Buscar

Aula de teoria do conhecimento 2º ano

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula de teoria do conhecimento
O senso comum e a definição de conhecimento
O senso comum pode ser definido em linhas gerais como o juízo natural e primitivo da razão humana, e se encontra a princípio em todas as pessoas. O senso comum também se caracteriza pela atitude acrítica perante dos fenômenos do mundo, porquanto, sustenta crenças sem qualquer reflexão prévia. Essas crenças são geralmente compartilhadas por um povo, uma nação, ou mesmo pelo gênero humano, e se expressam nos costumes, nos valores, na religiosidade, no modo de viver, e de falar. Além do mais, o conhecimento pertencente ao senso comum é formado de crenças mais ou menos fundadas, amiúde verdadeiras, porém, é sempre imperfeito, pois é incapaz de demonstrar as razões que fundamentam essas crenças. Destarte, o conhecimento correspondente ao senso comum é simplesmente empírico, porque se caracteriza por crenças acumuladas no decorrer da vida, através de experiências, do hábito, e da observação, as quais são transmitidas de forma oral ou escrita de uma geração para outra. 
O filósofo Platão ( 327-347 a. C. ) nos legou a definição de conhecimento que se tornou paradigmática na história da filosofia, conhecida como análise tradicional ou análise tripartide do conhecimento. Segundo a definição de Platão no Teeteto o conhecimento é uma crença verdadeira e justificada.[1: MOSER, Paul K. A teoria do conhecimento: uma introdução temática, p. 17.][2: PLATÃO. Teeteto, 210a.]
Com efeito, o conhecimento, a princípio, é uma espécie de crença. E a crença é uma condição necessária para o conhecimento. Porquanto, seria um absurdo alguém possuir o conhecimento de algo e concomitantemente não acreditar nele. Por isto, a crença é um pré-requisito para a aquisição do conhecimento. 
Contudo, a crença não é suficiente para se obter o conhecimento, porque obviamente existem crenças que não representam nenhum conhecimento, simplesmente por serem falsas. Assim, para se ter um conhecimento verdadeiro é preciso que a crença seja correta, porquanto, é impossível saber algo falso. Sendo assim, na concepção de Platão a segunda condição para o conhecimento filosófico é a existência da verdade. Mas, qual é a definição de verdade mais aceita em filosofia? A definição de verdade como correspondência é a mais acolhida e foi pela primeira vez formulada por Platão nos seguintes termos: “Verdadeiro é o discurso que diz as coisas como são; falso é aquele que as diz como não são”. Aristóteles, por sua vez assegura que negar “aquilo que é e afirmar aquilo que não, é falso, enquanto afirmar o que é e negar o que não é, é a verdade”. A verdade, então, pode ser definida como a correspondência entre o sujeito e o objeto, ou entre a ideia e a coisa. Além disso, a medida ou o critério da verdade é o objeto ou a coisa, não o pensamento ou o discurso. Assim, uma coisa não é branca porque se afirme como verdade que ela assim é, mas afirma-se com verdade que é branca porque de fato é na realidade. A verdade é advinda de como as coisas são, de fato, no mundo. Assim sendo, as afirmações verdadeiras correspondem de algum modo à realidade, e as afirmações falsas não correspondem ao estado real das coisas no mundo.[3: PLATÃO. Crátilo. 385b.][4: ARISTÓTELES. Metafísica. Livro IV, capítulo 7,1011b 26.][5: Ibid. Livro IX, capítulo, 10,1051 b 5.]
No entanto, a crença verdadeira também não é suficiente para a aquisição do conhecimento. Isto ocorre porque para uma crença verdadeira ser um conhecimento é imprescindível a justificação. Desse modo, a justificação de uma crença tem de incluir boas razões pelas quais a crença é considerada verdadeira. Pois, se existem bons motivos para corroborar a verdade de uma crença, e essa crença for justificada por razões consistentes, então, o conhecimento é adquido. 
Assim, o que distingue basicamente o conhecimento pertencente ao senso comum do conhecimento filosófico é a ausência naquele de demonstração ou de justificação, pois o senso comum, conforme já frisado, é formado de crenças mais ou menos fundadas, frequentemente verdadeiras, mas é incapaz de evidenciar as razões que fundamentam essas crenças. 
1.1 Tipos de verdade
Pode-se dizer que existem três tipos de verdade: a lógica, a ontológica e a moral:
*A verdade lógica é a correspondência entre a ideia e o objeto conhecido: por exemplo, 2 mais 2 é igual a 4. 
* A verdade ontológica é a correspondência entre a ideia e o próprio ser das coisas: por exemplo: a declaração “a neve é branca” é verdadeira se de fato a neve for objetivamente branca no próprio ser das coisas.
* E a verdade moral, também chamada de veracidade, é a correspondência da linguagem com o pensamento.
2. O ceticismo
 O ceticismo corresponde a corrente epistemológica que nega a possibilidade de o sujeito apreender o objeto. Segundo o ceticismo o sujeito não pode apreender o objeto. O conhecimento no sentido de uma apreensão real do objeto seria impossível. Com efeito, a definição de verdade como uma correspondência não seria negada pelo ceticismo, mas sim a possibilidade da correspondência entre o sujeito e o objeto. Além disso, a negação da possibilidade do conhecimento pode ocorrer de duas maneiras, ora de maneira geral, como é o caso do ceticismo radical, ora de maneira parcial, a exemplo do agnosticismo, do solipsismo, e do ceticismo metódico.
2.1 O ceticismo radical
 O ceticismo radical assegura a impossibilidade do conhecimento em geral e sua origem remonta à Grécia antiga: Pirro de Élis (360 a.C. — 270 a.C. ) foi um filósofo grego, nascido na cidade de Élis, considerado o primeiro filósofo cético e fundador da escola que veio a ser conhecida como pirronismo. Os princípios de sua obra são expressos, em primeiro lugar, pela palavra acatalepsia que define a impossibilidade de se conhecer a própria natureza das coisas. Em segundo lugar pela palavra epokhé porquanto, qualquer afirmação pode ser contraditada por argumentos igualmente válidos, por isto, é necessário preservar uma atitude de suspensão intelectual. Em terceiro lugar, estes resultados são aplicados na vida em geral. E dado que nada pode ser conhecido, a única atitude adequada é ataraxia, que significa "despreocupação".
2.2. O agnosticismo.
O agnosticismo é a concepção de que a razão humana é incapaz de demonstrar a existência de Deus, ou sua inexistência. O termo foi cunhado pelo naturalista inglês Tomas Huxley em 1879 para indicar a atitude de quem se recusa a admitir soluções para os problemas que não podem ser tratados com os métodos das ciências positivas, sobretudo, os problemas metafísicos e religiosos. Desde então o termo foi usado para designar a atitude dos cientistas de orientação positivista em face do absoluto, de Deus. Com efeito, para o agnosticismo o valor de verdade de certas afirmações sobre a existência ou não existência de qualquer divindade, ou coisas deste jaez é incognoscível, ou seja, é impossível de conhecer. 
2.3 O solipsismo e a teoria do cérebro numa cuba
O solipsismo é a concepção de que a única realidade é o próprio eu, e que tudo o mais não tem existência em si própria, ou não se pode comprovar tal existência. O mundo e as outras pessoas seriam uma projeção da mente. Um ser humano pode duvidar de tudo, mesmo das impressões que lhe chegam através dos sentidos. Pode supor que tudo o que ouve, vê, e sente, sejam meras ilusões. Talvez o mundo não exista e ele nem sequer tenha corpo, talvez nem mesmo cérebro, mas com certeza há pelo menos uma "substância" que sente e pensa, a saber, o eu. Assim sendo, para o solipsismo não é possível ter certeza da existência de outras mentes. Só é possível ter conhecimento da existência da própria mente. 
Existe outra teoria que questiona a objetividade do mundo exterior, a qual, se verdadeira, seria apreendida através dos órgãos dos sentidos. A teoria recebe o nome de teoria do cérebro numa cuba. Segundo a experiência imaginada pelo filósofo Hilary Putnam o cérebro de uma pessoa poderia ser suspenso em um líquido dentro de uma cuba ou tanque para mantersua vida, conectando nele fios que o ligam a uma espécie de super computador, que lhe envia impulsos similares àqueles que o cérebro recebe normalmente dos órgãos dos sentidos, criando para o cérebro uma realidade artificial, ilusória. Assim sendo, o sujeito com o cérebro numa cuba poderia ver as coisas, tocá-las, sentir cheiros e sabores, e até ouvir sons. Acreditaria ter um corpo, receberia sinais elétricos que seriam considerados reais, entretanto, tudo não passaria de uma ilusão. O sujeito, portanto, viveria num mundo irreal, enquanto o seu cérebro estaria preso num laboratório. Diante do exposto até aqui é possível questionar a validade dos nossos juízos sobre o mundo exterior. Porquanto, se a realidade pode ser simulada, que garantia epistêmica teríamos de que o mundo que nos cerca possui uma realidade objetiva?
2.4 Ceticismo metódico
O ceticismo metódico foi primeiramente empregado por Sócrates, e depois por Descartes, e consiste em duvidar de todos os conhecimentos que não sejam irredutivelmente evidentes.
2.4.1 O ceticismo metódico de René Descartes
 Segundo Descartes, por exemplo, tudo aquilo que não for completamente evidente e tudo aquilo que já nos tenha enganado no passado não pode ser considerado conhecimento verdadeiro. Por isso, a primeira regra do seu método defendia que nunca devemos aceitar como verdadeira alguma coisa sem a conhecer evidentemente como tal: isto é, evitar cuidadosamente a precipitação e o preconceito; não incluir nos nossos juízos senão o que se apresentasse tão clara e tão distintamente ao nosso espírito que não tivéssemos nenhuma ocasião para o pôr em dúvida.
O filósofo René Descartes no início de suas Meditações Metafísicas assegura que os sistemas filosóficos que o antecederam, sobretudo os da escolástica, não puderam oferecer princípios firmes e constantes em matéria de ciência. Desta forma, para que seja possível estabelecer o que é firme e constante nas ciências o filósofo propõe rejeitar como verdadeiro tudo quanto nestes sistemas é passível de dúvida. Todavia, não podendo duvidar de todas as doutrinas das diversas filosofias, o que exigiria um trabalho infinito, Descartes prefere duvidar dos princípios sobre os quais estas filosofias estavam assentadas.
Primeiramente, nenhuma filosofia, até então, duvidara da realidade objetiva do mundo exterior, e, por conseguinte, dos dados obtidos pelos sentidos. E como Descartes propõe solapar os fundamentos de todas as opiniões que havia recebido em matéria de filosofia, precisa colocar em dúvida a realidade do mundo exterior, a qual é apreendida pela sensação, e ele o faz através do argumento do sonho. Ora, nos sonhos as pessoas tem a impressão de as imagens não somente são reais, mas inquestionáveis. Contudo, quando acordam percebem que não passam de meras ilusões. Com efeito, assim como os sonhos não passam de ilusões, não haveria também garantia de que as impressões dos sentidos não sejam ilusões. Destarte, se a existência do mundo exterior e os dados dos sentidos não puderam resistir ao método da dúvida hiperbólica devem ficar suspensos por tempo indeterminado.
Em segundo lugar, nenhum sistema filosófico havia duvidado da certeza oriunda das relações matemáticas. Todavia, as certezas matemáticas, segundo Descartes, também podem ser questionadas através do método da dúvida hiperbólica. Para tanto, o filósofo lança mão do argumento do gênio maligno: imagina a existência de um poderosíssimo ser que emprega toda a sua indústria com o intuito de nos enganar acerca daquilo que nos parece mais indubitável. Desta forma, a soma de 2 e 3 cujo resultado é sempre 5, bem como o fato de que o quadrado possui 4 lados, não passariam de engodos elaborados pelo gênio maligno com o intuito de nos enganar. Diante disto, as certezas matemáticas também não puderam resistir ao método da dúvida hiperbólica, por isto, precisam permanecer em suspensão. 
Após suspender todas as certezas no capítulo 1, Descartes encontra no capítulo 2 o objeto de suas investigações, isto é, o princípio firme e constante que pode tornar-se o primeiro fundamento das ciências. Este princípio possui o critério da indubitabilidade que o filósofo estabelecera no capítulo 1. Esta verdade fundamental é expressa pelo “penso, logo existo”. Com efeito, para que fosse possível duvidar daquilo que era tido por mais seguro, o mundo exterior e as verdades matemáticas, foi necessário a existência do eu para exercer a dúvida. Assim, se o eu pensante duvida de algo, necessariamente existe para realizar esta dúvida. Por isto, o cogito, o eu pensante, constitui-se o primeiro fundamento do edifício das ciências, porquanto, não é possível, em nenhuma instância, submete-lo à dúvida. Para Descartes, as ciências, a partir da descoberta do cogito, devem possuir por critério de verdade somente o conhecimento que possua a nota da indubitabilidade. 
O racionalismo 
O racionalismo é a posição epistemológica que vê no pensamento, na razão, a fonte principal do conhecimento humano. Segundo ele, um conhecimento só merece na verdade este nome quando é logicamente necessário e universalmente válido. Quando a nossa razão julga que alguma coisa tem que ser assim e que não pode ser de outro modo, que tem de ser assim, portanto, sempre em todas as partes, então, e só então, nos encontraremos ante um verdadeiro conhecimento. Um conhecimento desse tipo se apresenta, por exemplo, quando formulamos o juízo “o todo é maior do que a parte”, ou o juízo “ todos os corpos são extensos”, ou ainda no juízo “a soma dos ângulos internos de um triangulo é 180 graus”. Nestes casos vemos com evidência que tem de ser assim e que a razão entraria em contradição consigo mesma se quisesse sustentar o contrário. E porque tem de ser assim, é também sempre e em todas as partes assim. Estes juízos possuem, pois, uma necessidade lógica e uma validade universal rigorosa. 
Estes juízos não se fundam, pois, em qualquer experiência, mas sim no pensamento, na razão. Daqui resulta, portanto, que os juízos fundados no pensamento, os juízos que procedem da razão, possuem necessidade lógica e validade universal. Todo o verdadeiro conhecimento se funda deste modo. A razão, portanto, é a verdadeira fonte e base para o conhecimento humano.
Uma forma determinada do conhecimento serviu evidentemente de modelo à interpretação racionalista do conhecimento: é o conhecimento matemático. Este é, com efeito, um conhecimento predominantemente conceitual e dedutivo. Na geometria, por exemplo, todos os conhecimentos derivam de alguns conceitos e axiomas supremos. O pensamento impera com absoluta independência de toda a experiência, seguindo somente as suas próprias leis. Todos os juízos que formula, distinguem-se, além disso, pelas características da necessidade lógica e da validade universal. Assim, quando se concebe todo o conhecimento humano em relação a esta forma de conhecimento, chega-se ao racionalismo.
3.1 O racionalismo de Platão
 A forma mais antiga de racionalismo encontra-se na filosofia de Platão. Este está convencido de que todo o verdadeiro saber se distingue pelas notas da necessidade lógica e da validade universal. O mundo da experiência encontra-se em constante transformação. Portanto, na experiência não se pode encontrar o verdadeiro saber. Platão está profundamente convencido da ideia de que os sentidos não podem conduzir-nos ao verdadeiro saber. O que lhes devemos não é um conhecimento (epistême), mas uma opinião (doxa); não é um saber, mas sim uma simples opinião. Por isto tem que haver, além do mundo sensível, outro suprassensível, do qual tire a nossa inteligência os seus conteúdos. Platão chama a este mundo suprassensível o mundo das Ideias. Este mundo não é simplesmente uma ordem lógica, mas uma ordem ontológica, existente. Esta ordem encontra-se, em primeiro lugar, em relação com a realidade empírica. As Ideias são o modelo das coisas empíricas, as quais devem a sua maneira de ser, a sua essência particular, e a sua participação nas Ideias. Mas o mundo das Ideias encontra-se,em segundo lugar, em relação com a inteligência. Não só as coisas, mas também os conceitos por meio dos quais conhecemos coisas, são cópias das Ideias. Para Platão isto é possível através da teoria da anamnésis. Esta teoria diz que todo o conhecimento é uma reminiscência, isto é, a alma contemplou as Ideias numa existência pré-terrena e recorda-se delas na ocasião da percepção sensível. 
Alegoria da Caverna e o conhecimento
A alegoria da caverna é uma metáfora da condição humana perante o mundo, no que diz respeito à importância do conhecimento filosófico e da educação como forma de superação da ignorância, isto é, a passagem gradativa do senso comum enquanto visão de mundo e explicação da realidade para o conhecimento filosófico, que é racional, inteligível. Na alegoria, alguns homens prisioneiros estão acorrentados numa caverna, virados de costas para a abertura, por onde entra a luz solar. Eles sempre viveram ali, nesta posição. Conheciam os animais e as plantas somente pelas suas sombras projetadas nas paredes. De repente, um dos homens consegue se soltar, e vai para fora da caverna. Fica encantado com a realidade, percebendo que foi iludido completamente pelos seus sentidos dentro da caverna. Agora ele estava diante das coisas em si, e não diante de suas sombras. Ao retornar para a caverna, e contar para os companheiros o que havia visto. Estes não acreditaram, e preferiram continuar na caverna, vendo e acreditando que o mundo era feito de sombras.
 Para Platão, as coisas que nos chegam através dos sentidos são as sombras no interior da caverna. Quem estiver preso ao conhecimento das coisas sensíveis não poderá alcançar o mundo das Ideias, ficando como prisioneiro das opiniões erradas. Para o filósofo, a realidade está no Mundo das Ideias, um mundo real e verdadeiro; a maioria da humanidade vive na condição de ignorância, no mundo das coisas sensíveis, as quais são mutáveis, imperfeitas.
O empirismo
O empirismo é a corrente filosófica para a qual a experiência é a norma ou o critério para a aquisição da verdade científica. Em termos gerais esta corrente de pensamento caracteriza-se pelo seguinte: 
1) Negação do caráter absoluto da verdade ou a menos, da verdade acessível ao homem.
 2) Reconhecimento de que toda a verdade pode e deve ser posta à prova, portanto, modificada, corrigida ou abandonada. O empirismo não se opõe à razão ou a nega, salvo quando a razão pretende estabelecer verdades necessárias.
 3) Negação de qualquer conhecimento válido sem qualquer atestação ou verificação pela experiência. 
4) Negação do supra-sensível, ou de qualquer realidade não passível de verificação e controle de qualquer tipo.
5) Ênfase na importância da realidade atual ou imediatamente presente aos sentidos, isto é, a verdade é aquilo que pode ser percebido pelos órgãos dos sentidos.
 O empirismo se opõe a tese do racionalismo, segundo a qual a razão é a verdadeira fonte do conhecimento. Pois, para o empirismo a única fonte do conhecimento humano é a experiência. Na opinião do empirismo, não há qualquer patrimônio a priori da razão. A consciência cognoscente não tira seus conteúdos da razão; tira-os exclusivamente da experiência. O espírito humano está completamente vazio por natureza; um mero papel em branco onde a experiência escreve. Assim, todos os nossos conceitos, incluindo os mais gerais e abstratos procedem da experiência. Enquanto que o racionalismo se deixa levar por uma ideia determinada, por uma ideia de conhecimento, o empirismo parte de fatos concretos. Segundo o empirismo, a criança começa por ter percepções concretas e com base nestas percepções chega, lentamente, a formar representações gerais e conceitos. Estes nascem, por conseguinte, diretamente da experiência. A experiência apresenta-se, portanto, como a única fonte de conhecimento.
O Empirismo de John Locke
John Locke (1632-1704) foi um filósofo inglês, que inaugurou a escola de pensamento chamada Empirismo Britânico. Suas concepções acerca do conhecimento humano foram registradas no Ensaio Acerca do Entendimento Humano (1690).
Com efeito, Locke demonstra com argumentos extraídos da experiência a inexistência de ideias inatas, por exemplo, as crianças e os loucos não possuem qualquer ideia de Deus nem dos princípios fundamentais geométricos. Isso demonstraria que no conhecimento não existe nada de inato e tudo é aprendido pela experiência. Para ilustrar essa teoria, Locke recorre a uma metáfora que se tornou famosa: a mente humana é, ao nascer um tipo de tabula rasa, um papel em branco sobre o qual a prática do mundo externo e a reflexão do indivíduo sobre si mesmo imprimirão aqueles sinais que denominamos conhecimento. Desse modo, revela-se equivocada a ideia fundamental do Racionalismo cartesiano, segundo o qual determinadas verdades evidentes e intuitivas devem preceder qualquer experiência.
Para Locke os seres humanos podem adquirir todos os conhecimentos que possuem utilizando simplesmente suas faculdades naturais, sem recorrer a qualquer noção inata, e podem chegar à certeza, sem precisar de tais noções ou princípios originais. Assim, a experiência é o fundamento de todos os conhecimentos humanos e daí extraem sua origem primeira.
Segundo Locke a mente humana não inventa nenhuma ideia, uma vez que todos estes conteúdos se reconduzem em última instância à percepção. Noutros termos, a mente limita-se a reelaborar sob forma de abstração crescente dados e observações que recebe do exterior, segundo a fórmula empirista “nada existe no intelecto que não tenha antes passado pela percepção”. A regra também se aplica às noções mais abstratas, que aparentemente não se relaciona com eventos perceptivos.
Locke distingue as ideias simples, em relação às quais a nossa mente é puramente passiva, das ideias complexas que a mente produz ativamente em si mesma das precedentes.
Ideias simples: no princípio nosso entendimento recebe a impressão das ideias simples. Estas advêm de duas fontes: a sensação e a reflexão. A sensação é a experiência externa que nos dá as ideias de objetos fora de nós: as de branco, de azul, de frio, de mole, de amargo, de doce, etc. Este primeiro ato pressupõe o exercício dos sentidos externos. As ideias de sensação que representam as qualidades dos corpos dividem-se em duas categorias, a saber, as qualidades primárias e as qualidades secundárias. As qualidades primárias não podem ser separadas dos corpos, possuem, portanto, realidade objetiva: a solidez, a extensão, a figura, o número, o movimento, e o descanso. As qualidades secundárias estão separadas dos corpos, pois possuem uma realidade subjetiva, isto é, não existem nas coisas mesmas: as cores, os sons, os gostos, etc. A reflexão é a experiência interna que nos fornece as ideias de operações psicológicas, como a percepção, o pensamento, a crença, a dúvida, a vontade, e todos as diversas atividades da alma.
As ideias complexas. Neste grupo geral distinguem-se três categorias; 1) Combinar várias ideias simples numa só, como a ideia de beleza, de homem, etc; 2) Em juntar duas ideias, sejam elas simples ou complexas, colocá-las uma perto da outra de sorte que se vejam ao mesmo tempo, sem as combinar numa só ideia, e é assim que a alma forma as ideias de relações, como a ideia de causalidade; 3) Em separar ideias de todas as outras que existem realmente com elas. Por exemplo, da ideia complexa de mãe, de pai e de irmão, abstrai-se a ideia de homem que se encontra ao mesmo tempo na mãe, no pai e no irmão.
Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário
Parte superior do formulário
3.2 O positivismo
O Positivismo é uma filosofia ligada à hipótese empirista acerca do conhecimento. O Positivismo defende a ideia de que o conhecimento científico é a única forma de conhecimento verdadeiro. Assim sendo, o Positivismo desconsidera todas as outras formas do conhecimento humano que não possam ser comprovadas cientificamente. Tudo aquilo que não puder ser provado pela ciência é considerado como pertencente ao domínio teológico-metafísicocaracterizado por crendices e vãs superstições. O método geral do Positivismo, desenvolvido por Augusto Comte, consiste na observação dos fenômenos, opondo-se ao racionalismo, por meio da promoção do primado da experiência sensível, única capaz de produzir, a partir dos dados concretos, a verdadeira ciência. O positivismo, tal qual o concebeu Comte, é a devoção à ciência, vista como único guia da vida individual e social, única moral e única religião possível. Desse modo, em última análise, o positivismo é compreendido como a "religião da humanidade". As teses fundamentais do positivismo são as seguintes:

Outros materiais