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Fisiologia da Tosse

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Fisiologia da tosse
A tosse leva um grande número de pessoas aos Serviços médicos, perturbadas pelo desconforto do fenômeno, que interfere no sono, no estudo e nas atividades profissionais e sociais. É definida como expulsão súbita de ar dos pulmões, originada pela abertura da glote, produzindo um ruído explosivo. Funcionalmente, é eficaz mecanismo de defesa, direcionado impedir a entrada de material estranho no trato respiratório inferior e remover outros materiais não gasosos da árvore respiratória.
A tosse é uma manobra involuntária, aparentemente representada por um fenômeno exclusivamente vagal, desencadeada por receptores encontrados na parte inferior da orofaringe, ringe, trato respiratório inferior, especialmente carina e áreas bifurcação brônquica, além da membrana timpânica e do Cato auditivo externo. Os receptores neurais envolvidos parecem ser do tipo RAIR (Rapidly Adapting Irritant Receptors) e fibras C12. A estimulação desses receptores pode ser de origem inflamatória (edema, secreções e ulcerações), mecânica (poeira, corpo estranho, diminuição da pressão pleural), química (gases irritantes) e térmica (frio ou calor excessivo). As vias aferentes partem das zonas tussígenas, indo até o bulbo, mediadas pelo vago. As vias eferentes dirigem-se do bulbo à glote e aos músculos expiratórios e são formadas pelo nervo laríngeo inferior (recorrente), responsável pelo fechamento da glote, pelo nervo frênico e pelos nervos intercostais que inervam os músculos expiratórios.
Usualmente, a tosse tem início por inspiração rápida e de maior profundidade (cerca de 2,5 litros de ar são inspirados), sobrevêm o fechamento da glote, com duração de 0,2 segundos, durante os quais ocorre aumento da pressão abdominal, pleural e alveolar, alcançando 50 a 100 mmHg4. Este nível pressórico é obtido pelo diferenciado esforço expiratório, dependente de interações opostas desenvolvidas pelos músculos respiratórios da caixa torácica, abdominais e o diafragma. Os músculos abdominais se contraem, empurrando o diafragma para cima, enquanto outros músculos também se contraem intensamente. A glote é, então, aberta ativamente, enquanto a pressão subglótica mantém-se em ascensão. O fluxo expiratório em direção à boca acelera-se rapidamente, atingindo o seu pico em 30-50 milisegundos12, podendo exceder 12 litros por segundos. As oscilações do ar e do tecido determinam ruído explosivo característico.
Nesse período, ocorre colapso parcial da traquéia inferior e brônquios, contributivo ao pico transitório defluxo observado no ápice da expiração sustentada. Cerca de 0,5 segundo após, ocorrida a expiração de um litro de ar, o fluxo cessa dependente cio fechamento da glote, determinando a queda ela pressão alveolar a zero.
A tosse apresenta certas características quanto à freqüência, intensidade, tonalidade, presença ou não de expectoração, sendo produtiva ou seca.
A tosse seca, pode ter origem nos brônquios, em áreas fora da arvore respiratória, como no canal auditiva externo, na laringe, nos seios paranasais, no palato mole, e pelo uso de inibidores da enzima conversora da angiotensina.

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