma quantidade bem menor de solvente. Figura 3. Sistema para extração com Soxhlet. PARTE I: DESTILAÇÃO POR ARRASTE A VAPOR EXTRAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE CRAVO DA ÍNDIA METODOLOGIA: Neste experimento será extraído o óleo essencial de cravo da índia (Eugenia caryophyllata), o qual é rico em eugenol, 4-alil-2-metoxifenol (1), utilizando a técnica de destilação por arraste a vapor. Uma vez obtido o óleo, este deve ser separado da solução aquosa através de extrações com diclorometano. Traços de água presentes no solvente deverão ser retirados com a ajuda de um sal dessecante (sulfato de sódio anidro). Caso deseje-se purificar o composto majoritário ou caracterizá-lo através de suas propriedades físicas, uma das maneiras é convertê-lo em um derivado. Este derivado poderá ser obtido através da reação do eugenol com cloreto de benzoíla. O produto formado é o benzoato de eugenila (2), um composto cristalino com ponto de fusão bem definido. HO CH3O 1 O CH3O O 2 PhCOCl NaOH PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: Monte a aparelhagem conforme a Figura 1b. A fonte de calor é uma manta elétrica. Coloque os cravos da Índia triturados num balão e adicione a quantidade de água apropriada conforme orientação do professor. Inicie o aquecimento de modo a ter uma velocidade de destilação lenta, mas constante. Após este período, extraia o destilado com três porções de cloreto de metileno (30 mL, cada). Separe as camadas e despreze a fase aquosa. Seque a fase orgânica com sulfato de sódio anidro. Filtre a mistura em papel pregueado (diretamente em um balão de fundo redondo previamente tarado), lave com uma pequena porção de CH2Cl2 e em seguida retire o solvente no evaporador rotativo. Calcule a porcentagem de extração deste óleo, baseado na quantidade original de cravo usada. Reserve este material para análises cromatográficas futuras. PARTE II: EXTRAÇÃO DE ÓLEOS FIXOS A PARTIR DE MATERIAL BIOLÓGICO PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: Siga as instruções apresentadas na Figura 3. Coloque a quantidade de material biológico no cilindro poroso de papel filtro e insira-o no aparelho Soxhlet (observe as orientações do professor). Utilize aproximadamente 200 mL de solvente (n-hexano ou éter de petróleo) para a extração, com refluxo por 1-2 horas. Em seguida, interrompa o processo, espere esfriar e retire todo o solvente por evaporação no rotaevaporador. Pese o material seco e reserve este extrato bruto para análises cromatográficas futuras. PÓS-LABORATÓRIO: 1. Qual o ponto de ebulição do eugenol? (Dica: consulte nos catálogos como Index Merck, Handbook, etc.). 2. Baseado no peso original de cravo da Índia e de amendoim, calcular a porcentagem de recuperação do óleo essencial e do óleo fixo, respectivamente, considerando que as impurezas presentes nos extratos são insignificantes. 3. Por que a destilação por arraste a vapor é preferida à destilação simples quando se trata de óleos essenciais? 4. Os constituintes de um óleo essencial particular podem ser separados por destilação fracionada a pressão reduzida, cristalização ou cromatografia. Supondo que, com óleoessencial de cravo, nenhum dos procedimentos acima citados poderia ser adotado para separar os seus componentes (eugenol e acetato de eugenila). Nesse caso, proponha as equações das reações mostrando como o eugenol pode ser separado (quimicamente!!!) do seu derivado acetilado. Eugenol: R = H Acetato de eugenila: R = Ac CH3O RO 5. Apresente a reação entre o eugenol e NaOH e escreva estruturas de ressonância que mostrem como o ânion do eugenol é estabilizado. 6. Apresente o mecanismo de reação entre o eugenol e cloreto de benzoíla. 7. Que outro reagente poderia ser utilizado no lugar do cloreto de benzoíla, visando a preparação do benzoato de eugenila? 8. Cite outros exemplos de compostos orgânicos (aromáticos ou não) que podem ser extraídos de fontes naturais, tais como: casca da laranja, anis estrelado, noz moscada, eucalipto, hortelã, capim-limão, pau rosa, etc. 9. Cite exemplos e apresente a função dos agentes dessecantes? 10. Como funciona um extrator do tipo Soxhlet? EXPERIMENTO 05 EXTRAÇÃO COM SOLVENTES REATIVOS INTRODUÇÃO O método de extração com solvente é um processo simples, empregado na separação e isolamento de substâncias componentes de uma mistura, ou ainda na remoção de impurezas solúveis indesejáveis. Este último processo é, geralmente, denominado de lavagem. A técnica da extração envolve a separação de um composto, presente na forma de uma solução ou suspensão em um determinado solvente, através da agitação com um segundo solvente, no qual o composto orgânico seja mais solúvel e que seja pouco miscível com o solvente que inicialmente contém a substância. Quando as duas fases são líquidos imiscíveis, o método é conhecido como "extração líquido-líquido". Neste tipo de extração o composto estará distribuído entre os dois solventes. O sucesso da separação depende da diferença de solubilidade do composto nos dois solventes. Geralmente, o composto a ser extraído é insolúvel ou parcialmente solúvel num solvente, mas é muito solúvel no outro solvente. A água é usada como um dos solventes na extração líquido-líquido, uma vez que a maior parte dos compostos orgânicos é imiscível em água e porque ela dissolve compostos iônicos ou altamente polares. Os solventes mais comuns que são compatíveis com a água na extração de compostos orgânicos são: éter etílico, éter diisopropílico, benzeno, clorofórmio, tetracloreto de carbono, diclorometano e éter de petróleo. Estes solventes são relativamente insolúveis em água e formam, portanto, duas fases distintas. A seleção do solvente dependerá da solubilidade da substância a ser extraída e da facilidade com que o solvente possa ser separado do soluto. Nas extrações com água e um solvente orgânico, a fase da água é chamada "fase aquosa" e a fase do solvente orgânico é chamada "fase orgânica". Para uma extração líquido-líquido, o composto encontra-se dissolvido em um solvente A e para extraí-lo, emprega-se outro solvente B, e estes devem ser imiscíveis. A e B são agitados e o composto então se distribui entre os dois solventes de acordo com as respectivas solubilidades. A razão entre as concentrações do soluto em cada solvente é denominada "coeficiente de distribuição ou de partição", (K). Assim: C CB K (Equação 1) Onde: CA = concentração do composto no solvente A (em g/mL); CB = concentração do composto no solvente B (em g/mL). De uma maneira geral, para deduzir a fórmula que expressa o processo de extração, supõe-se que: S = quantidade em gramas do soluto no solvente A; VB = Volume de B (em mL); VA = Volume de A (em mL); X = quantidade, em gramas, do soluto extraído. Assim, depois de uma extração, a concentração de S no solvente A será: A A V XS C (Equação 2) A concentração em B será: C X V B B (Equação 3) Uma conseqüência da lei de distribuição é a sua importância prática ao se fazer uma extração. Se um dado volume total VB do solvente for utilizado, pode-se mostrar que é mais eficiente efetuar várias extrações sucessivas (isto é, partilhar o volume VB em n frações), e a isto se denomina "extração múltipla", sendo mais eficiente do que "extração simples". Para o desenvolvimento da técnica de extração pode-se usar um solvente extrator que reaja quimicamente com o composto a ser extraído. A técnica de extração por solventes quimicamente ativos depende do uso de um reagente (solvente) que reaja quimicamente com o composto a ser extraído. Está técnica geralmente é empregada para remover pequenas quantidades de impurezas de um composto orgânico ou para separar os componentes de uma mistura. Incluem-se, entre tais solventes: soluções aquosas de hidróxido de sódio, bicarbonato de sódio, ácido clorídrico, etc. Pode-se empregar uma solução aquosa básica para remover um ácido orgânico de sua solução em um solvente orgânico, ou para remover impurezas ácidas presentes num sólido ou líquido insolúvel em água. Esta extração é baseada no fato de que o sal sódico do ácido é solúvel em solução aquosa básica. Da mesma maneira, um composto orgânico básico pode ser removido de sua solução em um solvente orgânico, pelo tratamento com solução aquosa ácida. Uma extração pode ser: a) Descontínua: Consiste em agitar uma solução aquosa com um solvente orgânico num funil de separação, a fim de extrair determinada substância. Agita-se o funil cuidadosamente, inverte-se sua posição e abre-se a torneira, aliviando o excesso de pressão. Fecha-se novamente a torneira, agita-se mais uma vez o funil e relaxa-se a pressão interna, conforme Figura 1. Repete-se este procedimento algumas vezes. Recoloca-se o funil de separação no suporte, para que a mistura fique em repouso. Quando estiverem formadas duas camadas delineadas, deixa-se escorrer a camada inferior (a de maior densidade) em um erlenmeyer (Figura 1). Repete-se a extração usando uma nova porção do solvente extrator. Normalmente não são necessários mais do que três extrações, mas o número exato dependerá do coeficiente de partição da substância que está sendo extraída entre os dois líquidos. Figura 1: Processo de extração “líquido-liquído”: duas soluções de líquidos imiscíveis sendo separadas e como agitar um funil de separação durante o processo. b) Contínua: Quando o composto orgânico é mais solúvel em água do que no solvente orgânico (isto é, quando o coeficiente de distribuição entre solvente orgânico e água é pequeno), são necessárias grandes quantidades de solvente orgânico para se extrair pequenas quantidades da substância. Isto pode ser evitado usando o extrator tipo Soxhlet (Figura 2), aparelho comumente usado para extração contínua com um solvente quente. Neste sistema apenas uma quantidade relativamente pequena de solvente é necessária para uma extração eficiente. Figura 2: Um extrator tipo Soxhlet. METODOLOGIA Neste experimento será separada uma mistura de três compostos orgânicos: - naftol, ácido benzóico e p-nitroanilina utilizando extração contínua e clorofila do capim, utilizando extração contínua. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL EXTRAÇÃO DESCONTÍNUA: Pese 0,5 g de cada um dos seguintes compostos: -naftol, ácido benzóico e p- nitroanilina. Junte os três compostos em um erlenmeyer e dissolva em 50 mL de éter etílico. Transfira a solução etérea para um funil de separação e extraia com soluções aquosas na ordem descrita abaixo, mantendo a solução etérea no funil (nota: durante o processo de extração abra a torneira do funil de separação periodicamente, permitindo a equiparação depressão). 1- Extrair com HCl 10% (3x) usando porções de 15 mL. Combinar as frações aquosas e neutralizar com NaOH (conc.). Recuperar o precipitado por filtração a vácuo. Qual o composto isolado? 2- Extrair com NaHCO3 10% (3x) usando porções de 15 mL. Combinar as frações aquosas e neutralizar, vagarosamente, com HCl concentrado e com agitação branda. Recuperar o precipitado por filtração a vácuo. Qual composto foi extraído? 3- Extrair com NaOH 10% (3x), com porções de 15 mL. Combinar as frações aquosas, neutralizar com HCl concentrado. Recuperar o precipitado por filtração a vácuo. Qual composto foi extraído nesta etapa? 4- Secar os produtos sólidos entre papéis de filtro e depois em dessecador a vácuo. Pesar todos os compostos. PÓS-LABORATÓRIO 1- Preencha a tabela abaixo com os dados experimentais: ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3 COMPOSTO EXTRAÍDO MASSA (g) RECUPERAÇÃO (%) 2- Forneça as equações das reações ocorridas nas etapas 1,2 e 3 da extração. 3- Qual o princípio básico do processo de extração com solventes? 4- Por que a água é geralmente usada como um dos solventes na extração líquido- líquido? 5- Quais as características de um bom solvente para que possa ser usado na extração de um composto orgânico em uma solução aquosa? 6- Qual fase (superior ou inferior) será a orgânica se uma solução aquosa for tratada com: a) éter etílico b) clorofórmio c) acetona d) n-hexano e) benzeno 7- Pode-se usar etanol para extrair uma substância que se encontra dissolvida em água? Justifique sua resposta. 8- Deseja-se separar um composto A a partir de 500 mL de uma solução aquosa contendo 8,0 g de A. Utilizando-se éter etílico como solvente para a extração, quantos gramas de A seriam extraídos (Assuma que o coeficiente de distribuição éter etílico/água é igual a 3): a) Com uma única extração usando 150 mL de éter etílico? b) Com 3 extrações sucessivas de 50 mL de éter etílico cada uma? 9- Esquematize uma sequência plausível de separação, usando extração líquido-líquido, de uma mistura equimolar composta de N,N-dietilanilina (solubilidade em água 0,016 g/mL, muito solúvel em éter), acetofenona (insolúvel em água, solúvel em éter) e 2,4,6-triclorofenol (solubilidade em água de 0,0008 g/mL, muito solúvel em éter). EXPERIMENTO 06 CROMATOGRAFIA EM CAMADA DELGADA 1- INTRODUÇÃO Os métodos mais eficientes de separação de misturas de compostos orgânicos são os métodos cromatográficos. A cromatografia pode ser definida como a separação de uma mistura de dois ou mais compostos pela distribuição entre duas fases (uma estacionária e outra móvel). Os vários tipos de cromatografia dependem da natureza das duas fases envolvidas e de sua interação diferencial com as substâncias a serem separadas. Assim, pode-se distinguir diferentes tipos de cromatografia: Cromatografia líquido-sólido: a fase móvel é um líquido e a fase estacionária é m sólido. Cromatografia líquido-líquido: ambas as fases são líquidos e na fase estacionária o líquido pode estar ligado a um suporte sólido. Cromatografia gás-líquido: a fase móvel é um gás e a fase estacionária é um líquido não volátil sobre o suporte sólido. Cromatografia gás-sólido: a fase móvel um gás e a fase estacionária é um sólido. A mistura a ser separada se deposita sobre a fase estacionária e a fase móvel percorre o sistema deslocando os componentes da mistura em velocidades distintas que dependem da afinidade dos mesmos por cada uma das fases (Figura 1). Eluição é o termo usado para a migração dos componentes da mistura ao longo da fase estacionária impulsionados pela fase móvel. Figura 1. Eluição dos componentes de uma mistura. Existem outras classificações para os diferentes tipos de cromatografia: a) Em função da interação que se estabelece entre os componentes da mistura e as fases móvel e estacionária: Cromatografia de adsorção: a separação se baseia nas diferenças de solubilidade dos componentes da mistura, sendo a fase estacionária um sólido. Cromatografia de partição: a separação se baseia nas diferenças de solubilidade dos componentes da mistura entre as duas fases sendo ambas líquidas. Cromatografia de troca iônica: são produzidas trocas entre íons presentes na fase estacionária e aqueles do composto orgânico solubilizado e ionizado na fase móvel. Cromatografia de bioafinidade: baseado nas interações da amostra com grupos contendo especificidade biológica (ex. antígenos, enzimas, etc.), ligados quimicamente a um suporte. Cromatografia de exclusão: processo puramente mecânico de separação, baseado na facilidade de penetração dos poros da fase estacionária por moléculas de tamanho distintos. b) Em função da forma física do sistema empregado para a fase estacionária: Cromatografia em coluna: utiliza como suporte um tubo cilíndrico (geralmente de vidro). Cromatografia planar: o suporte é uma placa de vidro, alumínio ou plástico. Podemos utilizar a cromatografia para: o Conhecer o número de componentes de uma mistura e identificá-los por comparação com padrões, Cromatografia Analítica. o Separar misturas de compostos e como método de purificação, Cromatografia Preparativa. A cromatografia em camada delgada, CCD (ou TLC, do inglês “thin layer chromatography”), é um tipo de cromatografia sólido-líquido, na qual a fase móvel é o solvente de desenvolvimento e a fase estacionária é constituída, em geral, por uma camada de sílica-gel. 2- METODOLOGIA: Cada grupo receberá uma placa cromatográfica, a qual foi previamente dividida com o auxílio de um estilete. As substâncias a serem analisadas serão disponibilizadas pelo professor (óleo do cravo da índia, lipídeos de material biológico, -naftol e anilina) deverão ser dissolvidas em cerca de 10 mg/mL de solvente apropriado. Todas as amostras deverão ser aplicadas a uma distância de aproximadamente 1,0 cm da base da placa, com o auxílio de um capilar e deverão ter de 1 a 2 mm de diâmetro (Figura 2). As amostras deverão ser aplicadas na placa na ordem indicada a seguir: 1. Óleo de cravo da índia 2. Lipídeos de material biológico 3. -Naftol 4. Anilina Aplicar as amostras dissolvidas em cloreto de metileno em uma das extremidades da placa. Desenvolver (“correr”) a cromatografia em uma cuba contendo hexano/acetato de etila (9:1) até a marca feita na placa (Figura 2). Retirar a placa e deixar evaporar o solvente. Figura 2: Cuba de cromatografia com placa em desenvolvimento (CCD). REVELAÇÃO DAS PLACAS As placas deverão ser reveladas primeiramente com lâmpada ultravioleta. (Cuidado! Não olhe diretamente na luz). Os contornos das manchas observadas deverão ser marcados com o auxílio de um lápis ou estilete e, em seguida, as placas deverão ser reveladas em cuba contendo um revelador (por exemplo, saturada com vapores de iodo ou com p- anisaldeído em meio ácido) para cálculo dos fatores de retardamento (Rf´s) (Figuras 3 e 4). Figura 3: Fatores de retardamento (Rf’s) de amostras em CCD. Figura 4: Separação de dois componentes A e B de uma mistura. (a) Eluente pouco polar; (b) Eluente de polaridade adequada; (c) Eluente muito polar. 3- PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL: 1. Aplica-se em pontos separados, através de tubos capilares, uma gotinha das soluções das amostras em uma mesma placa de cromatografia, a 1 cm da borda inferior da placa e mantendo-se cerca de 1 cm de distância entre os pontos de aplicação. 2. Introduz-se a placa na cuba com o solvente de desenvolvimento apropriado, de modoque o nível do líquido fique abaixo dos pontos de aplicação. Espera-se o desenvolvimento do cromatograma mantendo-se a cuba fechada. 3. Quando à frente do solvente ficar a 1 cm (registre essa distância) da borda superior da placa, retira-se e deixa-se secar totalmente ao ar (5 minutos). 4. Antes da revelação, verifica-se o cromatograma na lâmpada UV. Marca-se o contorno das manchas das substâncias ativas no UV, cuidadosamente, com o auxílio de uma lapiseira. 5. Para revelação definitiva, insere-se a placa em um recipiente cilíndrico e seco de tamanho adequado contendo um pouco do revelador e coberto com um vidro de relógio. Espera-se o surgimento de manchas na placa. 6. Registrar as distâncias percorridas pela frente do solvente e pelos componentes de cada amostra analisada. 7. Repetir o procedimento com uma mistura de hexano/acetato de etila (1:1) como eluente. PÓS-LABORATÓRIO 1. Com base no experimento realizado, apresente um desenho do seu cromatograma revelado na luz ultravioleta e no revelador utilizado. 2. Determinar os Rf´s de todos os componentes das amostras analisadas. 3. Supondo a necessidade de emitir parecer técnico em relação ao óleo essencial de cravo da Índia, você poderia inferir no parecer que inequivocamente o mesmo contêm eugenol? Você pode inferir que seu óleo também contém acetato de eugenila e cariofileno? Ou nenhum deles? Explique. 4. Com base nos Rf´s dos componentes de sua amostra e considerando aspectos estruturais dos constituintes do óleo do cravo da Índia, faça uma correspondência entre as manchas observadas e os componentes do óleo do cravo. 5. Observe o aspecto da sua cromatoplaca quando revelada sob luz ultravioleta e no outro revelador e diga quantos componentes foram detectados em cada amostra. Considerando os aspectos estruturais dos constituintes do óleo do cravo da Índia e do óleo de amendoim, você avalia como coerente os resultados da comparação? Explique. EXPERIMENTO 07 REAÇÕES DE CARACTERIZAÇÃO DE GRUPOS FUNCIONAIS Grupos funcionais presentes em uma amostra desconhecida podem ser caracterizados aplicando-se testes de funcionalidade adequados. Por meio desses testes, funções muito parecidas podem ser facilmente diferenciadas, como por exemplo: aldeídos de cetonas, acetilenos de olefinas, álcoois de éteres, etc. Em geral esses testes são muito simples e rápidos. Embora os métodos espectrométricos modernos sejam muito mais eficientes, os testes de caracterização de grupos funcionais muitas vezes ainda são usados para elucidar questões duvidosas sob o ponto de vista das técnicas espectrométricas. Cada grupo funcional apresenta certas reações características, razão pela qual são utilizadas como reações de identificação. Estas reações são testes qualitativos que permitem caracterizar uma determinada funcionalidade observando-se uma transformação química através de mudanças físicas provocadas pela reação. Algumas dessas mudanças não são fáceis de serem observadas, mas são úteis num determinado instante particular. De forma geral, os testes de análise funcional devem ser realizados à pressão atmosférica e num intervalo de tempo relativamente pequeno. A partir de evidências experimentais, deduz-se o grupo funcional ou os grupos funcionais que provavelmente estão presentes na amostra desconhecida, realizando-se os ensaios por meio de reagentes apropriados à classificação. Listados abaixo encontramos os mais importantes testes de análise funcional, organizados por classes funcionais, inclusive com as instruções para o respectivo emprego. O estudante é fortemente aconselhado a não efetuar ensaios desnecessários, pois não somente constituem uma perda de tempo e reagente bem como aumentam a possibilidade de erro. Sugere-se a leitura de obras especializadas em que são discutidas em profundidade as limitações de cada teste. 1. Reações de caracterização de hidrocarbonetos insaturados (Testes para identificação alcenos e alcinos) A ligação múltipla é o grupo funcional reativo em alcenos e alcinos devido à pronta disponibilidade dos elétrons , podendo sofrer uma série de reações químicas incomuns em outras classes de substâncias orgânicas. Usualmente, os testes de insaturação mais utilizados para determinar a presença de uma ligação múltipla em amostras orgânicas são os testes de adição de bromo e oxidação com permanganato (teste de Bayer). 1a. Ação da solução de permanganato de potássio (Teste de Bayer). Coloque cerca de 5 gotas de uma amostra desconhecida em um tubo de ensaio, adicione cerca de 5 gotas de uma solução de permanganato de potássio 0,5% (KMnO4) e agite bem. Observe a coloração da solução. Se a solução “descorar”, adicione mais algumas gotas da solução de KMnO4, Agite e observe. Observe se ocorre alguma mudança na cor ou na temperatura. 1b. Ação da água de bromo (Br2/H2O) Coloque aproximadamente 10 gotas da amostra desconhecida em um tubo de ensaio. Adicione, gota a gota, uma solução de água de bromo (~ 8 gotas), sob agitação, observando o que acontece a cada adição. 1c. Ação do bromo dissolvido em solvente orgânico (Br2/CCl4). Coloque aproximadamente 10 gotas da amostra desconhecida em um tubo de ensaio. Adicione, gota a gota, uma solução de bromo dissolvido em tetracloreto de carbono (Br2 /CCl4 ) (~8 gotas), sob agitação, observando o que acontece a cada adição. Observe se há desprendimento de gás bromídrico. 2. Reações de caracterização de aldeídos e cetonas (Teste com 2,4 dinitrofenilhidrazina) Colocar 5 gotas da amostra desconhecida em um tubo de ensaio limpo. Adicionar ao tubo 0,5 mL (~10 gotas) de uma solução de 2,4-dinitrofenilhidrazina. Agitar o tubo por 5 minutos. Anotar o ocorrido e explicar quimicamente o que aconteceu. 2a. Reações de caracterização de aldeídos (Ensaio de Tollens) O óxido de prata é um agente redutor brando. Uma solução de óxido de prata diluída em amônia aquosa (reagente de Tollens) oxida um aldeído, mas é muito fraco para oxidar álcoois ou outros grupos funcionais. Uma vantagem de usar o reagente de Tollens para oxidar aldeídos é que a reação ocorre em condições básicas. Portanto, você não terá de se preocupar com nenhum dano em outro grupo funcional da molécula, que poderia sofrer uma reação em meio ácido. O agente oxidante no reagente de Tollens é a Ag+, que é reduzida à prata metálica. O teste de Tollens é baseado nessa reação: se o reagente de Tollens for adicionado a uma pequena quantidade de aldeído em um tubo de ensaio, a parte interna do tubo apresentará uma camada espelhada de prata metálica. O reagente de Tollens é preparado (no dia de sua utilização) misturando-se 2 mL de uma solução de AgNO3 a 5% e uma gota de uma solução de NaOH a 10% seguido de agitação. Posteriormente, adiciona-se, gota a gota, uma solução de NH4OH a 10% com agitação, até que o precipitado de hidróxido de prata se dissolva totalmente, obtendo-se uma solução transparente. Agita-se e deixa-se em repouso por 10 minutos. Para realização do ensaio, colocar 0,5 mL (~ 10 gotas) da amostra a ser testada Em um tubo de ensaio muito limpo, e adicionar 0,5 mL do reagente de TOLLENS recém- preparado. (Quando a amostra for sólida usar aproximadamente 10 mg). 2b. Reações de caracterização de cetona (Ensaio de Bissulfito) Adicione cerca de 1 mL da amostra a ser testada em 3 mL de solução saturada fria de NaHSO3. O resultado positivo é a formação de um sólido cristalino, insolúvel no meio reacional. 3. Reações de caracterização de álcoois (Teste de Jones)Álcoois primários e secundários são rapidamente oxidados a ácidos carboxílicos e cetonas, respectivamente, pelo reagente de Jones. Esse reagente é preparado pela adição lenta de uma suspensão de 25 g CrO3 em 25 mL de ácido sulfúrico sobre 75 mL água destilada. Adicione 1 a 2 gotas da amostra a ser testada e depois 5-6 gotas do reagente de Jones. Observe se a mistura permanece límpida e alaranjada (cor do óxido de cromo) ou azul esverdeado túrbido (formação de Cr3+). Decida sobre o resultado do teste entre cinco a dez segundos após a adição dos reagentes. O teste de Jones também dá resultado positivo para aldeídos e/ou fenóis. R CHO Ag(NH3)2OH Ag RCOO NH4 NH3 H2O+ 2 2 + 3+ + reagente de Tollens espelho de prata 4. Reações de caracterização de fenóis Para determinar se há presença de fenol numa amostra desconhecida realize o procedimento apresentado na tabela abaixo. A formação de um complexo colorido indo de vermelho à violeta quando a amostra é tratada com cloreto férrico (FeCl3), é indicativo da presença deste grupo funcional e dependendo da quantidade de fenol presente. A maioria dos fenóis forma um complexo altamente colorido com FeCl3. Para amostras sólidas, dissolver 10 a 20 mg de amostra em 1 mL de água (ou etanol). Adicionar 5 gotas da solução de cloreto férrico a 1% e observar o desenvolvimento de cor . Solução de FeCl3 Controle Positivo Controle Negativo amostra - 2 mL de Etanol + FeCl3 1% 5 gotas 5 gotas PRÉ-LABORATÓRIO 1. Apresente a equação das reações em cada etapa. PÓS-LABORATÓRIO 1. Apresente a identificação dos compostos em cada etapa.
Compartilhar